Você está na página 1de 14

CONDENSADOR CASCO E TUBOS

LUIS ANDRÉ S. SOUSA

SALVADOR-BA
2021
CONDENSADOR CASCO E TUBOS

LUIS ANDRÉ S. SOUSA

Trabalho apresentado como


requisito parcial de avaliação do
componente curricular da disciplina de
Instalação e Balanceamento de Sistemas,
do curso Integrado em Refrigeração e
Climatização, orientado pelo professor
Antônio Gabriel Souza Almeida.

SALVADOR-BA
2021
SUMÁRIO

1. OBJETIVO .......................................................................................... 4

2. INTRODUÇÃO .................................................................................... 4

2.1. CONDENSADORES ..................................................................... 4

3. DESENVOLVIMENTO ......................................................................... 7

3.1. O CONDENSADOR CASCO E TUBOS ........................................ 7

3.1.1. COMPONENTES ...................................................................... 9

3.1.2. ALGUMAS OBSERVAÇÕES .................................................. 12

4. CONCLUSÃO.................................................................................... 14

5. REFERÊNCIAS ................................................................................. 14
1. OBJETIVO
Esse trabalho tem como objetivo demonstrar o conhecimento
adquirido sobre os equipamentos denominados condensadores de carcaça
e tubos. Assim também como as suas bases tecnológicas, partes que os
compõe, suas funções e formas de utilização corretas.

2. INTRODUÇÃO
2.1. CONDENSADORES
O condensador é um trocador de calor que tem a função de dissipar
para o ambiente externo o calor absorvido durante o sistema de refrigeração,
passando o fluido refrigerante no estado de vapor, para o estado de liquido-
condensado. Ele se encontra entre o compressor e o dispositivo de expansão
do sistema.

Figura 1 – Localização do condensador no sistema de compressão a vapor.

Um condensador transfere calor em três fases. São elas:


“dessuperaquecimento”, condensação e sub-resfriamento. do fluido
condensado.
A fase de dessuperaquecimento consiste em abaixar a temperatura,
retirando calor sensível do refrigerante, que vem do compressor no estado
gasoso e em alta temperatura, até que ele atinja a linha de saturação
(temperatura de condensação). Observe a figura abaixo.

Figura 2 - Diagrama Pressão x Entalpia com dessuperaquecimento


sinalizado.

Quando o fluido atinge a temperatura de condensação, ele começa


um processo de mudança de estado. Neste processo retira-se calor latente
do refrigerante, ou seja, a temperatura mantém-se constante enquanto a
energia rejeitada está “sendo usada” para que haja a mudança de estado
físico. Por isso que durante esse processo é onde há a maior quantidade de
transferência de calor.

Figura 3 - Diagrama Pressão x Entalpia com condensação sinalizada.


Agora no estado liquido (saturado), o fluido é resfriado em mais
alguns graus, utilizando-se para isso um trocador de calor intermediário. Na
figura abaixo pode-se visualizar o sub-resfriamento indicado em um diagrama
de Mollier.

Figura 4 - Diagrama Pressão x Entalpia com sub-resfriamento sinalizado.

Portanto, é no condensador que toda a energia absorvida pelo sistema


de refrigeração, além do equivalente em calor da energia mecânica
necessária ao funcionamento do sistema devem ser eliminados. Sendo esta
última, o calor gerado pelo atrito do compressor e o calor gerado pelos
enrolamentos do motor, no caso de um compressor hermético ou semi-
hermético.
Os meios de condensação mais comuns são ar e água. Os
condensadores podem ser classificados de três formas diferentes perante ao
meio de condensação, são eles: condensadores resfriados a água,
condensadores resfriados a ar e condensadores evaporativos. Como
veremos a frente, o condensador casco e tubo faz parte da categoria de
condensadores resfriados a água.
3. DESENVOLVIMENTO
3.1. O CONDENSADOR CASCO E TUBOS
Os condensadores casco e tubos ou shell and tubes podem ser
construídos com capacidades de 3,5 a 35000 kW. Normalmente, é usado em
grandes instalações frigoríficas. Neste tipo de condensador, o refrigerante
escoa dentro da carcaça, por fora dos tubos, onde é condensado, e a água
que o resfria circula por dentro dos tubos em circuitos simples ou de
multipassos. Como podemos ver abaixo, a água entra a 29,5 ºC e sai “quente”
a 35 ºC, “roubando” o calor proveniente do refrigerante que teve uma queda
de 5 graus celsius em sua temperatura mesmo não havendo contato direto
entre os fluidos.

Figura 5 - Condensador casco e tubos.

Esse tipo de condensador é construído com uma carcaça cilíndrica, na


qual é instalada certa quantidade de tubos horizontais e paralelos,
conectados a duas placas dispostas nas extremidades. Quando os
refrigerantes são hidrocarbonetos halogenados, os tubos são feitos de cobre
e os espelhos de aço. No caso da amônia, tanto os tubos como os espelhos
devem ser de aço.
Figura 6 - Recorte e funcionamento de um casco e tubo.

