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Psicrometria e
Ciclos de
Refrigeração
Prof. Eraldo Cruz dos Santos, Dr. Eng.
eraldocs@ufpa.br
REVISÃO
Assuntos das Aulas
Introdução à Refrigeração;
Definição;
Porque Conservar os Alimentos;
Generalidades da Refrigeração;
Histórico da Refrigeração:
Início da Refrigeração.
Plano de Ensino:
Identificação;
Formas de Avaliação.
Conceitos, Definições, Fundamentos e Enunciados;
Aplicações da Refrigeração:
Residencial;
Comercial;
Industrial;
Para Transporte;
Para Condicionamento do Ar;
Grandezas de Estado;
Equações de Estado.
Exercícios de Aplicação;
Revisão.
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TÓPICOS DA REFRIGERAÇÃO
GRANDEZAS DE ESTADO;
Equações de Estado.
PSICROMETRIA;
Parâmetros Psicrométricos;
Carta Psicrométrica.
CICLOS GERADORES;
Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor;
Balanço de Energia;
Refrigerador e Bomba de Calor;
EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO;
REVISÃO.
GRANDEZAS DE
ESTADO
Pressão de Vapor - pV
A pressão máxima de vapor – pV é a pressão
exercida por seus vapores quando estes estão em
equilíbrio dinâmico com o líquido.
Pode‐se dizer também que é a pressão exercida
pelas moléculas de um solvente líquido contra a sua
superfície para passar para o estado de vapor.
Quanto maior a pV mais volátil é o líquido, ou seja,
quanto mais pressão o líquido faz contra a sua superfície,
mais este líquido passará para o estado de vapor, isto é,
ele evaporará mais rápido.
Alguns fatores influenciam na pressão de vapor,
como: a temperatura local e a natureza do líquido.
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GRANDEZAS DE ESTADO
Pressão de Saturação - pS
Pressão de Vapor - pV
Para o ar saturado podem ser utilizadas as tabelas
de dados psicrométricos, para a determinação da pressão
de vapor d’água e quando o ar não estiver saturado, a
expressão a seguir, pode ser usada para o seu cálculo:
Volume (V)
O volume total de um recipiente é medido em
(m3) e são sempre referidas à unidade de peso do
sistema, sendo assim utiliza-se nos cálculos o volume
específico - 𝜐 de um gás, medido em (m3/kgf).
O inverso do volume específico é o peso
específico - g, medido em (kgf/m3)
𝑽 𝟏
𝝊= =
𝑮 𝜸
Sendo G o peso do sistema.
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GRANDEZAS DE ESTADO
Capacidade Térmica – Calor Específico - C
É uma grandeza extensiva, ou seja, que depende
da massa do sistema, que expressa a quantidade de
calor necessária para aumentar de 1,0 (°C) a
temperatura do mesmo.
A capacidade térmica referida à unidade de peso
do sistema é uma grandeza específica que toma o nome
de calor específico – C e é medido em (kcal/kgf . °C).
O calor específico não é constante durante o
aquecimento de um sistema. De modo geral, o calor
específico pode ser considerado uma função linear da
temperatura, que pode ser calculado pela equação:
𝑪=𝒂∙𝑻+𝒃
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EQUAÇÕES DE ESTADO
EQUAÇÕES DE
ESTADO
Equações de Estado
O estado de um sistema homogêneo pode ser
definido quando se conhece a sua composição química
(equilíbrio químico), por duas das três grandezas de
estado, ou seja, pressão, temperatura e volume total,
nas Equações de Boyle – Mariotte na sua forma geral
tem-se:
𝒑∙𝑽 𝒑𝟏 ∙ 𝑽𝟏 𝒑𝟐 ∙ 𝑽𝟐
= 𝑪𝒐𝒏𝒔𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆 → =
𝑻 𝑻𝟏 𝑻𝟐
Gás Ideal
Uma substância pura apresenta composição
química homogênea e invariável em qualquer fase que
possa existir. Desse modo, a água líquida, sua mistura
com vapor d’água ou gelo são todas substâncias puras.
Por outro lado, a mistura de ar seco liquefeito e ar seco
não é uma substância pura, porque a composição da fase
líquida é diferente da composição da fase gasosa.
