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3.1 - Tipos
Existem diversas formas para se classificar as caldeiras. Por exemplo, elas podem ser
classificadas sob os seguintes aspectos:
- Quanto à localização da água ou gases elas podem ser:
Aquatubulares internamente aos tubos circulam água e/ou vapor, com o calor da
combustão sendo aplicado na superfície externa dos tubos, que podem ter os tubos retos
curvados formando uma câmara onde será efetuada a combustão.
a- lenha d- eletricidade
b- Tiragem forçada – o fluxo dos gases ocorre por meio do uso de ventiladores ou
exaustores.
Ventiladores criam uma pressão dentro da fornalha superior a atmosférica,
evitando desta forma a entrada de ar falso, entretanto existe o risco do
fogo/gases escaparem pelas frestas em função da pressão interna ser maior
que a externa.
Exaustores criam uma pressão dentro da fornalha inferior a atmosférica,
evitando desta forma o risco do fogo escapar pelas frestas, entretanto existe
possibilidade de entrada de ar falso em função de a pressão interna ser menor
que a externa.
Estas caldeiras são de operação mais simples, normalmente não possuem um programa de
manutenção atuante, associada a uma operação negligenciada, contribuem para que este
tipo de caldeira lidere as estatísticas de acidente (normalmente explosão) no mundo.
A caldeira flamotubular apresenta a limitação técnica de não gerar vapor superaquecido
e também capacidade limitada. Neste aspecto seu uso é recomendado nos casos de
necessidade de vapor para aquecimento, tornando restrito seu emprego na indústria de
maior porte.
CALDEIRA FLAMOTUBULAR (NAVAL ESCOCESA)
3.3.1 - Componentes
As caldeiras aquatubulares têm como característica principal à formação do vapor no
interior dos tubos, por onde também circula a água. Os principais elementos que compõe o
corpo de uma caldeira aquatubular são:
Tubulão superior - separar, coletar, acumular o vapor d’água gerado e receber a água de
alimentação;
Após passar por estas chicanas e antes de sair do tubulão o vapor passa por um filtro de
tela galvanizada ou um chevron, cuja finalidade é separar as partículas menores de água.
Este filtro é instalado em toda a extensão do tubulão. Nestes filtros geralmente são
instalados um ou mais tubos de coleta de condensado que o descarregam abaixo do nível
de água do tubulão. Em alguns casos são instalados os dois filtros em série.
Antes de sair do tubulão, o vapor passa pelo filtro de tela e depois pelo chevron. A
principal função destes separadores de umidade é retirar a maior parte possível de água
antes de o vapor seguir para o superaquecedor.
Deve-se lembrar que o teor de umidade depende das concentrações de sólidos na água da
caldeira. Água muito alcalina ou contaminada provoca ebulição excessiva no tambor, do
que resulta arraste de água para o superaquecedor. Além disto, o espaço de vapor dentro
do tubulão deve ser suficiente para promover uma separação boa da água.
MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br
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O nível deve se situar abaixo do centro do tambor. 0 nível mínimo deve ser de 50mm aci -
ma do último tubo de água.
Tubos ascendentes - gerar e conduzir o vapor ao Tubulão superior;
Tubos descendentes - conduzir a água líquida ao Tubulão inferior;
Tubulão inferior - acumular água líquida, coletar resíduos e produtos formados pela
reação dos produtos químicos e contaminantes, de onde podem ser drenados;
Os sólidos que se precipitam no fundo em forma de lama devem ser retirados do balão
periodicamente. Para isto instalam-se válvulas que, em intervalos de tempo pré-
determinados, fazem descarga rápida. No interior do tubulão recomenda-se instalar uma
cantoneira, que tem a função de promover uma sucção ao longo do tambor; devido à
diferença de pressão no tambor e na descarga para a atmosfera, esta sucção arrasta a
lama de toda extensão do tambor. Em caldeiras que não possuam cantoneira a descarga
somente remove a lama ao redor do furo.
Parede d’água
Nas caldeiras modernas a fornalha é formada por tubos que estão em contatos direto
com as chamas e os tubos de gases. Isto tem a vantagem de permitir elevada taxa de
absorção de calor por radiação.
Os tipos mais comuns de paredes d’água são:
Aquecedor de Ar a Vapor
Água fria
Alguns processos industriais produzem gases quentes que podem ser aproveitados em
caldeiras de recuperação para gerar água quente ou vapor. Frações combustíveis destes
gases podem ser queimadas.
As caldeiras de recuperação podem ser classificadas em:
Caldeiras de recuperação de calor sensível;
Caldeiras de recuperação de gases combustíveis residuais de processos
industriais;
Caldeiras para aproveitamento do lixo urbano.
Gás Quente
No controle tipo bóia temos como elemento sensor uma bóia que flutua no interior de
uma garrafa ligada à caldeira pelas tomadas abaixo e acima do nível interno. Qualquer
flutuação do nível interno é transmitida a esta bóia. A bóia flutuando irá alterar o
posicionamento de um núcleo imantado preso na haste. Quando o núcleo chega na frente
de uma chave, imanta-se e muda a posição da ampola de mercúrio. O mercúrio se desloca
para uma nova posição e, sendo um metal, fecha o contato elétrico. Sendo a sistemática
de funcionamento idêntico ao controle eletrônico.
