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História do Lixo
                        Linhas gerais
  Atualmente, de acordo com The World Bank, o total de lixo gerado anualmente no
mundo equivale a 2,01 bilhões de toneladas, e espera-se que o lixo global cresça para
3,40 bilhões de toneladas até 2050. Isto demonstra que o Lixo é um dos maiores
problemas ambientais em âmbito mundial. Para compreender melhor e buscar
soluções é necessário entender o que é o lixo e quais tipos de lixos existem.

De acordo com o dicionário, lixo é qualquer material sem valor ou utilidade, ou


detrito oriundo de trabalhos domésticos, industriais etc. que se joga fora. Enquanto a
Política Nacional de Resíduos Sólidos define lixo como sendo todo material,
substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade.
Ou seja, o lixo corresponde a todos os resíduos gerados pelas atividades humanas que
é considerado sem utilidade e que entrou em desuso. 

Sabendo que os Homo sapiens tenham aparecido entre 300 mil e 100 mil anos atrás,
por qual motivo o lixo é um problema ambiental somente nos tempos modernos? Para
responder a isso é necessário avaliar a história humana e sua relação com o lixo.

No início dos tempos, os primeiros homens eram nômades. Moravam em cavernas,


sobreviviam da caça e pesca, vestiam-se de peles e formavam uma população minoritária
sobre a terra. Quando a comida começava a ficar escassa, eles se mudavam para outra
região e os seus "lixos", deixados sobre o meio ambiente, eram logo decompostos pela ação
do tempo.

À medida em que foi "civilizando-se" o homem passou a produzir peças para promover seu
conforto: vasilhames de cerâmica, instrumentos para o plantio, roupas mais apropriadas.
Começou também a desenvolver hábitos como construção de moradias, criação de animais,
cultivo de alimentos, além de se fixar  de forma permanente em um local. A produção de lixo
consequentemente foi aumentando, mas ainda não havia se constituído em um problema
mundial.

Naturalmente, esse desenvolvimento foi se acentuando com o passar dos anos. A população
humana foi aumentando e, com o advento da revolução industrial - que possibilitou um salto
na produção em série de bens de consumo - a problemática da geração e descarte de lixo
teve um grande impulso. Porém, esse fato não causou nenhuma preocupação maior: o que
estava em alta era o desenvolvimento e não suas conseqüências.

Entretanto, a partir da segunda metade do século XX iniciou-se uma reviravolta. A


humanidade passou a preocupar-se com o planeta onde vive. Mas não foi por acaso: fatos
como o buraco na camada de ozônio e o aquecimento global da Terra despertaram a
população mundial sobre o que estava acontecendo com o meio ambiente. Nesse
"despertar", a questão da geração e destinação final do lixo foi percebida mas, infelizmente,
até hoje não vem sendo encarada com a urgência necessária.

"O lado trágico dessa história é que o lixo é um indicador curioso de desenvolvimento de
uma nação. Quanto mais pujante for a economia, mais sujeira o país irá produzir. Ë o sinal
de que o país está crescendo, de que as pessoas estão consumindo mais. O problema está
ganhando uma dimensão perigosa por causa da mudança no perfil do lixo. Na metade do
século, a composição do lixo era predominantemente de matéria orgânica, de restos de
comida. Com o avanço da tecnologia, materiais como plásticos, isopores, pilhas, baterias de
celular e lâmpadas são presença cada vez mais constante na coleta. Há cinqüenta anos, os
bebes utilizavam fraldas de pano, que não eram jogadas fora. Tomavam sopa feita em casa
e bebiam leite mantido em garrafas reutilizáveis. Hoje, os bebês usam fralda descartáveis,
tomam sopa em potinhos que são jogados fora e bebem leite embalado em tetrapak. Ao final
de uma semana de vida, o lixo que eles produzem equivale, em volume, a quatro vezes o
seu tamanho.

Um dos maiores problemas do lixo é que grande parte das pessoas pensa que basta jogar o
lixo na lata e o problema da sujeira vai estar resolvido. Nada disso. O problema só começa
aí. "(*)

O lixo pode ser classificado como orgânico (restos de alimentos, folhas, sementes,
papéis, madeira), inorgânico (plástico, metais, vidros), lixo tóxico (pilhas, baterias,
tinta) e lixo altamente tóxico (nuclear e hospitalar).

