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ESTUDO COMPARATIVO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ENTRE UMA

MISTURA DE HIDROCARBONETOS (50 % DE PROPANO E 50 % DE


ISOBUTANO) EM RELAÇÃO AO FLUÍDO R-410A

Domingos Sávio Tavares Mendes Junior, savioxcape@hotmail.com1


Eraldo Cruz dos Santos, eraldocs@ufpa.br1
Caio Luiz de Carvalho Macedo, caio.macedo07@hotmail.com1
Carlisson Arnaud de Azevedo, carlisson.azevedo@gmail.com1
Mauro Rafael Rodrigues Paixão, mauro.paixão@itec.ufpa.br1
1Universidade Federal do Pará, R. Augusto Corrêa, 01 - Guamá, Belém - PA, 66075-110,

Resumo: Nas últimas décadas, o tema sustentabilidade tornou-se pauta frequente de discussão por diferentes setores
da sociedade devido às descobertas científicas acerca da relação humano e meio ambiente. O fluido refrigerante R-
410a, terá sua produção mundial descontinuada a partir de 2024, necessitando de um fluido substituto, que atenda aos
critérios de menor impacto ambiental, melhor eficiência energética, que seja seguro para operação residencial e que
tenha a melhor relação custo-benefício. Diante disso, este trabalho possui como finalidade estudar a eficiência
energética e a relação custo-benefício da aplicação da mistura de hidrocarbonetos com 50 % de propano (R-290) e 50
% de isobutano (R-600a), em aparelhos condicionadores de ar do tipo Split inverter, em detrimento ao fluído
refrigerante R-410a, que é um hidroclorofluorcarnoneto – HCFC. O estudo foi feito por meio de ensaios realizados em
uma bancada de teste didática em ar condicionado com sistema inverter quente e frio, localizada no Laboratório de
Climatização e de Conforto Térmico – ClimatConT, da Faculdade de Engenharia Mecânica – FEM, da Universidade
Federal do Pará - UFPA. Neste circuito, foi injetado primeiramente o refrigerante R-410a, em um aparelho de ar
condicionado de 9.000 btu/h, e assim, foram obtidos os dados termodinâmicos apresentados em determinados pontos
do sistema, ao longo do ensaio em um intervalo de tempo de 10 em 10 minutos, por um período de 4 horas
ininterruptas. O mesmo método foi feito ao injetar a mistura de hidrocarbonetos na bancada. Após a obtenção dos
dados de ambos os fluidos, tirou-se a média de cada um deles, e por meio do programa REFPROP, encontrou-se as
entalpias dos respectivos refrigerantes, conseguindo calcular posteriormente o coeficiente de performance ideal e real
de cada mistura. A partir dessa etapa, foi feita a comparação entre eles, averiguando a eficiência energética, o
consumo de energia elétrica com a aplicação de um dos gases e o custo-benefício, por meio do valor presente líquido
– VPL, da utilização da mistura de hidrocarbonetos. O que se esperava era determinar, a partir dos parâmetros de
ensaio, a melhor mistura para ar condicionados residenciais, dentro dos parâmetros de segurança internacionalmente
utilizados. Assim sendo, percebeu-se que a mistura de 50 % de R-600a e 50% de R-290, é a melhor escolha como
fluido refrigerante para um aparelho de ar-condicionado tipo Split de 9000 btu/h. Com o término do estudo, esta
pesquisa se mostrou uma contribuição a mais à tendência de utilizar gases naturais em detrimento de gases sintéticos.
Palavras-chave: hidrocarbonetos, climatização, fluidos refrigerantes, eficiência energética, segurança.

