Você está na página 1de 20

Resumão de Sistemas de propulsão e auxiliares (SPA)

OBS: O ponto "perda de carga, temperatura, viscosidade, etc" está no arquivo “Schneider
bombas”.

1. PERDAS DE CARGA (hf): Denomina-se perda de carga de um sistema, o atrito causado


pela resistência da parede interna do tubo quando da passagem do fluído pela mesma.
As perdas de carga classificam-se em:

CONTÍNUAS: Causadas pelo movimento da água ao longo da tubulação. É uniforme em


qualquer trecho da tubulação (desde que de mesmo diâmetro), independente da posição do
mesmo. (Tabelas 6 e 8);

LOCALIZADAS: Causadas pelo movimento da água nas paredes internas e emendas das
conexões e acessórios da instalação, sendo maiores quando localizadas nos pontos de
mudança de direção do fluxo. Estas perdas não são uniformes, mesmo que as conexões e
acessórios possuam o mesmo diâmetro. (Tabelas 7 e 9);

1.1 FATORES QUE INFLUENCIAM NAS PERDAS DE CARGA:

A. Natureza do fluído escoado (peso específico, viscosidade): Como as bombas


Schneider
são fabricadas basicamente para o bombeamento de água, cujo peso específico é de 1.000
Kgf/m3, não há necessidade de agregar-se fatores ao cálculo de perdas de carga, em se
tratando desta aplicação;

B. Material empregado na fabricação dos tubos e conexões (PVC, ferro) e tempo de uso:
Comercialmente, os tubos e conexões mais utilizados são os de PVC e Ferro Galvanizado,
cujas
diferenças de fabricação e acabamento interno (rugosidade e área livre) são bem
caracterizadas, razão pela qual apresentam coeficientes de perdas diferentes, conforme as
Tabelas 6, 7, 8 e 9;

C. Diâmetro da tubulação: O diâmetro interno ou área livre de escoamento, é fundamental na


escolha da canalização já que, quanto maior a vazão a ser bombeada, maior deverá ser o Ø
interno da tubulação, afim de diminuir-se as velocidades e, consequentemente, as perdas de
carga. São muitas as fórmulas utilizadas para definir-se qual o diâmetro mais indicado para a
vazão desejada. Para facilitar os cálculos, todas as perdas já foram tabeladas pelos fabricantes
de diferentes tipos de tubos e conexões. No entanto, para efeito de cálculos, a fórmula mais
utilizada para chegar-se aos diâmetros de tubos é a Fórmula de Bresse, expressa por:
D=KQ,
Onde: D = Diâmetro interno do tubo, em metros;
K= 0,9 - Coeficiente de custo de investimento x custo operacional. Usualmente aplicase
um valor entre 0,8 e 1,0;
Q = Vazão, em m³/ s;
A Fórmula de Bresse calcula o diâmetro da tubulação de recalque, sendo que, na
prática, para a tubulação de sucção adota-se um diâmetro comercial imediatamente superior;

D. Comprimento dos tubos e quantidade de conexões e acessórios: Quanto maior o


comprimento e o nº de conexões, maior será a perda de carga proporcional do sistema.
Portanto,
o uso em excesso de conexões e acessórios causará maiores perdas, principalmente em
tubulações não muito extensas;

E. Regime de escoamento (laminar ou turbulento): O regime de escoamento do fluído é a


forma como ele desloca-se no interior da tubulação do sistema, a qual determinará a sua
velocidade, em função do atrito gerado. No regime de escoamento laminar, os filetes líquidos
(moléculas do fluído agrupadas umas às outras) são paralelos entre si, sendo que suas
velocidades são invariáveis em direção e grandeza, em todos os pontos (figura 7). O regime
laminar é caracterizado quando o nº de Reynolds (Re), for inferior a 2.000.
No regime de escoamento turbulento, os filetes movem-se em todas as direções, de
forma sinuosa, com velocidades variáveis em direção e grandeza, em pontos e instantes
diferentes (figura 8). O regime turbulento é caracterizado quando o nº de Reynolds (Re), for
superior a 4.000
Obviamente, o regime de escoamento mais apropriado para um sistema de bombeamento é o
laminar pois, acarretará menores perdas de carga por atrito em função do baixo número de
interferências existentes na linha.

TABELA DE PERDA DE CARGA (PÁG 34 E 35) E DEMAIS PONTOS NO ARQUIVO

OBS: Viscosidade é uma característica dos líquidos que está relacionada com a sua habilidade
de fluir. Quanto maior a viscosidade de um líquido (ou de uma solução) mais difícil o líquido flui
e diz ser ele “viscoso”.

