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FACULDADE DE TECNOLOGIA DE SÃO CARLOS

LEOPOLDO C. S. NOGUEIRA

QUALIDADE DO AR EM AMBIENTES HOSPITALARES:


PROPOSTA DE AÇÕES PARA MAIOR CONTROLE

São Carlos
2018
LEOPOLDO C. S. NOGUEIRA

QUALIDADE DO AR EM AMBIENTES HOSPITALARES:


PROPOSTA DE AÇÕES PARA MAIOR CONTROLE

Monografia apresentada ao Curso de Tecnologia em


Gestão Empresarial da Faculdade de Tecnologia de São
Carlos do Centro Paula Souza como requisito parcial à
obtenção do título de Tecnólogo em Gestão
Empresarial.

Orientadora: Prof. Ma. Andreza Silva Dias.

São Carlos
2018
LEOPOLDO C. S. NOGUEIRA

QUALIDADE DO AR EM AMBIENTES HOSPITALARES:


PROPOSTA DE AÇÕES PARA MAIOR CONTROLE

Esta monografia foi julgada adequada à obtenção do


título de Tecnólogo em Gestão Empresarial e aprovada
em sua forma final pelo Curso de Tecnologia em Gestão
empresarial da Faculdade de Tecnologia de São Carlos.

São Carlos, 30 de novembro de 2018

______________________________________________________
Professora e orientadora Andreza Silva Dias, Ma.
Fatec São Carlos

______________________________________________________
Profa. Rita de Cássia Gomes, Esp.
Fatec São Carlos

______________________________________________________
Prof. Clóvis Santa Fé, Me.
Fatec São Carlos
Dedico esse trabalho a minha família e aos
queridos professores da FATEC São Carlos
que muito se dedicaram a transmitir todo o
conhecimento necessário, em especial à
Professora Andreza, minha orientadora, que se
mostrou uma verdadeira líder motivadora e
que me fez persistir até o fim.
AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer a Deus, minha família, colegas de classe que se fizeram amigos
e professores por todo apoio, incentivo, paciência e dedicação. Vocês foram, para mim, uma
fonte de inspiração, apoio e conhecimento, sem os quais nada seria possível.
―O mundo está cheio de boas citações; só falta aplicá-las‖. (BLAISE PASCAL).
RESUMO

Este Trabalho foi realizado para desenvolver um plano de manutenção para os


condicionadores da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura Municipal de São Carlos -
SP. Propondo assim a correta manutenção de todo o sistema climatizado da secretaria, e
também sugerindo a adequação à legislação vigente em especial a portaria 3.523/98 de 28 de
agosto de 1998 da ANVISA; que instituiu o PMOC, visando assim uma melhoria na
qualidade do ar nos interiores dos ambientes climatizados da unidade, propondo soluções aos
problemas encontrados.

Palavras-chave: Ar condicionado. PMOC. Doenças transmitidas por fezes de pombos.


ABSTRACT

This work was carried out to develop a maintenance plan for the conditioners of the
Municipal Health Department of the Municipality of São Carlos - SP. Thus proposing the
correct maintenance of the entire air-conditioned system of the secretariat, and also suggesting
the adequacy to the current legislation in particular the ANVISA Administrative Rule No.
3,523 / 98 of August 28, 1998; which instituted the PMOC, aiming at an improvement in the
air quality in the interiors of the air conditioned environments of the unit, proposing solutions
to the problems encountered.

Keywords: Air conditioning. PMOC. Diseases transmitted by feces of pigeons.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Willis Carrier. .......................................................................................................... 11


Figura 2 – Circuito de Refrigeração ......................................................................................... 16
Figura 3 – Ar Condicionado Modelo Split ............................................................................... 17
Figura 4 – Pombos se abrigando em um condensador em dia frio na UBS Vila Nery ............ 24
Figura 5 – Desenho técnico com dimensões em centímetros ................................................... 25
Figura 6 – Altura anterior da unidade ....................................................................................... 26
Figura 7 – Nova posição já com o anteparo instalado .............................................................. 27
Figura 8 – Vista Lateral. ........................................................................................................... 27
Figura 9 – Marcas deixadas pelos pombos. .............................................................................. 28
Figura 10 – Pomba em um novo abrigo. .................................................................................. 29
Figura 11 – Pomba em um novo abrigo. .................................................................................. 29
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 11
1.1 OBJETIVOS .................................................................................................................... 14
1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 14
1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ............................................................................... 15
2 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO........................................................................ 16
2.1 PLANO DE MANUTENÇÃO OPERAÇÃO E CONTROLE ........................................ 17
2.2 PADRÕES E NORMAS PARA MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DO AR ............ 20
3 APRESENTAÇÃO DA PESQUISA ............................................................................... 24
4 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 31
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 33
APÊNDICES ........................................................................................................................... 36
APÊNDICE A – FICHA PMOC ........................................................................................... 37
1 INTRODUÇÃO

Em 1902, Willis Haviland Carrier (Figura 1) foi o primeiro a conseguir o controle de


temperatura e umidade do ar (SILVA, 2003), inventando o que se chama hoje de aparelho de
ar condicionado (SPRINGER CARRIER, 2002), cuja função é climatizar o ambiente por
meio de controle de temperatura e de umidade do ar, proporcionando conforto térmico para as
pessoas que ali convivem (SIQUEIRA, 2000).

Figura 1 – Willis Carrier.

Fonte: CARRIER (2018, p. s.n.).

