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CONASUM 2020

IX CONGRESSO DE ADMINISTRAÇÃO
DO SUL DE MATO GROSSO
LOGÍSTICA REVERSA: UM ESTUDO DE CASO DAS EMPRESAS DO SETOR
DE CONSTRUÇÃO CIVIL DA CIDADE DE SINOP/MT

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo identificar a existência e quais as práticas de Logística
Reversa praticada pelas empresas do setor de construção civil da cidade de Sinop/MT. A
metodologia consiste em uma abordagem qualitativa, realizada por meio de um estudo de caso
descritivo. Os dados secundários foram obtidos por meio de consultas feitas fontes
bibliográficas e às legislações vigentes. Já as evidências primárias, estas foram coletadas em
campo com roteiro de entrevistas aos empresários selecionados da área da construção civil
localizados no município de Sinop/MT. Os dados da pesquisa revelaram que os entrevistados
de uma forma geral em suas empresas têm o cuidado no quesito de diminuição da produção de
resíduos, outro dado da pesquisa foi possível perceber que as empresas têm conhecimento sobre
o tema, e que alguma delas tem em seu cotidiano a utilização da prática de redução e
reaproveitamento de resíduos, porém colocaram que precisa ser analisado o custo-benefício da
utilização da logística reversa em suas empresas.

Palavras-chave: Logística reversa; construção civil; resíduos sólidos.

Abstract

The present work aims to identify the existence and which Reverse Logistics practices practiced
by companies in the construction industry in the city of Sinop/MT. The methodology consists
of a qualitative approach, carried out through a descriptive case study. Secondary data were
obtained through enquiries with bibliographic sources and current legislation. The primary
evidence, on the other hand, was collected in the field with a script of interviews with selected
entrepreneurs in the area of civil construction located in the city of Sinop/MT. The survey data
revealed that respondents in general in their companies are careful in terms of decreasing the
production of waste, in another survey data it was possible to notice that the companies have
knowledge on the subject, and that some of them have in their routine the practice of reducing
and reusing waste, however they stated that the cost-benefit of using reverse logistics in their
companies needs to be analyzed.

Keywords: Reverse logistic; civil construction; solid waste.

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1 INTRODUÇÃO

Falar em desenvolvimento de um país, estado, cidade ou bairro, e não tratar sobre as


construções, é negligenciar um dos aspectos mais importantes do assunto. Portanto sabe-se para
que haja o crescimento da população com uma boa qualidade de vida é necessário que sejam
construídas casas, escolas, hospitais entre outros, e consequentemente as empresas, de forma
que a população faça o uso desses ambientes.
Nota-se então que a construção civil é uma importante área para o desenvolvimento
econômico de um país capaz de proporcionar o desempenho das cidades e o seu crescimento.
Silva, et al. (2010, p. 2) colocam que “a Indústria da Construção Civil é reconhecida como uma
das mais importantes atividades para o desenvolvimento econômico e social, vem
desenvolvendo-se nos últimos anos devido ao aumento acentuado da população,
principalmente, nos grandes centros urbanos”.
Entretanto, ao analisar essa importante área, destaca-se que apesar de sua significativa
contribuição, ela contém um risco em relação ao meio ambiente, devido ao grande descarte de
materiais, utilização de recursos naturais e por vez o desmatamento. De acordo com Filho e
Berté (2009), o setor da construção civil é responsável por 50% da utilização dos recursos
naturais.
Ao avaliar este impacto negativo que esse setor traz e levando em consideração às
grandes ocorrências de crimes ambientais que ocasionou uma preocupação ainda maior com o
meio ambiente, é importante e válido ressaltar que existem leis (tais como Lei 9.605/98),
práticas e incentivos governamentais para minimizar os efeitos e até mesmo saná-los,
promovendo ações e boas práticas constantes de melhorias para que seja menor o impacto
causado. Klein e Gonçalves-Dias (2017, p. 484) expõe que, “à medida que os materiais
extraídos para o setor da construção civil se movem ao longo do seu ciclo de vida, resíduos são
gerados” e quando não destinados e dispostos corretamente causam relevantes impactos
negativos.
E é nesse momento que a logística reversa passa a ter seu relevante papel para o setor
da construção civil. Tomando como base essa perspectiva o presente trabalho tem como
objetivo identificar e estudar as práticas de logística reversa praticadas pelas empresas do setor
da construção civil da cidade de Sinop/MT, visto que além da importante relação entre o setor
e o meio ambiente, o município localiza-se dentro da área da Amazônia Legal, o que torna a
pesquisa relevante para que seja identificada a importância da aplicação e utilização constante
da logística reversa no setor citado.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Logística Reversa (LR)

O conceito de logística reversa está diretamente ligado ao conceito da própria


administração logística, sua essência é imutável, porem nesse ponto a logística reversa assume
um novo complemento, desprende-se do simplório conceito: gerenciamento de fluxo de
produtos da aquisição da matéria-prima até ao consumidor final (BALLOU, 2010; LAMBERT
et al., 1998), e estende-se a uma continuação dos processos, onde o ciclo do produto não se
finda ao chegar nas mãos do consumidor final, agora consta a importância do retorno dos
produtos obsoletos, danificados ou inoperantes, ao seu ponto de origem para o correto descarte,
conserto ou reutilização. (ROGERS; TIBBEN-LEMBKE, 1999; LEITE, 2003).
Novaes (2007, p. 53) compreende a logística reversa (LR) como o “fluxo de materiais
que se iniciam nos pontos de consumo dos produtos e terminam nos pontos de origem com o
objetivo de recapturar valor ou de disposição final”. Ou seja, a logística reversa pode ser
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considerada como a continuação de maneira inversa da cadeia logística, tornando-se
responsável pela continuação do produto na cadeia, porém agora se tratando dos resíduos que
são gerados após o consumo.
Esse tema vem diretamente ligado à possibilidade de retorno dos bens/produtos e dos
materiais que o integram, juntamente com a preocupação com o futuro ambiental de todo o
planeta, visto que a população aumentou, consequentemente o consumo de produtos, e, a
quantidade de resíduos gerados pós consumo. Segundo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), o Brasil entre os anos de 1901 a 2000 cresceu de 17,4 para 169,6 milhões
de pessoas, considerando as imigrações, e até 2018 houve aumento para 210,02 milhões de
pessoas. Mas ainda assim, nota-se que o enorme salto na quantidade de indivíduos, isso apenas
considerado Brasil, foi de aproximadamente dez vezes em um século. (IBGE, 2019).
Deste modo é importante que esse assunto seja levado em consideração para todos os
ramos de atuação das empresas do qual gerem ou não resíduos pós consumo, porque a empresa
pode não ter um chão de fábrica – como as empresas de consultoria – mas acabam gerando
resíduos pelo simples fato de adquirirem algum material de expediente ou consumo.
Aliada ao tema, autores propõe que não somente para as empresas, a LR também deve
ser levada em consideração dentro das casas e escolas.

