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Universidade Federal do Pará – UFPA

Instituto de Tecnologia - ITEC


Faculdade de Engenharia Mecânica - FEM
Vídeo Aulas – Refrigeração: Psicrometria e Ciclos – Aulas 5 a 8

Psicrometria e
Ciclos de
Refrigeração
Prof. Eraldo Cruz dos Santos, Dr. Eng.
eraldocs@ufpa.br
REVISÃO
Assuntos das Aulas
 Introdução à Refrigeração;
 Definição;
 Porque Conservar os Alimentos;
 Generalidades da Refrigeração;
Histórico da Refrigeração:
 Início da Refrigeração.
 Plano de Ensino:
 Identificação;
 Formas de Avaliação.
 Conceitos, Definições, Fundamentos e Enunciados;
 Aplicações da Refrigeração:
 Residencial;
 Comercial;
 Industrial;
 Para Transporte;
 Para Condicionamento do Ar;
 Grandezas de Estado;
 Equações de Estado.
 Exercícios de Aplicação;
 Revisão.
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TÓPICOS DA REFRIGERAÇÃO

 GRANDEZAS DE ESTADO;
 Equações de Estado.
 PSICROMETRIA;
 Parâmetros Psicrométricos;
 Carta Psicrométrica.
 CICLOS GERADORES;
 Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor;
 Balanço de Energia;
 Refrigerador e Bomba de Calor;
 EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO;
 REVISÃO.

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GRANDEZAS DE ESTADO

GRANDEZAS DE
ESTADO

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GRANDEZAS DE ESTADO
 Pressão Atmosférica ou Pressão do Ar Úmido - Patm
Em um ambiente condicionado a pressão
atmosférica – Patm é o somatório da pressão parcial dos
vários componentes de ar úmido - pA (admitido como gás
ideal homogêneo) e a de vapor de água - pV, medida em (Pa).

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GRANDEZAS DE ESTADO

 Pressão Atmosférica ou Pressão do Ar Úmido - Patm

Considerando os componentes do ar atmosférico


tem-se a seguinte equação:

patm = pN2 + pO2 + pAr + pv + pCO2 + pH2 = par + pv

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GRANDEZAS DE ESTADO

 Pressão de Vapor - pV
A pressão máxima de vapor – pV é a pressão
exercida por seus vapores quando estes estão em
equilíbrio dinâmico com o líquido.
Pode‐se dizer também que é a pressão exercida
pelas moléculas de um solvente líquido contra a sua
superfície para passar para o estado de vapor.
Quanto maior a pV mais volátil é o líquido, ou seja,
quanto mais pressão o líquido faz contra a sua superfície,
mais este líquido passará para o estado de vapor, isto é,
ele evaporará mais rápido.
Alguns fatores influenciam na pressão de vapor,
como: a temperatura local e a natureza do líquido.
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GRANDEZAS DE ESTADO

 Pressão de Saturação - pS

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GRANDEZAS DE ESTADO

 Pressão de Vapor - pV
Para o ar saturado podem ser utilizadas as tabelas
de dados psicrométricos, para a determinação da pressão
de vapor d’água e quando o ar não estiver saturado, a
expressão a seguir, pode ser usada para o seu cálculo:

𝒑𝑽 = 𝒑𝑽𝑺 − 𝒑 ∙ 𝑨 ∙ 𝑻𝑩𝑺 − 𝑻𝑩𝑼


Onde: pV é a pressão de vapor d’água na mistura, em (Pa);
pVS pressão de saturação do vapor d’água (com 𝜙 = 100%), em (Pa);
p é a pressão barométrica, em (Pa);
A constante para psicrômetro giratório e TBU > 0 °C, 6,66.10-4 °C-1 ;
TBS é a temperatura de bulbo seco, em (°C); e
TBU é a temperatura de bulbo úmido, em (°C).

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GRANDEZAS DE ESTADO

 Volume (V)
O volume total de um recipiente é medido em
(m3) e são sempre referidas à unidade de peso do
sistema, sendo assim utiliza-se nos cálculos o volume
específico - 𝜐 de um gás, medido em (m3/kgf).
O inverso do volume específico é o peso
específico - g, medido em (kgf/m3)
𝑽 𝟏
𝝊= =
𝑮 𝜸
Sendo G o peso do sistema.
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GRANDEZAS DE ESTADO
Capacidade Térmica – Calor Específico - C
É uma grandeza extensiva, ou seja, que depende
da massa do sistema, que expressa a quantidade de
calor necessária para aumentar de 1,0 (°C) a
temperatura do mesmo.
A capacidade térmica referida à unidade de peso
do sistema é uma grandeza específica que toma o nome
de calor específico – C e é medido em (kcal/kgf . °C).
O calor específico não é constante durante o
aquecimento de um sistema. De modo geral, o calor
específico pode ser considerado uma função linear da
temperatura, que pode ser calculado pela equação:
𝑪=𝒂∙𝑻+𝒃
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EQUAÇÕES DE ESTADO

EQUAÇÕES DE
ESTADO

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GRANDEZAS DE ESTADO

Equações de Estado
O estado de um sistema homogêneo pode ser
definido quando se conhece a sua composição química
(equilíbrio químico), por duas das três grandezas de
estado, ou seja, pressão, temperatura e volume total,
nas Equações de Boyle – Mariotte na sua forma geral
tem-se:

𝒑∙𝑽 𝒑𝟏 ∙ 𝑽𝟏 𝒑𝟐 ∙ 𝑽𝟐
= 𝑪𝒐𝒏𝒔𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆 → =
𝑻 𝑻𝟏 𝑻𝟐

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GRANDEZAS DE ESTADO

Gás Ideal
Uma substância pura apresenta composição
química homogênea e invariável em qualquer fase que
possa existir. Desse modo, a água líquida, sua mistura
com vapor d’água ou gelo são todas substâncias puras.
Por outro lado, a mistura de ar seco liquefeito e ar seco
não é uma substância pura, porque a composição da fase
líquida é diferente da composição da fase gasosa.
Sem mudança de fase e sob condições
convenientes, uma mistura de gases pode ser
considerada uma substância pura, embora no caso do ar
seco somente algumas de suas características sejam
apresentadas.
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GRANDEZAS DE ESTADO

Gás Ideal
O gás ideal é aquele que apresenta uma
densidade suficientemente baixa para que as forças de
interação entre suas moléculas sejam desprezíveis.
O comportamento do gás ideal é governado pela
seguinte equação de estado:
𝒑∙𝝊=𝑹∙𝑻
Onde: p = é a pressão absoluta, em (kPa);
ν = é o volume específico, em (m3/kg);
R = é a constante particular do gás, em (kJ/kg . K) e
T = é a temperatura absoluta, em (K).
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GRANDEZAS DE ESTADO

Calor Específico dos Gases


Ao contrário do que acontece com os corpos sólidos
e líquidos, cujo aquecimento ou resfriamento é
praticamente independente das condições externas, o calor
específico dos corpos gasosos depende das condições de
pressão e de volume em que se verificam as variações de
temperatura.
Onde CP geralmente é admitido constante. A razão
entre o calor específico à pressão constante e a volume
constante define o expoente isentrópico - k, ou seja:
𝑪𝑷
𝒌=
𝑪𝑽
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GRANDEZAS DE ESTADO

Calor Específico dos Gases


No gás ideal, a energia interna – U é função
somente da temperatura. Assim, a definição de calor
específico a volume constante - CV fornece a relação entre
a energia interna específica - u, e a temperatura - T:
𝝏𝒖
𝒄𝑽 = → 𝒅𝒖 = 𝑪𝑽 ∙ 𝒅𝑻
𝝏𝑻 𝑽
Usando a definição de entalpia e a equação de
estado do gás ideal, tem-se:

𝒉=𝒖+𝒑∙𝒗→𝒉=𝒖+𝑹∙𝑻
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GRANDEZAS DE ESTADO

Calor Específico dos Gases


Como R é constante particular do gás e a energia
interna – u é função somente da temperatura - T, segue-se
que a entalpia específica – h do gás ideal é função somente
da temperatura.
A relação entre a entalpia específica e a
temperatura é obtida pela definição de calor específico à
pressão constante - CP:

𝝏𝒉
𝒄𝑷 = → 𝒅𝒉 = 𝑪𝑷 ∙ 𝒅𝑻
𝝏𝑻 𝑷
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GRANDEZAS DE ESTADO

Equações de Estado para Gás Ideal


Por sua vez, para a mistura ar seco + vapor d’água,
também deve obedecer a equação do gás perfeito:

𝒑∙𝑽=𝒏∙𝑹∙𝑻
Ou seja,
𝒑𝑨 + 𝒑𝑽 ∙ 𝑽 = 𝒏 𝑨 + 𝒏𝑽 ∙ 𝑹 ∙ 𝑻
Sendo,
𝒑 = 𝒑 𝑨 + 𝒑𝑽 𝒏 = 𝒏 𝑨 + 𝒏𝑽
Com essas equações, as frações molares de ar seco e
vapor d’água podem ser dadas como,
𝒑𝑨 𝒑𝑨 𝒑𝑽 𝒑𝑽
𝒙𝑨 = = 𝒙𝑽 = =
𝒑𝑨 + 𝒑 𝑽 𝒑 𝒑𝑨 + 𝒑 𝑽 𝒑
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GRANDEZAS DE ESTADO
Propriedades de Alguns Gases, com Base
no Modelo do Gás Ideal

Na realidade, nenhum gás real satisfaz exatamente as


equações do gás ideal dentro de qualquer faixa finita de
temperatura e pressão. Entretanto, sob baixa pressão todo gás
real aproxima-se do comportamento de gás ideal e no limite,
quando p → 0, o comportamento é realmente de gás ideal.
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GRANDEZAS DE ESTADO

Equações de Estado

Outras formas da Condições normais


equação de estado. para o ar.