1. INTRODUÇÃO

O tema “meio ambiente” é um assunto que está em pauta nas últimas décadas, principalmente quando se trata dos
problemas causados por sua alteração. É comum que seja percebido que a cada ano a sensação térmica média é maior,
provocando a necessidade da utilização de aparelhos de climatização como resfriadores, umidificadores de ar e
condicionadores de ar, em residências e em espaços de trabalho.
Nas décadas de 70-80, eram comuns à utilização do fluido refrigerante do tipo Clorofluorcarbono – (CFC) como
exemplo tem-se o CFC-12 (comumente conhecido como Freon-12 ou R-12) nos resfriadores. No entanto, no decorrer
dos “anos 80”, pesquisas confirmaram a nocividade deste fluido, em relação à camada de ozônio. O qual a sua
deterioração ocasionou mudanças climáticas, que elevaram a temperatura média no planeta. Com base neste aspecto,
medidas começaram a ser discutidas e postas em prática por diversos países, como foi o caso do Protocolo de Montreal
(1986), que determinou a redução do uso de substâncias nocivas à camada de ozônio, como é o caso dos fluidos CFCs.
Nesse panorama, evidencia-se a importância da escolha do gás ou fluido refrigerante adequado para a operação no
sistema de climatização. Sendo notória, a relevância dos sistemas de climatização nos setores comerciais, industriais e
residenciais. Por essa razão, os investimentos em novas tecnologias que possam aumentar a eficiência energética,
Mendes Junior, D. S. T.; SANTOS, Eraldo C.; MACEDO, Caio L. C.; AZEVEDO, Carlisson R. e PAIXÃO, Mauro R. R.
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diminuindo o custo de operação, além de se evitar o emprego de gases refrigerantes nocivos à camada de ozônio e aos
seres humanos, é um aspecto relevante neste cenário.
Segundo Santos et. al., (2020) a emenda de Kigali de 2016 que é uma emenda do Protocolo de Montreal que trata
dos efeitos do uso de fluidos refrigerantes à camada de Ozônio. Nesta emenda ficou determinada a descontinuidade ou
congelamento da produção de do fluido refrigerante R-410a, em 2024. Este é o fluido refrigerante mais utilizado,
atualmente nos sistemas de climatização residencial, comercial e industrial, sendo assim, torna-se necessário que outros
tipos de fluidos refrigerantes ou de misturas possam substituir os hidroclorofluorcarbonetos – HCFC nos próximos
anos.
Tendo em vista o cenário apresentado, neste estudo optou-se em fazer uma pesquisa na qual se buscou avaliar o
comportamento, a eficiência energética, a segurança e a relação custo benefício de uma mistura de fluidos
hidrocarbonetos compostos por 50 % de fluido R-600a e 50 % de R-290, comparando-a com o refrigerante R-410a na
operação em um aparelho de ar condicionado do tipo Split.
Nos tópicos seguintes serão apresentados os resultados dos testes após o levantamento de dados por meio de ensaios
na bancada de testes do Laboratório de Climatização e de Conforto Térmico – ClimatConT, da UFPA, da simulação
computacional e do modelamento matemático, onde se buscou determinar a viabilidade energética do emprego desta
mistura de gases em aparelhos de ar condicionado residenciais, assim como o custo benefício do mesmo.

2. CONTEXTUALIZANDO

Os gases ou fluidos refrigerantes são os principais meios responsáveis pela troca de calor no sistema de
climatização. Possuindo um excelente fator endotérmico, estas substâncias atuam como um arrefecedor do sistema,
diminuindo desta forma a temperatura do ar ambiente quando este entra em contato com a serpentina do evaporador, o
qual, posteriormente, é ventilado a uma baixa temperatura para o ambiente em que se quer climatizar.
Atualmente, deseja-se encontrar fluidos refrigerantes que atuem de maneira eficiente no sistema de climatização,
mas que não agridam o meio ambiente, em especial a camada de ozônio. Os primeiros gases utilizados para estas
operações de climatização afetavam nocivamente a camada de ozônio, degradando-a, e, consequentemente,
contribuindo para a elevação da temperatura média da Terra, como resposta ao “efeito estufa”. No entanto, com o
conhecimento atual sobre a importância da coexistência entre o ecossistema e a sobrevivência da raça humana, buscou-
se eliminar a utilização dessas substâncias danosas.
Os fluidos naturais são compostos normalmente à base de hidrocarbonetos, amônia e dióxido de carbono entre
outros. Os sintéticos são na maior parte compostos a base de CFCs e HCFCs, e as misturas são em sua maioria
compostas por hidrofluorcarbonos – HFC.
Nos itens seguintes serão descritas algumas características gerais dos fluidos refrigerantes mais usados nos sistemas
de climatização:

2.1. Refrigerante R-22

Segundo Santos, et. al., (2020), estes fluidos são a segunda geração dos gases florados, representando uma evolução
dos clorofluorcarbono – CFC, que eram extremamente danosos à camada de ozônio. No R-22 alguns átomos de cloro
foram substituídos por hidrogênio, tornando-os Hidroclorofluorcarbonetos – HCFC. Eles apresentam valores medianos
de ODP (0,055) e valores de GWP medianos e altos (1810), ou seja, são um pouco menos prejudiciais ao meio ambiente
que os seus antecessores CFC.

