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1.1.2 GERAÇÃO
Através do crescimento desenfreado das cidades brasileiras, fez com que aumentasse a
quantidade de RSU. É importante saber quais tipos de resíduos são gerados, os volumes e
suas respectivas origens, mas nem todo volume é coleta, por conta da insuficiência da
coleta do serviço público, e a falta de conscientização da população.
O resíduo que é gerado de forma difusa dificulta a mensuração da massa gerada, além de
causar graves impactos ambientais, esses resíduos podem ser levados pelas águas pluviais
até as drenagens, destas para os rios e daí para o mar, causando prejuízo à biodiversidade,
turismo entre outros.
Através do gráfico que foi tirado do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, 2011 a 2019,
observou-se que as regiões Sudeste e Nordeste foram aquelas que mais contribuíram,
respondendo, a 50% e 25% respectivamente, da geração total do país em 2018.
1.1.3. COMPOSIÇÃO
1.1.4. COLETA
No Brasil, a fonte geradora não faz uma segregação prévia, chamada de convencional ou
indiferenciada, acarreta numa perda significativa tanto na recuperação desses resíduos
sólidos quanto na coleta seletiva.
A região com maior cobertura da coleta seletiva foi a região Sudeste, seguida pela região
Centro-Oeste. Sendo a região com maior déficit a região Norte.
Segundo dados do IBGE as práticas de coleta de resíduos sólidos domiciliares no Brasil
podem ser divididas entre atendimento direto, indireto e ausência do serviço, sendo a maior
parte dos domicílios atendidos pela coleta direta. Com as pesquisas é notada uma
deficiência no serviço principalmente nas zonas rurais.
Definida como a coleta dos resíduos sólidos previamente separados, de acordo com a sua
constituição ou composição (PNRS, art. 3º, inciso V). A implantação da coleta seletiva de
resíduos sólidos urbanos é de responsabilidade dos municípios. Em consonância com o
Decreto nº 10.936/2022, o sistema de coleta seletiva deverá estabelecer, no mínimo, a
separação de resíduos secos e orgânicos, de forma segregada dos rejeitos.
A falta da educação ambiental a população gera quantidades enormes de resíduos
diariamente que não são separados o que acaba transformando-os em rejeitos,
impossibilitando seu reaproveito.
Os municípios considerados de grande porte em sua maioria declaram possuir iniciativas de
coleta seletiva enquanto municípios menores o percentual cai para menos de 35%, visto
isso aumenta-se a necessidade da implementação de políticas públicas relacionadas à
coleta seletiva.
Os gráficos e dados mostram que o índice de reaproveitamento quando comparada a
quantidade de resíduo gerada é visivelmente pequena e esse índice cai ainda mais quando
se fala sobre os resíduos orgânicos. Para viabilizar um tratamento correto seria necessária
a plena separação em rejeito, resíduo orgânico e reciclável.
A PNRS, em seu art. 3º, inciso VII, definiu que destinação final ambientalmente adequada
compreende a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o
aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes. A
disposição final de acordo com a PNRS é usada apenas em rejeitos. Nesse sentido, cada
vez mais fala-se numa economia circular, onde qualquer material é reintroduzido na cadeia
a fim de que sejam gerados menos resíduos e os que são gerados possam ser
reaproveitados.
Para avançarmos na questão destinação final correta é necessário principalmente a
implantação de políticas públicas e o desenvolvimento de arranjos regionais, de forma a
conferir ganhos de escala e redução de custos. A destinação adequada dos resíduos
contribui para a mitigação de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), assim como
também, uso de combustível derivado de resíduos no setor energético e uso de composto
na agricultura, contribuindo para a promoção de novos padrões de tecnologias limpas e de
baixas emissões.
1.1.5.1. REUTILIZAÇÃO
As frações de RSU recolhidas por meio da coleta seletiva indicam o início da reciclagem. Os
índices de reciclagem no Brasil são extremamente baixos e algumas razões são a baixa
adesão da população aos sistemas de coleta seletiva e concorrência desleal com
alternativas de destinação final inadequadas (lixões e aterros controlados).
As latas de alumínio possuem o maior índice de aproveitamento em relação aos demais
tipos de materiais devido a demanda crescente do setor de embalagens pelo alumínio
reciclado e curto ciclo de vida das latas.
De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro), seu quadro
associativo contempla 15 indústrias associadas, sendo sete produtoras de vidro plano, sete
produtoras de vidro oco e uma produtora de vidros técnicos. Além disso, possui seis
fornecedores associados. As indústrias se localizam em sua maior parte nas regiões Sul e
Sudeste, o que pode tornar mais complexo o aumento do índice de recuperação de
materiais dos resíduos nas demais regiões para o cumprimento da Política Nacional de
Resíduos Sólidos, mas também para a recuperação de materiais, com preservação dos
recursos naturais, e como geradores de emprego e renda, levando à melhoria das
condições sociais e econômicas nas diferentes regiões do país.
