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CURSO BÁSICO

PARTE I

FUNDAMENTOS E COMPONENTES

TEORIA

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1) DEFINIÇÕES
Atualmente, um sistema qualquer de controle de condições ambientais deixou de ser artigo de
luxo e passa a ser fundamental para obtenção de conforto, conservação de alimentos e
operacionalização de processos.
Podemos trabalhar com duas definições de Ar Condicionado:
(a) segundo a A.B.N.T. (Associação Brasileira de Normas Técnicas): “é o processo pelo qual são
controlados, simultaneamente, pelo menos a temperatura, a umidade, a movimentação e pureza do ar
em recintos fechados, destinados à ocupação do Homem“.
(b) segundo a A.S.H.R.A.E. (American Society of Heating, Refrigerating and Air Conditioning
Engineers): “é o processo de tratamento de ar, visando o controle simultâneo da temperatura, da
umidade, da pureza e distribuição do ar, a fim de atender as necessidades do recinto condicionado”.
Portanto, o objetivo de um sistema de ar condicionado é de manter durante o ano todo nos
ambientes controlados a temperatura e umidade relativa necessários ao bem estar das pessoas, além
de garantir a limpeza (pureza) e velocidade do ar.
Aplicações típicas de sistemas de ar condicionado:
(a) Processos de manufatura que exigem condições de controle ambiental;
(b) Manuseio de produtos tóxicos / inflamáveis (explosivos etc.) e higroscópicos;
(c) Conforto em ambiente de trabalho para melhor produtividade;
(d) Indústrias químicas (controle das reações);
(e) Controle de eletricidade estática;
(f) Operações de usinagem com tolerâncias mínimas;
(g) Laboratórios especializados;
(h) Hospitais;
(i) Centros de processamento de dados;
(j) Veículos automotores (passageiros, máquinas agrícolas e de construção, industriais), aviões e navios
etc.
Para simplificar, as aplicações que envolvem somente o bem-estar das pessoas buscam o
conforto térmico, que segundo a ASHRAE “é aquele estado mental que expressa a satisfação com o
ambiente térmico”.
Esta sensação varia bastante de um indivíduo para o outro, em função de diferenças físicas e de
metabolismo, roupas, atividades desempenhadas e outros. Portanto, procura-se reproduzir condições
ambientais que satisfaçam a maioria. Os projetistas de sistemas de ar condicionado para climatização
de recintos destinados à ocupação do homem em condições confortáveis utilizam os seguintes
parâmetros:
Temperatura (bulbo seco): 20,0 a 24,0 Celsius.
Umidade relativa: 40,0 a 60,0 %.

2) CONDICIONAMENTO DO AR
Quando se deseja climatizar um recinto, devemos retirar (verão) ou fornecer calor (inverno) ao
ambiente. O método mais utilizado á a aplicação de aparelhos que introduzem ar tratado nos ambientes
beneficiados.
Para seleção destes aparelhos, deve-se prever a Carga Térmica (quantidade de calor que
deverá ser fornecida ou retirada do ambiente) para manutenção das características de conforto. Esta
quantidade de calor normalmente é medida em BTU/h ou Kcal/h.
A Carga Térmica é influenciada por uma série de fatores: radiação solar, quantidade de pessoas,
iluminação e equipamentos elétricos, ventilação e infiltração de ar, material utilizado na construção do
espaço refrigerado e isolamento etc. O tipo de utilização do recinto também influi na determinação da
carga.
As máquinas e aparelhos mais utilizados para tratar o ar trabalham de acordo com o ciclo
frigorífico de compressão de vapor.

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Neste ciclo frigorífico, temos um agente (refrigerante) responsável pelo transporte do calor de um
ambiente para outro: no Evaporador ele absorve o calor do ambiente e no Condensador ele devolve o
calor para o ambiente. O refrigerante age como transportador porque muda de estado físico dentro do
sistema, em condições desejadas de temperatura e pressão (R134a):
(a) No Evaporador entra em forma de spray e sai totalmente gasoso (baixa pressão e baixa
temperatura);
(b) No Condensador entra em forma gasosa e sai totalmente líquido (alta pressão e alta
temperatura).
O segredo do sistema é o refrigerante, que ora está bastante frio (dentro do evaporador) e ora
está bastante quente (dentro do Condensador).
O Evaporador e o Condensador são os dispositivos utilizados para facilitar e possibilitar a troca
de calor entre o ambiente e o refrigerante.
O compressor é utilizado para possibilitar o movimento do refrigerante e a sua condensação (que
ocorre a alta pressão e temperatura) e evaporação (que ocorre a baixa pressão e temperatura).
O expansor (válvula ou tubo orifício) também possui a função de possibilitar a evaporação do
refrigerante e obtenção de baixas pressões.

3) SISTEMAS DE AR CONDICIONADO AUTOMOTIVO


O Sistema de Ar Condicionado Automotivo (HVAC) atua como descrito no ciclo frigorífico, com a
adição de vários outros componentes, para um controle preciso das condições de pressão e
temperatura, além de proverem segurança contra falhas. Basicamente, pode-se dividí-los em dois tipos,
que diferem principalmente quanto ao dispositivo expansor utilizado.

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(a) Sistema com válvula de expansão

(b) Sistema com tubo orifício

Em aplicações automotivas os dois tipos de sistemas dividem a preferência dos projetistas,


privilegiando o sistema com tubo orifício se a capacidade de refrigeração é o principal objetivo.
Em aplicações OFF ROAD prevalece a utilização do sistema com válvula de expansão, em
função da sua menor probabilidade de ocorrências de falhas em campo em função de deficiência de
manutenção.

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CARACTERÍSTICA SISTEMA COM VÁLVULA DE SISTEMA COM TUBO ORIFÍCIO
EXPANSÃO
CAPACIDADE DE MENOR MAIOR
REFRIGERAÇÃO
VAZÃO DE REFRIGERANTE VARIÁVEL FIXA
TANQUE DE LÍQUIDO LINHA ALTA PRESSÃO LINHA BAIXA PRESSÃO
(FILTRO SECADOR) (ACUMULADOR)
DESLIGAMENTO DO TERMOSTATO PRESSOSTATO
COMPESSOR

4) COMPONENTES DO SISTEMA DE AR CONDICIONADO


A partir deste ponto será realizada uma análise dos principais componentes do sistema de ar
condicionado, destacando-se sua função.