À medida que desce o nível de água na caldeira, maior quantidade de vapor penetra no
tubo. O tubo assim se aquece e é obrigado a se expandir.
À medida que sobe o nível de água na caldeira, maior quantidade de água penetra no tubo
e este, ficando mais frio, é obrigado a se contrair.
Essa expansão e contração no tubo transformam todas as flutuações do nível de água em
força considerável capaz de movimentar a válvula de controle de alimentação.
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Sabe-se que a uma tomada grande de vapor, corresponde a um grande consumo de água.
O nível do interior do tambor imediatamente passa a cair e ser notado pelo sensor de
nível. Entretanto, a intervenção do sinal constatado pelo elemento do vapor é de ação
muito mais rápida já determinando a ação de ingresso de água.
O sinal do vapor por assim dizer se antecipa ao da água impedindo que a alimentação seja
retardada. Inversamente acontece, com uma interrupção brusca na tomada de vapor.
Possui como elementos primários o sensor de nível, a placa de orifício para detectar a
vazão de vapor e a segunda placa de orifício para acompanhar a vazão de água.
Trata-se do controle de nível de água mais eficiente sob o ponto de vista da estabilidade
do nível de água no interior do tambor superior gerador de vapor, principalmente
importante nas unidades de acionamento de centrais termoelétricas.
A intervenção nesta fonte de calor, por sua vez, determina o volume de ar necessário à
sua queima, dentro dos parâmetros compatíveis com uma combustão perfeita.
Por seu turno, a variação provocada na formação de volumes de gases de combustão, deve
ser vigiada por uma ação paralela que garanta a totalidade de sua extração de forma a
assegurar uma pressão definida na câmara de combustão da caldeira.
O sensor de pressão (PT) transmite um sinal do coletor de vapor para o controlador (PIC)
limitado por um “set-point”. Este último aparelho atua simultaneamente sobre a válvula de
ajuste da vazão de combustível e do registro de controle de vazão de ar.
3.6.3 – Instrumentação
Há aparelhos com competência exclusiva de indicar a grandeza medida, sem correlação
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alguma com funções adicionais para efeito de automação. Tais aparelhos são denominados
indicadores, dentre eles, citam-se os manômetros de vapor; os manômetros para baixas
pressões diferenciais; os termômetros para temperaturas; os indicadores de níveis e os
analisadores de gases.
Aparelhos indicadores:
1. Termômetros
2. Indicadores de pressão
Manômetros diferenciais
Área variável
6. Válvulas de controle
Para uso em vapor, água, óleo e outros fluídos industriais, visando controle de
pressão, temperatura e vazão.
3.6.4 – Acessórios
3.6.4.1 Válvulas de bloqueio (on-off)
Duas vias, manual, tipo pistão:
Aplicações em caldeiras, tubulações e trocadores de calor.
Descarga de fundo:
Retirar a lama do fundo da caldeira formada pela reação dos produtos químicos
adicionados (fosfato trisódico) e contaminantes presentes na água. Deve ser
feita de acordo com as analises da água da caldeira.
Purga Contínua:
Deve-se priorizá-la devida sua importância,
preferencialmente deve ser feita
automaticamente através de um sensor de
condutividade.
O calor deve ser reaproveitado conforme
mostra as figuras a seguir.
Lembrando que a cada 6ºC de aumento da
temperatura da água a ser aquecida a
economia no combustível é de 1%.
Caso o calor seja reaproveitado para
aquecimento do ar de combustão, cada 25ºC
de aumento na temperatura do ar a economia
no combustível é de 1%.
De Retenção
Permite o fluxo de água ou vapor em um único sentido. Utiliza-se na saída geral de
vapor, entrada de alimentação de água na caldeira e outras aplicações.
3.6.4.4 Desaerador
Podemos realizar a remoção dos gases dissolvidos por desaeração mecânica, visando
reduzir a utilização de seqüestrantes de oxigênio, evitando assim a introdução de
grandes quantidades de sais, o que resultaria em aumentarmos as descargas da
caldeira.
A desaeração mecânica baseia-se na redução da solubilidade dos gases nos líquidos
com acréscimo da temperatura. Nas caldeiras esta elevação da temperatura é obtida
através de um trocador de calor por contato em contra corrente, da água de
alimentação com um fluxo de vapor.
105 0,23
107 0,32
115 0,72
120 1,02
130 1,75
160 5,3
Máxima Permitida.
Células Fotoelétricas:
Trata-se de um sistema bem aperfeiçoado que trabalha com uma célula fotoelétrica, um
amplificador e um relê. O seu funcionamento é baseado na coloração das chamas. Se
estas se apagarem a luminosidade no interior da fornalha será diminuída, a célula
fotoelétrica comandará o amplificador e o relê que abrirá seus contatos, interrompendo o
circuito dos combustíveis dos queimadores.
Os sistemas fotocondutivos para segurança de chama têm quase o mesmo funcionamento
dos fotoelétricos, sendo modificado o tipo de célula. Utiliza-se das irradiações
infravermelhas das chamas e faz uso de amplificadores. Os amplificadores conseguem
estabelecer diferenças entre o calor das chamas e o calor dos refratários da fornalha.
Sua ação é pela detecção dos raios infravermelhos presentes na queima de um
combustível. Para o gás natural a detecção é feita pelos raios ultravioleta.