𝒑∙𝝊=𝑹∙𝑻 𝒕𝟎 = 𝟎 °C → 𝑻𝟎 = 𝟐𝟕𝟑, 𝟏𝟔 (𝑲)

𝒑=𝝆∙𝑹∙𝑻 𝑮=𝝆∙𝑽 𝒌𝒈𝒇


𝒑𝟎 = 𝟏𝟎. 𝟑𝟑𝟐
𝒎𝟐
𝒑∙𝑽=𝑮∙𝑹∙𝑻
𝒑∙𝑽 𝒑 𝒌𝒈𝒇
𝑹= = 𝝆𝟎 = 𝟏, 𝟐𝟗𝟑
𝒎𝟑
𝑮∙𝑻 𝝆∙𝑻
𝒎
𝑑𝒖 𝑑ℎ 𝑹 = 𝟐𝟗, 𝟐𝟕
𝑐𝑽 = 𝑐𝑷 = 𝑲
𝑑𝑇 𝑑𝑇
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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO

Exercício 1: Qual a constante específica de um gás


considerado como perfeito, sabendo-se que, a 20 (°C)
e 750 (mmHg) seu peso específico é de 1,2 (kgf/m3)?
Exercício 2: Calcular a constante R e o peso específico a
0 (°C) e 760 (mmHg) do oxigênio, sabendo-se que seu
peso molecular é de 32 (kgf).
Exercício 3: Determinar o peso do ar contido em um
recinto cujas dimensões são de 10 (m) x 20 (m) x 5 (m),
sendo as que condições de pressão e de temperatura
são de 750 (mmHg) e 20 (°C), respectivamente,
considerando a relação de G = g . V. Comentar o
resultado.
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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO

Exercício 4: Um recipiente contém, na condições normais a


0 (°C) e 760 (mmHg), 2,0 (m3) de gás de iluminação.
Determinar o volume ocupado pelo referido gás a
30 (°C) e 700 (mmHg).

Exercício 5: Calcular o peso de ar contido em um


reservatório de 2,0 (m3), a pressão efetiva é de
8,0 (kgf/cm2) e 35 (°C).

Exercício 6: Sabendo-se que o peso específico do ar nas


condições normais é de 1,293 (kgf/cm2), determinar o
peso do ar em um compartimento de 9 (m) x 10 (m) x
4 (m) a uma pressão de 750 (mmHg) e 24 (°C).
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GRANDEZAS DE ESTADO

Lei de Dalton
No modelo de Dalton considera-se que cada
componente da mistura dos gases, o ar ocupa todo o
volume disponível e está na temperatura da mistura ou
seja, em equilíbrio térmico.
Considera-se também que tanto a mistura
como os componentes comportam-se como gases
ideais, isto é, utilizam-se nos cálculos as equações dos
gases perfeitos.

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GRANDEZAS DE ESTADO

Lei de Dalton
O enunciado da Lei de Dalton diz que: “a pressão
total de uma mistura de gases é a soma das pressões
parciais de cada um dos componentes. A pressão parcial
é a pressão que cada componente exerceria se, à
mesma temperatura, ocupasse
sozinho todo o volume da
mistura”. Um exemplo pode ser
visualizado abaixo:

𝒑 = 𝒑𝑨 + 𝒑𝑽

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GRANDEZAS DE ESTADO

Lei de Dalton

Desta forma, tem-se:

𝑝 = 𝑝1 + 𝑝2 + ⋯ + 𝑝𝑐 = 𝒑𝒊

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GRANDEZAS DE ESTADO

Lei de Dalton
Considere uma mistura composta por dois gases
ideais, A e B. Conforme visto anteriormente a equação
dos gases perfeito para a mistura, 𝑝 ∙ 𝑉 = 𝑛 ∙ 𝑅 ∙ 𝑇, onde
𝑛 = 𝑛𝐴 + 𝑛𝐵 .
Para os componentes A e B tem-se,
respectivamente, 𝑝𝐴 ∙ 𝑉 = 𝑛𝐴 ∙ 𝑅 ∙ 𝑇 e 𝑝𝐵 ∙ 𝑉 = 𝑛𝐵 ∙ 𝑅 ∙ 𝑇.
Fazendo as substituições necessárias,
𝒑 ∙ 𝑉 𝒑𝐴 ∙ 𝑉 𝒑𝐵 ∙ 𝑉
= +
𝑅∙𝑇 𝑅∙𝑇 𝑅∙𝑇
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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO

Exercício 7: Um motor consome 1,0 (kgf) de ar nas


condições normais. Determinar o seu consumo na
temperatura de 32 (°C) e 750 (mmHg). Qual a redução
percentual de potência ao passar das condições
normais para as condições citadas anteriormente,
admitindo-se que a potência é proporcional ao peso do
ar admitido?
Exercício 8: Um botijão tem um volume de 20 (l) e contém
gás O2 a temperatura de 20 (°C) e a pressão absoluta
de 150 (kgf/cm2). Determinar o peso do gás contido no
recipiente sabendo-se que o poso molecular do gás
oxigênio é de 31,999.
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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO
Exercício 9: Determinar a quantidade de calor despendida
para aquecer, à pressão constante, e o volume final de
100 (m3) de ar nas condições de 5 (°C) e 760 (mmHg),
até uma temperatura de 40 (°C) e comentar os
resultados.
Exercício 10: sabendo-se que a composição gravimétrica
do ar atmosférico é, teoricamente, para o oxigênio
0,23 e para o nitrogênio 0,77. Determinar o que se
pede e comentar os resultados:
a) A sua composição volumétrica;
b) O seu peso específico nas condições normais;
c) Seu peso molecular médio;
d) A constante do Gás.
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PSICROMETRÍA

PSICROMETRÍA

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PSICROMETRÍA - Introdução

 Definição:

É o estudo das propriedades termodinâmicas de


misturas de ar seco e vapor de água, e da sua utilização
para analisar processos que envolvem o ar úmido.

Etimologia da Palavra
Do grego psychro, arrefecer, esfriar, resfriar
(Estudo de misturas binárias nas quais um dos componentes é
um vapor condensável).

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PSICROMETRÍA - Introdução

A psicrometría é o estudo da mistura de ar seco e


vapor de água, ou seja, do ar úmido. Esta área de
conhecimento possui inúmeras aplicações, sendo que as
principais são:
 Climatização de ambientes e conforto térmico;
 Condensação em superfícies frias;
 Resfriamento evaporativo;
 Torres de Resfriamento;
 Demais aplicações que exigem o controle do conteúdo
de vapor no ar.
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PSICROMETRÍA – Propriedades do Ar

A psicrometría estuda os parâmetros e processos


termodinâmicos que ocorrem na mistura de ar seco - vapor
d’água, que junto com os contaminantes são os componentes do
ar atmosférico.
Nesta unidade, serão abordados os conceitos
fundamentais que permitem quantificar os parâmetros
psicrométricos e os processos que ajudarão a analisar a
termodinâmica dos sistemas de ar condicionado.
Depois, tratar-se-á dos processos combinados de
transferência de calor e massa que ocorrem quando ar úmido e a
água são colocados em contato direto, como ocorre em
serpentinas de resfriamento e desumidificação, torres de
resfriamento, condensadores evaporativos e lavadores de ar.

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PSICROMETRÍA - Propriedades do Ar

Ar Seco e Ar Úmido
O ar atmosférico é composto por uma mistura de
gases, vapor d’água e contaminantes (por exemplo: poeira,
pólens, gases poluentes, etc.).
O ar seco é o que resta do ar atmosférico quando
todo o vapor d’água e todos os contaminantes são
removidos.
O ar é úmido ocorre quando, além da mistura de
gases, existe vapor d'água, que pode saturar à
temperaturas ambiente, e então se condensar.

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PSICROMETRÍA - Propriedades do Ar

Ar Seco e Ar Úmido

A composição do ar seco é relativamente


constante ao longo do dia, porém, pequenas variações
nas quantidades de um de seus componentes de forma
individual podem ocorrer em função de alguns
parâmetros do local da análise, como por exemplo:
 A da hora do dia;
 A localização geográfica; e
 A altitude do local.

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PSICROMETRÍA - Propriedades do Ar

Composição Padrão do Ar Seco na Atmosfera

A massa molecular - M do ar seco, na escala do


carbono − 12, é 28,9645. Assim, a constante do gás para o
ar seco é RA = 8.314,41/28,9645 = 287,055 (J/kg . K).
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PSICROMETRÍA - Propriedades do Ar

Ar Úmido
O ar úmido é uma mistura binária de ar seco com
vapor de água.
A quantidade de água no ar úmido varia de zero (ar
seco) até um máximo que é função da temperatura e da
pressão da mistura.
Esta última condição é conhecida como ar úmido
saturado. Nessa condição, há equilíbrio térmico entre o
vapor d’água e o seu condensado.
A massa molecular da água, na escala do carbono−12,
é 18,01528. Assim, a constante do gás para o vapor d’água é
RV = 8.314,41/18,01528 = 461,520 (J/kg . K).
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PSICROMETRÍA – Propriedades do Ar

Ar Úmido
A temperatura e a pressão barométrica do ar
atmosférico variam consideravelmente com a altitude – H (m), a
localização geográfica e a condição climática.
O ar atmosférico padrão é uma referência para estimar
as propriedades do ar em várias altitudes.
Ao nível do mar, a temperatura de 20 (°C) e a pressão
barométrica é 101,325 (kPa) são os valores padrões. Assim, em
altitudes entre – 500 e 11.000 metros as temperaturas - T (°C)
e pressões atmosféricas (barométrica) – patm (kPa), podem ser
calculadas pelas equações:
𝑻 = 𝟐𝟎 − 𝟎, 𝟎𝟎𝟔𝟓 ∙ 𝒉
𝟓,𝟐𝟓𝟓𝟗
𝒑𝒂𝒕𝒎 = 𝟏𝟎𝟏, 𝟑𝟐𝟓 ∙ 𝟏 − 𝟐, 𝟐𝟓𝟓𝟕𝟕 ∙ 𝟏𝟎−𝟓 ∙ 𝒉
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PSICROMETRÍA

PARÂMETROS
PSICROMÉTRICOS

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PSICROMETRÍA – Parâmetros Psicrométricos

Em psicrometría os componentes do ar que


apresentam temperatura de condensação muito baixa,
sendo assim eles são reunidos em uma única fase
denominada ar seco, enquanto o vapor d’água, que condensa
em condições típicas encontradas em sistemas de
condicionamento de ar, é tratado independentemente.
Desse modo, admite−se o ar úmido como sendo a
mistura de dois gases ideais: ar seco e vapor d’água.
As leis das pressões parciais, dos volumes parciais e
a equação de estado do gás ideal são usadas para
estabelecer as equações que definem os estados
psicrométricos do ar.