4.1) Refrigerante
É o fluido utilizado no sistema de refrigeração com a missão de transportar calor dentro do
sistema.
Propriedades desejadas: pressão de vaporização não muito baixa, pressão de condensação não
muito elevada, calor latente de vaporização elevado, volume específico reduzido (principalmente na fase
de vapor), ODP (potencial de esgotamento do ozônio) próximo de zero, GWP (potencial de aquecimento
global direto) menor que 150, atóxico, não-inflamável, temperatura de congelamento abaixo da menor
temperatura de trabalho, miscibilidade compatível com o óleo do sistema, pouca tendência à absorção
de água.
O primeiro refrigerante sintético utilizado em sistemas HVAC automotivo foi o R-12 (por volta de
1930). Em função dos problemas que causa ao meio-ambiente pela presença do Cloro na sua
composição está sendo substituído desde 1990 pelo R134a, tendo sido motivo de tratados internacionais
(como o protocolo de Montreal). Desde 1995 não se aplica este refrigerante em sistemas novos. As
principais desvantagens do R-134a em relação ao R-12 são: performance cerca de 8% menor com as
mesmas serpentinas; maior facilidade de absorção de água; exige óleo sintético; necessidade de
mangueiras especiais para evitar vazamentos; pressão de trabalho de alta maior.
Temperatura x Pressão R134a
70

60

50

40
TEMPERATURA ( C )

30

T (˚C)
20

10

0
0 50 100 150 200 250

-10

-20
PRESSÃO (psi)

Mesmo com a aplicação do R134a, ainda se buscam melhores alternativas pois, apesar do seu
baixo ODP ele possui um GWP muito alto. Além de alternativas naturais como o CO2, que apresenta
como maiores problemas a impossibilidade de realização de retrofit e as altas pressões de trabalho,
DuPont e Honeywell anunciaram recentemente que fabricarão em conjunto o novo refrigerante HFO
1234yf, previsto para ser aplicado na Europa em 2011 e nos USA em 2012. Este refrigerante encontra
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resistências pela sua alta flamabilidade, custo ainda elevado e performance inferior ao R134a, mas deve
se confirmar como a alternativa economicamente viável para a indústria.
É importante ressaltar que a qualidade do refrigerante é item fundamental para o bom
funcionamento do sistema. A utilização de fluido de procedência duvidosa pode causar vários problemas
de difícil análise pois os sintomas podem apontar causas elétricas ou mecânicas quando na verdade o
refrigerante é o problema. Alguns exemplos:
- temperatura e pressão de trabalho excessiva;
- carbonização do óleo lubrificante e quebra do compressor;
- queda acentuada no rendimento;
- presença de umidade (contaminação do óleo e obstrução do sistema);
- maior consumo de energia e/ou combustível.
Os grandes fabricantes do setor de refrigeração e ar condicionado a nível mundial orientam seus clientes
quanto aos prejuízos causados por esta prática.

4.2) Compressor
Responsável pela movimentação do refrigerante no sistema, possibilitando sua condensação em
função do estabelecimento da pressão necessária na linha de líquido (necessária para a rejeição do
calor absorvido através condensador) e auxiliando na sua evaporação a baixa pressão (necessária para
a absorção do calor a ser removido do recinto pelo evaporador).
Existem vários tipos de construção:
- Pistão alternativo do tipo wobble plate (com deslocamento fixo ou variável);

- Pistão alternativo do tipo swash plate (com deslocamento fixo ou variável);

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- Rotativo com palheta deslizante (deslocamento fixo);

- Rotativo tipo scroll (caracol);

O compressor é o item de maior responsabilidade e maior custo do sistema. Em muitas


aplicações ele é impulsionado pela correia que aciona a bomba de água e alternador do veículo (em
casos extremos de falha, pode haver ruptura da correia, ocasionando problemas no motor). É também o
componente mais prejudicado em função de falhas de instalação ou manutenção (como excesso de
carga, deficiência de vácuo etc). Os compressores diferem também quanto à sua capacidade de
movimentar o refrigerante (volume deslocado ou cilindrada), na posição das conexões e válvulas de
serviço e nos diferentes tipos de acoplamento disponíveis (polia, acoplamento direto).

4.3) Embreagem magnética


Componente que faz parte do compressor e é utilizada para realizar o seu acoplamento /
desacoplamento do sistema de ar condicionado. Normalmente é formada por três partes principais:
polia / rotor, bobina e cubo. Quando o compressor está desacoplado, a sua polia deve girar livremente.
Com o compressor acoplado, o consumo de potência varia de 3 a 5 CV para carros de passeio, além do
consumo de combustível, que aumenta em cerca de 10% segundo dados das montadoras.

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4.4) Condensador
Responsável por retirar calor do refrigerante (permitindo sua condensação) e jogá-lo para o
ambiente. É necessário auxílio da ventoinha do motor (principalmente com o veículo parado) e, às
vezes, de ventoinhas adicionais. Basicamente, temos os seguintes tipos de construção:
- Tube/fin (tubo/aleta) com curvas ou coletor flauta;

- Serpentined;

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- Parallel flow (multiflow);

4.5) Filtro Secador (Receiver Drier / Tanque de Líquido)


Utilizado nos sistemas HVAC com Válvula de Expansão, na linha de alta, na saída do
Condensador.
Além de atuar como reservatório para o refrigerante que não está sendo solicitado pela válvula,
possui a função de capturar a umidade residual no sistema (em pequenas quantidades) e filtragem de
partículas sólidas. Muitos modelos possuem um visor de líquido em vidro, para auxiliar a identificar
possíveis problemas com o sistema.

