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BACHARELADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

TÓPICOS ESPECIAIS EM AUTOMAÇÃO E CONTROLE II


DISCIPLINA DE REFRIGERAÇÃO
PROF. MSc. CAIO CEZAR NEVES PIMENTA

TRABALHO DE PESQUISA

CONDENSADORES

ARTHUR FEITOSA VIEIRA MONTEIRO


EDILSON JOSÉ JACINTO
WALNER ALVES DA CONCEIÇÃO

VALPARAÍSO DE GOIÁS-GO
(2023)

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TRABALHO DE PESQUISA

CONDENSADORES

Trabalho apresentado ao Instituto Federal de


Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás - Câmpus
Valparaíso - Bacharelado em Engenharia Elétrica como
parte dos requisitos necessários ao cumprimento da
disciplina de Refrigeração, sob a orientação da prof. MSc.
Caio Cezar Neves Pimenta.

VALPARAÍSO DE GOIÁS-GO

(2023)

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 4

2. CONDENSADORES ................................................................................ 4

2.1. CONDESADORES RESFRIADOS A AR ............................................. 6

2.2. CONDENSADOR EVAPORATIVO....................................................... 7

2.3. CONDENSADOR CASCO E TUBOS ................................................... 8

2.4. CONDENSADOR DE CASCO E SERPENTINA .................................. 9

2.5. CONDENSADOR DE TUBO DUPLO ................................................... 9

2.6. CONSIDERAÇÕES SOBRE OS TIPOS DE CONDENSADORES ..... 10

3. CONCLUSÃO ........................................................................................ 11

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 12

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1. INTRODUÇÃO

A refrigeração desempenha um papel vital em nossa sociedade moderna,


permitindo a conservação de alimentos, a manutenção de ambientes confortáveis e
a operação confiável de equipamentos sensíveis ao calor. No cerne de muitos
sistemas de refrigeração encontra-se um componente essencial e frequentemente
subestimado: o condensador de refrigeração. Este componente desempenha um
papel crucial na transformação do refrigerante de vapor em líquido, liberando o calor
absorvido do ambiente circundante. Ao fazê-lo, torna possível a continuidade do
ciclo de refrigeração e o resfriamento eficaz de uma variedade de aplicações, desde
sistemas de ar condicionado até unidades de refrigeração industrial.

Este trabalho se propõe a explorar a importância e tipos de condensadores de


refrigeração em sistemas de refrigeração e ar condicionado. Abordaremos as
principais funções e características desse componente, bem como as diferentes
tecnologias utilizadas na sua concepção, incluindo condensadores a ar,
condensadores a água e condensadores evaporativos. Além disso, discutiremos a
eficiência energética e as considerações ambientais relacionadas ao uso de
condensadores de refrigeração, destacando a importância de escolher o
condensador adequado para cada aplicação.

2. CONDENSADORES

De acordo com Eich e Loris (2013), o condensador, como componente


essencial do sistema de refrigeração, desempenha a função de converter o gás
quente, pressurizado pelo compressor, em líquido refrigerante. Essa transformação
ocorre ao longo do percurso do condensador, resultando em uma grande redução da
temperatura do fluido refrigerante. O condensador, portanto, desempenha um papel
vital no ciclo de refrigeração, garantindo a eficiência do sistema ao dissipar o calor
acumulado e preparar o refrigerante para o próximo estágio do processo.

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Segundo Ferraz (2008), ao receber o fluido proveniente do compressor, o
condensador opera com o fluido ainda na mesma fase da saída do compressor, ou
seja, como um gás superaquecido sob alta pressão. No contexto do sistema de
refrigeração, a intenção é transformar esse fluido gasoso, e para isso, é preciso
condensá-lo antes de retornar ao evaporador.

O processo de condensação ocorre ao longo de um trocador de calor, o


condensador, e se desdobra em três fases distintas: superaquecimento,
condensação e sub-resfriamento. Essa sequência de fases é importante para efetuar
a transição do fluido refrigerante e garantir o adequado funcionamento do ciclo de
refrigeração. Durante o processo de condensação, assim que o gás atinge a
temperatura de condensação, uma significativa mudança de fase é iniciada. Nesse
momento, ocorre a remoção de calor latente do refrigerante, caracterizando um
processo isentrópico. No cenário isentrópico, a temperatura permanece constante ao
longo de todo o processo, e a transformação é adiabática, indicando que não há
troca de calor com o ambiente externo. Esse estágio no ciclo de refrigeração
assegura a eficiente transferência de calor, contribuindo para a transição do fluido
refrigerante do estado gasoso para o líquido no condensador.