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PSICROMETRÍA – Parâmetros Psicrométricos

Entretanto, as seguintes hipóteses são admitidas:


 A fase líquida (vapor d’água) não contém gases dissolvidos;
 A fase gás (ar seco) pode ser tratada como uma mistura de
gases ideais e, finalmente, quando a mistura e o condensado
(água líquida) estão em uma dada pressão e temperatura, o
equilíbrio entre o condensado e seu vapor não é afetado pela
presença dos outros componentes, ou seja, quando o equilíbrio
é alcançado a pressão parcial do vapor é igual à pressão de
saturação correspondente à temperatura da mistura.
 A pressão total no ar (ar seco + vapor d’água) é a soma das
pressões parciais de cada componente, ou seja:
𝒑 = 𝒑𝑨 + 𝒑𝑽

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PSICROMETRÍA – Parâmetros Psicrométricos

 Se V é o volume total da mistura então o volume de cada


componente também será o mesmo, ou seja:
𝑽 = 𝑽𝑨 + 𝑽𝑽
 Em uma mistura de gases ideais tanto a mistura como cada um
deles deve obedecer à equação de estado do gás ideal. Daí,
para o ar seco:
𝒑𝑨 ∙ 𝑽 = 𝒏𝑨 ∙ 𝑹 ∙ 𝑻
e para o vapor d’água:
𝒑𝑽 ∙ 𝑽 = 𝒏𝑽 ∙ 𝑹 ∙ 𝑻
Onde:
pA – Pressão parcial do ar seco, em (kPa);
pV – Pressão parcial do vapor d’água, em (kPa);
nA – Número de moles do ar seco, em (kmolA);
nV – Número de moles do vapor d’água, em (kmolV);
R – Constante universal dos gases, em (8,314,4 kJ/kg ou mol . K);
T – Temperatura absoluta da mistura, em (K).
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PSICROMETRÍA – Parâmetros Psicrométricos

Para Misturas
𝒑𝑨 ∙ 𝑽𝑨 = 𝒎𝑨 ∙ 𝑹𝑨 ∙ 𝑻𝑨 𝒑𝑽 ∙ 𝑽𝑽 = 𝒎𝑽 ∙ 𝑹𝑽 ∙ 𝑻𝑽

𝒑𝑨 ∙ 𝑽𝑨 = 𝒏𝑨 ∙ 𝑹𝑨 ∙ 𝑻𝑨 𝒑𝑽 ∙ 𝑽𝑽 = 𝒏𝑽 ∙ 𝑹𝑽 ∙ 𝑻𝑽
Onde:
PA – Pressão parcial do ar seco, em (kPa);
PV – Pressão parcial do vapor d’água, em (kPa);
mA – Massa de ar seco, em (kgA);
mV – Massa de vapor d’água, em (kgV);
nA – Número de moles do ar seco, em (kmolA);
nV – Número de moles do vapor d’água, em (kmolV); Próximo
RA – Constante do gás para o ar seco, em (kJ/kg . K);
RV – Constante do gás para o vapor d’água, em (kJ/kg . K);
VA – Volume de ar na mistura, em (m3);
VV – Volume de vapor d’água na mistura, em (m3);
TA – Temperatura absoluta do ar seco na mistura, em (K) e
TV – Temperatura absoluta do vapor d’água na mistura, em (K).
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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO

Exercício 11: Determinar a temperatura e a pressão parcial


do ar, que se comporta como gás ideal em um fluxo em
um evaporador, com volume total de 1,85 (m3), cuja
entalpia específica do fluido é de 85,78 (kJ/kg) e
pressão de vapor de 4,75 (kPa) e comentar os
resultados.
Exercício 12: Determinar a pressão do ar úmido e de
vapor em um condensador, num processo de formação
de vácuo, a volume constante, cujo volume total de
fluido é de 4,56 (l) para uma temperatura de fluido de
85,45 (°C) e temperatura de vapor de 145,95 (°C),
para um título da mistura de 45,18 (%) e comentar os
resultados. O ar se comporta como um gás ideal.
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PSICROMETRÍA – Parâmetros Psicrométricos

Uma série de parâmetros psicrométricos são


utilizados para a caracterização do estado
termodinâmico do ar úmido...:
 Umidade Absoluta;
 Umidade Relativa;
 Grau de Saturação;
 Volume Específico;
 Entalpia Específica;
 Calor Específico a Pressão Constante;
 Temperatura de Bulbo Seco;
 Temperatura de Orvalho; e
 Temperatura de Bulbo Úmido.

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PSICROMETRÍA – Parâmetros Psicrométricos

Exemplo de composição do ar a pressão de


101,325 (kPa), TBS = 20 (°C) e UR = 50 (%).

Ar seco Vapor d'água Ar Seco + Vapor d'água


T [°C] 20 20 20
mar [kg] 1 0 1
mv [kg] 0 0,007264 0,007264
par [Pa] 100143 0 100143
pv [Pa] 0 1182 1182
patm [Pa] 100143 1182 101325

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PSICROMETRÍA – Parâmetros Psicrométricos

 Umidade Absoluta - W
Para uma dada amostra de ar úmido é a razão entre a
massa de vapor d’água – mV e a de ar seco - mA. Logo, tem-se:

𝒎𝑽 𝒑𝑽
𝑾= 𝒌𝒈𝑽 𝒌𝒈𝑨 ou 𝑾 = 𝟎, 𝟔𝟐𝟏𝟗𝟖 ∙
𝒎𝑨 𝒑 − 𝒑𝑽
Uma importante simplificação pode ser feita assumindo a
mistura de dois gases perfeitos. Da Equação de estado para o
gás perfeito e considerando a Lei de Mistura de Dalton, tem-se:
𝒑𝑨 ∙ 𝑽 𝒑𝑽 ∙ 𝑽
𝒎𝑨 = 𝒎𝑽 =
𝑹𝑨 ∙ 𝑻 𝑹𝑽 ∙ 𝑻
Substituindo em W, vem:
𝑹𝑨 𝒑𝑽 𝑹𝑨 𝒎𝑽 𝟏𝟖, 𝟎𝟏𝟓𝟑𝟒
𝑾= ∙ Como = = = 𝟎, 𝟔𝟐𝟏𝟗𝟖
𝑹𝑽 𝒑𝑨 𝑹𝑽 𝒎𝑨 𝟐𝟖, 𝟗𝟔𝟒𝟓
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PSICROMETRÍA – Parâmetros Psicrométricos

 Umidade Absoluta em Saturação - Ws


Se o ar estiver saturado, então se tem a umidade
absoluta em saturação Ws(T, p) nas mesmas temperatura
e pressão. Logo tem-se:
𝒑𝑽𝑺
𝑾𝑺 = 𝟎, 𝟔𝟐𝟏𝟗𝟖 ∙
𝒑 − 𝒑𝑽𝑺
Onde: PVS é a pressão de saturação do vapor d’água na temperatura
do ar - T. A pressão PVS é função somente da temperatura e
apresenta valores ligeiramente diferentes da pressão de vapor
d’água no ar úmido saturado. Na faixa de 0 a 200 (°C), a
pressão de saturação é calculada por:
𝟓. 𝟖𝟎𝟎, 𝟐𝟐𝟏
𝒍𝒏𝒑𝑽𝑺 = − + 𝟏, 𝟑𝟗𝟏𝟒𝟗𝟗 − 𝟒, 𝟖𝟔𝟒𝟎𝟐𝟒 ∙ 𝟏𝟎−𝟐 ∙ 𝑻 + ⋯
𝑻
+𝟒, 𝟏𝟕𝟔𝟒𝟕𝟗 ∙ 𝟏𝟎−𝟓 ∙ 𝑻𝟐 − 𝟏, 𝟒𝟒𝟓𝟐𝟎𝟗 ∙ 𝟏𝟎−𝟖 ∙ 𝑻𝟑 + 𝟔, 𝟓𝟒𝟓𝟗𝟔𝟕 ∙ 𝒍𝒏𝑻
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PSICROMETRÍA – Parâmetros Psicrométricos

 Umidade Específica - q
A umidade específica - q do ar úmido é a razão
entre a massa de vapor d’água - mV e a massa total da
amostra de ar úmido - m, i.e., mV + mA.