O invento de Carrier obteve grande sucesso por sua ampla aplicabilidade


proporcionando, através do controle de umidade e temperatura do ar ambiente, condições
ideais para a produção industrial de produtos sensíveis a estes fatores, tornando irrelevante
para este fim o fato de, externamente ao ambiente das linhas de produção, as condições
climáticas adversas. A produção de livros, panfletos e jornais nas gráficas pode ser tomada,
neste caso, como exemplo. Também proporcionou conforto térmico aos teatros, cinemas,
escritórios, residências, automóveis e aos hospitais. Sendo que, neste último, não apenas
conforto térmico, mas também controle de infecções pois, ao baixar a temperatura dos
ambientes onde pacientes são tratados pode-se obter uma significativa diminuição de bactérias
e micro-organismos em suspensão que sejam nocivos à saúde humana e que não sobrevivem
em ambientes com baixas temperaturas. Por isso é amplamente utilizado nos dias atuais em
centros cirúrgicos, salas de recuperação, laboratórios farmacêuticos e de análises de materiais
biológicos, etc., mas também pode ser utilizado simplesmente para o conforto térmico de
pacientes internados para diversos tratamentos.
Willis Carrier desenvolveu, em 1939, um sistema de dutos que distribuía o ar em alta
velocidade através de dutos ―weathermaster‖, suprindo as necessidades de ar condicionado e
iniciando a era de edifícios totalmente climatizados (SPRINGER CARRIER, 2002), não
havendo preocupação com a qualidade do ar interior, mas com a prevenção de infiltração da
poluição externa (STERLING et al, 1991).
Ainda no início do Século XX, desenvolveu-se um novo tipo de estrutura na
construção civil, possibilitando a edificação de prédios maiores e cada vez mais altos,
surgindo os chamados ―arranha-céus‖. Nestes, havia necessidade de prevenir a entrada da
poluição externa abundante, resultante da fuligem da combustão do carvão, principal
combustível utilizado em indústrias e residências na época e ainda manter a temperatura e
umidade em seu interior, confortável para seus ocupantes (STERLING et al, 1991).
Em 1914, O Allegheny General Hospital, em Pittsburg - USA, instalou o primeiro
aparelho de ar condicionado hospitalar. O sistema introduzia umidade extra em um berçário
de prematuros, ajudando a reduzir a mortalidade por desidratação (SPRINGER CARRIER,
2002). O primeiro local público a ter um sistema de climatização ambiental foi o Grauman’s
Metropolitan Theatre, de Los Angeles, instalado em 1922 (ABRAVA, 2003).
Contudo, um invento que proporcionou a solução de diversos problemas, com
o passar do tempo passou a demonstrar um importante efeito inesperado e indesejado: de
agente amenizador e purificador dos ambientes passou a agente contaminador provocando o
adoecimento do aparelho respiratório de funcionários de escritórios de edifícios inteiros
(Sindrome do Edifício Doente) e no caso dos hospitais, um disseminador de Infecções
Hospitalares (IH), que são uma importante causa de mortandade de pacientes.
Infecção hospitalar (IH) ―é aquela adquirida após a admissão do paciente e que se
manifesta durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação
ou procedimentos hospitalares‖ (BRASIL,1998, p.3).
De acordo com o Instituto de Saúde Pública, a síndrome do edifício doente (SED)
pode ser definida como uma situação na qual os ocupantes / trabalhadores de um prédio
específico, experienciam desconforto laboral e/ou de problemas agudos de saúde. Muitas
vezes não é possível identificar-se as eventuais causas do desconforto/problema de saúde,
nem estabelecer-se um diagnóstico específico. As queixas podem estar relacionadas com um
compartimento ou área específica, ou com a totalidade do edifício. Também é utilizado o
termo ―doenças relacionadas com edifícios‖ (DRE) quando os sintomas de uma doença
específica estão relacionados com um determinado edifício e são atribuídos a eventuais
contaminantes ambientais/aéreos (Silva 2017)
Segundo AFONSO et al (2004), em estudo com uma limitação temporal de dez anos
nos bancos de dados MEDLINE, LILACS e Ministério da Saúde – Brasil, onde foram
analisados 23 textos relativos a ambiente climatizado e transmissão de infecção hospitalar, os
microrganismos Aspergillus, Legionella, Clostridium, Nocardia, Acinetobacter entre outros
gêneros, foram encontrados em aparelhos de ar condicionado e estavam relacionados a surtos
de infecção hospitalar, concluindo haver risco de infecção hospitalar, transmitida por partícula
aérea, oriundas dos aparelhos condicionadores de ar.
Outro fator igualmente nocivo à saúde humana que está relacionado aos
condicionadores de ar, sobretudo do modelo SPLIT, que são, atualmente, muito utilizados por
seu baixo custo e versatilidade, é a contaminação por fezes de pombos em suas unidades
externas (Condensadores). Esses excrementos são depositados frequentemente na frente de
ventiladores que ao soprá-los desprendem partículas, lançando-as muitas vezes no passeio
público onde pessoas, sem saber, as acabam inalando. Essas partículas transmitem doenças
gravíssimas, como a Criptococose, quando são inaladas. E no caso dos hospitais ou unidades
de saúde públicas onde houver contaminação de condensadores por fezes de pombos,
certamente haverá um agravo iminente nos casos de Infecção Hospitalar e demais
complicações.
A criptococose é uma infecção aguda, subaguda ou crônica, causada por duas
variedades do Cryptococcus neoformans: var … o indivíduo imunocomprometido residente
em área urbana, sendo o habitat desta variedade associado aos locais ricos em fezes de
pombos. (LOPES, et al. 1997)
Portanto, o controle da qualidade do ar em um sentido amplo e não apenas dos fatores
iniciais de umidade e temperatura, é de fundamental importância para a saúde humana nos
aspectos preventivo e de manutenção.
1.1 OBJETIVOS

Este trabalho tem o objetivo de fazer uma revisão de literatura sobre o tema e propor
uma solução para o problema da contaminação dos condensadores por fezes de pombos. Para
tanto são propostos os seguintes objetivos específicos:
O1: Realizar revisão de literatura sobre sistemas de ar condicionado e sua manutenção;
O2: Identificar os problemas causados pelas fezes de pombos nos equipamentos de ar
condicionado;
O3 Propor e implementar uma solução que afaste os pombos;
O4: Analisar os resultados e incorporar a proposta em um plano de manutenção.

