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ISSN: 2525-8761
DOI:10.34117/bjdv7n12-301
RESUMO
Resíduos sólidos é o tema desta pesquisa e o problema consiste no descarte inadequado
de resíduos sólidos domiciliares gerados pelo pós-consumo. A justificativa fundamenta-
se na dificuldade de conscientização da população para a reflexão e disposição em adotar
a mudança de hábitos. O objetivo principal do presente trabalho é o de sensibilizar
cidadãos quanto à necessidade do descarte responsável dos resíduos domiciliares para a
preservação do meio ambiente. A pesquisa bibliográfica foi adotada como metodologia e
destacada a legislação ambiental, artigos e livros em sítios eletrônicos de ministérios e
instituições reconhecidas como contribuição para o conhecimento multidisciplinar.
Apontou-se a educação ambiental como proposta de solução ao problema pela mudança
comportamental.
ABSTRACT
Solid waste is the subject of this research, and the problem consists of the inadequate
disposal of solid household waste generated by post-consumption. The justification is
based on the difficulty of raising awareness of the population to reflect and be willing to
adopt a change of habits. The main objective of this work is to make citizens aware of the
need for responsible disposal of household waste in order to preserve the environment.
The bibliographical research was adopted as methodology and highlighted the
environmental legislation, articles, and books on websites of ministries and institutions
recognized as contributing to the multidisciplinary knowledge. Environmental education
was pointed out as a proposed solution to the problem through behavioral change.
1 INTRODUÇÃO
Desde a revolução industrial iniciada na Inglaterra, no final do século XVIII e um
século após no Brasil, a produção industrial estimulou o consumo e este exigiu a
necessidade de explorar recursos ambientais de forma acelerada. Entretanto, os recursos
do planeta podem se tornar escassos. O modo de produzir com base na obtenção do lucro
expandiu a produção de bens e novos produtos como estímulo ao consumismo, que por
sua vez, incentiva o desperdício e a poluição do meio ambiente, sob todas as formas. Este
é o modelo de economia linear, produção-consumo-descarte. A principal solução contra
o colapso ambiental é o equilíbrio entre a sociedade, economia e natureza.
A Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que instituiu a Política Nacional de
Resíduos Sólidos – PNRS é a Lei ambiental mais abrangente sobre resíduos sólidos em
que a preocupação com os rejeitos gerados, a redução e o reaproveitamento, é o cerne de
seus objetivos e tem sido a forma de tratar a necessidade e a responsabilidade de toda a
sociedade com os resíduos que produz e o que pode ser reutilizado e reciclado. Em uma
dimensão mais ampla da presente pesquisa, destacam-se leis e artigos considerados mais
relevantes para o foco educativo proposto no trabalho. O presente trabalho foi alinhado
com alguns dos princípios presentes no Artigo 1º da Lei como os de prevenção, precaução
e consumo sustentável (BRASIL, 2010).
Verificam-se que os desafios e obstáculos que restringem a total execução da
PNRS estão principalmente localizados na burocracia para acesso aos recursos
financeiros e incentivos fiscais concedidos pela União, Estados e Munícipios. A
burocracia se estende também ao apoio à assinatura dos acordos setoriais à
implementação do Plano Nacional de Resíduos Sólidos – PLANARES (MMA, 2010). A
política de Estado garante a redução dos impactos ambientais e o aumento da consciência
coletiva sobre a importância do Consumo Racional dos Recursos Naturais. “[...] na
apropriação da natureza, há outros mecanismos de poder que promovem a aceitabilidade
da exploração territorial, dentre os quais [...] conciliação e harmonia entre exploração
capitalista da natureza e preservação ambiental [...]” (ASSIS, 2014, p. 616). Exemplifica-
se com as práticas de reflorestamento nas áreas em que atividades foram implementadas.
Alguns autores apontam a elevada dificuldade de se obter os benefícios de um
gerenciamento de resíduos sólidos efetivo:
Muito pouco se tem feito em relação ao gerenciamento de resíduos desde 2010.
Estes processos são carentes do apoio de ações do Estado, para que nas localidades, onde
os resultados sociais e econômicos ainda não surtiram o efeito necessário, o cumprimento
2 RESÍDUOS SÓLIDOS
No presente estudo, destaca-se a sustentabilidade ambiental cujo foco é a
preocupação com a utilização elevada e indiscriminada de recursos naturais na atualidade
que consiste em risco de escassez para as gerações futuras.
Segundo o IBAMA pela instrução normativa nº 13, de18 de dezembro de 2012,
entende-se por resíduos sólidos:todo material, substância, objeto ou bem descartado
resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se
propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem
como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o
seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d'água, ou exijam para isso
Se a geração de resíduos for mantida nesta faixa, serão gerados mais de 31,6 trilhões de
toneladas de RSU, no ano de 2042 (NASCIMENTO, 2015, p. 9).
Dentre as soluções, o consumo responsável, conter o desperdício, a correta
separação de resíduos enviados para a coleta e posterior reciclagem são atividades
antrópicas positivas que mitigam os efeitos do elevado volume de resíduos gerados pela
população (MEC/MMA/IDEC, 2005, p. 128).