𝒎𝑽
𝒒= 𝒌𝒈𝑽 𝒌𝒈𝑨
𝒎𝑽 + 𝒎𝑨
𝑾
𝒒=
𝟏+𝑾

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PSICROMETRÍA – Parâmetros Psicrométricos

 Umidade Relativa - 𝝓
A umidade relativa - 𝝓 do ar úmido é a razão
entre a pressão parcial do vapor d’água no ar - pV e sua
pressão parcial no ar saturado - pVS, à mesma
temperatura e pressão, em percentual, ou ainda define-se
como sendo a razão entre a fração molar do vapor d’água
presente na mistura - xV e a fração molar que o vapor
d’água teria se a mistura estivesse saturada na mesma
temperatura e pressão (xWS).
A umidade relativa é 0 % (zero) para o ar seco e
100 % (unitária) para o ar úmido saturado. Assim:
𝒑𝑽 𝒙𝑽
𝑼𝑹 = 𝝓 = 𝟏𝟎𝟎 ∙
𝒑𝑽𝑺 𝑻, 𝒑 ou 𝑼𝑹 = 𝝓 =
𝒙𝑽𝑺 𝑻, 𝒑
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PSICROMETRÍA - Propriedades

Termo-Higrometro

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PSICROMETRÍA – Parâmetros Psicrométricos

 Grau de Saturação - 𝜇
É a razão entre umidade absoluta do ar – W e a
umidade absoluta do ar saturado - WS, mantidas a
temperatura e a pressão da mistura constantes.
𝑾
𝝁=
𝑾𝑺
Substituindo as expressões simplificadas da
umidade absoluta e da umidade relativa tem-se:
𝒑 − 𝒑𝑽𝑺 𝒑 − 𝒑𝑽𝑺
𝝁=𝝓∙
𝒑 − 𝒑𝑽 ou 𝝁=𝝓∙
𝒑 − 𝝓 ∙ 𝒑𝑽𝑺

Nota: se a umidade relativa for alta ou a pressão parcial do vapor for


baixa face a pressão da mistura, o grau de saturação será
aproximadamente o mesmo que o da umidade relativa.
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PSICROMETRÍA – Parâmetros Psicrométricos

Propriedades Específicas
Propriedades específicas são dadas por unidade de
massa da substancia de interesse.
Na psicrometría convenciona-se referenciar tais
propriedades a massa de ar seco (e não a massa da mistura).
A razão dessa convenção deve-se ao fato de que nos
processos com o ar úmido o fluxo de ar seco permanece
constante enquanto que vapor d’água pode ser retirado ou
adicionado ao ar úmido, ou seja, o fluxo mássico de ar seco se
conserva no processo.
Deste modo, o volume específico, a entalpia específica e
o calor específico são referenciados a base de ar seco.
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PSICROMETRÍA – Parâmetros Psicrométricos

 Volume Específico – 𝝊
É a razão entre o volume total ocupado – V pela mistura
e a massa de ar seco - mA presente na mesma, é obtido por:
𝑽
𝝊= 𝒎𝟑 𝒌𝒈𝑨
𝒎𝑨
Usando a equação dos gases perfeitos tem-se:
𝑻
𝝊 = 𝟎, 𝟐𝟖𝟕𝟎 ∙ 𝒎𝟑 𝒌𝒈𝑨
𝒑 − 𝒑𝑽
Ou ainda, usando a definição de umidade absoluta, com
temperatura, em (K) e pressão absolutas, em (kPa), tem-se:
𝑻
𝝊 = 𝟎, 𝟐𝟖𝟕𝟎 ∙ ∙ 𝟏 + 𝟏, 𝟔𝟎𝟕𝟖 ∙ 𝑾 𝒎𝟑 𝒌𝒈𝑨
𝒑
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PSICROMETRÍA – Parâmetros Psicrométricos

 Volume Específico – 𝝊
Se o volume específico da mistura fosse referido a
massa de ar úmido - vm, este seria ligeiramente menor que o
volume específico referido a massa de ar seco. Com efeito, tem-
se: 𝒗
𝝊𝒎 = 𝒎𝟑 𝒌𝒈𝑨
𝟏+𝑾
Portanto, os dois volumes específicos diferem pelo fator
(1 + W):
É interessante notar que quanto maior a umidade
absoluta maior será o volume específico do ar úmido, ou seja,
menor sua densidade. Assim, o ar úmido é mais “leve” que o ar
seco, o que implica na facilidade com que o ar úmido se dispersa
na atmosfera.
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PSICROMETRÍA – Parâmetros Psicrométricos

 Entalpia Total – H e Entalpia Específica - h


A entalpia total da mistura – H é dada pela contribuição
isolada da entalpia do ar seco – HA e do vapor d’água - HV, dada a
hipótese do gás perfeito. Assim:

𝑯 = 𝑯𝑨 + 𝑯𝑽 → 𝒌𝑱 𝒌𝒈𝑨
A entalpia específica da mistura - h é obtida dividindo-se
a expressão acima pela massa de ar seco, como,
𝑯 𝒎𝑨 ∙ 𝒉𝑨 𝒎𝑽 ∙ 𝒉𝑽
𝒉= = + 𝒌𝑱 𝒌𝒈𝑨
𝒎𝑨 𝒎𝑨 𝒎𝑽

E, com a definição de umidade absoluta, tem-se a


seguinte expressão final:

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PSICROMETRÍA – Parâmetros Psicrométricos

 Entalpia do Ar Úmido - h
Com a definição de umidade absoluta a entalpia de uma
mistura de gases ideais é a soma das entalpias parciais de seus
componentes. Deste modo, para o ar úmido tem-se:

𝒉 = 𝒉𝑨 + 𝑾 ∙ 𝒉𝑽 𝒌𝑱 𝒌𝒈𝑨
Onde: hA é a entalpia específica do ar seco, em (kJ/kgA) e
hV é a entalpia específica do vapor d’água saturado na
temperatura da mistura, em (kJ/kgV). Com boa aproximação,
a entalpia é obtida por:
𝒉 = 𝟏, 𝟎𝟎𝟔 ∙ 𝑻 + 𝑾 ∙ 𝟐𝟓𝟎𝟏 + 𝟏, 𝟖𝟎𝟓 ∙ 𝑻 → 𝒌𝑱 𝒌𝒈𝑨

Onde T é a temperatura de bulbo seco do ar, em (°C).

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PSICROMETRÍA – Parâmetros Psicrométricos

 Calor Específico – CP
Referido a massa de ar seco é dado pela combinação dos
calores específicos do ar seco – CPA e do vapor d’água – CPV , como,
𝑪𝑷 = 𝑪𝑷𝑨 + 𝑾 ∙ 𝑪𝑷𝑽 𝒌𝑱 𝒌𝒈𝑨 ∙ °C
De forma simplificada:
𝑪𝑷𝑨 = 𝟏, 𝟎𝟎𝟔 𝒌𝑱 𝒌𝒈𝑨 ∙ °C 𝑪𝑷𝑽 = 𝟏, 𝟖𝟎𝟓 𝒌𝑱 𝒌𝒈𝑨 ∙ °C

Com tais valores e com a definição Cp = dh/dT, obtém-se


uma expressão simplificada para a entalpia específica do ar úmido,
𝒉𝑨 = 𝟏, 𝟎𝟎𝟔 ∙ 𝑻 𝒉𝑽 = 𝟐𝟓𝟎𝟏, 𝟑 + 𝟏, 𝟖𝟎𝟓 ∙ 𝑻
Entalpia de vaporização da água

𝒉 = 𝟏, 𝟎𝟎𝟔 ∙ 𝑻 + 𝑾 ∙ 𝟐𝟓𝟎𝟏 + 𝟏, 𝟖𝟎𝟓 ∙ 𝑻 → 𝒌𝑱 𝒌𝒈𝑨

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PSICROMETRÍA – Parâmetros Psicrométricos

 Temperatura de Bulbo Seco - TBS


É a temperatura do ar - T, medida por um termômetro
comum na escala local.
O adjetivo “bulbo seco” acompanha o termo
temperatura simplesmente para não confundir com a
temperatura de bulbo úmido, que será definida posteriormente.

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PSICROMETRÍA – Parâmetros Psicrométricos

 Temperatura de Orvalho - 𝑻𝑶

É a temperatura correspondente ao ponto de início da


condensação do vapor d’água presente no ar úmido quando seu
resfriamento ocorre a pressão constante.

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PSICROMETRÍA – Parâmetros Psicrométricos

 Temperatura de Orvalho - 𝑻𝑶
Curva de saturação da água

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PSICROMETRÍA – Parâmetros Psicrométricos

 Temperatura de Orvalho - 𝑻𝑶
Entre outras palavras é a temperatura do ar úmido
saturado à mesma pressão e à mesma umidade absoluta. É
definida como a solução TO(p, W) da equação:

𝑾𝑺 𝒑, 𝑻𝑶 = 𝑾

E usando a equação do gás ideal, pode


ser escrita como:
𝒑∙𝑾
𝒑𝑽𝑺 𝑻𝑶 = 𝒑𝑽 =
𝟎, 𝟔𝟐𝟏𝟗𝟖 + 𝑾

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PSICROMETRÍA – Parâmetros Psicrométricos

 Temperatura de Orvalho - 𝑻𝑶

Sendo pVS(TO) é a pressão de saturação do vapor


d’água à TO. Alternativamente, a temperatura de orvalho
pode ser calculada diretamente na faixa de 0 a 93 (°C)
por:

𝑻𝑶 = 𝟔, 𝟓𝟒 + 𝟏𝟒, 𝟓𝟐𝟔 ∙ 𝒍𝒏𝒑𝑽 + 𝟎, 𝟕𝟑𝟖𝟗 ∙ 𝒍𝒏𝒑𝑽 𝟐 +∙∙∙


𝟑
+ 𝟎, 𝟎𝟗𝟒𝟖𝟔 ∙ 𝒍𝒏𝒑𝑽 + 𝟎, 𝟒𝟓𝟔𝟗 ∙ 𝒑𝑽 𝟎,𝟏𝟗𝟖𝟒
Onde pV é pressão parcial do vapor d’água no ar
úmido, medido em (kPa).

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PSICROMETRÍA – Parâmetros Psicrométricos
 Temperatura Termodinâmica de Bulbo Úmido e
Temperatura de Bulbo Úmido - TBU
Considere o ar úmido inicialmente na temperatura -
T, umidade absoluta - W, entalpia específica - h e pressão
- P, escoando sobre uma lâmina de água de comprimento
infinito, dentro de uma câmara adiabática.
Se o ar úmido na entrada não está saturado, parte
do líquido evapora na corrente de ar. Ao longo do
escoamento a umidade absoluta do ar aumenta
gradualmente até que este não possa mais absorver
nenhum de vapor d’água.
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PSICROMETRÍA – Parâmetros Psicrométricos
 Temperatura Termodinâmica de Bulbo Úmido e
Temperatura de Bulbo Úmido - TBU
Como não há transferência de calor com a
vizinhança o calor latente necessário à evaporação da água
origina-se do calor sensível liberado pelo próprio ar úmido.
Este processo resulta na redução da temperatura
do ar úmido e, no final da evaporação, o ar úmido estará
saturado. Este processo, denominado saturação adiabática
ideal, o ar saturado sai da câmara na mesma temperatura
da água que evapora na corrente de ar.

