Você está na página 1de 42

Treinamento de Segurança na Operação de Página

CALDEIRAS Módulo 3.0 1/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS

3.1 - Tipos

Existem diversas formas para se classificar as caldeiras. Por exemplo, elas podem ser
classificadas sob os seguintes aspectos:
- Quanto à localização da água ou gases elas podem ser:

Flamotubulares ou Fogotubulares, ou seja, os tubos são envolvidos por água e em seu


interior passam os produtos da combustão (gases), que podem ser verticais, horizontais,
podendo ter fornalhas lisas ou corrugadas, sendo que a quantidade de vezes que os gases
circulam na fornalha e tubos, é denominada passe (resumindo a água a ser aquecida está
fora do tubo e os gases da combustão circulam internamente).

Aquatubulares internamente aos tubos circulam água e/ou vapor, com o calor da
combustão sendo aplicado na superfície externa dos tubos, que podem ter os tubos retos
curvados formando uma câmara onde será efetuada a combustão.

Quanto ao combustível empregado para o aquecimento podemos ter:

a- lenha d- eletricidade

b- carvão vegetal e- gás natural

c- óleo combustível f- outros

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 2/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS

Quanto ao sistema de tiragem dos gases podemos ter:


a- Tiragem natural – feita naturalmente através de chaminés, sendo que o fluxo
dos gases ocorre através da diferença de pressão em temperaturas diferentes.

b- Tiragem forçada – o fluxo dos gases ocorre por meio do uso de ventiladores ou
exaustores.
Ventiladores criam uma pressão dentro da fornalha superior a atmosférica,
evitando desta forma a entrada de ar falso, entretanto existe o risco do
fogo/gases escaparem pelas frestas em função da pressão interna ser maior
que a externa.
Exaustores criam uma pressão dentro da fornalha inferior a atmosférica,
evitando desta forma o risco do fogo escapar pelas frestas, entretanto existe
possibilidade de entrada de ar falso em função de a pressão interna ser menor
que a externa.

Quanto à circulação de água podemos ter:


a- Circulação natural – feita naturalmente através das correntes de convecção que
são geradas pela diferença de densidade da água em diferentes temperaturas.
b- Circulação forçada – A movimentação da água no interior da caldeira é feita
através do uso de bombas.

3.2 - Caldeiras Flamotubulares:


As caldeiras flamotubulares geram somente vapor saturado (umidade de3à5%), uma que o
vapor sai da caldeira, sem receber qualquer aquecimento posterior. Normalmente têm sua
capacidade de geração restrita a no máximo 20 t/h e pressão máxima de 21 kgf/cm²
(apesar de alguns fabricantes estarem produzindo caldeiras de até 30t/h).

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 3/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS


O modelo mais comum desta caldeira é a "scotch marine boiler" (caldeira naval escocesa),
que consiste de um cilindro (fornalha), onde ocorre a combustão, imerso na água e com
tubos que permitem a saída dos gases de combustão, dentro de outro cilindro (corpo)
maior, onde estão contidos todos estes elementos.
Até 20 t/h, as caldeiras flamotubulares têm menor custo e são mais econômicas do que
as aquatubulares. Tem capacidade de reagir rapidamente a bruscas mudanças de consumo
de vapor (carga), cerca de 3,5 vezes mais rápido que uma aquatubular.

Ocorrendo a necessidade de uma substituição de tubos, neste tipo de caldeira, sua


manutenção é mais fácil. Podendo ser instalada em lugares com pequena altura, já que sua
altura máxima é o diâmetro do corpo. Apresentam também alta eficiência de
transferência de calor, cerca de 40% maior que as aquatubulares por área de troca
térmica.

Este tipo exige um tratamento de água


rigorosamente dentro da boa técnica,
uma vez que não possível à limpeza
mecânica de incrustações.

Estas caldeiras são de operação mais simples, normalmente não possuem um programa de
manutenção atuante, associada a uma operação negligenciada, contribuem para que este
tipo de caldeira lidere as estatísticas de acidente (normalmente explosão) no mundo.
A caldeira flamotubular apresenta a limitação técnica de não gerar vapor superaquecido
e também capacidade limitada. Neste aspecto seu uso é recomendado nos casos de
necessidade de vapor para aquecimento, tornando restrito seu emprego na indústria de
maior porte.
CALDEIRA FLAMOTUBULAR (NAVAL ESCOCESA)

Com relação ao aspecto econômico, a caldeira


flamotubular é bem mais barata que uma
similar em capacidade tipo aquatubular. No
caso de baixa produção de vapor, tanto uma
quanta outra são fornecidas de modo
"compactado", ou seja, pronto para uso.

