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TROCADORES DE CALOR
TROCA TÉRMICA
Para atingir a máxima economia, a maioria das indústrias adota linhas padrões de
trocadores de calor. Os padrões estabelecem os diâmetros dos tubos e as relações de
pressões promovendo a utilização de desenhos e procedimentos de fabricação padrões. A
padronização não significa entretanto, que os trocadores possam ser retirados da
prateleira, porque as necessidades de serviço são as mais variadas. O engenheiro
especialista em instalações de trocadores de calor em unidades de energia e métodos de
instalação, é solicitado frequentemente para selecionar a unidade de troca de calor
adequada a uma aplicação particular. A seleção requer uma análise térmica, para
determinar se uma unidade padrão (que é mais barata!) de tamanho e geometria
especificados, pode preencher os requisitos de aquecimento ou resfriamento de um dado
fluido, com uma razão especificada, neste tipo de análise deve ser levado em conta, no
que diz respeito ao custo, a vida do equipamento, facilidade de limpeza e espaço
necessário, além de estar em conformidade com os requisitos dos códigos de segurança
da ASME.
Diversas estruturas dos seres vivos comportam-se como trocadores de calor. Estas
diversas estruturas desenvolveram-se em forma e características no processo evolutivo
com crescentes eficiências nos processos térmicos que controlam e nas trocas térmicas
adequadas ao meio que promovem.
TIPOS DE TROCADORES DE CALOR
Existem trocadores de calor que empregam a mistura direta dos fluidos, como por
exemplo torres de refrigeração e aquecedores de água de alimentação, porém são mais
comuns os trocadores nos quais os fluidos são separados por uma parede ou partição
através da qual passa o calor. Alguns dos tipos mais importantes destes trocadores são
vistos a seguir :
CONTATO INDIRETO
Trocador de armazenamento
Neste tipo os fluidos percorrem alternadamente as mesmas passagens, e a
superfície de transferência é chamada de matriz.
Figura 4 – Trocador de calor de armazenamento.
CONTATO DIRETO
Duplo tubo
São formados por dois tubos concêntricos. Pelo interior do tubo do primeiro (mais
interno) passa um fluido e, no espaço entre as superfícies externa do primeiro e interna
do segundo, passa o outro fluido. A área de troca de calor é a área do primeiro tubo.
Serpentina
São formados por um tubo enrolado na forma de espiral, formando a serpentina,
a qual é colocada em uma carcaça ou recipiente. A área de troca de calor é área da
serpentina.
- Vantagens: permite maior área de troca de calor que o anterior e tem grande flexibilidade
de aplicação.
- Desvantagem: usado principalmente quando se quer aquecer ou resfriar um banho.
Multitubular
São formados por um feixe de tubos paralelos contidos em um tubulão cilíndrico
denominado de casco. Um dos fluidos (fluido dos tubos) escoa pelo interior dos tubos,
enquanto que o outro (fluido do casco) escoa por fora dos tubos e dentro do casco.
Figura 9 - Trocador de Calor casco e tubos com um passe no casco e um passe nos
tubos (Contracorrente).
O tipo mais comum de trocador de calor é mostrado abaixo:
Caso 1 – cada um dos fluidos não se mistura ao passar através do trocador e, desta forma,
as temperaturas dos fluidos na saída do trocador não são uniformes, apresentando-se mais
quente em um lado do que no outro. O aquecedor do tipo placa plana, projetado para ser
utilizado como regenerador, utilizando a energia dos gases de descarga de uma turbina
ou um radiador de automóvel, aproxima-se deste tipo de trocador, e o vemos abaixo.
Caso 3 – ambos os fluidos são misturados enquanto escoam através do trocador, isto é, a
temperatura de ambos os fluidos será uniforme ao longo da seção e variará apenas na
direção do escoamento.
b) Casco: geralmente é feito de aço carbono, em chapas, que são calandradas e soldadas,
no caso de não haver tubo nas dimensões desejadas.
INSTRUMENTAÇÕES DE CONTROLE
Condições de Segurança
A temperatura e a pressão limites, nas quais devem trabalhar os tubos e o casco,
estão especificadas na chapinha do fabricante presa ao permutador. Elas não devem ser
ultrapassadas. Assim, nos resfriadores, a temperatura de saída não deve exceder de um
certo valor (70°C) para evitar deposição de sais.