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PSICROMETRÍA – Parâmetros Psicrométricos
 Temperatura Termodinâmica de Bulbo Úmido e
Temperatura de Bulbo Úmido - TBU
A TBU é a temperatura mais baixa que pode
atingir o ar úmido quando é arrefecido apenas devido à
evaporação de água.
A temperatura do bulbo molhado (úmido) é sempre
inferior à temperatura do bulbo seco, exceto quando o ar
está saturado, neste caso as duas temperaturas são
iguais.
Quanto mais seco estiver o ar, maior será a
diferença entre a temperatura de bulbo seco e a de bulbo
úmido.
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PSICROMETRÍA - Propriedades

Psicrómetros

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PSICROMETRÍA – Parâmetros Psicrométricos

 Temperatura Termodinâmica de Bulbo Úmido e


Temperatura de Bulbo Úmido - TBU
O estado do ar úmido na entrada da câmara
adiabática define uma temperatura termodinâmica de
bulbo úmido - T*, que é igual à temperatura do ar úmido
saturado no final do processo ideal de saturação
adiabática à pressão constante.
Um balanço de energia na corrente de ar úmido, em
regime permanente, fornece:
Próximo

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PSICROMETRIA

CARTA
PSICROMETRÍA

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CARTA PSICROMÉTRICA
É um ábaco que permite representar graficamente
as evoluções do ar úmido, sendo que cada ponto da carta
representa uma combinação de ar seco e de vapor d’água.
A carta psicrométrica é geralmente baseada na
pressão atmosférica, ao nível do mar, cujo valor é de
101,325 (kPa), pode ser usada sem correção até 300 (m)
de altitude, para se determinar as variáveis, descritas
pelas equações, onde se conheça duas propriedades
naquele estado, por exemplo, conhecendo TBU e TBS
pode-se determinar, 𝜙, W, h, 𝜐, TO etc.
A carta psicrométrica constitui uma excelente
ferramenta de trabalho para analisar os diversos
processos para tratamento do ar.
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CARTA PSICROMÉTRICA

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CARTA PSICROMÉTRICA

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CARTA PSICROMÉTRICA

Umidade Absoluta

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CARTA PSICROMÉTRICA

(°C)

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CARTA PSICROMÉTRICA

(gV/kgA)

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CARTA PSICROMÉTRICA

(°C)

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CARTA PSICROMÉTRICA

(kJ/kgA)

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CARTA PSICROMÉTRICA

(%)

100

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CARTA PSICROMÉTRICA – Exercício de Aplicação

Exercício 13:

4
5

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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO
Exercício 14: Determinar a umidade absoluta do ar com
umidade relativa de 60 (%) e temperatura de 30 (°C), em
uma pressão de 101,325 (kPa).
Exercício 15: Determinar a umidade absoluta do ar com
entalpia de 61 (kJ/kg) e temperatura de 40 (°C), em uma
pressão de 101,325 (kPa).
Exercício 16: Qual o volume específico do ar úmido e a entalpia
com umidade relativa de 20% e temperatura de 24 (°C), em
uma pressão de 101,325 (kPa).
Exercício 17: Qual a temperatura de bulbo úmido, a
temperatura de orvalho e o volume específico do ar úmido
com temperatura 30 (°C), UR de 40 (%) e, em uma pressão
de 101,325 (kPa).
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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO

Exercício 18: Determinar a quantidade de água condensada


que resulta do processo de compressão de ar em um
conjunto de compressores. O ar é aspirado a 25 (°C),
100 (kPa) e 50 (%) de umidade relativa, é então
comprimido até 10 (MPa) e resfriado para a
temperatura ambiente, novamente, é armazenado.

Exercício 19: O ar de uma sala atravessa uma SRD e tem sua


umidade e temperatura reduzida. Calcular qual a capacidade
da SRD se a condição de entrada foi de TBS = 32 (°C) e
UR de 60 (%) e a de saída foi de 25 (°C) e UR de 50 (%). A
vazão do ar que atravessou a serpentina foi de 3600 (m3/h).

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CICLOS GERADORES

CICLOS
GERADORES

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CICLOS TÉRMICOS - GERADORES

CICLOS DE
REFRIGERAÇÃO
POR COMPRESSÃO
DE VAPOR
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Ciclos Geradores

Ciclo de Refrigeração por Compressão

Processos:
1 - 2: Compressão isentrópica do fluido refrigerante, com adição de
trabalho (energia elétrica);
2 - 3: Transferência de calor a pressão constante para o reservatório
quente - QH (rejeição da calor para o meio ambiente);
3 - 4: Expansão isentálpica; (redução brusca da temperatura e pressão);
4 - 1: Transferência de calor a pressão constante do reservatório frio -
QF (retirada de calor do ambiente a ser refrigerado).
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Ciclos Geradores

Ciclo de Refrigeração por Compressão

Componente Primeira Lei Processo


Compressor 𝑾𝑪 = 𝒎𝒇 ∙ 𝒉𝟏 − 𝒉𝟐 S Constante

Condensador 𝑸𝑪 = 𝒎𝒇 ∙ 𝒉𝟐 − 𝒉𝟑 p Constante
Válvula de Expansão 𝒉𝟑 − 𝒉𝟒 DS > 0
Trocador de Calor
𝑸𝟎 = 𝒎𝒇 ∙ 𝒉𝟏 − 𝒉𝟒 p Constante
Evaporador
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Ciclos Geradores

Processos Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor

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BALANÇO DE ENERGIA PARA O CICLO DE
REFRIGERAÇÃO POR COMPRESSÃO DE VAPOR

BALANÇO DE ENERGIA
PARA O CICLO DE
REFRIGERAÇÃO POR
COMPRESSÃO DE VAPOR

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Balanço de Energia para o Ciclo de Refrigeração
por Compressão de Vapor

Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor

O balanço de energia do ciclo de refrigeração é feito


considerando-se o sistema operando em regime permanente
nas condições de projeto, ou seja, à temperatura de
condensação (TC), e temperatura de vaporização (T0).
Os sistemas reais e teóricos têm comportamentos
idênticos, tendo o ciclo real apenas um desempenho pior.
A análise do ciclo teórico permitirá, de forma
simplificada, auxilia a verificar quais parâmetros têm
influência no desempenho do ciclo.

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Balanço de Energia para o Ciclo de Refrigeração
por Compressão de Vapor
Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor

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Balanço de Energia para o Ciclo de Refrigeração
por Compressão de Vapor
Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor
Durante o ciclo de refrigeração saturado simples,
energia elétrica na forma de potência (trabalho) é entregue ao
compressor e ocorre transferência de calor em vários pontos
do ciclo (evaporador, condensador, compressor e tubulações).
Aplicando-se a 1ª. Lei da Termodinâmica, para todo o
ciclo obtém-se:

𝑸𝟎 + 𝑾𝑪𝑷 = 𝑸𝑪𝑫 + 𝑸𝑪𝑷 ± 𝑸𝑻𝒖𝒃


Onde: 𝑸𝟎 é a capacidade de refrigeração;
𝑾𝑪𝑷 é a potência do compressor;
𝑸𝑪𝑫 é a taxa de transferência de calor no condensador;
𝑸𝑪𝑷 é a taxa de transferência de calor no compressor
𝑸𝑻𝒖𝒃 é a taxa de transferência de calor nas tubulações.
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Balanço de Energia para o Ciclo de Refrigeração
por Compressão de Vapor
Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor

Sistema
Internacional:
h1 = 200 (kJ/kg),
s1 = 1,0 (kJ/kg . K),
T = 0 (°C).
𝒎𝒗𝟒
𝒙𝟒 =
𝒎𝑻𝟒
𝒗𝟒 = 𝟏 − 𝒙𝟒 ∙ 𝒗𝑳𝑬 + 𝒙𝟒 ∙ 𝒗𝑽𝑬

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Balanço de Energia para o Ciclo de Refrigeração
por Compressão de Vapor
Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor

Aplicando a 1ª. Lei da Termodinâmica, para cada


componente do ciclo, obtém-se:

𝐯𝟐𝟐 𝐯𝟐𝟐
𝑸 + 𝑾 = 𝒎𝟐 ∙ 𝒉𝟐 + + 𝒈 ∙ 𝒛𝟐 − 𝒎𝟏 ∙ 𝒉𝟏 + + 𝒈 ∙ 𝒛𝟐
𝟐 𝟐

Onde: 𝑸 é a taxa de transferência de calor para o sistema;


𝑾 é a taxa de trabalho realizado pelo sistema;
𝒎𝟐,𝟏 são as taxas de fluxo de massa cruzando o limite do sistema;
h é a entalpia;
v é a velocidade do fluido cruzando o limite do sistema;
g é a aceleração da gravidade local;
z é a elevação acima de um plano horizontal de referência.

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Balanço de Energia para o Ciclo de Refrigeração
por Compressão de Vapor
Fluxos de Energia em um Sistema Termodinâmico Geral

Assumindo-se as seguintes hipóteses simplificadoras


para o ciclo:
 ∆EC e ∆EP -> desprezadas;
 Tubulações frigoríficas -> adiabáticas - > 𝑄𝑇𝑢𝑏 = 0;
 Compressão adiabática reversível -> 𝑄 = 0.
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Balanço de Energia para o Ciclo de Refrigeração
por Compressão de Vapor
Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor
Parâmetros de Refrigeração:
 Vazão mássica de Fluido Refrigerante (𝒎𝒇 );
 Deslocamento Volumétrico do Compressor (𝑸𝑽𝑪𝑷 );
 Capacidade Frigorífica ou de Refrigeração ou Calor
adicionado no Evaporador (𝑸𝟎 ) - Evaporador;
 Efeito Frigorífico ou de Refrigeração (EF);
 Potência teórica de compressão ou Trabalho do
Compressor (𝑾𝑪𝑷 ) - Compressor;
 Calor rejeitado no condensador (𝑸𝑪𝑫 ) - Condensador;
 Energia no dispositivo de expansão – Válvula ou
dispositivo de expansão;
 Perda de Efeito Refrigerante - Flash Gás (ERPERDAS);
 Coeficiente de performance ou de Desempenho do
ciclo (COP).
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Balanço de Energia para o Ciclo de Refrigeração
por Compressão de Vapor
Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor
 Vazão mássica de Fluido Refrigerante (𝒎𝒇 ):
É a quantidade de fluido refrigerante que circula
dentro do sistema por hora.
𝑸𝟎
𝒎𝒇 = 𝒌𝒈 𝒔
𝒉𝟏 − 𝒉𝟒
 Deslocamento Volumétrico do Compressor (𝑸𝑽𝑪𝑷 );
É o fluxo de massa – 𝒎𝒇 está relacionado com o
deslocamento volumétrico do compressor, que é dado
por:
𝑸𝑽𝑪𝑷 = 𝒎𝒇 ∙ 𝒗𝟏 𝒎𝟑 /𝒔
Onde: QVCP = f(número de cilindros, curso, diâmetro e rotação)