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 4/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS

CALDEIRAS FLAMOTUBULARES PARA COMBUSTÍVEL LÍQUIDO E GASOSO

3.2.1 - Circulação de água


A Circulação de água numa caldeira flamotubular é do tipo natural, que consiste na
diferença de densidade entre a água fria de alimentação e da água quente já em mistura
com a fase vapor das regiões mais quentes da caldeira, principalmente na periferia da
fornalha.
A admissão de água é normalmente feita na parte lateral do casco, a meia altura, para
garantir uma melhor circulação.
A geração de vapor na periferia da fornalha, que é a região mais quente, deve ocorrer de
tal forma que tenha sempre na sua superfície um contato com a água.
Desta maneira, teremos um alto coeficiente de película do lado da água que irá manter
relativamente baixa a temperatura da superfície metálica, evitando assim que a mesma
seja danificada uma vez que o material é confeccionado em aço carbono.

3.3 - Caldeiras aquatubulares

3.3.1 - Componentes
As caldeiras aquatubulares têm como característica principal à formação do vapor no
interior dos tubos, por onde também circula a água. Os principais elementos que compõe o
corpo de uma caldeira aquatubular são:

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 5/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS


 Tubulão superior;
 Tubos de circulação ascendente ("risers");
 Tubos de circulação descendente ("downcomers");
 Tubulão inferior;
 Fornalha (onde ocorre a queima dos combustíveis);

Podem existir também:


 Superaquecedor:
 Pré-aquecedor de ar;
 Economizador;
 Bomba de circulação forçada.

Os cinco primeiros elementos são fundamentais para o funcionamento de qualquer


caldeira aquatubular, para a geração de vapor saturado, no entanto, são raros os casos de
equipamentos contando apenas com eles.
Normalmente, devido à capacidade, utilização do vapor e economia do sistema, os outros
itens citados poderão estar presentes.
As funções destes componentes são as seguintes:

Tubulão superior - separar, coletar, acumular o vapor d’água gerado e receber a água de
alimentação;

Internos do tubulão - Na descarga dos tubos vaporizantes é instalada umas chicanas


defletora, que é uma caixa fechada ao fundo e nos lados, destinada a isolar a água
contida no tubulão. Não se devem usar juntas em conexões no tambor; os parafusos
devem ser providos de arruelas na cabeça e na porca. No caso da figura abai xo existe
uma segunda chicana, cuja função é separar as partículas de água ainda contidas no vapor.

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 6/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS


Abaixo uma coleção de soluções adotadas por diferentes fabricantes

Após passar por estas chicanas e antes de sair do tubulão o vapor passa por um filtro de
tela galvanizada ou um chevron, cuja finalidade é separar as partículas menores de água.
Este filtro é instalado em toda a extensão do tubulão. Nestes filtros geralmente são
instalados um ou mais tubos de coleta de condensado que o descarregam abaixo do nível
de água do tubulão. Em alguns casos são instalados os dois filtros em série.

Antes de sair do tubulão, o vapor passa pelo filtro de tela e depois pelo chevron. A
principal função destes separadores de umidade é retirar a maior parte possível de água
antes de o vapor seguir para o superaquecedor.

Em caldeiras de vapor saturado a umidade contida no vapor pode ser de 3 a 5%; em


caldeiras providas de superaquecedor a umidade não deve exceder de 1% para caldeiras
até 21,0 kgf/cm2. Acima desta pressão o limite é aproximadamente 0,1%.

Deve-se lembrar que o teor de umidade depende das concentrações de sólidos na água da
caldeira. Água muito alcalina ou contaminada provoca ebulição excessiva no tambor, do
que resulta arraste de água para o superaquecedor. Além disto, o espaço de vapor dentro
do tubulão deve ser suficiente para promover uma separação boa da água.
MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br
Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 7/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS

O nível deve se situar abaixo do centro do tambor. 0 nível mínimo deve ser de 50mm aci -
ma do último tubo de água.
Tubos ascendentes - gerar e conduzir o vapor ao Tubulão superior;
Tubos descendentes - conduzir a água líquida ao Tubulão inferior;
Tubulão inferior - acumular água líquida, coletar resíduos e produtos formados pela
reação dos produtos químicos e contaminantes, de onde podem ser drenados;
Os sólidos que se precipitam no fundo em forma de lama devem ser retirados do balão
periodicamente. Para isto instalam-se válvulas que, em intervalos de tempo pré-
determinados, fazem descarga rápida. No interior do tubulão recomenda-se instalar uma
cantoneira, que tem a função de promover uma sucção ao longo do tambor; devido à
diferença de pressão no tambor e na descarga para a atmosfera, esta sucção arrasta a
lama de toda extensão do tambor. Em caldeiras que não possuam cantoneira a descarga
somente remove a lama ao redor do furo.
Parede d’água
Nas caldeiras modernas a fornalha é formada por tubos que estão em contatos direto
com as chamas e os tubos de gases. Isto tem a vantagem de permitir elevada taxa de
absorção de calor por radiação.
Os tipos mais comuns de paredes d’água são:

Com Tubos Tangentes Com Tubos Aletados

Fornalha - gerar e fornecer a energia necessária ao processo de vaporização da água e


superaquecimento do vapor. Aproveita-se o calor irradiado da queima do combustível.
Na fornalha localiza-se a região mais quente da caldeira. Em hipótese alguma pode faltar
água para a refrigeração adequada dos tubos.

