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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA

DEPATARMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS E PROCESSOS

CHILLERS

Anderson Bortolazzo 201310227

Gustavo Tebaldi 201220382

Raphael Ribeiro 201311070

Vanessa Duarte 201420751

Jayme Monteiro

2017/01
02 de março de 2017

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 4
2. DEFINIÇÃO 4
3 – TIPOS DE CONDENSAÇÃO 5
3.1 – Condensação a água 5
3.2 – Condensação a ar 6
4 - TIPOS DE CHILLERS 7
4.1 – CHILLERS DE COMPRESSÃO 7
4.1.1 – FUNCIONAMENTO 8
4.1.2 – TIPOS DE CHILLERS DE COMPRESSÃO 10
4.2 – CHILLERS DE ABSORÇÃO 13
4.2.1 - FUNCIONAMENTO 13
4.2.2 – TIPOS DE CHILLERS DE ABSORÇÃO 14
5. APLICAÇÃO 15
6. NORMAS 16
7. PROCEDIMENTOS PARA SELEÇÃO 16
8. ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA 17
9. MANUTENÇÃO DE CHILLERS 21
10. FABRICANTES 25
11. CONCLUSÃO 25
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 25
1. INTRODUÇÃO

Refrigeração é a ação de resfriar determinado ambiente de forma controlada, tanto


para viabilizar processos, processar e conservar produtos (refrigeração comercial e industrial)
ou efetuar climatização para conforto térmico.

O emprego dos meios de refrigeração já era do conhecimento humano mesmo na


época das mais antigas civilizações. Pode-se citar a civilização chinesa que, muitos séculos
antes do nascimento de Cristo, usava o gelo natural (colhido nas superfícies dos rios e lagos
congelados e conservado com grandes cuidados, em poços cobertos com palha e cavados na
terra) com a finalidade de conservar o chá que consumiam. As civilizações gregas e romanas
que também aproveitavam o gelo colhido no alto das montanhas, para o preparo de bebidas e
alimentos gelados.

Já a civilização egípcia, que devido a sua situação geográfica e ao clima de seu país,
não dispunham de gelo natural, refrescavam a água por evaporação, usando vasos de barro,
semelhantes às moringas, tão comuns no interior do Brasil. O barro, sendo poroso, deixa
passar um pouco da água contida no seu interior, a evaporação desta para o ambiente faz
baixar a temperatura do sistema. Entretanto, durante um largo período de tempo, na realidade
muitos séculos, a única utilidade que o homem encontrou para o gelo foi a de refrigerar
alimentos e bebidas para melhorar seu paladar.

Nos dias atuais com o avanço da tecnologia, foi possível construção de sistemas que
resfriam, os alimentos, água e ambiente, usando a energia elétrica, térmica e mecânica, como
é o caso dos chillers.

2. DEFINIÇÃO

Os Chillers são, basicamente, resfriadores de água. Equipamento destinado à produção


de frio geralmente associado à refrigeração industrial ou de conforto humano. Indicado para
refrescar o ar, produtos e equipamentos, o sistema de refrigeração Chiller auxilia na
climatização e controle da temperatura e da umidade relativa em ambientes de grandes
dimensões, além de circular, filtrar e renovar o ar, através de um ciclo termodinâmico.
Funciona por meio do resfriamento da água.
Ou seja, o efeito de arrefecimento será obtido através do processo cíclico de
refrigeração, no qual, o fluido refrigerante vai circular sofrendo algumas interações, desde
mudanças na sua temperatura e pressão, até que se obtenha as temperaturas requeridas.

Os principais tipos de chillers presentes no mercado são de ​absorção e


compressão​, e eles ainda se diferenciam de acordo com a forma que ocorre a troca de calor
em sua condensadora podendo ser dividida entre ​condensação a água ​ou condensação a ar​,
tendo sua potência medida em toneladas de refrigeração (TR), são capazes de trabalhar com
uma grande variação de temperatura, podendo até ser negativa quando utilizados aditivos.

3 – TIPOS DE CONDENSAÇÃO

3.1 – Condensação a água


Nos chillers de condensação a água, o refrigerante libera calor para a água em seu
condensador. A água vem de uma torre de resfriamento que troca calor com o ambiente e tem
como função esfria-la após ser aquecida pelo refrigerante na condensadora. O refrigerante
arrefecido vai para a válvula de expansão dando continuidade ao ciclo.

