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(MEAGRD)
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UNIVERSIDADE TÉCNICA DE MOÇAMBIQUE
(MEAGRD)
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DEDICATÓRIA
A esse trabalho dedico a Deus pelo dom dado a vida, sabedoria e persistência.
Aos Meus Pais Master Lázaro e Telma Nhantumbo pela perpétua base da minha sustentação
e progresso.
Aos Meus irmãos Master Jr, Samuel Aires, Evans Master e Lincoln Da Telma pelo suporte,
entusiasmo e que me inspiram para uma forte busca de um futuro melhor.
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DECLARAÇÃO
Declaro por minha honra que este Trabalho de módulo é resultado da minha investigação
pessoal e o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente
mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final. Declaro ainda que este trabalho não
foi apresentado em nenhuma outra instituição para propósito semelhante ou obtenção de
qualquer grau académico.
_______________________________
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RESUMO
Este trabalho científico tem como objectivo analisar o desempenho da cultura de milho (Zea
mays L.) durante o ano hidrológico de 2012/2013. O milho é uma das principais culturas
agrícolas do mundo, desempenhando um papel fundamental na alimentação humana e
animal. O ano hidrológico de 2012/2013 foi seleccionado para análise devido à importância
da água no desenvolvimento dessa cultura e às suas influências no rendimento das safras.
Foram colectados dados meteorológicos, informações sobre o manejo agrícola e registros de
produtividade de diferentes regiões para investigar como os padrões hidrológicos afectaram o
desempenho da cultura de milho nesse período.
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INDICE
I. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1
1.1. OBJECTIVOS.................................................................................................................. 2
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2.11. DESAFIOS E PERSPECTIVAS DA CULTURA DE MILHO ..................................... 30
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LISTA DE ABREVEATURA
ºC – Graus Celsius
aC – Antes de Cristo
AWD – ÁGUA Disponivel no solo
ETC – Evapontranspiração da cultura
ILPF – Integração Lavoura Periodo Floretal
NDVI – Normalized Difference Vegetation Index
SOS – Significacante Observations System
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LISTA DE FIGURAS
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I. INTRODUÇÃO
A cultura de milho (Zea mays L.) é uma das principais culturas agrícolas do mundo,
desempenhando um papel crucial na segurança alimentar e económica de muitos países. No
contexto de Moçambique, o milho é uma cultura fundamental, constituindo uma parte
significativa da dieta alimentar da população e sendo uma fonte importante de renda para os
agricultores. A produção de milho em Moçambique está sujeita a diversos factores, incluindo
as variações climáticas, especialmente as relacionadas aos regimes de chuvas.
Esta pesquisa tem como objectivo realizar uma análise abrangente do desempenho da cultura
de milho durante o ano hidrológico de 2012/2013 em Moçambique, com foco nas condições
climáticas, práticas agrícolas, produtividade e impacto socioeconómico. Serão explorados os
factores que influenciaram o crescimento e desenvolvimento da cultura de milho, bem como
os desafios enfrentados pelos agricultores em função das variações climáticas durante esse
período.
Para a condução desta pesquisa, serão utilizadas fontes de dados diversas, incluindo registros
meteorológicos, dados de produtividade agrícola, entrevistas com agricultores, relatórios de
agências governamentais e outras fontes relevantes. O uso de técnicas de sensoriamento
1
remoto também será explorado para avaliar o impacto das variações climáticas nas áreas
cultivadas de milho em diferentes momentos do ano hidrológico.
Por fim, espera-se que esta análise do desempenho da cultura de milho durante o ano
hidrológico de 2012/2013 em Moçambique contribua para o conhecimento científico e para o
desenvolvimento de estratégias mais eficazes de manejo agrícola, visando a adaptação às
variações climáticas e o aumento da resiliência dos sistemas de produção agrícola do país. A
compreensão dos factores que influenciaram o desempenho da cultura de milho nesse período
específico pode fornecer insights valiosos para aprimorar as práticas agrícolas e garantir a
segurança alimentar e económica das comunidades rurais de Moçambique no futuro.
1.1.OBJECTIVOS
1.1.1. Geral
1.1.2. Específicos
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1.2.PROBLEMA
Nesse contexto, a problematização desta análise se dá por meio das seguintes questões:
Quais foram os principais desafios enfrentados pelos agricultores de milho em função das
condições climáticas adversas durante esse período e como eles lidaram com esses desafios?
1.3.JUSTIFICATIVA
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Contribuição Científica: A análise do desempenho da cultura de milho em relação às
variações climáticas específicas do ano hidrológico de 2012/2013 pode contribuir para o
conhecimento científico sobre a resiliência das culturas agrícolas frente às mudanças
climáticas.
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II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1.IMPORTÂNCIA ECONÔMICA E SOCIAL DO MILHO
O milho (Zea mays L.) é uma das culturas agrícolas mais importantes e versáteis do mundo,
desempenhando um papel fundamental tanto na economia global como na segurança
alimentar e bem-estar social de diversas comunidades. Sua importância económica e social
advém de suas múltiplas aplicações, suas características de cultivo e sua capacidade de se
adaptar a diferentes ambientes. Neste texto, abordaremos a relevância do milho em ambos os
aspectos.
1. Produção e Comércio: O milho é uma das culturas mais produzidas globalmente, com
um volume significativo de toneladas colhidas anualmente. É cultivado em diversos países,
incluindo os Estados Unidos, Brasil, China, Índia e outros. A alta produção torna-o um
produto estratégico para o comércio internacional, com um mercado global robusto.
5. Exportações: Muitos países que produzem grandes quantidades de milho têm nas
exportações uma importante fonte de receitas, impulsionando suas economias e o
desenvolvimento de suas regiões agrícolas.
4. Cultura e Tradição: O milho possui uma forte ligação cultural em muitas sociedades,
sendo utilizado em festivais, rituais religiosos e práticas culinárias tradicionais. Sua
preservação e valorização reforçam a identidade cultural de diversas comunidades.