Sem mudança de fase e sob condições
convenientes, uma mistura de gases pode ser
considerada uma substância pura, embora no caso do ar
seco somente algumas de suas características sejam
apresentadas.
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GRANDEZAS DE ESTADO
Gás Ideal
O gás ideal é aquele que apresenta uma
densidade suficientemente baixa para que as forças de
interação entre suas moléculas sejam desprezíveis.
O comportamento do gás ideal é governado pela
seguinte equação de estado:
𝒑∙𝝊=𝑹∙𝑻
Onde: p = é a pressão absoluta, em (kPa);
ν = é o volume específico, em (m3/kg);
R = é a constante particular do gás, em (kJ/kg . K) e
T = é a temperatura absoluta, em (K).
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GRANDEZAS DE ESTADO
𝒉=𝒖+𝒑∙𝒗→𝒉=𝒖+𝑹∙𝑻
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GRANDEZAS DE ESTADO
𝝏𝒉
𝒄𝑷 = → 𝒅𝒉 = 𝑪𝑷 ∙ 𝒅𝑻
𝝏𝑻 𝑷
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GRANDEZAS DE ESTADO
𝒑∙𝑽=𝒏∙𝑹∙𝑻
Ou seja,
𝒑𝑨 + 𝒑𝑽 ∙ 𝑽 = 𝒏 𝑨 + 𝒏𝑽 ∙ 𝑹 ∙ 𝑻
Sendo,
𝒑 = 𝒑 𝑨 + 𝒑𝑽 𝒏 = 𝒏 𝑨 + 𝒏𝑽
Com essas equações, as frações molares de ar seco e
vapor d’água podem ser dadas como,
𝒑𝑨 𝒑𝑨 𝒑𝑽 𝒑𝑽
𝒙𝑨 = = 𝒙𝑽 = =
𝒑𝑨 + 𝒑 𝑽 𝒑 𝒑𝑨 + 𝒑 𝑽 𝒑
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GRANDEZAS DE ESTADO
Propriedades de Alguns Gases, com Base
no Modelo do Gás Ideal
Equações de Estado
Lei de Dalton
No modelo de Dalton considera-se que cada
componente da mistura dos gases, o ar ocupa todo o
volume disponível e está na temperatura da mistura ou
seja, em equilíbrio térmico.
Considera-se também que tanto a mistura
como os componentes comportam-se como gases
ideais, isto é, utilizam-se nos cálculos as equações dos
gases perfeitos.
Lei de Dalton
O enunciado da Lei de Dalton diz que: “a pressão
total de uma mistura de gases é a soma das pressões
parciais de cada um dos componentes. A pressão parcial
é a pressão que cada componente exerceria se, à
mesma temperatura, ocupasse
sozinho todo o volume da
mistura”. Um exemplo pode ser
visualizado abaixo:
𝒑 = 𝒑𝑨 + 𝒑𝑽
Lei de Dalton
𝑝 = 𝑝1 + 𝑝2 + ⋯ + 𝑝𝑐 = 𝒑𝒊
Lei de Dalton
Considere uma mistura composta por dois gases
ideais, A e B. Conforme visto anteriormente a equação
dos gases perfeito para a mistura, 𝑝 ∙ 𝑉 = 𝑛 ∙ 𝑅 ∙ 𝑇, onde
𝑛 = 𝑛𝐴 + 𝑛𝐵 .
Para os componentes A e B tem-se,
respectivamente, 𝑝𝐴 ∙ 𝑉 = 𝑛𝐴 ∙ 𝑅 ∙ 𝑇 e 𝑝𝐵 ∙ 𝑉 = 𝑛𝐵 ∙ 𝑅 ∙ 𝑇.
Fazendo as substituições necessárias,
𝒑 ∙ 𝑉 𝒑𝐴 ∙ 𝑉 𝒑𝐵 ∙ 𝑉
= +
𝑅∙𝑇 𝑅∙𝑇 𝑅∙𝑇
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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO
PSICROMETRÍA
Definição:
Etimologia da Palavra
Do grego psychro, arrefecer, esfriar, resfriar
(Estudo de misturas binárias nas quais um dos componentes é
um vapor condensável).
Ar Seco e Ar Úmido
O ar atmosférico é composto por uma mistura de
gases, vapor d’água e contaminantes (por exemplo: poeira,
pólens, gases poluentes, etc.).
