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Ourinhos – SP
Outubro/2012
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“Júlio de Mesquita Filho”
Campus de Ourinhos
Ourinhos – SP
Outubro/2012
AGRADECIMENTOS
Quando nos dedicamos a realizar uma tarefa temos que contar com o apoio
daqueles que convivem conosco, pois estas pessoas que estarão muitas vezes ao nosso
lado, mas sabem que nossa mente viaja pelos questionamentos e soluções tentando
encontrar o meio mais correto e elegante de atingirmos nosso objetivo.
Assim agradeço minha família, Maria José, Victor e Edith que estavam ao meu
lado cuidando para que minha missão terminasse como imaginei.
Agradeço também a todos os professores do curso que nos transmitiram seu
conhecimento e ética e e principalmente ao Prof. Dr. Rodrigo Lilla Manzione que
muitas vezes perdeu a esperança que este relatório terminasse, mas teve paciência de
esperar que conseguisse terminar minha meta.
ii
RESUMO
Este trabalho, sobre as mudanças do uso do solo ocorridas entre 1954 e 2012 na
bacia hidrográfica do Ribeirão Fundo, foi idealizado e executado para que seja a
semente de um plano de aproveitamento racional do manancial que abastece quase cem
mil pessoas com água de qualidade e quantidade. Para conseguir que estes
levantamentos fossem realizados com fidelidade às realidades das épocas estudadas,
foram utilizados diversos levantamentos e com a ajuda de Geoprocessamento foi
possível que todos se encaixassem e permitissem alcançar os objetivos pretendidos.
iii
ABSTRACT
This paper, about the changes in land use occurred between 1954 and 2012 in the
drainage basin of Ribeirão Fundo, was idealized and executed to be the seed of a
rational recovery plan for river source that supplies nearly one hundred thousand people
with water of quality and quantity. To achieve this surveys were conducted with fidelity
to the realities of the studied times, several surveys were used and with the help of
geoprocessing was possible that all things would fit and allow achieving the desired
goals.
iv
LISTA DE FIGURAS
Pag.
1 Modelo de Geossistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
2 Localização da Bacia e do Município no Estado .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
3 Localização da Bacia na UGRHI 14 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
4 Vista Obliqua da Bacia do Ribeirão Fundo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
5 Área de lavra da Cia de Cimento Itaú. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
6 Mapa Geológico do Estado de São Paulo. Escala 1:500.000 (Ampliada). . . . 11
7 Localização da bacia sobre o aquíferos Tubarão e Cristalino. . . . . . . . . . . . . 12
8 Levantamento Pedológico do município de Itapeva (detalhe) . . . . . . . . . . . . 16
9 Diagrama das Temperaturas médias para Itapeva e outras cidades
da Região de Sorocaba . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
10 Diagrama das Precipitações para Itapeva e outras cidades
da Região de Sorocaba. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
11 Levantamento Planialtimétrico da Bacia do Ribeirão Fundo. . . . . . . . . . . . . 19
12 Tela do site Regionalização Hidrológica do Estado de São Paulo . . . . . . . . 20
13 Perfil Longitudinal do canal do Ribeirão Fundo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
14 Hierarquia fluvial da rede de drenagem da Bacia do Ribeirão Fundo . . . . . . 25
15 Modelo Hipsométrico GDEM Sensor Aster . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
16 Mapa das classes de declive . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
17 Detalhe da Carta 1:10000 – DAEE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
18 Legenda Carta DAEE 1954/55 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
19 Gráfico das porcentagens do Uso do Solo pelo Levantamento 1954/55 . . . . 31
20 Planta de Uso do Solo em 1954/55 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
21 Aerofoto 1:30000 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
22 Áreas e porcentagens dos Usos do Solo em 2012. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
23 Planta de Uso Atual do Solo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
24 Detalhe da Planta da Região de Sorocaba do Levantamento da Cobertura
Vegetal e do Reflorestamento do Estado de São Paulo (1974). . . . . . . . . . . . 37
25 Detalhe do Inventario Florestal do Estado de São Paulo (Atlas),
mostrando a área de interesse . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
26 Quadro Comparativo das porcentagens plantadas em 1954 e 2012 . . . . . . . . . 39
v
28 Várzeas próximas à cabeceira do Ribeirão Fundo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
29 Áreas urbanas de Itapeva e Alto da Brancal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
30 Detalhe da planta da Lei de Uso e Ocupação do Solo na região onde o
Ribeirão Fundo atravessa a Zona Urbana de Itapeva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
31 Parque Pilão D’Água, local de captação de água para abastecimento
da zona urbana do município de Itapeva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
vi
LISTA DE TABELAS
vii
SUMÁRIO
Pag.