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Balanço de Energia para o Ciclo de Refrigeração
por Compressão de Vapor
Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor
 Capacidade Frigorífica ou de Refrigeração (𝑸𝟎 );
A Capacidade Frigorífica (𝑸𝟎 ), é a quantidade de calor,
por unidade de tempo, retirada do meio (ambiente) que se quer
resfriar (produto), através do evaporador do sistema frigorífico.
Aplicando–se a Primeira Lei da Termodinâmica, tem-se:

𝑸𝑶 = 𝒎𝒇 ∙ 𝒉𝟏 − 𝒉𝟒 𝒌𝑱/𝒔 𝒐𝒖 𝒌𝑾
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Balanço de Energia para o Ciclo de Refrigeração
por Compressão de Vapor
Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor
 Capacidade Frigorífica ou de Refrigeração ou
Calor adicionado no Evaporador (𝑸𝟎 );

Normalmente, deve-se conhecer a capacidade


frigorífica do sistema de refrigeração, a qual deve ser igual à
carga térmica, para operação em regime permanente.
Se for estabelecido o ciclo e o fluido frigorífico com o
qual o sistema deverá trabalhar, pode-se determinar o fluxo
mássico que irá circula através dos equipamentos, pois as
entalpias h1 e h4 são conhecidas e, consequentemente, o
compressor fica determinado.

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Balanço de Energia para o Ciclo de Refrigeração
por Compressão de Vapor
Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor
 Efeito Frigorífico ou de Refrigeração (EF):
É quantidade de calor que cada unidade de massa de
fluido refrigerante absorve do espaço refrigerado, no
evaporador:

𝑬𝑭 = 𝒉𝟏 − 𝒉𝟒 𝒌𝑱/𝒌𝒈
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Balanço de Energia para o Ciclo de Refrigeração
por Compressão de Vapor
Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor
 Potência Teórica de Compressão ou trabalho do
Compressor (𝑊𝐶𝑃 ):
Chama-se de potência teórica de compressão ( 𝑊𝐶𝑃 ) à
quantidade de energia, por unidade de tempo, que deve ser
fornecida ao refrigerante, no compressor, para se obter a
elevação de pressão necessária ao do ciclo teórico.
Neste ciclo o processo de compressão é adiabático
reversível (isentrópico).
No sistema de refrigeração real o compressor perde
calor para o meio ambiente, entretanto, este calor é pequeno
quando comparado à energia necessária para realizar o processo
de compressão.
Aplicando-se a Primeira Lei da Termodinâmica, em regime
permanente, no volume de controle da figura a seguir e
desprezando-se a variação de energia cinética e potencial.
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Balanço de Energia para o Ciclo de Refrigeração
por Compressão de Vapor
Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor
 Potência Teórica de Compressão ou Trabalho do
Compressor (𝑾𝑪𝑷 ):
𝑸𝑪𝑷

𝑾𝑪𝑷 = 𝒎𝒇 ∙ 𝒉𝟐 − 𝒉𝟏 + 𝑸𝑪𝑷 𝒌𝑱/𝒔 𝒐𝒖 𝒌𝑾


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Balanço de Energia para o Ciclo de Refrigeração
por Compressão de Vapor
Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor
 Potência Teórica de Compressão ou Trabalho do
Compressor (𝑾𝑪𝑷 ):

𝑾𝑪𝑷 = 𝒎𝒇 ∙ 𝒉𝟐 − 𝒉𝟏 + 𝑸𝑪𝑷

Em alguns tipo de compressores a relação da


quantidade de calor específico gerado pelo compressor -
𝑸𝑪𝑷 𝒎𝒇 , tem um valor muito pequeno (ou desprezível)
quando comparado com a energia de compressão -
𝒉𝟐 − 𝒉𝟏 , assim, para um processo de compressão
adiabática:

𝑾𝑪𝑷 = 𝒎𝒇 ∙ 𝒉𝟐 − 𝒉𝟏 𝒌𝑱/𝒔 𝒐𝒖 𝒌𝑾
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Balanço de Energia para o Ciclo de Refrigeração
por Compressão de Vapor
Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor
 Potência Teórica de Compressão ou Trabalho do
Compressor (𝑾𝑪𝑷 ):
Se além de ser um processo adiabático a compressão for
também reversível, a entropia específica permanecerá
constante, ou seja, s2 = s1.
Ressalta-se que a compressão reversível é um processo
que não existe na prática, portanto, a potência consumida por um
compressor real, pode então ser dada por:
𝑾𝑪𝑷
𝑾𝑪𝑷, 𝑹𝒆𝒂𝒍 =
𝜼𝑰𝒔𝒐
Onde: Para compressores pequenos 𝜼𝑰𝒔𝒐 = 0,5;
para compressores grandes, 𝜼𝑰𝒔𝒐 = 0,8.
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Balanço de Energia para o Ciclo de Refrigeração
por Compressão de Vapor
Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor
 Calor Rejeitado no Condensador (𝑄𝐶𝐷 ):
Conforme mencionado, a função do condensador é
transferir calor do fluido frigorífico para o meio de
resfriamento do condensador (água ou ar).
Este fluxo de calor pode ser determinado através de um
balanço de energia no volume de controle do sistema. Assim,
considerando o regime permanente, tem-se:

𝑸𝑪𝑫 = 𝒎𝒇 ∙ 𝒉𝟐 − 𝒉𝟑 𝒌𝑱 𝒌𝒈
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Balanço de Energia para o Ciclo de Refrigeração
por Compressão de Vapor
Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor
 Calor Rejeitado no Condensador (𝑸𝑪 ):

O condensador a ser especificado para o sistema


de refrigeração deve ser capaz de rejeitar a taxa de
calor, a qual depende da carga térmica do sistema e da
potência de acionamento do compressor.
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Balanço de Energia para o Ciclo de Refrigeração
por Compressão de Vapor
Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor
 Energia no Dispositivo de Expansão:
No dispositivo de expansão, que pode ser de vários
tipos, o processo teórico é adiabático, e, neste caso, aplicando-
se a primeira lei da termodinâmica, em regime permanente,
desprezando-se as variações de energia cinética e potencial,
tem-se:

𝒉𝟑 = 𝒉𝟒 𝒌𝑱 𝒌𝒈
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Balanço de Energia para o Ciclo de Refrigeração
por Compressão de Vapor
Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor
 Perda de Efeito Refrigerante - Flash Gás (ERPERDAS);
À medida que o refrigerante flui através do dispositivo
medidor para a baixa pressão do evaporador, o líquido resfria
para a temperatura de saturação correspondente a essa pressão
mais baixa. Para realizar, este resfriamento, o líquido deve ceder
calor, e este é cedido para o meio mais próximo, que são as
moléculas de refrigerante adjacentes.
Ao ceder este calor a uma pressão mais baixa, ocorre a
vaporização de parte do refrigerante até o ponto em que a
mistura de vapor e líquido (vapor úmido) tenha atingido a
temperatura de saturação correspondente a esta pressão mais
baixa. O vapor resultante desta evaporação é conhecido como
"Flash Gas".

𝑬𝑹𝑷𝑬𝑹𝑫𝑨𝑺 = 𝒉𝟒 − 𝒉𝟎 𝒌𝑱 𝒌𝒈
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Balanço de Energia para o Ciclo de Refrigeração
por Compressão de Vapor
Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor
 Coeficiente de performance do ciclo (COP):
O coeficiente de performance, COP, é um parâmetro
importante na análise das instalações frigoríficas, pois é uma
expressão usada para avaliar a performance de um sistema de
refrigeração.
Embora o COP do ciclo real seja sempre menor que o do
ciclo teórico, para as mesmas condições de operação, pode-se,
com o ciclo teórico, verificar que parâmetros influenciam no
desempenho do sistema.
Assim, o COP é definido por:
𝑬𝒏𝒆𝒓𝒈𝒊𝒂 Ú𝒕𝒊𝒍 𝑸𝟎 𝒉𝟏 − 𝒉𝟒
𝐂𝐎𝐏 = = =
𝑬𝒏𝒆𝒓𝒈𝒊𝒂 𝑮𝒂𝒔𝒕𝒂 𝑾𝑪𝑷 𝒉𝟐 − 𝒉𝟏
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Balanço de Energia para o Ciclo de Refrigeração
por Compressão de Vapor
Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor
 Coeficiente de performance do ciclo (COP):
𝑸𝟎 𝒉𝟏 − 𝒉𝟒
𝐂𝐎𝐏𝑹 = =
𝑾𝑪𝑷 𝒉𝟐 − 𝒉𝟏
𝑸𝑪𝑫 𝒉𝟑 − 𝒉𝟐
𝐂𝐎𝐏𝑩𝑪 = =
𝑾𝑪𝑷 𝒉𝟐 − 𝒉𝟏
Para o ciclo teórico, o COP é função somente das
propriedades do refrigerante, consequentemente, depende
das temperaturas de condensação e de vaporização.
Para o ciclo real, entretanto, o desempenho dependerá
em muito das propriedades na sucção do compressor, do
próprio compressor e dos demais equipamentos do sistema.
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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO

Exercício 20: considerando um ciclo frigorífico ou de


refrigeração ideal que utiliza o fluido refrigerante
R-134a. A temperatura do fluido é de - 20 (°C) e no
condensador é igual a 40 (°C). A vazão mássica do
refrigerante é 0,03 (kg/s). Determinar o que se
pede e comente os resultados:
a) O coeficiente de desempenho
b) A capacidade frigorífica, em (TR);
c) A potência do compressor, em (kW);

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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO

Exercício 21: Um refrigerante R-134a é utilizado em um


ciclo de compressão de vapor em que o vapor saturado
entra no compressor a 0 (°C) e o líquido saturado deixa
o condensador a 26 (°C). A vazão mássica do
refrigerante é 0,08 (kg/s), sabendo que a temperatura
do compartimento frio é de 0o C e do compartimento
quente é de 26 (°C). Determinar o que se pede e
comente os resultados:
a) A potência do compressor, em (kW);
b) A capacidade frigorífica, em (TR);
c) O coeficiente de desempenho e
d) Verificar se os resultados encontrados estão de
acordo com a 1ª Lei da Termodinâmica.

