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MAGNÓLIA DOS ANJOS

CRBIO101446 BIÓLOGA

PLANO DE GERENCIAMENTOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS


PALADAR COMÉRCIO E VAREJO
MAGNÓLIA DOS ANJOS
CRBIO101446

Atualmente a excessiva geração de resíduos sólidos é um problema constante,


grande parte dessa geração se deve ao desenvolvimento das cidades e precisa ser
controlada e gerenciada de maneira adequada para minimizar o impacto ao meio
ambiente e a saúde pública. Após a publicação da Política Nacional dos Resíduos
Sólidos, algumas medidas importantes foram estabelecidas, como deveres específicos
ao governo, empresas e à população no que diz respeito ao gerenciamento de resíduos
sólidos. Diante disso, o presente trabalho traz uma Proposta de um Plano de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) para uma empresa de serviços de
distribuição de alimentos, buscando a melhoria do gerenciamento dos resíduos sólidos
gerados no empreendimento.
Primeiramente analisou-se a situação atual do empreendimento, como seus
resíduos gerados, pontos de geração, segregação, acondicionamento, coleta e
destinação final deles. Depois de feita está análise preliminar, foi realizada em duas
semanas a quantificação dos resíduos.
Como melhorias para o gerenciamento dos resíduos foram sugeridas algumas
medidas como: posicionamento adequado dos recipientes coletores assim como sua
identificação através do código de cores estabelecida pela Resolução CONAMA n° 275
de 2001 segregação e acondicionamento correto dos resíduos recicláveis e não
recicláveis para facilitar o trabalho da coleta pública e seletiva do município. Tais
medidas são muito importantes, mas somente funcionarão com um constante
monitoramento, iniciativas de educação ambiental dos funcionários e atualização
periódica do PGRS, visando sempre a melhoria no controle e minimização da geração
dos resíduos.
Palavras-chave: resíduos sólidos, composição gravimétrica, serviços de
distribuição de alimentos.

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1 INTRODUÇÃO
Um dos grandes desafios que se defronta com sociedade atual é a excessiva
geração e a disposição final ambientalmente segura aos resíduos. A preocupação
mundial com os resíduos sólidos é devido ao gerenciamento inadequado e a falta de
infraestrutura para a disposição final (JACOBI; BESEN, 2011).
Os resíduos sólidos necessitam de um tratamento apropriado devido àsgraves
consequências que podem vir a ocorrer, como a contaminação do solo,
comprometimento dos lençóis freáticos e mananciais superficiais, poluição do ar,
proliferação dos vetores de doenças entre outros problemas.
A gestão de resíduos sólidos urbanos é marcada pela complexidade devido as
suas diversidades e composições, oriundos das mais diversas atividades. Esta
complexidade exige o envolvimento das autoridades públicas, além de necessitar de
uma constante fiscalização e principalmente a conscientização e ações positivas de toda
população. Assim as consequências e os impactos ao meio ambiente e a saúde pública
serão minimizados (DIAS; SANTIAGO, 2012).
Através da Política Nacional de Resíduos Sólidos, publicada em 2010 o cenário
dos resíduos sólidos trouxe algumas mudanças, no que se refere às responsabilidades
do poder público e do cidadão. Os municípios estão investindo cada vez mais no
gerenciamento de resíduos sólidos, como instalação de aterros sanitários, coleta
seletiva e por isso, é importante conhecer as características dos resíduos sólidos
gerados, para que se possa fazer um dimensionamento adequado desse sistema e
conhecer a potencialidade para a reciclagem.
O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) é um dos documentos
mais importantes para se obter sucesso no manejo dos resíduos sólidos, pois é baseado
nos princípios da não geração e minimização da geração, apontando ações de como
devem ser feitos a segregação, acondicionamento, transporte, armazenamento e
disposição final dos resíduos (MEDEIROS, 2002).
O presente estudo tem a finalidade de propor um Plano de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos para uma empresa de serviços de distribuição de alimentos, reunindo
informações e metodologias para a minimização da geração e um manejo adequado
aos resíduos sólidos.
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Elaborar um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos para uma empresa
do setor de distribuição de alimentos, buscando melhorias através do manejo adequado
dos resíduos sólidos gerados pelas atividades do empreendimento.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Analisar os processos atuais do empreendimento;
Identificar, enquadrar e quantificar os resíduos gerados pela empresa;
Elaborar uma proposta de gerenciamento de resíduos sólidos.