Classificação do Lixo
"É considerado lixo qualquer material que não tenha mais utilidade, supérfluo e que
não tenha valor. É qualquer objeto cujo proprietário deseja eliminar. Material
produzido pelo homem que perde a utilidade e é descartado.

O lixo pode ser classificado como:

Lixo Domiciliar – gerado pelas atividades residenciais, é composto por restos de


alimentos, produtos deteriorados, jornais, revistas, embalagens em geral, papel
higiênico, etc.

Lixo Comercial – gerado pelos diferentes segmentos do setor comercial e de serviços,


como supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares e restaurantes. O lixo
destes estabelecimentos é composto principalmente por papeis, plásticos, restos de
alimentos e embalagens.

Lixo Industrial – originado nas atividades dos diversos ramos da indústria. A


composição desses resíduos varia conforme o tipo de indústria, podendo ser formado
por cinzas, lodos, resíduos alcalinos ou ácidos, papeis, plásticos, metais, vidros,
cerâmica, borracha, madeira, entre ouros.

Lixo dos Serviços de Saúde – produzidos por hospitais, clínicas, laboratórios,


ambulatórios, consultórios odontológicos, farmácias, clínicas veterinárias e postos de
saúde. Caracteriza-se por resto de alimentos, papéis, plásticos, seringas, agulhas,
bisturis, ampolas, materiais radioativos, etc.
Lixo dos Serviços de Saúde

Lixo Público – originado nos serviços de limpeza pública, incluindo varrição de vias
públicas, repartições públicas, limpeza de áreas de feiras livres, córregos, etc. É
constituído principalmente por restos de vegetais, podas de árvores, embalagens,
jornais, madeira, papéis e plásticos.

Lixo Especial – composto principalmente por resíduos da construção civil e das


atividades industriais, podendo ser composto por restos de obras e demolições, pilhas,
baterias, embalagens de agrotóxicos, embalagens de venenos, etc.

Lixo Radioativo – composto por rejeitos radioativos resultantes dos serviços de saúde
e de atividades industriais. Esse tipo de lixo é caracterizado por conter urânio
enriquecido.

Lixo Espacial – originado de restos provenientes de objetos lançados pelo homem no


espaço. Composto principalmente por peças de foguetes e satélites artificiais."

FRANCISCO, Wagner de Cerqueira e. "Classificação do Lixo"; Brasil


Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/classificacao-lixo.htm.
Acesso em 10 de junho de 2022.

Veja mais em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/classificacao-lixo.htm

Lixo: origem, classificação e


problemas causados por resíduos
Há séculos, o lixo é descartado pelo ser humano de forma equivocada na natureza.
Mas, a partir da Revolução Industrial, houve grande aumento desse material.

O lixo é tudo aquilo que as pessoas não usam mais e que portanto é descartado na
natureza. Dessa forma, trata-se de uma atividade apenas do ser humano, posto que no
meio ambiente tudo é reaproveitado.

O descarte do lixo pela humanidade pode se dar em estado sólido, líquido ou gasoso.
Ressalte-se que a origem do mesmo é o meio doméstico, industrial, comunitário,
hospitalar e nuclear.
Grande problema atual que atinge o planeta, o lixo vem sendo produzido desde os
primórdios da raça humana. Ocorre que ele se intensificou após a Revolução
Industrial e com o posterior êxodo urbano.

O lixo na humanidade
O ser humano sempre produziu lixos. Desde o tempo das cavernas havia o descarte do
resto de alimentação, assim como de dejetos. Só que aquele lixo pode ser considerado
orgânico, posto que se diluia na natureza.

Com a vida em sociedade e o crescimento dos núcleos urbanos, no entanto, essa


realidade começou a mudar. É que o aglomerado de pessoas levou ao aumento da
poluição, embora os produtos fossem manufaturados.

Uma outra prática que acompanha a humanidade faz tempo e que é altamente
poluente é o extrativismo. Destaque para a mineração, que assoreava os rios e ainda
lançava neles resíduos de mercúrio.

