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1.

1 RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (RSU)


O objetivo desta seção é mostrar o panorama e o diagnóstico atual da relação de geração,
coleta, tratamento, destinação e disposição final dos resíduos sólidos no país, para alcançar
esse resultado foram utilizados os dados mais atualizados, assim como metodologias que
consideram a realidade de diferentes países, em relação aos resíduos recicláveis foram
destacados o plástico, papel/papelão, metais, vidro e orgânicos.
Atendendo a Lei n° 12.305/2010, foram usadas as definições que nela estão presentes,
destacando os conceitos para resíduo e rejeito, que são respectivamente, aqueles gerados
em um ambiente domiciliar, comercial e de serviços de pequeno porte e na limpeza urbana
e sendo os resíduos sólidos aqueles de depois de ter esgotado todas as possibilidades de
tratamento e recuperação, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final
ambientalmente adequada.

1.1.1 NÃO GERAÇÃO E REDUÇÃO


Existe a ordem de gerenciamento dos resíduos, o qual a não geração é ação prioritária,
seguida da redução, porém no Brasil essas práticas ainda são bastante incipientes. Uma
forma de reverter esse cenário é estimular que a produção, distribuição e consumo sejam
repensados, incentivando que os modelos gerem menos resíduos.
Modelos que favorecem isso são produtos com vida útil prolongada, também tem a venda e
o consumo de materiais de segunda mão, mas essa política de não geração necessita de
estímulos e ferramentas de desenvolvimento e acompanhamento, as quais foram
consideradas nas diretrizes e estratégia do plano.
A falta de conscientização das pessoas faz com que essas desconhecem a importância
para uma mudança da realidade, ou seja, precisa-se que haja a educação ambiental que é
essencial para reduzir a geração de resíduos sólidos urbanos, melhorar também a
qualidade dos materiais coletados, podendo ser aproveitado.

1.1.2 GERAÇÃO
Através do crescimento desenfreado das cidades brasileiras, fez com que aumentasse a
quantidade de RSU. É importante saber quais tipos de resíduos são gerados, os volumes e
suas respectivas origens, mas nem todo volume é coleta, por conta da insuficiência da
coleta do serviço público, e a falta de conscientização da população.
O resíduo que é gerado de forma difusa dificulta a mensuração da massa gerada, além de
causar graves impactos ambientais, esses resíduos podem ser levados pelas águas pluviais
até as drenagens, destas para os rios e daí para o mar, causando prejuízo à biodiversidade,
turismo entre outros.
Através do gráfico que foi tirado do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, 2011 a 2019,
observou-se que as regiões Sudeste e Nordeste foram aquelas que mais contribuíram,
respondendo, a 50% e 25% respectivamente, da geração total do país em 2018.

1.1.3. COMPOSIÇÃO

A composição gravimétrica dos resíduos é o percentual da massa de cada componente em


relação à massa total. A identificação da composição permite que seja planejado
corretamente todo o processo que garante uma destinação ambientalmente adequada.
O resíduo orgânico é o principal componente do RSU (resíduos sólidos urbanos), seguido
de plásticos e rejeitos. Esses dados vieram de cerca de 200 estudos e a gravimetria
nacional foi estimada com base na média ponderada a partir da geração total de RSU por
faixa de renda dos municípios e respectivas composições, levando-se em consideração a
população e geração per capita

1.1.4. COLETA

No Brasil, a fonte geradora não faz uma segregação prévia, chamada de convencional ou
indiferenciada, acarreta numa perda significativa tanto na recuperação desses resíduos
sólidos quanto na coleta seletiva.
A região com maior cobertura da coleta seletiva foi a região Sudeste, seguida pela região
Centro-Oeste. Sendo a região com maior déficit a região Norte.
Segundo dados do IBGE as práticas de coleta de resíduos sólidos domiciliares no Brasil
podem ser divididas entre atendimento direto, indireto e ausência do serviço, sendo a maior
parte dos domicílios atendidos pela coleta direta. Com as pesquisas é notada uma
deficiência no serviço principalmente nas zonas rurais.

1.1.4.1. COLETA CONVENCIONAL

De acordo com os dados, os municípios de pequeno porte foram os de menor cobertura e


além disso poucos possuem regulamentação para grandes empresas.

