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Brazilian Journal of Development 3087

ISSN: 2525-8761

Tratamento térmico aplicado aos resíduos sólidos não recicláveis


gerados pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com foco
em seu potencial energético e em menores emissões de Gases de Efeito
Estufa (GEE)

Thermal treatment applied to non-recyclable solid waste generated by


the federal university of Rio de Janeiro (UFRJ) aiming its energy
potential and a lower Greenhouse Gas (GhG) emissions
DOI:10.34117/bjdv9n1-214

Recebimento dos originais: 12/12/2022


Aceitação para publicação: 12/01/2023

Charles dos Santos Gomes


Mestrando da Escola de Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
Instituição: Universidade Federal do Rio de Janeiro
Endereço: Avenida Athos da Silveira Ramos, 149, Bloco E, Centro de Tecnologia,
Cidade Universitária, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro - RJ
E-mail: charlesgomes@poli.ufrj.br

Marcelo Mendes Viana


Graduado em Engenharia Ambiental
Instituição: Universidade Federal do Rio de Janeiro
Endereço: Avenida Athos da Silveira Ramos, 149, Bloco E, Centro de Tecnologia,
Cidade Universitária, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro - RJ
E-mail: marcelomendes@eq.ufrj.br

RESUMO
Ao longo dos anos, conforme o desenvolvimento das sociedades, os volumes de resíduos
sólidos urbanos aumentam progressivamente. Dentre as soluções atualmente adotadas a
esse passivo ambiental está a utilização de aterros industriais e, embora possuam
tecnologia para contenção de percolados e gases, esses empreendimentos se saturam,
necessitando de locais para novos aterros, e assim sucessivamente. Além disso, a
logística de transporte de resíduos é baseada, majoritariamente, no transporte rodoviário,
com emissões atmosféricas de Gases de Efeito Estufa pela queima de combustíveis
fósseis, sendo consenso entre a maioria dos governantes mundiais a necessidade de sua
redução drástica, o quanto antes. Considerando-se tal cenário, este estudo propõe, no
âmbito da UFRJ, uma alternativa à gestão de resíduos sólidos, com o aproveitamento
energético da sua fração não reciclável, mediante sua incineração na futura Unidade de
Recuperação Energética do Caju, na cidade do Rio de Janeiro. Para tanto, entendeu-se
como funciona a gestão atual de resíduos, coletando-se amostras não recicláveis para
posterior Análise Térmica, quantificando-se a perda mássica e a entalpia de queima para
cada amostra, bem como dos seus combinados, observando-se o potencial energético na
geração de energia elétrica. Finalmente, analisou-se a sua cadeia logística de transporte,
quantificando, em equivalentes de Gás Carbônico, a redução de Gases de Efeito Estufa,
pela queima de menores volumes de combustível, além de menores volumes de resíduos
depositados em aterro sanitário. Como conclusão deste estudo, verificou-se que os
resíduos analisados poderiam gerar energia elétrica da ordem de 9GWh (Gigawatt-hora)

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anuais, suficiente para atender a mais de quatro mil residências populares ao ano, além
da redução em até 74,85% no Potencial de Aquecimento Global (PAG), além de manter
conformidade ao que definem o Plano Nacional de Resíduos Sólidos e o Plano Municipal
de Saneamento da Cidade do Rio de Janeiro.

Palavras-chave: aterro industrial, gases de efeito estufa, análise térmica,


aproveitamento energético de resíduos, equivalente de Gás Carbônico, logística de
transporte e disposição de resíduos.

ABSTRACT
Over the years, the municipal solid waste increase progressively. One of the solutions
currently adopted is the industrial landfills which, although an associated technology,
these sites are saturated in one or two decades, requiring new sites for new landfills. In
addition, waste transport is mostly based on road transport, emitting Greenhouse Gases
by burning fossil fuels, with a consensus among the scientific community towards its
drastic reduction, as soon as possible. Thus, this study proposes, within the scope of
UFRJ, an alternative for solid waste management, extracting energy from the non-
recyclable fraction, through incineration processed in the future Waste Thermal Energy
Unit in Rio de Janeiro city. On this page, its waste management was understood,
collecting non-recyclable samples for its subsequent Thermal Analysis, quantifying mass
loss and enthalpy of burning per sample, including their combinations, observing the
potential energy in order to generate electric energy. Finally, the transport logistics were
analyzed, quantifying, in terms of Carbon Dioxide equivalent, the reduction of
Greenhouse Gases, due to smaller volumes of fuel burned and smaller volumes of waste
deposited in landfills. As a conclusion, it was found that it could generate electricity about
9GWh (Gigawatt-hour) per year, enough to serve more than four thousand low-income
households per year, in addition to a reduction of up to 74.85% in the Potential of Global
Warming (GWP), in agreement with the National Solid Waste Plan and the Municipal
Sanitation Plan for the Rio de Janeiro City.

Keywords: industrial landfill; greenhouse gases; thermal analysis; energy use; Carbon
Dioxide equivalent; waste transport logistics and deposition.

1 INTRODUÇÃO
A problemática dos resíduos sólidos cada vez mais vem se tornando recorrente
na vida do ser humano Resíduos sólidos são conceituados como todo e qualquer refugo,
sobra ou detrito que resulte da atividade humana, podendo ser classificados de acordo
com a sua natureza física, sendo seco ou molhado, de acordo com sua composição
química, seja orgânico ou inorgânico, podendo ainda ser classificado por sua fonte
geradora, como domiciliar, industrial, hospitalar etc. (PETRY ET. AL., 2015, p. 684). O
Brasil possui diversas referências, tanto em forma de forma de Lei como em normas
dedicadas a resíduos sólidos, e, dentre as suas mais conhecidas definições, encontramos
a seguinte:

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Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da


comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola,
de serviço e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos
provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em
equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados
líquidos cujas particularidades torne inviável o seu lançamento na rede
pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e
economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. (ABNT
NBR 10.004, 2004, p. 1).