O chillers desse tipo de condensação possuem cargas térmicas maiores, e assim são
preferencialmente usados em projetos de grande porte. A instalação deste componente é
flexível já que pode ser em qualquer lugar, como por exemplo no subsolo da edificação.
A condensação a água apresenta inúmeras vantagens, como: alta flexibilidade com
relação a escolha da localização e da quantidade de fan-coils; se comparado aos sistemas
unitários a carga elétrica instalada é menor; e permite termoacumulação. Em contrapartida,
também apresenta algumas desvantagens, como: obrigatoriedade de uma torre de
resfriamento, maior consumo de água devido a evaporação na torre; e custo mais elevado da
instalação e da manutenção.

3.2 – Condensação a ar
A principal diferença entre os chillers de condensação a ar e a água é justamente o
processo de troca de calor na condensadora.

O chiller de condensação a ar utiliza a passagem de uma corrente de ar pelo


condensador para trocar calor com o fluído refrigerante, arrefecendo-o. A circulação do ar é
feita por ventiladores localizados na parte superior do refrigerador. Por este motivo, não há a
necessidade de torre de resfriamento; então, esse tipo de chiller utiliza menos espaço físico e
por isso deve ser sempre instalado em locais abertos para o ambiente.

As principais vantagens e desvantagens se assemelham com a condensação a água.


No entanto, comparativamente o chiller a ar é mais limitado, uma vez que apresenta
capacidades menores, tem a restrição de ser instalado em ambientes externos e
consequentemente a eficiência do processo de rejeição de calor depende da temperatura
ambiente.

4 - TIPOS DE CHILLERS

4.1 – CHILLERS DE COMPRESSÃO


O chiller de compressão pode ser classificado quanto ao tipo de ​compressor e quanto
ao tipo de compressão. Os principais compressores são scroll, centrífugo e parafuso. Cada
tipo de chiller tem suas vantagens e desvantagens e são escolhidos conforme detalhes de
locação, disponibilidade de espaço para instalação, capacidade térmica necessária. O sistema
central de água gelada pode ser subdivido em dois tipos. O primário onde o fluído circula pelo
resfriador e o secundário onde o fluido circula pelo prédio após a saída do chiller, para
retornar em seguida para o sistema primário, fechando o ciclo.
4.1.1 – FUNCIONAMENTO
Um ciclo padrão de compressão de vapor apresenta quatro elementos principais:

• Compressor;

• Condensador;

• Válvula de expansão;

• Evaporador.

O princípio do funcionamento de um chiller de compressão é baseado no efeito Joule


Thompson, onde o gás refrigerante é comprimido através de um compressor que irá realizar
uma diferença de pressão entre seu lado superior e inferior fazendo com que o fluído
refrigerante saia do compressor com alta pressão e temperatura e flua através da tubulação até
o condensador sendo posteriormente resfriado devido a perda de calor com o ambiente
externo (podendo ser água ou ar) causando a sua condensação. Após a condensação o fluido
refrigerante é conduzido até a válvula de expansão termostática onde a temperatura e a
pressão do fluido vão sendo reduzidas transformando-se em uma mistura de líquido saturado
com vapor saturado. E por fim encerrando o processo do gás refrigerante no evaporador onde
ocorre a vaporização retirando calor de um fluxo de água. É esta água resfriada que será
utilizada no processo para resfriar um ambiente, um produto, um outro fluxo de líquido. O
ciclo é retomado com a volta do gás refrigerante para o compressor.

A representação do ciclo de compressão a vapor pode ser visto no diagrama pressão


versus entalpia que ilustra o comportamento de diversos fluídos a diferentes pressões e
entalpias, abaixo podemos entender melhor o que ocorre em cada ponto.