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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 RESÍDUOS SÓLIDOS E SUAS LEGISLAÇÕES PERTINENTES


A população mundial está em constante crescimento, gerando assim grandes
quantidades de “lixo” diariamente. No Brasil são gerados aproximadamente cerca de
230 mil toneladas de resíduos todos os dias, sendo que boa parte destes não recebem
o devido tratamento, resultando em prejuízos a saúde pública recorrentes da poluição
do solo, ar e das águas (SANTOS; SOUZA, 2012).
Para que ocorra o manejo adequado dos resíduos sólidos é necessário que haja
a conscientização da população através de meios de comunicação e principalmente
através do comprometimento do poder público.
Em relação às políticas públicas em nível federal envolvendo resíduos sólidos, o
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) do Ministério do Meio Ambiente é o
órgão principal, que contribui na normatização do gerenciamento dos resíduos, a
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), também atua nas normatizações
relativas ao tema. Outra legislação importante na esfera federal é a Política Nacional de
Resíduos Sólidos de 2010. As legislações federais por abarcarem todo território nacional
servem de diretrizes básicas para elaboração e formulação de leis estaduais e
municipais (SILVA, 2013).
A Lei Federal n° 12.305 de 02 de agosto de 2010 (BRASIL, 2010) é considerado
um marco histórico na legislação brasileira, pois estabelece a Política Nacional de
Resíduos Sólidos (PNRS), que traz as diretrizes para o gerenciamento adequado dos
resíduos em todo o território nacional, onde também define resíduos sólidos, como:
“Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em
sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado
a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes
e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de
esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente
inviáveis em face da melhor tecnologia disponível”.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos tem como principal objetivo o
desenvolvimento sustentável, onde estabelece princípios e instrumentos, bem como
sobre as diretrizes à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos,
informando as responsabilidades dos geradores, do poder público e dos consumidores.
Define também ações preventivas, princípios do poluidor pagador, importância da
educação ambiental além do reconhecimento dos resíduos sólidos como um bem
econômico e de valor social que deve receber tratamento adequado (BRASIL, 2010).
Outros deveres por parte do poder público, empresas privadas e toda população ficaram
estabelecidos após a instituição da Política Nacional de Resíduos Sólidos, como:
- No Art. 15 da PNRS fica determinado que a União deve elaborar um Plano Nacional
de Resíduos Sólidos, fornecendo uma avaliação situacional do Brasil, apresentando
programas, projetos e ações para atingir metas previstas de redução, reutilização e
reciclagem, de forma a reduzir a quantidade produzida de resíduos encaminhados para
destinação final ambientalmente correta.

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- Os estados e municípios brasileiros deverão elaborar seus Planos de Resíduos


Sólidos, os quais deverão ter como base o diagnóstico da situação atual, a
caracterização e as formas de destinação final adotadas. Devem ser previstas metas de
não geração, redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem, entre outras, visando
reduzir a quantidade de rejeitos a serem encaminhados para a disposição final.
- Ainda nos termos da Lei 12.305, os planos devem ser elaborados de forma
participativa e clara, com seus conteúdos também articulados com outras leis
relacionadas aos resíduos sólidos, como condição para o acesso dos recursos da União
destinados a gestão de resíduos e à limpeza urbana.
- Instituição da responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos,
envolvendo desde os fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes até o
cidadão e os titulares de serviços de manejo dos resíduos sólidos urbanos na logística
reversa dos resíduos e embalagens pós-consumo.
De acordo com a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988), todos tem direito
ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, contudo aqueles que praticarem ações
lesivas a ele, sendo elas pessoas físicas ou jurídicas, estarão sujeitos a penalizações.
Portanto, a gestão inadequada dos resíduos sólidos pode levar seus responsáveis ao
pagamento de multas e sanções penais e administrativas além dos danos ao meio
ambiente, sendo que a melhor ideologia a ser seguida é a prevenção.