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 8/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS


Superaquecedor - elevar a temperatura do vapor, eliminando sua umidade. Normalmente
em caldeiras bem projetadas o vapor apresenta até 5% de água líquida. Este vapor úmido
não é apropriado para uso em turbinas para geração de energia elétrica, a presença de
água pode provocar erosão dessas máquinas. Esse superaquecimento deve ser feito
elevando a temperatura do vapor além do seu ponto de ebulição na pressão
correspondente.

Pré-aquecedor de ar - aquecer o ar da combustão, normalmente aproveita o calor dos


gases da combustão, visando economia.
0 pré-aquecedor de ar é um equipamento incorporado à caldeira e que tem a finalidade de
aquecer o ar de combustão até uma temperatura pré-determinada. Com o ar entrando na
fornalha a uma temperatura mais próxima da de combustão se ganha energia útil, pois a
parcela de calor que seria necessária para o aquecimento do ar é aproveitada para
vaporização da água.
0 pré-aquecedor de ar utiliza gás de combustão, como elemento de aquecimento.

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 9/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS


O limite de temperatura que se pode atingir no pré-aquecedor de ar é determinado pela
quantidade de enxofre presente no combustível. Quando temos temperaturas abaixo do
ponto de orvalho (temperatura na qual começa a condensação) dos gases de óxidos de
enxofre, temos a formação de ácido sulfúrico, sendo corrosivo para as partes mais frias
da caldeira. Para amenizar a formação do ácido sulfúrico principalmente nos dias mais
frios, tenho que aquecer o ar antes de entrar no pré-aquecedor utilizando um aquecedor
a vapor.

Aquecedor de Ar a Vapor

As vantagens obtidas pelo uso do pré-aquecedor permitem diminuir o excesso de ar,


aumenta a eficiência de combustão e aumenta a temperatura de equilíbrio na câmara de
combustão, possibilitando maiores taxas de absorção de calor.
As desvantagens são a ignição dos depósitos retidos no equipamento provocando sérios
danos, necessidade de grandes superfícies de troca de calor (baixa troca térmica),
necessitam de maiores potencia para a tiragem devido à elevada perda de carga causada
pelo equipamento e possibilidade de vazamentos de gases devido a corrosão não podendo
ser detectado quando em pequeno volume.
Economizador - aquecer a água de alimentação da caldeira, utilizando os gases de
combustão, também visando economia. Restrição para o uso em combustíveis que
contenham enxofre.
Água quente

Água fria

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 10/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS


3.3.2 - Funcionamento
Começaremos descrevendo o funcionamento básico do sistema água - vapor numa caldeira
aquatubular de circulação natural, o tipo mais comum encontrado na indústria.
Podemos ver na figura que este modelo básico é composto dos Tubulões superior, inferior,
dos tubos ascendentes, descendentes e da fornalha. O Tubulão superior opera com água
até o nível médio (50%) e o Tubulão inferior, inundado. Os tubos ascendentes encontram-
se voltados para o lado da fonte de energia, enquanto os tubos descendentes estão na
posição oposta, ou seja, não recebem parcela significativa do calor.
Verificamos na figura, que a formação de vapor se dará apenas nos tubos ascendentes
(aqueles que estão expostos diretamente à fonte de calor). Como conseqüência imediata,
a densidade do fluido presente nestes tubos irá diminuir devido à presença do vapor, o
que provocará a ocorrência de um fluxo do lado descendente para o ascendente.
Este fenômeno físico gera a circulação de água, que permite a vazão do vapor gerado
para cima em direção ao Tubulão superior e da água dos tubos opostos para baixo.

Ao chegar no Tubulão superior e encontrar a superfície livre, o vapor sairá do meio do


líquido, separando-se e sendo acumulado. Enquanto isto, toda água líquida
obrigatoriamente passa pelo Tubulão inferior. Conseqüentemente todos os depósitos, que
porventura possam formar-se no interior da caldeira, se acumularão neste vaso.