2. METODOLOGIA DE TRABALHO............................................................................ 4
9. BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 45
ANEXOS ........................................................................................................................ 47
viii
ix
1. INTRODUÇÃO E OBJETIVOS
1
Apoiado nesse referencial teórico este trabalho teve como objetivo estudar as
modificações no uso e ocupação do solo na Bacia do Ribeirão Fundo, município de
Itapeva (SP) no período de 1954 até 2012. Esta região do é motivo de polêmicas entre a
população, pois acolhe o Ribeirão Fundo, fornecedor da água que abastece a cidade.
Esta bacia ainda é bem preservada, sem grandes fontes poluidoras e merece um estudo
evolutivo do uso do solo que desmistifique ou confirme algumas afirmações e conceitos
hoje comuns entre os habitantes da cidade. O trabalho pode mostrar direções para ações
de preservação da bacia e ser elemento importante na proposição de ações
metodológicas técnicas, sociais e educacionais para condução de futuros trabalhos, seja
como trabalho inicial na organização de audiências publicas, necessários ao correto
diagnóstico e proposição de ações na preservação deste ribeirão, importante fornecedor
de recursos hídricos à área urbana da cidade.
Este trabalho não é sobre como utilizar o método GTP na área de estudo, mas foi
elaborado para ser um dos elementos importantes para o entendimento da evolução da
paisagem e proposição das diversas etapas necessárias a transformar a área numa região
preservada, sem descaracterizar as ações socioeconômicas hoje executadas ali.
• Conservar a qualidade dos corpos d’água da bacia, propondo medidas para uso
racional da água.
2
Segundo Lima (1976), o comportamento hidrológico de uma bacia hidrográfica
é função de suas características morfológicas, ou seja, área, forma, topografia, geologia,
solo, cobertura vegetal, ações antrópicas etc. A fim de entender as inter-relações
existentes entre esses fatores de forma e os processos hidrológicos de uma bacia
hidrográfica, tornam-se necessários expressar as características da bacia em termos
quantitativos.
3
2. METODOLOGIA DE TRABALHO
4
Cartas do Brasil 1:50000 – IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, utilizado como base cartográfica.
5
3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
6
Esta região está na UGRHI (Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos)
14, Alto Paranapanema, conhecida pelo seu alto grau de conservação ambiental e por
ser a cabeceira de um dos rios mais importantes dos Estados de São Paulo e do Paraná
(Figura 3). É conhecida na região por sua beleza natural, resultante do desnível abrupto
entre a região do Alto da Brancal e a região do Bairro dos Antunes, que forma
cachoeiras e corredeiras. No Bairro das Pedras temos a ocorrência de formações
rochosas nas cabeceiras e divisores de água, no espigão entre as Bacias do Ribeirão
Fundo e Apiaí Guaçu.