2.2. Refrigerante R-410a

O refrigerante R-410a é uma mistura de gases refrigerantes HFC quase azeotrópica desenvolvida como substituto
com grau zero de potencial de destruição da camada de ozônio – ODP e com potencial de aquecimento global de 2090.
Ele é o substituto natural para o R-22 em novos equipamentos de climatização. Temperaturas de evaporação positivas
(Santos, et. al., 2020 apud GREE, 2021).

2.3. Refrigerante R-290

O refrigerante R-290 (propano) é um hidrocarboneto HC incolor e inodoro, utilizado como substituto de R-22 em
aplicações com temperatura alta, média e baixa. Considerado um refrigerante natural, pode ser utilizado puro ou
misturado com outros HFC, em substituição de outros clorofluorcarbonetos (TAZZETTI, 2021).
Além disso, pode ser utilizado para instalações de novos equipamentos e como substituto de outros refrigerantes em
equipamentos diferentes.
Segundo Santos, et. al., (2020), a classificação de segurança da ASHRAE do R-290 é A3, ou seja, este produto
apresenta alta inflamabilidade com alta toxicidade, sendo que, segundo a norma da IEC 60.335-2-40 a utilização segura
deste fluido refrigerante em equipamentos de ar condicionado deve ter a sua concentração, em um ambiente, medida
pelo Limite de Inferior de Inflamabilidade – LII, cuja densidade de inflamabilidade deve ficar abaixo de 1,2 kg/m3.
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2.4. Refrigerante R-600a

O refrigerante R-600a (isobutano) é um hidrocarboneto HC incolor e inodoro, pode ser utilizado como substituto de
R-12 e R-134a em aplicações com temperatura alta, média e baixa. Considerado um refrigerante natural, pode ser
utilizado puro ou misturado com outros HFC, em substituição de outros clorofluorcarbonetos. Ademais, pode ser
utilizado para instalações de novos equipamentos e para instalações a serem convertidas (TAZZETTI, 2021).
Contudo, devido à alta capacidade de solubilidade em lubrificantes, se não usado corretamente pode danificar o
compressor do equipamento, o que comumente acontece. Além disso, o isobutano também apresenta características de
inflamabilidade e toxicidade altas e exige maior segurança nos equipamentos nos quais opera (MONTEIRO, 2020).
O R-600a também é um refrigerante com classificação de segurança A3, com os mesmos requisitos de segurança
indicados pela IEC 60.335-2-40, Santos, et. al., (2020).

2.5. Misturas de Refrigerantes (BLENDS)

São fluídos provenientes da mistura de outros fluídos refrigerantes, como no caso do R-410a que é uma mistura dos
gases R-32 (50 %) e R-125 (50 %) (FRIGOCENTER, 2021).
A ideia de se utilizar um fluido refrigerante blends, é combinar certas características desejáveis de gases puros em
uma única mistura de fluidos refrigerantes. Sendo que o seu comportamento poderá ser azeotrópico ou não azeotrópico
(BLOGDOFRIO, 2021).
Este tipo de fluido tem ganhado destaque, por conta do phase-out dos refrigerantes halogenados puros. Observando
que a quantidade de fluidos puros que possuem as propriedades adequadas para substituir os halogenados é limitada,
optou-se pelo uso da mistura de refrigerantes, os quais possam proporcionar o ajuste de propriedades, adequando as
mais desejáveis (ALMEIDA, 2010).

2.6. Coeficiente de Performance – COP

O coeficiente de performance – COP do ciclo de climatização pode ser entendido como sendo, o quanto o sistema de
climatização pode ser eficiente na remoção da carga térmica de um ambiente.
O COP pode ser obtido pela relação entre a capacidade de refrigeração – 𝑄̇0 , ou seja, a quantidade de calor que é
possível se retirar do ambiente a ser climatizado, pela potência necessária para o compressor – 𝑊̇𝐶𝑃 ou trabalho do
ciclo, que se deve fornecer ao sistema de climatização, para remoção da mesma quantidade de calor. Logo, ele pode ser
expresso pela Eq. (1):

𝑄0̇ 𝑚̇𝑓 ∙ (ℎ1 − ℎ4 )


𝐶𝑂𝑃 = = (1)
Ẇ𝑐 𝑚̇𝑓 ∙ (ℎ2 − ℎ1 )