1.1.4.2. COLETA SELETIVA

Definida como a coleta dos resíduos sólidos previamente separados, de acordo com a sua
constituição ou composição (PNRS, art. 3º, inciso V). A implantação da coleta seletiva de
resíduos sólidos urbanos é de responsabilidade dos municípios. Em consonância com o
Decreto nº 10.936/2022, o sistema de coleta seletiva deverá estabelecer, no mínimo, a
separação de resíduos secos e orgânicos, de forma segregada dos rejeitos.
A falta da educação ambiental a população gera quantidades enormes de resíduos
diariamente que não são separados o que acaba transformando-os em rejeitos,
impossibilitando seu reaproveito.
Os municípios considerados de grande porte em sua maioria declaram possuir iniciativas de
coleta seletiva enquanto municípios menores o percentual cai para menos de 35%, visto
isso aumenta-se a necessidade da implementação de políticas públicas relacionadas à
coleta seletiva.
Os gráficos e dados mostram que o índice de reaproveitamento quando comparada a
quantidade de resíduo gerada é visivelmente pequena e esse índice cai ainda mais quando
se fala sobre os resíduos orgânicos. Para viabilizar um tratamento correto seria necessária
a plena separação em rejeito, resíduo orgânico e reciclável.

1.1.5. DESTINAÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

A PNRS, em seu art. 3º, inciso VII, definiu que destinação final ambientalmente adequada
compreende a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o
aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes. A
disposição final de acordo com a PNRS é usada apenas em rejeitos. Nesse sentido, cada
vez mais fala-se numa economia circular, onde qualquer material é reintroduzido na cadeia
a fim de que sejam gerados menos resíduos e os que são gerados possam ser
reaproveitados.
Para avançarmos na questão destinação final correta é necessário principalmente a
implantação de políticas públicas e o desenvolvimento de arranjos regionais, de forma a
conferir ganhos de escala e redução de custos. A destinação adequada dos resíduos
contribui para a mitigação de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), assim como
também, uso de combustível derivado de resíduos no setor energético e uso de composto
na agricultura, contribuindo para a promoção de novos padrões de tecnologias limpas e de
baixas emissões.

1.1.5.1. REUTILIZAÇÃO

A reutilização é caracterizada como o aproveitamento do resíduo sem que ocorra uma


transformação biológica, física ou físico-química (PNRS, art. 3º, inciso XVIII). A reutilização
em larga escala surge a partir da concepção de produtos, que já nascem com design
direcionado a usos futuros, isso dependendo da comunicação entre empresas e seus
clientes a fim de promover educação ambiental acerca desse assunto.

1.1.5.2. RECICLAGEM DOS RESÍDUOS SECOS

As frações de RSU recolhidas por meio da coleta seletiva indicam o início da reciclagem. Os
índices de reciclagem no Brasil são extremamente baixos e algumas razões são a baixa
adesão da população aos sistemas de coleta seletiva e concorrência desleal com
alternativas de destinação final inadequadas (lixões e aterros controlados).
As latas de alumínio possuem o maior índice de aproveitamento em relação aos demais
tipos de materiais devido a demanda crescente do setor de embalagens pelo alumínio
reciclado e curto ciclo de vida das latas.

1.1.5.2.1. CATADORES E A RECUPERAÇÃO DE MATERIAIS RECICLÁVEIS

Os índices de recuperação de materiais recicláveis no Brasil são influenciados por um


conjunto de fatores, dentre os quais a sazonalidade do mercado, a situação econômica do
país, a distribuição geográfica da indústria e a existência de mercado consumidor.
A dispersão territorial das organizações de catadores e a distribuição territorial da indústria
da reciclagem é muito relevante, visto que grande parte está mais concentrada na região sul
e sudeste do País.
A PNRS inclui dentre os seus objetivos, a integração dos catadores nas ações que
envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos (art. 7º, inciso
XII) e indica que os planos municipais de gestão integrada de resíduos sólidos devem
conter programas e ações para a participação dos grupos interessados, em especial, das
cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e
recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda, se houver (art. 19, inciso XI).
Poucos são os municípios na região Norte e Nordeste que realizam o pagamento aos
catadores. De acordo com o SNIS-RS, 2018, as organizações de catadores, em parceria
com órgãos governamentais, são responsáveis por cerca de 30% da massa de resíduos
coletada seletivamente.
Há a urgência na inclusão social dos catadores, assim como fornecer programas
empreendedores.
1.1.5.2.2. PARQUE INDUSTRIAL DAS EMPRESAS PRODUTORAS E RECICLADORAS
DE VIDRO, PLÁSTICOS, PAPEL/PAPELÃO E AÇO/ALUMÍNIO