Mas pode-se afirmar que foi a partir da Revolução Industrial, no século XVIII, que se
intensificou o descarte de lixos nocivos. Grande quantidade de líquido tóxico foi
lançado sem controle na natureza e poluiu os mananciais de água. Também as
chaminés das fábricas jogaram, na atmosfera, toneladas da sobra da queima das
caldeiras.

O lixo se tornou um problema em escala mundial, posto que o homem migrou para as
cidades, que cresceram desproporcionalmente. Junto aumentaram os problemas
ambientais, em decorrência principalmente dos bolsões de pobreza.

Considerações sobre o lixo


O significado de lixo é qualquer resíduo proveniente de alguma atividade humana.
Dessa forma, se não houvesse o ser humano, não existiria lixo. Isso porque na
natureza ele não ocorre, já que nela tudo é reaproveitado em algum ciclo.

Ele é hoje um dos maiores problemas ambientais do mundo, posto que se encontra
contaminando todo o planeta. O problema é agravado pela falta de educação
ecológica e de planejamento dos entes públicos.

Pode ocorrer em estado sólido, líquido e gasoso. Em sua classificação, existe o lixo
orgânico, o inorgânico, o tóxico, além do altamente tóxico. Ele também pode se
originar de resíduos domésticos, urbano, industrial, hospitalar e até nuclear.

Origem e classificação
Como dito, o lixo é descartado pelo ser humano em estado sólido, líquido ou gasoso.
Mas se origina de descartes domésticos, comunitários, industriais, hospitalares e
nucleares.
Quanto à sua classificação, pode provir de vários formas. O lixo orgânico são as
sobras de alimentos, madeira, papel etc. Enfim, tudo aquilo que de imediato se dilui
na natureza.

Já o lixo inorgânico é vidro, plástico, metal etc. Geralmente é reciclável, o que quer
dizer que passa por um processo e volta ao uso. Mas se for descartado diretamente na
natureza, pode causar danos imensos. Por exemplo, o plástico pode levar até
quatrocentos anos para se decompor no meio ambiente.

Os lixos podem ser também tóxicos, como as baterias, os compostos


químicos, as pilhas, as lâmpadas incandescentes etc. E também podem
ser altamente tóxicos, como o hospitalar e o nuclear. Estes requerem
descarte em loais de destinação própria, dado ao seu perigo.

O Lixo
Para a realização de um estudo acerca do lixo, que é um dos maiores problemas
ambientais em âmbito mundial, é preciso compreender o seu significado.

De uma forma sintetizada, o lixo corresponde a todos os resíduos gerados pelas


atividades humanas que é considerado sem utilidade e que entrou em desuso.

O lixo é um fenômeno puramente humano, uma vez que na natureza não existe, pois
tudo no ambiente agrega elementos de renovação e reconstrução do mesmo. Nesse
contexto, o lixo pode ser encontrado no estado sólido, líquido e gasoso.

O lixo pode ser classificado como orgânico (restos de alimentos, folhas, sementes,
papéis, madeira entre outros), inorgânico e esse podem ser recicláveis ou não
(plástico, metais, vidros etc.), lixo tóxico (pilhas, baterias, tinta etc) e lixo altamente
tóxico (nuclear e hospitalar).

Diante disso, o lixo pode ter várias origens, dentre as principais estão os resíduos
domésticos, sólido urbano, industrial, hospitalar e nuclear.

Para obter condições satisfatórias no seguimento social e ambiental nos centros


urbanos e, especialmente, nas grandes cidades é preciso que haja uma intervenção
efetiva do poder público. Dessa forma, as esferas do poder (município, estado e união)
têm a incumbência de designar e implantar ações que possam agregar melhorias de
vida para a população.