Na maioria dos casos, os tubos do condensador shell and tube são


dispostos horizontalmente. Em instalações limitadas, os tubos do
condensador podem estar na vertical, mas tubos verticais acabam
apresentando uma condensação pobre em relação aos horizontais.
Normalmente condensadores verticais com sistemas de água abertos são
usados com amônia. Os tubos são limpos mecanicamente, circunstância que
torna estes condensadores apropriados para aquelas instalações onde a
qualidade da água é pobre e/ou outras condições de operação causam taxas
elevadas de incrustação.
A velocidade ideal da água nesse tipo de condensador deve ser cerca
de 1,0 a 2,0 m/s, e nunca deve ser maior que 2,5 m/s. O fluxo de água deve
ser de cerca de 0,10 a 0,15 l/s por tonelada de refrigeração. Este fluxo de
água precisa ser distribuído entre os tubos, sem que ultrapasse as
velocidades indicadas.
3.1.1. COMPONENTES
A figura abaixo mostra um esquema básico de um trocador casco e
tubos:

Figura 7 - Componentes básicos de um casco e tubos.

A. TUBOS
Os tubos são os componentes básicos e fundamentais desse
trocador visto que eles estão diretamente relacionados com a
troca térmica. Normalmente, são os componentes mais caros e
estão mais sujeitos à corrosão. A construção padrão dos tubos
é sem costura e as dimensões mais usadas são 3/4" e 1". Na
maioria dos casos são lisos, mas também podem possuir
aletas.

Figura 8 - Tubo aletado.

B. ESPELHOS
Os espelhos servem de suporte para o conjunto de tubos (feixe).
Basicamente o espelho é uma placa de metal perfurada onde os tubos são
inseridos e fixados.
C. CASCO
O casco tem a forma circular e é feito de tubos de aço padronizados
até diâmetros de carcaça de 24 polegadas, dependendo, obviamente, das
condições de pressão que determinarão a espessura da parede.
D. CABEÇOTES
Os cabeçotes são basicamente tampas que irão servir para distribuir
o fluido que percorre o feixe tubular. O feixe tubular possui diversos modos
de construção que permitem as passagens ou passes tanto nos tubos quanto
nos cascos.

Figura 9 - Esquemas de passes nos tubos.

E. TAMPAS
F. DIVISOR
G. CHICANAS
As chicanas servem basicamente para três funções; suporte dos tubos
na posição apropriada durante a montagem e operação; evitar vibrações dos
tubos causadas por turbilhões e, por último, guiar o fluxo do lado do casco
através do feixe, aumentando a velocidade, turbulência e o coeficiente de
troca térmica.
Figura 10 - Diagrama esquemático de chicanas.
É bom ressaltar que os shell and tubes podem ser dimensionados de
forma personalizada e são denominados de acordo com a forma do casco e
dos cabeçotes. Segue abaixo ilustração contendo componentes de um
trocador casco e tubos específico.

Figura 7 - Componentes de um trocador de calor denominado "AJW".


3.1.2. ALGUMAS OBSERVAÇÕES
Alguns fatores devem ser considerados pois afetam os custos iniciais
e operacionais do sistema. São eles:
I. Um tamanho maior de condensador, aumenta a eficiência do
compressor, mas também aumenta o custo inicial.
II. Ao aumentar o fluxo de água de resfriamento, a capacidade de
condensador também aumenta. Em contrapartida o custo de
bombeamento da água e o seu consumo também são
aumentados.
III. Ao se reduzir o diâmetro da carcaça e aumentar o comprimento
dos tubos haverá uma queda no custo inicial do condensador,
porém aumenta-se a perda de carga no circuito de água.
IV. A formação de incrustações acaba criando uma resistência
térmica adicional. Geralmente, para condensadores novos que
operarão com água de boa qualidade, considera-se um fator de
incrustação da ordem de 0,000044 m².°C/W.

Em sistemas onde a água de resfriamento será de baixa qualidade ou


possua quantidade considerável de sais dissolvidos, os fatores de
incrustação são maiores. Os condensadores apropriados para fatores de
incrustação mais elevado serão mais caros. O motivo para isso é observado
na tabela abaixo. Basicamente, quanto maior o fator de incrustação, maior
tem de ser a superfície de transferência de calor para uma mesma taxa de
transferência de calor.

Figura 12 - Questão da incrustação.


A figura abaixo demonstra as etapas de limpeza de um trocador de
calor de carcaça e tubo por varetamento.

Figura 13 - Manutenção típica.

Podemos listar algumas vantagens do condensador casco e tubos,


são elas:
• Facilidade para manter o trocador de calor em operação;
• Projeto robusto e extremamente flexível devido as variações de
componentes;
• Quando projetado de acordo, possui fácil manutenção;
• Vários fornecedores;
• Opera a altas pressões e temperaturas;
• Alta eficiência térmica e grande área de transferência.

Algumas desvantagens também devem ser citadas:


• Custo relativamente elevado;
• Necessita de espaço considerável;
• É menos flexível a mudanças na capacidade de produção;
• Limitados a fluidos de viscosidade baixa.
4. CONCLUSÃO
Ao fim deste trabalho, é notória a compreensão do que se trata os
equipamentos denominados condensadores shell and tubes. Além desta
pesquisa, as práticas que acontecerão, juntamente com as aulas teóricas
dadas anteriormente foram de enorme contribuição para o entendimento das
pesquisas e conclusão deste relatório.

5. REFERÊNCIAS
FERRAZ, Fábio. Apostila de Refrigeração, Santo Amaro: CEFET,
2008.
MENEZES, Milton Serpa. Refrigeração e Ar Condicionado, Passo
Fundo: Universidade de Passo Fundo, 2010.
MATOS, Rudmar Serafim. Refrigeração, Paraná: Universidade
Federal do Paraná.
ESSEL ELETROMECÂNICA LTDA. Capitulo 2 – Trocadores de Calor
Disponível em <https://essel.com.br/cursos/03_trocadores.htm> Acesso em
20 Mai, 21.

Você também pode gostar