3.2 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS


Devido a crescente preocupação da sociedade com as questões ambientais e
ao desenvolvimento sustentável a Associação Brasileira de Normas Técnicas criou a
NBR 10.004/2004 revisando a NBR 10.004/1987, visando aperfeiçoá-la para fornecer
subsídios ao gerenciamento de resíduos sólidos (ASSOCIAÇÃO..., 2004).
A classificação dos resíduos sólidos envolve a identificação do processo ou
atividade que lhe deu origem, de seus constituintes e características e a comparação
destes constituintes com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao
meio ambiente é conhecido. A identificação dos constituintes na caracterização do
resíduo deve ser estabelecida de acordo com as matérias primas, insumos e o processo
que lhe deu origem (ASSOCIAÇÃO..., 2004).
Os resíduos sólidos podem ser classificados basicamente de três maneiras,
quanto à origem, biodegrabilidade e periculosidade. Em função do grau de perigo
desses resíduos a ABNT propõe a seguinte classificação:
- Resíduo Classe I (perigosos): São resíduos que apresentam risco a saúde
pública e/ou ao meio ambiente, ou ainda que constem no anexo A ou B da NBR
10.004/2004. Suas características são: Inflamabilidade, corrosividade, reatividade,
toxicidade e patogenicidade.

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Os Resíduos não perigosos são classificados de duas formas:


- Resíduo Classe II A (não-inertes): São aqueles que não se enquadram como classe
I ou classe II B. Podem apresentar propriedades tais como: combustibilidade,
biodegrabilidade ou solubilidade em água.
- Resíduo Classe II B (inertes): São aqueles resíduos que submetidos a um contato
dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente,
conforme ABNT NBR 10.006/2004, não tiveram nenhum de seus constituintes
solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água,
excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor, conforme o anexo G da ABNT
10.004/2004.
Além dos seus anexos, a NBR 10.004/2004 apresenta como complementação
outras normas que definem: os procedimentos para a obtenção de extrato lixiviado de
resíduos sólidos (NBR 10.005/2004), procedimentos para obtenção de extrato
solubilizado de resíduos sólidos (NBR 10.006/2004) e procedimentos de amostragem
de resíduos sólidos (NBR 10.007/2004). Para facilitar a classificação dos resíduos
sólidos, a Figura 1 que é também disponibilizada pela ABNT, apresenta um fluxograma
geral para caracterizar e classificar os resíduos:

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Fonte: ABNT (2004).

A classificação quanto à origem segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos


(PNRS), instituída pela Lei Federal n° 12.305, de 02 de agosto de 2010 (BRASIL,
2010), podem ser agrupados em onze classes:

- Resíduos domiciliares: são os resíduos gerados em casas, apartamentos e


condomínios, provenientes de atividades diárias;
- Resíduos de limpeza urbana: são os resíduos presentes nos logradouros
públicos, originários da varrição e outros serviços de limpeza;
- Resíduos sólidos urbanos: que englobam os dois tópicos anteriores
- Resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: são os
resíduos gerados em estabelecimentos comerciais;

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- Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: são os resíduos


gerados nessas atividades, com exceção dos resíduos sólidos urbanos;
- Resíduos industriais: são resíduos gerados em indústrias e seu processo
produtivo;
- Resíduos de serviços de saúde: são os resíduos gerados em serviços de
saúde, de acordo com Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e Sistema
Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS);
- Resíduos de construção civil: são todos os resíduos gerados em construções,
reformas, demolições, reparos e também os provenientes de escavação para
preparação do terreno;
- Resíduos agrossilvopastoris: são os resíduos gerados nas atividades
agropecuárias e silviculturais;
- Resíduos de serviços de transportes: são os resíduos gerados em portos,
aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários, ferroviários e de fronteiras;
- Resíduos de mineração: são os resíduos gerados nas atividades de mineração,
desde pesquisas, extração ou beneficiamento;