7
Figura 4: Vista Obliqua da Bacia do Ribeirão Fundo
8
3.2 Caracterização Geológica e Geotécnica
3.2.1 Geologia
A região de estudo se insere numa área que sofreu grande perturbação tectônica,
com ação de grandes ciclos. A reativação Wealdeniana foi o último e principal ciclo que
atingiu a região. No final do Jurássico, um diatrofismo de caráter germanótipo inaugura
nova fase da história tectônica da Plataforma. Tal fenômeno [...] acarretou apreciável
movimentação ao longo das falhas, vasto magmatismo basáltico [...]. A criação de bens
minerais metálicos na área da Plataforma Brasileira processou-se em ação direta do
tectonismo que afetou a plataforma nos vários ciclos, principalmente na reativação
Wealdeniana (ALMEIDA, 1974)
A área estudada está inserida em uma região que apresenta rochas com idades
entre Proterozóicas médias a superior, atribuídas ao Grupo Itaiacoca, Unidade C
(TAKAHASHI et al, 1985), representadas pela associação de metapelitos e meta
psamopelitos, contendo, localmente, níveis subordinados de material ferrífero e de
carbonato-filitos; metarritimitos, metacherts e quartzitos finos; associação de
metacalcários silicosos, metacherts e metapelitos; metacalcários dolomíticos localmente
estromatolíticos e subordinamente metacalcários calcíticos, por vezes carbonosos;
filitos, as quais são limitadas a norte por sedimentos Paleozóicos da Bacia do Paraná,
representados por arenitos esbranquiçados com granulometria variando de grossa a
muito grossa, por vezes conglomerática, pouco trabalhados, mal selecionados;
caulínicos, intercalado com camadas siltico argilosas a arenosas finas, micáceos,
apresentando estratificação plano paralela, cruzada plana, cruzada acanalada e
lenticular, pertencentes à Formação Furnas, concernente ao Grupo Paraná (Devoniano),
e por arenitos da Formação Itararé, pertencente ao Grupo Tubarão, os quais não
9
apresentam uma idade perfeitamente estabelecida, mas as relações estratigráficas
indicam idade Paleozóico Superior, relacionada ao fato desta sequência regionalmente
recobrir sedimentos do Devoniano e ser recoberta por sedimentos de Idade Permiana.
Portanto conclui-se que a sedimentação da Formação Itararé provavelmente iniciou-se
durante o Carbonífero Superior e continuou até o Permiano Inferior.
3.2.2 Estratigrafia
No grupo Itaiacoca, foi enfeixada uma expressiva sequência metavulcano-
sedimentar distribuída no prolongamento nordeste da faixa tradicionalmente
considerada como pertencente à Formação Itaiacoca por Almeida et al (1984b).
10
constituída predominantemente de rochas de ascendência vulcânica e Unidade C (de
topo) de constituição química-pelítica.
11
3.2.3 Hidrogeologia
12
O Aqüífero Tubarão é um aqüífero sedimentar de extensão regional. Aflora em
uma faixa estreita de aproximadamente 20.700 km2, que se estende do nordeste ao sul
do Estado de São Paulo, passando por cidades como Casa Branca, Itapetininga, Itu e
Itararé.
13
3.2.4 Geomorfologia
14
elevados, onde afloram calcários. Em alguns pontos, a dissolução coloca à mostra a
rocha e constrói formas de relevo “ruiniformes”, típicas de terrenos cársticos, como
ocorre no município de Bom Sucesso de Itararé. No entanto, em outros pontos de menor
elevação, condicionado pela litologia, é raro encontrar afloramentos significativos,
possivelmente por se tratar de um carste encoberto. Isso se deve ao manto de alteração
muito profundo, conseqüência da ação do clima tropical úmido e da densa rede de
drenagem.
3.2.5 Pedologia
15
Figura 8: Levantamento Pedológico do município de Itapeva (detalhe)
Fonte: Projeto PATEM - IPT
16
3.3 Caracterização Climatológica
A caracterização climatológica da região foi elaborada baseando-se nos dados
climáticos obtidos do banco de dados do Instituto Agronômico de Campinas (IAC).
Analisou-se a variabilidade temporal e espacial dos dados de evapotranspiração,
temperatura e precipitação para um tempo de recorrência de 20 anos. Deste modo,
estimaram-se os valores estatísticos tais como média mensal, desvios-padrão, moda e
coeficiente de variação, necessários para a realização do balanço hidrológico do aterro.
Buscou-se a estimativa dos mesmos, através da correlação comportamental (magnitude
de padrão de variação) das estações de Itapeva, Capão Bonito, Itararé e Tatuí. Como
exemplo apresenta-se os padrões de variação de temperatura e precipitação das estações
meteorológicas analisadas para o ano de 2001.
17
Figura 10: Diagrama das Precipitações para Itapeva e cidades da região de Sorocaba.
18
Figura 11: Levantamento Planialtimétrico da Bacia do Ribeirão Fundo
Fonte: Folhas 1:50000-IBGE-SF-22-Z-D-V-3 e SG-22-X-B-II-1.