Como a vazão mássica de fluxo de refrigerante no sistema – 𝑚̇𝑓 é constante em todo o ciclo, a vazão mássica pode
ser eliminada da equação. Logo, o COP do ciclo pode ser expresso pela Eq. (2):

(ℎ1 − ℎ4 )
𝐶𝑂𝑃 = (2)
(ℎ2 − ℎ1 )

Sendo que, h1 = entalpia específica na entrada do compressor (linha ou tubulação de sucção), em kJ/kg; h2 = entalpia
específica na saída do compressor (linha de descarga), em kJ/kg e h4 = entalpia específica na entrada do evaporador
(linha de vapor úmido), em kJ/kg;

2.7. REFPROP

O REFPROP é um software que se baseia em fluidos puros precisos e modelos de mistura atualmente disponíveis.
Ele implementa alguns modelos matemáticos para as propriedades termodinâmicas de fluidos puros (SOFTWARE,
2021). A equação de estado explícito em energia de Helmholtz é um exemplo destas equações. Ela equivale ao
potencial termodinâmico que é definido como a energia interna do sistema menos o produto da temperatura vezes a
entropia do sistema (THERMAL-ENGINEERING, 2021).
A mistura de cálculos emprega um modelo que aplica regras de mistura para a energia de Helmholtz dos
componentes de mistura; usando uma função de partida para explicar a saída da mistura ideal. Viscosidade e
condutividade térmica são modeladas tanto com correlações de líquido específico, um método de ECS, ou em alguns
casos, o método da teoria de atrito. Os modelos de propriedade também podem ser acessados por outros aplicativos
(como planilhas) através do uso de uma biblioteca de vínculo dinâmico (BVD) (SOFTWARE, 2021).
Como este software disponibiliza uma variada gama de equações e funções especializadas, propícias para a solução
de problemas em termodinâmicas e em transferência de calor e massa, ele se apresenta sendo uma excelente ferramenta
de engenharia aos engenheiros que atuam nesta área.
Mendes Junior, D. S. T.; SANTOS, Eraldo C.; MACEDO, Caio L. C.; AZEVEDO, Carlisson R. e PAIXÃO, Mauro R. R.
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3. MATERIAIS E MÉTODOS

Para a obtenção de dados experimentais sobre o COP dos fluidos refrigerantes e suas potências, optou-se pela
utilização do espaço do ClimatConT, da UFPA. No entanto, a carga térmica deste espaço foi desconsiderada, pois o
ambiente foi condicionado à temperatura de 25 °C, para pressão de 101,325 kPa e o único meio observado foi a bancada
de testes como um sistema.
Na bancada de testes, foram aplicados sequencialmente os fluidos refrigerantes HFC R-410a e a mistura dos
hidrocarbonetos R-600a e R-290 para a realização da análise do desempenho do aparelho de ar-condicionado com os
fluídos, conforme mostrado na Fig. 1, que mostra a bancada de testes do ClimatConT:

(a) (b)
Figura 1. Bancada de testes do ClimatConT da UFPA: (a) componentes da bancada de testes e (b) verificação de
estanqueidade do conjunto selado com o uso de nitrogênio e de uma bomba de vácuo.

Para iniciar o experimento, primeiramente foi observado se o sistema estava selado (fechado), mostrado na Figura 1.
Visto que ele estava nesta condição, o manômetro foi conectado com a garrafa de nitrogênio (Figura 1) para pressurizar
o sistema, com o auxílio de uma bomba de vácuo.
Depois desta etapa, foi feita a “quebra de vácuo”, que significa que o sistema foi repressurizado com nitrogênio,
para retirar possíveis resquícios de umidade que possam ter permanecido. Sendo em seguida, refeito o vácuo.
Após a constatação que o sistema está realmente “selado” e sem nenhum resquício de umidade. Foi realizada a
aplicação do fluido refrigerante R-410a, o qual inicialmente se utilizou a quantidade de 650 g, como é orientado pelo
fabricante.
No entanto, verificou-se que sob esta quantidade de gás, o sistema não conseguia operar em seu estado ideal, sendo
a sua pressão inferior à sua pressão de saturação. Com a ajuda de uma balança eletrônica, foi feito o aumento da massa
aplicada de fluido refrigerante ao sistema, que culminou numa aplicação total de 860 g de R-410a na bancada.
Ao chegar neste momento, pode ser feita a instalação dos sensores do termômetro de 5 pontas na bancada de teste. A
disposição dos sensores seguiu a seguinte ordem:
Sensor 1: Temperatura de saída do evaporador;
Sensor 2: Temperatura de retorno do ar;
Sensor 3: Temperatura de sucção (entre o evaporador e o compressor) (T 1, h1);
Sensor 4: Temperatura entre o condensador e a válvula de expansão (T 3, h3);
Sensor 5: Temperatura de descarga (entre o compressor e o condensador) (T2, h2).