3.3 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS


Para o sucesso do gerenciamento dos resíduos sólidos são necessárias ações
conjuntas entre empresas privadas, poder público e toda a população. A gestão
integrada inclui como seu principal elemento a redução da geração dos resíduos,
seguido do reaproveitamento, coleta seletiva para a reciclagem com inclusão de
catadores de materiais recicláveis, acondicionamento, coleta, transporte, tratamento,
recuperação de energia e a destinação final dos resíduos (NUNESMAIA, 2002).
Os resíduos sólidos possuem várias denominações, origens diferenciadas e
diversas composições. Com isso a gestão dessa variedade de resíduos tem
responsabilidade definidas em legislações específicas e implica sistemas diferenciados
de coleta, tratamento e disposição final. O poder público além de gerenciar os próprios
resíduos sólidos gerados por suas atividades deve orientar o fluxo dos resíduos no
município (JACOBI; BESEN, 2006).
De acordo com a PNRS Lei 12.305/2010, gerenciamento de resíduos sólidos é
o conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte,
transbordo, tratamento e destinação final adequada dos resíduos sólidos e também
disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com o plano
municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou através do plano de
gerenciamento de resíduos sólidos (BRASIL, 2010).
Um dos grandes objetivos da PNRS (BRASIL, 2010), além da proteção da saúde
pública e da qualidade ambiental, é a integração dos catadores de materiais reutilizáveis
e recicláveis nas ações que envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de

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vida dos produtos. A intenção deste objetivo é principalmente a melhoria do


gerenciamento de resíduos sólidos no Brasil como um todo, através da capacitação dos
catadores para melhorar a quantidade de material reciclável a ser separado, promover
sua contratação, via poder público municipal, para prestação de serviço de coleta e
beneficiamento visando à reciclagem.
Constata-se que a PNRS tem como objetivo orientar o setor público e privado e
a comunidade em geral sobre as formas de tratamento e destinação final do material
que é produzido, consumido e descartado pela sociedade compartilhando a
responsabilidade pelo ciclo de vida do produto, gerando obrigações e comprometimento
de toda a sociedade (SILVA, 2013).
Ainda segundo Silva (2013), o destino ambientalmente correto e seguro
dependem de diferentes operações sucessivas e complementares definidas segundo o
processo tecnológico adotado. A sequência das operações precisa ser executada por
diferentes agentes dos setores público, privado e da sociedade. Mas para isso, é
necessário desenvolver formas organizacionais e de gestão inovadoras de
coordenação.
O gerenciamento de resíduos sólidos sofreu algumas alterações após a
instituição da Lei n° 12.305 de 2010 (PNRS), onde ficou determinado a desativação dos
“lixões” até o ano de 2014 obrigando os municípios a instalarem aterros sanitários, o
estabelecimento da logística reversa e também apoio a coleta seletiva, seguido da
reciclagem e outros processos de reutilização (BRASIL, 2010).
Mesmo depois da instituição da PNRS em 2010, grande parte dos resíduos
sólidos urbanos gerados no Brasil ainda recebe uma destinação final inadequada, como
lixão e aterro controlado, que do ponto de vista ambiental pouco se diferenciam dos
próprios lixões, pois não possuem um conjunto de sistemas necessários para proteção
do meio ambiente e da saúde pública (ABRELPE, 2012).
Comparando os anos de 2011 e 2012, o sistema de coleta de RSU no Brasil
houve uma pequena melhora, com aumento de 1,9% na quantidade de RSU coletados
em 2012 relativamente a 2011, mostrando uma discreta evolução na cobertura dos
serviços de coleta, chegando a 90,17%, o que indica que o país caminha, ao menos,
para universalizar esses serviços (ABRELPE, 2012).
Em relação à coleta seletiva realizada no Brasil, cerca de 60 % dos municípios
registraram alguma iniciativa em 2012. Embora seja expressiva a quantidade de
municípios com iniciativas de coleta seletiva, convém salientar que muitas vezes estas
atividades resumem-se à disponibilização de pontos de entrega voluntária ou convênios
com cooperativas de catadores, que não abrangem a totalidade do território ou da
população do município (ABRELPE, 2012).