Torna-se, desta forma, importante identificar a origem e as formas de gestão


empregadas aos resíduos sólidos, considerando que são diversos os fatores que
influenciam em sua formação, e, consequentemente, diversos serão os seus impactos.
Fatores como localizações geográficas e propósitos econômicos são alguns dos aspectos
que influenciam na variação do processo de destinação de resíduos sólidos, pois, na
ocorrência de variações nestes fatores, os reflexos são imediatamente percebidos nos
locais de disposição e na percepção das necessidades de um tratamento adequado aos
resíduos sólidos gerados. No Brasil, a partir do início da última década, a gestão de
resíduos sólidos deve seguir a hierarquia mencionada na Política Nacional de Resíduos
Sólidos (PNRS), Lei Federal nº 12.305 (BRASIL, 2010): 1º - não geração; 2º - redução;
3º - reutilização; 4º - reciclagem; 5º - tratamento dos resíduos sólidos; e 6º - disposição
final ambientalmente adequada dos resíduos. Dentre as formas mais adequadas, que
antecedem à disposição final de resíduos, está o seu tratamento térmico visando à
recuperação energética, capaz de gerar eletricidade e/ou calor oriundos de sua
incineração através da Incineração desses resíduos. Embora a incineração não seja a
melhor das destinações para os resíduos sólidos, ainda assim, é bem melhor do que
depositá-los nos chamados “lixões” ou até mesmo em aterros sanitários. A incineração
é um tipo de tratamento térmico aplicável a resíduos sólidos que ocorre a temperaturas
acima de 1000°C e em atmosfera oxidante, com o objetivo de reaproveitamento do
conteúdo energético presente, gerando energia e cinzas residuais. A energia poderá ser
convertida e reaproveitada, conforme o presente estudo, enquanto as cinzas podem ser
aplicadas, por exemplo, como insumos da construção civil, sendo aditivos para materiais
cerâmicos ou cimentícios. Em escala mundial, a prática do reaproveitamento energético
ainda é bem menor do que a disposição em aterros e lixões; no entanto, sobretudo na
Ásia e na Europa, essa é uma prática que vem assumindo lugar de destaque nas matrizes
de gestão de resíduos sólidos, juntamente a práticas de reciclagem. Esse tipo de solução
impacta positivamente na logística de destinação de resíduos sólidos gerados pela

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população global, com o envio para incineração, aliviando, assim, os aterros e, até
mesmo, os lixões, contribuindo para uma redução nas emissões de Gases de Efeito Estufa
(GEE) e na redução de lixiviado passível de percolar no solo (chorume) – este último no
caso do uso de lixões e aterros fora de especificação – e GEE como Óxido Nitroso (N2O),
Metano (CH4) e o Dióxido de Carbono (CO2) absorvem uma parte da radiação
infravermelha refletida pela superfície da Terra e, por sua vez, irradiam de volta uma
parte da energia à superfície (SILVA E DE PAULA, 2009, p. 43), contribuindo para o
fenômeno do aquecimento global. Além disso, as questões envolvendo logística de
transporte de resíduos também contribuem para o aumento de GEE, já que, no Brasil, o
transporte de cargas é majoritariamente rodoviário, consumidor de combustíveis fósseis,
contribuindo ao aumento de CH4, CO2 e N2O na atmosfera, fazendo-se necessária sua
diminuição, seja pela redução ou modernização constante da frota, seja pela redução das
distâncias percorridas. Conforme sugerido por Araújo e Altro (2014), são pertinentes
investigações mais profundas sobre como melhorar a gestão de resíduos sólidos,
propondo fontes alternativas de tratamento ou de reaproveitamento dos resíduos não
recicláveis. Dentro de um determinado intervalo temporal, pesquisou-se alguns detalhes
sobre a tipologia dos resíduos da universidade, as quantidades não recicláveis
descartadas, as condições seguras de manipulação e os resultados de laboratório sobre o
balanço energético apresentado por cada material analisado, mediante aplicação de
técnicas e equipamentos adequados à análise térmica. Com relação aos GEE, torna-se
necessária a comparação do Potencial de Aquecimento Global (PAG) nas situações de
antes e depois do tratamento térmico proposto, em termos de equivalentes de CO2 (eq.
CO2), com foco na logística de transporte de resíduos atualmente empregada, da origem
à destinação, esperando-se reduções nas emissões de N2O, CO2 e CH4, estes os três
principais GEE, em termos de PAG. Através dos resultados das análises térmicas e da
quantificação dos GEE a serem diminuídos com a alteração da logística de transporte,
sinalizaremos com uma alternativa para tomada de decisões dos gestores responsáveis,
aliviando os aterros sanitários atualmente em uso, sob uma logística mais enxuta de envio
de resíduos, e a possibilidade de parceria com futuras unidades de recuperação de
energética de resíduos nas proximidades.

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2 MATERIAIS E MÉTODOS
Primeiramente, foi feita pesquisa de campo sobre quais são os resíduos gerados,
seus percentuais, formas de destinação e disposição final ambientalmente adequadas,
logística de transporte dos resíduos. Verificou-se junto aos respectivos departamentos
de gestão de resíduos sólidos da UFRJ quais os tipos de resíduos são gerados nas suas
unidades na cidade do Rio de Janeiro e Região Metropolitana, quais são suas frações
recicláveis ou não, especificando suas quantidades geradas no triênio de 2017 a 2019,
contabilizados entre os meses de janeiro a dezembro. A partir desse levantamento,
conhecendo-se as tipologias dos resíduos sólidos gerados pela UFRJ em suas unidades
da cidade do Rio de Janeiro e região metropolitana, identificou-se aquelas frações das
quais poderão ser extraídas amostras para análise através de tratamento térmico via
incineração, em laboratório. Analisou-se questões envolvendo a segurança operacional
dos agentes diretamente envolvidos que, conforme critérios normativos e legais,
poderiam inviabilizar a seleção das amostras, sendo somente propostas para os testes
aquelas amostras que possuíssem parâmetros seguros à sua manipulação. Foi utilizada
a estrutura disponível no Laboratório de Análises Térmicas (LABAT) do Departamento
de Processos Inorgânicos da Escola de Química da UFRJ, no Campus Ilha do Fundão.
Em laboratório, aplicou-se, para cada amostra coletada as técnicas de análise por
Termogravimetria (TG), Termogravimetria Derivada (DTG), Caloria Exploratória
Diferencial (DSC) e por Análise Imediata – esta última, em especial, para as suas
misturas –, estando todos os materiais testados nas formas secas, pulverizadas ou mesmo
em minúsculos pedaços, da ordem de miligramas (mg). O equipamento utilizado foi um
analisador simultâneo TG-DSC da TA Instruments, modelo SDT Q600. Os parâmetros
utilizados foram: razão de aquecimento de 20°C/min da temperatura ambiente até
1000°C; atmosfera de ar (incineração) na vazão de 100 ml/min; e massa de amostra de
4,0mg a 10mg, dispostas em cadinho refratário de Alumina (Al2O3) com cadinho de
referência do mesmo material. A partir dessas técnicas de análise, foram obtidos os
dados de interesse ao estudo, como a Entalpia resultante de queima [∆H queima (J/g)], o
seu percentual de Cinzas (% cinzas), suas temperaturas (ºC) de início de perda de massa,
temperatura (ºC) de pico de Entalpia e de final de perda de massa. Foram também feitas
as Análises Imediatas das misturas das amostras coletadas, as quais foram dimensionadas
seguindo-se percentuais definidos pela matriz gravimétrica nacional de resíduos sólidos.
Através da Análise Imediata foram obtidos os percentuais de Umidade, Materiais