Diferentemente dos resíduos líquidos e gasosos, parcela significativa do volume total


daqueles sólidos encontra-se nas próprias residências dos centros urbanos, o que
permite, teoricamente, imediata contribuição por parte dos habitantes no sentido da
minimização de seus efeitos negativos sobre o meio ambiente: a contribuição, por
exemplo, de separar os resíduos em suas residências, para recuperação e reciclagem.
(DEMAJOROVIC, 1995, p. 89).

Nos países desenvolvidos toda a população é desde muito cedo educada a realizar a
coleta seletiva e a realizarem a destinação correta dos resíduos sólidos, que antes eram tratadas
como lixo. Com isso a senso de responsabilidade social se propagou de forma que toda a
população, não somente as empresas, sinta-se ambientalmente responsáveis por realizarem e
contribuírem para a melhor disposição dos resíduos. (LEITE, 2011; MENDONÇA, et. al.
(2017).
O termo “lixo” passa a ser menos utilizados devido ao sentido conotativo de que não
tem valor algum, enquanto o termo “resíduos sólidos” agrega em seu termo o sentido de
responsabilidade e valor em relação ao seu descarte. (DEMAJOROVIC, 1995).
Mendonça, et. al. (2017, p.7) pautam alguns dos fatores que são importantes mediante
a adoção da LR:

Dentre os fatores preponderantes para a aplicação da logística reversa, citam-se


fatores econômicos (custo de produção), governamentais (legislação e política do
meio ambiente), responsabilidade corporativa (comprometimento das empresas
fabricantes com a coleta de seus produtos ao final da vida útil), tecnológicos (avanços
tecnológicos de reciclagem e projetos de produtos com finalidade de
reaproveitamento após descarte), logísticos (aspectos logísticos da cadeia reversa), e,
por fim, os sociais (governo, empresas, intermediários e sociedade).

Em sua aplicação a Logística Reversa tem algumas vertentes, que são adotadas mediante
a necessidade da legitimação dessa prática nas empresas. Pereira, et. al. (2013) apontam que a
necessidade da atuação do poder público em parceria com as empresas e a sociedade é cada vez
mais evidente, nesse assunto. Uma vez que na ausência do efetivo cumprimento dessa prática,
o poder público torna-se essencial em suas medidas regulamentadoras que se dão por meio de
leis ambientais e sua fiscalização eficiente para que de alguma forma as empresas possam ter
um engajamento responsável com esse tema socioambiental.
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Para Leite (2003, p.18) enquanto a LR de Pós-Venda tem como pauta: “planejar, operar
e controlar o fluxo de retorno dos produtos de pós-venda por motivos agrupados nas
classificações: ‘garantia/qualidade’, ‘comerciais’ e ‘substituição de componentes’, a LR de Pós-
Consumo deve: “planejar, operar e controlar o fluxo de retorno dos produtos de pós-consumo
ou de seus materiais constituintes, classificados, em função de seu estado de vida e origem, em:
‘em condições de uso’, ‘fim de vida útil’ e ‘resíduos industriais’”.
Essas duas classificações da LR, torna-se importante a partir do momento que elas
fornecem de forma recíproca, uma maior estratégia na área de vendas, produção e
consequentemente na área financeira. Para que a produção atenda às necessidades dos clientes,
é necessário o gerenciamento constante de todo o processo, interferindo diretamente nas vendas,
entregando produtos de qualidade superior, com precisão a menores preços.
Com esse entendimento, Kaviani, et al (2020) destacam que todo sistema de LR
necessita de recursos tais como financeiro, tecnológicos e colaboradores para conseguir realizar
as atividades que lhe competem, a ausência de algum desses recursos pode comprometer a
implantação da LR eficiente e eficaz.