1.2 JUSTIFICATIVA

A qualidade do ar de interiores tornou-se um assunto de investigação essencial na área


de saúde pública nos últimos 15 anos. Esse interesse ocorreu após a descoberta de que baixas
taxas de troca de ar nestes ambientes ocasionam um aumento importante na concentração de
poluentes químicos e biológicos no ar. Como as pessoas passam boa parte de nossa vida diária
em recintos fechados, seja em casa, no trabalho, no transporte, ou mesmo em locais de lazer, a
preocupação com concentrações de contaminantes no ar em ambientes internos é justificável
(AFONSO, 2006).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) contabilizou a contribuição de uma
diversidade de fatores de riscos a doenças e determinou que a contaminação do ar de
interiores é o oitavo mais essencial causa de risco dos casos de doenças. No caso específico de
uma unidade de saúde, a qualidade do ar pode desempenhar uma influência direta e
significativa na rapidez de recuperação dos pacientes e no acontecimento de infecções
hospitalares (QUADROS et al., 2009).
1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

O capítulo 2 apresenta a revisão de literatura sobre o funcionamento de aparelhos de ar


condicionado, bem como sua correta manutenção e os problemas decorrentes das fezes de
pombos. Já o capítulo 3 mostra a pesquisa, como foi desenvolvida e os resultados obtidos. As
conclusões são apresentadas no capítulo 4.
2 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO

São muitos os tipos de sistemas de refrigeração mecânica. Eles têm uma grande
diversidade de formas, tamanhos, arranjos dos componentes e usos. No entanto, uma vez que
os princípios da refrigeração mecânica e os componentes essenciais são os mesmos, quer o
processo seja de um sistema grande ou pequeno. A Figura 2 mostra um circuito de
refrigeração.

Figura 2 – Circuito de Refrigeração

Fonte: ARTARCNDICIONADO (2018, p. s. n.).

No interior do ambiente a ser refrigerado é instalada a Evaporadora. O gás


refrigerante, no seu interior encontra-se com temperatura inferior a 0°C. Seu ventilador, ao
forçar o ar do ambiente a passar pelo seu interior, o refrigera, condensando sua umidade e a
conduzindo para o ambiente externo através de um duto de drenagem.
No ambiente externo é instalada a Condensadora. Após ser sugado e comprimido pelo
compressor, o gás refrigerante fica muito quente, sendo pré-resfriado ao passar por um
radiador que o faz trocar calor com o ar do ambiente externo, mais frio que ele, sendo
comprimido posteriormente em um tubo muito estreito denominado Tubo Capilar, onde, pelo
aumento da pressão, se liquefaz. Ao chegar à evaporadora, onde o tubo é menos estreito o
fluído refrigerante retorna ao seu estado gasoso, reduzindo sua temperatura drasticamente
para concluir, assim o ciclo de refrigeração.
O condicionador de ar split (Figura 3) leva este denominação por ter sido originado do
sistema do ar condicionado de janela e divido em dois equipamentos. Sendo assim, o split é
constituído por duas unidades: a que fica no ambiente interno (evaporadora) e a outra que fica
no ambiente externo (condensadora).

Figura 3 – Ar Condicionado Modelo Split

Fonte: Soares 2014

2.1 PLANO DE MANUTENÇÃO OPERAÇÃO E CONTROLE

O verão e o inverno são as estações onde são registrados aumentos significativos em