MODELO ESQUEMÁTICO DE CALDEIRA AQUATUBULAR

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 11/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS


3.4 - Caldeiras elétricas
A caldeira elétrica, diferentemente de suas similares a combustíveis, é um equipamento
basicamente simples. Basicamente, a caldeira elétrica é constituída de um vaso de
pressão não sujeito à chama, um sistema de aquecimento elétrico e um sistema de
alimentação de água, bem como do sistema de proteção.
Antes de percorrer a descrição dos diferentes tipos devem ser apresentados os
conceitos deste tipo de equipamento.
Tendo em vista a simplicidade da concepção e da operação, o rendimento deste
equipamento é basicamente elevado como será visto adiante. A transformação de energia
elétrica em térmica se faz em seu interior, no meio da água a ser vaporizada, não
havendo praticamente perdas, exceto com a descarga de fundo.
Os tipos de caldeiras elétricas são:

3.4.1 – Caldeiras de resistência

O funcionamento destas caldeiras se baseia no aquecimento de uma resistência elétrica.


O calor gerado na resistência é empregado para aquecer água e produzir vapor saturado.

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 12/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS

3.4.2 - Caldeira Elétrica com jato d’água (alta tensão)

3.5 - Caldeiras de recuperação

Alguns processos industriais produzem gases quentes que podem ser aproveitados em
caldeiras de recuperação para gerar água quente ou vapor. Frações combustíveis destes
gases podem ser queimadas.
As caldeiras de recuperação podem ser classificadas em:
 Caldeiras de recuperação de calor sensível;
 Caldeiras de recuperação de gases combustíveis residuais de processos
industriais;
 Caldeiras para aproveitamento do lixo urbano.

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 13/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS

Gás Quente

Caldeira de Recuperação de Calor Sensível contido nos gases de combustão,


equipada com superaquecedor e economizador.

Caldeiras Recuperação de Gases Combustíveis Residuais de Processos Industriais (CO)

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 14/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS

Caldeira para Recuperação de Licor Preto

A extinção dos resíduos passou a preocupar as


autoridades das grandes cidades Européias
após o fim da 2ª grande guerra mundial. O
método adotado foi à implantação de grandes
complexos receptadores de lixos, equipados
com fornos incineradores e exaustão dos
gases de combustão para a atmosfera, através
de chaminés suficientemente elevadas para
atenuar aos efeitos da poluição. A partir de
1961 entrou em operação a 1ª caldeira para
gerar vapor de calefação, na cidade Helsinki
(Finlândia).

Caldeiras para aproveitamento do Lixo Urbano

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 15/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS


3.6 – Instrumentos de medição e controle aplicados em caldeiras

A Automação é privilégio deste século. Aplicado a caldeiras reflete sobre tudo, a


preocupação da tecnologia, na segurança operacional e na otimização do rendimento
térmico das instalações, do que propriamente, na substituição do homem.

Cinco são os fatores básicos que intervêm no sistema de automação, a saber:

 Suprimento da água de alimentação da caldeira;


 Pressão do vapor;
 Quantidade de combustível;
 Quantidade de ar necessário à combustão;
 Extração simultânea dos gases formados na combustão.

3.6.1 – Controles automáticos água de alimentação


A importância da preservação do nível de água no interior da caldeira é seguramente
função prioritária do operador, não deixar faltar água na caldeira.
Devido a grandes quantidades de vapor produzido, o volume de água contido na unidade
e períodos curtos de ausência de observação do operador torna-se impraticável atribuir
ao operador essa função.
É, portanto pratica difundida, a instalação de aparelhagem que assume a
responsabilidade de manter o nível de água da caldeira dentro dos limites exigidos.

Existem basicamente 2 tipos de controle:


 liga / desliga
 modulante

No sistema liga/desliga (on/off) podemos encontrar 2 tipos de aparelhos:


 Controle eletrônico
 Controle de bóia

No controle eletrônico se baseia na condutividade elétrica da água. Introduz-se 3


eletrodos de aço inoxidável, isolados do corpo da caldeira na altura do nível de água
interna, de forma que um deles permaneça sempre mergulhado, o 2º comandando o nível
mínimo e o 3º o nível máximo.
Se o nível de água abaixar além do 2º eletrodo ligará a bomba de alimentação. Quando o
nível atingir o 3º eletrodo a bomba desliga interrompendo a alimentação. Na
eventualidade do sistema de comando que da a ordem de ligar a bomba, para iniciar a
alimentação falhar, e o nível interno da caldeira continuar baixando, há o eletrodo de
segurança que atuará dando o alarme de advertência de falta de água e corte de
combustível.

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 16/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS

No controle tipo bóia temos como elemento sensor uma bóia que flutua no interior de
uma garrafa ligada à caldeira pelas tomadas abaixo e acima do nível interno. Qualquer
flutuação do nível interno é transmitida a esta bóia. A bóia flutuando irá alterar o
posicionamento de um núcleo imantado preso na haste. Quando o núcleo chega na frente
de uma chave, imanta-se e muda a posição da ampola de mercúrio. O mercúrio se desloca
para uma nova posição e, sendo um metal, fecha o contato elétrico. Sendo a sistemática
de funcionamento idêntico ao controle eletrônico.