Fase 1-2: Compressão


Nesta fase, o fluido refrigerante, vindo do evaporador, entra no compressor e
é comprimido havendo um aumento de pressão até atingir a pressão de condensação. Em
seguida chega ao ponto de vapor superaquecido com temperatura maior que a temperatura de
condensação.
Fase 2-3: Condensação
Nesta fase, o fluido refrigerante perde calor para o meio de resfriamento, à
pressão constante. Nesta etapa, o fluido refrigerante é resfriado até a temperatura
de condensação e em seguida condensa até se tornar líquido saturado.
Fase 3-4: Expansão
Nesta fase, o fluido refrigerante passa por um dispositivo denominado de
dispositivo de expansão; após passagem pelo dispositivo, o fluido refrigerante tem
sua pressão baixada até a pressão de vaporização, este sai da fase líquida saturada para ir para
mistura de líquido mais vapor.
Fase 4-1: Evaporação
Nesta fase, o fluido ganha calor do meio através do evaporador e atinge o estado de
vapor saturado seco; no final desta fase, inicia-se novamente o ciclo de refrigeração.

4.1.2 – TIPOS DE CHILLERS DE COMPRESSÃO


Esse tipo de chiller se divide em quatro diferentes modelos:

4.1.2.1 - Chiller Centrífugo de Condensação a Água


Os modelos de chiller que utilizam compressor centrífugo são os mais silenciosos
encontrados na indústria. Alguns possuem inversor de frequência, proporcionando uma
partida ainda mais suave com baixa corrente, além de permitir que o motor-compressor varie
sua velocidade e obtenha muito mais eficiência em cargas parciais.
Existem alguns modelos que possuem ainda uma tecnologia que proporciona um
aumento no desempenho em cargas parciais, quando a água de condensação está com baixa
temperatura ou fora das estações de pico.
O compressor é adequado para operar em uma faixa mais ampla de fluxo de ar, sem
que mude a rotação. Além disso, ele possui um propulsor de alta velocidade, com várias pás,
que giram para alcançar o objetivo do equipamento, e age como coletor, acumulando o ar
pressurizado.
4.1.2.2 - Chiller Parafuso de Condensação a Água
O Chiller que utiliza compressor parafuso com condensação à água é projetado tanto
para o mercado industrial quanto para o comercial. É uma boa alternativa para o controle
preciso de temperatura em diversas aplicações.
Ele possui compressor com dois eixos em formato de parafusos interligados que giram
em direções opostas. O gás refrigerante que entra na câmara é comprimido entre os parafusos.
Estes equipamentos podem fornecer água gelada tanto para sistemas de conforto
quanto para resfriamento de processos. Ele oferece alta confiabilidade e facilidade na
instalação, além de aplicação flexível e eficiência energética aprimorada. E para alguns
modelos é exigido apenas uma verificação do óleo por ano. Ele não possui selo mecânico,
problemas de alinhamento de eixo e nem caixas de engrenagens.
Alguns modelos dispõem de possibilidades de controle, monitoramento, e diagnóstico
remoto múltiplo. Características como armazenamento térmico e produção de gelo,
recuperação de calor, operação em ciclo reverso com arrefecimento a seco, são relacionadas a
ele.
4.1.2.3 - Chiller Parafuso de Condensação a Ar
O Chiller que utiliza compressores Parafuso de condensação a ar são mais utilizados
em estabelecimentos industriais. Ele apresenta operação silenciosa e várias opções de
tratamento acústico, garantindo maior flexibilidade para atender às necessidades específicas
dos prédios.
Esse tipo de equipamento fornece água gelada tanto para sistemas de ar condicionado
de conforto quanto para os de resfriamento de processos. E uma das principais vantagens é
que ele oferece um fluxo contínuo de ar.
Eles são desenvolvidos especificamente para reduzir os custos do ciclo de vida e para
maior confiabilidade, por conta da simplicidade do seu desenho. Além disso, eles fornecem
uma combinação em eficiências com carga parcial assim como eficiências com carga total.
Para amortecer as pulsações de descarga e reduzir ainda mais o nível de ruído, alguns
modelos contam também com compressores livres de vibrações e equipados com dois
silenciadores, além de chave padronizada com uma única entrada de energia trifásica. Esse
sistema facilita os processos de instalação e manutenção.

4.1.2.4 - Chiller Scroll


O Chiller que opera com compressor Scroll, também conhecido como Caracol
Excêntrico, tem como objetivo garantir soluções otimizadas aos projetos de ar condicionado e
possui uma alta eficiência energética e trabalha sobre diversas variações de temperaturas e
relações de compressão.
Além disso, ele possui uma vantagem que chega até 10% de rendimento comparado
aos compressores rotativos de pistão. Por isso são menos propensos a ter vazamento de gás e
perdas de fluxo. A perda de gás é quase zero se comparado com um compressor rotativo com
folga fixa. Devido a isso, o custo de operação é baixo.
O motor do Chiller Scroll é refrigerado por gás de sucção, permitindo até 12 partidas
por hora. Ele possui controle microprocessado de fácil operação que permite um melhor
aproveitamento da performance. Trabalhando juntos eles podem utilizar diversos terminais de
água gelada, como unidades de tratamento de ar do tipo Air Handler e terminais fan coil.

