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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO


INFRAESTRUTURA URBANA

Gestão dos resíduos sólidos


Prof. Dra. Maria do Carmo Bezerra
Construção de conceitos para mudança de
paradigma

 Lixo - Tudo que não presta e se joga fora; coisas inúteis, velhas, sem
valor (dicionário Aurélio).
 Restos de alimentos, embalagens descartadas e objetos
inservíveis quando misturados, de fato, tornam-se lixo e seu
destino passa a ser, na melhor das hipóteses, o aterro.

 Resíduos - remanescente; aquilo que resta de qualquer substância.


(dicionário Aurélio).
 Separados em materiais secos e úmidos, passamos a ter resíduos
reaproveitáveis ou recicláveis.

 Não cabe mais, portanto, a denominação de lixo para aquilo que


sobra no processo de produção ou de consumo.
Limpeza urbana ou gestão de resíduos sólidos?

 Superar o conceito de limpeza urbana, que pressupõe a sujeira urbana,


para construção da gestão de resíduos estruturada:

 Na participação da sociedade na concepção e execução de uma


política de resíduos centrada na inclusão social;

 Na educação para os 3 “Rs”-


reduzir,
reutilizar,
reciclar;

 Na responsabilidades social empresarial;


 Na economia sustentável .
Novos conceitos da Política de Resíduos
Sólidos -
Lei nº 12.305 /2010

A Política Nacional de Resíduos Sólidos se constitui num marco para


a gestão urbana com impactos positivos na economia e repercussões
sociais e ambientais.

 Gerenciamento de resíduos: sistema de gestão que visa reduzir,


reutilizar ou reciclar resíduos, incluindo planejamento,
responsabilidades, práticas, procedimentos e recursos para desenvolver
e implementar as ações necessárias ao cumprimento das etapas
previstas em programas e planos;

 Conceito norteador da : Valorização de resíduos - operação que


permite o aproveitamento de resíduos, por meio da: reutilização,
reciclagem, valorização energética e tratamento para fins de
compostagem;
Desperdício - o ato de produzir e/ou consumir ou dispor de algo além do que
é socialmente necessário e ambientalmente sustentável, contribuindo para
o aumento na geração de resíduos sólidos;
Reciclagem: é o processo de reaproveitamento de um resíduo, após ter sido
submetido à transformação;
Reutilização: é o processo de reaplicação de um resíduo, sem transformação
do mesmo;
Rejeito – materiais não nocivos à saúde para os quais não se dispõem de
mercado e/ou de tecnologias para a reciclagem
Beneficiamento: é o ato de submeter um resíduo à operações e/ou processos
que tenham por objetivo dotá-los de condições que permitam que sejam
utilizados como matéria-prima ou produto;
Logística reversa : conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a
viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial,
para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra
destinação final ambientalmente adequada;
O processo de urbanização e
os resíduos sólidos
 O crescimento das cidades e do consumo de produtos industrializados e a ampliação
do uso dos produtos descartáveis gerou um aumento excessivo de resíduos. No caso
brasileiro ocorre de forma mais intensa a partir de meados dos nãos de 1960

 Na Primeira Revolução Industrial os resíduos eram basicamente orgânicos e, claro


existiam menos habitantes nas cidades . Os moradores apenas enterravam os
resíduos no próprio quintal.

A nível mundial após a Primeira


Revolução Industrial, houve um
grande crescimento da produção
industrial.
Após a Segunda Guerra Mundial (1939
a 1945) – aumentou a população urbna
com maior quantidade de de resíduos
bem como alteração em sua
composição.
Dois problemas relacionados: Geração e
Gerenciamento

 Geração: Os avanços tecnológicos criaram novos produtos, o


que facilita a disseminação uma nova cultura de consumo. A
lógica é dos descartáveis, que tornam a vida mais prática, mas
em contrapartida têm conseqüências graves ao ambiente.
 Gerenciamento: Hoje, no Brasil, os problemas causados pelos
resíduos sólidos, não são unicamente causados pelo aumento da
produção de resíduos, mas também pela gestão urbana e dos
resíduos.
Resíduos Sólidos: geração e coleta