Demonstração esquemática da atuação das chaves de mercúrio em conformidade com


a posição da bóia.

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 17/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS

No controle modulante, destacam-se 4 tipos entre outros:

Controle a 1 elemento auto operado (proporcional)

Fundamenta-se na ação direta de um sensor que se dilata com o calor.

O termostático é ligado à caldeira, comunicando-se com a câmara de vapor e com o nível


inferior da água. No seu interior, portanto, há água e vapor. Em virtude da irradiação de
calor, a temperatura da água do tubo termostático fica inferior à temperatura do vapor.

À medida que desce o nível de água na caldeira, maior quantidade de vapor penetra no
tubo. O tubo assim se aquece e é obrigado a se expandir.

À medida que sobe o nível de água na caldeira, maior quantidade de água penetra no tubo
e este, ficando mais frio, é obrigado a se contrair.
Essa expansão e contração no tubo transformam todas as flutuações do nível de água em
força considerável capaz de movimentar a válvula de controle de alimentação.
MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br
Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 18/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS

O Controle a 1 elemento piloto operado (proporcional)

É uma versão aperfeiçoada de um controle a “um elemento” introduzindo o ar comprimido


como fluído auxiliar.O sensor primário é, uma bóia que registra as variações do nível
interno da caldeira.

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 19/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS


Com o objetivo de evitar flutuações de nível comprometedoras à boa performance da
caldeira, a técnica recorre a instalações de controles mais eficientes mediante a soma de
informações provindas de outros sensores primários. Temos então:

Controle a 2 elementos auto operado (proporcional + integral)

Um sensor se ocupa do fluxo de vapor que se escoa através da tubulação de saída da


caldeira e outro da oscilação do nível.

Sabe-se que a uma tomada grande de vapor, corresponde a um grande consumo de água.
O nível do interior do tambor imediatamente passa a cair e ser notado pelo sensor de
nível. Entretanto, a intervenção do sinal constatado pelo elemento do vapor é de ação
muito mais rápida já determinando a ação de ingresso de água.
O sinal do vapor por assim dizer se antecipa ao da água impedindo que a alimentação seja
retardada. Inversamente acontece, com uma interrupção brusca na tomada de vapor.

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 20/42

Esquema de controle do nível de água no interior das caldeiras segundo o princípio a


2 elementos atuantes (variação do nível e vazão de vapor)

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS

O controle a 3 elementos auto operado (proporcional + integral)

Possui como elementos primários o sensor de nível, a placa de orifício para detectar a
vazão de vapor e a segunda placa de orifício para acompanhar a vazão de água.

Trata-se do controle de nível de água mais eficiente sob o ponto de vista da estabilidade
do nível de água no interior do tambor superior gerador de vapor, principalmente
importante nas unidades de acionamento de centrais termoelétricas.

Este controle rigoroso evita o arraste de sólidos desprendidos da caldeira evitando


assim problemas nas turbinas.

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 21/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS

A tabela a seguir reproduz as recomendações mais usuais quanto à aplicação dos


diferentes tipos de controles de nível, tendo por base a produção e variação da demanda
de vapor.

3.6.2 – Controles automáticos combustão


Três são as grandezas relacionadas com o problema da malha aberta que responde pela
regulagem automática da combustão:
 O consumo de combustível;
 O consumo de ar para a combustão e;
 A extração dos gases formados durante a combustão.

Os controles destas três grandezas visam:


 Manter o suprimento de calor da fonte supridora, de acordo com a demanda
do processo;
 Assegurar um mínimo de consumo de combustível para atingir as condições
propostas; ou seja, alcançar a máxima eficiência e;
 Manter as condições de operação da fornalha dentro de parâmetros
satisfatórios.

A quantidade de combustível se ajusta com a pressão da caldeira; queda na pressão


significa falta de combustível, excesso, significa combustível a mais.
MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br
Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 22/42

A regulagem da pressão de forma a mantê-la dentro dos limites fixados na operação,


implica sem duvida na intervenção do suprimento de combustível.

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS

A intervenção nesta fonte de calor, por sua vez, determina o volume de ar necessário à
sua queima, dentro dos parâmetros compatíveis com uma combustão perfeita.
Por seu turno, a variação provocada na formação de volumes de gases de combustão, deve
ser vigiada por uma ação paralela que garanta a totalidade de sua extração de forma a
assegurar uma pressão definida na câmara de combustão da caldeira.