O ar seco é o que resta do ar atmosférico quando
todo o vapor d’água e todos os contaminantes são
removidos.
O ar é úmido ocorre quando, além da mistura de
gases, existe vapor d'água, que pode saturar à
temperaturas ambiente, e então se condensar.
Ar Seco e Ar Úmido
Ar Úmido
O ar úmido é uma mistura binária de ar seco com
vapor de água.
A quantidade de água no ar úmido varia de zero (ar
seco) até um máximo que é função da temperatura e da
pressão da mistura.
Esta última condição é conhecida como ar úmido
saturado. Nessa condição, há equilíbrio térmico entre o
vapor d’água e o seu condensado.
A massa molecular da água, na escala do carbono−12,
é 18,01528. Assim, a constante do gás para o vapor d’água é
RV = 8.314,41/18,01528 = 461,520 (J/kg . K).
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PSICROMETRÍA – Propriedades do Ar
Ar Úmido
A temperatura e a pressão barométrica do ar
atmosférico variam consideravelmente com a altitude – H (m), a
localização geográfica e a condição climática.
O ar atmosférico padrão é uma referência para estimar
as propriedades do ar em várias altitudes.
Ao nível do mar, a temperatura de 20 (°C) e a pressão
barométrica é 101,325 (kPa) são os valores padrões. Assim, em
altitudes entre – 500 e 11.000 metros as temperaturas - T (°C)
e pressões atmosféricas (barométrica) – patm (kPa), podem ser
calculadas pelas equações:
𝑻 = 𝟐𝟎 − 𝟎, 𝟎𝟎𝟔𝟓 ∙ 𝒉
𝟓,𝟐𝟓𝟓𝟗
𝒑𝒂𝒕𝒎 = 𝟏𝟎𝟏, 𝟑𝟐𝟓 ∙ 𝟏 − 𝟐, 𝟐𝟓𝟓𝟕𝟕 ∙ 𝟏𝟎−𝟓 ∙ 𝒉
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PSICROMETRÍA
PARÂMETROS
PSICROMÉTRICOS
Para Misturas
𝒑𝑨 ∙ 𝑽𝑨 = 𝒎𝑨 ∙ 𝑹𝑨 ∙ 𝑻𝑨 𝒑𝑽 ∙ 𝑽𝑽 = 𝒎𝑽 ∙ 𝑹𝑽 ∙ 𝑻𝑽
𝒑𝑨 ∙ 𝑽𝑨 = 𝒏𝑨 ∙ 𝑹𝑨 ∙ 𝑻𝑨 𝒑𝑽 ∙ 𝑽𝑽 = 𝒏𝑽 ∙ 𝑹𝑽 ∙ 𝑻𝑽
Onde:
PA – Pressão parcial do ar seco, em (kPa);
PV – Pressão parcial do vapor d’água, em (kPa);
mA – Massa de ar seco, em (kgA);
mV – Massa de vapor d’água, em (kgV);
nA – Número de moles do ar seco, em (kmolA);
nV – Número de moles do vapor d’água, em (kmolV); Próximo
RA – Constante do gás para o ar seco, em (kJ/kg . K);
RV – Constante do gás para o vapor d’água, em (kJ/kg . K);
VA – Volume de ar na mistura, em (m3);
VV – Volume de vapor d’água na mistura, em (m3);
TA – Temperatura absoluta do ar seco na mistura, em (K) e
TV – Temperatura absoluta do vapor d’água na mistura, em (K).