No condensador, concentra-se a responsabilidade de dissipar a totalidade da


energia acumulada pelo sistema de refrigeração, incluindo o calor derivado da
energia mecânica essencial para seu funcionamento. O processo de resfriamento no
condensador se resume à transferência de calor do fluido superaquecido para o
ambiente externo. Para alcançar resultados eficazes nessa etapa, estratégias
diversas podem ser empregadas, como o uso de água, ar ou ambos
simultaneamente, em contato direto com o condensador, conforme destacado por
Eich e Loris (2013). Essa abordagem multidimensional permite otimizar a eficiência
do condensador, garantindo a remoção eficaz do calor acumulado e assegurando o
desempenho adequado do sistema de refrigeração como um todo.

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2.1. CONDESADORES RESFRIADOS A AR

Os condensadores resfriados a ar desempenham um papel significativo como


componentes das unidades condensadoras fabricadas em instalações industriais.
Especificamente indicados para sistemas de refrigeração de pequeno e médio porte,
sua aplicação é particularmente vantajosa em áreas onde a disponibilidade de água
é limitada ou em regiões com custos elevados associados à utilização desse
recurso. A instalação desses condensadores requer posicionamento elevado em
relação ao solo, minimizando a acumulação de sujeira nas serpentinas.

Além disso, são essenciais aberturas livres para a entrada de ar ambiente e a


saída do ar quente gerado durante o processo. Esse tipo de condensador é
configurado como uma unidade composta por uma serpentina aletada para otimizar
o contato com o ar, enquanto, na face oposta, um ventilador forçado é empregado
para aumentar a passagem de ar sobre as aletas. Essa configuração é comumente
adotada em unidades de refrigeração fracionária, especialmente em refrigeradores
comerciais e domésticos, conforme destacado por Martinelli Junior (2003).

Figura 1 - Unidade condensadora resfriada a ar.


Fonte: Multifrio refrigeração.

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2.2. CONDENSADOR EVAPORATIVO

Esses condensadores são constituídos por uma torre de resfriamento com


características mecânicas, caracterizada pela presença de uma sequência de tubos
internos que conduzem o fluido refrigerante. No topo do condensador, são
estrategicamente instalados bicos injetores que pulverizam água sobre os tubos,
formando uma cascata descendente. Quando a água pulverizada encontra-se em
contracorrente com o ar externo, ela desce para a bacia do condensador. Esse
contato direto com a água induz a condensação do fluido refrigerante que circula
constantemente nos tubos do condensador. Simultaneamente, parte da água
pulverizada evapora, desencadeando uma combinação de mecanismos que
promovem a transferência de calor entre o ar e a água. Posteriormente, a água
escoa na bacia do condensador, sendo recolhida por uma bomba para ser
recirculada, completando assim o ciclo, Martinelli Junior (2003).

Figura 2 - Condensador Evaporativo


Fonte: Evapco

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2.3. CONDENSADOR CASCO E TUBOS

Os condensadores de casco e tubos, também conhecidos como "Shell and


tube", são concebidos em uma estrutura cilíndrica, na qual uma série de tubos
paralelos e horizontais são dispostos e conectados por placas em ambas as
extremidades. A finalidade primordial desse tipo de condensador é refrigerar o fluido
que flui no interior da carcaça do trocador de calor, enquanto o fluido refrigerante
circula dentro do conjunto de tubos, dispostos tanto horizontal quanto verticalmente.

A estrutura desse condensador consiste em uma carcaça metálica,


comumente fabricada em aço carbono, apresentando extremidades cilíndricas
calandradas e soldadas. Nos dois extremos, os flanges são soldados e perfurados
para a instalação dos tubos internos. Para garantir a integridade da união, as
extremidades dos tubos são retificadas e polidas, permitindo que sejam inseridas
nos respectivos orifícios do flange. Dessa forma, a conexão entre flange e tubos é
estabelecida por meio de um processo de soldagem, possibilitando a formação de
uma junta que facilita a mistura do fluido com a água que circula internamente nos
tubos, conforme explicado por Martinelli Junior (2003).

Figura 3 - Unidade condensadora de casco e tubos


Fonte: Tor Engenharia de vácuo

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2.4. CONDENSADOR DE CASCO E SERPENTINA

Os condensadores de casco e serpentina, também conhecidos como "Shell


and coil", compartilham semelhanças com os condensadores de casco e tubos.
Esses dispositivos, utilizados em sistemas de refrigeração de baixa capacidade e
potências fracionárias, são constituídos por uma carcaça metálica que abriga
internamente uma serpentina de tubo para a circulação de água. Em contraste com
o condensador de casco e tubo, o "Shell and coil" não possui flanges removíveis e
apresenta internamente apenas um ou dois tubos enrolados em forma de
serpentina, adotando uma configuração espiral. Nesse modelo, a água destinada a
resfriar o fluido circula rapidamente dentro da serpentina, ocupando todo o restante
do espaço interno da carcaça do condensador, que está preenchido com o fluido
refrigerante em fase de arrefecimento, conforme explicado por Martinelli Junior
(2003).