O sensor de pressão (PT) transmite um sinal do coletor de vapor para o controlador (PIC)
limitado por um “set-point”. Este último aparelho atua simultaneamente sobre a válvula de
ajuste da vazão de combustível e do registro de controle de vazão de ar.

3.6.3 – Instrumentação
Há aparelhos com competência exclusiva de indicar a grandeza medida, sem correlação
MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br
Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 23/42

alguma com funções adicionais para efeito de automação. Tais aparelhos são denominados
indicadores, dentre eles, citam-se os manômetros de vapor; os manômetros para baixas
pressões diferenciais; os termômetros para temperaturas; os indicadores de níveis e os
analisadores de gases.

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS

Aparelhos indicadores:

1. Termômetros

2. Indicadores de pressão

Nos geradores de vapor, o aparelho indicador de pressão clássico é o manômetro de


MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br
Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 24/42

mostrador circular, cujo mecanismo de acionamento é o chamado tubo de Bourdon.


O tubo de Bourdon, consta de um anel de secção elíptica, fixado numa extremidade à o, e
na outra, no mecanismo que responde pelo acionamento do ponteiro indicador da pressão
existente.
3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS

Manômetros diferenciais

Indicados para pressões de baixos valores (mmca).

3. Analisadores de gases de combustão


Destinados a medir o teor de CO2, O2, CO e cor da fumaça existentes nos gases de
combustão que emanam das partes finais das caldeiras. Maiores detalhes serão vistos no
capítulo combustão industrial.

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 25/42

A fuligem intensa é visível a


olho nu, a micro nem sempre.
Bacharach criou um método, p/
avaliar o comportamento da
combustão. Através de uma
bomba de sucção manual
(fig.esquerda) promovem-se 10
aspirações do gás a ser
examinado. Um papel filtro
especial é colocado na passagem
dos gases. Recolhe-se o
material em suspensão. É
confrontado com a escala
Bacharach, o qual o valor ideal
não deverá ultrapassar 2.

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS

Analisador de CO2 ou O2 tipo ampulheta fabricado em plástico transparente constando


de 2 ampolas unidas por um tubo graduado de 0 a 20%. O sistema funciona através da
absorção dos gases a serem analisados por uma solução de potássio. A variação
volumétrica causado pela reação indicará na escala do aparelho as concentrações de CO2
ou O2.

4. Limitadores de pressão e temperatura


São equipamentos destinados a controlarem grandezas específicas (pressão ou
temperatura),
MARCOS PRADO não permitindo
Engenharia que
Térmica S/Csejam
Ltda ultrapassados os valoresmarcos.prado@uol.com.br
do seu ajuste.
Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 26/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS


5. Medidores de vazão de vapor
Placa de orifício

A medida de vazão de vapor quantifica


a energia, consumida ou gerada, para
permitir o controle do processo.
Porque usar placa de orifício?
É o instrumento de medição mais
utilizado no mundo todo. Baixo custo,
limitado quanto à faixa de variação de
vazão de vapor (turn-down menor que
4:1).
Como funciona?
O fluxo de vapor passando pela placa
gera uma perda de carga que é medida,
via linhas de impulso, por um sensor /
transmissor de pressão diferencial.
Este converte o sinal de pressão em um
sinal analógico (4 a 20mA), que
alimenta um computador de vazão, no
qual podemos acessar as vazões
instantâneas, acumuladas e uma série
de funções de memória e alarmes.

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 27/42

Área variável

O elemento primário deste medidor utiliza


o teorema da conservação de energia no
fluxo de um fluído através da tubulação.
Ele opera pelo principio de área variável
por carga de mola, onde a área de um
orifício anular é continuamente variada
pelo movimento de um cone. A pressão
diferencial pode então ser usada para
calcular vazões instantâneas, baseadas no
teorema de Bernoulli. Sua rangeabilidade
de até 100:1.

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS

6. Válvulas de controle

Duas vias, proporcional, com atuador pneumático

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 28/42

Para uso em vapor, água, óleo e outros fluídos industriais, visando controle de
pressão, temperatura e vazão.

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 29/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 30/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS


Duas vias, on-off, com atuadores eletro hidráulico e pneumático.

Utilização para descargas de fundo/continua em caldeiras.

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 31/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS

3.6.4 – Acessórios
3.6.4.1 Válvulas de bloqueio (on-off)
Duas vias, manual, tipo pistão:
Aplicações em caldeiras, tubulações e trocadores de calor.

Descarga de fundo:
Retirar a lama do fundo da caldeira formada pela reação dos produtos químicos
adicionados (fosfato trisódico) e contaminantes presentes na água. Deve ser
feita de acordo com as analises da água da caldeira.