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Voláteis, Carbono Fixo e Cinzas restantes, resultados essenciais para prever o


comportamento das misturas dos materiais coletados em campo, em um processo de
incineração URE. A partir dos dados relativos à Entalpia resultante dos resíduos sólidos
analisados na etapa anterior, foi possível estimar o quanto de energia elétrica poderia ser
obtida pela incineração da massa de resíduos sólidos estimada. Objetivamente,
converteu-se a Entalpia de queima, em Joules por grama (J/g), para Energia Elétrica útil,
em kilowatts-hora (kWh), energia essa que – descontando-se as perdas médias de
rendimento do seu respectivo ciclo energético, conforme estimadas em literatura –, com
base em dados de anuários nacionais de energia, possuiria potencial benéfico para
aproveitamento pelas populações de entorno ou mesmo em instalações dos próprios
geradores dessa energia. Conhecendo-se satisfatoriamente cada tipo de resíduo gerado,
bem como seus respectivos pontos de origem e destinação, foram analisados dados sobre
o transporte desses resíduos, abordando-se questões sobre a queima de Óleo Diesel
utilizado pela frota transportadora atualmente em operação, quantificando-se o volume
médio consumido anualmente por toda a frota, e, consequentemente, sua quantidade
emitida de GEE (CO2, CH4 e N2O) devido à sua queima. Especificamente com relação
a CH4 e N2O, são utilizados fatores de emissão de conforme indicados pelo GHG
Emission Factors Hub (EPA, 2022), levando em consideração a geração destes GEE
dentro do ciclo de vida do óleo Diesel (desde a extração do petróleo, passando pelas
etapas de refino, estocagem, até a distribuição do referido combustível), não se
limitando, unicamente, à geração desse gás dentro da logística de transporte de resíduos.
Após a caracterização de uma logística alternativa, proposta à fração dos resíduos
gerados, foi feita a comparação entre o PAG da logística atual versus o PAG da logística
proposta, com o envio de fração dos resíduos sólidos não recicláveis para serem
incinerados na futura Unidade de Recuperação Energética do Caju (URE-Caju),
pertencente ao poder municipal da cidade do Rio de Janeiro e projetada para ser instalada
próxima ao Campus Ilha do Fundão, obtendo-se o PAG resultante da contribuição de
cada GEE analisado, chegando-se a uma conclusão sobre seus potenciais benefícios.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A UFRJ é uma entidade pública de ensino fluminense de graduação e pós-
graduação, mantida pelo governo federal, com diversas unidades localizadas neste
estado. Em função da sua área ocupada, bem como dos seus diversos setores existentes,

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em mais de 9.400m² de área ocupada, o Campus da Ilha do Fundão (Cidade


Universitária), localizado no bairro da Ilha do Governador, Rio de Janeiro, RJ, torna-se
o principal gerador em volume mensal medido. Contribuem com os volumes totais de
resíduos sólidos gerados, além do Campus principal, os seguintes Campi e Unidades
Externas identificados na Tabela 1.

Tabela 1 - Campi e Unidades Externas UFRJ no Rio e Grande Rio


Identificação Localização
Campus Duque de Caxias Duque de Caxias-RJ
Campus Praia Vermelha Urca, Rio de Janeiro-RJ
Unidade Externa – Colégio Brasileiro de Altos Estudos Flamengo, Rio de Janeiro-RJ
Unidade Externa – Escola de Enfermagem Anna Neri (EEAN) Cidade Nova, Rio de Janeiro-RJ
Unidade Externa – Escola de Música Centro, Rio de Janeiro-RJ
Unidade Externa – Faculdade de Direito Centro, Rio de Janeiro-RJ

Unidade Externa – Hospital Escola São Francisco São Francisco Centro, Rio de Janeiro-RJ
de Assis (HESFA)
Unidade Externa – Instituto de Filosofia e Ciências Sociais Centro, Rio de Janeiro-RJ
(IFCS) Externa – Maternidade Escola
Unidade Laranjeiras, Rio de Janeiro-RJ
Unidade Externa – Museu Nacional São Cristóvão, Rio de Janeiro-RJ

Unidade Externa – Observatório do Valongo. Gamboa, Rio de Janeiro-RJ

Fonte: Prefeitura Universitária-UFRJ (2021).

Verificou-se que, à exceção da Ilha do Fundão, todas as demais unidades da UFRJ


contam com áreas consideravelmente menores destinadas à disposição temporária de
resíduos, porém com sistema de coleta e destinação similares aos do Campus principal.
Os dados quantitativos referentes à geração média anual de resíduos sólidos da UFRJ
estão expressos na Tabela 2, e são referentes aos resíduos sólidos gerados de janeiro de
2017 a dezembro de 2020, sendo esses os três últimos períodos anuais de pleno
funcionamento de todas as instalações da universidade, anteriores ao início do período
de pandemia de COVID-19, conforme decretado pelos órgãos governamentais, a partir
do 1º bimestre do ano de 2020.

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Tabela 1 – Massa total de resíduos sólidos descartados anualmente pela UFRJ (de 2017 a 2019)
Resíduos Resíduos Resíduos
Período RSS RCC
Extraordinários Químicos Recicláveis1

2017 5.698,00 3.031,25 35,60 1.053,00 171,55

2018 2.263,84 2.982,85 35,30 617,59 195,27

2019 4.158,15 3.402,08 29,20 191,06 148,42

Média anual
4.040,00 3.138,73 33,37 620,55 171,75
(toneladas)

Média anual
50,47 39,21 0,42 7,75 2,15
(%)

Fonte: Prefeitura Universitária-UFRJ (2021); SANIPLAN (2022); EQ-FACC-UFRJ (2022).