1.1.5.4.2 COPROCESSAMENTO
O coprocessamento é uma tecnologia de destinação final de RSU em fornos que contribui
para preservar os recursos naturais que substituem as matérias-primas e combustíveis
fósseis.
No Brasil a queima em fornos clínquer é a principal forma de destinação de pneus
inservíveis, o qual possui cadeia de logística reversa.
COMBUSTÍVEL DERIVADO DE RESÍDUO- CDR
O CDR é um combustível que é produzido a partir do RSU, os quais adquirem propriedades
que possibilitam a sua utilização com poder calorífico alto, para ser usados, como por
exemplo, fornos e centrais de energia termelétricas.
Essa é uma das técnicas de recuperação energética com maior nível de aproveitamento
dos resíduos, sendo eles reincorporados no processo de fabricação de cimento.
1.1.5.4.3 INCINERAÇÃO
O processo de incineração dos resíduos sólidos consiste basicamente na submissão
desses resíduos a um tratamento térmico que esteja em um ambiente controlado, a
vantagem de usar esse processo é a redução do volume e massa dos resíduos.
No país existe incineração para resíduos industriais, serviços de saúde e de equipamentos
que contêm Bifenilas Policloradas.
Os consórcios públicos são parte essencial para a efetiva realização dos serviços
associados à gestão de RSU, e isso é um dos instrumentos instituídos pela PNRS, e tem
como objetivo a descentralização e a prestação de serviços públicos que envolvam resíduos
sólidos.
Para garantir o cumprimento da ampliação da capacidade institucional para a gestão de
RSU é necessário uma estrutura técnico-administrativa de funcionários especializados na
gestão de resíduos, além da existência de áreas de cunho técnico, administrativo, jurídico e
financeiro na sua organização.
Os consórcios públicos são instrumentos para alcançar os objetivos da PNRS,
principalmente em casos que as soluções individuais apresentem dificuldades técnicas ou
econômicas viáveis de solução individual.
Estudos de regionalização devem incluir possibilidades de arranjos regionais entre
diferentes municípios para garantir áreas potencialmente favoráveis para a destinação final
ambientalmente adequada de resíduos sólidos.
Além dos consórcios públicos, ainda são possíveis as Parcerias Público-Privadas (PPP),
que cumprem um papel relevante no sentido de resolver questões regionais, e podem ser
uma solução mais rápida quando os consórcios já contam com dados e informações
trabalhados.
Os Planos de Gestão de Resíduos Sólidos são instrumentos introduzidos pela PNRS, com
objetivo de subsidiar o planejamento de resíduos de todas as esferas de governo e dos
setores produtivos. Portanto, o Planares é um documento de caráter macro, que vai orientar
os demais entes federados.
Assim como o nacional os estados também devem desenvolver os Planos Estaduais de
Resíduos Sólidos (PERS), que devem atender aos termos de diagnósticos de resíduos,
sendo, a proposição de cenários, metas de redução de resíduos, metas de aproveitamento
para os gases gerados, metas para eliminação e para a recuperação dos lixões, programas
para o atendimento de metas, medidas para incentivar a gestão consorciada, diretrizes para
a gestão de resíduos em regiões metropolitana, normas para a disposição final dos rejeitos,
zonas favoráveis para localização de unidades de tratamento de resíduos, áreas que foram
degradadas em razão de disposição inadequada de resíduos e meios que serão utilizados
para o controle e a fiscalização.
Além disso também devem ser elaborados os Planos Municipais de Gestão Integrada de
Resíduos Sólidos (PMGIRS) com um conteúdo mínimo de diagnóstico da situação de
resíduos no respectivo território, identificação das áreas favoráveis para a disposição final
de rejeitos, identificação das possibilidade de implantação de soluções consorciadas,,
identificação dos resíduos e dos geradores sujeitos a plano de gerenciamento específico,
indicadores de desempenho operacional, regras para o transporte de resíduos, programas e
ações para capacitação técnica, programas e ações de educação ambiental, mecanismos
de criação de negócios, emprego e renda relacionados a valorização de resíduos, além de
metas de redução e reutilização com ações preventivas e corretivas a serem praticadas.
Em 2018 existiam 23 planos de gestão de resíduos em estados, com mais dois em fase de
elaboração, o acompanhamento da implementação dos planos nos estados é fundamental
para que os resultados de ações sejam monitorados e assim garantir sua eficácia e ainda
realizar possíveis ajustes.