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 32/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS


Descarga Contínua:

Para o controle dos sais dissolvidos, condutividade, alcalinidade e sílica da água na


caldeira, etc. Grande precisão na vazão de descarga. È realizada de forma contínua
durante toda a operação da caldeira e seu controle de vazão deve ser feito através
das analises da água da caldeira.

Purga Contínua:
Deve-se priorizá-la devida sua importância,
preferencialmente deve ser feita
automaticamente através de um sensor de
condutividade.
O calor deve ser reaproveitado conforme
mostra as figuras a seguir.
Lembrando que a cada 6ºC de aumento da
temperatura da água a ser aquecida a
economia no combustível é de 1%.
Caso o calor seja reaproveitado para
aquecimento do ar de combustão, cada 25ºC
de aumento na temperatura do ar a economia
no combustível é de 1%.

Aproveitamento do calor da purga continua.


Aquecimento do ar primário de combustão.

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 33/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS

De Retenção
Permite o fluxo de água ou vapor em um único sentido. Utiliza-se na saída geral de
vapor, entrada de alimentação de água na caldeira e outras aplicações.

3.6.4.2 Visores de nível

São utilizados em caldeiras, acumuladores de condensados e outros vasos de pressão e


indicam o nível do líquido dentro do vaso. Seu funcionamento está baseado no principio
dos vasos comunicantes devendo satisfazer 2 requisitos básicos:
 ndicação clara do nível;
 Absoluta segurança no trabalho.
Para caldeiras:
As indicações dos níveis alto, normal, baixo e extra baixo, devem estar marcadas nos
visores. O nível extra baixo deve estar 75mm acima da última camada superior dos
tubos de troca térmica para evitar superaquecimento nos tubos, protegendo a
caldeira.

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 34/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS


3.6.4.3 Sopradores de fuligens
Ao longo de todo o circuito dos gases, há uma tendência de se depositar fuligem e
cinzas. Quanto maior for maior for à quantidade de arrastado, tanto maior será o
depósito. Estes particulados podem, não só se depositarem sobre anteparos, chicanas
e passagens inferiores, como ainda podem aderir às superfícies de troca de calor.
Diante dessa situação, a caldeira progressivamente ao acréscimo de fuligem, diminui
seu rendimento e produção (cada 25ºC no aumento da temperatura na saída dos gases
o consumo de combustível aumenta em 1%).
Para a operação voltar à performance original, a fuligem deve ser removida através
dos sopradores de fuligem.

3.6.4.4 Desaerador
Podemos realizar a remoção dos gases dissolvidos por desaeração mecânica, visando
reduzir a utilização de seqüestrantes de oxigênio, evitando assim a introdução de
grandes quantidades de sais, o que resultaria em aumentarmos as descargas da
caldeira.
A desaeração mecânica baseia-se na redução da solubilidade dos gases nos líquidos
com acréscimo da temperatura. Nas caldeiras esta elevação da temperatura é obtida
através de um trocador de calor por contato em contra corrente, da água de
alimentação com um fluxo de vapor.

Desaerador de bandejas perfuradas

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 35/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS

Desaeradores tipo Pulverizador (a Pressão)

A tabela abaixo indica quais são as temperaturas e correspondentes pressões de


operação em função do tipo do desaerador.

Desaerador Temperatura Pressão

(tipo) (ºC) (kgf/cm2)

atmosférico 100 0,033

Baixa pressão 103 0,15

105 0,23

107 0,32

Média pressão 110 0,46

115 0,72

120 1,02

130 1,75

Alta pressão 150 3,8

160 5,3

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 36/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS


3.6.4.5 Purgadores

Purgador termodinâmico bimetálico

Vantagens: filtro acoplado internamente, insensível a golpe de aríete, instalação em


qualquer posição, possibilidade de regulagem (aproveitamento do calor sensível),
podendo ser utilizado para vapor superaquecido, processos de aquecimento contínuo,
água quente.

Purgador termostático com membrana

Vantagens: filtro acoplado internamente, insensível a contra pressão, possibilidade


de regulagem (aproveitamento do calor sensível), utilizado para eliminação de gases
incondensáveis, indicado para linhas de traços de vapor, vent, pequenas capacidades.
MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br
Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 37/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS


Purgador de bóia

Vantagens: altas vazões, insensíveis


a impurezas, recomendável junto a
trocadores de calor, utilizado para
eliminação de gases incondensáveis,
robusto, não suporta golpes de
aríete e vapor superaquecido.

Purgador de balde invertido (purgador mais antigo)

Vantagens: altas vazões, pressões acima de 42 kgf/cm2, recomendável para vapor


saturado resistentes a golpes de aríete, robusto, utilizado para eliminação de gases
incondensáveis, condensáveis corrosivo, necessário colocar um selo de água antes do
inicio de operação, mais indicado para vapor saturado.