4.6) Válvula de expansão


Componente importante por proporcionar a condição de baixa pressão (em conjunto com o
compressor) necessária para a evaporação do refrigerante, além de regular a sua quantidade de acordo
com a necessidade (quanto maior a exigência de capacidade do ar condicionado maior será a
quantidade de refrigerante em circulação). Possui dois principais tipos construtivos:

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- Equalização Externa:

- Equalização Interna (tipo Block):

As válvulas possuem modelos adequados à capacidade do sistema (equalização interna de 0,6 TR a 2


TR e equalização externa de 0,5 a 5 TR – capacidades nominais).

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4.7) Tubo orifício
Também responsável por proporcionar a condição de baixa pressão necessária para evaporação
do refrigerante (em conjunto com o compressor). Foram padronizados de acordo com o tamanho do
orifício calibrado, sendo atribuída uma cor para cada dimensão. Possui uma tela para auxiliar na
retenção de impurezas do sistema.

4.8) Evaporador
Responsável por ceder calor ao refrigerante (possibilitando sua evaporação) que retira do ar que
passa através de suas aletas e é insuflado no habitáculo numa condição de baixa temperatura. Possui
basicamente três tipos construtivos:

- tube/fin (tubo / aleta) com curvas;

- Plate/fin (placa / aleta);

4.9) Acumulador de sucção (Accumulator)


Utilizado em sistemas HVAC com Tubo Orifício, está localizado na linha de baixa, na saída do
Evaporador, para armazenar o refrigerante na forma líquida (quando o Evaporador não atendeu a

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demanda necessária), prevenindo um possível calço hidráulico no compressor. Também possui
internamente material dessecante para capturar umidade residual do sistema.

4.10) Eletroventiladores
Dispositivos eletro-mecânicos que geram a vazão de ar necessária para retirar calor do
refrigerante (Condensador) e do ambiente a ser climatizado (Evaporador). Constam de um motor elétrico
de corrente contínua e turbinas (pás ou hélices) e são classificados comumente em dois tipos:
- Axiais (mais empregados no Condensador/Radiador);

- Centrífugos (empregados no Evaporador);

A existência de muitos modelos de veículos com HVAC equipados de fábrica com alternador de maior
capacidade que os veículos sem HVAC é função do alto consumo gerado pelos eletroventiladores
(média de 12 A para os axiais e 20 A para os centrífugos em 12VDC).
4.11) Mangueiras e conexões
Responsáveis por interligar os diversos componentes do sistema, formando a rede de condutos
por onde flui o refrigerante. Possuem várias dimensões normalizadas (#6, #8, #10 e #12 em paredes de
espessura standard ou reduzida), cuja aplicação varia de acordo com o estado do refrigerante (líquido
utiliza mangueiras menores e gasoso maiores). As mangueiras são fabricadas em várias camadas de
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diferentes materiais para possibilitar resistência e impermeabilidade. As mangueiras para R-134a
possuem uma camada extra em relação àquelas para R-12 (uma das camadas internas, de poliamida).

As conexões para mangueiras de ar condicionado podem ser fabricadas em aço ou alumínio, em


diversos tipos construtivos (de acordo com os componentes a serem conectados) e utilizam em grande
parte um sistema de vedação com anel o’ring. O material destes anéis de vedação é compatível com o
refrigerante R134a (borracha nitrílica hidrogenada).

4.12) Pressostatos
Dispositivos eletro-mecânicos que possuem funções muito importantes no sistema HVAC:
(a) Desligar / não permitir que se ligue o compressor em caso de ausência de refrigerante
(vazamento). Normalmente instalado na linha de alta.
(b) Desligar o compressor em caso de excesso de pressão. Instalado na linha de alta.
(c) Desligar o compressor em caso de temperaturas muito frias dentro do habitáculo do veículo
(nos sistemas que trabalham com tubo orifício). Instalado na linha de baixa.
(d) Comandar o eletroventilador axial (Condensador). Instalado na linha de alta.
Os pressostatos podem ser simples (alta/baixa/cíclico), binários (alta/baixa, baixa/ventoinha) ou
trinários (baixa/alta/ventoinha).

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4.13) Termostato
Dispositivos eletro-mecânicos utilizados em sistemas HVAC com Válvula de Expansão para
desligar o compressor em caso de temperaturas muito frias no habitáculo do veículo (evitando
congelamento do Evaporador ). Existem dois tipos construtivos mais usuais : o mecânico e o eletrônico.
Indiretamente, o Pressostato Cíclico e o Termostato contribuem para a garantia do bom
funcionamento do compressor, pois não permitem que a pressão de baixa seja menor que 15 psi
(lubrificação do compressor).
Para efetuar a leitura da temperatura, o bulbo do termostato é normalmente montado em furo nas
aletas do Evaporador.

Também são aplicados termistores em alguns sistemas, com a mesma função do termostato, que utiliza
material semi-condutor.

4.14) Válvula de alívio


Dispositivo mecânico utilizado para descarregar o refrigerante na atmosfera quando a pressão de
alta ultrapassa um valor limite para a segurança do compressor e outros componentes do sistema. Pode
ser regulável (quando a pressão abaixa para determinado valor volta a fechar) ou plug-fusível
(descarrega todo o refrigerante). São instalados na linha de alta, próximos ou no compressor (inclusive,
alguns saem de fábrica já com válvula de alívio). Normalmente, a pressão de descarga atinge estes
valores quando o pressostato de alta falha ou quando está superdimensionado.

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5) ELÉTRICA NO AR CONDICIONADO
5.1) Interruptor de Ventilação
Função:
Controle do ventilador e liberação do sinal para o termostato.
Funcionamento:
Em função do posicionamento do interruptor de velocidades, é realizada a comutação interna nos
contatos internos para o funcionamento das 03 velocidades do ventilador e liberação do sinal para o
termostato.

