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História e evolução
Os chillers têm sua origem nos sistemas de refrigeração desenvolvidos no século XIX. Ao longo
do tempo, passaram por diversas evoluções tecnológicas para melhorar sua eficiência,
confiabilidade e sustentabilidade.
Funcionamento básico
Ciclo de refrigeração
O ciclo de refrigeração básico de um chiller envolve a compressão de um fluido
refrigerante, sua condensação, expansão e evaporação.
Tipos de chillers
Chillers de compressão mecânica
Esses chillers são os mais comuns e utilizam um ciclo de compressão mecânica de vapor
para remover o calor do ambiente ou do processo.
O ciclo de refrigeração é realizado por meio de um compressor que comprime e bombeia
um refrigerante através de um ciclo termodinâmico de condensação e evaporação.
Podem ser subdivididos em chillers de compressão de vapor simples (com um estágio de
compressão) ou chillers de compressão de vapor múltiplo (com múltiplos estágios de
compressão).
Chillers de absorção
Esses chillers utilizam uma solução líquida, geralmente uma solução aquosa de água e sal
ou outro líquido refrigerante, em vez de um compressor mecânico.
O calor é removido do ambiente ou do processo através de um processo de absorção e
evaporação, em vez de compressão direta do refrigerante.
Os chillers de absorção são frequentemente utilizados em aplicações onde o calor residual
está disponível, como em instalações industriais ou processos de cogeração.
Chillers termoelétricos
Esses chillers utilizam o efeito Peltier para remover o calor. O efeito Peltier é uma
propriedade termoelétrica na qual uma corrente elétrica é usada para criar um gradiente de
temperatura.
Quando uma corrente elétrica passa através de dois materiais diferentes, ocorre um
resfriamento em uma junção e um aquecimento na outra, proporcionando a transferência de
calor.
Chillers termoelétricos são frequentemente utilizados em aplicações de baixa capacidade e
onde o ruído e a vibração dos compressores tradicionais são indesejados.
O EER é semelhante ao COP, mas é mais comumente usado nos Estados Unidos. Ele é
calculado da mesma maneira, dividindo a capacidade de resfriamento pela potência
consumida, mas é expresso em unidades de British Thermal Units (BTU) por Watt-hora
(W). Novamente, quanto maior o valor do EER, mais eficiente é o chiller.
Impacto ambiental
Consumo de Energia: Chillers consomem eletricidade para operar. Se não forem projetados e
operados de forma eficiente, podem resultar em altos consumos de energia, contribuindo para a
demanda por combustíveis fósseis e emissões de gases de efeito estufa associadas à geração de
eletricidade.
Emissões de Gases de Efeito Estufa: Alguns refrigerantes utilizados em chillers são gases de
efeito estufa potentes, como os hidrofluorocarbonetos (HFCs). Se esses refrigerantes vazarem
durante a operação, podem contribuir significativamente para o aquecimento global.
Uso de Água: Chillers muitas vezes requerem água para operar, seja como um fluido
refrigerante ou para resfriamento auxiliar. O uso excessivo de água pode ter impactos negativos
em ecossistemas locais, especialmente em regiões onde a água é escassa.
Descarte de Refrigerantes e Fluidos: No final da vida útil de um chiller, é importante garantir
que os refrigerantes e fluidos sejam descartados de maneira adequada e segura, para evitar a
contaminação do solo e da água subterrânea.
Eficiência Energética: Chillers com maior eficiência energética podem reduzir o consumo total
de energia e as emissões de gases de efeito estufa associadas à geração de eletricidade. Investir
em chillers de alta eficiência pode, portanto, reduzir o impacto ambiental ao longo do tempo.
Manutenção Adequada: Práticas de manutenção adequadas, como limpeza regular, ajustes de
componentes e reparos de vazamentos, podem melhorar a eficiência operacional do chiller,
reduzindo assim seu impacto ambiental.
Alternativas Sustentáveis: Existem alternativas mais sustentáveis para os chillers
convencionais, como sistemas de refrigeração utilizando fontes de energia renovável,
refrigerantes naturais de baixo impacto ambiental e tecnologias de resfriamento evaporativo.