Figura 4 - Condensador de casco e serpentina


Fonte: trocadordecalor.com.br

2.5. CONDENSADOR DE TUBO DUPLO

Este tipo de condensador é elaborado a partir de uma construção com dois


tubos concêntricos, nos quais um é inserido dentro do outro. A configuração
resultante é a de um tubo interno por onde circula água e um tubo externo por onde
flui o fluido refrigerante. Dessa maneira, o refrigerante percorre o espaço entre os
dois tubos enquanto, simultaneamente, a água é bombeada pelo tubo interno. A
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característica distintiva desse condensador reside na disposição que permite o
movimento contrário dos dois fluidos. Essa estrutura engenhosa assegura que a
água circule em direção oposta ao fluido refrigerante. Como resultado, a água mais
fria mantém contato com o refrigerante mais frio, enquanto a água mais aquecida
entra em contato com o fluido ainda em uma temperatura mais elevada. Essa
abordagem visa evitar choques térmicos, promovendo assim um desempenho
otimizado do equipamento, Martinelli Junior (2003).

Figura 5 - Condensador de Tubo Duplo


Fonte: trocadordecalor.com.br

2.6. CONSIDERAÇÕES SOBRE OS TIPOS DE


CONDENSADORES

Conforme Martinelli Junior (2003) destaca, um estudo aprofundado das


temperaturas de condensação é essencial, especialmente ao considerar
condensadores evaporativos, condensadores resfriados a água e condensadores
resfriados a ar. Uma analogia se estabelece entre os condensadores arrefecidos a
água em sistemas abertos, que utilizam água de fontes externas, como rios,
resultando em temperaturas de condensação mais baixas em comparação com
outros sistemas. No entanto, a utilização de condensadores arrefecidos a água está
associada a desafios significativos de manutenção devido ao acúmulo de
incrustações provenientes da água, e a crescente escassez desse recurso prejudica
a viabilidade da refrigeração aberta.
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No contexto das temperaturas de condensação, os condensadores
evaporativos, resfriados a água e resfriados a ar em sistema fechado são
considerados em ordem crescente. Entre esses, os condensadores evaporativos,
em particular, destacam-se por apresentar temperaturas de condensação mais
baixas. Além disso, eles demandam uma bomba de menor capacidade em
comparação com os condensadores resfriados a água em sistemas abertos,
resultando em uma redução no consumo de energia elétrica. Essas considerações
enfatizam a importância de escolher o tipo de condensador mais adequado,
considerando tanto a eficiência térmica quanto as considerações práticas de
manutenção e disponibilidade de água.

3. CONCLUSÃO

Na conclusão deste trabalho sobre condensadores, torna-se evidente a


importância fundamental desses dispositivos em várias aplicações nos sistemas de
refrigeração. Os condensadores desempenham um papel vital na transformação de
vapor em líquido em sistemas de refrigeração. Eles são componentes versáteis e
cruciais para o funcionamento adequado de muitos equipamentos e sistemas que
encontramos em nossa vida cotidiana.

Os condensadores de refrigeração desempenham um papel crucial nos


sistemas de refrigeração e ar condicionado, atuando como componentes-chave na
dissipação do calor removido do ambiente ou de processos industriais. Eles são
aplicados em uma ampla variedade de setores, desde aplicações residenciais até
industriais, incluindo refrigeração de alimentos, climatização de edifícios, processos
industriais e muito mais.

Sua eficiência na troca de calor, adaptabilidade a diferentes fluidos


refrigerantes e capacidade de manutenção relativamente simples tornam esses
dispositivos essenciais para manter ambientes resfriados e processos industriais em
funcionamento. No entanto, é importante notar que a escolha do tipo de
condensador adequado deve ser baseada nas necessidades específicas da
aplicação, considerando fatores como tamanho, custos operacionais e climatologia
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local, a fim de otimizar o desempenho e a eficiência energética do sistema de
refrigeração. Portanto, compreender os condensadores de refrigeração e suas
aplicações é fundamental para o funcionamento confiável e eficiente de sistemas de
refrigeração em uma variedade de contextos.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Eich, C., & Loris, M. Dimensionamento de um Sistema de Refrigeração Para uma


Pasteurizadora - FAHOR - Faculdade Horizontina, Horizontina - RS, 2013;

FERRAZ, F. Apostila de refrigeração. Centro Federal de Educação Tecnológica da


Bahia, Santo Amaro, 2008.

MARTINELLI JUNIOR, Luiz Carlos. Sistema de ar condicionado por absorção para


ônibus. 2008. 192 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade
de Engenharia, 2008.

STOECKER, W.F.; JONES, J.W., 1985. Refrigeração e ar-condicionado. São Paulo:


MCGraw Hill.

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