solicitações de manutenção, pois são as estações do ano em que o ar condicionado é mais
utilizado, o que aumenta as doenças respiratórias, sendo assim ao mesmo tempo aumenta a
necessidade de limpeza dos aparelhos.
Nos ambientes fechados não tem circulação de ar, como os poluentes existentes, como
fungos, poeira, fumo, bactérias, ácaros e bolor, que ficam retidos nos filtros, turbinas e
serpentina dos equipamentos.
Para a prevenção das doenças que são causadas por esses poluentes, deve ser feita
manutenção periódica nos equipamentos, proporcionando uma maior eficiência devido à
desobstrução dos filtros e um menor consumo de energia.
É altamente recomendado que a manutenção seja feita por um técnico especializado,
com um ferramental adequado e altamente treinados para atender e também entender as
necessidades das manutenções, pois em muitos casos ocorre 25 a quebra de aparelhos não
somente pela falta de manutenção, mas também por pessoas despreparadas tecnicamente para
a operação.
O termo manutenção é usado para abordar a forma pela qual as organizações tentam
evitar as falhas, cuidando das suas instalações físicas. A visão clássica da manutenção é o
reparo de itens danificados. Por essa perspectiva limitada, as atividades de manutenção
estariam restritas a tarefas reativas de ações de reparo. Contudo, numa visão mais recente o
objetivo da manutenção é manter o item funcionando de acordo com as condições de projeto,
ou restaurá-lo para aquelas condições, observando as necessidades físicas necessárias para o
pleno desenvolvimento da produção (PASCHOAL et al., 2009). Alguns termos importantes
ao se falar de manutenção são:
a) Defeito: é a alteração das condições de um item, máquina, sistema operacional, de
importância suficiente para que sua função normal, ou razoavelmente previsível, não seja
satisfatória. Um defeito não torna a máquina indisponível, não é uma falha funcional, mas se
não reparado ou se não corrigido levará a máquina ou o item à falha e a consequente
indisponibilidade com perda da função;
b) Falha: é a perda da capacidade de um item para realizar sua função específica. Pode
equivaler ao termo avaria. É a diminuição total ou parcial da capacidade de uma peça,
componente ou máquina de desempenhar a sua função durante um período de tempo, onde o
item deverá sofrer manutenção ou ser substituído. A falha leva o item ao estado de
indisponibilidade.;
c) Função: é a finalidade para a qual um dispositivo, um equipamento, um sistema ou uma
instalação foi desenhado ou projetado ou montado. Conjunto de atributos que, juntos com
padrões de desempenho definidos pelos componentes, pelos equipamentos, ou módulos ou
sistema, conforme o projeto da instalação. (PASCHOAL, et al., 2009)
O PMOC é o Plano de Manutenção Operação e Controle, o qual é uma medida
estipulada pelo Ministério da saúde em conjunto com o Ministério do Trabalho e Emprego
para monitorar e adequar a qualidade do ar em ambientes de uso coletivo; Considerando a
preocupação mundial com a qualidade do ar de interiores em ambientes climatizados e a
ampla e crescente utilização de sistemas de ar condicionado no país, em função das condições
climáticas. É obrigatório quando um estabelecimento ultrapassa a carga térmica de 60.000
Btu/h (ou 5 TR). É especificado também qual o número de ocupantes de cada ambiente
refrigerado e o tipo de atividade desenvolvida no local.
A empresa é analisada num panorama geral, e não apenas por setores. Ou seja, se ela
atingiu a carga térmica mínima, terá de providenciar o PMOC. Antes de iniciar o projeto,
recomenda-se que o profissional entre em contato com o CREA de seu estado solicitando as
informações necessárias para o procedimento, pois pode haver complementações da
legislação em estados diferentes. A falta da observância a elas, bem como a manutenção
inadequada dos sistemas de ar condicionado e dutos pode levar as empresas (industriais e
comerciais), hospitais, consultórios, clínicas, centro médicos, ambulatórios, laboratórios,
ambulâncias, transportes terrestres, aéreos e marítimos a terem um prejuízo considerável com
multas acima de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), além de serem processadas por
indenizações por não cumprirem a legislação vigente frente aos empregados, pacientes e
visitantes.
O PMOC estipula como devem ser feitas as inspeções e correções técnicas em cada
ponto do sistema de ar condicionado, o número de ocupantes máximo de cada ambiente
refrigerado, a carga térmica do equipamento e o tipo de atividade desenvolvida no local.
O objetivo do Programa de Manutenção, operação e Controle é o ponto inicial para
uma boa qualidade do ar dentro dos ambientes. 26 Análises microbiológicas dos ambientes
devem ser feitas a cada seis meses por empresa especializada independente da empresa em
questão e também daquela que faz a higienização e limpeza do sistema.
Após análise deve ser emitida Anotação de Responsabilidade Técnica por um
profissional habilitado e qualificado de acordo com a legislação vigente e não pertencente ao
quadro de funcionários da empresa. Estes dados devem constar dos prontuários dos
empregados e do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP, antigo SB-40) para fins de
aposentadoria.
Para salientar o risco que a população corre, e que foi um grande estimulo para a
criação da lei foi o caso do ministro Sérgio Motta do governo FHC que faleceu de infecção
causada pela bactéria Legionella proveniente do sistema de ar condicionado de manutenção
inadequada, que lhe causou uma pneumonia gravíssima, existem também inúmeros casos não
tão famosos.
Ambientes fechados são obrigados a garantir adequada renovação do ar de interior dos
ambientes climatizados, ou seja, no mínimo de 27 m³/h/pessoa e no caso de sistemas com
capacidade acima de 5 TR ( 15.000 kcal/h = 60.000 Btu/h), deverão manter um responsável
técnico habilitado.
Cabe registrar que profissionais autônomos podem assinar ART e PMOC dentro de
suas especificidades, isto é não precisam, necessariamente, ter vínculo com uma empresa.
Conforme estudos, ambientes fechados são até 10 vezes mais poluídos que o ar externo,
podendo chegar até 100 vezes. Os proprietários, locatários e prepostos, responsáveis por
sistemas de climatização com capacidade acima de 5 TR (15.000 kcal/h = 60.000 Btu/h),
deverão manter um responsável técnico habilitado, com atribuições para promover
implantação e manter disponível no imóvel um Plano de Manutenção, Operação e Controle —
PMOC, adotado para o sistema de climatização.
Este Plano deve conter a identificação do estabelecimento que possui ambientes
climatizados, a descrição das atividades a serem desenvolvidas, a periodicidade das mesmas,
as recomendações a serem adotadas em situações de falha do equipamento e de emergência,
para garantia de segurança do sistema de climatização e outros de interesse, conforme
especificações contidas no Regulamento Técnico e NBR 13971/97 da Associação Brasileira
de Normas Técnicas — ABNT; E também garantir a aplicação do PMOC por intermédio da
execução contínua direta ou indireta deste serviço, manter disponível o registro da execução
dos procedimentos 27 estabelecidos no PMOC e divulgar os procedimentos e resultados das
atividades de manutenção, operação e controle aos ocupantes.
Os órgãos competentes de Vigilância Sanitária são os responsáveis por fazer cumprir
este Regulamento Técnico, mediante a realização de inspeções e de outras ações pertinentes,
com o apoio de órgãos governamentais, organismos representativos da comunidade e
ocupantes dos ambientes climatizados.