De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Vidro (Abividro), seu quadro
associativo contempla 15 indústrias associadas, sendo sete produtoras de vidro plano, sete
produtoras de vidro oco e uma produtora de vidros técnicos. Além disso, possui seis
fornecedores associados. As indústrias se localizam em sua maior parte nas regiões Sul e
Sudeste, o que pode tornar mais complexo o aumento do índice de recuperação de
materiais dos resíduos nas demais regiões para o cumprimento da Política Nacional de
Resíduos Sólidos, mas também para a recuperação de materiais, com preservação dos
recursos naturais, e como geradores de emprego e renda, levando à melhoria das
condições sociais e econômicas nas diferentes regiões do país.

1.1.5.3 RECICLAGEM DOS RESÍDUOS ORGÂNICOS


A composição dos resíduos orgânicos é formada basicamente por restos de alimentos e
vegetais, podendo ter diversas origens. Quando gerados em pequenas quantidades podem
ser degradados por bactérias, por exemplo, mas quando gerados em altas quantidades
pode causar um sério problema ambiental.
A fração orgânica de RSU no Brasil em 2018, correspondeu a cerca de 37 milhões de
toneladas, deste total apenas 127.498 toneladas foram destinados à compostagem, o
restante foi destinados a aterros sanitários, controlados ou lixões.
A degradação da matéria orgânica é uma das principais fontes de emissões de metano,
sendo assim os aterros sanitários são a maior fonte antropogênica mundial de metano.
Tratando esse resíduo adequadamente levará a redução de emissões de gases de efeito
estufa, ajudando também a combater as mudanças climáticas.
Logo deve-se incentivar a redução da geração, através de campanhas para combater o
desperdício de alimentos.

1.1.5.4 RECUPERAÇÃO ENERGÉTICA DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS


A Política Nacional dos Resíduos Sólidos traz alguns objetivos, adoção, desenvolvimento e
aprimoramento de tecnologias para minimizar os impactos ambientais tratando das
questões de resíduos.
Sendo a recuperação energética a conversão de resíduos sólidos em combustível, energia
térmica ou eletricidade, através de digestão anaeróbica, recuperação de gás de aterro
sanitário, incineração e coprocessamento.
A valorização de RSU possibilita o uso desse resíduo para obter energia, dispondo
somente o rejeito nos aterros sanitários, após de tentar todas as possibilidades, a captação
e queima de biogás gerado nos aterros sanitários deve ser fortalecida, reduzindo as
emissões de GEE.
Essas iniciativas de aproveitamento energético de resíduos no Brasil ainda são poucas,
sendo um papel importante fortalecê-las como ferramentas complementares de destinação
adequada de resíduos.

1.1.5.4.1 DIGESTÃO ANAERÓBIA


Na digestão anaeróbia acontece a decomposição da matéria orgânica que não tem a
presença do oxigênio , tendo como resultado composto orgânico, o biogás, podendo ser
aproveitado para geração de calor, energia ou combustível veicular.
Tomando como base o Caderno Temático n°4 do Plansab, destacando:
● Município de Bertioga (SP): está operando desde 2018 a primeira planta de digestão
anaeróbia em contêineres do Brasil;
● Usina de Biogás do Caju, no Rio de Janeiro (RJ): opera também desde 2018 no
EcoParque do Caju e possui capacidade instalada para receber 30 toneladas de
resíduo por dia.

1.1.5.4.2 COPROCESSAMENTO
O coprocessamento é uma tecnologia de destinação final de RSU em fornos que contribui
para preservar os recursos naturais que substituem as matérias-primas e combustíveis
fósseis.
No Brasil a queima em fornos clínquer é a principal forma de destinação de pneus
inservíveis, o qual possui cadeia de logística reversa.
COMBUSTÍVEL DERIVADO DE RESÍDUO- CDR
O CDR é um combustível que é produzido a partir do RSU, os quais adquirem propriedades
que possibilitam a sua utilização com poder calorífico alto, para ser usados, como por
exemplo, fornos e centrais de energia termelétricas.
Essa é uma das técnicas de recuperação energética com maior nível de aproveitamento
dos resíduos, sendo eles reincorporados no processo de fabricação de cimento.