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. Iniciativas de coleta seletiva nos municípios em 2012 – Regiões e Brasil (inicio da Lei
12.305/2010).

Destinação Final dos Municípios com Municípios sem


RSU iniciativas iniciativas
Norte 47,4% 52,6%
Nordeste 37,8% 62,2%
Centro-Oeste 31,8% 68,2%
Sudeste 80,5% 19,5%
Sul 79,5% 20,5%
Brasil 59,8% 40,2%
FONTE PROPRIA ADAPTADA 02/2022

Segundo Libânio (2002) os principais sistemas de tratamento dos resíduos


sólidos urbanos são a incineração, compostagem, reciclagem, todos com a finalidade
de tratar os mais variados tipos de resíduos gerados das mais diversas atividades ou
serem encaminhados aos aterros sanitários como disposição final.
Entretanto, a minimização da geração de resíduos sólidos é a questão crucial e
definitiva para o desenvolvimento sustentável da sociedade atual e futura, mas para que
essa ideologia funcione são necessárias diversas ações integradas. E para aqueles
resíduos que não se mostrem potencialmente recuperáveis, seja pela inexistência de
tecnologias economicamente viáveis ou pela indisponibilidade das mesmas os sistemas
de tratamento descritos acima podem ser uma solução (LIBÂNIO, 2002).

3.4 EMPREENDIMENTO DE SERVIÇOS DE DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS

O município de Capão da Canoa possui coleta seletiva, mas são poucas


distribuidoras que realizam a separação total e destinação correta dos resíduos. Os
maiores obstáculos ao melhor aproveitamento dos subprodutos gerados nestas
empresas são a ausência de agentes articuladores que possam estabelecer e manter
contato entre quem gera os resíduos e quem pode efetivamente aproveitá-los (BILCK
et. al., 2009).
Estabelecimentos comerciais não se enquadram como grandes gerados de
resíduos sólidos como as indústrias, portos, aeroportos entre outros. Segundo Monteiro
et al., (2001) são classificados como pequenos geradores aqueles empreendimentos
que geram até 120L de resíduos por dia, e grandes geradores quando o volume é
superior a 120L.
Em empreendimentos de serviços de distribuição de alimentos a grande geração
de resíduos recicláveis.
Os resíduos gerados em empresas deste ramo são basicamente caracterizados
por: papel/papelão, vidro, latas, plásticos (KINASZ; WERLE, 2008).
Em razão desta variedade e quantidade de resíduos gerados nestes
empreendimentos o gerenciamento acaba sendo essencial para se evitar desperdícios
e consequentemente prejuízos ao empreendedor, mas acima de tudo as empresas

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precisam entender que a questão ambiental não somente melhora a sua imagem
perante a sociedade, mas também é um comportamento ético (SILVA, 2008).
4 MATERIAL E MÉTODOS
A proposta de elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
(PGRS) foi realizada em uma distribuidora de alimentos A. A. D. LOPES
ALIMENTICIOS - Paladar Comércio e Varejo na cidade de Capão da Canoa - RS,
que é um Comércio atacadista e varejista de mercadorias em geral, com predominância
de produtos alimentícios e embalagens – supermercados.

