Você está na página 1de 5

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Campus Medianeira/PR
Curso de Engenharia Ambiental
Disciplina de Gestão e Tratamento de Resíduos Sólidos 1
Professor Dr. Thiago Edwiges

LISTA DE QUESTÕES AVALIATIVAS

1) De acordo com a legislação atual, quais os materiais passíveis de gerenciamento como resíduos sólidos
e quais as justificativas para a inclusão de tais materiais?
A Lei 12.305/2010 regulamentada pelo Decreto 10.936/2022 define como resíduos sólidos
todos os materiais descartados por atividades humanas, considerados como lixo. São estes:
Resíduos Domiciliares, Resíduos de limpeza urbana, Resíduos comerciais, Resíduos especiais
(passíveis de Logística Reversa): que são Resíduos Sólidos Urbanos. Ainda os oriundos de outras
atividades: Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde, Resíduos Sólidos de Construção Civil,
Resíduos Sólidos Agrossilvopastoris, Resíduos de Serviços de Transporte, Resíduos de Mineração
e Resíduos de Saneamento Básico. A inclusão desses materiais como resíduos sólidos tem como
justificativa a necessidade de gerenciá-los, visando à proteção da saúde pública e do meio
ambiente. A destinação de tais materiais pode causar diversos problemas ambientais, como no
solo, na água e no ar, além de contribuir para a disseminação de doenças. Por isso, é fundamental
que esses resíduos sejam coletados, transportados e tratados de forma adequada e segura.

2) Cite ao menos dois exemplos de ações de gestão de resíduos que podem e que não podem ser
definidas a partir de cada uma das três principais formas de classificação.
As três principais formas de classificação quanto a gestão de resíduos sólidos são:
quanto a sua degradabilidade, quanto a sua origem e quanto a sua periculosidade.
Degradabilidade: definimos um resíduo biodegradável de acordo com a sua quantidade
de Nitrogênio e água contidos, estes podem ser oriundos de resíduos domésticos como por
exemplo os orgânicos, onde existem resíduos que podem ser encaminhados para compostagem ou
resíduos encaminhados para aterro sanitário que não podem ser utilizados em compostagem.
Origem: neste caso deve-se analisar a origem do resíduo para definir a ação para gestão
de seu tratamento. Se for um resíduo de limpeza urbana como podas, varrição, limpeza de
canteiros e cortas de grama sabe*se que o responsável para realizar sua gestão é o município.
Caso sejam resíduos oriundas de empresas de cunho industrial que gerem mais de 200 L/dia e
gerem outros tipos de resíduos que não sejam do tipo doméstico, esses geradores devem se
ocupas de implantar um PGR definido para sua empresa de acordo com os tipos de resíduos
gerados ali.
Periculosidade: resíduos perigosos possuem subclassificações, como exemplo os
resíduos de serviços de saúde que quanto a sua patogenicidade podendo causar danos ambientais
ou aos seres humanos com doenças infecciosas, por isso devem ser gerenciados de forma
ambientalmente correta de acordo com disposto em legislação, e os geradores desses resíduos
devem fazer um PGRSS para realizar as ações adequadas de gerenciamento dos mesmos. Outro
tipo de classificação é quanto sua reatividade que podem reagir com temperatura ou com água e
causar explosões.

3) Cite dois exemplos de resíduos Classe I, Classe II-A e Classe II-B e justifique.

Da Classe I temos os resíduos de serviços de saúde que são considerados resíduos perigosos
quanto a sua patogenicidade, e líquidos inflamáveis como solventes de tintas e combustíveis
que são considerados perigosos devido sua inflamabilidade.

Da Classe II – A são os resíduos Não -Perigosos Não Inertes, que são classificados segundo
particularidades de biodegradabilidade, solubilidade em água e combustibilidade. Resíduos
assim são os rejeitos de banheiro que tem características de solubilidade em água, e também o
chorume quanto a sua biodegradabilidade,

Da Classe II – B são os resíduos Não Perigosos Inertes que podem ser areia, plástico e Vidro.