19
3.5 Balanço Hídrico
Foi considerada a área contribuinte à montante do ponto de captação de água
pela Concessionária SABESP. A área da bacia foi traçada sobre plantas 1:50.000 IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), folha SF-22-Z-D-V-3, Itapeva e folha
SG-22-X-B-II-1,Ribeirão Branco, com curvas de nível de 20 metros de equidistância
vertical, meridiano central 51º. Foi utilizada também imagem georreferenciada e
ortorretificada do satélite “QuickBird” e imagem do “Google Earth”. A vista oblíqua em
3D desta ferramenta permitiu identificar pontos duvidosos na definição do perímetro da
bacia pela carta do IBGE. No “website” SIGRH (Sistema de Informações para o
Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo), dadas as coordenadas de
um ponto é possível calcular o balanço hidrológico da bacia (Figura 12).
Forma da bacia
Coeficiente de Compacidade ou Índice de Gravelius
É o coeficiente que relaciona a forma da bacia com o perímetro do circulo de
mesma área que a bacia.
√
Isto nos dá um Coeficiente de Compacidade de 1,78. Bacia com Coeficiente de
Compacidade 1,00 representa bacia com formato circular.
Fator de Forma
21
É um índice de forma que avalia o grau de alongamento da bacia. O fator de
forma demonstra uma relação da bacia com um retângulo e também indica a maior ou
menor probabilidade de enchente
Densidade da drenagem
É o comprimento total (L) de todos os cursos d’água da bacia dividido pela sua
área contribuinte. A densidade de drenagem varia diretamente com a extensão do
escoamento superficial e, portanto, fornece uma indicação da eficiência da drenagem da
bacia.
L
Dd
A
Declividade Equivalente
É a declividade uniforme cujo tempo de translação da água é o mesmo do perfil
longitudinal irregular natural. É o calculo da média harmônica dos trechos.
22
Onde Li e Ii representam, respectivamente, o comprimento e a declividade de cada sub-
trecho com declividade uniforme do perfil longitudinal do rio (Figura 13)
Li Hi Ii Li/√Ii
741,00 25,20 0,03401 4018,16
2352,00 37,18 0,01581 18707,40
4494,00 6,93 0,00154 114420,59
843,00 5,40 0,00640 10534,01
344,00 96,32 0,28000 650,10
477,00 30,74 0,06444 1879,11
2430,00 30,12 0,01240 21825,41
9185,00 38,65 0,00421 141593,16
3092,00 28,83 0,00933 32018,73
10499,00 24,54 0,00234 217162,94
34457,00 323,91 562.809,62
( )
23
Tempo de concentração
Tempo de concentração é o tempo necessário para que toda a bacia contribua
para a sua saída após uma precipitação. Quanto maior o tempo de concentração, menor
a vazão máxima de enchente (VILLELA & MATTOS, 1975).
Para L = 34,45 km e Ieq = 0,00373 m/m ou 0,37 m/km temos o Tc = 524 min.
Este tempo de 524 min é o tempo onde ocorrerá a maior vazão no ponto mais ã jusante
da bacia estudada.
24
Figura 14: Hierarquia fluvial da rede de drenagem da Bacia do Ribeirão Fundo.
25
A partir dos dados obtidos com a hierarquização da bacia hidrográfica do
Ribeirão Fundo definiu-se que esta bacia é de 4ª ordem, sendo classificada como uma
bacia hidrográfica pequena, ou seja, uma microbacia. Possui ao todo 209 canais, que
estão distribuídos segundo as suas ordens hierárquicas. (Tabela 2).
2ª ordem 36 43,34
3ª ordem 5 26,37
4ª ordem 1 21,51
Relação de bifurcação
A razão de bifurcação (Rb) é definida como a relação entre o número de canais
de uma dada ordem (n) e o número de canais de ordem imediatamente superior (n+1)
(CHRISTOFOLETTI, 1974).
26
sua declividade exerce grande influência na bacia, pois determina, por exemplo, a
velocidade do escoamento superficial (Paes e Manzione, 2011)
Classes de Declive
A aptidão agrícola do solo é importante para a conservação das bacias
hidrográficas num nível desenvolvido de tecnologia e a declividade é importante na
escolha das culturas a serem desenvolvidas, assim as culturas anuais devem estar nas
classes com menores declives.