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 38/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS


Purgador Termodinâmico de fluxo distribuído para vapor

Os purgadores tipo termodinâmicos são fabricados com ou sem filtro interno.


Vantagens: robusto, altas vazões, fácil manutenção, pode ser utilizado para vapor
superaquecido, sendo a principal utilização para linhas de traço de vapor
(aquecimento).

3.6.4.6 Bombas de Condensado

Destinado a deslocar o condensado utilizando a energia do vapor.

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 39/42

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS

3.6.4.7 Separadores de umidade


São equipamentos destinados a separar a umidade contida no vapor. Seu
funcionamento consiste no principio da força centrifuga separando as partículas com
peso específico maior (umidade, sólidos, etc.).

3.6.5 Dispositivos de Segurança


São equipamentos destinados a interromper uma ação independente do operador. Sua
principal finalidade é a proteção do equipamento e do homem.
Principais dispositivos utilizados em caldeiras e sistemas de geração de vapor.
Válvula de Segurança (PSV)
Sua função é promover o escape do excesso do vapor, caso a pressão máxima de
trabalho permitida da caldeira venha a ser ultrapassada, e outros dispositivos de
segurança falhem.
Quando uma caldeira possuir duas válvulas de segurança, suas regulagens devem
permitir que no máximo sua pressão, não ultrapasse em 6% da Pressão Máxima..
Para garantir um perfeito funcionamento da válvula de segurança, deve-se observar:
 Todas as válvulas de segurança deverão ser testadas uma vez ao mês, acionando se a
alavanca de teste manual, com muito cuidado;
 Promover a inspeção das sedes das válvulas pelo menos uma vez por ano;
 Fazer periodicamente um teste de funcionamento da válvula. Isto se faz colocando
um manômetro aferido na caldeira e, em seguida, fechando todas as saídas de
vapor até que a válvula comece a funcionar. Para a aferição da válvula devem ser
observadas as porcentagens acima indicadas, e também se deve observar que
MARCOS durante
PRADO oEngenharia
teste a pressão máxima
Térmica S/C Ltda da caldeira não deve ultrapassar 6% da Pressão
marcos.prado@uol.com.br
Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 40/42

Máxima Permitida.

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS

Células Fotoelétricas:
Trata-se de um sistema bem aperfeiçoado que trabalha com uma célula fotoelétrica, um
amplificador e um relê. O seu funcionamento é baseado na coloração das chamas. Se
estas se apagarem a luminosidade no interior da fornalha será diminuída, a célula
fotoelétrica comandará o amplificador e o relê que abrirá seus contatos, interrompendo o
circuito dos combustíveis dos queimadores.
Os sistemas fotocondutivos para segurança de chama têm quase o mesmo funcionamento
dos fotoelétricos, sendo modificado o tipo de célula. Utiliza-se das irradiações
infravermelhas das chamas e faz uso de amplificadores. Os amplificadores conseguem
estabelecer diferenças entre o calor das chamas e o calor dos refratários da fornalha.
Sua ação é pela detecção dos raios infravermelhos presentes na queima de um
combustível. Para o gás natural a detecção é feita pelos raios ultravioleta.

Controle de nível mínimo d’água:

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 41/42

Quando existir alguma falha no sistema de


alimentação de água numa caldeira, o nível
mínimo irá acionar o desligamento do
queimador (alimentação de combustível) e
alimentação do ar de combustão, evitando
assim superaquecimento dos tubos.
Ocorrendo essa situação anormal, o
operador não deverá alimentar com água a
caldeira caso o nível esteja inexistente no
visor.

3.0 – CALDEIRAS – CONSIDERAÇÕES GERAIS

Controle de alta pressão:

Além da válvula de segurança descrita


anteriormente, também temos um
controle elétrico através de um
pressostato que atingido a pressão
ajustada no mesmo irá dar o “trip” na
caldeira, ou seja, desligando a
alimentação do combustível e ar de
combustão.

Controle de alta temperatura:

Utilizado para evitar aquecimento


excessivo da temperatura em
sistemas de aquecimento de
combustíveis líquidos. O termostato
de segurança irá acionar o
desligamento das resistências
elétricas ou cortar a alimentação de
vapor, quando atingido a
temperatura ajustada.

Controle por falta de fluxo de ar para combustão:

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br


Treinamento de Segurança na Operação de Página
CALDEIRAS Módulo 3.0 42/42

Utilizado para garantir a presença


de ar para combustão.
Trata-se de um pressostato
instalado no duto de ar, quando o
mesmo não sentir a pressão do valor
ajustado o mesmo desligará o
sistema de alimentação de
combustível, dando o “trip” na
caldeira.

MARCOS PRADO Engenharia Térmica S/C Ltda marcos.prado@uol.com.br

Você também pode gostar