A viabilidade para coletas e análises de amostras estão, atualmente, centralizadas


nos resíduos extraordinários2 e nos Resíduos da Construção Civil3 (RCC), sendo, segundo
o PMGIRS-RIO (2021, p.15), a sua massa total destinada ao Centro de Tratamento de
Resíduos (CTR-Rio) – aterro sanitário atualmente em uso – correspondente a 95,48%
para os extraordinários e 0,59% para RCC, referente ao que é previamente depositado nas
ETR. Desta forma, pela quantidade total média anual de resíduos extraordinários e de
RCC da UFRJ, referentes ao triênio 2017-2019, conforme a Tabela 1, temos que essa
massa enviada ao CTR-Rio será [(0,95 x 4.040) + (0,0059 x 620,55)], correspondente,
em média, a 3.861,05 toneladas anuais. Na Tabela 3 estão identificadas cada amostra
coletada para as análises térmicas, dentre os resíduos extraordinários e RCC encontrados
em campo.

1
Não estão inclusas as massas de recicláveis eventualmente misturadas às demais tipologias.
2
Papéis, papelões, plásticos, couros, tecidos e outros materiais impregnados com alimentos, sujos ou
úmidos; resíduos de sanitários; resíduos orgânicos oriundos de comida dos restaurantes (‘bandejões’) e
trailers; resíduos orgânicos oriundos de capina/jardinagem/poda/varrição.
3
Entulhos de obras da construção civil (restos de tijolos, blocos de concreto, madeira, reboco, telhas, metais
retorcidos, pedaços de fio, plásticos e papéis de embalagens de areia e cimento, restos de argamassa, restos
de concreto, restos de brita etc.).

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Tabela 2 - Classificação das amostras segundo a matriz gravimétrica nacional de resíduos


Classificação na Matriz
Nomenclatura técnica Nomenclatura popular
Gravimétrica nacional
(ABRELPE, 2020)
Celulose, Hemicelulose e Lignina Madeira para escoras, calços Matéria orgânica
Aço Galvanizado Canaleta para eletrodutos Metal
Acetato de celulose Ponta de cigarro Plástico
Barrilha, Calcário e Areia Vidro de uso indefinido Vidro

Couro animal curtido ao Cromo Luva de segurança de vaqueta Têxteis, couros e


borrachas
Combinado de grãos, carnes, frutas, legumes, cascas Sobras de comida Matéria orgânica

Papel gramatura 35-55 g/m2 Papel toalha usado Rejeito


Papel gramatura 120-240 g/m2 Papel pardo Papel e Papelão

Papel gramatura 40-100 g/m² + Polipropileno Embalagem de sabonete Embalagem


Multicamada
Papel gramatura 50-65 g/m2 + Polietileno + Folha de Embalagem de suco/leite Embalagem
Alumínio Multicamada
Papel gramatura 75-120 g/m2 Papel de caderno escolar Papel e Papelão
Papel gramatura de 18-25 g/ m2 Papel toalha usado Rejeito

Papel gramatura de 17-19 g/ m2 Guardanapo usado Rejeito


Papel gramatura de 75-120 g/m2 Papel branco tamanho A4 Papel e Papelão
Papelão micro ondulado tipo E (1,8 mm + 0,4mm Papelão Papel e Papelão
espessura)
Poliestireno (PS) – Amostra 1 Copo plástico descartável Plástico

Poliestireno (PS) – Amostra 2 Isopor para marmitas Plástico


Poliestireno (PS) – Amostra 3 Prato descartável de plástico Plástico
Embalagem plástica
Polietileno de Alta Densidade (PEAD) – Amostra 1 Plástico
transparente

Polietileno de Alta Densidade (PEAD) – Amostra 2 Sacola de mercado Plástico

Polietileno de Alta Densidade (PEAD) – Amostra 3 Tampa de tubo para creme Plástico
dental
Polietileno de Baixa Densidade (PEBD) Embalagem de creme dental Embalagem
Multicamada
Borracha para revestimento Têxteis, couros e
Poli-isopreno
de piso borrachas

Embalagem para biscoitos e Embalagem


Polipropileno com filme metalizado
salgados Multicamada

Politereftalato de Etileno (PET) Tampa para garrafa PET Plástico

Fonte: autoria própria.

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3.1 ANÁLISE DO POTENCIAL ENERGÉTICO


Foram, então, realizados os ensaios térmicos das amostras de cada material
coletado e identificado na Tabela 2, sendo geradas as suas curvas TG (cor verde), DTG
(cor azul) e DSC (cor lilás) de cada amostra, todas analisadas em atmosfera de ar, como
o exemplo da Figura 1, obtido da amostra coletada de guardanapo usado, com processos
exotérmicos (+) e endotérmicos (-), obtendo-se, além da Entalpia resultante (∆H queima =
- 248,8 + 7.498 = 7.249,20), os demais dados de interesse; Cinzas (%) = 1,054; T(ºC) início
de perda da massa = 35,43; T(ºC) pico Entalpia = 350,07; e T(ºC) final de perda da massa = 713,16. Assim
foi procedido para todas as demais 24 amostras coletadas, obtendo-se, os seguintes
valores (via média ponderada): para a matriz completa, ∆H queima (J/g) = 13.058,67;
Cinzas (%) = 3,97; T(ºC) início de perda da massa = 32,53; T(ºC) pico Entalpia = 448,14; e T(ºC) final
de perda da massa = 670,19; para a matriz somente com não recicláveis4, os dados de interesse
foram: ∆H queima (J/g) = 8.698,70; Cinzas (%) = 3,73; T(ºC) início de perda da massa = 29,36;
T(ºC) pico Entalpia = 492,67; e T(ºC) final de perda da massa = 789,31.
Sample: Papelclaro_ar_20C_31maio20 File: C:...\Papelclaro_ar_20C_31maio20
Size: 5.3160 mg DSC-TGA Operator: Maria Teresa/Wilsa
Method: Papelclaro_ar_20C_31maio20 Run Date: 31-May-2022 15:29
Figura 1 - Curvas TG, DTG e DSC para Papel gramatura 17-19 g/m² (guardanapo usado) analisado em ar
Comment: Papelclaro_ar_20C_31maio20 Instrument: SDT Q600 V20.9 Build 20
120 100

350.07°C
100 80
60 7498J/g

80 60

Deriv. Weight (%/min)


Heat Flow (W/g)

40
Weight (%)

60 40
98.97%

20

40 20

35.43°C
248.8J/g 713.16°C
0
20 65.86°C
0

1.054%
0 -20
0 200 400 600 800 1000
Exo Up Temperature (°C) Universal V4.5A TA Instruments

Fonte: autoria própria.