Particularidades:
Os interruptores de velocidade normalmente utilizados possuem 4 posições, sendo:
1 – Desligado;
2 – Liberação da primeira velocidade para a resistência do ventilador (L) e liberação do sinal para
o termostato (C);
3 – Liberação da segunda velocidade para a resistência do ventilador (M) e liberação do sinal
para o termostato (C);
4 – Liberação da terceira velocidade para funcionamento do ventilador (H) e liberação do sinal
para o termostato (C);
Em alguns sistemas com aquecimento existe um interruptor adicional para o acionamento do
compressor. Nestes casos, o interruptor de acionamento do compressor libera a primeira velocidade do
ventilador centrifugo.

5.2) Ventilador Centrífugo com Resistência


Função:
Movimentar o ar através dos filtros, evaporador e aquecedor, distribuindo-o no interior da cabine
pelos dutos e difusores.
Funcionamento:
Em função do posicionamento do interruptor de velocidades, a resistência do ventilador e o
ventilador são energizados, fazendo com que o ventilador opere na velocidade desejada.

Resistência

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Particularidades:
Os ventiladores centrífugos podem ser de eixo simples (uma turbina) ou eixo duplo (duas
turbinas).
A resistência do ventilador geralmente é blindada e recebe refrigeração através da turbina do
ventilador.
Dentro de uma família de ventiladores existem vários modelos para o atendimento da pressão
estática imposta pelo sistema.
Para o mesmo modelo, o consumo de corrente elétrica é inversamente proporcional à pressão
estática, ou seja, quanto maior a pressão estática, menor o consumo elétrico.
Existem ainda os ventiladores Brushless, modelos sem escovas, que necessitam de um controle
adicional para a variação de velocidades.

5.3) Termostato
Função:
Controle da temperatura no interior da cabine e proteção contra congelamento do evaporador.
Funcionamento:
Em função do acionamento do interruptor de velocidades, o termostato é energizado e a partir do
momento em que a temperatura atinge a faixa de atuação do mesmo (posicionamento da haste), o
refrigerante presente no interior do tubo capilar dilata-se movimentando o diafragma provocando uma
abertura ou fechamento do contato elétrico.

Particularidades:
O termostato é um interruptor acionado pela variação de temperatura.
Os termostatos podem ter faixa de atuação fixa ou regulável.
Em sistemas sem interruptor de acionamento do compressor o termostato regulável também
agrega esta função.
Existem também os termostatos eletrônicos, que neste caso atuam em função da variação da
resistência elétrica, medida através de termistores.
O termostato só é acionado após o acionamento do ventilador, evitando o funcionamento sem
vazão de ar.

5.4) Pressostato
Função:
Proteção contra falta de refrigerante, proteção contra excesso de pressão e acionamento de
ventilador axial.
Funcionamento:
Em função do acionamento do termostato, o pressostato é energizado e a partir do momento em
que a pressão no interior do sistema atinge a faixa de atuação do pressostato o diafragma/ disco de
pressão movimenta-se provocando a abertura ou fechamento do contato elétrico.
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Particularidades:
O pressostato é um interruptor acionado pela variação de pressão.
Os pressostatos para ar condicionado automotivo são classificados como:
- Baixa pressão, protegendo o compressor contra falta de refrigerante.
- Alta pressão, protegendo o compressor contra excesso de pressão.
- Cíclico, tendo a mesma função que termostato em sistemas com tubo orifício.
- Binário, protegendo o compressor contra falta de refrigerante e contra excesso de pressão.
-Trinário, oferecendo a mesma proteção que o binário, porém com um contato auxiliar para
acionamento de ventiladores axiais.
Existem ainda os transdutores de pressão, que atuam como o pressostato, porém em vez de
abrir ou fechar contatos elétricos, eles enviam sinais elétricos lineares para o Módulo Eletrônico de
Comando, e este por sua vez se encarrega dos fechamentos e aberturas de chaves, proporcionando a
mesma lógica de funcionamento que o pressostato.

5.5) Relé
Função:
Controlar circuitos externos de grandes correntes a partir de pequenas correntes ou tensões.
Funcionamento:
Em função do acionamento de interruptores ou contatos de outro relé, a bobina do relé é
energizada atraindo os contatos do mesmo abrindo ou fechando o circuito elétrico.

Particularidades:
Os relés podem ter diversas configurações quanto aos seus contatos: podem ter contatos NA, NF
ou ambos, neste caso com um contato comum ou central (C). Os contatos NA (normalmente aberto) são
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os que estão abertos enquanto a bobina não está energizada e que fecham, quando a bobina é
energizada.
Os contatos NF (normalmente fechado) abrem-se quando a bobina é energizada, ao contrário
dos NA.
O contato central ou C é o comum, ou seja, quando o contato NA fecha é com o C que se
estabelece a condução e o contrário com o NF.

5.6) Ventilador Axial


Função:
Movimentar o ar através do condensador.
Funcionamento:
Em função do acionamento do relé do ventilador axial, o ventilador é energizado, fazendo com
que o ventilador opere na velocidade desejada.

Particularidades:
Os ventiladores axiais podem ser do tipo soprante ou aspirante.
Para sistemas com pressostato trinário pode ser necessária a utilização de resistência para a
obtenção de duas velocidades para este tipo de ventilador. Esta resistência também precisa receber
refrigeração através da hélice do ventilador.
Dentro de uma família de ventiladores existem vários modelos para o atendimento da pressão
estática imposta pelo sistema.
Para o mesmo modelo, o consumo de corrente elétrica é diretamente proporcional à pressão
estática, ou seja, quanto maior a pressão estática, maior o consumo elétrico.
Existem ainda os ventiladores Brushless, modelos sem escovas, que necessitam de um controle
adicional para a variação de velocidades.

5.7) Bobina do compressor


Função:
Colocar e manter o compressor em funcionamento.
Funcionamento:
Em função do acionamento do relé do compressor, a bobina é energizada atraindo o cubo da
embreagem, fazendo com que o compressor seja acoplado ao motor do veiculo/ máquina. Neste
momento, toda a rotação do motor do veiculo/ máquina é transferida ao compressor.

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Particularidades:
Alguns modelos possuem somente um fio para ligação (positivo), sendo que nestes modelos o fio
terra está preso ao corpo do compressor.
Alguns modelos também possuem um diodo na construção da bobina para evitar a corrente de
pico reversa.