No Brasil, em 2019, foram geradas 79,1 milhões de toneladas de resíduos


sólidos urbanos. Desse montante, 92% (72,7 milhões) foram coletados
(Ministério das Cidades 2020),
Apesar disso, 6,3 milhões de toneladas de resíduos ficaram sem ser
recolhidos nas cidades.
Padrão de geração no Brasil (1KG/hab) esta próximo aos dos países da
União Europeia, cuja média é de 1,2 kg por dia por habitante.
 Em Brasília o volume é de 1,698 kg de resíduos coletados por dia, seguida
do Rio, com 1,617 kg/dia, e São Paulo, com 1,259 kg/dia.
Resíduos sólidos: geração e disposição

• As 13 cidades mais populosas do Brasil produzem em média 51,6 mil


toneladas diárias de lixo do total das 125,2 mil toneladas diárias produzido
em todo país.

• De acordo com o SNIS,2019 o destino final ocorre: 22,54% em Aterros


Sanitários, 9,86% Aterros Controlados, 4,23% Lixões, 2,82% Aterros de
Resíduos da Construção Civil e 1,41% Outros tipos.

• Regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste registram a maior quantidade de


destinação incorreta, com mais de 80% dos rejeitos despejados em lixões.

• 2.569 cidades vazam o lixo hospitalar no aterro dos resíduos urbanos.


Fatores que influenciam na geração de
resíduos em áreas urbanas
 Número de habitantes;

 Áreas de produção;

 Variação sazonal;

 Condições climáticas;

 Hábitos de consumo da população;

 Perfil econômico;

 Nível educacional;
Condições de gestão no Brasil
Gestão dos resíduos
 Na maioria das cidades brasileiras não existe processo de gerenciamento
de resíduos, no máximo existe um sistema de coleta com precária
destinação e tratamento final;
 ONU diz que de 20% a 30% dos orçamentos municipais já estão
comprometidos com a coleta e destinação desses resíduos.
 Nos últimos dez anos, a população do Brasil aumentou 9,65% e no mesmo
período, o volume de lixo cresceu 21%.
Gestão urbana
 O tema dos resíduos é tratado de forma desarticulada com ordenamento
territorial urbano;
 O aspecto mais obvio é a não previsão de áreas para o destino final o que
transformou o tema num dos maiores problemas de gestão urbana e
ambiental do pais;
Relação entre configuração urbana e impactos da
gestão de resíduos

Densidade (malha compacta ou dispersa)


influencia:
 em maiores ou menores deslocamentos para coleta;
 em dificuldade de localização de áreas de disposição final
seja pela proximidade de outras atividades urbanas ou
pela necessidade de localização em áreas muito distantes
com custo mais elevados de transporte;
Setorização de Usos do solo implica:
 tipologias de resíduos a ser coletado o que pode facilitar
ou dificultar a implantação de uma coleta seletiva;
Interfaces da gestão de resíduos com o
planejamento urbano
 Definição de parâmetros urbanísticos possui implicações sobre
 tipo de equipamentos (declividade e largura de vias),
 períodos de coleta (existência ou não de áreas de armazenamento nos
lotes);
 custo da coleta (distâncias percorridas);

 Definição do zoneamento de uso e ocupação do solo :


 Destinação final de áreas que demandam critérios locacionais e as
características de meio físico, e a disponibilidade de infraestrutura de
operação;
Aspectos da estrutura urbana a e o
planejamento da gestão de resíduos

 características topográficas;
 sistema viário;
 tipos de pavimento das vias;
 declividade e sentido de tráfego;
 uso do solo;
 densidade;
 disposição final (localização e alternativa
tecnológica).
Política Nacional de Resíduos Sólidos

 Após 19 anos de tramitação foi aprovada a Lei 12.305/2010 que


instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. A lei foi
regulamentada pelo Decreto 7.404/2010

 A Política estabelece responsabilidades ao setor público,


empresários e a cidadãos no gerenciamento priorizando a
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos.