 Sua atuação fica vinculada à criação de áreas verdes, arborização urbana, manejo de
um sistema de transporte coletivo que funcione, projetos de moradias populares,
saneamento básico e água tratada, monitoramentos dos níveis de poluição, coleta do
lixo e muitas outras que são fundamentais.
O Estado é o responsável por controlar e administrar os impostos pagos pelos
contribuintes, nesse sentido, é seu dever oferecer tais serviços à população.
Todas as cidades enfrentam diversos tipos de problemas, quanto maior a cidade mais
as adversidades são acentuadas. Diante dessa afirmativa, um dos problemas que mais
se destaca é a questão do lixo, principalmente o sólido. Diariamente as cidades
emitem uma enorme quantidade de lixo e grande parte desses detritos não são
processados, ou seja, o excedente vai sendo armazenado em proporções alarmantes. O
problema cresce gradativamente, devido o elevado número de pessoas no mundo e o
grande estímulo ao consumo presente nas sociedades capitalistas.

Antes da Primeira Revolução Industrial, o lixo produzido nas cidades era composto
basicamente por elementos orgânicos, além disso, o número de habitantes era menor,
assim como os centros urbanos, assim os moradores apenas enterravam os resíduos no
próprio quintal. Sanitariamente essa ação é positiva, pois corresponde a uma medida
preventiva contra a dispersão de doenças e evita a presença de animais hospedeiros,
como ratos, baratas, moscas, dentre outros.

Após o período da Primeira Revolução Industrial, houve um grande crescimento da


produção industrial, aumento significativo da população, processo esse que teve um
enorme incremento após a Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945) na qual ocorreu
um engrandecimento da quantidade de lixo e uma diversificação em sua composição.

A partir dessa data o mundo passou por intensas evoluções tecnológicas e científicas,
além disso, houve a dispersão de empresas transnacionais pelo mundo e essas
incentivaram o consumo em massa, lançando produtos e atrativos aos consumidores,
no sistema capitalista o maior objetivo é o lucro e, diante desse fato, os donos dos
meios de produção colocam um arsenal de novidades no mercado, mas todas as
mercadorias dispostas para o consumidor requerem a retirada de recursos da natureza
e também produzem resíduos.

O lixo fica mais evidente nos países subdesenvolvidos onde muitas vezes não existe
um sistema de coleta de lixo, característica que demonstra a fragilidade das políticas
assistenciais. O lixo não é somente um problema de caráter ambiental, mas também
de saúde e qualidade de vida, desse modo a sua coleta configura como um dos
principais serviços públicos.

Nas cidades que dispõe de coleta de lixo, esse é deslocado para um lugar específico
denominado de lixão, onde ficam concentradas enormes quantidades de detritos que
se encontram a céu aberto, porém existem também os aterros sanitários, lugares
destinados a armazenar o lixo, nesse caso os resíduos são enterrados e compactados.
Esses lugares possuem uma paisagem degradada e é um ponto de concentração de
doenças e mau cheiro, não é recomendável o contato humano nesse ambiente por
causa da insalubridade.

Os dois tipos de depósitos se estabelecem em áreas periféricas que estão sobre fortes
problemas de ordem ambiental e social. Muitas vezes o lixo pode ter outros destinos,
como áreas desabitadas, encostas, rios e córregos. Esse processo é comum em países
subdesenvolvidos, onde existem bairros que possuem pouca ou nenhuma coleta de
lixo, como esse não tem seu destino adequado produz inúmeros problemas no
ambiente e também às pessoas da comunidade, dentre muitos os principais são:
• Disseminação de insetos que são hospedeiros de doenças, como a peste bubônica,
dengue, leptospirose entre outras.

• Decomposição de matéria orgânica que gera um odor desagradável e produz um


líquido ácido de cor escura denominado de chorume, esse é absorvido pelo solo e
atinge o lençol freático, tornando-o poluído.

• Contaminação do solo com produtos tóxicos e das pessoas que estão em contato.

• Deslizamento de encostas.

• Assoreamento de mananciais e enchentes.

• Armazenamento de materiais que não são biodegradáveis.

• Além de estragar a paisagem.

Outro ponto não menos importante está na questão social decorrente dos lixões que
tornaram uma prova viva da exclusão social e degradação humana, é comum nesses
locais a presença de centenas de pessoas que diariamente vão em busca de materiais e
objetos que possam ser vendidos para o processo de reciclagem (ferro, alumínio,
papel, vidro entre muitos outros) e também restos de alimentos que muitas vezes já se
encontram estragados e que mesmo assim são consumidos. Os lixões refletem
diretamente as desigualdades sociais presentes em países subdesenvolvidos ou em
desenvolvimento, além de deixar explícita a degradação humana.