A disseminação do milho (Zea mays L.) nas Américas é uma história rica e fascinante que
remonta a milhares de anos. Originário da região conhecida como "Mesoamérica", que
engloba partes do México e da América Central, o milho foi uma cultura essencial para o
desenvolvimento das civilizações pré-colombianas, como os Maias, Astecas e Incas. Neste
texto, abordaremos a trajectória da disseminação do milho nas Américas e como essa cultura
sagrada se espalhou por todo o continente.
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agricultores mesoamericanos começaram a seleccionar e cultivar variedades de milho com
características desejáveis, como grãos maiores e mais produtivos.
Disseminação pelos Andes e América do Sul: Além de sua expansão para o norte e leste, o
milho também alcançou a região dos Andes e, posteriormente, a América do Sul. Os Incas,
uma das civilizações mais avançadas da América do Sul, adoptaram o cultivo do milho, que
se tornou uma cultura fundamental em sua dieta e economia.
A expansão do milho (Zea mays L.) para outras regiões do mundo é uma história de
colonização, exploração e globalização. Originário das Américas, o milho era cultivado
principalmente nas regiões da Mesoamérica há milhares de anos. No entanto, com as Grandes
Navegações no século XV e o subsequente contato entre o Velho Mundo e o Novo Mundo, o
milho começou a ser levado para outras partes do globo. Neste texto, abordaremos como o
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milho se espalhou para outras regiões do mundo e sua importância na agricultura e na
alimentação global.
2. Expansão para a África e Ásia: Durante o período de colonização europeia nos séculos
XVI e XVII, o milho foi introduzido em várias regiões da África e da Ásia. Os colonizadores
levaram o milho para as colônias como uma cultura de subsistência para alimentar as
populações locais e os escravos. Com o tempo, o milho foi adaptado a diferentes climas e
solos, tornando-se um componente vital da dieta em muitos países africanos e asiáticos.
3. Migração para a América do Norte: Embora o milho fosse nativo das Américas, diferentes
variedades e técnicas agrícolas foram trazidas pelos colonizadores europeus que se
estabeleceram na América do Norte. O milho rapidamente se tornou um alimento essencial
para as populações indígenas e colonizadores, e sua cultura se espalhou para todo o
continente.
4. Expansão para a Oceania: O milho foi levado para a Oceania através do comércio e das
explorações marítimas. Os europeus introduziram o milho nas ilhas do Pacífico e na
Austrália, onde ele se tornou uma importante cultura de subsistência para muitas
comunidades.
5. Importância Global do Milho: A expansão do milho para outras regiões do mundo teve um
impacto significativo na agricultura e na alimentação global. Hoje, o milho é uma das
culturas mais importantes do mundo e tem múltiplas aplicações:
• Alimentação Animal: O milho é uma das principais fontes de ração para animais de
criação, como aves, suínos e bovinos, sendo essencial para a indústria pecuária.
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• Indústria: O milho é utilizado em diversas indústrias, como a produção de
biocombustíveis, adoçantes, óleos e produtos químicos.
Em resumo, a expansão do milho para outras regiões do mundo teve um papel crucial na
alimentação e economia global. Essa cultura versátil e resistente continua a desempenhar um
papel fundamental na agricultura e na segurança alimentar de bilhões de pessoas em todo o
mundo. A história de sua disseminação é um exemplo notável de como as trocas culturais e
comerciais moldaram a agricultura global e a dieta humana
A botânica e a fisiologia do milho (Zea mays L.) são áreas de estudo fundamentais para
compreender o desenvolvimento e o funcionamento dessa importante cultura agrícola. Neste
texto, vamos explorar a botânica e a fisiologia do milho, destacando as características
morfológicas da planta, seu ciclo de vida e os processos fisiológicos que regem seu
crescimento e desenvolvimento.
1.1. Características Morfológicas: O milho é uma planta herbácea anual que pertence à
família Poaceae. Sua altura pode variar de 1,5 a 3 metros, dependendo da variedade e das
condições de crescimento. A planta de milho possui um sistema radicular bem
desenvolvido, com raízes fibrosas que se estendem lateralmente e verticalmente no solo,
permitindo uma boa absorção de água e nutrientes.
1.2. Fotoperíodo e Requisitos Ambientais: O milho é uma planta de dia longo, ou seja,
requer um determinado número de horas de luz diárias para que ocorra o florescimento.
Variedades de milho adaptadas a diferentes regiões têm diferentes requisitos de
fotoperíodo. Além disso, o milho é sensível à temperatura, e o seu desenvolvimento pode
ser afectado por estresses térmicos, como geadas ou temperaturas muito altas durante o
período de florescimento.
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1.4. Desenvolvimento da Espiga e Grãos: Após a fecundação, a espiga começa a se
desenvolver e os grãos de milho começam a se formar. O desenvolvimento dos grãos é
um processo complexo e ocorre ao longo de várias fases, como a divisão celular, o
enchimento dos grãos com amido e a secagem das sementes.
1.5. Maturação e Colheita: A maturação do milho ocorre quando os grãos atingem seu
máximo teor de umidade e estão prontos para a colheita. A maturação é um período
crítico, pois afecta a qualidade e o rendimento da colheita. Os grãos de milho podem ser
colhidos quando estão maduros, mas ainda possuem uma umidade adequada para
armazenamento.
2.5.VARIEDADES E HIBRIDAÇÕES
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tradicionais, as variedades híbridas e o processo de hibridação, destacando sua
importância na produção e na evolução da agricultura de milho.
1. Variedades Tradicionais:
2. Variedades Híbridas:
3.1. Heterose (Vigor Híbrido): Uma das principais vantagens das variedades híbridas é a
heterose, também conhecida como vigor híbrido. Isso significa que a prole híbrida tende a
ser mais vigorosa e produtiva do que as plantas parentais. Essa maior produtividade é
resultado da combinação de genes complementares das duas linhagens parentais.