4.2 – CHILLERS DE ABSORÇÃO


O ciclo de absorção guarda algumas semelhanças com o ciclo de compressão de vapor,
como a presença de condensador, válvula de expansão e evaporador. Por outro lado, o ciclo
de absorção não apresenta compressor, apresentando apenas uma pequena bomba que eleva a
pressão de uma solução aquosa, o que faz com que o consumo de energia elétrica do ciclo seja
muito pequeno. O preço pago por essa “economia” é que precisamos de uma fonte quente
para manter o funcionamento do gerador, onde a solução concentrada é separada em uma
concentrada e uma menos concentrada.
4.2.1 - FUNCIONAMENTO
A produção de água gelada é realizada a partir dessa fonte de calor, utilizando uma
solução de um sal em um processo termoquímico de absorção, onde a água é o fluido
refrigerante. Ou então pode se usar outras combinações de fluido em que a água pode
funcionar como fluido absorvente como quando as substâncias utilizadas forem a amônia e a
água.

Os principais componentes de um chiller de absorção e a sua função são os seguintes:

• Condensador;

• Válvula de expansão;

• Evaporador;

• Absorvedor;

• Bomba;

• Válvula redutora de pressão;

• Gerador;

Nesse ciclo, o vapor de baixa pressão que sai do evaporador é absorvido por uma
solução líquida no absorvedor, rejeitando calor através de um sistema de resfriamento para
que o aumento de temperatura não cesse a absorção. A bomba recebe o líquido a baixa
pressão do absorvedor e entrega com maior pressão ao gerador.

No gerador, a adição de calor de uma fonte a alta temperatura expulsa o vapor da


solução, já a fase líquida volta para o absorvedor através da válvula redutora de pressão,
enquanto que o vapor a alta pressão vai ao condensador.

No condensador, o vapor rejeita calor para a atmosfera e se condensa. Passa então pela
válvula de expansão, resfriando-se, e chega ao evaporador, onde se vaporiza, roubando então
calor do ambiente, para depois reiniciar o ciclo no absorvedor. As principais soluções usadas
são a de amônia e a de brometo de lítio.

4.2.2 – TIPOS DE CHILLERS DE ABSORÇÃO

4.2.2.1 - Chiller de absorção de queima direta


Nestes sistemas o calor necessário ao processo é obtido queimando diretamente um
combustível, tipicamente gás natural.

4.2.2.2 - Chiller de absorção de queima indireta


Nestes sistemas o calor necessário é fornecido na forma de vapor de baixa pressão,
água quente ou de um processode purga quente.
Os chillers de absorção são muitas vezes integrados em sistemas de cogeração, de
forma a permitir o aproveitando do calor que de outra forma seria desperdiçado. Existem
essencialmente dois tipos distintos de ​chillers de​ ​absorção de queima indireta​:
- Sistemas onde o absorvente é o ​amoníaco​: estes sistemas representam um
investimento relativamente elevado, sendo normalmente aplicados apenas em instalações de
grande capacidade.
- Sistemas onde o absorvente é o ​brometo de lítio​: representa o sistema mais utilizado
nos casos de integração com sistemas de micro-cogeração, devido essencialmente a uma
melhor relação entre o seu custo e a sua eficiência energética.

5. APLICAÇÃO

Os Chillers podem ser utilizados em locais que possuem grande circulação de pessoas
ou em indústrias para atender maquinas e mecanismos em geral, até mesmo em processos
industriais para a remoção de calor em reações exotérmicas onde o calor é transferido de um
meio inferior para um meio exterior de modo a assegurar a temperatura requerida durante o
processo. Esses equipamentos também podem ser utilizados em grandes áreas que necessitam
de refrigeração em diversos pontos distantes uns dos outros.