O volume de geração de resíduos vem crescendo mais do que a taxa de
crescimento da população. “Dois fatores fomentam e multiplicam os impactos negativos
dos processos produtivos no meio ambiente, o aumento populacional e a intensificação
do consumo per capita. De acordo com o Living Planet Report” (MCLELLAN et. al.,
2014) (tradução nossa).
Segundo a ABRELPE - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e
Resíduos Especiais o Panorama de Resíduos Sólidos no Brasil (2017/2018) revela que
foram geradas 79 milhões de toneladas, em 2018. Desse montante, 92% (72,7 milhões)
foi coletado. Significa que 6,3 milhões de toneladas de resíduos não foram recolhidas
junto aos locais de geração. A destinação em aterros sanitários recebeu 59,5% dos
Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) coletados: 43,3 milhões de toneladas, um pequeno
avanço em relação ao cenário do ano anterior. O restante 29,5 milhões de toneladas
(40,5%) foi despejado em locais inadequados, lixões ou aterros controlados, por 3.001
municípios. que não contam com a proteção à saúde das pessoas e o meio ambiente contra
danos e degradações (ABRELPE, 2020, p.11).
contratos de Parceria Público-Privada (PPP), que permitem soluções de longo prazo, com
investimentos em infraestruturas e soluções avançadas (ABRELPE, 2015).
3 LOGÍSTICA REVERSA
Redução de recursos naturais como matéria-prima é um ponto importante quando
se trata de impactos ambientais. As empresas perceberam a logística reversa como
estratégia de elevar o lucro e meio de participarem do mercado cada dia mais competitivo.
A logística reversa foi definida no Art. 3, inciso XII da PNRS como:
Um instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um
conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição
dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para aproveitamento, em seu ciclo ou em outros
ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada (PNRS, 2010).
A Logística Reversa é a área da Logística Empresarial que planeja, opera e
controla o fluxo do retorno dos bens ao ciclo produtivo e as informações logísticas
correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda por defeitos em geral, assistência
técnica, legislação, recall. e dos bens de pós – consumo que atingiram o fim de vida útil
e obsoletos, como exemplo, os televisores, através dos Canais de Distribuição Reversos
(LEITE, 2002).
A logística reversa, seja de pós-venda ou de pós-consumo utiliza processos para
economizar recursos naturais com o intuito de proteger o meio ambiente e preservá-lo
para as gerações futuras.
Mudanças bruscas no formato de produção, na Divisão Internacional do Trabalho
e na programação ambiental, uma vez que visualiza os produtos de consumo no fim da
vida útil não enquanto lixo, e sim, como matéria-prima a ser reaproveitada, transformada
e reciclada para gerar novos produtos (XAVIER, 2013, p. 236).
Cresce a legislação de proteção ao consumidor final, sobre o retorno de diferentes
produtos através da Logística Reversa. Segundo Leite (2012, p.183) torna-se cada vez
mais difícil ignorar o fluxo de produtos não consumidos ou com pouco uso que retornam
ao longo das cadeias de suprimentos, assim como o de produtos já consumidos que
retornam por meio de cadeias reversas especializadas.
4 ECONOMIA CIRCULAR
A revolução industrial no Brasil começou em meados do século XIX, um século
após ter iniciado na Inglaterra, por época da crise do café e os cafeicultores direcionaram
seus investimentos para o setor industrial. Desde então, a produção de bens e,
consequentemente, o consumo se expandiram. A extração de recursos naturais
acompanhou a aceleração do consumo acentuado por parte da sociedade. Instalou-se a
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa bibliográfica apresentada no presente estudo forneceu informações e
esclarecimentos importantes que formam um conjunto de aprendizagens, pelo grau da
multiplicidade.
Em respeito à legislação, as diretrizes instituídas pelas leis, elencadas neste texto,
atribuem à educação ambiental a função norteadora das ações que devem ser praticadas
com base nos preceitos legais a fim de atender à ética indispensável ao convívio social e
à cidadania.
O sucesso concentra-se, fundamentalmente, no aprendizado que incentiva a
mudança de mentalidade e comportamentos. A existência de práticas consistentes por
parte de toda a sociedade resultará além da redução do descarte inadequado de resíduos,
também da degradação ambiental, do desperdício e do consumismo. A consciência
ecológica deve ser assimilada pelas sociedades humanas. Os impactos ambientais
positivos e negativos referentes ao tema resíduos sólidos, recicláveis ou reutilizáveis e
rejeitos, devem ser abordados desde a pré-escola para que haja a conscientização
espontânea na infância.
Os diagnósticos da atual situação dos resíduos sólidos nos Estados são de
responsabilidade dos órgãos públicos e dos municípios respectivos aos Entes Federados,
entretanto que a iniciativa privada, sociedades civis e a população possam efetivamente
acessar informações com maior transparência e compartilharem as informações, a fim de
implementarem ações práticas com maior presteza e rapidez, eliminando a morosidade
exacerbada advinda da burocracia, isto é, materializar os objetivos que estão dispostos
nas Leis, Decretos, Normas, e todo o acervo que compõe a legislação ambiental atual de
forma pró ativa.
Contemplar procedimentos para o consumo com soluções sustentáveis trazem
benefícios sociais e ambientais e precisam ser adotados.
Por fim, envolver todos os atores na missão de preservar o meio ambiente com o
intuito de se obter resultados futuros como o atendimento às necessidades fundamentais,
considerando as potencialidades dos sujeitos e as especificidades locais.
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