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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO
Umidade Absoluta - W
Para uma dada amostra de ar úmido é a razão entre a
massa de vapor d’água – mV e a de ar seco - mA. Logo, tem-se:
𝒎𝑽 𝒑𝑽
𝑾= 𝒌𝒈𝑽 𝒌𝒈𝑨 ou 𝑾 = 𝟎, 𝟔𝟐𝟏𝟗𝟖 ∙
𝒎𝑨 𝒑 − 𝒑𝑽
Uma importante simplificação pode ser feita assumindo a
mistura de dois gases perfeitos. Da Equação de estado para o
gás perfeito e considerando a Lei de Mistura de Dalton, tem-se:
𝒑𝑨 ∙ 𝑽 𝒑𝑽 ∙ 𝑽
𝒎𝑨 = 𝒎𝑽 =
𝑹𝑨 ∙ 𝑻 𝑹𝑽 ∙ 𝑻
Substituindo em W, vem:
𝑹𝑨 𝒑𝑽 𝑹𝑨 𝒎𝑽 𝟏𝟖, 𝟎𝟏𝟓𝟑𝟒
𝑾= ∙ Como = = = 𝟎, 𝟔𝟐𝟏𝟗𝟖
𝑹𝑽 𝒑𝑨 𝑹𝑽 𝒎𝑨 𝟐𝟖, 𝟗𝟔𝟒𝟓
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PSICROMETRÍA – Parâmetros Psicrométricos
Umidade Específica - q
A umidade específica - q do ar úmido é a razão
entre a massa de vapor d’água - mV e a massa total da
amostra de ar úmido - m, i.e., mV + mA.
𝒎𝑽
𝒒= 𝒌𝒈𝑽 𝒌𝒈𝑨
𝒎𝑽 + 𝒎𝑨
𝑾
𝒒=
𝟏+𝑾
Umidade Relativa - 𝝓
A umidade relativa - 𝝓 do ar úmido é a razão
entre a pressão parcial do vapor d’água no ar - pV e sua
pressão parcial no ar saturado - pVS, à mesma
temperatura e pressão, em percentual, ou ainda define-se
como sendo a razão entre a fração molar do vapor d’água
presente na mistura - xV e a fração molar que o vapor
d’água teria se a mistura estivesse saturada na mesma
temperatura e pressão (xWS).
A umidade relativa é 0 % (zero) para o ar seco e
100 % (unitária) para o ar úmido saturado. Assim:
𝒑𝑽 𝒙𝑽
𝑼𝑹 = 𝝓 = 𝟏𝟎𝟎 ∙
𝒑𝑽𝑺 𝑻, 𝒑 ou 𝑼𝑹 = 𝝓 =
𝒙𝑽𝑺 𝑻, 𝒑
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PSICROMETRÍA - Propriedades
Termo-Higrometro
Grau de Saturação - 𝜇
É a razão entre umidade absoluta do ar – W e a
umidade absoluta do ar saturado - WS, mantidas a
temperatura e a pressão da mistura constantes.
𝑾
𝝁=
𝑾𝑺
Substituindo as expressões simplificadas da
umidade absoluta e da umidade relativa tem-se:
𝒑 − 𝒑𝑽𝑺 𝒑 − 𝒑𝑽𝑺
𝝁=𝝓∙
𝒑 − 𝒑𝑽 ou 𝝁=𝝓∙
𝒑 − 𝝓 ∙ 𝒑𝑽𝑺
Propriedades Específicas
Propriedades específicas são dadas por unidade de
massa da substancia de interesse.
Na psicrometría convenciona-se referenciar tais
propriedades a massa de ar seco (e não a massa da mistura).
A razão dessa convenção deve-se ao fato de que nos
processos com o ar úmido o fluxo de ar seco permanece
constante enquanto que vapor d’água pode ser retirado ou
adicionado ao ar úmido, ou seja, o fluxo mássico de ar seco se
conserva no processo.
Deste modo, o volume específico, a entalpia específica e
o calor específico são referenciados a base de ar seco.
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PSICROMETRÍA – Parâmetros Psicrométricos
Volume Específico – 𝝊
É a razão entre o volume total ocupado – V pela mistura
e a massa de ar seco - mA presente na mesma, é obtido por:
𝑽
𝝊= 𝒎𝟑 𝒌𝒈𝑨
𝒎𝑨
Usando a equação dos gases perfeitos tem-se:
𝑻
𝝊 = 𝟎, 𝟐𝟖𝟕𝟎 ∙ 𝒎𝟑 𝒌𝒈𝑨
𝒑 − 𝒑𝑽
Ou ainda, usando a definição de umidade absoluta, com
temperatura, em (K) e pressão absolutas, em (kPa), tem-se:
𝑻
𝝊 = 𝟎, 𝟐𝟖𝟕𝟎 ∙ ∙ 𝟏 + 𝟏, 𝟔𝟎𝟕𝟖 ∙ 𝑾 𝒎𝟑 𝒌𝒈𝑨
𝒑
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PSICROMETRÍA – Parâmetros Psicrométricos
Volume Específico – 𝝊
Se o volume específico da mistura fosse referido a
massa de ar úmido - vm, este seria ligeiramente menor que o
volume específico referido a massa de ar seco. Com efeito, tem-
se: 𝒗
𝝊𝒎 = 𝒎𝟑 𝒌𝒈𝑨
𝟏+𝑾
Portanto, os dois volumes específicos diferem pelo fator
(1 + W):
É interessante notar que quanto maior a umidade
absoluta maior será o volume específico do ar úmido, ou seja,
menor sua densidade. Assim, o ar úmido é mais “leve” que o ar
seco, o que implica na facilidade com que o ar úmido se dispersa
na atmosfera.