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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO

Exercício 22: Um refrigerador utiliza refrigerante R-134a


como fluido de trabalho e opera em um ciclo de
refrigeração por compressão de vapor entre 0,14 (MPa)
e 0,8 (MPa), se a vazão mássica do refrigerante for de
0,05 (kg/s). Determinar o que se pede e comentar os
resultados:
a) A taxa de remoção de calor;
b) A potência fornecida ao compressor;
c) A taxa de rejeição de calor;
d) O coeficiente de performance do refrigerador.
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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO

Exercício 23: Fluido R-134a entra no compressor de um


refrigerador como vapor superaquecido a 0,14 (MPa) e
– 10 (°C) com uma vazão de 0,05 (kg/s) e dele sai a
0,8 (MPa) e 50 (°C). O refrigerante é condensado até
26 (°C) e 0,72 (MPa) e estrangulado até a pressão de
0,15 (MPa). Desprezando as trocas de calor e a queda
de pressão nas linhas entre os componentes,
determinar o que se pede e comentar os resultados:
a) Capacidade de refrigeração;
b) Potência fornecida ao compressor e sua eficiência;
c) Calor (taxa) rejeitada ao ambiente externo;
d) COP do sistema
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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO
Exercício 24: Uma instalação frigorífica utiliza o refrigerante R22,
operando a uma temperatura de evaporação de – 10 (°C) e uma
temperatura de condensação de 36 (°C). Para estas condições
desenvolve 50 (kW) de refrigeração. Considerar o ciclo padrão de
compressão a vapor e um processo de compressão com uma
eficiência isentrópica de 0,7. Determinar o que se pede e comentar
os resultados:
a) As propriedades termodinâmicas dos pontos;
b) O efeito de refrigeração, em (kJ/kg);
c) A vazão mássica de refrigerante, em (kg/s);
d) O deslocamento volumétrico do compressor, em (m3/s);
e) O trabalho de compressão ideal e real, em (kW);
f) O calor rejeitado pelo condensador, em (kW);
g) O COP da máquina frigorífica e da bomba de calor;
h) A perda de efeito de refrigeração, em (kJ/kg);
i) O título do refrigerante na saída da válvula de expansão;
j) O volume específico do refrigerante na saída da válvula de
expansão.
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Exemplos de Ciclos Geradores

Refrigeradores e Bomba de Calor

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Ciclos Geradores: Refrigeração e Bomba de Calor

Bomba de Calor

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Exemplos de Ciclos Geradores

Refrigeradores e Bomba de Calor


O desempenho dos
refrigeradores e das bombas de
calor é quantificado em termos do
Coeficiente de Performance (COP):
𝑬𝒇𝒆𝒊𝒕𝒐 𝒅𝒆 𝑹𝒆𝒔𝒇𝒓𝒊𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝑸𝑪
𝐂𝐎𝐏𝑹 = 𝜷 = =
𝑬𝒏𝒕𝒓𝒂𝒅𝒂 𝒅𝒆 𝑻𝒓𝒂𝒃𝒂𝒍𝒉𝒐 𝑾𝑪

𝑬𝒇𝒆𝒊𝒕𝒐 𝒅𝒆 𝑨𝒒𝒖𝒆𝒄𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐 𝑸𝑯
𝐂𝐎𝐏𝑩𝑪 =𝝀= =
𝑬𝒏𝒕𝒓𝒂𝒅𝒂 𝒅𝒆 𝑻𝒓𝒂𝒃𝒂𝒍𝒉𝒐 𝑾𝑪

Assim, por definição:


𝐂𝐎𝐏𝑩𝑪 = 𝐂𝐎𝐏𝑹 + 𝟏

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Limitações dos Ciclos Geradores: Refrigeração e
Bomba de Calor
O coeficiente de desempenho do ciclo
QC
irreversível de refrigeração é sempre menor 𝛽=
WCiclo
que o coeficiente do ciclo reversível de
refrigeração quando ambos trocam energia T𝐋
𝛽max =
por calor com os mesmos reservatórios TH − T𝑳
térmicos (quente e frio).
O coeficiente de desempenho
QH (eficácia) do ciclo irreversível da bomba de
𝜆=
QH − Q𝐋 calor é menor do que o ciclo reversível da
TH bomba de calor quando ambos trocam
𝜆max =
TH − TC energia por calor com os mesmos
reservatórios térmicos (quente e frio).
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Limitação dos Ciclos Motores - Teoremas de Carnot

Eficiência das Máquinas Motoras e Geradoras


Máquina Térmica
Motora
𝑻𝑯 − 𝑻𝑪
𝜼𝒎𝒂𝒙 =
𝑻𝑯
Máquina Térmica
Geradora -
Refrigerador
TC
𝛽max =
TH − TC
MTG - Bomba
Limites e regiões de desempenho de Calor
T𝑯
térmico 𝝀max =
TH − TC
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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO

Exercício 25: Calcular o rendimento térmico de um motor


de Carnot que opera entre 500 (°C) e 40 (°C).

Exercício 26: Calcular o coeficiente de eficácia - l (ou


coeficiente de desempenho ou COP) de uma bomba de
calor de Carnot que opera entre 0 (°C) e 45 (°C).
Exercício 27: Propõe-se aquecer uma residência durante o
inverno usando uma bomba de calor. A residência deve
ser mantida a 20 (°C). Estima-se que quando a
temperatura do meio externo cai para - 10 (°C), a taxa
de perda de calor da residência seja de 25 (kW).
Determinar a mínima potência necessária para acionar
essa unidade de bomba de calor?
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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO

Exercício 28: Propõe-se aquecer uma residência durante o


inverno usando uma bomba de calor. A residência deve
ser mantida a 20 (°C). Estima-se que quando a
temperatura do meio externo cai para - 10 (°C), a taxa
de perda de calor da residência seja de 25 (kW).
Determinar a mínima potência necessária para acionar
essa unidade de bomba de calor?

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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO
Exercício 29: Um ciclo ideal de compressão de vapor se
comunica termicamente com uma região fria a 0 (°C) e
com uma região quente a 26 (°C). Esse ciclo tem como
fluido de trabalho o refrigerante R – 134a. O vapor
saturado entra no compressor a 0 (°C) e o liquido
saturado deixa o condensador a 26 (°C). A vazão
mássica do refrigerante é de 0,08 (kg/s). Determine o
que se pede e comente os resultados:
a) A potência do compressor, em (kW);
b) A capacidade frigorífica, em (TR);
c) O coeficiente de desempenho e
d) O coeficiente de desempenho de um ciclo de
refrigeração de Carnot, que opere entre as regiões
quente e fria a 26 (°C) e 0 (°C), respectivamente.
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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO
Exercício 29: Esquema de dados e gráfico:

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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO

Exercício 30: A estrutura de um a casa é de tal forma que


ela perde calor a uma taxa de 5.400 (kJ/h . °C) de
diferença entre o ambiente interno e externo. Um a
bomba de calor que necessita de um a potência mínima
de 6 (kW) é usada para manter essa casa a 21 (°C).
Determinar a temperatura externa mais baixa com a
qual a bomba de calor poderá atender às necessidades
dessa casa e comentar o resultado.

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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO

Exercício 31: Um a bomba de calor de Carnot deve ser


usada para aquecer uma casa e mantê-la a 20 (°C)
inverno. Em um dia com temperatura externa média
contínua de cerca de 2,0 (°C), calcula-se que a casa
perca calor a uma taxa de 82.000 (kJ/h). se a bomba de
calor consome 8,0 (kW) de potência quando em
funcionamento, determinar o que se pede e comentar os
resultados:
a) Quanto tempo a bomba de calor deverá funcionar
nesse dia.
b) O custo total de aquecimento, considerando um preço
médio de $0,085/kWh para a eletricidade.
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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO
Exercício 32: O compartimento de alimento de um refrigerador é
mantido a 4 (°C) por meio da remoção de calor a uma taxa de
360 (kJ/min). Se a energia necessária for fornecida ao
refrigerador a uma taxa de 2 (kW). Determinar o que se pede e
comentar os resultados:
a) O coeficiente de performance do refrigerador e
b) A taxa com a qual o calor é rejeitado na saída em que está
instalado o refrigerador.
Exercício 33: Uma bomba de calor é utilizada para atender às
necessidades de aquecimento de uma casa, mantendo-a a 20 (°C).
Nos das em que a temperatura externa cai para – 2 (°C), estima-se
uma perda de calor da casa a uma taxa de 80.000 (kJ/h).
Considerando que a bomba nessas condições tem um COP de 2,5.
Determinar o que se pede e comentar os resultados:
a) A potência consumida pela bomba de calor e
b) A taxa com que o calor é removido do ar frio externo.
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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO

Exercício 34: Sabendo que o rendimento de um Ciclo de


Carnot que trabalha com um fluído de 0 (°C) a 100 (°C) é
de 26,8 (%). Determinar qual o valor da temperatura
equivalente a 0 (°C), em Kelvin.

Exercício 35: Determinar o coeficiente de desempenho de


um eficácia, b (ou coeficiente de desempenho ou COP)
de um refrigerador de Carnot que opera entre 0 (°C) e
45 (°C).

Exercício 36: Determinar o coeficiente de eficácia, b (ou


coeficiente de desempenho ou COP) de uma bomba de
calor de Carnot que opera entre - 15 (°C) e 30 (°C).