4. Desenvolvimento de Hibridações:
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6. Uso Responsável de Variedades Híbridas:
1. Condições de Solo:
1.1. Textura do Solo: O milho pode ser cultivado em uma variedade de texturas de solo,
desde solos arenosos até solos argilosos. No entanto, os melhores resultados são obtidos
em solos francos, que possuem uma mistura equilibrada de partículas de areia, silte e
argila. Solos francos possuem boa capacidade de drenagem, permitindo que as raízes das
plantas de milho acessem água e nutrientes com eficiência, além de serem adequados para
o desenvolvimento de um sistema radicular saudável.
1.2. Profundidade do Solo: O milho possui um sistema radicular profundo, que pode se
estender até 1,5 metros de profundidade ou mais. Portanto, solos profundos que permitem
o desenvolvimento das raízes são desejáveis para o cultivo de milho. Solos rasos ou com
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camadas de solo compactadas podem limitar o crescimento das raízes e reduzir o
potencial produtivo da cultura.
1.3. Fertilidade do Solo: A fertilidade do solo é um factor crítico para o cultivo bem-
sucedido do milho. O milho é uma cultura exigente em nutrientes, especialmente
nitrogénio, fósforo e potássio. Além disso, requer uma série de micronutrientes, como
zinco, boro e ferro, para seu crescimento saudável. A manutenção de níveis adequados de
nutrientes no solo é essencial para o desenvolvimento das plantas e para garantir altas
produtividades.
1.5. Drenagem do Solo: O milho não tolera solos excessivamente encharcados ou com
problemas de drenagem. A água estagnada pode levar ao apodrecimento das raízes e a
problemas de oxigenação, reduzindo o crescimento e a produtividade das plantas. Solos
bem drenados são essenciais para evitar esses problemas e garantir um ambiente
favorável para o desenvolvimento do milho.
1.6. Aeração do Solo: A aeração do solo é importante para a saúde das raízes do milho,
pois permite a entrada de oxigénio no sistema radicular. Solos compactados ou muito
densos podem dificultar a aeração, prejudicando o crescimento das plantas e sua absorção
de nutrientes.
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directo, são essenciais para minimizar a erosão e proteger a qualidade do solo em áreas de
cultivo extensivo.
2. Condições de Clima:
2.2. Fotoperíodo: O milho é uma planta de dia curto, o que significa que requer uma
quantidade específica de horas de luz por dia para induzir o florescimento. Em geral, o
milho floresce quando o fotoperíodo é de aproximadamente 12 a 14 horas de luz por dia.
No entanto, a sensibilidade ao fotoperíodo pode variar de uma variedade para outra, e
existem variedades de milho adaptadas a diferentes comprimentos de dia.
2.4. Precipitação: O milho requer uma quantidade adequada de precipitação para seu
desenvolvimento, mas não tolera solos excessivamente encharcados. A precipitação ideal
para o cultivo do milho vária de acordo com a fase de desenvolvimento da cultura.
Durante o crescimento vegetativo, o milho responde bem a precipitações mais frequentes
e regulares. Já durante o período de floração e enchimento dos grãos, é desejável uma
menor quantidade de chuvas para evitar problemas de apodrecimento dos grãos e
aumentar a qualidade do milho colhido.
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2.6. Ventos: Ventos fortes podem causar danos físicos às plantas de milho,
principalmente durante fases de desenvolvimento críticas, como a floração. Protecção
contra ventos intensos é importante em áreas susceptíveis a esse fenómeno.
O milho é uma cultura notavelmente adaptável e tem sido cultivado com sucesso em uma
ampla gama de ambientes, desde regiões húmidas e quentes até áreas áridas e frias. Para
lidar com condições adversas, os agricultores podem adoptar estratégias de manejo
específicas, como:
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• Adubação e Nutrição Balanceada: Uma nutrição balanceada e adequada é crucial para
o crescimento e a produtividade do milho. A adubação adequada com nutrientes
essenciais é essencial para garantir que as plantas tenham acesso aos nutrientes
necessários em cada fase do desenvolvimento.
O preparo adequado do solo e o plantio são etapas cruciais para o sucesso do cultivo de
milho (Zea mays L.). Essas etapas influenciam diretamente o crescimento inicial das
plantas, o desenvolvimento das raízes e a produtividade da cultura. Neste texto,
exploraremos em detalhes o processo de preparo do solo e as melhores práticas para o
plantio do milho.
1. Preparo do Solo:
1.1. Análise do Solo: Antes de iniciar o preparo do solo, é fundamental realizar uma
análise completa do solo. A análise fornecerá informações sobre os níveis de nutrientes
presentes, o pH, a textura e outros aspectos importantes para a escolha de práticas
adequadas de manejo. Com base nos resultados da análise, pode-se determinar a
quantidade e o tipo de fertilizantes necessários para garantir uma nutrição equilibrada
para as plantas de milho.
1.3. Calagem: Se a análise do solo indicar que o pH está abaixo do ideal para o cultivo do
milho (geralmente em torno de 6,0 a 6,8), pode ser necessária a calagem. A aplicação de
calcário agrícola ajuda a elevar o pH do solo, melhorando a disponibilidade de nutrientes
e o desenvolvimento das plantas.
1.4. Adubação: Com base nos resultados da análise do solo, deve-se realizar a adubação
para suprir as necessidades nutricionais das plantas de milho. A adubação pré-plantio é
fundamental para fornecer os nutrientes essenciais, especialmente nitrogênio, fósforo e
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potássio. Além dos macronutrientes, também é importante fornecer micronutrientes,
como zinco, boro e ferro, para um crescimento saudável das plantas.