5.10) Esquema elétrico universal básico

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CURSO BÁSICO

PARTE II

INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO

TEORIA E PRÁTICA

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1) PRÁTICA - SERVIÇOS

1.1) Generalidades

O sistema de ar condicionado deve ser evacuado antes do carregamento do sistema com


refrigerante, seja numa instalação nova ou após reparos de seus respectivos componentes. O
refrigerante nunca deve ser liberado para a atmosfera, mas sim recolhido e se possível destinado para
reciclagem ou descarte por empresas especializadas. Este trabalho pode ser realizado com a utilização
de equipamentos individuais ou estações completas.
Para trabalho com equipamentos individuais (serviços de campo) deve-se possuir:
- Recolhedora de refrigerante (com cilindro para armazenamento do refrigerante).

- Conjunto de manômetros (sucção e descarga)

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- Bomba de vácuo.

- Balança.

- Vacuômetro.

- Cilindro de refrigerante.

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- Termômetro digital

- Cilindro de nitrogênio ou detector de vazamento eletrônico.

Para trabalho em linhas de montagem é mais produtiva a utilização da estação.


A estação completa possui os equipamentos acima (exceto os cilindros) e também pode proceder à
reciclagem do refrigerante (separando-o do óleo e contaminantes). Por isto ela está habilitada a:
- recolher o refrigerante;
- reciclar o refrigerante;
- aplicação de vácuo;
- carregar o sistema com refrigerante novo ou reciclado.

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O mais importante requisito quando se trabalha com ar condicionado é a limpeza. Qualquer
matéria estranha como o ar, umidade ou sujeira que penetram no circuito afetarão o funcionamento do
ar condicionado.
O óleo refrigerante tem um conteúdo de umidade extremamente baixo e, conseqüentemente
absorve rapidamente a umidade atmosférica. Manter sempre fechado o respectivo recipiente.

1.2) Precauções de segurança e meio ambiente ao trabalhar com ar condicionado.

 O refrigerante nunca deve ser descarregado para a atmosfera.


 Quando se trabalha com uma estação de serviço, deve-se observar as instruções dos
fabricantes.
 Mesmo quando um sistema de ar condicionado foi previamente descarregado, pode-se
voltar a criar pressão devido ao refrigerante residual presente no óleo do compressor.
 Quando se proceder a qualquer soldagem é necessário um maior cuidado próximo de um
sistema de ar condicionado. Certificar-se que não existe qualquer peça do sistema de ar
condicionado exposta ao calor. Caso contrário, corre-se o perigo de uma explosão.
 Se qualquer operação de reparo requerer que o veículo seja seco numa estufa de pintura
(com temperaturas superiores a 100ºC), o refrigerante deve ser previamente recolhido.

1.3) Recolhimento de refrigerante (pode variar de acordo com o equipamento)


a) Instale os manômetros nas válvulas de serviço.
b) Conecte a mangueira central (amarela) dos manômetros na entrada (INLET) da
recolhedora de refrigerante.

c) Conecte a mangueira de serviço da recolhedora na sua saída (OUTLET) e o engate


rápido no recipiente (botija ou garrafa apropriada).

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d) Posicione a chave principal em “RECOVER”.
e) Posicione a chave “INLET” em OPEN”.
f) Posicione a chave “OUTLET” em OPEN”.

g) Abra totalmente as válvulas dos manômetros (alta e baixa).


h) Verifique se o protetor da recolhedora (chave) está acionado. Ligue a máquina.
i) Após o desligamento automático, mude a chave principal para a posição “PURGE. Em
seguida coloque a chave INLET na posição “PURGE (start)”.
j) Após o desligamento automático, feche as válvulas INLET E OUTLET colocando-as em
CLOSE, desligue a máquina e remova a mangueira de serviço dos manômetros
(amarela).

1.4) Teste de vazamento com nitrogênio


Antes da aplicação do vácuo, é importante realizar a verificação de que não vazamento no
sistema.
Com a utilização dos manômetros e um cilindro de nitrogênio com regulador, aplique uma
pressão de 250 psi no sistema (abrindo as válvulas de alta e baixa). Marque o ponto exato em que o
ponteiro do manômetro de alta se estabilizou e aguarde 15 minutos. Se a posição do ponteiro se
mantiver estável, esvazie o nitrogênio e proceda com a aplicação do vácuo. Caso contrário, procure o
provável vazamento, com uma mistura de água e detergente, começando pelas conexões das
mangueiras. Após o conserto do vazamento proceda com a aplicação do vácuo.

1.5) Aplicação de vácuo


O vácuo é realizado para retirar todo o ar e umidade do sistema. Quanto maior o nível de vácuo
aplicado menor é a temperatura em que a umidade se transformará em vapor e poderá ser sugada pela
bomba de vácuo. Quando o vácuo é bem feito a água chega a evaporar a uma temperatura inferior a
25˚C.
Antes desta etapa, deve ser realizado teste de vazamento com nitrogênio (mínimo 250 psi por 15
minutos) ou refrigerante.
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a) Instale os manômetros nas válvulas de serviço.
b) Conecte a mangueira central (amarela) dos manômetros na entrada da bomba de vácuo.
c) Ligue a bomba de vácuo e abra as duas válvulas manuais dos manômetros.
d) Aplique o vácuo por no mínimo 30 minutos.
e) Confirme se a leitura do manômetro de baixa atingiu no mínimo 26 inHg após os 30
minutos.
f) Feche as válvulas dos manômetros e desligue a bomba de vácuo.
g) Verifique do lado de baixa pressão se o valor está estabilizado por no mínimo 5 minutos.