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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO
Exercício 37: Um ciclo ideal de refrigeração por compressão de
vapor que utiliza refrigerante R-134a como fluido de trabalho
mantém um condensador a 1.000 (kPa) e o evaporador a 4 (°C).
Determinar o COP desse sistema e a potência necessária para
atender uma carga de resfriamento de 400 kW e comentar os
resultados.
Exercício 38: O fluido de trabalho de um ciclo de refrigeração de
Carnot é o refrigerante R-134ª. A temperatura do evaporador
é de 5 (°C). Vapor saturado entra no condensador a 55 (°C) e
líquido saturado as a 55 (°C). A vazão mássica no circuito é de
5 (kg/min). Determinar o que se pede e comentar os
resultados:
a) A Taxa de transferência de calor no refrigerante passando
pelo evaporador;
b) A potência líquida de entrada do ciclo; e
c) O COP.
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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO
Exercício 39: Considere uma bomba de calor ideal onde a
temperatura do condensador e no evaporador são
respectivamente, iguais a 50 (°C) e 0 (°C). Determinar o
coeficiente de eficácia dessa bomba de calor para os
seguintes fluidos: R-12, R-22 e amônia. e comentar os
resultados.
Exercício 40: Um refrigerador utiliza refrigerante R-134a como
fluido de trabalho e opera no ciclo de refrigeração por
compressão de vapor. As pressões do evaporador e do
condensador são 200 (kPa) e 1.400 (kPa), respectivamente. A
eficiência isentrópica do compressor é de 88 (%). O
refrigerante entra no compressor a uma taxa de 0,025 (kg/s)
superaquecido em 10,1 (°C) e sai do condensador sub
resfriado a 4,4 (°C). Determinar, a taxa de resfriamento
fornecida através do evaporador, a potência fornecida e o
COP e comentar os resultados.
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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO

Exercício 41: De quanto trabalho um refrigerador ideal de


Carnot precisa para remover 1,0 (J) de energia de hélio
líquido a 4,0 (K) e expelir essa energia para um local à
temperatura ambiente (293 K)?
Exercício 42: Quando uma barra de alumínio que está
conectada entre um reservatório quente a 725 (K) e outro
frio a 310 (K), 2,50 (kJ) de energia são transferidas por
calor do reservatório quente para o frio. Nesse processo
irreversível, calcular a variação da entropia:
a) do reservatório quente;
b) do reservatório frio e
c) do Universo, desprezando qualquer variação da entropia da
barra de alumínio.

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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO

Exercício 43: Uma bomba de calor tem coeficiente de


desempenho de 3,80 e opera com potência de consumo de
7,03 × 103 (W). Determinar:
a) Qual a quantidade de energia que ela supre para uma
residência durante 8,00 (h) de operação contínua?
b) Qual a quantidade de energia que ela extrai do ar
externo?

Exercício 44: Um refrigerador tem coeficiente de desempenho


igual a 5,0 e recebe 120 (J) de energia de um reservatório
frio em cada ciclo. Nestas condições determinar:
a) O trabalho necessário em cada ciclo e
b) A energia expelida para o reservatório quente.

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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO
Exercício 45: Um refrigerador tem coeficiente de
desempenho de 3,0. O compartimento da bandeja de gelo
está a −20,0 (°C), e a temperatura ambiente a 22,0 (°C). O
refrigerador pode converter 30,0 (g) de água a 22,0 (°C) em
30,0 (g) de gelo a − 20,0 (°C) por minuto. Quanto é a energia
de entrada necessária? Dê sua resposta em watts.
Exercício 46: Qual é o coeficiente de desempenho de um
refrigerador que opera com eficiência de Carnot entre
temperaturas − 3,0 (°C) e + 27,0 (°C)?
Exercício 47: Qual é o coeficiente de desempenho máximo
possível de uma bomba de calor que traz energia de fora de
uma casa a − 3,0 (°C) para uma casa a 22,0 (°C)? Observação:
o trabalho realizado para fazer a bomba de calor funcionar
também está disponível para aquecer a casa.
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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO
Exercício 48: Uma bomba térmica é usada para aquecer um
edifício. Do lado de fora a temperatura é de − 5 (°C) e dentro
do edifício deve ser mantida a 22 (°C). O coeficiente de
performance é 3,8 e a bomba injeta 1,8 (Mcal) de calor no
edifício por hora. A que taxa deve-se realizar trabalho para
manter a bomba operando?
Exercício 49: Em um ciclo de Carnot, a expansão isotérmica de
um gás ideal acontece a 400 (K) e a compressão isotérmica a
300 (K). Durante a expansão, 500 (cal) de calor são
transferidas pelo gás. Determinar:
a) O trabalho realizado pelo gás durante a expansão térmica;
b) O calor rejeitado pelo gás durante a compressão
isotérmica e
(c) O trabalho realizado pelo gás durante a compressão
isotérmica.
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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO

Exercício 50: Para fazer gelo, um freezer extrai 42 (kcal) de


calor de um reservatório a − 12 (°C) em cada ciclo. O
coeficiente de performance do freezer é 5,7. A temperatura
do ambiente é 26 (°C). Determinar:
a) Quanto calor, por ciclo, é rejeitado para o ambiente?
b) Qual a quantidade de trabalho por ciclo necessária para
manter o freezer em funcionamento?
Exercício 51: Uma bomba de calor deve ser usada para aquecer
uma casa durante o inverno. A casa deve ser mantida a 21 (°C)
o tempo todo. Supõe- se que a casa esteja perdendo calor a
uma taxa de 135.000 (kJ/h) quando a temperatura externa
cai para – 5 (°C). Determinar a potência mínima necessária
para operar essa bomba de calor.

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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO
Exercício 52: Uma máquina de Carnot funciona entre duas
fontes de calor. Sabe -se que, funcionando como um motor
térmico ela fornece uma potência de 3600 (Btu/h),
funcionando como refrigerador ela tem um COP de 2,
funcionando como uma bomba de calor tem um COP de 3.
Sendo QH o calor fornecido pela fonte quente ao motor de
Carnot e QC o calor rejeitado pelo mesmo a fonte fria.
Determinar de forma literal a condição que torna possível ao
dispositivo operar segundo as condições descritas.
Exercício 53: Um refrigerador de Carnot opera em uma sala
cuja temperatura é de 25 (°C). O refrigerador consome
500 (W) de potência quando em operação e tem um
coeficiente de 4,5. Determinar:
a) A taxa de remoção de calor do espaço refrigerado, em
(kJ/min).
b) A temperatura do espaço refrigerado.
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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO

Exercício 54: A estrutura de um a casa é de tal forma


que ela perde calor a uma taxa de 5.400 (kJ/h por
°C) de diferença entre o ambiente interno e externo.
Um a bomba de calor que necessita de um a potência
de 6 (kW) é usada para manter essa casa a 21 (°C).
Determinar a temperatura externa mais baixa com a
qual a bomba de calor poderá atender às
necessidades dessa casa e comentar o resultado.

Prof. Cruz dos Santos, Dr. Eng. 09/11/2021 135


EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO

Exercício 55: Um a bomba de calor de Carnot deve ser


usada para aquecer uma casa e mantê-la a 20 (°C)
inverno. Em um dia com temperatura externa média
contínua de cerca de 2,0 (°C), calcula-se que a casa
perca calor a uma taxa de 82.000 (kJ/h). se a bomba de
calor consome 8,0 (kW) de potência quando em
funcionamento, determinar o que se pede e comentar os
resultados:
a) Quanto tempo a bomba de calor deverá funcionar
nesse dia.
b) O custo total de aquecimento, considerando um preço
médio de $0,085/kWh para a eletricidade.
Prof. Cruz dos Santos, Dr. Eng. 09/11/2021 136
EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO
Exercício 56: Considere um ciclo de refrigeração operando
entre os limites de pressão de 0,8 e 0,14 (MPa). Cada
estágio opera segundo um ciclo de refrigeração por
compressão ideal com R134a como fluído de trabalho. A
rejeição de calor do ciclo inferior ocorre em um trocador
de calor contracorrente em que ambas as correntes
entram a 0,32 (MPa) (na prática o fluído do ciclo inferior
entra no trocador de calor a uma pressão e temperatura
maiores para uma efetiva transferência de calor). Se a
vazão mássica no ciclo superior é de 0,125 (kg/s),
determinar o que se pede e comentar o resultado:
a) a vazão mássica no ciclo inferior;
b) a taxa de transferência de calor do espaço refrigerado
e a potência fornecida aos compressores e
c) O coeficiente de desempenho do ciclo em cascata.
Prof. Cruz dos Santos, Dr. Eng. 09/11/2021 137
EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO
Exercício 57: Considere um ciclo de refrigeração operando entre
os limites de pressão de 0,8 e 0,16 (MPa). O fluído
refrigerante R134a deixa o condensador como líquido
saturado, passa pela válvula e entra na câmara a 0,34 (MPa).
Parte evapora durante o processo e esse vapor é misturado
com o refrigerante que deixa o compressor de baixa
pressão. A mistura é comprimida no compressor de alta. O
líquido da câmara passa por uma válvula e entra no
evaporador, deixando-o como vapor saturado. Determinar o
que se pede e comentar os resultados:
a) A fração de refrigerante que evapora na câmara;
b) O calor removido do espaço refrigerado e o trabalho
fornecido aos compressores por unidade de massa e
c) O coeficiente de desempenho do ciclo.
Prof. Cruz dos Santos, Dr. Eng. 09/11/2021 138
REVISÃO
Assuntos das Aulas
 Grandezas de Estado;
 Equações de Estado.
 Psicrometria;
 Parâmetros Psicrométricos;
 Carta Psicrométrica.
 Ciclos Geradores;
 Ciclo de Refrigeração por Compressão de Vapor;
 Balanço de Energia;
 Refrigerador e Bomba de Calor;
 Exercícios de Aplicação;
 Revisão.
Prof. Cruz dos Santos, Dr. Eng. 09/11/2021 139
AGRADECIMENTO

MUITO OBRIGADO!

Prof. Cruz dos Santos, Dr. Eng. 09/11/2021 140

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