Mais especificamente os sistemas de Chiller são mais indicados para:

● Indústrias Alimentícias
● Indústrias Farmacêuticas
● Indústrias Químicas
● Indústrias do petróleo e gás, petroquímicos e refinarias
● Hospitais
● Aeroportos
● Estações de metrô ou armazéns
● Pistas de patinação no gelo
● Mineração e tunelamento
● Equipamentos de telecomunicações e locais da torre de controle das células
● Refrigeração em geral

6. NORMAS

As condições de climatização para o processo industrial são definidas pela engenharia


de produto, a qual estabelece limites e faixas de controle para garantir a qualidade do produto,
e para as condições de conforto térmico tem-se como balizamento dos parâmetros as seguintes

ABNT NBR 15372 (2006) - ​Resfriadores de ar para refrigeração - Métodos de ensaio


ABNT NBR 15627 (2008) - ​Condensadores a ar remoto para refrigeração
ABNT NBR 13971(2014) - ​Sistemas de refrigeração, condicionamento de ar, ventilação e
aquecimento — Manutenção programada.
ABNT NBR 16101(2012) - ​Filtros para partículas em suspensão no ar — Determinação da
eficiência para filtros grossos, médios e finos.
ABNT NBR 15848 (2010) - ​Sistemas de ar condicionado e ventilação – Procedimentos e
requisitos relativos às atividades de construção, reformas, operação e manutenção das
instalações que afetam a qualidade do ar interior (QAI)
ABNT NBR 15828 (2010) - ​Compressores para refrigeração — Apresentação dos dados de
desempenho.

7. PROCEDIMENTOS PARA SELEÇÃO

Quando precisamos de um chiller para a operação de um projeto, devemos realizar os


cálculos necessários para o funcionamento do processo ao melhor custo-benefício e fornecer
os dados ao fabricante que atendam as condições do nosso projeto. As condições que
determinam o modelo da unidade são:

● Carga Térmica;
● Temperatura de água gelada na saída do resfriador;
● Temperatura de Entrada da Água no Resfriador;
● Temperatura da água na entrada do condensador.

8. ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA

Com a definição do modelo do chiller que suporta as condições de projeto, o


responsável pelo equipamento deve-se fazer uma especificação técnica, documento que define
um conjunto de exigências que um produto ou montagem deve atender ou superar. Feito isso
este documento, geralmente, é encaminhado ao setor de compras que abre o processo de
licitação para a aquisição do produto ao melhor preço. Uma especificação técnica bem feita é
muito importante para reduzir possíveis prejuízos, visto que isso minimiza os desvios de
comunicação e também duplas interpretações.

Como exemplo de especificação técnica de um chiller pegaremos um modelo fornecido pela


Carrier.

Guia de Especificação
1.0 ​Objetivo: Fornecimento de um equipamento chiller com condensação a água controlado
por microprocessador utilizando compressores Scroll e válvulas de expansão termostática,
afim de climatizar o ambiente de produtos/equipamentos.

2.0 ​Documentos de Referência:

● A unidade deve ser selecionada de acordo com o padrão AR1 590-92.


● A máquina deve ser projetada de acordo com a ASHRAE, última revisão, e ASME
onde aplicável.
● A unidade deve ser totalmente testada dentro da fábrica.

3.0 ​Dados do Processo:

● Carga Térmica: 25TR


● Temperatura de água gelada na saída do resfriador: 7,0°C
● Temperatura de Entrada da Água no Resfriador: 5,5°C
● Temperatura da água na entrada do condensador: 30°C

4.0 ​Características Especificas:

4.1 Modelo: ​30HKS 030

4.2 Descrição do Equipamento:

4.2.1 Geral: Resfriador de líquido com condensação a água, peça única, montado em fábrica.
Juntamente com o gabinete da unidade devem estar toda a fiação, tubulação, controles, carga
refrigerante (R - 407C) e as opções especiais de fábrica requeridas previamente à partida de
campo.

​4.2.2 Gabinete da Unidade

● A estrutura deve ser de perfis de aço galvanizado.


● Preparação da superfície: a superfície deve ser jateada com abrasivo e grau mínimo
SA2.5.
● A limpeza após jateamento deve ser feita com ar seco isento de óleo.
● Pintura, aplicação de shop-primer no máximo até 4hs após o jateamento. A espessura
da camada de tinta deve ser 30 micrômetros.
​4.2.3 Compressores

● Somente do tipo Scroll.