2. Redes a bordo
Por questões de segurança, operação, reparo e manutenção é imprescindível
identificar as redes de acordo com as propriedades do fluido que está sendo transportado

Tubulação ISSO 14726


OBS: Brano → Geralmente é pintado de rosa
Conexão de tubos:
Rosca - une tubos com diâmetros até duas polegadas, usualmente

Flange – é a conexão mais usada a bordo onde os flanges são aparafusados


utilizando uma junta para vedação.

Solda - conecta tubos com pressão elevada, de modo geral.


Acessórios de uma rede: juntas, gaxetas, bombas, válvulas, curvas de expansão, ralos, filtros
e medidores

Junta e Gaxeta

• Junta – impedir vazamento nos flanges, corpo de válvulas, bombas etc.


Confecção e material variado. Por exemplo, junta metálica para vapor com alta pressão.

• Junta de expansão – absorve vibração, dilatação e contração


da rede. Estão sendo substituídas por curvas de expansão.
Exemplos: deslizamento, fole, borracha.

(curva em “U” que faz


função de junta de expansão, faz movimento de sanfona)

• Gaxeta - impedir vazamento pelas peças móveis. Por exemplo, o eixo de uma bomba, haste
de válvula etc. O material vai depender do fluido, pressão, temperatura etc.

Filtro e ralo - servem para proteger o sistema contra corpos estranhos no fluido.

• Filtro – interceptar impurezas de tamanho reduzido. Geralmente, fica localizado na rede de


recalque da bomba.
• Ralo – usado para interceptar impurezas grandes na sucção da bomba. Exemplo: entrada da
água de circulação, pescador do óleo lubrificante etc.

Válvulas - conforme a utilização (FINALIDADE/ FUNÇÃO?)

• Válvula de Bloqueio: gaveta – macho – esfera – solenoide – Função: Permite ou não a


passagem do fluido (trabalha totalmente aberta ou fechada). Perda de carga baixa.

(Gaveta) (Solenoide)
• Válvula de Regulagem: globo – borboleta – diafragma – agulha – Função: regula a vazão do
fluído (líquido ou gás). Perda de carga alta.

Obs: Válvula termostática (controle automático) – Ela faz o motor funcionar sob temperatura
constante, controlando as temperaturas mínimas e máximas atingidas.
• Válvula de Controle: segurança (gás) – alívio (líquido) – Função: Monitoramento da pressão
do sistema.

(segurança)
• Fluxo em uma só direção: Válvula de retenção - de pé (escorva) – Permite que os fluidos
escoem somente em uma direção. Fecha-se automaticamente para evitar fluxo na direção
oposta.

Bomba Dinâmica (centrífuga)


Possuem um órgão rotatório dotado de pás (impelidor) que transfere energia cinética para o
líquido.
Centrífuga - mais conhecida.

Bomba Volumétrica ou Deslocamento positivo


As bombas DP possuem uma ou mais câmaras, em cujo interior o movimento de um órgão
propulsor comunica energia de pressão ao líquido, provocando o seu escoamento.
Podem ser:
Alternativas: pistão, êmbolo, diafragma etc.
Rotativas: engrenagem, palheta, parafuso, lóbulos etc.

Bomba volumétrica e válvula de alívio (de pressão)

(IMAGEM DE PROVA)
- Supply tank – Tanque de abastecimento
- Relief valve – válvula de alívio (de pressão) – impede que o sistema trabalhe acima da
pressão máxima suportada
- Suction isolation valve – Válvula de isolamentos de sucção
- Discharge isolation valve – Válvula de isolamento de descarga
- Gear pump (or Other PD Pump) – Bomba de engrenagem (ou outra bomba PD)

4. Sistema de ar comprimido

Compressor de Deslocamento Positivo


O seu princípio de funcionamento está baseado na redução de volume. O ar é admitido
em uma câmara isolada do meio externo e o seu volume é diminuído gradualmente,
processando-se a compressão

Compressor de Deslocamento Dinâmico


O ar admitido entra em contato com impulsores dotados de alta velocidade, assim há
conversão de energia cinética em energia de pressão com a passagem do fluxo de ar.

Rede de ar comprimido

Garrafas de ar comprimido
Principal Principal/Reserva
Finalidade: armazenar o ar comprimido na pressão de 25 ou 30 bar, conforme a instalação.
A garrafa principal fornece ar comprimido para o navio inteiro. A garrafa reserva (pequena)
fornece ar comprimido para o gerador de energia elétrica (principal). Ela não funciona para
propulsão.
Tipos: Principal e reserva
Medidor: manômetro
Secadores de ar comprimido
Absorção
A substância absorvida é embebida pela substância absorvente. Principais elementos
absorventes: cloreto de cálcio e cloreto de lítio

Resfriamento
A condensação do vapor d’água se dá em determinadas condições de pressão e temperatura
(umidade relativa).