2.2 PADRÕES E NORMAS PARA MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DO AR

No Brasil, poucas são as pesquisas disponíveis que relacionam os problemas


ambientais hospitalares e sua interface com a saúde. A Portaria do Ministério da Saúde nº
930, de 27 de agosto de 1992, determina que ―todos os hospitais do país devem manter uma
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) independentemente da natureza da
entidade mantenedora‖.
Em 06 de janeiro de 1997, foi sancionada a Lei nº 9.431, que dispõe sobre a
―obrigatoriedade de manutenção do programa de controle de infecções hospitalares pelos
hospitais do País‖. O Ministério da Saúde propôs através da Portaria nº 3.523/ GM, de 28 de
agosto de 1998 que estabelece padrões de qualidade do ar em ambientes climatizados
artificialmente, regulamentando parâmetros físicos, químicos e biológicos, bem como os
métodos de controle e pré-requisitos do projeto de instalação e de execução de sistemas de
climatização. Existem ainda a normas reguladoras brasileiras da qualidade do ar, em especial
aquelas estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Uma destas é a Resolução nº 9, de 16 de janeiro de 2003, que estabelece padrões de
referência de qualidade do ar interior, em ambientes climatizados artificialmente, de uso
público e coletivo.4 Os fungos são os indicadores biológicos da qualidade do ar, escolhidos
pela resolução nº 09 da ANVISA que recomenda o valor máximo em 750 ufc/m³ (unidades
formadoras de colônia por metro cúbico de ar) de fungos, para amostragem ativa.
De acordo com os dados da ANVISA, para ambientes climatizados de uso restrito,
com exigência de filtros absolutos ou instalações especiais, tais como os que atendem a
processos produtivos, instalações hospitalares e outros, sejam aplicadas às normas e
regulamentos específicos.
Em qualquer ambiente climatizado, a temperatura deverá variar de 23°C a 26°C no
verão e 20°C a 22°C no inverno, com umidade variando de 40% a 65% e a taxa de renovação
mínima de 27 m3 / hora/ pessoa.7 É preconizado ainda a higienização mensal dos
componentes do sistema de climatização, porém no componente hídrico, usado para
umidificação do ar, recomenda-se limpeza quinzenal, pois há risco de crescimento bacteriano,
produção de aerossóis e inalação dos mesmos (DA SILVA, 2014).
Medidas de Controle Para a correta manutenção de um sistema de climatização de
ambientes hospitalares deverão ser atendidas requisitos de qualidade que ultrapassam os
exigidos pela Portaria n°. 3523/1998, do Ministério da Saúde, que define o regulamento
técnico contendo medidas básicas referentes de limpeza e manutenção do estado geral de
todos os componentes dos sistemas de climatização, visando garantir a qualidade do ar de
interiores, prevenção e riscos à saúde dos ocupantes de ambientes climatizados.
O plano de manutenção e limpeza do sistema de ar condicionado deve ser estabelecido
e sua implantação deve ser de responsabilidade da área de manutenção. Entretanto o
planejamento, a organização, a supervisão e o controle de infecção hospitalar são de
responsabilidade da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, conforme estabelece a
Portaria nº. 2616 de 1998 que aborda sobre as atribuições da CCIH9.
A Portaria exige dos gestores um Plano de Manutenção, Operação e Controle
(PMOC), além de um responsável técnico e, finalmente, a divulgação da situação atual dos
ambientes da edificação. Para evitar o rompimento no comportamento de qualidade de
ambientes interiores e o consequente comprometimento do ar ambiental, vários são os
procedimentos preventivos e corretivos de manutenção adotados, destacando-se algumas
dicas básicas que devem ser observadas pelo gestor ambiental:
a) Correções, adequações e higienizações de filtros;
b) Higienização adequada ou utilização de sistemas de tratabilidade contínua de bandeja de
condensado;
c) Higienização adequada dos demais componentes do sistema de climatização, tais como:
difusores, ventiladores, serpentinas, dumpers e outros;
d) Limpeza e cuidados criteriosos com a manutenção da casa de máquinas;
e) Condições de dutos e reforma;
f) Adequações das questões pós-ocupacionais, evitando-se instalações de fontes poluentes,
com características terciárias;
g) Adequação de equipamentos que possam atuar como fontes poluentes de origem química,
com características terciárias, além dos programas de higienização de superfícies fixas nos
ambientes interiores.
Segundo Art. 5º do regulamento proposto pela Portaria GM 3523/98 os sistemas de
climatização devem estar em condições de limpeza, manutenção, operação e controle, visando
à prevenção de riscos à saúde dos ocupantes, entre as determinações, destaca-se:
a) restringir a utilização do compartimento onde está instalada a caixa de mistura do ar de
retorno e ar de renovação, ao uso exclusivo do sistema de climatização;
b) preservar a captação de ar externo livre de possíveis fontes poluentes externas que
apresentam riscos à saúde humana e dotá-la no mínimo de filtro classe G1;
c) garantir a adequada renovação do ar de interior dos ambientes climatizados, ou seja, no
mínimo de 27m³/h/pessoa.
No entanto, se as normas estabelecidas fossem cumpridas, principalmente no que
tratam das taxas de renovação do ar, muitos dos problemas de poluição e contaminação
interna seriam minimizados ou mesmo eliminados, pois reduziriam os níveis de concentração
dos poluentes no ar dos interiores.
Além de melhorar a ventilação dos ambientes, a preocupação com a limpeza dos
filtros e dutos dos condicionadores de ar é uma providência que ajuda a combater doenças
respiratórias, alérgicas e infecciosas na medida em que evita o desenvolvimento de micro-
organismos, potencialmente responsáveis por esses males (DA SILVA, 2014).
Para se estabelecer um plano adequado para a manutenção, as legislações aplicáveis
são:
a) PMOC - PORTARIA Nº 3.523/GM (28 de agosto de 1998);
b) ANÁLISE DA QUALIDADE DO AR - RESOLUÇÃO – RE N° 9 (16 de janeiro de 2003);
c) RESPONSÁBILIDADE TECNICA – CREA;
d) SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO, CONDICIONAMENTO DE AR E VENTILAÇÃO;
e) MANUTENÇÃO PROGRAMADA DA NBR - NBR 13971/97;
f) CLASSIFICAÇÃO DAS AREAS DE CONTAMINAÇÃO CONTROLADA - NBR
13700/96;
g) Lei n.º 6.437 (20 de agosto de 1977) que determina a publicação de Orientação Técnica
elaborada por Grupo Técnico Assessor, sobre Padrões Referenciais de Qualidade do Ar
Interior, em ambientes climatizados artificialmente de uso público e coletivo. - RESOLUÇÃO
- RE Nº 176, DE 24 DE OUTUBRO DE 2000.
3 APRESENTAÇÃO DA PESQUISA