Nas Figuras 2 e 3, são apresentadas as curvas TG, DTG, DSC, bem como os dados
de interesse das análises térmicas dos resíduos combinados (matriz completa e matriz

4
A princípio, todo o quantitativo descartado deveria ser considerado não reciclável; no entanto, conforme
a pesquisa de campo, observou-se frações recicláveis (papel, papelão, plástico etc.) descartadas como
resíduo extraordinário.

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somente considerando não recicláveis). Para a matriz completa, os dados de interesse


foram: ∆H queima (J/g) = - 403,7 + 10073 = 9.663,30; Cinzas (%) = 7,542; T(ºC) início de perda
da massa = 22,12; T(ºC) pico Entalpia = 492,75; e T(ºC) final de perda da massa = 933,20. Para a matriz
somente com não recicláveis, os dados de interesse foram: ∆H queima (J/g) = - 203,1 +
8.508 – 36,66 – 34,00 = 8.234,24; Cinzas (%) = 6,250; T(ºC) início de perda da massa = 33,14;
T(ºC) pico Entalpia = 378,48; T(ºC) final de perda da massa = 850,23.
Sample: MatrizTotal_ar_20C_2Ago22 File: C:...\MatrizTotal_ar_20C_12Ago22
Size: 10.4300 mg DSC-TGA Operator: Maria Teresa_Wilsa
Method: MatrizTotal_ar_20C_2Ago22 Run Date: 02-Aug-2022 11:08
Comment: MatrizTotal_ar_20C_2Ago22 Figura 2 - Curvas TG, DTG e DSC para o combinado total analisado em ar
Instrument: SDT Q600 V20.9 Build 20
10
492.75°C
120

8
100
10

6
80

Deriv. Weight (%/min)


Heat Flow (W/g)

5
4
Weight (%)

60 91.87%

20.10°C
403.7J/g
933.20°C
40 2
0

484.64°C
20 54.53°C 10073J/g 0

-5
7.542%
0
-2

-20
-4
0 200 400 600 800 1000
Exo Up Temperature (°C) Universal V4.5A TA Instruments

Fonte: autoria própria.


Sample: MatrizSemRecl_20C_ar_11Ago22 File: C:...\MatrizSemRecl_20C_ar_11Ago22
Size: 10.8210 mg DSC-TGA Operator: MariaTeresa
Method: MatrizSemRecl_20C_ar_11Ago22 Run Date: 11-Aug-2022 13:19
Figura 3 - Curvas TG, DTG e DSC para o combinado com não recicláveis, analisado em ar
Comment: MatrizSemRecl_20C_ar_11Ago22 Instrument: SDT Q600 V20.9 Build 20
120
30
378.48°C
30

100

20 25

80
Deriv. Weight (%/min)
Heat Flow (W/g)

20
10
Weight (%)

789.67°C 850.23°C
60 34.00J/g
33.14°C 36.66J/g 15
203.1J/g 826.20°C 93.56%

0 653.78°C
329.87°C
40 75.00°C 8508J/g
10

-10 5
20

6.250%

0
0
0 200 400 600 800 1000
Exo Up Temperature (°C) Universal V4.5A TA Instruments

Fonte: autoria própria.

Nas Figuras 4 e 5, são apresentadas as Análises Imediatas das amostras


combinadas, igualmente para a matriz completa e para a matriz somente com não

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ISSN: 2525-8761

recicláveis. Para a matriz completa, os dados de interesse foram: umidade (%) = 5,833;
substâncias voláteis (%) = 79,38; carbono fixo (%) = 0,3231; e cinzas (%) = 14,89. Para
a matriz somente com não recicláveis, os dados de interesse foram: umidade (%) =
8,959; substâncias voláteis (%) = 84,60; carbono fixo (%) = 1,849; e cinzas (%) = 4,509.
Sample: MtotalAnImediata_20C_ar_12Ago22 File: Matriz_total_Análise_Imediata_20C_ar_...
Size: 9.3070 mg DSC-TGA Operator: MariaTeresa
Method: MtotalAnImediata_20C_ar_12Ago22 Run Date: 12-Aug-2022 09:48
Figura 4 - Análise imediata para o combinado total analisado em N até 600ºC e Ar até 1000ºC
Comment: MtotalAnImediata_20C_ar_12Ago22 Instrument:2SDT Q600 V20.9 Build 20
120 10

100 1000 8
5.833%

80 800 6

Deriv. Weight (%/min)


Temperature (°C)
Weight (%)

60 600 4
79.38%

40 400 2

20 200 0
0.3231%

14.89%

0 -2
0 20 40 60 80 100 120
Time (min) Universal V4.5A TA Instruments

Fonte: autoria própria.


Sample: MatrizSemRecil_20C_ar_15Ago22 File: Matriz_sem_Reciláveis_análise_imediat...
Size: 9.1930 mg DSC-TGA Operator: MariaTeresa
Method: MatrizSemRecil_20C_ar_15Ago22 Run Date: 15-Aug-2022 10:14
Figura 5 – Análise imediata para o combinado sem recicláveis em N até 600ºC e Ar até 1000ºC
Comment: Matriz sem recicláveis Instrument: SDT Q600
2 V20.9 Build 20
120 15

100 1000
8.959%
10

80 800
Deriv. Weight (%/min)
Temperature (°C)
Weight (%)

60 600 5

84.60%

40 400

20 200

1.849%

0 4.509% -5
0 20 40 60 80 100 120
Time (min) Universal V4.5A TA Instruments

Fonte: autoria própria.

Na Tabela 4, são descritos os valores de interesse para as análises imediatas do


combinado da matriz completa e do combinado das amostras somente de materiais
considerados não recicláveis:

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Tabela 3 – Dados de interesse nas Análises Imediatas


Substâncias
Umidade Carbono Cinzas
Grupo Composto analisado Voláteis
(%) Fixo (%) (%)
(%)

1 Matriz completa 5,833 79,38 0,3231 14,89

2 Matriz sem recicláveis 8,959 84,60 1,849 4,509

Fonte: autoria própria.

Pela análise imediata da matriz completa, observou-se que um menor percentual


de Carbono Fixo em relação à matriz sem recicláveis, devido à maior parte de seus
componentes ser formada por materiais poliméricos, derivados do petróleo, os quais são
decompostos, liberando gases até 600°C, apresentado, ao final do experimento, um
percentual muito baixo de Carbono Fixo. Observou-se também que a massa analisada
de resíduos atende às condições mínimas de projeto de uma URE por incineração, com
base no guia CNI (2019, p.81), o qual aponta para os seguintes valores atendidos, em
ambas as misturas: matéria volátil > 40%; carbono fixo < 15%; teor de cinzas < 35%; e
teor de umidade < 45%.
As análises térmicas realizadas com cada amostra coletada, bem como as análises
térmicas da combinação total e da combinação de amostras consideradas não recicláveis,
apresentaram os dados de interesse conforme descritos na Tabela 5.