O lixo é um grande problema, mas as soluções são diversas e são de acordo com a
fonte que as emite, um exemplo claro disso é o lixo hospitalar, a única maneira de
eliminá-lo é calcinar esse detrito, isso porque a fonte é insalubre, pois pode oferecer
riscos de contaminação de doenças.

No caso específico do lixo residencial são diversas as possibilidades, no entanto, varia


de acordo com a realidade econômica do país. Em vários países, o lixo orgânico é
processado nas indústrias de compostagem e dão origem a adubos e gás metano, já o
lixo inorgânico o melhor seria a implantação efetiva de uma coleta seletiva que
permitiria a reciclagem de grande parcela dos materiais (vidros, latas de alumínio,
papéis entre outros), isso é comum em países europeus e também no Japão.

Existe um grande número de países que construíram usinas de incineração de lixo,


mas essa ação não é totalmente viável do ponto de vista ambiental, pois se perde
muito material que poderia ser aproveitando, consome energia e emite gases poluentes
na atmosfera.

Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o saneamento significa controlar os


elementos do meio físico onde a sociedade habita e que exercem resultados
prejudiciais ao bem-estar físico, mental ou social.

Desse modo, a manutenção da limpeza da cidade é de tarefa da administração


municipal, assim como investimentos e incentivos aos profissionais da engenharia
sanitária.
Diante de todas as considerações fica evidente que a simples construção de aterros e
instalação de lixões não pode ser considerada como uma solução, é preciso encontrar
maneiras menos impactantes e mais eficientes em caráter ambiental e social.

O lixo deve ser tratado com maior prudência, pois compromete as reservas de
recursos naturais, além de poluir e comprometer outros ambientes.

O que é o lixo?
Lixo é qualquer tipo de resíduo sólido originado das ações humanas que pode
contaminar a água, o solo, o ar ou proveniente da natureza em áreas urbanas. O
acúmulo de lixo e sua destinação incorreta podem criar vários problemas socio-
ambientais.

Durante muito tempo, o ser humano viveu da caça, da pesca e da coleta de vegetais.
Os restos de materiais consumidos pelas comunidades humanas e por outros seres
vivos eram incorporados pela natureza, não ocorrendo a geração do que chamamos
hoje de lixo. Nesse estágio da civilização, podemos dizer que o homem vivia em
equilíbrio com o ambiente.

Com o tempo, a humanidade aprendeu a explorar os diversos recursos da natureza,


como a argila, a areia e os metais. Isso provocou o aparecimento de resíduos que não
podiam mais ser incorporados pela natureza.

A Revolução Industrial, a partir do século XVIII, provocou uma mudança muito


grande no padrão de consumo da sociedade. As indústrias passaram a produzir mais, a
um custo menor, em um tempo cada vez menor, e com isso passaram a gerar um novo
tipo de lixo: o lixo industrial.

A Revolução Industrial promoveu o surgimento de grandes indústrias, que atraíram


grande número de pessoas, de diferentes regiões, em busca de trabalho. Assim,
formaram-se as grandes cidades e foram criados novos hábitos de consumo.

Atualmente, as indústrias produzem uma enorme quantidade e variedade de novos


produtos, cada vez mais rapidamente, com preços acessíveis a um maior número de
pessoas. Ficou mais fácil comprar, usar, descartar e substituir produtos “velhos” por
outros “mais modernos”.

Essa é uma breve história do surgimento da sociedade de consumo.

Hoje, com a substituição mais rápida de produtos, a quantidade de lixo produzida é


cada vez maior. Para ter ideia dessa quantidade, só no Brasil são produzidas 240 mil
toneladas (240.000.000 de quilogramas) de lixo por dia. É difícil imaginar essa
quantidade, porque estamos acostumados a ver somente o lixo de nossa casa. O
destino final de todo o lixo produzido é um grande problema para a sociedade.
Para saber o que fazer com o lixo, é necessário classificá-lo, pois, dependendo da sua
origem, ele tem composições e pode ter destinos diferentes.