Foi realizada revisão bibliográfica sobre o tema e uma pesquisa experimental nas
unidades de saúde da Prefeitura Municipal de São Carlos – SP com o objetivo de avaliar as
condições gerais de conservação dos condicionadores de ar, propor a adequação da
manutenção às normas vigentes citadas neste trabalho e encontrar uma solução alternava para
evitar que os pombos possam fazer ninhos nos condensadores, contaminando-os com suas
fezes.
Geralmente os condensadores são instalados nas paredes externas dos edifícios e
abaixo de pingadeiras de telhados e marquises. Como é um equipamento que quando está em
funcionamento produz calor, nessas condições reúne condições ideais para que as pombas, em
especial, procurem esses ambientes para viverem, uma vez que lhes oferece abrigo do sol e
chuva, uma distância segura de possíveis predadores, pois ficam instalados, geralmente acima
de três metros de altura, além de ser uma fonte artificial de calor, como pode ser visto na
Figura 4.

Figura 4 – Pombos se abrigando em um condensador em dia frio na UBS Vila Nery

Tendo em vista os fatores já citado que os levam a escolher este local para abrigo,
foram implementadas uma série de ações para descontruir todas as condições atraentes,
visando forçar, de forma natural e sem o uso de substâncias químicas ou outros artifícios
prejudiciais ou não às pombas e ao meio ambiente, a escolha de outro ambiente para cessar
assim a contaminação da unidade condensadora por suas fezes.
As ações implementadas de forma experimental foram:
a) Diminuir a altura de instalação do condensador com o intuito de diminuir a distância de
segurança das pombas em relação as pessoas circulantes no passeio logo abaixo da unidade;
b) Criação de um anteparo de superfície lisa (Figura 5) e inclinada a ser instalado acima da
unidade condensadora de forma a impedir o pouso e/ou a permanência das aves em cima do
aparelho. A superfície lisa e inclinada impede que os pés das pombas se agarrem, funcionando
como um escorregador que causa um grande desconforto aos pássaros, obrigando-os a
escolher outro local. O anteparo também abriga o equipamento das fezes, não permitindo que
elas se depositem a frente do ventilador.

Figura 5 – Desenho técnico com dimensões em centímetros

O anteparo utilizado no experimento foi feito, conforme o desenho acima, com chapa de
ACM de 3mm de espessura e instalado a cerca de trinta graus de inclinação em relação ao
nivelamento do solo. É constituído de superfície lisa para que as aves deslizem ao tentar
repousar sobre ele, causando desconforto a elas. Também pode ser feito com outras chapas
metálicas e inoxidáveis com características semelhantes.
As figuras 6 e 7 mostram a diferença de altura das unidades.

Figura 6 – Altura anterior da unidade


Figura 7 – Nova posição já com o anteparo instalado

Figura 8 – Vista Lateral.


Figura 8 – Instalação de proteção após limpeza na USF Santa Angelina

Como forma de tentar identificar o comportamento dos pombos, passou-se graxa em


um dos anteparos (Figura 9), de forma a se verificar se estes estavam deslizando, ou não.

Figura 9 – Marcas deixadas pelos pombos.


Além de impedir a sujidade decorrente de fezes de pombos de penetrar na unidade
externa, os animais estão procurando novos abrigos, como pode ser visto nas figuras 10 e 11.

Figura 10 – Pomba em um novo abrigo.

Figura 11 – Pomba em um novo abrigo.