4) Quais as principais diferenças em termos de geração e composição dos resíduos sólidos gerados
no Brasil em comparação aos demais países? Justifique.

Em termos de geração de resíduos sólidos, o Brasil apresenta uma situação bastante


semelhante à de outros países em desenvolvimento, com uma alta taxa de geração per capita e
uma gestão dos resíduos produzidos. No entanto, em comparação com países desenvolvidos, a
situação é diferente.
Uma das principais diferenças entre o Brasil e os países desenvolvidos é a composição
dos resíduos gerados. No Brasil, uma grande parte dos resíduos sólidos gerados é composta por
materiais orgânicos, como restos de alimentos, enquanto em países desenvolvidos, a maior parte
dos resíduos é composta por materiais recicláveis, como papel, plástico e vidro.
Além disso, os países desenvolvidos têm uma infraestrutura mais avançada para o
gerenciamento de resíduos sólidos, com sistemas de coleta seletiva, reciclagem e tratamento de
resíduos mais eficientes. No Brasil, a maioria dos resíduos é coletada e descartada em lixões ou
aterros sanitários, sem qualquer tratamento ou recuperação de materiais.
Outra diferença importante é que nos países desenvolvidos há uma maior
conscientização sobre a importância da redução do desperdício e do consumo sustentável, o que
leva a uma redução na geração de resíduos. No Brasil, ainda há muito a ser feito nesse sentido, e a
geração de resíduos continua aumentando a cada ano.
Em resumo, as principais diferenças entre o Brasil e outros países em relação à geração
e composição dos resíduos sólidos são a alta proporção de materiais orgânicos, a falta de
infraestrutura para a gestão de resíduos e a falta de conscientização sobre a importância da
redução do desperdício e do consumo sustentável.
5) Selecione uma característica física e uma característica química dos resíduos sólidos e explique
qual a sua aplicação na gestão de resíduos.

A análise dos Resíduos Sólidos pode ser feito quanto a suas características, físicas,
químicas e biológicas.

Física: nesta característica analisa-se alguns parâmetros como a geração per capita, ela diz
respeito sobre a quantidade de massa de resíduos que cada pessoa produz em um dia. Ela é
dada pela unidade Kg/hab.dia, utilizamos uma equação para calcular a geração per capita de
Qr
cada cidade por exemplo, Gp= , onde Qr é a quantidade resíduos em Kg/dia e P a
P
quantidade de habitantes.

Química: um de seus parâmetros é poder calorífico, dado pela unidade Kcal/kg. Os resíduos
domiciliares tem poder calorífico de 1800 Kcal/kg, e segundo a norma técnica FEPAM/RS
nº01/99 para que um resíduo seja utilizado na geração de energia seu PCI deve ser >2700
Kcal/kg na base seca. Enfim, o poder calorífico diz respeito ao pode de desprender calor de
um material quanto este é submetido a queima, e para que esse material tenha um bom PCI
precisa ser mais seco se não, não haverá a queima. No Brasil nós não utilizamos a ação de
incineração como nos países europeus pois nossos resíduos gerados são em maioria
úmidos, e nós temos espaço para aterros sanitários diferente da Europa que não possui
espaço neste caso utiliza a forma de incineração.

6) Selecione dois princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e discorra sobre como
estes princípios podem ser efetivamente aplicados na gestão de resíduos.
1. Prevenção e Precaução: O PGRS é um instrumento de princípio da PNRS 12305/2010,
visando o princípio de precaução.
2. Desenvolvimento Sustentável: Utilizando bem os recursos de maneira a reduzir os
impactos dos resíduos gerados através da transformação dos mesmos com valor de
mercado agregado.

