Você está na página 1de 41

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

UNIDADE ACADÊMICA DO CABO DE SANTO AGOSTINHO

AR CONDICIONADO E REFRIGERAÇÃO

Professor: Dr. Adriano Marques


2018.2
UNIDADE II
1 – Cálculo de Carga Térmica

1
1. INTRODUÇÃO

O QUE É CARGA TÉRMICA?

É a quantidade de calor latente e sensível que deve ser retirada


de um ambiente, a fim de garantir o conforto térmico dos seus
ocupantes ou as condições necessárias para a manutenção de um
processo ou produto.

2
1. INTRODUÇÃO

• Para atender às condições térmicas é necessário a instalação


de um equipamento com capacidade adequada.

• A capacidade do equipamento deve ser determinada para o


pior caso, ou seja, para o pico de carga térmica.

• Para isso, deve-se definir as condições internas e externas ao


ambiente.

• O projeto deve seguir as recomendações da norma ABNT NBR-


6401 (Instalações de ar condicionado para conforto).

3
1. INTRODUÇÃO

• O procedimento de cálculo da carga térmica deve considerar


alguns aspectos físicos do recinto a ser condicionado.

• O cálculo fornecerá a potência do equipamento condicionador


de ar.

4
1. INTRODUÇÃO

5
2. CARGA TÉRMICA DE CONDUÇÃO

• A expressão geral de transmissão de calor por condução para


materiais homogêneos, paredes planas e paralelas é:

Onde:

• A – área da superfície normal ao fluxo [m2].


• L - espessura do material [m].
• k – condutibilidade térmica [kcal·m/h·m2ºC]
• T1 e T2 - temperaturas interna e externa da superfície [ºC].

6
2. CARGA TÉRMICA DE CONDUÇÃO

• Para material não homogêneo (parede de tijolos, massa e


isolamento), então a equação toma a seguinte forma:

Onde:

• A – área da superfície normal ao fluxo [m2].


• L - espessura do material [m].
• C – condutância [kcal/h.m2.ºC)].
• T1 e T2 - temperaturas interna e externa da superfície [ºC].

7
2. CARGA TÉRMICA DE CONDUÇÃO

• Coeficiente de transferência de calor de materiais de construção:

8
2. CARGA TÉRMICA DE CONDUÇÃO

• Coeficiente de transferência de calor de materiais de construção:

9
2. CARGA TÉRMICA DE CONVECÇÃO

• Quando a transferência do calor do ar para uma superfície ou


vice-versa se processa por meio de convecção e se o fluxo for
uniforme, então:

Onde:

• A – área da superfície normal ao fluxo [m2].


• h – coeficiente de transferência de calor por convecção
[kcal/h.m2.ºC].
• T1 e T2 - temperaturas interna e externa da superfície [ºC].

10
2. CARGA TÉRMICA DE CONVECÇÃO

• Os valores de h dependem da cor e rugosidade da superfície,


bem como da velocidade do vento.

• Os valores médios de h são:

11
2. CARGA TÉRMICA DE CONVECÇÃO

• Nos cálculos de carga térmica de ar condicionado, utiliza-se um


coeficiente (U) mais fácil de ser obtido, medindo-se a
temperatura do ar em ambos os lados da superfície.

O coeficiente global de transferência de calor (U) é definido como


o fluxo de calor por hora através de um m2 de superfície, quando
a diferença entre as temperaturas do ar nos dois lados da parede
ou teto é de um grau centígrado.

12
2. CARGA TÉRMICA DE CONVECÇÃO

• Portanto:

Onde:

• A – área da superfície normal ao fluxo [m2].


• U – coeficiente global de transferência de calor [kcal/h.m2.ºC].
• T1 e T2 - temperaturas interna e externa da superfície [ºC].