Por fim, após o preparo do sistema para o ensaio, realizou-se a sua análise. A aquisição de dados durante a sua
operação, foi feita com base nos valores apresentados, de 10 em 10 minutos em um período total de 4 horas, nos cinco
sensores do termômetro, nos manômetros do vaso de sucção e de descarga, respectivamente, e no relógio medidor da
corrente elétrica da bancada.
Com a bancada de teste pronta para a medição, ensaiando com uma temperatura de operação para 18 °C, todos os
dados observados no ensaio foram registrados em gráficos os quais estão localizados na parte dos resultados.
Ao termino desse primeiro ensaio realizado com o fluido R-410a, iniciou-se o processo de recolhimento do fluido
refrigerante, haja vista que, é ilegal o seu descarte no meio ambiente. O método utilizado para o seu recolhimento do
fluido refrigerante, consiste nas seguintes etapas:
● Preparação da recolhedora de gases;
● Preparação da balança e a garrafa;
● Conectar o manômetro ao lado de baixa do simulador;
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● Conectar o manômetro na recolhedora;


● Conectar a recolhedora na garrafa de armazenamento;
● Acompanhar o aumento de massa na garrafa de armazenamento pela balança.
Depois do processo de retirar o gás do sistema de teste, foi refeito o procedimento de aplicação de fluido na
bancada, no entanto esta nova aplicação foi realizada para a mistura (50 % de R-610a e 50 % de R-290).
Se tratando de uma blend sobre as proporções de 50 – 50 % houve a necessidade de se encontrar a quantidade de
massa dos refrigerantes para que o sistema operasse com base no valor da pressão de saturação da mistura, segundo o
software REFPROP, na Tab.1 são apresentados os valores:

Tabela 1. Pressão de saturação da mistura (REFPROP).


Temperatura Pressão
°C K kPa psi
0 273,15 254,01 36,8410
5 278,15 300,17 43,5359
10 283,15 352,41 51,1127

Com base na faixa de temperaturas de 0 a 10 °C, que equivalem à temperatura ideal para o funcionamento do
sistema, e nas pressões de saturação respectivas para elas, foi feita a aplicação dos gases R-600a e R-290.
Sabendo-se qual faixa de pressão se deveria trabalhar, buscou-se inserir no sistema, uma quantidade destes
refrigerantes que durante o ensaio na bancada, operassem dentro desse intervalo.
A quantidade total em massa aplicada de R-600a e R-290 foram cada uma de 400 g. Sendo assim, a massa total da
mistura injetada na bancada de testes foi de 800 g.
Contudo, é importante ressaltar que para atender os requisitos de segurança no uso de fluidos hidrocarbonetos, a
massa total de fluido refrigerante em blend colocado no aparelho de ar condicionado encontra-se abaixo do valor
recomendado norma da IEC 60.335-2-40.
O ensaio executado com esse blend foi o mesmo realizado com o R-410a. E no término deste experimento, foi feito
o mesmo processo de recolhimento de fluido, armazenando a mistura em um único recipiente.
Após o levantamento de dados durante os ensaios na bancada, foi feita a média das temperaturas obtidas pelos
sensores do termômetro de cinco pontas e aplicadas ao software REFPROP, para que este fizesse os cálculos e
fornecesse como resultado as entalpias do sistema.
Ao conhecer as entalpias, utilizando-se da Eq. (1), que corresponde ao COP ideal e real.

4. RESULTADOS

4.1. Eficiência Energética

Com os dados obtidos por meio da metodologia explanada anteriormente, foi possível criar gráficos como os
apresentados nas figuras a seguir.
Como o primeiro refrigerante a ser analisado foi o R-410a, pode-se perceber na Fig. 2 o seu desempenho obtido
pelos sensores do termômetro e os manômetros. Nessa Figura as medições correspondem a um intervalo de 10 em 10
minutos.