1.5) Carregamento
É a operação mais importante no processo de instalação de um sistema HVAC. Para o bom
funcionamento de todos os componentes e obtenção do rendimento desejado, o refrigerante deve ser
adicionado na quantidade certa e livre de umidade, ar e outras impurezas. O que pode acontecer caso
isto não seja obedecido:
(a) Presença de umidade: forma-se uma borra que prejudica a performance e vários
componentes. Além disso, a umidade pode congelar no Tubo Orifício ou na Válvula de Expansão,
obstruindo a passagem de refrigerante.
(b) Ar no sistema: aumento da pressão de alta.
(c) Impurezas: obstrução do Tubo Orifício ou Válvula de Expansão.
A carga de refrigerante pode ser efetuada pela linha de baixa (sucção) ou alta (descarga). Pela
linha de alta, o processo é mais rápido, porém deve-se cuidar para não introduzir refrigerante líquido na
sucção do compressor (golpe de líquido).

1.5.1) Carregamento (lado de alta) – rápido mas não recomendado


a) Instale os manômetros nas válvulas de serviço.
b) Conecte a mangueira central dos manômetros na válvula do cilindro de refrigerante.
c) Mantenha o cilindro sobre a balança de cabeça para baixo. Se necessário, purgar o ar da
mangueira.
d) Abra somente a válvula de alta.
e) Aplique a carga especificada de refrigerante, fechando a válvula de alta pressão em
seguida. Neste caso, recomenda-se girar manualmente o eixo do compressor pelo menos
3 voltas antes de se ligar o ar condicionado.

1.5.2) Carregamento (lado de baixa) - recomendado


a) Instale os manômetros nas válvulas de serviço.
b) Conecte a mangueira central dos manômetros na válvula do cilindro de refrigerante.
c) Mantenha o cilindro sobre a balança de cabeça para cima. Se necessário, purgar o ar da
mangueira.
d) Abra somente a válvula de baixa.
e) Aplique a carga especificada de refrigerante, fechando a válvula de baixa pressão em
seguida.
f) Caso toda a carga não seja introduzida, ligar o motor do veículo e acelerar até 1500 rpm
ou mais, o tempo necessário para completar a carga.

26
2) MANUTENÇÃO

A principal ferramenta para diagnosticar problemas no sistema HVAC é o Conjunto de


Manômetros (Manifold). As pressões de alta e baixa, junto com a informação do tempo em que o
compressor está acoplado, são suficientes para diagnosticar 80% das falhas. Caso a instalação tenha
seguido as boas práticas, o sistema não apresentará problemas. Serão necessárias revisões periódicas
para monitoramento, principalmente, de vazamentos em função de conexões que venham a se soltarem.

2.1) Principais problemas de campo


1) Travamento do compressor: excesso de carga de refrigerante, deficiência na execução do
vácuo (ocasionando presença de ar e umidade), utilização de lubrificante inadequado, alta pressão de
descarga (falha de pressostato, condensador obstruído).
2) Queima da bobina magnética: excesso de carga de refrigerante, travamento do rolamento
(contaminação com particulado, lavagem com produtos agressivos).
3) Ruptura / desgaste da correia: excesso de aperto, lavagem com produtos agressivos, abrasão
por particulados, compressor desalinhado.
4) Reservatório de líquido: vácuo deficiente (presença de umidade).
5) Termostato regulável: falta de conhecimento na utilização pelo operador, excesso de ajustes.
6) Pressostatos: desgaste natural, corrosão contatos elétricos.
7) Falha de interruptores: mau contato por contaminação com particulados, corrosão.

27
8) Travamento da válvula de controle de vazão de água quente: utilização de água sem aditivo no
radiador, falta de lubrificação do cabo de controle (excesso de contaminantes no conduíte).
9) Vazamento de refrigerante: falha nas mangueiras (desgaste natural, lavagem com produtos
agressivos), falha no condensador (peça solta sujeita à vibração), afrouxamento das conexões das
mangueiras, falha no retentor do compressor (desgaste natural).
10) Falhas elétricas: mau contato conectores (afrouxamento, oxidação, contaminação).
11) Refrigeração insuficiente: falta de refrigerante, compressor danificado, filtro de ar /
evaporador / aquecedor obstruídos (falta de limpeza / manutenção), falha de pressostato.

2.2) Cuidados importantes


Semanalmente
- Checar o estado da limpeza do condensador do ar condicionado e dos filtros de ar
externo, principalmente em condições de uso severas.
-
Mensalmente.
- Checar a tensão da correia do compressor e reapertar se necessário.
- Checar aperto de parafusos dos diversos componentes (principalmente compressor,
suporte do compressor e conexões de mangueiras).
-
Anualmente
- Realizar revisão do sistema em oficina capacitada (testar eficiência e funcionamento
do ar condicionado).

Casos Especiais:
- A cada substituição de compressor trocar também o filtro secador e realizar limpeza do
sistema com R141b (vide orientações no item C).
- Em caso de contaminação do óleo, substituir o mesmo e o filtro secador, realizando
limpeza do sistema com R141b.
- Em caso de alguma falha no sistema procurar a sua causa e tomar a ação necessária.

2.3) Tabela de solução de problemas em sistemas de ar condicionado

PROBLEM LEITURA CAUSA SOLUÇÃO


A SUCÇÃO DESCARGA

Baixa BAIXA NORMAL Mangueira de sucção Verificar e substituir


pressão de obstruída ou entupida. mangueira.
sucção.
Alta pressão ALTA NORMAL Baixa performance do Verificar e substituir
de sucção. compressor. compressor.
ALTA ALTA Fluxo de ar insuficiente no Limpar e desamassar
condensador. aletas.
Baixa NORMAL BAIXA Baixa vazão de ar no Limpar e desamassar
pressão de evaporador. aletas.
descarga. Baixa carga de Completar a carga
refrigerante. seguindo o manual ou
medindo o
superaquecimento.
Alta pressão NORMAL ALTA Presença de ar no Efetuar nova carga de
de P/ sistema. refrigerante.
descarga. ALTA Excesso de refrigerante.