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PSICROMETRÍA – Parâmetros Psicrométricos
𝑯 = 𝑯𝑨 + 𝑯𝑽 → 𝒌𝑱 𝒌𝒈𝑨
A entalpia específica da mistura - h é obtida dividindo-se
a expressão acima pela massa de ar seco, como,
𝑯 𝒎𝑨 ∙ 𝒉𝑨 𝒎𝑽 ∙ 𝒉𝑽
𝒉= = + 𝒌𝑱 𝒌𝒈𝑨
𝒎𝑨 𝒎𝑨 𝒎𝑽
Entalpia do Ar Úmido - h
Com a definição de umidade absoluta a entalpia de uma
mistura de gases ideais é a soma das entalpias parciais de seus
componentes. Deste modo, para o ar úmido tem-se:
𝒉 = 𝒉𝑨 + 𝑾 ∙ 𝒉𝑽 𝒌𝑱 𝒌𝒈𝑨
Onde: hA é a entalpia específica do ar seco, em (kJ/kgA) e
hV é a entalpia específica do vapor d’água saturado na
temperatura da mistura, em (kJ/kgV). Com boa aproximação,
a entalpia é obtida por:
𝒉 = 𝟏, 𝟎𝟎𝟔 ∙ 𝑻 + 𝑾 ∙ 𝟐𝟓𝟎𝟏 + 𝟏, 𝟖𝟎𝟓 ∙ 𝑻 → 𝒌𝑱 𝒌𝒈𝑨
Calor Específico – CP
Referido a massa de ar seco é dado pela combinação dos
calores específicos do ar seco – CPA e do vapor d’água – CPV , como,
𝑪𝑷 = 𝑪𝑷𝑨 + 𝑾 ∙ 𝑪𝑷𝑽 𝒌𝑱 𝒌𝒈𝑨 ∙ °C
De forma simplificada:
𝑪𝑷𝑨 = 𝟏, 𝟎𝟎𝟔 𝒌𝑱 𝒌𝒈𝑨 ∙ °C 𝑪𝑷𝑽 = 𝟏, 𝟖𝟎𝟓 𝒌𝑱 𝒌𝒈𝑨 ∙ °C
Temperatura de Orvalho - 𝑻𝑶
Temperatura de Orvalho - 𝑻𝑶
Curva de saturação da água
Temperatura de Orvalho - 𝑻𝑶
Entre outras palavras é a temperatura do ar úmido
saturado à mesma pressão e à mesma umidade absoluta. É
definida como a solução TO(p, W) da equação:
𝑾𝑺 𝒑, 𝑻𝑶 = 𝑾
Temperatura de Orvalho - 𝑻𝑶
Psicrómetros
CARTA
PSICROMETRÍA
Umidade Absoluta
(°C)
(gV/kgA)
(°C)
(kJ/kgA)
(%)
100
Exercício 13:
4
5
CICLOS
GERADORES
CICLOS DE
REFRIGERAÇÃO
POR COMPRESSÃO
DE VAPOR
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Ciclos Geradores
Processos:
1 - 2: Compressão isentrópica do fluido refrigerante, com adição de
trabalho (energia elétrica);
2 - 3: Transferência de calor a pressão constante para o reservatório
quente - QH (rejeição da calor para o meio ambiente);
3 - 4: Expansão isentálpica; (redução brusca da temperatura e pressão);
4 - 1: Transferência de calor a pressão constante do reservatório frio -
QF (retirada de calor do ambiente a ser refrigerado).