2.2 Resíduos Sólidos: Gerenciamento e Classificações dos Resíduos Sólidos

A Organização das Nações Unidas (ONU) em evento que ocorreu em São Paulo em
2017 sobre a destinação dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), apontam que 540 mil toneladas
de RSU são gerados diariamente nos países da América Latina e Caribe, com uma perspectiva
de crescimento da quantidade, se continuar no mesmo ritmo, para o ano de 2050 de 971 mil
toneladas dia. A maior preocupação quanto a quantidade produzida é relacionada a destinação
incorreta desses excessos, do qual 145 mil toneladas, que representa 30% do total, são
depositados em locais inadequados. (ONU-BR, 2017).
Criada pelo ex-senador Francisco Rollemberg sob Projeto de Lei do Senado (PLS) 354,
com uma discussão que se iniciou em 1989, em agosto de 2010 a Lei 12.305 foi aprovada pelo
Congresso Nacional, lei que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Na visão
de especialistas, a aprovação foi considerada muito excelente, haja visto que a lei atribui
conceitos inovadores de responsabilidade compartilhada entre fabricantes, importadores,
distribuidores, consumidores e o poder público. (REVISTA EM DISCUSSÃO, 2014).
As legislações que responsabilizam atos contra o meio ambiente estão sendo
desenvolvidas com alta preocupação quanto aos impactos que o não tratamento dos resíduos
deixará para as gerações futuras próximas. Para Martins e Campos (2005) a Leia da PNRS pode
ser considerado um marco regulatório para o setor de resíduos no Brasil, uma vez que criou
diretrizes norteadoras para problemas ambientais, econômicas e sociais.
A Associação Brasileira de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE) em sua
pesquisa panorâmica de 2017, registrou que o Brasil produziu no ano da pesquisa cerca de 78,4
milhões de toneladas de RSU, apontando um aumento de 1% em relação ao ano de 2016. Uma
informação importante é que 71,6 milhões/toneladas foram mensurados em relação a sua
destinação, porem a diferença de 6,9 milhões/toneladas não foram evidenciadas, o que aponta
que a destinação desses foi feita em locais impróprios. (ABRELPE, 2018).
Apesar te toda a legislação existente no Brasil – Leis 9.605/1998; 9.966/2000;
9.974/2000; 11.445/2007 e 12.305/2010, estarem em conformidade com as legislações
mundiais sobre as normas para tratamento e destinação dos RSU, na prática não tem surtido
tanto efeito: “Brasil não viu o fim dos lixões, depósitos a céu aberto que contaminam o ar, o
solo e o subsolo e põem em risco o meio ambiente e a saúde da população”, mesmo que na data
de aprovação da lei, fora fixado até 2 agosto de 2014 (ano de publicação do artigo) para que os
lixões fossem substituídos por aterros sanitários, preparados para receber detritos (LEITE,
2011; SCHNEIDER; RIBEIRO; SALOMONI, 2013). Fica evidente, que no Brasil o fato da
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não destinação correta dos RSU não ocorre por falta de legislação ou programas para que as
práticas se desenvolvam, mas sim a falta de uma fiscalização efetiva.
Leite (2010) aponta que as legislações ambientais têm diferentes aspectos de
envolvimento do ciclo de vida útil de um produto. Filho e Berté (2009, p. 79) descreve que “a
análise do ciclo de vida tem por principal atribuição investigar o impacto ambiental gerado por
um produto durante todo o seu ciclo de vida”, desde a extração da matéria-prima que o compõe,
percorrendo o processo produtivo, a forma de utilização (consumo) até chegar na disposição
final. (LEITE, 2010; KAVIANI, et al, 2020).
Como visto, à medida que existe o desenvolvimento dos centros urbanos, tecnologias e
do mundo de modo geral, existe o aumento do consumo e consequentemente o aumento de RSU
ou ‘lixos’. Tendo como base tudo o que já foi exposto até o momento, nota-se a crescente
preocupação e necessidade de desenvolvimento de práticas educacionais e culturais para adoção
das medidas de reutilização, reciclagem ou incineração correta dos RSU’s.
A partir da percepção do que são os RSU’s, faz-se necessário mencionar que esses
resíduos são comportados em classificações para que sejam corretamente destinados ou
retornados aos seus devidos locais. Para isso é necessário que haja uma melhor compreensão e
expansão do conhecimento sobre os tipos de RSU que são gerados durante toda uma cadeia
produtiva, para que sejam destinados em locais corretos.
Sendo assim, leva-se em consideração as legislações supra citadas, para a elaboração de
planos de destinação correta dos RSU com a finalidade de que cada empresa classifique e
destine os resíduos gerados pelas atividades desenvolvidas em sua cadeia de suprimentos. O
devido cuidado com a correta destinação se torna evidente e cada vez mais relevante quando
expostos a existência de tantos detalhes sobre o tema que afetam o meio ambiente.

2.3 Logística Reversa na Construção Civil

A Logística Reversa, vem se destacando pela sua atenção com a sociedade em geral, e
especialmente o cuidado com o meio ambiente, de forma que esta, é a área de estudo
responsável pela massificação e propagação da política de destinação dos resíduos sólidos,
relacionando o cuidado com a saúde e bem-estar da sociedade e o meio ambiente. (LEITE,
2010; KAVIANI, et al, 2020).
Apesar das legislações e normas que propõe a correta destinação dos RSU, como forma
de diminuir o prejuízo ocasionado por esses, ainda existe um enorme déficit do cumprimento
efetivo dessas. Segundo os dados da Abrelpe (2018) os números do último Panorama de
Resíduos Sólidos do Brasil, evidenciou que existe um aumento de produção de resíduos sólidos
com índice superior ao crescimento populacional.
Para acirrar e de alguma forma fazer com que as empresas engajem em um proposito
único e reduzir a problemática, Governos Estaduais e Municípios, conforme dispõe a Lei
12.305/2010 em sua seção III e IV, são responsáveis pela formação de resoluções legislativas
para o cumprimento da correta destinação dos RSU, como por exemplo a resolução 118/2008
de Deliberação Normativa COPAM (Conselho Estadual de Política Ambiental), para sistemas
de tratamento e/ou disposição final de resíduos sólidos urbanos, de Minas Gerais (COPAM,
2008).
De uma maneira geral os resíduos sólidos urbanos embora não encontrado uma correta
destinação que seja capaz de exterminá-los completamente, ainda existe uma destinação, seja
ela em um aterro sanitário, aterro controlado, aterro sanitário de pequeno porte ou lixão, porém
os Resíduos de Construção e Demolição (RCD) em aspecto geral, ou são depositados nesses
mesmos locais – inapropriados – ou acabam sendo destinado a beiras de rios, lagos, matas, entre
outas, gerando graves impactos de poluição, entupimento de bueiros, degradação da natureza,
e outros.
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Dos muitos impactos negativos que os resíduos sólidos têm gerado, vale destacar nesse
tópico os RCD, ou mais popularmente conhecidos como entulhos que dentre os setores“[...]
revela-se o setor da construção civil que [...] tem contribuído com os problemas ambientais,
pela geração de elevado volume de resíduos e pelo descarte indevido deles”. (RIBEIRO;
MOURA; PIROTE, 2016, p. 41).
Filho e Berté (2009, p. 128) dispõe que “estima-se que a construção civil seja
responsável por até 50% do uso de recursos naturais na sociedade, dependendo da tecnologia
utilizada”. Nota-se que devido ao intenso volume que o setor produz, pode se perceptível
também no impacto que essa produção gera no meio ambiente. E é nesse momento que a
importante logística reversa tem seu papel fundamental de estudo, planejamento para o manejo,
disposição ou reutilização por meio de reprocessamento correto desses materiais. (CHILESHE,
et al., 2018).
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) menciona que unida para se fazer
cumprir a Lei 12.305/2010 vem o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, que serve de
instrumento para garantir o cumprimento da mesma, através de planejamento, levantamento
técnico e legal, identificação dos resíduos gerados para o correto tratamento de cada um. (IPEA,
2012).
Como afirmativa ao que se propõe no projeto de pesquisa do IPEA sobre o estudo dos
tipos de RCD’s existentes para uma correta tomada de decisão em relação ao destino desses,
Filho e Berté (2009, p.129) afirmam que “o gerenciamento correto dos resíduos da construção
civil, a reutilização, a reinserção e a reciclagem propiciarão o processo de desenvolvimento e a
preservação ambiental”. Diante das duas afirmativas nota-se que é necessário em primeiro
momento conhecer quais os tipos de resíduos são gerados, por quem são gerados, o tipo de
impacto causado em todos os fatores ambientais e de saúde e onde são depositados, para então
por meio de um plano de ação mitigar e minimizar os impactos causados.