Figura 2. Comportamento térmico do R-410a, averiguado pelo termômetro de cinco pontas.


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É interessante constar que as temperaturas registradas com o termômetro de cinco pontas, na Fig. 2, seguem um
padrão relativamente constante entre os seus valores, demonstrando que durante o experimento, houve uma estabilidade
tanto no ambiente onde se encontrava a bancada, como no funcionamento do aparelho com o refrigerante R-410a.
Em relação à mistura de refrigerantes (50 % de R-600a e 50 % de R-290), a Fig. 3 mostra o seu desempenho durante
o ensaio. A metodologia utilizada neste experimento foi a mesma que foi utilizada no R-410a, repetindo inclusive o
horário em que foi ligada a bancada e o momento em que se começou a análise.

Figura 3. Comportamento térmico da mistura, averiguado pelo termômetro de cinco pontas.

A Figura 3 mostra que os valores averiguados possuem certa constância, como foi observado nos dados
apresentados pela Fig. 2. No entanto, ao analisar o comportamento da mistura de hidrocarbonetos, é possível perceber
que as temperaturas registradas, pelos sensores em certas partes do sistema, possuem um comportamento anormal. Em
outras palavras, nos sensores 1, 2 e 5 as temperaturas registradas estão acima do natural de funcionamento daquelas
localidades, enquanto que a temperatura obtida pelo sensor 4, está abaixo do esperado para aquele ponto. Sendo cabível
considerar que as irregularidades no funcionamento do sistema foram ocasionadas por conta da mistura. Haja vista, que
o ambiente foi previamente condicionado como no teste anterior.
Com o registro do desempenho de ambos os fluidos, foi possível elaborar a Tab. 2, a qual apresenta as médias dos
valores obtidos durante os ensaios.

Tabela 2. Média dos dados levantados durante os ensaios.


Média R-410a Média da BLEND
Corrente - I (A) 3,391 1,881
Temperatura do sensor - S1 (°C) 8,937 15,867
Temperatura do sensor - S2 (°C) 25,929 25,133
Temperatura do sensor - S3 (°C) 7,079 16,312
Temperatura do sensor - S4 (°C) 30,695 24,187
Temperatura do sensor - S5 (°C) 34,645 40,279
Pressão de saturação na tubulação de sucção - pSS (kPa) 799,792 304,583
Pressão de saturação na tubulação de descarga - pSD (kPa) 1902,083 822,083
Temperatura de saturação na tubulação de sucção - TSS (°C) 2,167 - 19,292
Temperatura de saturação na tubulação de descarga - TSD (°C) 32 3,458

Na Tabela 2, foi possível notar que os valores obtidos pelo “Tss” e o “Tsd” na blend, foram significativamente
incomuns. A este fato, foram responsabilizados os manômetros da bancada de testes, haja vista que esses equipamentos
não eram adequados para fazer a medição da temperatura para a blend de hidrocarbonetos trabalhada. Sendo assim, tais
valores foram ignorados para o restante do estudo, dando ênfase aos dados obtidos pelo “termômetro de 5 pontas”.
Ao se ter conhecimento sobre eles e aplicando os dados encontrados pelos sensores ao software REFPROP, pode ser
feito o cálculo das entalpias, conforme mostrado na Tab. 3.

Tabela 3. Entalpias do R-410a encontradas pelo software REFPROP.


R-410a
S3 = h1 423,266 kJ/kg
S5 = h2 432,65 kJ/kg
S4 = h3 = h4 249,53 kJ/kg

Foram feitos cálculos para se achar o valor real dos COPs dos fluidos. Seguiu-se a seguinte metodologia, a onde foi
necessário primeiro encontrar a potência do equipamento, e em seguida a vazão mássica das misturas trabalhadas, para
assim, calculando a capacidade de refrigeração, se conseguir calcular o COP real dos gases refrigerantes.
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Com base nos dados obtidos após a observação do comportamento de corrente elétrica na bancada de teste durante
os experimentos com os gases em questão, como visto na Fig. 4, foi feito o cálculo da média dos respectivos fluidos.

Figura 4. Comportamento da corrente elétrica durante os ensaios.

Onde Ir – Representa a corrente elétrica durante o ensaio com o fluido R-410a e Im – Representa a corrente elétrica
durante o ensaio com a mistura de hidrocarbonetos.

A Tabela 4 mostra o valor encontrado para ambos.