Classificação do lixo
O lixo pode ser classificado em função de sua origem.

Vejamos os principais tipos:

 Lixo domiciliar: é formado pelos resíduos sólidos gerados nas casas e edifícios residenciais. É
constituído basicamente por restos de comida (matéria orgânica), papéis, embalagens
(plástico, isopor, papelão, vidro etc.), fraldas descartáveis, objetos dos mais diferentes
materiais, pilhas e muitos outros itens.
 Lixo comercial: é gerado em estabelecimentos comerciais como supermercados,
restaurantes, escritórios, bancos etc. Sua composição pode variar muito dependendo do tipo
de estabelecimento. É composto, geralmente, de matéria orgânica, papéis, madeira e vários
tipos de plástico.

Entulho
É o resíduo do material utilizado pela construção civil (casas, edifícios, estradas,
pontes, etc.). Ele é formado por restos de madeira, ferro, tijolos, concreto, latas de
tintas, cacos de azulejos, etc.

0 descarte do entulho é um dos grandes problemas ambientais das cidades. São poucas
as cidades que dispõem de locais apropriados para a disposição desse tipo de resíduo.

Muitas vezes, o entulho é depositado por caçambeiros e pela população em geral em


terrenos baldios, fundo de vales de rios e córregos e outros locais inadequados.

Além de provocar a alteração no leito dos córregos e rios, o entulho transforma–se em


abrigo para pequenos animais, como ratos, cobras e escorpiões, tomando-se, com isso,
uma armadilha para as pessoas.

 Lixo espacial: é composto de satélites abandonados, restos de equipamentos gerados de


explosão e choque, partes de foguetes, cintas metálicas (junções) e ferramentas. Estima-se
que sejam deixadas no espaço 200 toneladas por ano desse tipo de lixo.
 Lixo público: é aquele gerado pela limpeza das áreas públicas. É composto de restos de
vegetais, papéis, embalagens plásticas, latas e outros objetos e materiais encontrados nos
locais públicos.
 Lixo industrial: é produzido pelas indústrias. O lixo industrial é bastante variado, podendo
conter: cinzas, Iodos, óleos, ácidos, plásticos, papéis, madeiras, fibras, borrachas, metais,
vidros e cerâmica. Nessa categoria inclui-se a maioria do lixo considerado tóxico, como
pilhas, baterias, embalagens de agrotóxicos e de combustíveis.
 Lixo hospitalar: produzido em hospitais, clínicas médicas e veterinárias, postos de saúde e
farmácias. Exemplos: agulhas, seringas, algodões, tecidos e órgãos extraídos de pacientes,
sangue, luvas e restos de medicamentos. É um tipo de lixo muito perigoso porque pode
conter muitos microrganismos capazes de provocar doenças.

Além desses, existem vários outros tipos de lixo, como o lixo radioativo.
Destino do lixo
Você sabe para onde vai todo o lixo produzido por uma cidade?

Segundo pesquisas sobre saneamento básico, realizadas pelo IBGE (Instituto


Brasileiro de Geografia e Estatística), grande parte dos municípios brasileiros tem
coleta de lixo.

Porém, muitas vezes, o lixo coletado não tem destinação adequada. Além disso, há
pessoas que jogam o lixo em qualquer lugar: rios, ruas, terrenos baldios e até mesmo
pela janela do carro, em ruas e estradas.

O lixo jogado nas ruas e rios pode entupir os bueiros, que são parte do sistema de
escoamento da água das chuvas. Essa é uma das principais causas de enchentes nas
cidades.

O problema é mais grave nos municípios onde o lixo não é destinado a um local
adequado e é jogado em qualquer lugar.

No Brasil, segundo uma pesquisa realizada pela Abrelpe (Associação Brasileira de


Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), em 2011, aproximadamente
30% dos municípios ainda destinam o lixo coletado para espaços abertos, os
chamados lixões.

Em agosto de 2010 foi aprovada a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que
regulamenta, entre outros, a coleta, o destino final e o tratamento de resíduos urbanos,
perigosos e industriais.