3 METODOLOGIA

A metodologia escolhida foi uma abordagem qualitativa, do tipo descritiva, por meio de
um estudo de caso. Marconi e Lakatos (2015) aborda que esse método é utilizado com o objetivo
de conseguir informações/conhecimento concernente a um problema do qual se procura uma
resposta. Michel (2015) define estudo de caso como uma investigação de pequenos grupos, ou
algum caso isolado, com a finalidade de compreender fatos ou fenômenos sociais, esse método
é aplicado em pesquisas de campo, com a finalidade de compreendê-los em seus pontos, ou
seja, em seu próprio contexto, para a verificação da causa e propostas de soluções ou respostas.
O tipo da amostra selecionada é a não-probabilística intencional, definido por Marconi
e Lakatos (2015, p.38) como “o tipo mais comum de amostra não probabilista [...] Nesta
pesquisa, o pesquisador está interessado na opinião [...] de determinados elementos da
população”. Sendo assim a amostra coletada foi a partir dos registros das empresas do setor de
construção civil da cidade de Sinop/MT, com base no banco de dados da Prefeitura Municipal
de Sinop/MT. O objetivo do trabalho foi identificar em um setor especifico o conhecimento
sobre o tema de Logística Reversa. Portanto o atributo que definiu a característica das
organizações a serem entrevistadas, foi elas pertencerem ou não ao setor de construção civil na
cidade de Sinop/MT, não sendo restringida a uma região especifica da cidade. Com base neste
critério, foi realizada uma busca no setor de cadastros da Prefeitura da Sinop, e solicitada a
seleção de todos os CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídica) que se enquadravam nas
atividades da Construção Civil. Obteve-se então uma população de 145 CNPJ’s, porém, após
uma análise da quantidade de empresas que compunham a lista, constatou-se uma amostra
excessivamente grande, devido ao cadastro de CNAE (Cadastro Nacional de Atividades
Econômicas) ser muito abrangente. Desta forma, foi buscado junto a Núcleo de Projetos e
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Desenvolvimento Urbano de Sinop (PRODEURBS), quais as maiores construtoras da cidade,
pelo tempo de atuação no mercado e também em relação a quantidade de obras realizadas.
Obteve-se então uma amostra de 6 (seis) CNPJ’s para compor a amostra da pesquisa.
A coleta dos dados foi realizada por meio de entrevistas guiadas por um roteiro de onze
questões elaboradas entre perguntas abertas e fechadas. Foi utilizado esse modelo de coleta
devido a amplitude de informações fornecidas pelos entrevistados relacionado ao assunto, que
essa técnica permite obter.
As entrevistas foram presenciais nas empresas, após agendamento de horário via
telefone, e ocorreram no mês de maio de 2019. As falas foram todas gravadas com a permissão
dos respondentes, o que facilitou a obtenção de mais detalhes no momento da tabulação e
filtração das informações. Em média, o tempo de duração de cada entrevista foi de
aproximadamente 15 minutos. As informações das empresas participantes não serão
divulgadas, exceto seu tempo de atuação no mercado. Os nomes aqui utilizados para identificar
cada uma das empresas, são fictícios.
Para análise dos dados foi utilizada a técnica análise de conteúdo com o propósito de
analisar as informações obtidas. A interpretação dos resultados é reiterada como a parte mais
importante do relatório, onde são descritos os resultados sob forma de destacar as informações
obtidas confirmando ou contrapondo as hipóteses firmadas. (MARCONI; LAKATOS, 2015).