 O poder público é responsável pelo Gerenciamento Integrado de


Resíduos Sólidos comuns, e pela estruturação de estratégias e
ações que mobilizem o conjunto da sociedade para
implementação da gestão sócio-ambiental compartilhada com
inclusão social.
Política Nacional de Resíduos Sólidos

Princípios
Combate ao desperdício e promoção da reutilização e reciclagem.
Valorização do resíduos.
Gerenciamento de resíduos, compartilhado, descentralizado e de
modo participativo.
Corresponsabilidade dos diferentes atores sociais (aí incluso o
Estado) na produção de resíduos, na sua redução e no processo e
gerenciamento.
O princípio da redução precede o da reutilização e o da reciclagem.
Plano Integrado de Gerenciamento de
Resíduos
• Conteúdo mínimo
• Elaborar um diagnósticos da situação dos resíduos do município

• Classificar e estabelecer as forma de coleta, transporte e destino de cada tipo


de resíduo

• Estabelecer os modelos de financiamento para coleta, transporte e destino


final dos resíduos

• Estabelecer o papel de cada segmento social envolvido na gestão dos


resíduos ( governo, sociedade civil e empresários)

• Estabelecer programas para implantar os princípios definidos na Lei Nacional

• Estabelecer os mecanismo de transparência nas informações de gestão dos


resíduos etc .
Plano Integrado de Gerenciamento de
Resíduos
 Diretrizes técnicas e procedimentos para os Programas e Projetos
Municipais
 Cadastramento de áreas públicas ou privadas, aptas para recebimento,
triagem e armazenamento temporário de pequenos volumes;
 Estabelecimento de processos de licenciamento para as áreas de
beneficiamento e de disposição final de resíduos;
 Proibição da disposição dos resíduos de construção em áreas não
licenciadas;
 Incentivo à reinserção dos resíduos reutilizáveis ou reciclados no ciclo
produtivo;
 Definição de critérios para o cadastramento de transportadores;
 Ações de orientação, de fiscalização e de controle dos agentes
envolvidos;
 Ações educativas visando reduzir a geração de resíduos e possibilitar
a sua segregação.
Disposição final e suas interfaces com o
planejamento urbano
 É a ultima fase de um sistema de limpeza urbana.
Geralmente esta operação é efetuada imediatamente após a
coleta.
 Em alguns casos entretanto antes de serem dispostos os
resíduos são processados, isto é sofre algum tipo de
beneficiamento, visando melhores resultados econômicos,
sanitários e/ou ambientais.
 Compactação - redução do volume inicial.

 Trituração - reduz a granulometria.

 Reciclagem – reaproveitamento de diferentes formas de


acordo com o potencial do resíduo.
Estação de transferência

 As estações de transferência, ou transbordo são locais

onde os caminhões coletores vazam sua carga dentro de


veículos com carrocerias de maior capacidade que seguem
até o destino final. Tem como objetivo reduzir o tempo
gasto de transporte e consequentemente os custos com
deslocamento do caminhão coletor desde o ponto final do
roteiro até o local de disposição final do lixo.
O que considerar para definição da
área de um aterro sanitário?
 Propriedade;
 tamanho da área;
 próxima da zona de coleta ( no máximo 30 km para ida e volta);
 boas condições de trafego inclusive em épocas de chuva;
 afastada de aeroportos;
 afastada no mínimo 2 hm de zonas residenciais;
 servida por rede telefônica, energia, água etc.;
 afastada de cursos d’água;
 apresenta jazidas acessíveis para cobertura do lixo;
apresenta posicionamento adequado quanto aos ventos dominantes.
Características do Meio físico
 Os melhores terrenos estão localizados em depressões naturais secas. minas
abandonadas. ou jazidas de argila ou saibro já exploradas;

 Tipos de solo

Solo de baixa permeabilidade é ideal para o aterro para não contaminar o solo e a
água

a tendência natural é que a decomposição comece a penetrar no solo, levadas pela


água das chuvas. Este tipo de fenômeno se dá o nome de lixiviação; dela resulta o
chorume, um líquido de cor escura, odor desagradável e elevado poder de
poluição.
 Águas subterrâneas e superficiais

É importante conhecer o lençol freático quanto mais profundo menor a


possibilidade de contaminação (cota mínima de 3m do lençol freático).