27
Para execução das cartas com as classes de declives utilizamos as cortas
topográficas na escala 1:50.000, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,
datadas de 1974, imagens do sensor “ASTER GDEM Worldwide Elevation Data” (1.5
arc second de resolução). As cartas foram georreferenciadas no “QUANTUM GIS” e o
modelo hipsométrico tratado no “GIS Global Mapper 13”; as classes foram geradas no
SIG SPRING (Câmara et al., 1996) e exportadas para o QUANTUM GIS para geração
de produtos finais de impressão.
28
Figura 16: Mapa das classes de declive.
29
4. LEVANTAMENTO DO USO DO SOLO EM 1954/55
30
Foi necessário complementar o levantamento de época com fotografias de 1962
pois este trabalho foi até a latitude 24°, como visto na figura 19. Esta área não coberta
pelo levantamento representa 5,1% da área total e pode ser restituída com fotos
fotografias aéreas 1962 – Escala 1: 25000 – Secretaria da Agricultura do Estado de São
Paulo – Instituto Agronômico de Campinas-SP.
USO AREA %
PASTO 10.603,81 77,35
CULTURA 79,39 0,58
EXP. MINERAL 36,88 0,27
AREA URBANA 152,03 1,11
CAPOEIRA 2.515,39 18,35
MATA 188,15 1,37
VARZEA 133,60 0,97
REPRESA 0,00 0,00
REFLORESTAMENTO 0,00 0,00
AREA SEM USO DEFINIDO 0,00 0,00
AREA TOTAL BACIA 13.709,25 100,00
Figura 19: Gráfico das porcentagens do Uso do Solo pelo Levantamento DAEE 1954/55
31
Figura 20: Planta de Uso do Solo em 1954/55
32
5. LEVANTAMENTO DO USO DO SOLO EM 2012
Após a execução das plantas com as respectivas divisas do uso, partiu-se para a
reambulação no campo para conferência dos usos que foram modificados entre as datas
das imagens e a realidade atual, resultando em plantas atualizadas, corrigidas quanto ao
uso e quanto à forma. A Tabela 6 um resumo de todos os usos definidos encontrados na
bacia.
33
Tabela 6: Áreas e porcentagens dos Usos do Solo em 2012
25,00
PASTO
20,00 CULTURA
EXP. MINERAL
15,00
AREA URBANA
10,00 CAPOEIRA
MATA
5,00
VARZEA
REPRESA
0,00
REFLORESTAMENTO
Area sem uso definido
Algumas pequenas áreas não tinham usos definidos, como carreadores muito
largos, áreas reservadas no reflorestamento para depósito de lenhas para transporte,
pátios de fazendas ou serrarias e foram englobadas no mesmo item.
34
Figura 23: Planta de Uso Atual do Solo
35
6. INVENTARIOS E LEVANTAMENTOS DA COBERTURA VEGETAL DO
ESTADO DE SÃO PAULO
36
Figura 24: Detalhe da Planta da Região de Sorocaba
Fonte: Levantamento da Cobertura Vegetal e do Reflorestamento do Estado
de São Paulo (1974).
37
Também deve ser destacado o Inventário Florestal do Estado de São Paulo,
destacado trabalho de mapeamento da vegetação atual executado pela equipe de
pesquisadores do Instituto Florestal, publicado em 2005 e importante fonte de consulta
disponível em formato digital, fator importante para contribuir para contribuir com a
pesquisa da vegetal natural.
Figura 25: Detalhe do Inventario Florestal do Estado de São Paulo (Atlas), mostrando a
área de interesse.
38
7. RESULTADOS E DISCUSSÃO
39
Analisando os dados vemos que variação mais significativa dos usos ocorreu na
redução da área de Pasto e aumento da área destinada à Cultura Anual, pois em 1954
tínhamos 75% da área da bacia ocupada com pastos e hoje temos apenas 22,08%
enquanto as Culturas Anuais que ocupavam 0,58% no levantamento de 1955 hoje
ocupam 26,95%. Destacamos nestas culturas anuais a soja, milho e trigo que tiveram
aumento significativo em sua área plantada em todo sudoeste paulista (Figura 25).
Figura 27: Plantação de milho em primeiro plano e ao fundo área ocupada por soja.