1.6. Preparo para Plantio Directo: Em sistemas de plantio directo, em que a palha e os
restos de culturas anteriores permanecem na superfície do solo, a preparação envolve
apenas a abertura de sulcos ou covas para o plantio das sementes. Esse método de preparo
é benéfico para a conservação do solo, reduzindo a erosão e melhorando a estrutura e a
fertilidade do solo ao longo do tempo.
2. Plantio:
2.1. Época de Plantio: A época de plantio do milho vária de acordo com as condições
climáticas e o manejo específico de cada região. Em geral, o plantio é realizado na
primavera ou início do verão, quando as temperaturas são mais adequadas para o
desenvolvimento da cultura. O plantio deve ser feito em uma época em que o solo esteja
húmido o suficiente para garantir uma boa germinação das sementes.
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• Plantio Convencional: As sementes são colocadas no solo por meio de maquinário
agrícola que abre os sulcos. Em seguida, a terra é coberta novamente, enterrando as
sementes no solo. Esse é o método mais comum de plantio de milho.
• Plantio em Linha Única: Nessa modalidade, as sementes são plantadas em uma única
linha, o que permite um maior espaçamento entre as plantas. Essa técnica pode ser útil em
áreas com solos mais férteis, onde a densidade de plantas pode ser reduzida sem afetar a
produtividade.
• Plantio em Linha Dupla: Nessa modalidade, duas linhas de milho são plantadas
próximas uma da outra, com um espaçamento maior entre as duas linhas. Esse método
pode aumentar a produtividade por área, pois permite um melhor aproveitamento da luz
solar e uma distribuição mais eficiente dos nutrientes e da água.
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1. Manejo Integrado de Pragas:
1.2. Uso de Controle Biológico: O controle biológico é uma estratégia eficaz que
envolve a introdução ou a conservação de inimigos naturais das pragas. Isso inclui
predadores, parasitoides e patógenos que atacam as pragas, ajudando a reduzir suas
populações de forma natural. O controle biológico é uma alternativa sustentável e
amigável ao meio ambiente em comparação com o uso de inseticidas químicos.
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2. Manejo de Doenças:
3.2. Uso de Plantio Directo: O sistema de plantio directo, que consiste em não revolver o
solo e manter a cobertura morta de culturas anteriores, é uma prática eficiente no controle
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de plantas daninhas. A cobertura morta reduz a germinação de sementes de plantas
daninhas e facilita a penetração de herbicidas no solo, melhorando o controle.
3.4. Uso de Herbicidas: O uso de herbicidas é uma ferramenta importante para o controle
de plantas daninhas. Os herbicidas podem ser aplicados antes do plantio (pré-emergentes)
ou após a emergência das plantas daninhas (pós-emergentes). É fundamental seguir as
recomendações dos fabricantes e adoptar práticas de aplicação seguras e eficazes.
3.5. Controle Manual: Em pequenas áreas ou em locais onde o uso de herbicidas não é
viável, o controle manual de plantas daninhas pode ser uma opção. O controle manual
pode ser feito por meio de capinas, arranquio ou uso de ferramentas de corte.
A irrigação e o uso eficiente da água são aspectos críticos no cultivo de milho (Zea mays
L.), especialmente em regiões com chuvas irregulares ou insuficientes. A água é um
recurso vital para o crescimento das plantas e a produtividade da cultura. Neste texto,
abordaremos a importância da irrigação, as principais técnicas e métodos de irrigação
utilizados no cultivo de milho e as estratégias para promover o uso eficiente da água na
agricultura.
O milho é uma cultura que requer uma quantidade significativa de água para seu
desenvolvimento adequado, especialmente durante as fases críticas de crescimento, como
a germinação, o estabelecimento das plântulas, a floração e o enchimento dos grãos. A
falta de água em momentos-chave pode levar a redução da produtividade e até mesmo a
perdas totais na colheita.
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mitigar os efeitos das mudanças climáticas, como períodos de seca mais frequentes e
intensos.
Existem várias técnicas e métodos de irrigação disponíveis para o cultivo de milho, cada
um com suas características e aplicabilidade. A escolha do método adequado depende de
diversos factores, como disponibilidade de água, tipo de solo, topografia, clima, tamanho
da área a ser irrigada e recursos financeiros do agricultor. Abaixo, descrevemos alguns
dos principais métodos de irrigação utilizados no cultivo de milho:
A irrigação por aspersão consiste na aplicação da água sobre a cultura em forma de chuva
artificial, por meio de aspersores ou bicos. Os aspersores podem ser fixos, móveis ou
Auto propelidos. Esse método de irrigação é amplamente utilizado em diferentes tipos de
solos e topografias e é eficiente na cobertura de grandes áreas.
No caso do milho, a irrigação por aspersão pode ser aplicada tanto em sistemas de cultivo
convencional como em plantio directo. A aplicação uniforme de água por aspersão é
importante para evitar a formação de poças e escorrimento superficial, que podem levar à
perda de água e erosão do solo.
No cultivo de milho, o gotejamento pode ser aplicado em linhas ao longo das fileiras de
plantas ou em faixas de gotejadores sob a superfície do solo. O gotejamento é
especialmente adequado para solos mais arenosos ou com restrição de água, pois permite
uma melhor distribuição da água e evita a formação de poças.
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2.3. Irrigação por Sulcos:
A irrigação por sulcos é uma técnica tradicional que consiste em criar sulcos ou canais
entre as fileiras de plantas, por onde a água é conduzida. Esse método é mais adequado
para solos argilosos ou com boa capacidade de retenção de água.
O uso de aspersão canhão requer uma boa gestão da aplicação de água, para evitar o
excesso de umidade em algumas áreas e a falta de água em outras. Além disso, é
importante considerar os ventos, que podem afectar a uniformidade da irrigação.
O monitoramento contínuo das condições do solo e das necessidades hídricas das plantas
é essencial para um manejo eficiente da irrigação. O uso de sensores de umidade do solo,
tensiômetros ou outras tecnologias de monitoramento pode auxiliar os agricultores a
determinar o momento adequado para a irrigação e a quantidade de água necessária.