Aquecimento e Resfriamento
Tanto na partida como na parada, os permutadores de calor devem ser aquecidos
ou resfriados lentamente. Isto é particularmente importante quando as temperaturas de
operação são elevadas. A rápida entrada de um líquido a alta temperatura pode provocar
desigualdades de expansão nos tubos, causando vazamento nos mesmos e deformação do
feixe.
Partida
Entra primeiro o fluido mais frio. Se o fluido mais frio está ligeiramente quente,
então deixa-se o mesmo entrar lentamente. Quanto mais quente o fluido, mais lenta deve
ser a sua passagem pelo permutador de calor.
Parada
Primeiro fecha-se a entrada do flui do mais quente. Se isto não for observado,
pode haver vazamento nos tubos, O mesmo pode acontecer na partida, se não entrar
primeiro o fluido mais frio.
Suprimento de água
Falha no suprimento de água do resfriador pode trazer serias conseqüências.
Quando o fluido a esfriar é muito quente, a interrupção da água provoca um grande
aquecimento, do aparelho. Se a água volta a circular, haverá um resfriamento brusco do
permutador. Esta mudança rápida de temperatura afrouxa parafusos e abre as juntas. Por
isso é necessário um fluxo contínuo de água.
Condensado
Sempre se deve drenar a água de um ebulidor ou aquecedor, para evitar o
fenômeno chamado martelo hidráulico. Isto pode ser explicado da seguinte maneira:
supondo-se água acumulada nos tubos do ebulidor e abrindo-se a válvula do vapor d’água,
este vai conduzir a água a uma grande velocidade até encontrar um obstáculo,
provocando um grande choque. Este impacto severo (martelo hidráulico) pode causar
ruptura de material .
OPERAÇÕES DE MANUTENÇÃO
Perda de Eficiência
a) O permutador está sujo e, neste caso, não há eficiente troca calor.
b) O carretel ou a tampa do flutuante não estão instalados corretamente; assim sendo, o
caminho do fluido dentro do permutador não se processa de acordo com o projetado.
c) A tubulação que se liga ao permutador não dá a vazão para a qual o aparelho foi
Projetado.
d) As condições de operação diferem daquelas para as quais o permutador foi projetado.
Limpeza
- A necessidade da realização da limpeza nos trocadores é anunciada, geralmente, pela
perda de performance do mesmo. Como os agentes deste efeito dependem do grau de
sujeira de ambos os fluídos atuantes, não é possível formular-se uma diretriz geral para
intervalos de limpeza.
- Quando da limpeza, o trocador deverá ser retirado de operação.
- Desde que as camadas não estejam extremamente agregadas aos tubos é possível
remover uma quantidade satisfatória destas, através de limpeza mecânica, ou seja, com a
combinação de jatos de água com escova de nylon. Para camadas cuja aderência é mais
interna, como por exemplo: incrustação de carbonato de cálcio, é recomendável a
utilização de ácido sulfúrico fraco (aproximadamente 0,5% H2SO4) que, conforme a
camada de incrustação, deverá ser aplicado com freqüência maior. Entre cada aplicação
o equipamento deve ser lavado com muita água limpa.
- Após a remoção da incrustação é recomendável a utilização de uma solução de
bicromato de sódio (7% Na2Cr2O7, 9% H2SO4), a qual tem efeito apassivador.
- A eficiência do pemutador de calor depende da limpeza dos tubos. durante a operação,
sujeira se acumula dentro e fora dos tubos prejudicando grandemente a troca de calor,
como também aumentando a queda de pressão do fluido. Essa sujeira é formada por
depósitos de saiss, ferrugem, coque, pó de coque, fibras vegetais, camadas de graxa,
corpos de microorganismos etc.
- Há vários métodos de limpeza por vapor, limpeza mecânica e por inversão de fluxo.
Limpeza a vapor
Por este processo o permutador de calor não precisa ser desmontado passa-se
vapor pelo casco e pelos tubos, entrando por um respiradouro e carregando a sujeira, por
um dreno. Esse método é eficiente para remover camadas de graxa ou depósitos
agregados frouxamente nos tubos ou no casco do permutador de calor.
Limpeza Mecânica
- Usando este método, o permutador de calor necessita ser desmontado. A turma de
manutenção deve retirar a tampa do carretel, a tampa do casco e a tampa do flutuante.
- Camadas de graxa, lama e sedimentos frouxos podem ser removidos dos tubos por meio
de arames, escovas ou jatos de água.