Adsorção
A substância adsorvida fica retida na superfície adsorvente. Principal elemento adsorvente:
sílica gel (dióxido de silício – SiO2)
Compressor intercooler e aftercooler → Possível questão de prova.

Lubrifil – unidade de conservação

Lubrifil é um nome usado comumente no mercado para uma unidade combinada de


preparação de ar com FILTRO, REGULADOR E LUBRIFICADOR (ou simplesmente FRL).
Normalmente a unidade de filtro com regulador vem em uma peça, e a unidade de lubrificação
vem acoplada com uma abraçadeira para unir o conjunto, como indicado na imagem abaixo.
O Lubrifil é chamado também de unidade de preparação de ar (ou unidade de
conservação pneumática) porque é utilizado para preparar o ar comprimido para uma
aplicação. Primeiro o ar comprimido passa pelo regulador onde a pressão pode ser ajustada
para a desejada em sua aplicação.
(IMAGEM DA PROVA)

Pressão: ele vai perguntar a pressão nas garrafas, basta fazer a leitura na figura. Ex.: Garrafa
1: pressão = 0 Mpa.
Manômetro: instrumento que mede a pressão exercida por um fluido em determinada superfície

6. Sistema de água de circulação

Sistema de arrefecimento: A energia calorifica do combustível provoca grande aquecimento


no motor, assim, para que o calor produzido não provoque sobreaquecimento é necessário um
sistema de resfriamento.

Acessórios da rede de circulação do Sistema de Arrefecimento: Bomba de água de


circulação, sea chest, trocadores de calor, box cooler sea chest e heel system

Bomba de água de circulação – aspira à água do mar e faz com que ela circule pelos
aparelhos trocadores de calor.

Sea chest
(IMAGEM DA PROVA)

Proteção catódica:
Anodos de sacrifício:
- Água salgada → Zinco (Zn)
- Água doce → Magnésio (Mg)

Trocadores de calor (TC):

(TC – placas)
(TC – feixe tubular)

OBS: Água salgada passa por DENTRO dos tubos. A limpeza é feita nos tubos, um a um.

Box cooler sea chest:

Heel system:

7. Sistema de vapor
Revisão - energia térmica
Conceito de Calor ou Energia térmica:
É a energia em trânsito das moléculas. Está relacionada a massa.
Para haver calor tem que haver diferença de temperatura entre os corpos.
O de maior energia cederá calor para o de menor (sentido da transferência de calor).
A unidade de medida é caloria (cal) ou joule (j).
Podemos classificar o calor em:
Calor Sensível – há somente variação de temperatura.
Exemplos: aquecedor e resfriador.
Calor Latente – há mudança de estado físico.
Exemplos: evaporador e condensador
Conceito de Temperatura:
É o valor do grau de agitação ou movimento do calor.
A unidade de medida é Celsius, Kelvin ou Fahrenheit.
Para medir temperatura baixa usamos o termômetro e para alta o pirômetro.
Propagação do calor
Condução – ocorre com a agitação molecular.
Radiação ou irradiação – ocorre por meio de ondas eletromagnéticas
Convecção – a transferência de energia se dá de forma desigual, assim formam correntes de
convecção devido a diferença de densidade.
Revisão - Trocador de calor - classificação quanto ao tipo de construção.

Tubular Placas

Caldeira - gerador de vapor

É um trocador de calor “requintado”, cuja finalidade é gerar vapor para produzir


trabalho através de uma fonte de energia térmica.
- Caldeira principal: gera vapor com alta pressão (70 bar) para propulsão do navio. Não é usual
na Marinha Mercante.

- Caldeira auxiliar: gera vapor com média e baixa pressão (18 bar), para calefação, apito,
limpeza, turbo bomba, óleo pesado etc. (trabalha em conjunto com a caldeira de recuperação).
Fonte de energia: Óleo combustível

- Caldeira de recuperação: é utilizada em regime de viagem. Substitui a caldeira auxiliar no


fornecimento de vapor. Fonte de energia: gases do motor principal.
(IMAGEM DE PROVA)

Caldeira de recuperação

- Economizador – utiliza os gases do MCP para aquecer a água de alimentação da caldeira


- Evaporador – utiliza os gases do MCP para evaporar a água do tubulão da caldeira.
- Superaquecedor - utiliza os gases do MCP aumentando a temperatura do vapor saturado
para eliminar as gotículas de água.