1.1.5.4.3 INCINERAÇÃO
O processo de incineração dos resíduos sólidos consiste basicamente na submissão
desses resíduos a um tratamento térmico que esteja em um ambiente controlado, a
vantagem de usar esse processo é a redução do volume e massa dos resíduos.
No país existe incineração para resíduos industriais, serviços de saúde e de equipamentos
que contêm Bifenilas Policloradas.

1.1.6 DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS


A maneira correta da disposição final dos resíduos através da Lei n° 14.026, de 15 de julho
de 2020, deverá ser implantada até 31 de dezembro de 2020, tirando os municípios que até
essa data tenham elaborado um plano intermunicipal de resíduos sólidos ou um plano de
gestão integrada dos resíduos sólidos.
O instrumento legal também estabelece que caso a disposição dos rejeitos em aterros
sanitários for economicamente inviável, poderá ser utilizada outras opções de tratamento.
Os municípios das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste mantêm uma prática bastante
significativa de destinação dos resíduos em lixões e aterros controlados.
Tem-se que a disposição final adequada em aterros sanitários registro um índice de 59,5%,
que é aproximadamente 119 mil toneladas/dia, enquanto os lixões e aterros controlados,
recebem mais de 80 mil toneladas de resíduos por dia.

1.1.7 CAPACIDADE INSTITUCIONAL PARA GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS


URBANOS

Entende-se por capacidade institucional a capacidade do poder público de gerir e criar


programas governamentais com ganho de eficiência, eficácia e efetividade do gasto público.
A PNRS instituiu o conjunto de princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes e metas das
ações necessárias para que o Governo Federal, sozinho ou em conjunto com Estados,
Distrito Federal, Municípios ou particulares, garanta o gerenciamento ambientalmente
adequado dos resíduos sólidos.
No entanto, segundo a Pesquisa de Informações Municipais (MUNIC), do IBGE(2018, com
ano-base 2017), há um grande descompasso entre os municípios brasileiros, o que sinaliza
a fragilidade da capacidade institucional em quantidade considerável de municípios.

1.1.7.1 CONSÓRCIOS PÚBLICOS E ARRANJOS REGIONAIS

Os consórcios públicos são parte essencial para a efetiva realização dos serviços
associados à gestão de RSU, e isso é um dos instrumentos instituídos pela PNRS, e tem
como objetivo a descentralização e a prestação de serviços públicos que envolvam resíduos
sólidos.
Para garantir o cumprimento da ampliação da capacidade institucional para a gestão de
RSU é necessário uma estrutura técnico-administrativa de funcionários especializados na
gestão de resíduos, além da existência de áreas de cunho técnico, administrativo, jurídico e
financeiro na sua organização.
Os consórcios públicos são instrumentos para alcançar os objetivos da PNRS,
principalmente em casos que as soluções individuais apresentem dificuldades técnicas ou
econômicas viáveis de solução individual.
Estudos de regionalização devem incluir possibilidades de arranjos regionais entre
diferentes municípios para garantir áreas potencialmente favoráveis para a destinação final
ambientalmente adequada de resíduos sólidos.
Além dos consórcios públicos, ainda são possíveis as Parcerias Público-Privadas (PPP),
que cumprem um papel relevante no sentido de resolver questões regionais, e podem ser
uma solução mais rápida quando os consórcios já contam com dados e informações
trabalhados.

1.1.7.2. SUSTENTABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA

A sustentabilidade econômico-financeira é parte essencial da garantia que os avanços


serão alcançados, pois é através de um sistema de recuperação de custos que
investimentos de médio a longo prazo podem ser garantidos.
O novo marco legal do saneamento (Lei nº 14.026), instituiu a existência de mecanismos de
cobrança que garantam a sustentabilidade econômico-financeira da gestão de resíduos.
Esse sistema demanda que se conheçam as características físicas e demográficas do
município, além dos valores de receitas e despesas, em também do processo operacional
do manejo de RSU e da limpeza pública.
É observada uma grande diferença entre receita arrecadada e a orçada pelos municípios
brasileiros, muito porque estes entes não tem um aparelho fiscalizatório que consiga
garantir o comprimento dessas obrigações, e isso acaba gerando um grande gap entre
receita esperada e receita prática, o que acaba por influenciar na viabilização de novos
projetos.
Existe uma grande necessidade de modernização das capacidades de controle municipal,
para garantir que essas receitas se aproximem da receita orçada.