Distante de cursos d’água com distância mínima de 200 metros de suas margens.
Relação com a estrutura urbana

 Precisa estar próximo da zona de coleta (no máximo 30km para ida e
volta);
 Boa condição de tráfego inclusive em épocas de chuva para permitir
acesso fácil e rápido;
 Deverá ser afastada no mínimo 13 Km de aeroportos;
 Deverá ser afastada no mínimo 2 a 5 km das zonas residenciais;
 Deverá ser servida por infraestrutura: vias trafegáveis, rede de
telefônica, energia, água e outros;
 É ideal que a localização ocorra em área de densidade populacional
baixa.

Exemplo de estudos para definição da área
de um aterro

 levantamento geotécnico;
 levantamento da quantidade de resíduos destinados ao
aterro (serve para calcular a vida útil do aterro);
 levantamento do tipo de resíduo (serve para prevenir as
medidas de controle);
 levantamentos complementares (identificação dos usos
do solo previstos para a região) – ajuda a definir o uso
futuro da aterro.
Implantação de um Aterro Sanitário
 Impermeabilização e drenagem subsuperficial;
 Drenagem de chorume e gases na fundação e
superficial;
 Proteção superficial com grama;
 Instrumentação, balanças;
 Implantação de cinturão verde;
 Cercamento da área;
 Implantação da estação de tratamento de
chorume;
 Estrada de acesso ao aterro;
Procedimentos mínimos de operação de
um aterro sanitário

 compactação dos resíduos em camadas sobre o solo,


empregando-se por exemplo um trator de esteira;
 recobrimento com uma camada de terra ou outro
material inerte;
 adoção de procedimentos para proteção do meio
ambiente.
 Monitoramento da operação do aterro sanitário
Encerramento de um aterro :
Aterro Sanitário Bandeirantes – SP
Gera de energia:170.000 Kwh
Capacidade: 35 milhões de ton.
Área : 140 ha
Altura máxima: 105 metros
Problemas ambientais na etapa de destinação
final

 carreamento de materiais do aterro para


coleções superficiais de águas e invasão de águas
superficiais sobre o aterro;
 contaminação do lençol freático;
 percolação vertical do “liquido de percolação”
formado no aterro resultante da água da chuva, da
umidade dos resíduos e da decomposição dos
mesmos;
 transferência de gases resultantes da
decomposição de resíduos e que são solúveis na
água;
Gestão dos Resíduos da Construção Civil
(RCC) que adota os mesmos princípios da Lei
12.305 /2010....

mas, é regida operacionalmente pela


Resolução CONAMA 307/2002, alterada pelas
Resoluções 348/200 e 448/2012,
Resíduos da construção civil: definição

 Resíduos da construção civil: são os provenientes de construções,


reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os
resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos,
blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas,
colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas,
pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc.,
comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha;

 Agregado reciclado: é o material granular proveniente do


beneficiamento de resíduos de construção que apresentem características
técnicas para a aplicação em obras de edificação, de infra-estrutura, em
aterros sanitários ou outras obras de engenharia;
Resolução CONAMA 348/2004

 Define do que trata um Plano de Gerenciamento de Resíduos


da Construção Civil;
 Classificação de resíduos da construção civil;
 Define responsabilidade do gerador quanto a classificação,
separação e destino final, ou seja, o gerenciamento dos resíduos;
 Define como e onde destinar os resíduos da construção civil;
 Os geradores deverão ter como objetivo prioritário a não geração
de resíduos e, secundariamente, a redução, a reutilização, a
reciclagem e a destinação final;
 As áreas para disposição de RCC devem passar por processo de
licenciamento ambiental e serem fiscalizadas pelos órgãos
ambientais.
Quem faz o Plano é quem mais gera RCC