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Apresenta-se a seguir os dados coletados junto aos entrevistados do setor da construção


civil, que visava responder a existência e as práticas de logística reversa praticadas pelas
empresas do setor da construção civil da cidade de Sinop/MT.
A primeira questão buscou verificar o tempo que a empresa atua no mercado, os dados
revelaram que a maior parte das entrevistadas (67%) estão a mais de 10 anos no mercado, e
34% estão no mercado de 3 a 10 anos.
A questão número dois, obteve-se como resultado unanimidade em relação ao que foi
questionado, isto é, se a empresa conhece ou tem algum domínio sobre logística reversa. As
respostas obtidas pelos entrevistados foi a opção nunca ouvi falar. Mas foi justificado após a
explanação do assunto, que o termo utilizado para abordar o assunto não era conhecido, porém
o significado de LR, sim, era de conhecimento de todos os entrevistados.
Esta reposta levou ao outro questionamento aos entrevistados, o que imaginava ser e se
considerava o assunto importante, o empresário da Empresa A1, relatou que o assunto é
importantíssimo. Inclusive a empresa realizou a aquisição de um triturador de entulho, que foi
entregue por coincidência no dia da entrevista. Essa aquisição é para realizar o aproveitamento
dos entulhos em obra, em aterros, concretagem, entre outros. Assim como todas as demais
afirmaram considerar o assunto importantíssimo e valido, a empresa B2 acrescentou que além
do papel social desenvolvido pelos métodos de reaproveitamento e reutilização já inseridos,
existe também o quesito financeiro que para eles é o maior fator relevante, pois se não houver
retorno financeiro, além do social, a empresa opta sempre por avaliar novos métodos em que
se pode considerar todos os pilares da sustentabilidade. A empresa C3, neste tópico afirmou
que só não fazem mais o uso de materiais ecologicamente corretos, devido à escassez de
materiais de qualidade e que tenham um controle tecnológico de ponta, para garantir que não
haverá problemáticas na obra posteriormente. Em concordância com a C3, a E5, afirmou
também que a existência de uma organização no mercado, faria com que além de alavancar o
tema, os materiais fossem utilizados de forma consciente. A empresa D4, após a concordância
com a questão, apontou que as políticas públicas existentes deixam a desejar no conhecimento
sobre o tema e também divulgação desse tipo de prática, para a F6 o tema é importante e nada
mais acrescentou à questão.
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A questão seguinte visava pesquisar sobre se faria a utilização de um material
reaproveitado. Como resposta obteve-se em unanimidade todas afirmando positivamente, que
com toda certeza fariam a utilização de material reaproveitado, o que aponta que existe mercado
a ser explorado nessa área, notavelmente afirmado pelas construtoras da cidade que fizeram
parte da pesquisa. Em complemento à questão um fator considerado por boa parte delas, é que
o fator decisivo primordial para que façam a utilização de material ecologicamente sustentável,
é que o material seja de qualidade e atenda osaos requisitos para uma obra.
Quando solicitado que fosse expressa a opinião sobre a forma que o assunto deveria ser
divulgado, obteve-se como resposta dos empresários o apontamento que a abordagem sobre o
tema seria mais proveitosa se exposta da forma mais simplória, com termos mais básicos para
que os leigos também compreendessem, tais como reaproveitamento dos resíduos sólidos
gerados pela construção civil, ou ainda, reutilização dos resíduos da construção.
No questionamento sobre a existência de ações que são praticadas para minimizar a
produção de resíduos sólidos e quais seriam elas em casos positivos, os entrevistados relataram
que sim, como exemplo um deles citou o triturador. Referente se são disponibilizadas
informações sobre quais materiais são recicláveis ou reutilizáveis, relataram que sim. Inclusive
nas obras são realizados a separações dos materiais, devido a uma auditoria anual de
certificação da qualidade que acompanha esse tipo de prática nas empresas. Porém, em
contraponto a essa pratica um dos empresários que participou das entrevistas, deixou claro que
faz apenas pela auditoria, apontando a falha que tem na infraestrutura da cidade, no qual ,
mesmo que eles realizam a correta separação dos materiais, infelizmente são depositados todos
em um mesmo local, totalmente fora de estrutura, o que acaba perdendo o trabalho e a
conscientização que a empresa realiza.
Na questão que pesquisou-se sobre a opinião que os empresários tinham referente as
ações que as empresas poderiam adotar para dar um destino seguro ou separação do material
para reutilização. Os dados da pesquisa revelaram que os empresários acreditam que é a
disponibilidade de informações sobre cada tipo de resíduo gerado e locais que deve se realizar
a coleta separada. A Rede Nacional de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento
Ambiental (ReCESA, 2008, p. 27) aponta que existem classificações pré-estabelecidas de
acordo com sua característica, sendo: “Classe A: são resíduos reutilizáveis ou recicláveis;
Classe B: são resíduos recicláveis para outras destinações; Classe C: são resíduos para os quais
não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis; e, Classe D: são
resíduos perigosos, oriundos do processo de construção”. A Lei 12.305/2010 contém a
classificação de todo o tipo de resíduo gerado quando à sua origem e periculosidade, sendo
percebível que muitas vezes a falta de conhecimento da existência do assunto, as empresas,
deixam a desejar em relação a publicação dos fatos para seus colaboradores envolvidos.
Quando questionados se há fiscalização por parte de órgãos reguladores para o
reaproveitamento dos resíduos sólidos gerados na construção civil. Os entrevistados colocaram
que sobre órgãos governamentais que realizam esse não tem conhecimento, porém como
relatado, a empresa A1 passa por uma auditoria anual, contratada particularmente para realizar
o acompanhamento, inclusive conforme o alcance das metas, a empresa recebe certificado.