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evapotranspiração da cultura (ETc) pode ser realizada por meio de métodos como o
tanque Classe A, estações meteorológicas ou modelos de previsão climática.
A colheita e pós-colheita são etapas fundamentais no cultivo de milho (Zea mays L.), pois
determinam o momento em que os grãos atingem seu ponto de maturação ideal e
precisam ser colhidos, bem como as práticas realizadas após a colheita para garantir a
qualidade, o armazenamento adequado e a comercialização eficiente dos produtos. Neste
texto, abordaremos a importância da colheita no momento adequado, as técnicas de
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colheita utilizadas, os cuidados na pós-colheita e as estratégias para garantir a
conservação e a valorização dos grãos de milho.
A colheita tardia pode levar à perda de qualidade dos grãos, aumento da umidade,
rachaduras e danos mecânicos, além de maior susceptibilidade a pragas e doenças. Por
outro lado, a colheita precoce pode resultar em grãos com baixo teor de amido, menor
valor energético e rendimento inferior.
2. Técnicas de Colheita:
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Embora a colheita manual seja trabalhosa e demande mais mão de obra, ela permite um
maior controle sobre o momento da colheita e pode ser mais adequada em áreas com
topografia acidentada ou solo mais frágil.
3. Cuidados na Pós-Colheita:
Após a colheita e a secagem, os grãos de milho devem passar por processos de limpeza e
classificação para remover impurezas, corpos estranhos e grãos defeituosos. Essa etapa é
importante para garantir a qualidade dos grãos e facilitar a comercialização.
O armazenamento adequado dos grãos é essencial para evitar perdas por pragas, insetos e
deterioração. Os grãos devem ser armazenados em locais limpos, secos e bem ventilados,
e em estruturas adequadas, como silos metálicos ou silos-bolsa.
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3.4. Análise de Qualidade:
A certificação de qualidade é uma forma de agregar valor aos grãos de milho, garantindo
aos compradores que o produto atende a padrões específicos de qualidade. A certificação
pode ser realizada por órgãos governamentais ou por entidades privadas, seguindo normas
e padrões de qualidade estabelecidos.
A agregação de valor aos grãos de milho pode ser realizada por meio de processamento
industrial, como a produção de fubá, quirera, óleo de milho ou produtos para alimentação
animal. Essa estratégia permite obter um produto final com maior valor agregado e
melhores oportunidades de comercialização.
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2.11. DESAFIOS E PERSPECTIVAS DA CULTURA DE MILHO
Os desafios e perspectivas da cultura de milho (Zea mays L.) são temas cruciais para a
agricultura mundial, pois o milho é uma das culturas mais importantes e amplamente
cultivadas em todo o mundo. Neste texto extenso, abordaremos os principais desafios
enfrentados pelos produtores de milho, bem como as perspectivas e oportunidades para o
desenvolvimento sustentável da cultura em diferentes aspectos, como aumento da
produtividade, segurança alimentar, mudanças climáticas, biotecnologia, sustentabilidade
e mercado.
Embora o milho seja uma cultura importante e amplamente cultivada, ela também
enfrenta diversos desafios que podem afetar sua produção, sustentabilidade e impacto
socioeconômico. Alguns dos principais desafios são:
A crescente demanda por alimentos, ração e outros produtos derivados do milho coloca
uma pressão significativa por aumento da produtividade da cultura. Os produtores
precisam buscar constantemente melhores práticas de manejo, uso eficiente de recursos,
adoção de tecnologias avançadas e melhoramento genético para aumentar a produção sem
comprometer a sustentabilidade.
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2.4. Resistência de Pragas e Doenças:
3. Perspectivas e Oportunidades:
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3.3. Sistemas Agroflorestais e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF):
A agricultura de baixo carbono e a economia circular são abordagens que visam reduzir
as emissões de gases de efeito estufa e minimizar o desperdício de recursos na produção
de milho e outros alimentos. O uso de práticas sustentáveis de manejo, reciclagem de
resíduos e uso eficiente de recursos são aspectos importantes nesse contexto.
As mudanças climáticas são uma das maiores preocupações globais do século XXI,
afectando diversos sectores da sociedade, incluindo a agricultura. A cultura de milho (Zea
mays L.) é uma das mais impactadas pelas mudanças climáticas, devido à sua ampla
distribuição geográfica e importância económica. Neste texto, abordaremos os principais
efeitos das mudanças climáticas na produção de milho, bem como as estratégias e práticas
de adaptação para enfrentar esses desafios.
O aumento das temperaturas médias é uma das principais consequências das mudanças
climáticas. O milho é uma cultura que tem uma óptima faixa de temperatura para o seu
desenvolvimento, e o aumento das temperaturas pode acelerar o ciclo de desenvolvimento
da planta, resultando em menor duração das fases vegetativas e reprodutivas. Isso pode
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levar à redução do tamanho das espigas e ao menor enchimento dos grãos, impactando
negativamente a produtividade.
Além do aumento das temperaturas médias, o estresse térmico causado por ondas de calor
mais frequentes e intensas pode prejudicar o desenvolvimento das plantas de milho,
principalmente durante a fase de floração. Temperaturas elevadas durante esse período
podem levar à queda de flores, redução da polinização e formação de espigas vazias,
resultando em perdas significativas na produção.
O aumento das temperaturas e a alteração nos padrões de chuva podem tornar algumas
regiões actualmente adequadas para o cultivo de milho menos favoráveis no futuro. Por
outro lado, áreas antes consideradas marginais para o cultivo podem se tornar mais
adequadas devido às condições climáticas mais favoráveis. Isso pode levar a um
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deslocamento geográfico da produção de milho, com impactos na economia e no uso da
terra.