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4.1 LEVANTAMENTO DAS INFORMAÇÕES ATUAIS DO EMPREENDIMENTO

Na elaboração do Diagnóstico da Situação Atual, primeiramente realizou-se


um levantamento de informações gerais sobre o empreendimento, sendo ainda para
realizar a proposta de manejo de Resíduos sólidos da distribuidora, foram observados
os meios de produção identificando os pontos geradores de resíduos.
Para a etapa de quantificação houve a segregação inicial dos resíduos, em
orgânicos e recicláveis, pelos funcionários da distribuidora em respectivos locais
determinados antes da geração dos resíduos, facilitando o manuseio e melhorando a
qualidade do material para destinação, possibilitando a separação em resíduos
recicláveis, orgânico, sanitário, perigosos e não perigosos.
Os resíduos segregados e identificados foram classificados de acordo com
a ABNT NBR 10.004/04 e CONAMA 313/02, para análise e proposta que pudessem
aperfeiçoar o gerenciamento dos resíduos sólidos na distribuidora.

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL
A distribuidora conta com um quadro de 25 funcionários, comercializando em
atacado e varejo produtos alimentícios, com horário de funcionamento das 8h30min às
12h00h turno da manhã e das 14:00h às 18:3 min turno da tarde.
O espaço da área de atendimento tem capacidade de alocar aproximadamente
85 pessoas, sendo a estrutura da empresa composta por escritório, área de cozinha/
refeição, área de armazenamento das mercadorias e depósito de mercadorias e tendo
uma área construída de aproximadamente 652,81 m².
As principais atividades realizadas no empreendimento são a compra em grande
escala de alimentos e bebidas, armazenamento e revenda das mesmas.

COMPRA DE MERCAORIAS

ARMZENAMENTO

DISTRIBUIÇÃO / REVENDA

CLIENTE
FONTE PROPRIA 02/2022

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5.2 IDENTIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DOS PONTOS GERADORES DE


RESÍDUOS
O empreendimento possui cinco setores geradores de resíduos sólidos: escritório, área
de atendimento, banheiros, área de depósito e cozinha.
Observou-se que os recipientes presentes nos cinco setores do empreendimento estão
alocados para receber qualquer tipo de resíduos
De acordo com os setores pode-se esperar a geração de resíduos da seguinte forma:
Área de atendimento: papel, papelão, plástico e latas de alumínio de bebidas.
Escritório: papéis como sulfite, papel colorido, revista e jornal e plástico como garrafas
pet e sacolas plásticas.
Banheiro: papel toalha e papel higiênico.
Depósito: papelão, plástico
Cozinha: sobras de alimentos.

FONTE PROPRIA 02/2022

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A identificação e quantificação dos resíduos gerados no restaurante são


apresentadas na Tabela, onde se calculou a média mensal.

RESÍDUO 1ºDIA 2ºDIA 3ºDIA 4ºDIA 5ºDIA 6ºDIA 7ºDIA MÉDIA


kg MENSAL
kg
RESÍDUO 0.305 0.305 0.300 0.296 0.350 0.350 0.330 8.400
ORGANICO
RESÍDUO 0.290 0.405 0.290 0.400 0.350 0.329 0.340 8.560
METAL
(LATAS
VAZIAS
RESÍDUO 3.085 2.990 3.000 2.999 3.805 3.950 3.805 98.890
PAPEL
RESÍDUO 4.050 3.890 3.405 3.990 4.305 4.192 4.200 109.000
PAPELÃO
RESÍDUO 2.895 1.699 2.000 3.885 3.998 4.010 3.885 101.000
PLASTICO
RESÍDUO 0.655 0.660 0.446 0.780 1.000 1.530 0.769 19.998
CINSA

FONTE PROPRIA 02/2022

A quantificação demonstra uma maior geração de resíduos nos últimos dias da


pesquisa dias 24, 25, 26 e 28 de fevereiro de 2022, caracterizando um maior consumo
nos feriados e finais de semana dos produtos comercializados.
Os resíduos gerados nos banheiros são papel toalha e papel higiênico,
descartados após a higienização dos clientes.