 Ao iniciar a obra é necessário apresentar o Projeto de


Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC)
do empreendimento para o órgão fiscalizador.
 A fiscalização, ao término da obra, irá comparar a quantidade
estimada com a realizada de resíduos através de documentos
da sua empresa e da empresa contratada para coleta;
 A construção formal é responsável pela geração de apenas
30% dos RCC, sendo os geradores informais os responsáveis
pela maior parcela dos resíduos gerados, de acordo com o
Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São
Paulo (SINDUSCON -SP, 2012).
Classificação dos RCC

A composição do RCC é CLASS DESCRIÇÃO DO


EXEMPLO
classificada conforme E RESÍDUO
resolução CONAMA 307.
Tijolo, telha, azulejos,
Materiais reutilizados ou
A blocos e tubos de
Restos de materiais reciclados
concreto e argamassa
cerâmicos, argamassa e
seus componentes
Materiais reciclados com Vidro, gesso, madeira,
representam em média B
outras destinações plástico e papelão
90% de todos os resíduos
gerados em obras.
Materiais sem conduções Estopa, lixa, panos e
C
de reciclagem ou reuso pincéis

Compostos nocivos à Solvente, tinta, amianto,


D
saúde entulhos contaminados
Classificação dos RCC, segundo a Resolução
307/2002:
Destinação dos RCC, segundo a Resolução
307/2002:

I - Classe A: deverão ser reutilizados ou reciclados na


forma de agregados, ou encaminhados a áreas de aterro de
resíduos da construção civil, sendo dispostos de modo a
permitir a sua utilização ou reciclagem futura;
II - Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou
encaminhados a áreas de armazenamento temporário,
sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou
reciclagem futura;
Destinação dos RCC, segundo a Resolução
307/2002:

III - Classe C: deverão ser armazenados,


transportados e destinados em conformidade com as
normas técnicas especificas
IV - Classe D: deverão ser armazenados,
transportados, reutilizados e destinados em
conformidade com as normas técnicas específicas;
Diretrizes para projeto de RCC da ABNT

 NBR 15112 – Áreas de transbordo e triagem de resíduos da construção


civil e resíduos volumosos;
 NBR 15113 – Aterros para resíduos sólidos da construção civil e resíduos
inertes;
 NBR 15114 – Área de reciclagem para resíduos sólidos da Construção
civil;
 NBR 15115 – Procedimentos para que agregados reciclados de resíduos
sólidos da construção civil sejam utilizados na execução de camadas de
pavimentação;
 NBR 15116 – Requisitos para que agregados reciclados de resíduos
sólidos da construção civil sejam utilizados na execução de camadas de
pavimentação;
O que pode ser reciclado e onde utilizar ?
Estágio da reciclagem dos RCC
 As obras geram 84 milhões de m³ de resíduos / ano. Destes, 17 milhões são
reaproveitados (20%) quando o potencial de reciclagem desse material chega a
80%.
 Em países desenvolvidos a quantidade média de resíduos proveniente de
edificações novas é inferior a 1 00 kg/m 2 , já no Brasil este índice encontra -se
em torno de 300 kg/m 2 edificado (MONTEIRO et al., 2001)
 Reciclar não é só triturar o material é preciso atender as normas de qualidade para
que seja reinserido no processo da indústria da construção.
 Apesar das dificuldades a reciclagem vem aumentando e hoje temos 310 usinas
de reciclagem quase todas privadas. No início, década de 1990, existiam no
máximo 40 usinas piloto e públicas que tiveram o papel de difusão da
reciclagem.
 O Estado de São Paulo concentra cerca de 60% das Usinas existentes
Os RCC representam um problema aos sistemas de limpeza
pública municipais visto que, no Brasil, podem representar de 50%
da massa dos resíduos sólidos urbanos.