Dia 2: Funcionamento Detalhado
Compressores
Tipos de compressores usados em chillers
Compressor de Parafuso:
Funcionamento: O compressor de parafuso consiste em dois rotores helicoidais interligados que
giram em direções opostas dentro de uma carcaça. O refrigerante é aspirado entre os rotores e
comprimido à medida que se desloca ao longo do perfil dos rotores, sendo então descarregado
na saída do compressor.
Características: Esse tipo de compressor é conhecido por sua eficiência energética e capacidade
de operar de forma suave e silenciosa. São adequados para aplicações de médio e grande porte.
Compressor de Parafuso de Rotor Único:
Funcionamento: Similar ao compressor de parafuso convencional, mas com apenas um rotor.
Ele comprime o refrigerante conforme o rotor gira dentro da carcaça.
Características: Este tipo de compressor é mais compacto que o de parafuso duplo, sendo
frequentemente usado em chillers menores.
Compressor Centrífugo:
Funcionamento: Este tipo de compressor utiliza a energia cinética para comprimir o
refrigerante. O refrigerante é introduzido no compressor através de uma entrada centrífuga,
onde é acelerado por um rotor giratório. A alta velocidade resultante pressuriza o refrigerante.
Características: Os compressores centrífugos são conhecidos por sua eficiência em altas
capacidades de refrigeração. Eles são frequentemente usados em chillers de grande porte e
sistemas de ar condicionado industrial.
Compressor Alternativo (ou de Pistão):
Funcionamento: Esse tipo de compressor utiliza pistões para comprimir o refrigerante. Os
pistões se movem para frente e para trás dentro de cilindros, comprimindo o refrigerante durante
o processo.
Características: Os compressores alternativos são robustos e geralmente são utilizados em
aplicações de refrigeração de médio e grande porte. Eles podem ser menos eficientes do que
alguns outros tipos de compressores, mas são adequados para aplicações que exigem alta
pressão de descarga.
Trocadores de calor
Evaporadores
O evaporador é a parte do chiller onde ocorre a transferência de calor do fluido que precisa ser
resfriado para o refrigerante.
No evaporador, o refrigerante de baixa pressão e baixa temperatura entra em contato com o
fluido quente a ser resfriado. Esse fluido pode ser água, solução aquosa, ou até mesmo ar,
dependendo do tipo de chiller.
Quando o refrigerante entra em contato com o fluido quente, ele absorve o calor do fluido,
evaporando e se transformando em vapor.
Como resultado, o fluido a ser resfriado perde calor e diminui sua temperatura.
Os evaporadores de chillers podem ser do tipo de placas, de casco e tubo, ou de outros designs,
dependendo das especificações do sistema.
Condensadores
O condensador é a parte do chiller onde ocorre a liberação de calor absorvido pelo refrigerante
no evaporador.
O refrigerante, agora na forma de vapor superaquecido, é comprimido e enviado para o
condensador.
No condensador, o vapor refrigerante libera calor para o ambiente externo ou para outro fluido,
geralmente água, que está circulando no sistema.
À medida que o calor é removido do refrigerante, ele se condensa de volta ao estado líquido.
O fluido de resfriamento externo, como água, pode absorver o calor liberado pelo refrigerante,
aumentando sua temperatura.
Os condensadores também podem ter diferentes configurações, como condensadores a ar,
condensadores a água ou condensadores evaporativos, dependendo das necessidades do sistema
e do ambiente em que estão operando.
Fluidos refrigerantes
Propriedades dos principais refrigerantes
Os fluidos refrigerantes são substâncias químicas utilizadas em sistemas de refrigeração, como
chillers, para transferir calor de um ambiente para outro. As propriedades dos principais
refrigerantes e seu impacto ambiental são importantes considerações na escolha e no uso desses
fluidos.
HCFCs (Clorofluorcarbonetos Hidroclorofluorcarbonetos):
Exemplos: R-22.
Foram amplamente utilizados no passado, mas estão sendo gradualmente eliminados devido ao
seu impacto no esgotamento da camada de ozônio.
HFCs (Hidrofluorcarbonetos):
Exemplos: R-134a, R-410A, R-404A.