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A implementação de práticas de conservação do solo, como o plantio directo, a cobertura
vegetal e a rotação de culturas, pode melhorar a estrutura do solo, aumentar a retenção de
água e reduzir a erosão, tornando o sistema produtivo mais resiliente às mudanças
climáticas.
O manejo integrado de pragas e doenças é uma abordagem que visa reduzir o uso de agro-
químicos e promover o controlo biológico de pragas e doenças. A diversificação de
culturas, o uso de cultivares resistentes e a adopção de práticas culturais adequadas
podem ajudar a reduzir a pressão de insectos e patógenos.
Moçambique possui um clima tropical, com estações chuvosas e secas bem definidas, o
que influencia directamente o calendário agrícola. A maioria dos agricultores pratica a
agricultura de subsistência, com técnicas tradicionais de cultivo e pouca utilização de
insumos modernos. O cultivo de milho é fundamental para a subsistência das
comunidades rurais e para a economia do país, uma vez que é a principal fonte de
carbohidratos e proteínas na dieta da população.
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2. Desafios do Cultivo de Milho em Moçambique:
Para enfrentar esses desafios, várias estratégias têm sido adoptadas para melhorar a
produção de milho em Moçambique.
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3.2. Uso de Sementes Melhoradas:
O Índice de Saúde de Vegetação por Satélite Ponderado por Água (Geospatial WRSI - Water
Requirement Satisfaction Index) é uma ferramenta importante para o monitoramento do
desenvolvimento do milho com base em informações geoespaciais. Esse índice é amplamente
utilizado para avaliar as condições de umidade do solo e a disponibilidade de água para a
cultura do milho, fornecendo informações valiosas para os agricultores e tomadores de
decisão no sector agrícola.
O Geospatial WRSI utiliza dados de sensoriamento remoto colectados por satélites para
calcular a satisfação das necessidades hídricas da cultura do milho. Ele considera diversos
factores, como a evapotranspiração da cultura, a precipitação pluviométrica e a capacidade de
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água disponível no solo. Com base nesses dados, o índice fornece uma avaliação objectiva
das condições de umidade do solo e da disponibilidade de água para o milho em diferentes
regiões e momentos ao longo da safra.
A capacidade de água disponível no solo é uma medida da quantidade de água que o solo
pode armazenar e que está disponível para as plantas de milho. Ela é influenciada pelas
características do solo, como textura e profundidade do perfil do solo.
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2. Previsão da Produção de Milho:
Com base nas informações fornecidas pelo Geospatial WRSI, é possível fazer previsões sobre
a produtividade da cultura de milho em diferentes regiões. Isso auxilia os agricultores a tomar
decisões sobre o manejo das lavouras e a planejar a comercialização dos produtos.
O índice fornece informações objectivas sobre as condições de umidade do solo, o que ajuda
os agricultores e tomadores de decisão no sector agrícola a implementar estratégias mais
eficazes de manejo de água, fertilização e controle de pragas e doenças.
O SOS utiliza imagens de satélite para medir a quantidade de luz reflectida pelas plantas de
milho ao longo do tempo. Essa informação é usada para calcular o índice de vegetação NDVI
(Normalized Difference Vegetation Index), que é uma medida da saúde e vigor das plantas.
39
Aplicações do SOS na cultura de milho:
O SOS permite acompanhar o crescimento das plantas de milho ao longo do tempo, desde o
plantio até a colheita. Isso permite identificar padrões de desenvolvimento, bem como
possíveis problemas que possam afectar a produtividade.
O SOS pode detectar sinais de estresse nas plantas de milho, como deficiências nutricionais,
doenças ou falta de água. Essa informação é valiosa para tomar medidas correctivas e evitar
perdas na produção.
Com base nas estimativas do SOS, é possível fazer uma previsão aproximada do rendimento
potencial da cultura de milho. Essa informação ajuda os agricultores a planejar a logística da
colheita e a tomar decisões de manejo.
O SOS também pode ser usado para avaliar riscos climáticos, como secas ou inundações, que
possam afectar a produção de milho. Essa informação é útil para o planeamento de medidas
de adaptação e mitigação de possíveis impactos negativos.
O SOS pode ajudar a avaliar a eficiência das práticas de manejo adoptadas na cultura de
milho. Por exemplo, é possível comparar o NDVI de áreas com diferentes níveis de
fertilização ou irrigação, para identificar as melhores práticas.
Conclusão:
40
climáticas na produção de milho, contribuindo para o desenvolvimento de práticas agrícolas
mais sustentáveis e resilientes.
O Soil Water Index (Índice de Água no Solo) é uma medida que utiliza informações de
sensoriamento remoto para estimar a umidade do solo em uma determinada região. Esse
índice é particularmente relevante para a cultura de milho, pois a disponibilidade de água
no solo é um factor crítico para o crescimento, desenvolvimento e produtividade dessa
cultura.
O cálculo do Soil Water Index é baseado em dados espectrais obtidos de satélites, que
capturam a refletância da luz solar em diferentes comprimentos de onda. Esses dados são
utilizados para estimar a quantidade de água presente no solo em uma determinada área.
O Soil Water Index utiliza o conceito de refletância do solo em duas faixas espectrais: a
região do infravermelho próximo (NIR) e a região do vermelho (RED). O cálculo é feito
pela diferença normalizada entre a relutância no infravermelho próximo e a relutância no
vermelho, conhecida como NDWI (Normalized Difference Water Index):
O Soil Water Index é uma ferramenta valiosa para o manejo da irrigação e da água na
cultura de milho. Algumas de suas aplicações incluem:
41
2. Identificação de Estresse Hídrico:
O índice ajuda a identificar áreas da lavoura onde o solo está mais seco, o que pode
indicar estresse hídrico para as plantas. Essa informação permite a tomada de acções
correctivas, como aumentar a frequência de irrigação ou adoptar práticas de conservação
da água.