28
Refrigeraçã NORMAL NORMAL Presença de umidade no Substituir reservatório
o P/ sistema. de
insuficiente. ALTA líquido e efetuar nova
NORMAL NORMAL carga de refrigerante.
Excesso de óleo. Retirar a carga, efetuar
limpeza do sistema e
efetuar nova
carga.Adicionar óleo.
Refrigeraçã BAIXA BAIXA Carga de refrigerante Verificar e eliminar
o insuficiente. vaza-
insuficiente. mentos. Aplicar nova
carga de refrigerante.
BAIXA BAIXA Obstrução do reservatório Substituir reservatório
P/ de líquido. de
VÁCUO líquido e efetuar nova
carga de refrigerante.
ZERO BAIXA Válvula de expansão Substituir válvula de
P/ obstruída. expansão.
VÁCUO
BAIXA NORMAL Compressor não desliga. Substituir termostato.
ALTA NORMAL P/ Válvula de expansão Substituir válvula de
BAIXA travada aberta. expansão.
NORMA NORMAL Mistura de ar quente com Checar válvula de
L ar frio. aquecimento e
comando por cabo.
NORMA ALTA Compressor não funciona Correia patinando.
L ou funciona intermitente. Corrigir tensão da
correia.
Correia ---------- ---------- Suporte compressor Alinhar ou substituir
escapando, desalinhado. suporte compressor.
patinando
ou com
excesso de
desgaste.
NORMAL ALTA Excesso de refrigerante.
Efetuar nova carga de
refrigerante.
Compressor ---------- ---------- Vazamento de Verificar e eliminar
não refrigerante. vaza-
funciona. mentos. Aplicar nova
carga de refrigerante.
Bobina da embreagem Checar e substituir
sem alimentação. fusível queimado.
Checar e substituir
interruptor do A/C.
Checar e substituir relê
do A/C.
Checar e substituir
pressostato do A/C.
Checar e substituir
termostato.
Checar bobina da
embreagem e substituir
compressor.

29
Placa da embreagem não Verificar folga entre
acopla na polia ou ocorre placa e polia. Retirar
deslizamento. arruelas
de calço. Substituir
compressor.
Ventilação BAIXA NORMAL Evaporador obstruído por Checar e substituir
deficiente. congelamento. termostato.
---------- ---------- Motor ventilador sem Checar e substituir
alimentação. fusível queimado.
Checar e substituir
interruptor do
ventilador.
Checar e substituir
resistor.
Motor ventilador sem Checar mau contato no
alimentação. chicote elétrico.

Filtros de ar obstruídos. Limpar ou substituir


filtros.
Motor ventilador com Checar e substituir
defeito. motor ventilador.
Ruído ---------- ---------- Correia frouxa ou muito Corrigir tensão da
exagerado apertada. correia.
ALTA BAIXA Compressor danificado. Substituir compressor.
ALTA ALTA Excesso de refrigerante. Efetuar nova carga de
refrigerante.
---------- ---------- Ressonância de tubulação Avaliar proteção das
ou outras partes. mangueiras e outras
peças com borracha ou
necessidade de mufla.
Polia (motor, compressor, Alinhar ou substituir.
desvio) desalinhada.

Patinação da embreagem Aplicar nova carga de


(excesso de refrigerante refrigerante.
ou folga entre placa da Retirar arruelas de
embreagem e polia). calço ou substituir
compressor.
Rolamento da polia Substituir rolamento.
danificado.
Parafusos de fixação Reapertar.
soltos.
OBS: refrigerante sem procedência (inadequado) pode ocasionar várias das falhas acima
mencionadas.

2.4) Recomendações

Agentes agressores (lavagem do motor com produtos químicos) podem atacar a correia e
ocasionar ruído.
Quando for necessário efetuar limpeza do sistema (contaminação do óleo), deve-se utilizar
equipamento e fluidos adequados. O compressor e a válvula de expansão devem ser retirados.
Para complemento da quantidade de óleo, seguem algumas orientações:

a) Compressor: em caso da substituição do compressor, drenar a quantidade de óleo no


compressor usado e medir. Drenar o óleo do compressor novo e recolocar a mesma
quantidade medida no compressor usado. Caso o compressor usado tenha sido danificado

30
por falta de óleo (ausência total de óleo na drenagem), recolocar 60 ml de óleo no
compressor novo.
b) Demais componentes conforme tabela.
COMPONENTE QTD ÓLEO ( ml )
Evaporador 40
Condensador 50
Reservatório de líquido 30
Mangueira (cada) 20
OBS: para cada recarga, se não houve grande vazamento de óleo, aplicar carga adicional de 25
ml. NUNCA descarregue O R134a e o R141b na atmosfera.

31
ANEXOS

DADOS E DICAS

32
A) MEDIÇÃO DE SUPERAQUECIMENTO (SH) E SUBRESFRIAMENTO (SC)

Para a medição do superaquecimento deve-se:


1˚ - Medir a temperatura Tsuc o mais próximo possível ao compressor (normalmente na conexão
da mangueira de sucção)
2˚ - Medir a pressão de sucção Psuc (pressão de baixa)
3˚ - Converter a pressão de sucção Psuc em temperatura de evaporação Tev através da tabela
PxT para o refrigerante R134
4˚ - Fazer a conta: SH = Tsuc – Tev

Para a medição do subresfriamento deve-se:


1˚ - Medir a temperatura do líquido Tl o mais próximo possível da saída do condensador
(normalmente na conexão da mangueira de líquido)
2˚ - Medir a pressão de descarga Pdesc (pressão de alta)
3˚ - Converter a pressão de descarga em temperatura de condensação Tcd através da tabela
PxT para o refrigerante R134
4˚ - Fazer a conta: SC = Tcd – Tl

33
B) REGULAGEM DO SUPERAQUECIMENTO: 10 A 20 °C
TEMPERATURA MÍNIMO (°C) NOMINAL (°C) MÁXIMO (°C)
AMBIENTE (°C)
Até 25 8 10 12
26 9 11 13
27
28 10 12 14
29
30 11 13 15
31
32 12 14 16
33
34 13 15 17
35
36 14 16 18
37 15 17 19
38 16 18 20
39 17 19 21
40 e acima 18 20 22

OBS 1: em algumas situações pode se manter um superaquecimento acima do recomendado,


desde que a pressão de descarga e a temperatura de descarga (máximo 110 °C medida na conexão de
descarga do compressor) estejam aceitáveis.
OBS 2: nunca se deve manter o superaquecimento abaixo do recomendado sob risco de retorno
de refrigerante líquido para o compressor.
OBS 3: como não é recomendado se alterar a regulagem da válvula de expansão, para
regulagem do superaquecimento deve-se regular a carga de refrigerante, onde a redução da carga
aumenta o superaquecimento e o aumento da carga reduz o seu valor. Esta regulagem é realizada em
campo em algumas situações especiais, visto que o sistema liberado na linha de montagem já possui a
carga de refrigerante correta e consequentemente o superaquecimento adequado.