● Montado sobre calços de borracha para amortecimento das vibrações.

​4.2.4​ ​Evaporador

● Tipo casco e tubos com tampa removível.


● Os tubos devem ser internamente aumentados sem costuras de cobre e expandidos
contra o espelho.
● Equipado com conexões de água do tipo flangeada.
● O casco deve ser isolado com uma espuma de PVC de 3/4 polegadas (19mm) de fator
K máximo de 0,040 W/m.K.
● O evaporador deve ser testado e selado de acordo com o código ASME para ter uma
pressão de funcionamento mínimo tanto lado água quanto lado refrigerante.

4.2.5 Condensador

Deve ser do tipo casco e tubo com cabeçote fundido removível para permitir limpeza regular
e, os tubos de cobre devem ter aletas integrais externamente e ranhuras internas para aumentar
o turbilhonamento da água. Cada condensador deve ser construído para proporcionar um
sub-resfriamento positivo ao refrigerante líquido. Uma válvula de alívio, um dreno para purga
e uma válvula de serviço na linha de líquido em cada condensador.

4.2.6 Componentes de refrigeração​:

Os componentes do circuito do refrigerante devem incluir dispositivo de proteção do lado de


alta pressão, válvulas de serviço de linha de líquido, filtro secador com núcleos recambiáveis,
visor de nível indicador de umidade, válvula de expansão termostática (TXV), e carga
completa de refrigerante para operação.

4.2.7 Motores:

Os motores do compressor devem ser resfriados pela passagem de gás de sucção ao redor das
bobinas do motor.

4.2.8 Exigências Elétricas:


● A alimentação de força elétrica da unidade (3 fases)
● A unidade deve ser embarcada com controle e fiação de força instalada na fábrica.

4.3 Acessórios:​ As unidades devem incluir os seguintes componentes:

● Microprocessador
● Blocos terminais dos circuitos de controle e alimentação.
● Painel sinóptico.
● Termistores, e/ou transdutores de pressão.

4.4 Fabricante​: Carrier

5.0 ​Responsabilidade da contratada:

● Certificações das normas exigidas


● Transporte e manuseio do equipamento
1. A unidade deve ser estocada e manuseada conforme recomendações do
fabricante.
2. Os controles da unidade devem ser capazes de resistir a uma temperatura de
estoque de até 85O°C no compartimento de controle por um período indefinido
de tempo.
● Fornecimento do equipamento com os termistores e todos os componentes necessários
em conjugação com o sistema de controle para suprir a unidade com as seguintes
proteção.

1. Proteção contra a perda da carga refrigerante.

2. Detectar o baixo fluxo d’água.

3. Proteção contra baixa temperatura da água resfriada, (anti-congelamento).

4. Proteção contra alto ou baixo superaquecimento.

5. Proteção contra a baixa voltagem de entrada nos controles.

6. Sinal de alarme visual (luz do alarme).

7. Pressostato de alta pressão.


● Os compressores devem ser equipados com os seguintes tipos de proteção:

1. Alta pressão de descarga.

2. Sobrecarga elétrica.

6.0 ​Responsabilidades do Contratante:

● Identificar o local onde será colocado o equipamento para sua posterior instalação.
● Providenciar os documentos necessários para a entrada do caminhão com os
componentes do equipamento.

7.0 Documentação a ser fornecida

7.1 Na proposta:

● Relação de Sobressalentes.
● Custo da Manutenção.
● Croqui com as dimensões do equipamento.

​7.2 Na entrega:

● Manual de Operação e de Manutenção.


● Desenhos (Correspondente a realidade do desenho instalado).
● Certificados de garantia e de qualidade.

Obs. Esta especificação é apenas um modelo para apresentação didática, em um modelo real
ainda precisaria conter garantia, prazo de entrega entre outros aspectos.

9. MANUTENÇÃO DE CHILLERS

Como já foi dito o equipamento chiller tem como sua principal finalidade refrescar o
ar, produtos e equipamentos além de auxiliar na climatização e controle da temperatura e da
umidade relativa em ambientes de grandes dimensões. Para o correto funcionamento do
sistema de refrigeração Chiller, é imprescindível cuidar de sua manutenção.

