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LIXO DO MUNDO

DOBRARÁ DE
VOLUME ATÉ 2025
Veja a dimensão do volume de lixo
produzido aqui 
 

No mundo, as taxas de geração de lixo estão


aumentando. Todas as cidades do planeta acumulam em
média 1,3 bilhão de toneladas de resíduos sólidos por
ano, o que representa 1,2 quilo de resíduos por pessoa,
diariamente. Com o rápido crescimento populacional e
urbanização, espera-se que o acúmulo de materiais suba
para 2,2 bilhões de toneladas até 2025. 

Atualmente, os países que mais produzem lixo no planeta


são a China, os Estados Unidos e o Brasil. De acordo
com o relatório sobre geração de lixo urbano no
mundo chamado "What a waste: A global review of solid
waste managemet"  (Em português: "Que desperdício:
um relatório global sobre a gestão de resíduos sólidos)
feito pelo Banco Mundial, os números não são positivos. 
Em 2012, por exemplo, a China gerava em média 520 mil
toneladas de lixo por dia, hoje, disparou para mais de 906
mil toneladas e, em 2025, essa geração de resíduos pode
aumentar para 1,3 milhão de toneladas de materiais.

Em 2004, a China superou os Estados Unidos como o


maior gerador de resíduos do mundo. O novo recorde é
consequência de uma alta taxa de urbanização e
aumento do PIB (Produto Interno Bruto). Até 2030, a
previsão é de que a China produza o dobro de resíduos
sólidos urbanos, assim como os Estados Unidos.

Somente em 2012, os americanos geraram mais de 624


mil toneladas de lixo por dia. Em 2018 esse número
cresceu para 658 mil e até 2025 pode ter por dia mais de
700 mil toneladas de lixo. A cada 100 toneladas de
materiais gerados nos Estados Unidos, apenas 11 são
recicláveis. 

Ironicamente, o maior comprador dos materiais


recicláveis dos Estados Unidos era a China. Há décadas
os chineses adquiriam o lixo para seus insumos
industriais. Porém, os executivos subiram a régua da
qualidade e não querem mais saber dos produtos
americanos devido ao alto grau de contaminação que
possuem ultimamente.

Em terceiro lugar, o Brasil é o país que mais gera


resíduos no mundo. Em 2012, começou a ter mais de 149
mil toneladas de lixo por dia, em 2018, aproximadamente
229 mil toneladas e em 2025 projeta-se mais de 330 mil. 

Apesar de 30% de todo o lixo do Brasil ter potencial para


a reciclagem, de acordo com dados do Plano Nacional de
Resíduos Sólidos (PNRS), apenas 3% é reaproveitado.
CIDADÃ DO MUNDO
“Eu acho que em todos os países, os resíduos poderiam
ser reaproveitados. Já morei no Brasil, na China, na
Suécia e hoje estou nos Estados Unidos. O que mais
percebi é como cada população e governo tratam o lixo”,
conta a paulistana e analista de sistemas, Sil Huang. 

Ela relembra que ficava triste com a quantidade de


resíduos nas praias chinesas e na capital. De todos os
lugares que passei, Pequim dá a impressão de ser a mais
suja por causa da poluição no ar. Sil conta que ao chegar
em casa, logo já tomava banho por causa da sujeira. E
ao sair, usava máscara para respirar”. Ela acha difícil ter
uma solução para a questão dos resíduos sólidos no
país, porém, reconhece que depois que o governo proibiu
o uso de cigarros em áreas públicas, o número de bitucas
pelo chão diminuiu.  

Já em Tampa, cidade em que mora atualmente, na


Flórida, tudo é bem limpo. No condomínio em que reside,
os funcionários fornecem sacolas de cores específicas,
uma para reciclável e outra para orgânicos.

“Só a caixa de papelão que a gente


tem que levar sozinho e deixar em
um ecoponto”, explica. 
O que a paulistana percebe é que reciclagem é uma
questão de cultura. Alguns moradores do prédio que são
de outros países jogam o lixo na calçada ou na grama do
edifício. Então, os funcionários do condomínio recolhem.
Ainda nos Estados Unidos, na São Francisco, ela conta
que os supermercados já baniram o saco plástico. 

Já no Brasil, ela morou em São Paulo e percebeu o


quanto ainda se depende da sacola plástica para muitas
coisas, seja para fazer compras ou armazenar o lixo. Sil
percebeu que havia muitas sacolas plásticas nas grades
dos bueiros da cidade e que isso causava alagamento. 

Diferente da China, ela acredita que o Brasil demore


menos para despertar ambientalmente e deixar as
cidades mais limpas. “Eu acho que tem muita gente
interessada em fazer a coleta seletiva e em assuntos
ambientais, mas ainda não é muito claro como se deve
fazer a separação correta. Acho que deveriam informar
mais a população”, diz.

O melhor exemplo de todos os lugares que passou foi na


Suécia.

“Os suecos estão a mil anos na frente de


nós. Lá existem máquinas nos
supermercados que devolvem dinheiro
por cada lata ou garrafa pet que você
coloca. Você pode usar os cupons para
pagar o supermercado”, explica.  
 

OS PAÍSES
SUBDESENVOLVIDOS
Existem países que estão gerando mais lixo do que a
média mundial de 1,2 kg por pessoa. Os habitantes de
Trinidade e Tobago, por exemplo, acumulam mais de 14
quilos de lixo por dia. Um número muito acima do
segundo colocado, o Kuwait, onde cada habitante gera
5,72 quilos de lixo por dia. 

Os habitantes dos países subdesenvolvidos,


especialmente a população mais pobre que vive nas
áreas urbanas, sofrem um impacto mais severo com os
resíduos gerados. Em lugares de baixa e média renda, os
materiais são frequentemente expostos em lixões que
não são regulamentados pelo governo ou então são
queimados ao ar livre. 

Essas práticas erradas criam uma série de


consequências negativas para a saúde, para segurança e
para o meio ambiente. Lixo mal gerido serve como um
terreno fértil para a propagação de doenças, contribuem
para o famoso efeito estufa por meio da geração de gás
metano e até promovem a violência urbana, pois alguns
lugares de países pobres, por exemplo, utilizam materiais
descartados como sofás e máquinas de lavar para
bloquear estradas ou acessos para a passagem da
polícia. 

A gestão adequada dos resíduos sólidos é essencial para


a construção de cidades sustentáveis e habitáveis, mas
continua sendo um desafio para muitos países e cidades
em desenvolvimento. De acordo com o Banco Mundial, o
gerenciamento eficaz de resíduos é caro, geralmente
comprometendo de 20% a 50% dos orçamentos
municipais. Operar este serviço requer sistemas
integrados que sejam eficientes, sustentáveis e
socialmente apoiados. 

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