- Se os sedimentos estão duramente agregados nos tubos, entupindo-os, então usam-se
máquinas perfuratrizes. Existem tipos variados dessas máquinas. Constam,
essencialmente, de um eixo metálico que, girando dentro dos tubos, expulsa os
sedimentos. Muitas vezes acontece que um feixe de tubos está muito sujo e numa parada
não haverá tempo suficiente para limpá-lo. Então, retira-se o feixe de tubos do permutador
e substitui-se por outro.
Inversão de Fluxo
De acordo com a prática de operação deve-se fazer a inversão de fluxo por algum
tempo, provocando assim a retirada das sujeiras acumuladas. Normalmente, esta inversão
só ocorre em trocadores com água salgada.
Limpeza Química
É um método pouco empregado, mas dependendo do fluido e das análises
químicas da sujeira, pode se fazer a limpeza com um solvente adequado.
Vazamentos
Depois que um permutador de calor entra em serviço o feixe de tubos pode
apresentar vazamentos. Isto é constatado pela mistura do fluido que passa nos tubos com
o fluido correndo no casco. Os vazamentos geralmente ocorrem num dos seguintes
lugares :
a) junção dos tubos no espelho fixo;
b) junta entre o espelho flutuante e a tampa do flutuante;
c) junções dos tubos no espelho flutuante;
d) paredes dos tubos.
Com relação ao tipo de escoamento relativo dos fluidos do casco e dos tubos,
podemos ter escoamento em correntes paralelas (fluidos escoam no mesmo sentido) e
correntes opostas (fluidos escoam em sentidos opostos).
∆𝑇𝑚á𝑥. − ∆𝑇𝑚í𝑛.
∆𝑇𝑚𝑙 =
∆𝑇
ln ∆𝑇𝑚á𝑥.
𝑚í𝑛.
Calor cedido pelo fluido quente = Calor recebido pelo fluido frio
− 𝑞̇ 𝑐𝑒𝑑 = 𝑞̇ 𝑟𝑒𝑐
𝑞̇ = 𝑚̇. ∆𝐻𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎çã𝑜
(∆𝑇)𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 (∆𝑇)𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑞̇ = =
𝑅𝑡 1 1
+ 𝑅𝑐𝑜𝑛𝑑. +
ℎ𝑖 . 𝐴𝑖 ℎ𝑒 . 𝐴𝑒
Onde:
(∆𝑇)𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = diferença de temperatura entre os fluidos;
ℎ𝑖 ; ℎ𝑒 = coeficientes de película dos fluidos interno e externo;
𝐴𝑖 ; 𝐴𝑒 = áreas superficiais interna e externa dos tubos;
𝑅𝑐𝑜𝑛𝑑. = resistência térmica de condução nos tubos.
𝐴𝑒 . (∆𝑇)𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑞̇ =
1 1
+
ℎ𝑖 ℎ𝑒
1
𝑈𝑐 =
1 1
+
ℎ𝑖 ℎ𝑒
Ou ainda:
1 1 1
= +
𝑈𝑐 ℎ𝑖 ℎ𝑒
𝑞̇ = 𝑈𝑐 . 𝐴𝑒 . (∆𝑇𝑚𝑙 )
Com o tempo, vão se formando incrustações nas superfícies de troca de calor por
dentro e por fora dos tubos. Estas incrustações (sujeira ou corrosão) vão significar uma
resistência térmica adicional à troca de calor. Como o fluxo é dado por:
𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑡é𝑟𝑚𝑖𝑐𝑜
𝑞̇ =
𝑠𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑎𝑠 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠
𝐴𝑒 . (∆𝑇)𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑞̇ =
1 1
+ + 𝑅𝑑
ℎ𝑖 ℎ𝑒
1
𝑈𝐷 =
1 1
+ + 𝑅𝑑
ℎ𝑖 ℎ𝑒
1
𝑈𝐷 =
1
𝑈𝐶 + 𝑅𝑑
Ou ainda:
1 1 1
= + 𝑅𝑑 = + 𝑅𝑑𝑖 + 𝑅𝑑𝑒
𝑈𝐷 𝑈𝐶 𝑈𝐶
𝑞̇ = 𝑈𝐷 . 𝐴𝑒 . (∆𝑇𝑚𝑙 )
𝑞̇ = 𝑈𝐷 . 𝐴𝑒 . (∆𝑇𝑚𝑙 ). 𝐹𝑇
𝑡2 − 𝑡1
𝑆=
𝑇1 − 𝑡1
𝑇1 − 𝑇2
𝑅=
𝑡2 − 𝑡1