São comumente usados como substitutos dos HCFCs devido à sua menor capacidade de
destruição da camada de ozônio, mas muitos HFCs têm alto potencial de aquecimento global
(GWP), o que os torna alvos de regulamentações ambientais.
HFOs (Hidrofluorolefinas):
Exemplos: R-1234yf, R-1234ze.
São uma nova geração de refrigerantes projetados para ter um impacto ambiental menor, com
um GWP significativamente reduzido em comparação com os HFCs.
Amônia (NH3):
É um refrigerante natural com excelentes propriedades de transferência de calor.
Tem zero GWP e zero potencial de destruição da camada de ozônio.
No entanto, é tóxico e inflamável em certas concentrações, exigindo precauções especiais no
manuseio.
Dióxido de Carbono (CO2):
Também conhecido como R-744.
É um refrigerante natural com um GWP muito baixo.
Tem sido cada vez mais utilizado em sistemas de refrigeração comerciais devido às suas
propriedades ambientais favoráveis.
Controles e automação
Sistemas de controle de temperatura e pressão
Sensores de temperatura e pressão são fundamentais para monitorar e controlar o
desempenho do chiller.
Controladores de temperatura e pressão ajustam automaticamente as condições de operação do
chiller para manter a temperatura desejada e a pressão adequada do fluido refrigerante.
Algoritmos de controle podem ser implementados para otimizar o funcionamento do chiller em
diferentes condições de carga e ambientes.
Alguns chillers possuem capacidade de operação com carga variável, o que significa que eles
podem ajustar sua capacidade de resfriamento de acordo com a demanda do sistema.
Sistemas de controle avançados podem otimizar a operação do chiller para garantir eficiência
energética, ajustando a velocidade dos compressores ou utilizando múltiplos estágios de
compressão.
Procedimentos de manutenção
Manutenção Preventiva Programada: Desenvolver um plano de manutenção preventiva
que inclua inspeções regulares, trocas de óleo, limpeza e substituição de peças conforme
necessário.
Registro de Dados: Manter registros detalhados de todas as atividades de manutenção
realizadas, incluindo datas, procedimentos e quaisquer problemas encontrados.
Treinamento da Equipe: Certificar-se de que a equipe responsável pela manutenção do
chiller esteja devidamente treinada e qualificada para realizar as tarefas necessárias com
segurança e eficiência.
Plano de Emergência: Ter um plano de ação em vigor para lidar com falhas inesperadas,
incluindo procedimentos de desligamento de emergência e contato com serviços de reparo
especializados.
Ligações
Esquemas de ligação típicos
Conexões de Água: Conecte as linhas de entrada e saída de água do chiller ao sistema de
tubulação correspondente. Certifique-se de que todas as conexões estejam seguras e seladas
corretamente para evitar vazamentos.
Conexão Elétrica: Realize a conexão elétrica do chiller de acordo com as especificações do
fabricante e as normas locais. Isso pode envolver a instalação de disjuntores, conduítes e
tomadas elétricas adequadas.
Verificação das Conexões: Após realizar todas as conexões, verifique se não há vazamentos de
água e se a fiação elétrica está corretamente conectada e segura.
Ligações hidráulicas
Conexões de tubulação
Entrada e Saída de Água: Identifique claramente as conexões de entrada e saída de água no
chiller. Geralmente, essas conexões são marcadas como "Inlet" (entrada) e "Outlet" (saída).
Verifique o manual do fabricante para confirmar as localizações corretas dessas conexões.
Tipo de Conexão: Escolha o tipo de conexão de tubulação adequado para o seu sistema. Isso
pode incluir conexões roscadas, flangeadas ou soldadas, dependendo das especificações do
chiller e do sistema de tubulação existente.
Válvulas de Controle: Instale válvulas de controle adequadas na linha de entrada e saída do
chiller para facilitar o controle do fluxo de água e permitir a manutenção do equipamento.
Filtros e Strainers: Considere a instalação de filtros e strainers nas linhas de entrada de água
para evitar a entrada de impurezas e partículas que possam prejudicar o funcionamento do
chiller.
Flexibilidade: Utilize conexões flexíveis ou juntas de expansão para permitir a absorção de
movimentos e vibrações, garantindo assim uma instalação mais segura e durável.