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Ciclos Geradores
Condensador 𝑸𝑪 = 𝒎𝒇 ∙ 𝒉𝟐 − 𝒉𝟑 p Constante
Válvula de Expansão 𝒉𝟑 − 𝒉𝟒 DS > 0
Trocador de Calor
𝑸𝟎 = 𝒎𝒇 ∙ 𝒉𝟏 − 𝒉𝟒 p Constante
Evaporador
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Ciclos Geradores
BALANÇO DE ENERGIA
PARA O CICLO DE
REFRIGERAÇÃO POR
COMPRESSÃO DE VAPOR
Sistema
Internacional:
h1 = 200 (kJ/kg),
s1 = 1,0 (kJ/kg . K),
T = 0 (°C).
𝒎𝒗𝟒
𝒙𝟒 =
𝒎𝑻𝟒
𝒗𝟒 = 𝟏 − 𝒙𝟒 ∙ 𝒗𝑳𝑬 + 𝒙𝟒 ∙ 𝒗𝑽𝑬
𝐯𝟐𝟐 𝐯𝟐𝟐
𝑸 + 𝑾 = 𝒎𝟐 ∙ 𝒉𝟐 + + 𝒈 ∙ 𝒛𝟐 − 𝒎𝟏 ∙ 𝒉𝟏 + + 𝒈 ∙ 𝒛𝟐
𝟐 𝟐
𝑸𝑶 = 𝒎𝒇 ∙ 𝒉𝟏 − 𝒉𝟒 𝒌𝑱/𝒔 𝒐𝒖 𝒌𝑾
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Balanço de Energia para o Ciclo de Refrigeração
por Compressão de Vapor
Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor
Capacidade Frigorífica ou de Refrigeração ou
Calor adicionado no Evaporador (𝑸𝟎 );
𝑬𝑭 = 𝒉𝟏 − 𝒉𝟒 𝒌𝑱/𝒌𝒈
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Balanço de Energia para o Ciclo de Refrigeração
por Compressão de Vapor
Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor
Potência Teórica de Compressão ou trabalho do
Compressor (𝑊𝐶𝑃 ):
Chama-se de potência teórica de compressão ( 𝑊𝐶𝑃 ) à
quantidade de energia, por unidade de tempo, que deve ser
fornecida ao refrigerante, no compressor, para se obter a
elevação de pressão necessária ao do ciclo teórico.
Neste ciclo o processo de compressão é adiabático
reversível (isentrópico).
No sistema de refrigeração real o compressor perde
calor para o meio ambiente, entretanto, este calor é pequeno
quando comparado à energia necessária para realizar o processo
de compressão.
Aplicando-se a Primeira Lei da Termodinâmica, em regime
permanente, no volume de controle da figura a seguir e
desprezando-se a variação de energia cinética e potencial.
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Balanço de Energia para o Ciclo de Refrigeração
por Compressão de Vapor
Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor
Potência Teórica de Compressão ou Trabalho do
Compressor (𝑾𝑪𝑷 ):
𝑸𝑪𝑷
𝑾𝑪𝑷 = 𝒎𝒇 ∙ 𝒉𝟐 − 𝒉𝟏 + 𝑸𝑪𝑷
𝑾𝑪𝑷 = 𝒎𝒇 ∙ 𝒉𝟐 − 𝒉𝟏 𝒌𝑱/𝒔 𝒐𝒖 𝒌𝑾
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Balanço de Energia para o Ciclo de Refrigeração
por Compressão de Vapor
Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor
Potência Teórica de Compressão ou Trabalho do
Compressor (𝑾𝑪𝑷 ):
Se além de ser um processo adiabático a compressão for
também reversível, a entropia específica permanecerá
constante, ou seja, s2 = s1.
Ressalta-se que a compressão reversível é um processo
que não existe na prática, portanto, a potência consumida por um
compressor real, pode então ser dada por:
𝑾𝑪𝑷
𝑾𝑪𝑷, 𝑹𝒆𝒂𝒍 =
𝜼𝑰𝒔𝒐
Onde: Para compressores pequenos 𝜼𝑰𝒔𝒐 = 0,5;
para compressores grandes, 𝜼𝑰𝒔𝒐 = 0,8.