4.1 Existência de Práticas de Logística Reversa

Este tópico visa apresentar dados referente a existência de prática de logística reversa
nas empresas entrevistadas. A empresa A1 afirmou que por participarem do programa de gestão
da qualidade realizam algumas práticas mais relacionadas a economia de materiais utilizados e
com a nova aquisição passarão a também reutilizar os resíduos processados como aterramento.
A empresa B2, realiza de forma continua a logística reversa. Por trabalharem com a estrutura
pré-fabricada com estruturas metálicas, o início da cadeia produtiva já é com o mínimo de
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geração de resíduos. O único resíduo que gera, é referente a madeira, que após várias utilizações
e reutilizações na obra, chega um momento em que esse material não dá mais para
aproveitamento, então ele é descartado nas caçambas de entulho.
Com os resíduos da construção propriamente dita, que são o restante de tijolos,
concretos endurecidos, são processados no triturador, e voltam ao processo produtivo, no
aterramento da obra. A madeira por ser orgânica não é possível ser utilizada. A empresa
considera o assunto muito importante, uma vez que fazem o uso contínuo desse tipo de prática.
Um aspecto importante abordado pela profissional entrevistada, é que o reaproveitamento está
diretamente ligado à economia financeira e que além de ter a pegada social, o financeiro é um
dos principais fatores, uma vez que é muito mais econômico a reutilização dos resíduos do que
o descarte absoluto.
Quanto à forma de divulgação sobre o assunto, foi exposto que as ISO’s são formas
eficazes de fazer a propagação do tema. Muitos dos clientes da empresa B2, trabalham com
selos, programas de qualidade, que em suas pautas estão presentes a correta destinação ou
reaproveitamento dos resíduos gerados pelo setor. Desta forma, quando a empresa responsável
pela construção de algum empreendimento trabalha de forma responsável ambientalmente
relacionada, é melhorado a situação para o cliente diante desses programas como por exemplo
ISO’s do qual fazem parte.
Conforme dados da entrevista na obra é feito instantaneamente a separação de cada
material, os resíduos que são reutilizados, já são triturados à medida que vão sendo gerados, o
que são destinados a caçambas é apenas o que realmente não pode e não dá para ser
reaproveitado, por exemplo, as madeiras, plásticos, papelão, vidros, mas também são destinados
a caçambas contratadas de empresas que tem algum programa de disposição desses materiais e
é descartado totalmente apenas o que resta de toda essa seleção.
Referente ao conhecimento de órgãos, uma engenheira afirmou que é por escolha da
empresa que realizam todo o procedimento de reaproveitamento e descarte correto. Outro dado
interessante da pesquisa relado por um dos entrevistados, o qual colocou como uma
problemática, que foi detalhada por todos: o lixão da cidade. Esse fator é algo limitante para
todas eles, uma vez que não é compensatório muitas vezes realizar a separação minuciosa dos
materiais, sendo que posteriormente todos seguem ao mesmo destino, ou seja, são depositados
no lixão.
Conforme relato, a empresa B2, foi convidada pela prefeitura juntamente com outras
empresas para estruturarem um aterro sanitário na cidade por meio de uma cooperativa. Porém,
a empresa optou por não dar continuidade ao projeto, uma vez que em seu campo produtivo a
geração de resíduos descartáveis é mínima.
O profissional engenheiro da empresa C3, apontou inicialmente um importante fator
entre a diferença de reaproveitamento e reciclagem, detalhando que a reciclagem é quando se
realiza os materiais descartáveis para geração de um novo produto, a reutilização é aproveitar
o resíduo da forma em que está novamente no processo produtivo. Deste apontamento, o
profissional apontou que fazem a reutilização da madeira até que ela não tenha mais condições
de ser usada. Uma medida que a empresa adotou relacionado a isso, foi fazer a aquisição de
madeiras mais resistentes e consequentemente mais caras, mas que podem ser utilizadas por
mais tempo, em mais obras, uma vez que desta forma é gerado menos entulho desse tipo de
material, e segundo ele é uma medida economicamente viável.
A empresa C3 considera o assunto importantíssimo. Entretanto, apontou que falta no
mercado empresas que façam o reaproveitamento desses resíduos para geração de novos
produtos, com qualidade. Porque para fazer um novo produto de resíduos, é necessário um
controle tecnológico acirrado para que sejam gerados esses produtos ecológicos de acordo com
as normativas especificas da construção, uma vez que a estrutura da obra, tem que ser de forma

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a não provocar posteriores problemáticas, tais como rachaduras, não resistência, entre outros.
E não simplesmente utilizar materiais reaproveitados, por aparência ou só para expor o que faz.
Foram mencionadas algumas barreiras que impedem muitas vezes de fazerem a
utilização dos resíduos. A primeira é o fator econômico/financeiro, pois a empresa entende que
as formas que existem de reutilização e os poucos produtos recicláveis que existem no mercado,
não dão um retorno muito atrativo para as empresas. O segundo apontamento, já mencionado,
se trata justamente do controle tecnológico, o empresário deixou um questionamento sobre:
qual a garantia de homogeneidade do aterro feito com os resíduos, por exemplo. Então a
empresa faria sim a utilização, o reaproveitamento dos resíduos, todavia deveria de dispor de
um minilaboratório, equipamentos de separação e criar processos na obra para que fosse feito
tudo corretamente.
Embora a empresa ainda não tenha em seu planejamento a inclusão de uma possível
data de implantação desse processo, o engenheiro, relatou que o que eles fazem hoje é a
separação dos metais que são vendidos posteriormente, e, ao final de cada mês, com o valor
arrecadado dessa venda a empresa organiza uma confraternização para seus colaboradores,
como forma de incentivo a terem um cuidado maior na separação de alguns materiais.
Observou-se que a empresa se atenta a outra prática, que é optar por materiais que
produzam menos resíduos. O exemplo citado, é de um prédio de vinte e um andares, no qual
toda a estrutura base, parte de escoramento e formas, o material utilizado é de alumínio, que
são locados de uma empresa da cidade de Brasília/DF, não gerando resíduos das madeiras, por
exemplo, além de ser financeiramente mais viável. A empresa chegou a essa conclusão por
meio de cálculos bem estruturados para que não houvesse equívocos. Em questionamento sobre
o conhecimento de algum órgão fiscalizador, foi abordado que não tem conhecimento, porém
acha valido que houvesse um responsável, até mesmo para servir como forma de divulgação do
tema.
O empresário da empresa C3, finalizou abordando que para a empresa, se houvesse um
terceiro que realizasse o processamento desses resíduos, desde que fosse dentro das normativas
e financeiramente viável com certeza fariam a utilização do material. Outro aspecto exposto se
trata de trade off, entre não ganhar com a venda dos metais, mas deixam, portanto, de ter o custo
com caçambas devido a essa separação que realizam na obra. Outro fator mencionado, é a
economia de materiais no projeto, ou seja, a empresa aproveita de suas ferramentas de projeção
para realizar cálculos que façam com que sejam economizados tijolos. Funciona como uma
espécie de quebra-cabeça, onde são realizadas formas de encaixes no assentamento de tijolos,
de forma que não seja necessário realizar quebras de tijolos para preenchimento. Com isso, foi
distribuído em cada parede as formas que os tijolos devem ser utilizados, de vários tamanhos
de tijolos para que desse certo a projeção.
Citou-se três pilares que a empresa utiliza para verificar a viabilidade da utilização de
algumas práticas, tais como: qualidade, tempo e custo, se esses não estão alinhados, e se
algumas inovações não se enquadram nesses três pilares, a empresa não adere a prática.
Os dados da empresa D4, não deixou claro se realizam ou não a prática em obra
atualmente. Consideram o assunto importante, entretanto acreditam que a falta de políticas
públicas, dificultam o controle efetivo desse. No quesito se fariam a utilização de material
reaproveitado/reprocessado, o empresário deixou claro que com toda certeza faria e fará, caso
exista, desde que atendam as normas necessárias, destinariam os resíduos a locais adequados
caso houvesse.
Na forma de divulgação e fiscalização, a empresa não tem conhecimento sobre órgãos
fiscalizadores, mas acredita que por parte das políticas públicas, talvez a Secretaria de Meio
Ambiente - SEMA, se propusesse normativas e locais para a correta destinação, seria muito
valido e eficiente.

