A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos
conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Os desafios para o descarte adequado de resíduos no Brasil” apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I Por que o lixo é um problema?
Estima-se que cerca de 1,5 bilhões de toneladas de lixo doméstico
(não-industrial) são geradas anualmente no mundo. Isso significa que cada um de nós, um dos 7 bilhões de habitantes do mundo, produz 1kg de lixo por dia.
Este, no entanto, não é um desafio recente. O descarte impetuoso
de objetos e alimentos é recorrente desde a aceleração da produção de bens de consumo, potencializada pela industrialização – a base da civilização moderna.
As consequências da industrialização, por outro lado, são, sim, um
tópico de discussão um tanto mais atual. A conversa sobre o impacto da humanidade no meio ambiente ganhou maior espaço entre a sociedade apenas na metade do século passado, quando governos mundiais se comprometeram em estabelecer metas para reduzir os danos ecológicos – entre eles, os causados pelo descarte de resíduos, itens considerados sem utilidade.
Para onde o lixo vai?
Apesar desse um quilo de lixo gerado por cada indivíduo
"desaparecer" das nossas vistas no fim do dia, isso não significa que ele deixe de existir e ocupar o meio em que vivemos. Ao contrário.
Se esses resíduos não receberem o descarte e o tratamento correto
(como geralmente acontece no Brasil), eles acabam por afetar biomas terrestres e marinhos, ultrapassando fronteiras regionais e estendendo-se também para os oceanos. Estudos já apontaram existência de resquícios plásticos, como sacolas e embalagens de balas, em águas extremamente profundas, alcançada raras vezes pelo ser humano e apenas em expedições para estudos e pesquisas.
Os lixos nos mares, aliás, se movimentam em blocos (como que em
grupos), de acordo com as correntes marítimas, e terminam se ancorando em determinadas regiões. Um exemplo delas é a chocante "Ilha de Lixo no Oceano Pacífico", com tamanho que ultrapassa duas vezes o território da França – são mais de 80 mil toneladas de plástico concentradas apenas neste local.
O papel dos catadores e a valorização dos garis fazem parte da
atenção que gestores e organizações do mundo todo vêm dando nos últimos anos à geração e à destinação do lixo produzido nas cidades. No Brasil, a Lei 12.305, de 2010, instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Entre os objetivos, estão a não geração, a redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos — a parte que não pode ser reaproveitada e tem de ir para aterros sanitários, locais bem diferentes de lixões. Além disso, a PNRS exige a transparência no gerenciamento de resíduos sólidos urbanos (RSU) dos setores públicos e privados, tendo em vista o aumento constante da geração de resíduos.
Esse aumento, que em 2010 motivou a criação da PNRS, manteve-se
nos anos que se seguiram à implementação da lei. Segundo dados do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2020, a geração saiu de 66,7 milhões de toneladas em 2010 para 79,1 milhões em 2019, uma diferença de 12,4 milhões de toneladas. O mesmo estudo diz ainda que cada brasileiro produz, em média, 379,2 kg de lixo por ano, o que corresponde a mais de 1 kg por dia. As informações foram coletadas e publicadas pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). O Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), unidade com abrangência nacional vinculada à Secretaria Nacional de Saneamento do Ministério do Desenvolvimento Regional, publicou em 2020 o 18º Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos, também com dados de 2019. Segundo o documento, disponível para consulta no site do SNIS, mais de mil dos 3.712 municípios participantes do estudo não disponibilizam a coleta de lixo domiciliar para toda a população urbana, enquanto apenas 484 municípios têm 100% de cobertura de coleta domiciliar em relação à população total (urbana e rural).
Fonte: Agência Senado
TEXTO III
O Brasil perde R$ 14 bilhões por ano com a falta de reciclagem
adequada do lixo. Foram cerca de 12 milhões de toneladas de resíduos sólidos que, ao invés de gerarem dinheiro e emprego, acabaram descartados no meio ambiente. Os dados, obtidos com exclusividade pela CNN, são da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais).
Por ano, são gerados quase 80 milhões de toneladas de lixo, mas
apenas 4% são reciclados. A reciclagem é um dos gargalos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que acaba de completar 10 anos. “Então, existe um horizonte bastante amplo para que esses índices sejam melhores.
Ainda sobre os números do desperdício, só de plásticos são 6
milhões de toneladas. Papel ou papelão representam 4,7 milhões. Vidro (1 milhão) e alumínio (185 mil) também aparecem entre os principais materiais não reaproveitados.”, afirma Carlos Silva Filho, presidente da Abrelpe.
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/brasil TEXTO IV