O índice também pode ser usado para avaliar os riscos climáticos, como secas ou chuvas
intensas, que possam afectar a disponibilidade de água para a cultura de milho. Essa
informação ajuda no planeamento de medidas de adaptação e mitigação para enfrentar os
desafios impostos pelas mudanças climáticas.
Conclusão:
O Soil Water Index é uma ferramenta valiosa para a cultura de milho, pois permite
monitorar a umidade do solo de forma precisa e não invasiva, fornecendo informações
importantes para o manejo eficiente da irrigação e dos recursos hídricos. Com base nessas
informações, os agricultores podem tomar decisões mais informadas e implementar
práticas sustentáveis para garantir a produtividade e a sustentabilidade da produção de
milho.
Water Deficits, ou déficits hídricos, são uma condição na qual a quantidade de água
disponível no solo não é suficiente para atender às necessidades hídricas das plantas de
milho durante determinado período ou estágio de crescimento. Essa condição de estresse
hídrico pode afectar negativamente o crescimento, desenvolvimento e produtividade da
cultura, tornando-se um dos principais desafios para os agricultores que cultivam milho
em regiões com variações climáticas e disponibilidade irregular de chuva.
42
Os déficits hídricos podem ocorrer em diferentes momentos do ciclo de vida do milho, e
suas consequências variam de acordo com a intensidade e a duração do estresse hídrico.
Vamos discutir os principais períodos em que os déficits hídricos podem ocorrer durante
a cultura de milho e suas implicações:
2. Estágio Vegetativo:
3. Estágio Reprodutivo:
O estágio reprodutivo é crítico para a produção de grãos. Déficits hídricos nesse período
podem causar problemas na polinização, resultando em espigas mal formadas ou espigas
vazias. Além disso, a falta de água durante a formação e enchimento dos grãos pode levar
a grãos mal desenvolvidos e menor peso de grãos por espiga, reduzindo a produtividade.
No final do ciclo de vida do milho, o estágio de maturação e colheita também pode ser
afectado por déficits hídricos. A escassez de água nesse período pode acelerar o processo
de senescência das plantas, antecipando a maturação e reduzindo o potencial de produção.
Para mitigar os efeitos dos déficits hídricos na cultura de milho, os agricultores podem
adoptar diversas estratégias de manejo:
43
1. Uso Eficiente da Água:
Escolher cultivares de milho que são mais tolerantes ao estresse hídrico é uma abordagem
importante para garantir melhor desempenho em condições de déficits hídricos.
Conclusão:
O termo "surplus water" (água excedente ou excesso de água) na cultura de milho refere-
se a situações em que o solo está excessivamente encharcado devido a chuvas intensas,
inundação ou má drenagem. Esse excesso de água pode ter impactos negativos na saúde e
no desenvolvimento das plantas de milho, podendo levar a problemas como
encharcamento radicular, falta de oxigénio nas raízes, lixiviação de nutrientes e a
proliferação de doenças causadas por fungos ou bactérias que se proliferam em ambientes
excessivamente húmidos.
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Efeitos do Surplus Water na Cultura de Milho:
2. Falta de Oxigénio nas Raízes: Plantas de milho necessitam de oxigénio para realizar a
respiração das raízes. Em solos excessivamente encharcados, o oxigénio é deslocado pela
água, levando a condições de anaerobiose (falta de oxigénio). Isso prejudica a respiração
das raízes e afecta o metabolismo das plantas, podendo levar a sintomas de estresse e
crescimento comprometido.
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3. Selecção de Cultivares Tolerantes ao Excesso de Água: Escolher cultivares de milho
que sejam mais tolerantes a solos encharcados pode ajudar a minimizar os danos causados
pelo excesso de água.
Conclusão:
O excesso de água, ou surplus water, na cultura de milho pode ter impactos negativos na
saúde e produtividade das plantas. Um manejo adequado, incluindo drenagem eficiente,
selecção de cultivares tolerantes ao excesso de água e práticas para prevenir a propagação
de doenças, pode ajudar a minimizar os efeitos do surplus water e garantir o sucesso da
produção de milho mesmo em condições de excesso de umidade no sol
46
III. CARACTERIZAÇÃO DA AREA DE ESTUDO
Fronteiras Terrestres:
Localização Geográfica:
Clima
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temperaturas são elevadas durante todo o ano, mas podem cair um pouco durante a
estação seca.
Clima Tropical de Savana (Aw): É encontrado nas regiões centrais e norte do país,
incluindo partes das províncias de Tete, Manica, Sofala, Zambézia, Nampula, Niassa
e Cabo Delgado. Esse clima possui uma estação chuvosa marcada, que geralmente
ocorre de novembro a abril, seguida por uma estação seca de maio a outubro. As
temperaturas são elevadas durante todo o ano.
Clima de Montanha (Cwa e Cwb): É encontrado nas áreas montanhosas do país,
como a região de Chimanimani e outras serras. As temperaturas são mais amenas
nessas áreas devido à altitude, e as chuvas são mais abundantes durante a estação
chuvosa.
Clima de Manguezal (Am): É encontrado nas áreas costeiras e estuários,
especialmente no delta do Rio Zambeze. Esse clima é caracterizado por altas
temperaturas e alta umidade, com chuvas ao longo do ano, mas mais intensas durante
a estação chuvosa.
Clima Oceânico (Cfb): É encontrado em áreas costeiras mais ao sul, como em
algumas partes da província de Maputo. Esse clima é influenciado pela proximidade
do Oceano Índico e tem temperaturas moderadas durante todo o ano, com chuvas bem
distribuídas ao longo das estações.
Em geral, Moçambique possui um clima quente e húmido na maior parte do país, com
variações regionais significativas. As condições climáticas têm um impacto
significativo na agricultura, economia, meio ambiente e vida cotidiana da população
moçambicana. O país também está sujeito a eventos climáticos extremos, como
ciclones tropicais, que podem causar danos graves às comunidades e infraestruturas
costeiras. A compreensão do clima de Moçambique é fundamental para o
planeamento de actividades agrícolas, gestão de recursos naturais e preparação para
eventos climáticos adversos.