C) ÓLEO RECOMENDADO PARA COMPRESSOR SANDEN


PAG VISCOSIDADE DE 46 A 100 (IDEAL PAG 68)
FONTES: IDEMITSU / DENSO / DANFOSS / BITZER / EMBRACO

D) REFRIGERANTES RECOMENDADOS
DUPONT: SUVA R134a
HONEYWELL: GENETRON R134a
ARKEMA: FORANE R134a.

E) DICAS PARA INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO


- Cuidado para não “morder” o anel o’ring durante a montagem
- Quando houver vazamento no sistema deve-se trocar o filtro secador (reservatório).
- Realizar a limpeza dos componentes quando ocorrer contaminação do óleo ou desgaste
das peças do compressor. Utilizar R141b e nitrogênio. Em ambos os casos deve-se
substituir o filtro secador. No caso de desgaste de peças do compressor deve-se substituir a
válvula de expansão também.
- Seguir as instruções da apostila de AC Básico para reposição do óleo do sistema em caso
de troca de peças.
- Sempre utilizar o óleo correto e o refrigerante de boa procedência.

34
- Quando realizar avaliação de sistema que ainda funciona mesmo com alguma
irregularidade, caso não haja certeza da procedência do refrigerante, recolher a carga e
realizar o procedimento completo de nova carga para depois avaliar o sistema. Se
necessário realizar teste de vazamento antes.
- Utilizar produto adequado (por exemplo: da Wurth) para higienização da caixa evaporadora
e difusores de ar. Para prolongar a limpeza, ligar o ar quente (quando houver) uma vez por
semana no máximo (sem ligar o compressor) por dez minutos.
- Checar a tensão da correia e usar a regra do polegar / 10mm.
- Nunca realizar a carga de refrigerante sem a balança. Se necessário medir o
superaquecimento.
- Manter os componentes vedados com os batoques até a sua montagem, principalmente o
compressor.
- Se houver resfriamento no filtro secador com o sistema ligado, pode haver uma obstrução
no mesmo ou em componentes anteriores a ele.
- Alguns compressores podem conter um diodo no cabo da bobina. Se ocorrer a inversão da
polaridade, o diodo entrará e curto e deverá ser substituído.
- O mau aterramento da bobina pode causar patinamento da polia ou liga/desliga do
compressor de forma inadequada.
- Sempre que aplicar a carga de refrigerante líquida garantir que a válvula a ser aberta no
manifold seja a de alta (vermelha).
- Nunca “jumpear” o termostato ou pressostato que esteja com falha, deve-se manter o
compressor desligado até a troca das peças para evitar a sua quebra.

F) AVALIAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DO SISTEMA


Para cada tipo de sistema existem dados específicos de funcionamento para uma determinada
condição ensaiada em laboratório ou teste de campo que dificilmente será obtida no dia-a-dia da
assistência técnica. As informações abaixo são bastante genéricas mas ajudam a diagnosticar possíveis
problemas no sistema.
F.1) Pressão de sucção (baixa): de 6 a 30 psi. O valor de 6 psi é o mínimo admissível para
compressores Sanden.

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F.2) Pressão de descarga (alta): conforme tabela para R134a (quanto mais próximo da Pressão
Nominal melhor a condição de trabalho do sistema).

Temperatura Pressão Descarga Pressão Nominal Pressão Descarga


ambiente (˚C) MIN recomendad ideal (psi) MAX recomendada
(psi) (psi)
21 96 146 196
22 99 149 199
23 103 153 203
24 107 157 207
25 110 160 210
26 113 163 213
27 117 167 217
28 121 171 221
29 125 175 225
30 129 179 229
31 134 184 234
32 138 188 238
33 143 193 243
34 147 197 247
35 152 202 252
36 156 206 256
37 160 210 260
38 165 215 265
39 170 220 270
40 175 225 275
41 180 230 280
42 185 235 285
43 190 240 290
44 195 245 295
45 200 250 300
46 206 256 306
47 212 262 312
48 218 268 318
49 224 274 324
50 230 280 330

F.3) Superaquecimento (medido na sucção do compressor): 10 a 20K.

F.4) Temperatura do ar na saída dos difusores: 2 a 14°C.

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G) TEMPERATURA X PRESSÃO R134a
T P(psi) T P(psi) T P(psi)
-20 5 17 61 53 192
-19 6 18 63 54 197
-18 6 19 66 55 202
-17 7 20 68 56 207
-16 8 21 71 57 213
-15 9 22 74 58 218
-14 10 23 76 59 224
-13 11 24 79 60 230
-12 12 25 82 61 235
-11 13 26 85 62 241
-10 15 27 88 63 247
-9 16 28 91 64 253
-8 17 29 94 65 260
-7 18 30 97 66 266
-6 19 31 101 67 272
-5 21 32 104 68 279
-3 24 33 107 69 286
-2 25 34 111 70 293
-1 26 35 114 71 299
0 28 36 118 72 306
1 30 37 122 73 314
2 31 38 125 74 321
3 33 39 129 75 328
4 34 40 133 76 336
5 36 41 137 77 344
6 38 42 141 78 351
7 40 43 145 79 359
8 42 44 150 80 367
9 44 45 154 81 375
10 46 46 158 82 384
11 48 47 163 83 392
12 50 48 167 84 401
13 52 49 172 85 410
14 54 50 177 86 419
15 56 51 182 87 428
16 59 52 187 88 437

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H) ESQUEMA ELETRICO UNIVERSAL AC

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