O objetivo da manutenção nesses equipamentos é manter os componentes em


condições de funcionamento ou realizar intervenções com o intuito de aumentar a eficiência
no funcionamento tanto de cada um dos componentes como do sistema como um todo. Para
que esse objetivo seja alcançado, é necessário que seja criado um plano de manutenção bem
elaborado e que o mesmo seja regido de forma disciplinada.

O plano de manutenção de um chiller, como em muitos equipamentos, são compostos


por três tipos de manutenções:

Manutenção de melhoria – Inclui as modificações ou alterações destinadas a melhorar o


desempenho do equipamento, ajustá-lo a novas condições de funcionamento, melhorar ou
reabilitar as suas características operacionais.

Manutenção preventiva​ – Orientada no sentido de evitar a ocorrência de avarias, dentro da


manutenção preventiva existem dois subtipos:

Preventiva sistemática – fazem-se os trabalhos a intervalos de tempo pré-determinados.

Preventiva condicional – fazem-se os trabalhos quando há indicações técnicas para os fazer,


técnicas essas que podem ser, análises de vibrações, análises de tendência, ou pelo estado do
equipamento (ruído, folgas, rendimento parâmetros de funcionamento, etc.).

Manutenção corretiva​ – também designada curativa, destina-se a reparar avarias e maus


funcionamentos ocorridos em serviço.

Como modo de exemplificação, apresentaremos aqui apenas alguns exemplos de defeitos que
pode ocasionar nesses resfriadores de líquido e nos componentes que compõem todo o
processo de climatização que envolve os chillers.

Defeitos referentes ao Chiller: ​Os chillers que basicamente são compostos por
compressores, condensadores, evaporadores e válvula de expansão podem apresentar diversos
defeitos.

● Compressores

Sintoma Causa Procedimento


Verificar e corrigir
Compressor parte, mas não
vazamentos
mantém seu funcionamento Falta de refrigerante.
Adicionar refrigerante se
contínuo.
necessário.
Compressor "ronca" mas Verificar e substituir o
Compressor "trancado".
não parte. compressor.
Verificar afrouxamento de
parafusos.
Unidade com ruído. Compressor com ruído.
Verificar regulagem da
válvula de pressão.

● Condensadores

Sintoma Causa Procedimento


Perda da capacidade de Água de condensação Limpar os tubos de
condensação. barrenta ou calcificada. condensação, varetando-os.
Verificar suprimento de
água.
Verificar funcionamento da
bomba e torre de
Pressão de descarga Baixa vazão de água no
resfriamento.
elevada. condensador.
Verificar rotação do
ventilador.
Ajustar se necessário (caso
de condensação a ar).
Conexões de água de
Vazamento de água. Verificar e corrigir.
condensação defeituosas.

● Evaporadores

Sintoma Causa Procedimento


Unidade opera
continuamente mas com Óleo no evaporador. Verificar e drenar o óleo.
baixo rendimento.
Verificar sujeira nos filtros
de ar. Limpar ou substituir.
Pressão de sucção Baixa vazão de ar no Verificar sujeira na
reduzida. evaporador. serpentina. Limpar e
providenciar filtragem
adequada.
Verificar registros de
regulagem da rele de dutos.
Verificar rotação do
Unidade opera
Baixa vazão de ar no ventilador. Ajustar se
continuamente mas com
evaporador. necessário.
baixo rendimento.
Verificar funcionamento do
motor. Substituir se
necessário.

● Válvula de Expansão

Sintoma Causa Procedimento


Válvula de expansão
A unidade opera sem parar. parcial ou totalmente Limpe ou substitua
entupida.
A linha de líquido está A válvula de expansão Ajustar a válvula de
muito quente. abre excessivamente expansão.
A válvula de expansão
Ajustar a válvula de
A linha de sucção "sua". admite refrigerante em
expansão.
excesso.
Referentes aos componentes que compõem o processo como todo:

As peças que compõem o processo como todo que requer mais atenção são: Fan-coils,
ventiladores (condensação a ar), bombas e motores.

● Fan-coils​: seus filtros devem ser trocados com a frequência prevista pela manutenção
preventiva. As serpentinas necessitam de limpeza, para retirar detritos e sujeiras, que
fazem com que se perca eficiência e energia. As alhetas não podem estar amarrotadas
nem coladas, devendo também ser limpas periodicamente.