Tabela 4. Média das correntes durante o ensaio na bancada de testes.


Média das Correntes (A)
I (R-410a) I (Mistura)
3,39125 1,88125

Sendo que, a potência do equipamento pode ser determinada por meio da Eq. (3):

𝑊̇𝐶𝑃 = 𝑈 ∗ 𝐼 (3)
Sendo que U = Tensão de trabalho (em Volts) e I = Corrente de trabalho (em Ampère).

Sabendo-se as especificações do equipamento na bancada, foi possível por meio da Equação (3), calcular a potência
do equipamento resultante da operação com os gases refrigerantes testados. Os resultados das respectivas potências
constam na Tab. 5:

Tabela 5. Potência de operação do equipamento com os diferentes fluídos.


Potência do Equipamento (kW)
R-410a Mistura (50% R-600a e 50% R-290)
0,746075 0,413875

A partir dessa etapa, usando os valores obtidos para a temperatura do sensor 5 e a pressão de descarga no sistema da
bancada de teste, foi encontrado a densidade de ambas as substâncias, por meio do programa REFPROP, como mostram
as Fig. 4 e 5:

Figura 4. Propriedades termodinâmicas de vapor superaquecido do R-410a.


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Figura 5. Propriedades termodinâmicas de vapor superaquecido da mistura de hidrocarbonetos.

Com base na informação que um aparelho Split com capacidade de 9000 btu/h possui uma vazão de ar por volta de
520 m³/h, segundo a (FRIGELAR, 2021), foi possível encontrar a vazão mássica dos fluidos, como mostra a Tab. 6. Em
seguida, por meio da divisão da capacidade de refrigeração pela Eq. (3) têm-se os seguintes valores representando o
COP real de ambos, como mostra a Tab. 7:

Tabela 6. Vazão mássica das substâncias.


Vazão Mássica (kg/s)
R-410a Mistura (50% R-600a e 50% R-290)
10,686 2,719

Tabela 7. Comparativo dos COPs reais das substâncias.


Coeficiente de Performance Real
R-410a Mistura (50% R-600a e 50% R-290)
2,4883 2,1539

5. CONCLUSÃO

A partir dos resultados encontrados, foi possível notar que os testes foram satisfatórios com a obtenção dos
coeficientes de performance para os fluídos trabalhados, os quais foram relativamente baixos. É plausível dizer que
estes valores se deram por conta que a bancada de testes utilizada possui um arranjo que é competente para fins
didáticos, no entanto, quando se trata da realização de experimentos, o seu desempenho é pequeno.
Uma das possíveis causas para esta baixa eficiência, pode estar relacionada ao superdimensionamento do sistema,
que apresenta uma quantidade significativa de válvulas e curvas, além de um prolongamento considerável dos tubos,
que interferem na performance dos fluidos analisados. Outro aspecto a ser mencionado, é o fato do sistema da Split
inverter da bancada, ser projetado para um funcionamento com a quantidade de 650 g do gás R-410a, sendo que durante
o primeiro ensaio foi visto a necessidade de se aumentar a sua quantidade de massa até um valor de 860 g. Este já foi
um indício, que o experimento na bancada de testes poderia mostrar certas irregularidades nos resultados.
Todos estes fatores geraram alterações nos ensaios, causando desta maneira um resultado menor do que o esperado
para os coeficientes de performance dos refrigerantes e do aparelho. Porém se for considerado apenas os valores obtidos
e seguindo-se os pontos para avaliar a seleção do fluido refrigerante que melhor atende às condições, vem:
− O impacto ambiental, segundo os valores do ODP e GWP;
− O valor do COP real.
Consegue-se ter uma noção melhor sobre qual fluido deve ser selecionado.
A Tabela 8 foi criada para ajudar a visualizar estes pontos referentes aos refrigerantes que estamos trabalhando.

Tabela 8. Características dos refrigerantes para a sua avaliação.