13
2. CARGA TÉRMICA DE CONVECÇÃO

• Coeficiente global de transferência de calor (U) para janelas e


paredes:

14
2. CARGA TÉRMICA DE CONVECÇÃO

• Coeficiente global de transferência de calor (U) para janelas e


paredes:

15
3. CARGA TÉRMICA POR INSOLAÇÃO

• A energia solar é, quase sempre, a responsável pela maior


parcela da carga térmica nos cálculos de ar condicionado, em
geral como radiação e convecção.

• Por absorção, a energia de radiação solar pode ser introduzida


nos recintos tanto em maior quantidade quanto menos
brilhante for a superfície refletora.

16
3. CARGA TÉRMICA POR INSOLAÇÃO

• É evidente que este percentual é também uma função da


rugosidade da superfície.

• A temperatura dos tetos e paredes dependem de vários


fatores:

 Coordenadas geográficas do local;


 Inclinação dos raios do sol (função da época do ano e da hora
consideradas);
 Tipo de construção;
 Cor e rugosidade da superfície;
 Reflectância da superfície.

Obs: A carga térmica deve ser calculada para a incidência


máxima do sol! 17
3. CARGA TÉRMICA POR INSOLAÇÃO

18
3. CARGA TÉRMICA POR INSOLAÇÃO

• Na tab. anterior, os valores são para janelas sem proteção.

• Para janelas com proteção, os valores anteriores devem ser


multiplicados pelos fatores:

• Esta tabela é para esquadrias de madeira, tratando-se


de esquadrias metálicas multiplica-se por 1,15.

19
3. CARGA TÉRMICA POR INSOLAÇÃO

Insolação por superfícies opacas:

• As paredes, lajes e telhados transmitem a energia solar para o


interior dos recintos por condução e convecção, então:

Onde:

• A – área da superfície normal ao fluxo [m2].


• U – coeficiente global de transferência de calor [kcal/h.m2.ºC].
• ti e te - temperaturas interna e externa da superfície [ºC].
• Δt – acréscimo ao diferencial de temperatura dado pela tabela
a seguir. 20
3. CARGA TÉRMICA POR INSOLAÇÃO

Insolação por superfícies opacas:

21
4. CARGA TÉRMICA DEVIDA AOS
DUTOS

• Qualquer ambiente de ar condicionado necessita de


determinada vazão constante de ar, insuflado por um
ventilador, para manter as condições de conforto desejadas,
depois de passar por um evaporador ou (des)umidificador.

• O retorno desse ar geralmente é feito por dutos de retorno,


porém esse ar contém uma adição de calor que deve ser
retirada pelas serpentinas do evaporador.

22
4. CARGA TÉRMICA DEVIDA AOS
DUTOS

• IMPASSE: Como calcular a carga térmica devido aos dutos, se


para calcular a mesma é necessário saber a quantidade de ar a
ser insuflado, que depende da carga térmica?

• SOLUÇÃO: Estimar as dimensões dos dutos e calcular o ar a


ser insuflado. Após calcular a carga térmica, voltar e verificar
os valores; Se a margem de erro for inferior a 10%, não é
necessário recalcular.

23
4. CARGA TÉRMICA DEVIDA AOS
DUTOS

• A carga térmica devida aos ductos é dada por:

Onde:

• A – área Lateral do duto exposta ao calor [m2].


• U – coeficiente global de transferência de calor [kcal/h.m2.ºC].
• ti e te - temperaturas interna e externa ao duto [ºC].

24
4. CARGA TÉRMICA DEVIDA AOS
DUTOS

• Coeficiente global (U) de transferência de calor para dutos:

25
5. CARGA TÉRMICA DEVIDA A
PESSOAS

• Todo ser humano emite calor sensível e latente que variam


devido:

 Atividade desenvolvida;
 Vestimenta;
 Temperatura do recinto.

• A tabela a seguir (NBR–6401), fornece os valores estimados


dos calores das pessoas devido a temperatura e atividade.