● Ventiladores possuem itens que precisam de lubrificação e limpeza, com a análise de


velocidade das pás e cuidado com os encaixes e correias, que têm fraca resistência e
ligam o motor às pás.

● ​Bombas exigem atenção para evitar a cavitação, problema causado pela erosão de
seus componentes e que pode ser solucionado se a pressão de sucção for mantida no
mínimo ideal.

● Motores ​precisam de limpeza regular e lubrificação adequada.

Água de condensação: ​nos chillers de condensação a água, devemos tomar cuidado com a
água oriunda das torres de resfriamento, pois a mesma deve ter seu pH regulado, ser feito o
controle das bactérias, o acúmulo de sujeira no interior na cuba da TR e também o
monitoramento da sua temperatura (aproximadamente 27˚C). Para isso devemos fazer
inspeções e limpezas periódicas na TR e nos termostatos instalados

Além de garantir que os equipamentos de refrigeração estejam em pleno funcionamento, a


manutenção evita que o ar-condicionado seja um meio de propagação de doenças. Por isso,
além da climatização correta, a limpeza habitual e troca de filtros proporciona ambientes mais
saudáveis.
O Papel de um engenheiro de manutenção em um chiller...

O engenheiro de manutenção é responsável para operar e manter o equipamento de


forma a que os benefícios desejados sejam alcançados ao mais baixo custo. Deve assistir a
toda a instalação do equipamento, verificar as fundações de forma a evitar posteriores
problemas com vibrações ou ruídos, verificar que o espaço em redor do equipamento seja
adequado para um fácil acesso, deve verificar se o sistema de refrigeração foi limpo antes de
ser cheio com o fluído refrigerante e na devida altura de pôr o equipamento em
funcionamento, além de seguir todas as recomendações do fabricante em relação a
manutenções periódicas sugeridas.

10. FABRICANTES

Empresas de refrigeração como ​Carrier​, ​Trane​, ​Hitachi​, ​Komeco​, ​York​ e ​Daikin


constituem as principais marcas que oferecem diversos modelos de chiller. Os produtos
contam com uma alta tecnologia, proporcionando desempenho e segurança do ponto de vista
econômico e ecológico. Os preços estão frequentemente entre R$ 3.000,00 e R$
400.000,00, fora a instalação, de acordo com os modelos disponíveis no mercado.

11. CONCLUSÃO

Conclui-se com esse trabalho que a refrigeração se trata de um ramo da ciência que
cuida dos processos de redução e conservação de temperatura de um espaço ou material,
abaixo da temperatura ambiente predominante de acordo com a sua aplicação.

Ciência essa que se dispõe de vários equipamentos e métodos, que estão se


desenvolvendo a cada dia mais, gerando menos custos e menor degradação ao meio ambiente.
Além disso, o sistema de resfriamento Chiller é um equipamento muito importante em alguns
casos industriais e quando se trata de resfriamento de ambientes. Por isso se torna importante
o entendimento de cada aluno e futuros engenheiros mecânicos a respeito desse equipamento
assim como qualquer outro equipamento industrial e de processo, entender o funcionamento e
a eficiência dos diversos tipos de Chillers, suas diferenças, aplicabilidades, custos e as normas
técnicas envolvidas para que se possa realizar uma perfeita especificação técnica de acordo
com os procedimentos para seleção mostrados no trabalho. Ou seja, cada sistema deve ser
seriamente estudado, projetado e analisado antes de qualquer manutenção ou instalação para
que não haja gastos excessivos e garantindo que o equipamento atenda todas as espectativas
do consumidor de acordo com sua aplicabilidade.

12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

http://www.ecivilnet.com/dicionario/o-que-e-chiller.html
http://www.ageradora.com.br/o-que-e-chiller-e-quais-os-seus-beneficios/
http://www.trane.com/commercial/latin-america/br/pt/products-systems/equipment/chillers/w
ater-cooled-chiller.html
http://www.tecnogerageradores.com.br/2014/12/como-funciona-um-chiller-e-como-e-feita-su
a-manutencao/
http://www.refrisystemrefrigeracao.com.br/manutencao-chiller,

Desenvolvimento de uma metodologia para aplicação de retrofit em sistemas de água gelada,


autorres: Júlia Naves Lins Vanessa de Souza Lima Caiafa; Universidade de Brasilia.

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