Solução de resíduos sólidos urbanos, dificuldades e melhor solução
Segundo o dicionário da Oxford Languages, lixo é qualquer material sem valor
ou utilidade, ou detrito oriundo de trabalhos domésticos, industriais, etc, que se joga fora. O mesmo é produzido desde os primórdios da humanidade e foi evoluindo com os desenvolvimentos tecnológicos e o crescimento populacional, a cada complexidade de tecnologia desenvolvida, originou um tempo de decomposição de resíduo cada vez maior. Com a Revolução Industrial, somada a cultura mundial do consumismo, o crescimento da produção de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) se tornou desenfreado, o que provocou a real necessidade criação de formas eficientes para a destinação desses resíduos, fazendo com que os países se mobilizassem em busca das melhores soluções. Assim, nota-se que a produção de RSU não é um problema, mas sim, o caminho pelo qual esse “lixo” é destinado. Para se ter uma ideia, de acordo com a Abrelpe (Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública), o Brasil produziu em 2020, 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos, dos quais 13,3 milhões de toneladas são de lixo plástico. Entretanto, dependendo do tipo, o plástico demora de 100 a 500 anos para se decompor, ou seja, considerando que o Brasil continue produzindo 13,3 milhões de resíduos plásticos por ano, de 2020 até 2120 serão produzir por volta de 1330 milhões desse lixo e só então os tipos de plásticos mais simples, descartados em 2020, vão concluir seu ciclo de decomposição. Isso considerando apenas plásticos e sem considerar que a produção de lixo aumenta a cada ano. Ainda, conforme estudo do programa de conscientização e educação ambiental - Recicla Sampa, a expectativa é que o lixo no mundo dobre até 2025. Dito isso, afirma-se a necessidade de formas inovadoras para o descarte do lixo. Conforme informações da empresa EOS, são produzidos mundialmente 1,4 bilhão de toneladas de RSU por ano. Durante muitos anos, as formas mais comuns de descarte desses resíduos foram: lixão, aterro controlado e incineração. Porém, verifica- se que essas formas de descarte não protegem o meio ambiente, bem como a saúde da população, ao contato de líquidos e gases provenientes da decomposição dos dejetos, provocando danos, como a poluição do ar e água, contaminação do solo e proliferação de doenças. Como forma de reduzir esses danos, surgiu o sistema de aterro sanitário, que possui um controle mais expressivo sobre a decomposição dos resíduos, com sistemas de drenagem, maior organização e infraestrutura. No entanto, os aterros exigem grandes investimentos econômicos e uma grande área para serem construídos e, com o crescimento da produção de resíduos sólidos, tem se tornado cada vez mais inviável, visto que, apesar de reduzir os impactos ambientais, ainda assim produz danos ao meio ambiente. Por muito tempo, a busca sempre foi pelo descarte dos RSU, porém em 1992 “surgiu”, pela Organização das Nações Unidas (ONU), uma palavra que revolucionou os ideais da humanidade: sustentabilidade. A partir de então, os países passaram a procurar formas inovadoras, não só de descarte dos dejetos, mas também de caminhos para a reutilização dos mesmos. A reciclagem e compostagem vêm se tornando cada vez mais comuns em países de primeiro mundo. De acordo com o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), apenas 3% do lixo no Brasil é reciclado, mesmo tendo um potencial de reutilização de 30%. Apesar de boa parte dessa responsabilidade ser do governo do país, a cultura do brasileiro em reutilizar ou separar os resíduos sólidos é mínima. Ademais, pode-se ressaltar, como outra forma mais recente de reutilização do lixo, é sua destinação à geração de energia. Nesta, foi descoberto que a queima de resíduos orgânicos pode, a partir de vários processos de transferência de energia, gerar eletricidade, como é o caso das usinas de biomassa. Dito isso, a solução para a destinação dos resíduos sólidos seria parte deles serem reciclados, as matérias orgânicas serem reutilizadas nos processos de compostagem para adubação do solo e também utilizado como fonte de biomassa para a geração de energia, o lixo restante deveria ser compactado de forma a reduzir sua área necessária para viabilizar os aterros sanitários. Para isso, é necessário o investimento do governo em infraestrutura e programas de conscientização da população para a separação e reutilização dos RSU, bem como o incentivo no aumento da produção e consumo de produtos biodegradáveis. E, assim, corroborar para a preservação do meio ambiente e da espécie humana.
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