5.3 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS SEGUNDO A RESOLUÇÃO


CONAMA 313/02 E A NBR 10.004/04.
Os resíduos foram classificados seguindo a Resolução CONAMA Nº313/02 e NBR
10.004/04, com o propósito de verificar a periculosidade dos resíduos gerados no
restaurante quanto à saúde humana e ao meio ambiente.
ITEM TIPO DE CLASSE CLASSE NBR
RESÍDUO CONAMMA 313/02 10.004/04
1 RESÍDUO A001 II-A
ORGANICO
2 RESÍDUO METAL A104 II-B
(LATAS VAZIAS)
3 RESÍDUO PAPEL A006 II-A
PAPELÃO
4 RESÍDUO A207 II-B
PLASTICO
5 RESÍDUO CINZA A099 IIA
SANITÁRIO
6 LAMPADAS D099 I
FONTE PRÓPRIA 02/2022

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O empreendimento gera resíduos de diferentes classes, classificados segundo


a NBR 10.004, como II-A – Não perigosos e Não Inertes, tais como os resíduos
orgânicos, papel e papelão e rejeitos sanitários. Também são gerados resíduos II-B –
Não perigosos e Inertes, tais como recicláveis. E resíduos perigosos classe I, como as
lâmpadas.

6 PROPOSTA DE MANEJO DOS RESÍDUOS


O diagnóstico da situação atual em relação aos resíduos gerados no
empreendimento serve de base para a proposta de um plano de gerenciamento de
resíduos para a minimização, segregação, acondicionamento e destinação final.
Nesse sentido, os funcionários devem passar por treinamento para que ocorra o
correto funcionamento do plano de gerenciamento dos resíduos.

6.1 PROPOSTA DE SEGREGAÇÃO


A segregação deve ocorrer de acordo com a classificação e destinação, evitando
a deposição de resíduos em coletores incorretos contaminando e dificultando sua
correta disposição final. Cada setor deve ser responsável pela segregação, facilitando
para que o responsável pela limpeza não misture os resíduos.
O empreendimento deve estabelecer, pelo tipo de resíduos gerados, a
segregação em cinco partes, da seguinte forma:
Recicláveis: Materiais os quais não possuem em sua composição ou não entraram em
contato com produtos contaminados, como papel, papelão, rascunhos, embalagens de
plástico/metal e resíduos de vidro.
Quanto à segregação dos resíduos, são recicláveis apenas papéis identificados
como papel rascunho, jornais, revistas e papel impresso; e não recicláveis, os
metalizados e papéis plastificados.
Quanto aos plásticos, podem ser citados como recicláveis: os sacos e sacolas,
embalagens de produto de limpeza e potes; e os não recicláveis: adesivos, papel
celofane e esponja de cozinha.
Orgânicos: Sobras do preparo das refeições.
Resíduo cinza/sanitários: Provenientes dos sanitários da organização, tais como papel
toalha e papel higiênico.
Resíduos perigosos (lâmpadas): Provenientes da substituição de lâmpadas
queimadas das dependências do empreendimento.

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6.2 PROPROSTA PARA ARMAZENAMENTO E DESTINAÇÃO


Os setores geradores de resíduos devem possuir número de coletores
satisfatório, podendo optar pelo uso de lixeiras com pedal e rodinhas, o que evita o
contato com as mãos e possível contaminação, e facilita a locomoção no setor gerador,
sendo identificados de acordo com o tipo de resíduo a ser descartado. Os coletores
devem ficar alocados em local coberto próximo aos pontos geradores de cada tipo de
resíduo, colaborando para a correta segregação e armazenamento, e não dificultando
as atividades dos funcionários.
Coletores alocados em locais descobertos devem conter tampas que impeçam
o acúmulo de água.

6.3 PROPOSTA DE AÇÃO CONTÍNUA


Após a implantação do plano de gerenciamento de resíduos sólidos, o
responsável deve estabelecer metas e objetivos futuros, tanto para ganhos econômicos
e melhorias ambientais, devendo criar indicadores a respeito dos resíduos sólidos que
represente como fundamento na avaliação do funcionamento do PGRS implantando.
Os indicadores devem ser criados durante a implantação do PGRS e reavaliados
ao longo do seu funcionamento, demonstrando a eficácia do funcionamento de todo
planejamento.
Alguns indicadores vinculados aos resíduos são:
Quantidade de material reciclado ao mês, devendo ser comparado com os próximos.
Valor de diminuição de resíduos não recicláveis, podendo o estabelecimento optar
por produtos que contenham em sua embalagem o símbolo reciclável.