7) Discorra sobre o processo de degradação da matéria orgânica nas duas fases operacionais da
compostagem?
A compostagem é um processo biológico controlado de matéria orgânica em condições
aeróbicas. Esse processo ocorre em duas fases operacionais: a fase inicial e a fase final.
Durante uma fase inicial de compostagem, também conhecida como fase termofílica, ocorre
um aumento significativo na temperatura do material em decomposição, geralmente acima
de 40°C. Esse aumento de temperatura é causado pela atividade metabólica de
microrganismos aeróbios, que se alimentam de matéria orgânica disponível. Na fase inicial,
a matéria orgânica é decomposta em compostos simples, como aminoácidos, açúcares e
orgânicos. Nessa fase, ocorre também a degradação de compostos mais complexos, como
celulose, hemicelulose e lignina, que são componentes importantes da parede celular das
plantas. A ação dos microrganismos aeróbios e das enzimas que eles causam decompõe
esses compostos complexos em compostos mais simples. Na fase final da compostagem,
também conhecida como mesofílica, a temperatura diminui e os microrganismos mesofílicos
assumem o controle do processo. Nessa fase, a composição dos compostos simples
produzidos na fase inicial continua, com a formação de absorção de húmicos e fúlvicos, que
são importantes para a formação de húmus, um composto e rico em nutrientes estáveis.
Além disso, microrganismos que oxidam amônia e outros compostos nitrogenados
convertem esses compostos em nitritos e nitratos, que são formas de dispensar mais
disponíveis para as plantas. Na fase final, também ocorre uma diminuição da atividade
microbiana e o material em composição se torna mais estável e com menor teor de umidade.
Em resumo, na fase inicial da compostagem, ocorre a degradação dos compostos mais
complexos em compostos simples, enquanto na fase final, ocorre a formação de compostos
estáveis e ricos em nutrientes, como os recebidos húmicos e fúlvicos. Ambas as fases são
importantes para a formação de um composto de qualidade, que pode ser utilizado como
fertilizante orgânico na agricultura.

8) Qual a relação C/N ideal para o início do processo de compostagem? Você precisa dar o
diagnóstico de dois processos que iniciaram com a seguintes relações C/N. Como você descreveria as
características do tratamento caso iniciem com tais características?

C/N ideial: uma relação CN ideal é quando os resíduos demonstram menor quantidade de Carbono
em relação a quantidade de Nitrogênio, como 30/1. Isso porque desta forma ele se demonstra mais
biodegradável.

Cenário 1 (relação C/N de 60/1): vemos neste cenário de despenderá de uma maior quantidade de
tempo para que estes resíduos se decomponham, pois, a relação C/N está alta, nos afirmando
haver maior quantidade de resíduos menos biodegradáveis.

Cenário 1 (relação C/N de 15/1): já neste cenário teremos uma degradabilidade dos resíduos mais
rápida, pois são de maior biodegradabilidade apresentando um menor número de Carbono em
relação ao Nitrogênio. Resíduos como este se comparam a esterco que tem rápida degradabilidade
devido a baixa relação C/N.

9) Qual a diferença entre o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e o Inventário de Resíduos


Sólidos Industriais?

O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) é um documento que estabelece ações


para o gerenciamento adequado de todos os resíduos produzidos por uma empresa, desde a sua
geração até a sua disposição final. Esse plano deve ser elaborado por empresas de todos os
portes e segmentos, e é uma exigência legal prevista na Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS).
Por outro lado, o Inventário de Resíduos Sólidos Industriais (IRSI) é um documento que descreve
as características dos resíduos gerados por uma empresa, tais como quantidade, tipo,
composição, origem, entre outras informações. Esse inventário é uma ferramenta utilizada para
avaliar os impactos ambientais e os riscos associados ao gerenciamento dos resíduos sólidos
industriais, bem como para subsidiar a elaboração do PGRS.

Em resumo, o PGRS estabelece as ações que devem ser adotadas pela empresa para o
gerenciamento adequado de seus resíduos sólidos, enquanto o IRSI é um levantamento das
características desses resíduos, que servem de base para a elaboração do PGRS e para a
avaliação dos resíduos, e dos riscos associados ao seu gerenciamento.

10) Quais resíduos fazem parte da Logística Reversa atualmente?


Medicamentos, Embalagens pós consumo, Lâmpadas, Pneus, Agrotóxicos e sua embalagens,
Pilhas e Baterias, Eletrônicos, Óleos Lubrificantes e as embalagens.

Você também pode gostar