1.1.8. PLANOS DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Os Planos de Gestão de Resíduos Sólidos são instrumentos introduzidos pela PNRS, com
objetivo de subsidiar o planejamento de resíduos de todas as esferas de governo e dos
setores produtivos. Portanto, o Planares é um documento de caráter macro, que vai orientar
os demais entes federados.
Assim como o nacional os estados também devem desenvolver os Planos Estaduais de
Resíduos Sólidos (PERS), que devem atender aos termos de diagnósticos de resíduos,
sendo, a proposição de cenários, metas de redução de resíduos, metas de aproveitamento
para os gases gerados, metas para eliminação e para a recuperação dos lixões, programas
para o atendimento de metas, medidas para incentivar a gestão consorciada, diretrizes para
a gestão de resíduos em regiões metropolitana, normas para a disposição final dos rejeitos,
zonas favoráveis para localização de unidades de tratamento de resíduos, áreas que foram
degradadas em razão de disposição inadequada de resíduos e meios que serão utilizados
para o controle e a fiscalização.
Além disso também devem ser elaborados os Planos Municipais de Gestão Integrada de
Resíduos Sólidos (PMGIRS) com um conteúdo mínimo de diagnóstico da situação de
resíduos no respectivo território, identificação das áreas favoráveis para a disposição final
de rejeitos, identificação das possibilidade de implantação de soluções consorciadas,,
identificação dos resíduos e dos geradores sujeitos a plano de gerenciamento específico,
indicadores de desempenho operacional, regras para o transporte de resíduos, programas e
ações para capacitação técnica, programas e ações de educação ambiental, mecanismos
de criação de negócios, emprego e renda relacionados a valorização de resíduos, além de
metas de redução e reutilização com ações preventivas e corretivas a serem praticadas.

1.1.8.1. PLANOS ESTADUAIS DE RESÍDUOS SÓLIDOS (PERS)

Em 2018 existiam 23 planos de gestão de resíduos em estados, com mais dois em fase de
elaboração, o acompanhamento da implementação dos planos nos estados é fundamental
para que os resultados de ações sejam monitorados e assim garantir sua eficácia e ainda
realizar possíveis ajustes.

1.1.8.2. PLANOS MUNICIPAIS DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS


(PMGIRS)

O PMG|GIRS é a principal ferramenta para que municípios planejem a gestão de serviços


públicos de limpeza e manejo de resíduos, e a falta deste impede que recursos federais ou
de órgãos federais sejam destinados para o setor.
Em 2013 apenas 33% possuíam este plano, em 2017 esse número subiu para 55%.

1.1.8.3. PLANOS INTERMUNICIPAIS E SOLUÇÕES CONSORCIADAS

Consórcios intermunicipais é uma alternativa possível em muitos casos, assim a PNRS


incentiva estes arranjos priorizando acesso aos recursos da União. Também é estabelecido
a priorização de incentivos instituídos pelo Governo Federal para os consórcios públicos
constituídos para viabilizar a descentralização e a prestação de serviços de resíduos
sólidos.

1.1.9. CONSIDERAÇÕES SOBRE OS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS


Com uma geração crescente de RSU no país faz-se necessária uma melhor atuação na
disposição final dos resíduos. Os dados demonstram a necessidade do fortalecimento da
coleta seletiva junto às gestões municipais.
Assim, com uma atuação caracterizada pela informalidade, necessita-se de uma
sistematização para consideração dos dados de serviços prestados, por isso o índice de
reciclagem é baixo.
Houve melhora nos dados de disposição final quando relacionados aos lixões, porém estes
são proibidos no Brasil, configurando um crime ambiental.
A recuperação energética dos RSU ainda só é explorada por iniciativas pontuais, e
necessita de uma maior atenção.
E mesmo com os estímulos e com uma lei específica constituída a gestão de resíduos ainda
é incipiente, com as possíveis causas sendo a burocracia, divergências políticas, segurança
jurídica, dificuldade técnica e até mesmo uma falta de cultura de decisões compartilhadas.

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