26
5. CARGA TÉRMICA DEVIDA A
PESSOAS

27
5. CARGA TÉRMICA DEVIDA A
PESSOAS
• No caso de câmara de resfriamento ou refrigeração:

ܳ = ݊. ‫ݍ‬. ݊௣

Onde:

• Q – calor emitido pelas pessoas [kJ/24h].


• n – número de pessoas que circulam na câmara.
• q – calor equivalente gerado por pessoa [tabela, kJ/h].
• np – número de horas que cada pessoa permanece na câmara
por dia [h/24h].

28
5. CARGA TÉRMICA DEVIDA A
PESSOAS

ܳ = ݊. ‫ݍ‬. ݊௣

29
6. CARGA TÉRMICA DEVIDO A
EQUIPAMENTOS

ܲ
‫ × = ݍ‬733 [ܹ]
ߟ

Onde:

• P – Potência do motor elétrico [HP].


• η – rendimento do motor (60% - 85%).

30
7. CARGA TÉRMICA DEVIDA A
ILUMINAÇÃO
• Iluminação Incandescente:

q = total de Watts, em unidades no SI; ou

q = total de Watts x 4,4 para BTU/h.

• Iluminação Fluorescente:

q = total de Watts x fator do reator (geralmente 20%)

31
8. CARGA TÉRMICA DEVIDO A
INFILTRAÇÃO
• Ar exterior que adentra o ambiente pelas frestas das portas,
janelas ou outras aberturas.

• Essa infiltração adiciona carga térmica sensível ou latente.

• Não pode ser calculada com precisão, mas há dois métodos


que para estimar: o método de troca de ar e o método das
frestas.

32
8. CARGA TÉRMICA DEVIDO A
INFILTRAÇÃO
Método da Troca de Ar

• Neste método supõe-se a troca de ar por hora dos recintos de


acordo com o número de janelas com base na tabela.

33
8. CARGA TÉRMICA DEVIDO A
INFILTRAÇÃO
Método da Troca de Ar

• O calor sensível pode ser determinado por:

Onde:

• Q – fluxo de ar em pés cúbicos por hora.


• te – temperatura do ar exterior em ⁰C.
• ti – temperatura do ar interior em ⁰C.

34
8. CARGA TÉRMICA DEVIDO A
INFILTRAÇÃO
Método das Frestas

• A penetração do ar exterior no interior do recinto depende da


velocidade do vento.

• Resultados de estudos em laboratório que mostram a


quantidade de calor que penetra no recinto são apresentados
em tabelas.

• Se a pressão do ar do recinto é superior à do ar exterior, não


há penetração do ar, sendo desprezível essa parcela.

35
8. CARGA TÉRMICA DEVIDO A
INFILTRAÇÃO
Método das Frestas

36
8. CARGA TÉRMICA DEVIDO A
INFILTRAÇÃO
Método das Frestas

37
8. CARGA TÉRMICA DEVIDO A
INFILTRAÇÃO
Método das Frestas

38
8. CARGA TÉRMICA DEVIDO A
INFILTRAÇÃO

• Esse calor por infiltração também pode ser determinado por:

ܳ௔௥ = ݉ሶ௔௥ . (ℎ௘ − ℎ௜ ) [W]

Onde:

• ݉ሶ ௔௥ – vazão mássica de ar [kg/s].


• he – entalpia do ar exterior [kJ/kg].
• ti – entalpia do ar interior [kJ/kg].

• ݊ – trocas por dia.


ܸ௜
݉ሶ௔௥ = ݊. • Vi – volume interno do recinto [m3].
ߥ௘
• ve – volume específico do ar exterior [m3/kg].

39
9. CARGA TÉRMICA TOTAL

• Conhecidas as cargas térmicas devido a condução, insolação,


dutos, pessoas, equipamentos, infiltração, iluminação, etc.
Então é só somar todas as parcelas.

• É usual acrescentar 10% de margem de segurança nos aos


cálculos.

• Normalmente os resultados são apresentados em TR


(toneladas de refrigeração) ou BTU/h.

40

Você também pode gostar