Critério de Avaliação da Substância
R-410a Mistura de hidrocarbonetos
Impacto ambiental ODP (0) & GWP (2090) ODP (0) & GWP (3)
COP real 2,4883 2,1539

Segundo a Tab. 8, é possível escolher a mistura (50% de R-600a e 50% de R-290) como o melhor fluido
refrigerante, haja vista que, apesar do coeficiente de performance real ser inferior ao do R-410a, o impacto ambiental
causado por ela é extremamente baixo. Sendo assim, conclui-se que apesar de certa margem de erro sobre o ensaio na
bancada de teste. O experimento em si, conseguiu alcançar o seu objetivo em analisar a eficiência térmica dos
refrigerantes R-410a e a mistura (50% de R-600a e 50% de R-290), proporcionando um estudo comparativo sobre as
características de ambos, e concluiu que existe viabilidade em se utilizar a esta mistura de hidrocarbonetos como uma
substituta para o fluido refrigerante R-410a.
XI Congresso Nacional de Engenharia Mecânica
07 a 11 de agosto de 2022, Teresina-Pi, Brasil

6. REFERÊNCIAS

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doméstico. (dissertação em engenharia mecânica) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. p 54 e 55, 2010.
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GREE. O Gás R410A E Sua Contribuição ao Meio Ambiente. Disponível em: <https://gree.com.br/2019/07/02/o-
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ÇENGEL, Y., BOLES, M. Thermodynamics: An engineering approach. McGraw-Hill Series. 2005. Third edition.

7. RESPONSABILIDADE AUTORAL

Os autores são os únicos responsáveis pelo conteúdo deste trabalho.


Mendes Junior, D. S. T.; SANTOS, Eraldo C.; MACEDO, Caio L. C.; AZEVEDO, Carlisson R. e PAIXÃO, Mauro R. R.
Estudo Comparativo de Eficiência Energética entre Misturas de Hidrocarbonetos em Relação ao Fluído Refrigerante R-410a

A COMPARATIVE STUDY OF ENERGY EFFICIENCY BETWEEN A


MIXTURE (50% PROPANE AND 50% ISOBUTANE) IN RELATION TO R-
410A FLUID
Domingos Sávio Tavares Mendes Junior, savioxcape@hotmail.com1
Eraldo Cruz dos Santos, eraldocs@ufpa.br1
Caio Luiz de Carvalho Macedo, caio.macedo07@hotmail.com1
Carlisson Arnaud de Azevedo, carlisson.azevedo@gmail.com1
Mauro Rafael Rodrigues Paixão, mauro.paixão@itec.ufpa.br1
1Universidade Federal do Pará, R. Augusto Corrêa, 01 - Guamá, Belém - PA, 66075-110,

Abstract. In recent decades, the topic of sustainability has become a frequent topic of discussion by different sectors of
society due to scientific discoveries about the relationship between humans and the environment. The R-410a
refrigerant fluid will have its worldwide production discontinued as of 2024, requiring a replacement fluid that meets
the criteria of lower environmental impact, better energy efficiency, is safe for residential operation and has the best
cost-effectiveness ratio. Therefore, this work aims to study the energy efficiency and cost-effectiveness of the
application of a mixture of hydrocarbons with 50% propane (R-290) and 50% isobutane (R-600a) in air conditioners,
Split inverter type, to the detriment of the R-410a refrigerant fluid, which is a hydrochlorofluorocarbon - HCFC. The
study was carried out through tests carried out on a didactic test bench in air conditioning with a hot and cold inverter
system, located in the Climatization and Thermal Comfort Laboratory - ClimatConT, of the Faculty of Mechanical
Engineering - FEM, of the Federal University of Pará - UFPA. In this circuit, the refrigerant R-410a was first injected
into a 9,000 btu/h air conditioner, and thus, the thermodynamic data presented at certain points in the system were
obtained during the test in a time interval of 10 in 10 minutes, for a period of 4 uninterrupted hours. The same method
was done when injecting the hydrocarbon mixture into the bench. After obtaining the data of both fluids, the average of
each one of them was taken, and through the REFPROP program, the enthalpies of the respective refrigerants were
found, being able to later calculate the ideal and real coefficient of performance of each mixture. From this stage, a
comparison was made between them, verifying the energy efficiency, the consumption of electric energy with the
application of one of the gases and the cost-benefit, through the net present value - NPV, of the use of the mixture of
hydrocarbons. What was expected was to determine, from the test parameters, the best mixture for residential air
conditioners, within the internationally used safety parameters. Therefore, it was realized that the mixture of 50% of R-
600a and 50% of R-290 is the best choice as a refrigerant fluid for a 9000 btu/h Split type air conditioner. With the end
of the study, this research proved to be an additional contribution to the tendency to use natural gases in detriment of
synthetic gases.
Keywords: hydrocarbons, air conditioning, refrigerants, energy efficiency, safety.

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