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Balanço de Energia para o Ciclo de Refrigeração
por Compressão de Vapor
Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor
Calor Rejeitado no Condensador (𝑄𝐶𝐷 ):
Conforme mencionado, a função do condensador é
transferir calor do fluido frigorífico para o meio de
resfriamento do condensador (água ou ar).
Este fluxo de calor pode ser determinado através de um
balanço de energia no volume de controle do sistema. Assim,
considerando o regime permanente, tem-se:
𝑸𝑪𝑫 = 𝒎𝒇 ∙ 𝒉𝟐 − 𝒉𝟑 𝒌𝑱 𝒌𝒈
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Balanço de Energia para o Ciclo de Refrigeração
por Compressão de Vapor
Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor
Calor Rejeitado no Condensador (𝑸𝑪 ):
𝒉𝟑 = 𝒉𝟒 𝒌𝑱 𝒌𝒈
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Balanço de Energia para o Ciclo de Refrigeração
por Compressão de Vapor
Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor
Perda de Efeito Refrigerante - Flash Gás (ERPERDAS);
À medida que o refrigerante flui através do dispositivo
medidor para a baixa pressão do evaporador, o líquido resfria
para a temperatura de saturação correspondente a essa pressão
mais baixa. Para realizar, este resfriamento, o líquido deve ceder
calor, e este é cedido para o meio mais próximo, que são as
moléculas de refrigerante adjacentes.
Ao ceder este calor a uma pressão mais baixa, ocorre a
vaporização de parte do refrigerante até o ponto em que a
mistura de vapor e líquido (vapor úmido) tenha atingido a
temperatura de saturação correspondente a esta pressão mais
baixa. O vapor resultante desta evaporação é conhecido como
"Flash Gas".
𝑬𝑹𝑷𝑬𝑹𝑫𝑨𝑺 = 𝒉𝟒 − 𝒉𝟎 𝒌𝑱 𝒌𝒈
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Balanço de Energia para o Ciclo de Refrigeração
por Compressão de Vapor
Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor
Coeficiente de performance do ciclo (COP):
O coeficiente de performance, COP, é um parâmetro
importante na análise das instalações frigoríficas, pois é uma
expressão usada para avaliar a performance de um sistema de
refrigeração.
Embora o COP do ciclo real seja sempre menor que o do
ciclo teórico, para as mesmas condições de operação, pode-se,
com o ciclo teórico, verificar que parâmetros influenciam no
desempenho do sistema.
Assim, o COP é definido por:
𝑬𝒏𝒆𝒓𝒈𝒊𝒂 Ú𝒕𝒊𝒍 𝑸𝟎 𝒉𝟏 − 𝒉𝟒
𝐂𝐎𝐏 = = =
𝑬𝒏𝒆𝒓𝒈𝒊𝒂 𝑮𝒂𝒔𝒕𝒂 𝑾𝑪𝑷 𝒉𝟐 − 𝒉𝟏
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Balanço de Energia para o Ciclo de Refrigeração
por Compressão de Vapor
Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor
Coeficiente de performance do ciclo (COP):
𝑸𝟎 𝒉𝟏 − 𝒉𝟒
𝐂𝐎𝐏𝑹 = =
𝑾𝑪𝑷 𝒉𝟐 − 𝒉𝟏
𝑸𝑪𝑫 𝒉𝟑 − 𝒉𝟐
𝐂𝐎𝐏𝑩𝑪 = =
𝑾𝑪𝑷 𝒉𝟐 − 𝒉𝟏
Para o ciclo teórico, o COP é função somente das
propriedades do refrigerante, consequentemente, depende
das temperaturas de condensação e de vaporização.
Para o ciclo real, entretanto, o desempenho dependerá
em muito das propriedades na sucção do compressor, do
próprio compressor e dos demais equipamentos do sistema.
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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO
Bomba de Calor
𝑬𝒇𝒆𝒊𝒕𝒐 𝒅𝒆 𝑨𝒒𝒖𝒆𝒄𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝑸𝑯
𝐂𝐎𝐏𝑩𝑪 =𝝀= =
𝑬𝒏𝒕𝒓𝒂𝒅𝒂 𝒅𝒆 𝑻𝒓𝒂𝒃𝒂𝒍𝒉𝒐 𝑾𝑪
MUITO OBRIGADO!