7 PROPOSTA DE UM PLANO DE MONITORAMENTO DO PGRS


Visando manter o PGRS atualizado, o empreendimento deverá montar planilhas
para controle e quantificação dos seus resíduos gerados, desta forma será fácil verificar
os pontos falhos ou que deverão ser corrigidos no plano.
A indicação e nomeação de um responsável será outra medida que o
empreendimento deverá tomar, este funcionário se responsabilizará por verificar nos
setores o comprometimento dos demais funcionários quanto à segregação correta dos
resíduos, bem como a disposição destes.
O responsável deve se atualizar constantemente a respeito dos serviços de
coleta, manuseio, armazenamento e disposição final dos resíduos e outros que possam
aperfeiçoar o plano, oferecendo informações aos trabalhadores do local.
O empreendimento pode optar por conduzir aos empregados informações que
possam aperfeiçoar o PGRS, como educação ambiental e informativos ao
gerenciamento dos resíduos.

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CRBIO101446 BIÓLOGA

O monitoramento deve ser realizado constantemente, acompanhando ações


introduzidas e buscando ações corretivas.

8 CONCLUSÃO

Os dados levantados no estudo demonstram uma carência no empreendimento


em relação ao gerenciamento adequado de resíduos gerados.
Assim a distribuidora deve buscar reformular seus métodos de segregação,
armazenamento e destinação, adquirindo novas lixeiras apropriadas e buscando
conscientização entre os funcionários, demonstrando a importância nos processos de
segregação e da reciclagem dos resíduos, colaborando também com a coleta pública e
seletiva.

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MAGNÓLIA DOS ANJOS
CRBIO101446 BIÓLOGA

9 REFERÊNCIAS

BRASIL - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10004 - Resíduos


sólidos –Classificação, Brasília. 2004.
BRASIL. Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010. Política Nacional de Resíduos
Sólidos. Diário Oficial da União, Brasília, 02 ago. 2010.
BRASIL, Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional do Meio Ambiente,
CONAMA. Resolução CONAMA nº 275, de 25 de abril de 2001. Disponível
em:<http://www.mma.gov.br/port/conama/legislacao/CONAMA_RES_CONS_2001_27
5.pdf>. Acesso em 26 fev. 2022.
BRASIL. Constituição (1988). Art. 225 da Constituição da Republica Federativa
do Brasil. Brasilia, DF: Senado Federal, 1988.
BRASIL, Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional do Meio Ambiente,
CONAMA. Resolução CONAMA nº 313, de 29 de outubro de 2002. dispõe sobre o
inventário Nacional de Resíduos Sólidos industriais. Disponível
em:<http://www.mma.gov.br/port/conama/legislacao>. Acesso em 26 fev. 2022.
BRASIL. Lei nº 9.605 de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções
penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente,
e dá outras providências. Diário Oficial da União, 12 fev. 1998.
CHEHEBE, J.R. Analise do ciclo de vida de produtos; ferramenta gerencial da
ISO14000. Rio de janeiro, RJ: qualitymark, 2003.
IBGE. Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – 2008 Disponível
em:Disponível<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pns
b2008/PNSB_2008.pdf >. Acesso em: 26 fev. 2022
MAROUN, C. A Manual de Gerenciamento de Resíduos: guia de procedimentos
passo a passo. ISBM Rio de janeiro 2006. Disponível em:
<http://www.firjan.org.br/notas/media/manual_residuos2006. Acesso em 26 fev. 2022
MONTEIRO, J.H. IBAM. Manual de gerenciamento integrado de resíduos
sólidos. Instituto Brasileiro de Administração Municipal. Rio de Janeiro: IBAM, 2001

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