A ocupação com culturas anuais aconteceu na porção leste da bacia onde estão
as terras mais planas, mostrando que a influência econômica da agricultura procura os
lugares com melhores manchas de capacidade de uso (Anexo 8).
Nas áreas ocupadas pela vegetação natural, houve um pequeno aumento das
áreas de capoeira, resultado da transformação das poucas matas existentes em 1954/55
com o corte das árvores maiores. Hoje podemos dizer que não temos matas nesta bacia e
sim florestas em recuperação pois grande parte destas áreas são fundo de vale (áreas de
preservação permanente) e reservas florestais das fazendas, pois o Código Florestal
exige 20% de área de preservação e principalmente as maiores matas são áreas de
compensação ambiental do Grupo Itaú que explora calcário na mina da Lavrinha.
Outro fato que contribuiu para a conservação da área de vegetação natural foi o
intenso plantio de Reflorestamento, principalmente pelo mesmo Grupo Itaú que
necessita destas florestas artificiais para produção de cal em suas fábricas localizada
dentro da mina e na área urbana de Itapeva. Esta área de Reflorestamento ocupa hoje
40
21,11% da área de toda bacia, estando concentrada no seu setor intermediário,
principalmento no entorno da exploração mineral. Aqui também houve ocupação
correta das áreas segundo sua classe de declive. Os grandes reflorestamentos estão
situados na porção centro-oeste da bacia, onde estão os declives mais acentuados
(Anexo 8). Assim, considerando a vegetação natural e reflorestamento temos 43,15 %
da área ocupada por vegetação de porte alto em oposição à situação de 1954/55 que era
de 19,72 %.
As áreas de várzea foram agora corretamente classificadas, pois no levantamento
de 1954/55 eram 0,97% da área da bacia e agora estão com 1,61%. Estas áreas eram
antigamente parte integrante dos pastos e hoje estão preservadas como áreas de
conservação ambiental (figura 26)
As áreas urbanas cresceram 1,11 para 1,24 principalmente pelo fato de haver
uma aglomeração urbana, Alto da Brancal próxima à mina de calcário e também pelo
crescimento da área urbana da sede do município ao norte da bacia.
41
Quanto às áreas ocupadas pelos barramento de água - represas e lagoas – não
foram mapeadas em 1954/55 e hoje representam 0,65% da área. Este aumento foi
provocado pela necessidade de irrigação de culturas atuais que hoje ocupam o setor
leste da bacia e que tem grande influência na economia da região.
42
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
43
Figura 30: Detalhe da planta da Lei de Uso e Ocupação do Solo na região onde o
Ribeirão Fundo atravessa a Zona Urbana de Itapeva
Figura 31: Parque Pilão D’Água, local de captação de água para abastecimento
da zona urbana do município de Itapeva.
44
9. BIBLIOGRAFIA
FAIRCHILD, T.R. 1977. Conophyton and other columnar stromatolites from the
Upper Precambrian Açungui Group near Itapeva, SP, Brazil. In: SBG, Simpósio
Regional de Geologia, 1, São Paulo, Atas, p. 179-198.
IPT – Mapa Geológico do Estado de São Paulo, São Paulo, vol I e II, escala
1:500.000, 1981.
45
SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE. Situação dos Recursos Hídricos no Estado
de São Paulo. 2009.
46
ANEXOS
47
ANEXO 1 - LEVANTAMENTO DAEE 1954/55
48
49
ANEXO 2 - VISTA DA BACIA DO RIBEIRÃO FUNDO
50
51
ANEXO 3 - LEVANTAMENTO USO DO SOLO 1954/55
52
53
ANEXO 4 - LEVANTAMENTO DO USO DO SOLO EM 2012
54
55
ANEXO 5 - BASE CARTOGRÁFICA: CARTAS IBGE 1:50.000
56
57
ANEXO 6 - PLANTA HIPSOMÉTRICA DA BACIA DO RIBEIRÃO FUNDO
58
59
ANEXO 7 - LEVANTAMENTO DA VEGETAL NATURAL E
REFLORESTAMENTO
60
61
ANEXO 8 - LEVANTAMENTO USO EM 2012 E CLASSES DE DECLIVE
62