Após a implementação da proteção contra pombas nas unidades condensadoras


mencionadas, a cerca de quatro meses, não foi observado depósito de excrementos
diretamente nas condensadoras, o que significa que não serão lançados mais por seu
ventilador no passeio público, nem a recorrência de pombas ou outras aves fazendo ninhos ou
se abrigando no equipamento. Além disso, foram iniciadas as providências para correta
implementação do PMOC nas unidades da Secretaria de Saúde da PMSC.
4 CONCLUSÃO

Os objetivos do presente trabalho foram atingidos de forma satisfatória, constituindo


um importante passo para, de forma empreendedora, solucionar problemas existentes nos
sistemas de condicionamento de ar que possam afetar a saúde pública.
O levantamento bibliográfico sobre o tema trouxe todas as informações necessárias
para a correta manutenção e adequação dos sistemas de arrefecimento de ar instalados nas
unidades de saúde públicas do município de São Carlos, podendo se estender as demais
secretarias conforme entendimento e disponibilidade da gestão municipal.
Verificou-se que os aparelhos de ar condicionado e sistemas de arrefecimento de ar,
que inicialmente se apresentavam como uma solução para controles de umidade e temperatura
do ar, proporcionando condições ideais para a produção industrial, conforto térmico a
ambientes de trabalho, de convívio comum como cinemas e teatros e controle de infecções
hospitalares combatendo agentes nocivos a saúde humana presentes microscopicamente em
suspensão na atmosfera, portanto invisíveis a olho nu, e que não sobrevivem em baixas
temperaturas, também se torna facilmente um agente contaminador e importante transmissor
de doenças que podem ser até fatais, como no caso do ministro Sérgio Motta do governo
FHC.
Também ficou demonstrado que as contaminações decorrentes da má conservação
desses sistemas não se restringem apenas aos ambientes internos onde promovem a
refrigeração do ar, mas também nos externos. Pois seus condensadores são fonte de abrigo e
calor as pombas que trazem consigo a criptococose, oriunda do Cryptococcus, presente em
suas fezes e que são, freqüentemente, depositadas à frente de seu ventilador, que as lança no
passeio publico e que eventualmente podem contaminar pessoas que por ali transitem e as
inalem.
Contudo, observamos através do experimento realizado nos últimos seis meses em
duas unidades de saúde da cidade, uma solução empreendedora de baixo custo e
ecologicamente correta que as afasta dos condensadores, protegendo a comunidade local,
desse problema de saúde pública.
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SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da produção. Segunda


edição. São Paulo: Atlas, 2002.
APÊNDICES
APÊNDICE A – Ficha PMOC

1- Identificação do Ambiente ou Conjunto de Ambientes:


Nome (Edifício/Entidade)

Endereço completo Nº

Complemento Bairro Cidade UF

2 - Identificação do ( ) Proprietário, ( ) Locatário ou ( ) Preposto:

Nome/Razão Social CIC/CGC

Endereço completo Tel./Fax/Endereço Eletrônico

3 - Identificação do Responsável Técnico:

Nome/Razão Social CIC/CGC

Endereço completo Tel./Fax/Endereço Eletrônico

Registro no Conselho de Classe ART*

4 - Relação dos Ambientes Climatizados:

Tipo de Nº de Identificação do Ambiente ou Área Carga


Atividad Ocupante Conjunto de Ambientes Climatizad Térmica
e s a Total

Fixos
Flutuante
s

NOTA: anexar Projeto de instalação do sistema de climatização.

5 - Plano de Manutenção e Controle

Descrição da atividade PeriodiciData de Executad Aprova


dade execuçã o por do por
o
a) Condicionador de Ar (do tipo "expansão direta" e "água gelada")
Verificar e eliminar sujeira, danos e
corrosão no gabinete, na moldura da
serpentina e na bandeja; limpar as
serpentinas e bandejas
verificar a operação dos controles de
vazão;
verificar a operação de drenagem de água
da bandeja;
verificar o estado de conservação do
isolamento termo-acústico;
verificar a vedação dos painéis de
fechamento do gabinete;
verificar a tensão das correias para evitar
o escorregamento;
lavar as bandejas e serpentinas com
remoção do biofilme (lodo), sem o uso de
produtos desengraxantes e corrosivos;
limpar o gabinete do condicionador e
ventiladores (carcaça e rotor).
verificar os filtros de ar:

• filtros de ar (secos) verificar e eliminar


sujeira, danos e corrosão;
medir o diferencial de pressão;
verificar e eliminar as frestas dos filtros;
limpar (quando recuperável) ou substituir
(quando descartável) o elemento filtrante.
• filtros de ar (embebidos em óleo)
verificar e eliminar sujeira, danos e
corrosão;
medir o diferencial de pressão;
verificar e eliminar as frestas dos filtros;
lavar o filtro com produto desengraxante
e inodoro;
pulverizar com óleo (inodoro) e escorrer,
mantendo uma fina película de óleo.
b) Condicionador de Ar (do tipo "com condensador remoto" e "janela")
verificar e eliminar sujeira, danos e
corrosão no gabinete, na moldura da
serpentina e na bandeja; verificar a
operação de drenagem de água da
bandeja;
verificar o estado de conservação do
isolamento termo-acústico (se está
preservado e se não contém bolor);
verificar a vedação dos painéis de
fechamento do gabinete
levar as bandejas e serpentinas com
remoção do biofilme (lodo), sem o uso de
produtos desengraxantes e corrosivos;
limpar o gabinete do condicionador;
30 verificar os filtros de ar.
• filtros de ar verificar e eliminar sujeira,
danos e corrosão;
verificar e eliminar as frestas dos filtros;
limpar o elemento filtrante.
c) Ventiladores
verificar e eliminar sujeira, danos e
corrosão;
verificar a fixação;
verificar o ruído dos mancais;
lubrificar os mancais;
verificar a tensão das correias para evitar
o escorregamento;
verificar vazamentos nas ligações
flexíveis;
verificar a operação dos amortecedores
de vibração;
verificar a instalação dos protetores de
polias e correias;
verificar a operação dos controles de
vazão;
verificar a drenagem de água;
limpar interna e externamente a carcaça e
o rotor
d) Casa de Máquinas do Condicionador de Ar
verificar e eliminar sujeira e água;
verificar e eliminar corpos estranhos;
verificar e eliminar as obstruções no
retorno e tomada de ar externo;
• aquecedores de ar verificar e eliminar sujeira, dano e corrosão;
verificar o funcionamento dos
dispositivos de segurança;
limpar a face de passagem do fluxo de ar
• umidificador de ar com tubo difusor (ver obs. 1)
verificar e eliminar sujeira, danos e
corrosão;
verificar a operação da válvula de
controle;
ajustar a gaxeta da haste da válvula de
controle;
purgar a água do sistema;
verificar o tapamento da caixa d’água de
reposição;
verificar o funcionamento dos
dispositivos de segurança;
verificar o estado das linhas de
distribuição de vapor e de condensado;
• tomada de ar externo (ver obs. 2)
verificar e eliminar sujeira, danos e
corrosão;
verificar a fixação;
medir o diferencial de pressão;
medir a vazão;
verificar e eliminar as frestas dos filtros;
verificar o acionamento mecânico do
registro de ar ("damper") limpar (quando
recuperável) ou substituir (quando
descartável) o elemento filtrante;
• registro de ar ("damper") de retorno (ver obs. 2)
verificar e eliminar sujeira, danos e
corrosão;
verificar o seu acionamento mecânico;
medir a vazão;
• registro de ar ("damper") corta fogo (quando houver)
verificar o certificado de teste;
verificar e eliminar sujeira nos elementos
de fechamento, trava e reabertura;
verificar o funcionamento dos elementos
de fechamento, trava e reabertura;
verificar o posicionamento do indicador
de condição (aberto ou fechado);
• registro de ar ("damper") de gravidade (venezianas automáticas)
verificar e eliminar sujeira, danos e
corrosão;
verificar o acionamento mecânico;
lubrificar os mancais;
Observações:
1. Não é recomendado o uso de umidificador de ar por aspersão que possui bacia de
água no interior do duto de insuflamento ou no gabinete do condicionador.
2. É necessária a existência de registro de ar no retorno e tomada de ar externo, para
garantir a correta vazão de ar no sistema.
e) Dutos, Acessórios e Caixa Pleno para o Ar
verificar e eliminar sujeira (interna e
externa), danos e corrosão;
verificar a vedação das portas de
inspeção em operação normal;
verificar e eliminar danos no isolamento
térmico;
verificar a vedação das conexões.
• bocas de ar para insuflamento e retorno do ar
verificar e eliminar sujeira, danos e
corrosão;
verificar a fixação;
32 medir a vazão;
• dispositivos de bloqueio e balanceamento verificar e eliminar sujeira, danos e
corrosão;
verificar o funcionamento;
f) Ambientes Climatizados
verificar e eliminar sujeira, odores
desagradáveis, fontes de ruídos,
infiltrações, armazenagem de produtos
químicos, fontes de radiação de calor
excessivo, e fontes de geração de
microorganismos;
g) Torre de Resfriamento
verificar e eliminar sujeira, danos e
corrosão;
Notas:

1) As práticas de manutenção acima devem ser aplicadas em conjunto com as


recomendações de manutenção mecânica da NBR 13.971 — Sistemas de
Refrigeração. Condicionamento de Ar e Ventilação — Manutenção Programada da
ABNT, assim como aos edifícios da Administração Pública Federal o disposto no
capítulo Práticas de Manutenção, Anexo 3, itens 2.6.3 e 2.6.4 da Portaria nº 2.296/97,
de 23 de julho de 1997, Práticas de Projeto, Construção e Manutenção dos Edifícios
Públicos Federais, do Ministério da Administração Federal e Reformas de Estado —
MARE. O somatório das práticas de manutenção para garantia do ar e manutenção
programada visando o bom funcionamento e desempenho térmico dos sistemas,
permitirá o correto controle dos ajustes das variáveis de manutenção e controle dos
poluentes dos ambientes.

2) Todos os produtos utilizados na limpeza dos componentes dos sistemas de


climatização, devem ser biodegradáveis e estarem devidamente registrados no
Ministério da Saúde para esse fim.

3) Toda verificação deve ser seguida dos procedimentos necessários para o


funcionamento correto do sistema de climatização

Ficha 06 — Recomendações aos usuários em situações de falha do equipamento e outras de


emergência:
Descrição

CLASSIFICAÇÃO DE FILTROS DE AR PARA UTILIZAÇÃO EM AMBIENTES


CLIMATIZADOS, CONFORME RECOMENDAÇÃO NORMATIVA 004-1995 da SBCC
Classe de filtro Eficiência (%)

Grossos G0 30-59
G1 60-74
G2 75-84
G3 85 e acima
Finos F1 40-69
F2 70-89
F3 90 e acima
Absolutos A1 85-94,9
A2 95-99, 96
A3 99, 97 e acima

Notas:
1) métodos de ensaio: Classe G: Teste gravimétrico, conforme ASHRAE* 52.1 — 1992
(arrestance) Classe F: Teste colorimétrico, conforme ASHRAE 52.1 — 1992 (dust spot)
Classe A: Teste fotométrico DOP TEST, conforme U.S. Militar Standart 282 *ASHRAE —
American Society of Heating, Refrigerating, and Air Conditioning Engineers, Inc.
2) Para classificação das áreas de contaminação controlada, referir-se a NBR 13.700 de junho
de 1996, baseada na US Federal Standart 209E de 1992.
3) SBCC — Sociedade Brasileira de Controle da Contaminação.

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