Tabela 4 - Entalpias de queima das amostras de resíduos extraordinários coletados


∆H queima Cinzas
Grupo Composto analisado Ti (ºC) Tp (ºC) Tf (ºC)
(J/g) (%)

Análise de todas as amostras separadas (pela


1 13.058,67 32,53 448,14 670,19 3,97
média ponderada de todos os seus valores)

2 Análise do combinado com todas as amostras 9.663,00 22,12 492,75 933,20 7,54

Análise somente das amostras de não recicláveis


3 8.698,70 29,36 492,67 789,31 3,73
(pela média ponderada de todos os valores)

Análise do combinado somente com amostras


4 8.234,24 33,14 378,48 850,23 6,25
não recicláveis

Fonte: autoria própria.

Pelos dados obtidos e tabelados acima, concluímos que, entre os grupos 1-2
(grupos de todas as amostras coletadas) e 3-4 (grupos dos materiais considerados não

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recicláveis), os valores correspondentes à Entalpia de queima, Temperatura inicial de


queima, Temperatura de pico de queima e Temperatura final de queima são
relativamente próximos entre si. As diferenças mais acentuadas são atribuídas aos
percentuais de cinzas restantes dentre todos os testes, devido, possivelmente, aos
materiais coletados não terem estrutura homogênea e, no momento de preparação dos
combinados, porém atendendo às premissas de projeto de uma URE, conforme citadas
no guia CNI (2019, p.81), para teores de materiais inertes (Cinzas) menores que 35%;
ainda sobre essas condições de projeto referenciadas, verificamos que as temperaturas
necessárias à incineração giram em torno dos limites de projeto estipulados, entre 850ºC
e 1400ºC, assim como o poder calorífico mínimo necessário na URE, de 1.200 kcal/kg,
ou 5.024 J/g. De uma forma conservadora, dentre os grupos 1-2 e 2-3, consideramos os
menores valores obtidos para as Entalpias de queima, servindo de referenciais aos
cálculos para sua conversão em energia elétrica útil. Assim, do grupo 1-2, trabalharemos
com o valor de 9.663 J/g e, do grupo 2-3, com o valor de 8.234,24 J/g. A partir do valor
da Entalpia resultante de 9.663 J/g, considerando um projeto de URE com caldeira de
recuperação energética, com eficiência de seu proveito energético em torno de 90%
(CNI, 2019, p.27), obtemos sua conversão em energia elétrica considerando 1,0 J/g =
2,78 x 10-7 kWh/g, e, desta forma, teríamos: (0,90 x 9.663) x 2,78 x 10-7 kWh/g = 0,0024
kWh/g ou 2.417,68 kWh/ton. Para a quantidade de resíduos extraordinários e RCC
enviados ao CTR-Rio no triênio 2017-2019, de 3.861,05 toneladas médias anuais,
conforme já citado no Item 5.1.2 deste estudo, teríamos: 3.861,05 x 2.417,68 =
9.334.783,36 kWh anuais. Considerando que, para cada habitante da Região Sudeste,
durante o ano de 2021, foram medidos 770 kWh consumidos (EPE, 2022). Desta forma,
com a energia oriunda dos resíduos analisados poderia atender até 12.123 habitantes ao
ano, 4.041 unidades habitacionais com três moradores ou mesmo 3.030 unidades com
quatro moradores. Seguindo o mesmo raciocínio, com o valor de 8.234,24 J/g, seriam
gerados 5.281.842,78 kWh anuais, o que significa dizer que seriam atendidos até 6.859
habitantes ao ano, 2.286 unidades habitacionais com três moradores ou 1.714 unidades
com quatro moradores.

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3.2 ANÁLISE DA LOGÍSTICA DE TRANSPORTE E SEUS IMPACTOS


3.2.1 Logística na gestão atual
Com a gestão atual, temos uma fração de resíduos sólidos não recicláveis
enviados ao CTR-Rio, em Seropédica, RJ, percorrendo-se, em média, 74km, até esse
local. Com isso, o volume total de óleo Diesel que anualmente é consumido são de
12.037,83, e com as distâncias percorridas, para todas as tipologias, da origem aos pontos
de destinação, calculadas em 32.035,46 km/ano. Com base nesses dados, calculou-se o
PAG relativo a cada GEE de interesse (CO2, CH4 e N2O), cujas metodologias estão
indicadas na Tabela 6.

Tabela 5 - Metodologias de cálculo dos diferentes PAG da gestão atual


Etapa GEE Metodologia Referências

Fator de CO2 = 3,20 kg/litro Diesel;


Consumo médio de Óleo Diesel = 12.037,83 litros/ano;
Fluxo da Emissão anual de CO2 = 3,20 x 12.037,83 = 38.521,70 IPEA (2011); Overview of
CO2 kg; Greenhouse Gases (EPA,
UFRJ ao
PAG CO2 = 1,00 kg eq. CO2; 2020); GHG Emission
CTR-Rio PAG Anual = 38.521,70 x 1 = 38.521,70 kg eq. CO2. Factors Hub (EPA, 2022)

Fator de emissão de N2O = 0,0431 g/milha ou


Fluxo da 0,000027 kgN2O/km;
Distância percorrida pela frota = 32.035,46 km Overview of Greenhouse
UFRJ ao anuais;
N2O Gases (EPA, 2020); GHG
CTR-Rio N2O emitido anual = 0,000027 x 32.035,46 = 0,86 kg
Emission Factors Hub
N2O anuais;
(EPA, 2022)
PAG N2O = 298 kg eq.CO2;
PAG Anual = 298 x 0,86 = 256,28 kg eq.CO2

Fator de emissão de CH4 = 0,0095 g/milha ou


0,0000059 kgCH4/km;
Fluxo da Distância percorrida pela frota = 32.035,46 km
anuais; Overview of Greenhouse
UFRJ ao CH4 Gases (EPA, 2020); GHG
CH4 emitido anual = 0,0000059 x 32.035,46 = 0,19 kg
CTR-Rio CH4 anuais Emission Factors Hub
PAG CH4 = 25 kg eq.CO2; (EPA, 2022)
PAG Anual = 25 x 0,18 = 4,75 kg eq.CO2

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Emissões de CH4 (Gg/ano) = (MSWT . MSWF . MCF .