De forma geral os RCC são de baixa periculosidade mas sua


disposição irregular pode gerar problemas de ordem estética,
ambiental e de saúde pública pois existem em seu meio produtos
perigosos (tintas e outros solventes) e embalagens diversas, alem
de materiais orgânicos.
 Em 1990, a cada três prédios construídos, um se perdia. Isso foi muito
difundido, principalmente na esfera governamental. Eram informações
empíricas.
 O número de 30% de perdas saiu de uma tese defendida na Poli [Escola
Politécnica da USP] pelo Flávio Augusto Picchi. Mas ele se referia a
perdas financeiras, incluindo o custo do retrabalho, ou seja, dinheiro.
 Era necessário desenvolver uma pesquisa fundamentada que acabou
sendo realizada pelo Programa Habitare com financiamento da Finep.
Envolveu sete universidades.
 Afinal, qual é então o índice médio de desperdício nas obras
brasileiras?
O desperdício médio está entre 7% e 8%, o que não é algo tão absurdo.
Há construtoras que conseguem índices mais baixos e outras que estão
bem acima disso. Esse número reflete as perdas de materiais que se
tornaram entulho ou que ficaram incorporados na obra. Mas não leva em
conta a despesa de mão-de-obra que essa perda implica, além da despesa
 Em relação ao manejo dos RCC, de acordo com a PNSB
(IBGE, 2010), dos 5.564 municípios brasileiros, 4.031
municípios (72,44%) apresentam serviços de manejo dos
RCC.
 Contudo, apenas 392 municípios (9,7%) possuem alguma
forma de processamento ( reciclagem) dos RCC.
 De acordo com a Associação Brasileira para Reciclagem de
Resíduos de Construção Civil e Demolição (Abrecon), o
Brasil joga fora oito bilhões de reais ao ano porque não
recicla seus produtos.
Causas da geração de resíduos na
construção civil
 Superprodução no preparo de argamassa para ser usado no dia de
trabalho. (o mesmo ocorre com outros insumos);
 Perdas de processamento, quando tijolos e cerâmicas ou outros materiais;
 Erros de construções que demandam a demolição e reconstrução;
 Uso de materiais com vida útil reduzida ( baixa qualidade de matérias de
construção);
 Baixa qualificação da mão de obra (empregados da construção)
 Baixo nível de industrialização de industria da construção;
 Falta de padronização das peças e insumos da construção;
 Alto índice de autoconstrução (urbanização informal que gera construção
falhas que demandam adaptações e reformas;
 Baixo nível de gerenciamento da construção por engenheiros e
projetistas arquitetos;
Infraestrutura física do SLU-DF

 O Distrito Federal possui 12 Distritos de Limpeza, localizados em algumas regiões

administrativas do Distrito Federal para facilitar o deslocamento de pessoal e equipamentos


nos serviços de recolhimento de resíduos.
Aterro sanitário de samambaia

Núcleo de Recebimento de Entulho e de recuperação de RCC

(antigo lixão da Estrutural )


Núcleo de compostagem de Brazlândia e de Ceilândia

Núcleo de recuperação e de Reciclagem da Estrutural (galpão operado com 22 cooperativas


)
Usina de Incineração de resíduos : inaugurada em 1985, está situada na mesma área da

UCTL na Ceilândia. Tem capacidade para incinerar cerca de 30 t/dia, preferencialmente o


lixo hospitalar, animais mortos, produtos impróprios para o consumo, drogas e
entorpecentes, documentos sigilosos, etc.
Vila Estrutural e Aterro controlado do Jóque
Operação no lixão da Estrutural
Lagoas de
tratamento
do
chorume
no lixão da
Estrutural
Localização do aterro sanitário do DF:
Samambaia inaugurado em 2017
Capacidade do Aterro do DF

 O projeto do Aterro Sanitário de Brasília esta previsto em


quatro etapas que integram 13 anos de operação.
Acabou depois de 25 anos de tentativas
incessantes de técnicos e da sociedade civil
Esse e muitos outros ainda não .....

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