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Rio de Janeiro
2020
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RESÍDUOS NO BRASIL: UM GRANDE MERCADO EMERGENTE
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De acordo com o texto, novas tecnologias de gestão de resíduos GHG
afetaram quase todo processo do gerenciamento de resíduos. Entre essas
tecnologias, estão aterros com recuperação de gás, a incineração, o tratamento
biológico e o tratamento biológico mecânico.
Os aterros com recuperação de gás são usados para lixo residencial e alguns
tipos de lixos comerciais e industriais. Nesses aterros ocorre a formação de gases
prejudiciais. O insumo são os resíduos sólidos e o produto são o biogás (que possui
de 45% a 60% de gás metano) e o chorume. Sistemas de extração de gás nesses
aterros podem reduzir a liberação do gás metano, que causa mais impacto
ambiental.
A incineração, que reduz 90% do volume de resíduos ao fim do processo, é
mais usada em países desenvolvidos com pouco espaço de terra. Os gases gerados
são usados para geração de calor ou de eletricidade que pode ser vendida para
custear o processo. As emissões de GHG são eliminadas na incineração. Porém, o
custo de implantação é caro.
O tratamento biológico gera biogás e um material chamado digestato. O
biogás pode ser utilizado para geração de eletricidade e calor local, já o digestato
como fertilizante e para recuperação de solos. Essa tecnologia está bem
estabelecida e é utilizada em alguns países da Europa ocidental.
O tratamento biológico mecânico, conforme o texto: “consiste de várias
tecnologias que podem ser combinadas para otimizar o tratamento de resíduos
sólidos municipais variados reunidos em sacos pretos ou caixas de lixo”. Esse
processo remove o material reciclável, gera compostagem, reduz muito o volume de
resíduos e pode diminuir em até 90% a emissão de metano comparado ao aterro.
O texto traz também, dados do IBGE 2000, que mostram que 63,6% dos
municípios descartam os resíduos sólidos coletados em campo aberto, 18,4% em
aterros controlados e apenas 13,8% em aterros sanitários. 84% das emissões de
metano ocorrem em campo aberto. Destaca que, por lei federal, os municípios são
responsáveis pela eliminação pública de resíduos sólidos, mas faltam recursos
financeiros e compromisso administrativo.
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Os aterros de campo aberto (lixões), conforme o texto, são uma forma
inadequada de eliminação de resíduos. E nesses aterros, muitas vezes catadores e
funcionários municipais estão presentes em grandes números para selecionar
materiais de reciclagem manualmente, muitas vezes sem equipamentos de
segurança básico e o risco de acidentes, contaminação e doenças são altos. Além
disso, os lixões, são um perigo à saúde e uma fonte de problemas ambientais. Os
aterros controlados são melhores que os lixões, mas são considerados
ambientalmente irregulares, pois ainda oferecem riscos de contaminação do solo e
da água, contudo o chorume é capturado e eles reduzem a poluição do ar, odores e
liberação de biogás. Já os aterros sanitários seguem normas ambientais sólidas,
geram eletricidade ou calor, e os resíduos não ficam abertos ao tempo, são de 5 a
10 vezes mais baratos que a incineração, por isso são uma das melhores soluções
para o Brasil.
Outro ponto que merece destaque no texto, é quando se fala dos catadores.
Eles estão presentes em quase todos os locais onde os municípios eliminam os
resíduos em campo aberto. Em busca de ganhar a vida, os catadores tornaram-se
importantes participantes na gestão dos resíduos urbanos, uma vez que recolhem
quantidade significativa de materiais recicláveis. Um estudo de 2003, estimou que há
em torno de meio milhão de pessoas trabalhando nesses locais abertos, incluindo
crianças. Eles ganham muito pouco, trabalham sem nenhum tipo de benefício,
muitas vezes vivem perto dos aterros. Além disso estão expostos a vários riscos de
saúde.
Conforme o texto, com o crescimento do número de aterros sanitários
resolve-se um problema na eliminação de resíduos, mas criam-se outros, como a
falta de local para os catadores e a consequente diminuição na reciclagem. Logo, é
necessário que os aterros sanitários sejam feitos, mas que se encontre uma forma
de adicionar essas pessoas para um trabalho digno em alguma etapa da gestão dos
resíduos, pois além de gerar renda, faz-se a reciclagem de muitos materiais.
Do mais, os autores abordam que que podem ser feitos financiamentos de
aterros sanitários e comercialização de carbono. E algumas soluções têm surgido no
mundo, como mecanismos de desenvolvimento limpo e parcerias público-privadas
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que podem ajudar a solucionar o problema da gestão de resíduos. São destacadas
também alguns que alguns participantes globais (grandes empresas) com
capacidade de eliminação de resíduos, podem atuar em parceria com o país.
A partir desse texto, publicado em 2010, é possível concluir que muito do foi
tratado ainda é realidade no Brasil de 2020. A Política Nacional de Resíduos
Sólidos era a esperança de que a gestão pública brasileira iria se redimir dos
sucessivos erros no quesito infraestrutura, ao longo de décadas. Mas na realidade,
existe uma cultura de inoperância que fragiliza a efetivação dessas mudanças em
muitos municípios. A prova está na permanência de cerca de 3 mil lixões ou aterros
controlados espalhados pelo território nacional, segundo dados do Panorama de
Resíduos Sólidos 2016. Com isso, chorume, gases tóxicos e trabalhadores em
condições insalubres compõem este cenário obsoleto ainda em vigor. Além de todos
os problemas ambientais gerados que precisam ser resolvidos, existem poucas
associações de catadores, com isso a segurança das pessoas que trabalham nos
aterros é inexistente na maioria dos casos. A solução para estes problemas parece
estar ainda muito distante da realidade brasileira.