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A empresa não utiliza de forma direta maquinários para que os resíduos voltem ao
processo produtivo, mas utilizam de formas de racionalização para fazer com que sempre, haja
menos geração de resíduos. No estudo da planta de cada obra, são realizados cálculos de forma
que possam ser adquiridos as quantidades bem exatas de tijolos e demais materiais, até mesmo
em questão dos custos, o que diminuem as sobras e consequentemente, o custo de cada obra.
No questionamento sobre a separação dos diversos materiais em obra, assim como todas
as demais empresas, fazem a reutilização da madeira até que já não sirva mais para as obras,
quando então são descartadas. Os sacos de cimento, são separados dos outros entulhos, e o
restante dos entulhos, são descartados em caçambas, o que acabam ficando por responsabilidade
da empresa coletora de entulhos. Como sugestão, para a separação dos materiais o empresário,
relatou que seria necessário a utilização de caçambas mais equipadas, um design um pouco
diferente das que existem atualmente para que houvesse uma separação mais efetiva.
A empresa E5, respondeu aos questionamentos de forma bem direta. No questionamento
sobre a realização ou não de práticas da LR, o proprietário da empresa respondeu que sim
realizam assiduamente a utilização dos resíduos da construção para preenchimento de contra
pisos.
Consideram o assunto muito importante e acredita que seria muito mais eficaz a inserção
de produtos reciclados no processo produtivo, se houvesse uma empresa que fornecesse esse
tipo de serviço e produto, no caso, o serviço da coleta dos materiais e o fornecimento depois
desses produtos no mercado. Consequentemente em resposta ao questionamento se fariam a
utilização desses produtos reutilizados, afirmou que sim e nada mais acrescentou à resposta.
Acredita que para que o tema seja mais divulgado seria necessário que o governo
entrasse com ações que propagassem o tema. Atualmente não existem informações
disponibilizadas sobre quais os materiais que são recicláveis ou reutilizáveis. Os recipientes
utilizados, são caçambas onde tudo é descartado, não há separação.
Na opinião do empresário sobre as ações para a correta destinação, no momento acha
inconveniente, por não haver local para o correto descarte desses materiais, sendo que seria
apenas um esforço a mais por parte da mão de obra da empresa, um trabalho desnecessário.
E por fim a empresa F6, no questionamento se existe práticas da LR, o proprietário
afirmou que não fazem a utilização de nenhuma prática frequente, apenas separação dos
materiais que são recicláveis e o restante é destinado às caçambas de entulhos.
O proprietário considera o assunto importante e faria a utilização de materiais
reaproveitados, caso houvesse no mercado e o custo-benefício fosse favorável. Acredita que a
forma mais eficaz de fazer a divulgação do assunto seria por meio de uma terceirizada que
dispusesse de materiais reciclados, por meio de ações de marketing. Revelou que são realizados
práticas para a redução de resíduos, uma vez que impactam diretamente nos custos das
empresas. Os recipientes para a separação de resíduos dos demais materiais, ocorre como nas
outras empresas, separando os materiais que são recicláveis para a cooperativa e o restante são
destinados às caçambas que ficam responsáveis pelo descarte. Os ferros são destinados a uma
empresa de ferro velho que realizam a compra desse material para reutilização.
De uma maneira geral, pode-se perceber que a Logística Reversa é um tema que ainda
percorre a passos lentos, tem se apresentado emergente dentro das empresas. Uma vez que além
da preocupação ambiental, existe também o fator qualidade que vem agrupada ao processo do
eficiente gerenciamento da cadeia produtiva aliada a logística, ademais também apresenta
retornos financeiros evidentes oriundos dos processos.
Em concordância com a literatura que propõe que o papel da logística reversa é fazer
com que os resíduos existentes voltem de alguma forma ao processo produtivo, vem o quesito
de gestão produtiva efetiva, em que para as empresas se tornarem mais viáveis e rentáveis
produtivamente, buscam embasamento em temas específicos, tais como produção enxuta – ou
Lean Manufacturing, que visa eliminar os desperdícios em todos os processos da produção -
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produção mais limpa que buscam justamente operar de forma a produzir mais com menos e
produzir sem gerar resíduos (JUNIOR, 2008), mostrando que existe uma tendência crescente
de busca em métodos e formas de otimizarem seus processos produtivos, o que indiretamente,
é fornecido pela LR, uma vez que a buscar diminuir a produção de resíduos, ou destina-lo
corretamente – seja por meio do reaproveitamento ou da reciclagem – é o papel que a LR vem
desenvolver no processo produtivo.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Logística Reversa embora aparente ser um tema novo, na verdade é um termo não
muito utilizado, mas pode-se perceber que após uma explanação do que se trata o tema, todos
os entrevistados mostraram ter domínio sobre o assunto.
A crescente perspectiva de mercado tem exigido que as empresas incluam em seu
planejamento estratégico, esse tema. Uma vez que, os Resíduos da Construção Civil (RCC) são
grandes responsáveis pela massa de resíduo gerada pela população em geral, representando de
50 a 70% dos resíduos sólidos urbanos. (IPEA, 2012). Observou-se que 17% das empresas