48
IV. METODOLOGIA DE TRABALHO
49
V. RESULTADOS E DISCUSSOES
Figura 1. Mapa de WRSI calculado para a fase inicial de crescimento da cultura de milho no
período de 2012/2013
Conforme ilustra a figura 1. Verifica-se que no período de 2012/2013, nas zonas Norte,
Centro e sul do pais, o índice de satisfação hídrica varia de 99-100, o que significa que há
condições hídricas adequadas para o desenvolvimento da cultura, isto é, a quantidade da
precipitação registada na primeira fase (Outubro) fenológica de crescimento da cultura de
milho é muito boa.
Na região centro e Norte do país, o Índice de Satisfação hídrica situa-se entre 95 a 99, o que
demonstra que o total acumulado da precipitação foi suficiente para um bom
desenvolvimento da cultura de milho; assim sendo, observa-se que as condições são
favoráveis com maior destaque na zona Norte.
Também verifica-se que em algumas províncias do Norte do Pais, nomeadamente Zambézia e
Nampula demonstram o índice de satisfação de 60-80, isto é, a região apresenta condições
hídricas moderadas para a satisfação de desenvolvimento da cultura de milho no período em
causa.
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WRSI – Índice de Satisfação Hídrica
Figura 2. Mapa de WRSI calculado para a fase de Floração da cultura de milho no período de
2012/2013
Figura 3 Mapa de WRSI calculado para a fase de maturação da cultura de milho na época de
2012/2013
51
5.1.2 Estimativa do excesso hídrico na cultura do milho
Excesso Hídrico
Figura 4 Mapa de excesso hídrico durante a fase inicial da cultura do milho na temporada de
2012/2013.
Excesso Hídrico
Figura 6 Mapa de excesso hídrico durante a fase de floração da cultura de milho na época de
2012/2013.
Excesso Hídrico
Figura 7 Mapa de excesso hídrico durante a fase de maturação da cultura de milho na época
de 2012/2013
53
5.1.3 Estimativa do défice hídrico na cultura do milho em Moçambique.
Défice Hídrico
Figura 8 Mapa de défice hídrico durante a fase inicial da cultura do milho na temporada de
2012/2013.
Défice Hídrico
Figura 9 Mapa de défice hídrico durante a fase vegetativa da cultura do milho na temporada
de 2012/2013.
54
Défice Hídrico
Figura 10 Mapa de défice hídrico durante a fase de floração da cultura de milho na época de
2012/2013.
Défice Hídrico
Figura 11 Mapa de défice hídrico durante a fase de maturação da cultura de milho na época
de 2012/2013.
55
VI. CONCLUSÃO
As variações climáticas, como períodos de seca e chuvas intensas, exerceram uma influência
direta sobre o desempenho da cultura de milho em diferentes regiões de Moçambique durante
o ano hidrológico de 2012/2013. A ocorrência de uma estação chuvosa mais curta e com
chuvas mal distribuídas afectou negativamente o plantio e o estabelecimento das lavouras de
milho, resultando em menor estande e menor desenvolvimento vegetativo das plantas. A falta
de chuvas adequadas durante a fase reprodutiva comprometeu a polinização e o enchimento
dos grãos, reduzindo significativamente a produtividade das espigas.
Além disso, as inundações causadas pelas chuvas intensas levaram a perdas significativas de
colheitas, danos às infra-estruturas agrícolas e insegurança alimentar em algumas regiões. A
falta de infra-estrutura adequada de drenagem também agravou os problemas de
encharcamento do solo, prejudicando o crescimento e desenvolvimento das plantas de milho.
Além disso, as perdas de colheitas causadas pelas variações climáticas resultaram em menor
renda para os agricultores, dificultando o acesso a serviços básicos, educação e saúde nas
comunidades rurais.
57
6.1.LIÇÕES APRENDIDAS E RECOMENDAÇÕES:
58
6.2.CONCLUSÃO GERAL:
59
VII. BIBLIOGRAFIA
Asseng, S., Foster, I., & Turner, N. C. (2011). The impact of temperature variability on wheat
yields. Global Change Biology, 17(2), 997-1012.
Bänziger, M., Edmeades, G. O., & Lafitte, H. R. (1999). Selection for drought tolerance
increases maize yields across a range of nitrogen levels. Crop Science, 39(4), 1035-1040
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abiotic stress tolerance in maize adapted to southern Africa. Agricultural Water Management,
80(1-3), 212-224.
Borrell, A. K., Hammer, G. L., Douglas, A. C., & Xu, B. (2000). The relative contribution of
tiller number per plant, individual tiller weight and grain weight per tiller to grain yield in
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Cairns, J. E., Crossa, J., Zaidi, P. H., Grudloyma, P., Sanchez, C., Araus, J. L., ... & Gowda,
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maize. Crop Science, 53(4), 1335-1346.
Hatfield, J. L., & Prueger, J. H. (2015). Temperature extremes: Effect on plant growth and
development. Weather and Climate Extremes, 10, 4-10.
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cultivar differences in spikelet fertility and harvest index of rice in response to high
temperature stress. Field Crops Research, 95(2-3), 398-411.
Tao, F., & Zhang, Z. (2013). Integrated analysis of effects of plant spacing and N
management on light interception, radiation use efficiency and grain yield in maize. Field
Crops Research, 146, 1-8.
60
Essas referências representam uma variedade de estudos relacionados ao desempenho da
cultura de milho, incluindo a influência das mudanças climáticas, respostas à seca, estresse
térmico, manejo agrícola e melhoramento genético. Esses estudos têm contribuído para a
compreensão dos factores que influenciam o rendimento e a produtividade do milho,
auxiliando no desenvolvimento de estratégias para enfrentar os desafios agrícolas e garantir a
segurança alimentar em cenários de variações climáticas
61