DOC . DOCF . F . 16/12 – R) . (1 – OX);
MSWt = 4,66 Gg/ano; MSWf = 0,83; MCF = 1,0; DOC IPCC (1996)-Chapter 6;
= 0,12; DOCf = 0,98; F = 0,5; R = 0; OX = 0; Mendes e Sobrinho (2007);
Emissões de CH4 (Gg/ano) = (4,66 x 0,83 x 1,0 x 0,12 PMGIRS (2021); Alhassan
x 0,98 x 0,5 x 16/12 - 0) x (1 - 0) = 0,15 Gg/ano = et al (2019); Overview of
153.235,52 kg/ano; Greenhouse Gases (EPA,
PAG CH4 = 25 kg eq.CO2; 2020)
Disposição PAG Anual CH4 = 25 x 303.323,55= 7.583.088,75 kg
CH4 eq.CO2.
no CTR-Rio
Sendo: MSWT – Resíduos sólidos totais gerados;
MSWF – Fração destinada dos resíduos sólidos
produzidos ao aterro; MCF – Fator de correção de
Metano; DOC – Fração de Carbono Orgânico
Degradável; DOCf – Fração de DOC dissociada; F –
Fração de CH4 em gás de aterro; R – Fator de
recuperação de CH4; OX – Fator de Oxidação.

Admite-se uma proporção de CO2 no volume do gás de


Disposição aterro produzido em torno de 40%. Desta forma,
CO2 considerando-se os 303.323,55 kg CH4/ano, iguais a, Alhassan et al (2019);
no CTR-Rio aproximadamente, 60% do total do gás de aterro, Overview of Greenhouse
calcula-se a massa relativa ao CO2 em 242.658,84 kg Gases (EPA, 2022)
CO2/ano, ou PAG anual de 242.658,84 kg eq.CO2.

Fonte: autoria própria.

3.2.2 Logística na gestão proposta


Com a gestão proposta, a distância percorrida para a deposição de fração dos
resíduos no CTR-Rio, em média, de 74km, seria diminuída para uma média de 14km,
até as instalações da futura URE-Caju, na zona portuária, próximo ao centro da cidade
do Rio de Janeiro. Com isso, o volume total de óleo Diesel anualmente consumido cairia
dos atuais 12.037,83 para 5.773,80, com o somatório das distâncias percorridas, da
origem todos os pontos de destinação, passando dos atuais 32.035,46 km/ano para
18.014,96 km/ano. Assim como fizemos para a gestão atual, calculamos os PAG
relativos aos mesmos GEE de interesse, considerando-se este novo cenário, estando suas
metodologias de cálculo indicadas na Tabela 7.

Tabela 6 - Metodologias de cálculo do PAG da gestão proposta


Etapa GEE Metodologia Referências

Fluxo da Fator de CO2 = 3,20 kg/litro Diesel;


Consumo médio de Óleo Diesel = 5.773,80 litros/ano; IPEA (2011); Overview of
UFRJ à CO2 Greenhouse Gases (EPA,
Emissão anual de CO2 = 3,20 x 5.773,80 = 18.476,16 kg;
URE-Caju PAG CO2 = 1,00 kg eq. CO2; 2020); GHG Emission
PAG Anual = 18.476,16 x 1 = 18.476,16 kg eq. CO2 Factors Hub (EPA, 2022)

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Fator de emissão de N2O = 0,0431 g/milha ou 0,000027


kgN2O/km;
Distância percorrida pela frota = 18.014,96 km anuais;
N2O emitido anual = 0,000027 x 18.014,96 = 0,49 kg N2O
Fluxo da anuais;
Overview of Greenhouse
N2O PAG N2O = 298 kg eq.CO2;
UFRJ à Gases (EPA, 2020); GHG
PAG Anual = 298 x 0,49 = 146,02 kg eq.CO2
Emission Factors Hub
URE-Caju Fator de emissão de N2O = 0,0431 g/milha ou 0,000027
(EPA, 2022)
kgN2O/km;
Distância percorrida pela frota = 32.035,46 km anuais;
N2O emitido anual = 0,000027 x 32.035,46 = 0,86 kg N2O
anuais;
PAG N2O = 298 kg eq.CO2;
PAG Anual = 298 x 0,86 = 256,28 kg eq.CO2

Fator de emissão de CH4 = 0,0095 g/milha ou 0,0000059


Fluxo da kgCH4/km;
Overview of Greenhouse
CH4 Distância percorrida pela frota = 18.014,96 km anuais;
UFRJ à Gases (EPA, 2020); GHG
CH4 emitido anual = 0,0000059 x 18.014,96 = 0,11
Emission Factors Hub
URE-Caju kgCH4 anuais;
(EPA, 2022)
PAG CH4 = 25;
PAG Anual de CH4 = 25 x 0,11 = 2,75 kg eq.CO2

Emissões de CO2 (Gg/ano) = Ʃ (IW. CCW . FCF . EF .


44/12);
Incineração
IW = 3,86 Gg/ano; CCW = 0,40; FCF = 0,40; EF = 0,85.
na URE- CO2 Emissões de CO2 (Gg/ano) = 3,86 x 0,40 x 0,40 x 0,85 x IPCC (1996)-Chapter 6;
44/12; Emissões de CO2 (Gg/ano) = 1,92 Gg/ano ou CNI (2019)
Caju
1.924,85 toneladas/ano ou PAG em kg eq.CO2 de
1.924.853,33 kg/ano

Emissões de N2O (Gg/ano) = Ʃ (IW. EF ) . 10-6


IW =3,86 Gg/ano; EF = 30 kg N2O/Gg.;
Emissões de N2O (Gg/ano) = 3,86 x 30 x 10-6;
Incineração
Emissões de N2O (Gg/ano) = 0,0001158 Gg/ano ou 0,1158
na URE- toneladas/ano;
Emissões de N2O (Gg/ano) = 115,80 kg/ano; IPCC (1996)-Chapter 5;
Caju N2O PAG de N2O kg eq.CO2 = 115,80 x 298 = 34.508,40 kg Silva e Campos (2008);
eq. CO2. Overview of Greenhouse
Sendo: IW – Massa total de resíduos a serem incinerados Gases (EPA, 2020)
pela URE-Caju (IW); CCW – Fração de Carbono total
contida na massa de resíduos incinerada; FCF – Fração de
Carbono fóssil contido na massa incinerada; EF –
Eficiência do processo de incineração da URE.