entrevistadas, mencionaram que clientes já tem buscado pelo diferencial ambiental dessas ações
de logística reversas, apontando que é verídico o fator preocupante em relação a grande
produção de resíduos sólidos no setor da construção civil.
Após análise das entrevistas realizadas, pode-se perceber de uma forma geral que as
empresas têm o cuidado no quesito de diminuição da produção de resíduos, do qual são
trabalhadas formas de diminuir os gastos de materiais. Nota-se que 50% das empresas, realizam
o reaproveitamento dos resíduos, para preenchimento de contra piso, nivelamento de terreno e
outras, porém observou-se que uma das empresas entrevistadas utiliza do triturador para
conseguir inserir os resíduos novamente nas misturas de concretos, para diminuir a utilização
da massa pura.
De forma geral as empresas consideram o assunto importante, fariam a utilização de
produtos reciclados a partir dos RCC, desde que o custo-benefício fosse claro e preciso. Das
práticas para redução de resíduos, as empresas de forma geral utilizam mecanismos práticos,
sempre observando o que as levam a utilizar menos materiais nas obras. Uma delas colocou que
realiza programas para minimizar precisamente o gasto de tijolos, utilizando da técnica de
encaixe, sendo adquirido vários formatos de tijolos para que possam ser perfeitamente
encaixados e não haver a necessidade de quebrar os tijolos para preenchimento das paredes.
Sobre o aspecto de divulgação do tema, houve opiniões divergentes, do qual 33% delas,
mencionaram que as divulgações através de órgãos governamentais trariam mais efeito,
enquanto 16,67% acreditam que o surgimento de uma empresa no mercado, traria uma boa
divulgação à medida que o produto fosse vendido. Outros 16,67% acreditam que o tema
abordado de forma simplória facilita a compreensão, 16,67% acreditam que normas técnicas,
como por exemplos as ISO’s, programas de controle de qualidade, selos de qualidade,
certificações, seriam formas eficazes de fazer com que as empresas se empenhassem e seria
então uma boa forma de divulgação. E os outros demais 16,67% abordaram que a existência de
produtos que geram menos impactos seria uma excelente forma de divulgação do tema.
De uma forma geral, foi possível perceber que as empresas têm conhecimento sobre o
tema, e que alguma delas tem em seu cotidiano a utilização da prática de redução e
reaproveitamento de resíduos.
Como sugerido por algumas delas, seria importante, primeiramente a regularização do
aterro sanitário da cidade, uma vez que está diretamente ligada a correta destinação de resíduos,
mesmo que não seja apenas os obtidos da construção civil. Em segundo lugar, o surgimento de
empresas que façam a utilização desses resíduos como matéria prima para geração de um novo
produto que agregue valor no mercado da construção. Outra sugestão deixada por duas das
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entrevistadas, seria a própria empresa de caçambas, optarem por destinar corretamente esses
resíduos, ou realizar o reaproveitamento para geração de um novo produto.
Segundo a Rede Nacional de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento
Ambiental – ReCESA (2008), existem três formas de agregação de valor para os resíduos
sólidos: Redução: que como o próprio termo sugere, é diminuir a quantidade de resíduos
geradas; Reutilização: reaproveitamento dos produtos sem que haja quaisquer tipo de alteração
ou processamento que altere a forma original do produto; e finalmente a Reciclagem: que
consiste na transformação dos resíduos para geração de novos produtos para serem utilizados
nas produção.
Portanto como sugestão, o mais conveniente, uma vez que alguma das empresas já
realizam do método de redução e reutilização, para as que ainda não o fazem, buscar realizar
da técnica de projeção de gastos de produtos nas obras. Outra delas, é para as que ainda não
realizam a utilização dos resíduos como forma de reaproveitar para os assentamentos e contra
pisos, realizarem essa utilização.
Ao finalizar o presente estudo pode-se relatar que o objetivo geral desse trabalho foi
alcançado, apontado pelos dados de que todas as empresas conhecem sobre o tema, e que de
uma forma geral trabalham sempre com a disposição de geração de menos resíduos possíveis.
Entretanto, em três casos específicos desenvolvem práticas efetivas da LR, que são: a empresa
A1 adquiriu um triturador de resíduos para utilizar o produto gerado por meio deste
equipamento, no aterramento de novas obras, além do trabalho que desenvolvem
constantemente de medição da quantidade de lixo gerado por trabalhador na obra; a empresa
B2 trabalha diretamente com o reaproveitamento, pois tem o laboratório onde conseguem
utilizar todo o resíduo da construção para gerar novas estruturas com a finalidade de utilização
em novas obras, e a empresa C3 que trabalham com cálculos de medição, disponibilidade e
encaixe dos tijolos na obra, o que quase permite ocasionar geração zero desse tipo de resíduo.
Ao mencionar as limitações do estudo destaca-se que os empresários muitas vezes não
entendiam o termo logística reversa, sugerindo dessa forma para que pesquisas futuras nesta
área utilizam a termologia usada por eles, ou seja, reaproveitamento dos resíduos. Outros
estudos poderiam ser desenvolvidos comparando os municípios de como as empresas se
apropriam da utilização da logística reversa no sentido dar um destino seguro para os resíduos
advindos da construção civil.

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