As melhores destinações do lixo são os aterros sanitários e a incineração. Veja a


seguir as diferenças entre essas maneiras de dispor o lixo.

Os lixões: lixo a céu aberto


Os lixões são uma forma inadequada de disposição do lixo, que é acumulado ao ar
livre, formando depósitos gigantescos. Geralmente ficam afastados dos centros das
cidades, distantes dos olhos da população, que não percebe os danos causados ao
ambiente e ao ser humano.

A matéria orgânica (restos de comida, cascas de frutas, etc.) presente no lixo atrai
diversos animais, como ratos, baratas, moscas e microrganismos, que se alimentam
desses materiais. Vários desses organismos podem transmitir e provocar inúmeras
doenças.

A decomposição da matéria orgânica produz vários gases que se espalham pela


atmosfera, alguns deles com cheiro muito ruim. Um desses gases é
o metano, conhecido como gás do lixo.
Parte da matéria orgânica decomposta, misturada a outras substâncias provenientes de
embalagens, pilhas, baterias e outros objetos, origina um líquido de cor escura e
cheiro forte, chamado chorume.

Esse líquido é muito tóxico para o ser humano e outros animais. Ele pode se infiltrar
no solo e atingir os aquíferos, provocando a contaminação da água.

Enterrando o lixo: os aterros


Existem dois tipos de aterros: os controlados e os sanitários.

O aterro controlado é uma forma de disposição dos resíduos sólidos feita em


terrenos afastados dos centros urbanos. Nos aterros, o lixo depositado é coberto por
terra e as camadas de terra são compactadas.

Em seguida, uma nova camada de lixo coberta por terra é compactada. Assim,
sucessivamente, são feitas camadas alternadas de lixo e terra.

Esse processo dificulta a liberação de gases com cheiro ruim e diminui a proliferação
dos animais que são geralmente atraídos pelos lixões. Esse tipo de destinação do lixo
acaba diminuindo os riscos e danos à saúde pública.

Porém, ainda existem desvantagens nesse tipo de aterro: uma parte dos gases
produzidos é liberada, poluindo o ar, e o chorume pode se infiltrar e chegar aos
aquíferos, causando a poluição do solo e da água.

O aterro sanitário é uma forma adequada de destinação do lixo, principalmente o de


origem doméstica. Os aterros sanitários também são feitos em áreas distantes dos
centros urbanos.

Na sua construção, o solo é inicialmente compactado e forrado por uma manta


plástica impermeável com função de impedir a infiltração do chorume no solo.

Depois, as camadas de terra e lixo são colocadas de forma alternada e então são
compactadas. Tubulações para drenar a água da chuva e o chorume são instaladas
nesses aterros e o material coletado é encaminhado para uma estação de tratamento,
onde é transformado em água de reuso. a qual pode ser usada em banheiros, na
jardinagem ou na limpeza.

Há ainda um sistema de tubulações para recolher o gás do lixo (também conhecido


por biogás, que contém grande concentração de metano).

Esse gás pode ser recolhido e tratado e, então, pode ser usado para produção de
energia elétrica ou como combustível em indústrias, residências ou automóveis.

Alguns dos problemas dos aterros é que eles ocupam uma grande área e que eles têm
um tempo limitado de uso, que varia com o seu tamanho, as condições do solo e a
quantidade de lixo depositado.
Após encerrado o tempo de uso de um aterro, a área pode ser aproveitada para a
construção de parques, bosques ou outros espaços de interesse público.

No ano de 2011, de acordo com a Abrelpe, apenas 39% dos municípios brasileiros
utilizavam aterros sanitários.

Queimando o lixo: a incineração


Neste processo, o lixo é colocado em um equipamento chamado incinerador e
queimado.

A incineração é uma técnica de tratamento de lixo bastante utilizada em cidades que


não têm grandes áreas disponíveis para construção de aterros sanitários.

Também é o procedimento obrigatoriamente usado para o lixo hospitalar, que precisa


de condições adequadas de descarte e não pode ser misturado a outras categorias de
lixo.

As cinzas do lixo incinerado podem ser transportadas para aterros sanitários.

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