Fonte: autoria própria.

Calculados todos os valores de PAG da gestão atual e para a gestão proposta,


podemos compilar os dados para encontrarmos o PAG resultante, conforme descrito na
Tabela 8.

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Tabela 7 - Balanço dos PAG calculados nas diferentes etapas do processo


Fluxo atual ao CTR-Rio
Movimento PAG (kg eq.CO2/ano)
Logística de transporte atual 38.521,70 (queima do óleo Diesel - emissão de CO2)
Logística de transporte atual 256,28 (ciclo de vida do óleo Diesel - emissão de N2O)
Logística de transporte atual 4,75 (ciclo de vida do óleo Diesel - emissão de CH4)
Disposição no CTR-Rio 7.583.088,75 (formação de CH4 no aterro)
Disposição no CTR-Rio 242.658,84 (formação de CO2 no aterro)
PAG atual total 7.864.530,32 kg eq. CO2/ano
Proposta deste estudo
Movimento PAG (kg eq.CO2/ano)
Nova logística de transporte 18.476,16 (queima do óleo Diesel - emissão de CO2)
Nova logística de transporte 146,02 (ciclo de vida do óleo Diesel - emissão de N2O)
Nova logística de transporte 2,75 (ciclo de vida do óleo Diesel - emissão de CH4)
Disposição na URE-Caju 1.924.853,33 (incineração - emissão de CO2)
Disposição na URE-Caju 34.508,40 (incineração - emissão de N2O)
PAG resultante da proposta 1.977.986,66 kg eq.CO2/ano
Resultados estimados deste estudo
Parâmetros PAG (kg eq.CO2/ano)
Diferença entre PAG resultantes 5.886.543,66 kg eq.CO2/ano (queda)

(PAGRedução do PAG
atual versus PAG (%)
proposto) 74,85
Fonte: autoria própria.

4 CONCLUSÕES
O sistema de gestão de resíduos sólidos da UFRJ consegue ser eficaz em parte da
hierarquia proposta no PNRS (BRASIL, 2010), atendendo com boas evidências de campo –
a despeito de algumas lacunas observadas ao longo da pesquisa – as etapas de reciclagem,
tratamento de resíduos (sobretudo aos perigosos) e disposição final, considerando-se, ainda
em 2022, os aterros sanitários como uma forma aceitável de destinação de resíduos no Brasil.
Após todas as análises térmicas realizadas, constatou-se um atendimento pleno às condições
mínimas previstas para um projeto de URE por incineração – considerando-se os parâmetros
intrínsecos aos resíduos coletados, como os teores de substâncias voláteis, carbono fixo,
cinzas, poder calorífico e umidade – como também foram compatíveis com sua faixa de
temperatura de operação. Seguindo com a análise do potencial energético, no caso do
aproveitamento de toda a matriz de resíduos coletados, a valor da Entalpia foi de 9.663 J/g,
enquanto o valor da Entalpia para o caso do aproveitamento somente dos resíduos não
recicláveis foi de 8.234,24 J/g. Tomando-se como referencial uma massa anual calculada de
3.861,05 toneladas de resíduos enviados ao CTR-Rio, convertemos os dois valores de
Entalpia em energia elétrica útil, obtendo-se 10.371.992,67 kWh anuais, para a Entalpia de
9.663 J/g, e 6.140.701,75 kWh anuais, para a Entalpia de 8.234,24 J/g. Comparando-se os
valores de energia elétrica acima com a literatura disponível, verificou-se que, com

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9.334.783,36 kWh anuais, seriam atendidos até 12.123 habitantes ao ano, podendo ser
convertido para 4.041 unidades habitacionais com três moradores ou 3.030 unidades com
quatro moradores; já com 5.281.842,78 kWh anuais seriam atendidos até 6.859 habitantes
ao ano, o que poderia ser convertido para 2.286 unidades habitacionais com três moradores
ou 1.714 unidades com quatro moradores. Embora sejam resultados relativamente modestos,
deve ser ressaltado que estes números poderão aumentar ao longo dos anos, seja pelo
aumento progressivo populacional, seja com a redução ou eliminação definitiva de lixões e
aterros controlados; além disso, na futura URE, os resíduos da UFRJ constituiriam apenas
uma pequena fração de um todo (ainda não estimado, em 2022), oriundo de diversos pontos
da cidade e de sua região metropolitana. Ressalta-se que as informações pesquisadas, até a
conclusão deste estudo, dão conta de que a URE-Caju ainda se encontrava nas fases iniciais
de concepção de seu projeto, sem ainda haver dados precisos a serem divulgados ao público
externo interessado. Quando analisamos a alteração da logística atual para o envio da fração
desses resíduos sólidos para incineração nas futuras instalações da URE-Caju, observamos
que, além do potencial energético acima mensurado, haveria impacto ambiental positivo
quanto à redução das emissões de GEE, comparando-se com a nova distância, em média, de
14 km, a ser percorrida da origem até a futura URE-Caju, evitando-se os 74 km médios
atualmente percorridos até o CTR-Rio. Para tanto, seguiu-se o conceito de ACV, analisando-
se cadeia logística atual, em seus diferentes trechos e levando-se em conta todas as distâncias
envolvidas com as respectivas taxas de consumo de óleo Diesel. Conforme a massa
referencial de resíduos gerados de 3.861,05 toneladas anuais enviados ao CTR-Rio, e
obedecendo a cadeia atual de logística de transporte, verificou-se que a frota atual de
caminhões consome, em média, 12.037,83 litros de Diesel/ano, enquanto que, no caso do
envio dessa mesma massa à URE-Caju, seriam consumidos 5.773,80 litros de Diesel/ano,
representando (apenas neste aspecto) uma redução em torno de 52% do consumo desse
combustível. Considerando-se, ainda, a incineração da fração analisada de resíduos em
URE, a redução total do PAG associado (com foco nos três principais GEE conhecidos: CO2,
CH4 e N2O) cairia dos atuais 7.864.530,32 kg eq.CO2/ano para 1.977.986,66 kg eq.CO2/ano,
o que significa uma redução em torno de 74,85%, tornando a proposta deste estudo uma das
alternativas a serem consideradas em futuras tomadas de decisões por parte dos agentes
diretamente responsáveis pelo saneamento ambiental no âmbito da UFRJ.

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.1, p. 3087-3108, jan., 2023


Brazilian Journal of Development 3106
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