Tipos de caldeiras auxiliar - quanto à posição da água

Flamotubular Aquatubular

Caldeira flamotubular
- Os gases da combustão circulam pelo interior dos tubos, que ficam imersos na água a ser
vaporizada.
- Como vantagem podemos citar a simplicidade operacional e de manutenção, contudo
apresenta sérios problemas de incrustação e depósito dentro dos tubos, isto é, no lado dos
gases, necessitando de manutenção constantemente.
Flamotubular

Manutenção – Varetamento

- Caldeira na condição “apagada”.


- É realizado a remoção das incrustações nos tubos (resíduos da queima)

Caldeira aquatubular
- A água a ser vaporizada circula por dentro dos tubos e os gases da combustão passam por
fora.
- Como vantagem podemos citar grandes capacidade de produção de vapor podendo operar
com alta pressão, todavia possui custo elevado e manutenção complexa.

Aquatubular

Manutenção – Ramonagem

- Com a caldeira aquatubular em funcionamento são lançados jatos de vapor, com alta
pressão, na superfície externa dos tubos para remoção da fuligem e crostas oriundos dos
gases da combustão.
- A fuligem e demais elementos são expelidos pela chaminé do navio.
Válvula de segurança (alívio de pressão) Queimador

Função: Alívio automático de


pressão direcionado para
proteger um vaso de pressão.

Água de alimentação
Automação

Eletrodos - controle do nível da água da caldeira

Legislação
- NR13 e SOLAS capítulo II/1 parte C – regra 33.
Martelo Hidráulico
- Nível alto da água causará “arrastamento” para a rede de vapor.
- Condensado na rede – tem que ser drenado antes do uso de vapor.
Explosões de caldeiras
- Válvula de segurança (alivio de pressão) sem manutenção ou fora de especificação.
- Água destilada de alimentação sem tratamento – causará incrustações e corrosão.
- Nível baixo da água causará superaquecimento interno – derretimento, gases etc.
- Enfim, operação ineficiente e manutenção negligenciada.
Água da caldeira – Deve ser tratada pelo pessoal de máquinas

Caldeira auxiliar

Elementos do sistema de vapor - caldeira auxiliar


1. Steam boiler
2. Water drum
3. Steam drum
4. Row of water tubes
5. Furnace
6. Exhaust gases chamber
7. Water level gauge
8. Float switches chamber
9. Feed valve
10. Scum Funnel
11. Bottom blow-off funnel
12. Safety valve
13. Main steam valve
14. Air escape valve
15. Manometer and pressure controls cut-off valve
16. Fuel nozzle pressure controls
17. Float switches chamber blow-off valve
18. Float switches chamber upper valve
19. Float switches chamber lower valve
20. Hot well
21. Condensate observation tank
22. Hot well refilling pump
23. Boiler water tank
24. Burner
25. Fuel supply valve
26. Drain (dewatering) valve
27. Scum valve
28. Blow down valve

8. Sistema de geração de energia elétrica


Há dois tipos de geração e distribuição de energia elétrica a bordo:
- A de operação para a navegabilidade (gerada pelo DG – Diesel gerador – possui ciclo
diesel)
- A emergencial (gerada pelo DGE – Diesel gerador de emergência)
Geralmente, a energia elétrica produzida é de 440Vac ou 690Vac, com frequência de
60Hz.
Todavia, há transformadores para elevar ou abaixar a voltagem conforme o seu uso a
bordo.
Por exemplo: 220Vac para o sistema de iluminação e 3.300Vac para thruster.
Se ocorrer blackout (nenhum DG ativo) o DGE será ativado em até 45 segundos
(SOLAS).
Se o DGE falhar o sistema de baterias de emergência (24Vdc) entrará em operação.
Deve-se ligar o DGE manualmente (tripulante mais próximo).

DGE fornece energia para os equipamentos de emergência: luzes de navegação,


radar, bomba de incêndio de emergência, agulha giroscópica, etc

Quadro elétrico de emergência – QEE


Recebe a energia elétrica produzida pelo diesel gerador de emergência - DGE, controla
e distribui para os circuitos essenciais de bordo, além de manter o sistema de baterias (24Vdc)
carregado.
O QEE alimenta os equipamentos de navegação, máquina do leme, iluminação de
emergência, bomba de esgoto do porão, bomba de emergência de incêndio, entre outros
sistemas de bordo.

(IMAGEM DA PROVA)
O que funciona é o G1 (gerador 1). O G2 entra se o G1 não funcionar. O G3 entra
se o G2 não funcionar. O EG (Gerador de Emergência) entra se nenhum funcionar. Nesse
sistema é possível utilizar energia de terra.

Legislação - Energia elétrica

SOLAS - Capitulo II/1 – parte D instalações elétricas.


STCW - Certificado de proficiência para alta tensão (DPC-1034).
NR10 - Norma Regulamentadora nº 10 segurança em instalações e serviços em eletricidade.

Você também pode gostar