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CATADORES DE RECICLÁVEIS

Quando se fala de catadores nos referimos às pessoas que cuidam do ambiente da


nossa sociedade. Eles desempenham um papel fundamental na gestão de resíduos
sólidos, prestados, em sua maioria, nas atividades da coleta seletiva, triagem,
processamento e distribuição destes materiais recicláveis.

Dados da pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)


apontam que, no Brasil, o número dessa classe de trabalhadores varia entre 400 e
600 mil . Sendo que, dentre estes, cerca de 20 mil estão no estado de São Paulo ,
a cidade mais populosa do país, e que produz em média 20 mil toneladas de lixo
todos os dias, ou seja, um quilo e seiscentos gramas por pessoa. Essa porcentagem
fica ainda mais impressionante quando se avalia que apenas 1% de todo esse lixo é
reciclado. Além disso, 90% do árduo e precioso processo é realizado por catadores de
materiais recicláveis, pessoas que de maneira honesta, usam de sua força de trabalho
para prestar um serviço ambiental à nossa sociedade.

QUEM SÃO E COMO TRABALHAM?

Invisíveis aos olhos da sociedade e diretamente envolvidos com o processo de


reciclagem, os catadores vêm lutando para obter reconhecimento e direitos na
sociedade brasileira. O “lixo” possui grande valor para aqueles que tiram dele seu
sustento.

De sol a sol, busque pelas ruas latas e lixões que contenham materiais de possível
aproveitamento, reformados ou reciclados industrialmente. Além disso, coletam,
separam, adicionam e transportam, tornando o que antes era visto como lixo pronto
para ser descartado, em mercadoria com valor de uso e de troca. Todavia, esse
trabalho é cansativo, e como se dá na rua, expõe os catadores à diversos riscos para a
saúde, os quais derivam do contato com matérias contaminadas e do peso para puxar
as carroças.

Este grupo é composto por sua maioria de adultos, com familiares dependentes
financeiros e baixo nível educacional, e por uma baixa porcentagem de idosos, que
visam complementar sua aposentadoria.

De acordo com o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis


(MNCR), há 800 mil profissionais do tipo em atividade no país e aproximadamente
85 mil associados ao movimento Nacional.
DESAFIOS DE UM CATADOR

Os desafios de um catador de materiais recicláveis são muitos. Começam desde o


preconceito e discriminação até agressão psicológica e física. Esses trabalhadores
sofreram por todo o Brasil e pelo mundo, realizaram a coleta de objetos descartados,
debaixo de chuvas, sol, frio e acima de tudo o olhar daqueles que julgavam ser seu
trabalho. Além disso, enfrentam situações de falta de respeito por parte dos
motoristas que pedem para andar na calçada, insinuando que os catadores
atrapalham sua passagem.“Não somos catadores de lixo, e sim catadores de
materiais recicláveis!”Muitos sofrem ofensas por não possuírem ensino completo,
são xingados de “burros”, “vagabundos”, “lixos” e tratados com indiferença,
porém, as pessoas que os chamam dessa forma não compreendem que este trabalho
está salvando o meio ambiente.São marginalizados e estigmatizados pela atividade
que realizo, pois tem como objeto de trabalho aquilo que a sociedade de consumo
rejeitou, além de correr o risco de serem atropelados, de destruirem suas carroças e
perderem todas suas histórias e trabalho de dias pela sociedade.

O impacto na reciclagem

Os altos índices de reciclagem no país se cumprem graças aos catadores. Através da


coleta de lixo e sua venda para reciclagem, realize um serviço de utilidade pública,
uma vez que diminua a quantidade de materiais, os quais, se descartados, ocupariam
aterros e lixões, aumentando o volume de resíduos e desperdiçando a vida útil desses
espaços destinado ao descarte. Estes trabalham se encarregam da coleta, separação,
transporte de resíduos sólidos, que antes eram apontados como inúteis, agora é
considerado mercadoria.

As cooperativas designam um trabalho muito importante junto aos catadores,


estando presentes em mais da metade das cidades em que há coleta do lixo reciclável.
Para ajudar os coletores que precisam vender os materiais, o CEMPRE
(Compromisso Empresarial para a Reciclagem) criou uma tabela de valores desses
recicláveis separados por cidades e tipo de material. Os valores representam o
pagamento em reais por tonelada de material. Veja abaixo o valor dos materiais
recolhidos na cidade de São Paulo:

● Papelão: 580PL
● Papel branco: 600PL
● Latas de aço: 280L
● Alumínio: 3500P
● Vidro incolor: 150
● Vidro colorido: 0
● Plástico rígido: 600L
● Animal de estimação: 1400P
● Filme plástico: 800
● Longa vida: 250P

(Legenda: P= prensado L= limpo I= inteiro C= cacos UN= unidade)

“Se há alguma reciclagem em São Paulo é por conta dos catadores” , disse
a coordenadora executiva do Instituto Pólis, Elisabeth Grinberg.

O símbolo do papel desses catadores e carroceiros na reciclagem é significativo não


só nas cidades, mas no país inteiro. Segundo um estudo do Instituto de Energia e
Ambiente da Universidade de São Paulo (USP) publicado no mês passado, eles são
responsáveis por quase metade da coleta seletiva no Brasil.

Atualmente, apenas 1% do lixo produzido em São Paulo é reciclado formalmente. Se


este trabalho fosse mais reconhecido e regularizado, o número de trabalhadores
poderia ser maior, bem como estímulo da reciclagem de materiais na sociedade.

O ofício dos catadores vem ganhando novas proporções pelo meio da construção de
cooperativas que realizaram o processo de reciclagem. Elas possibilitam a coleta e
tratamento de um maior número de materiais recicláveis de modo a gerar mais renda
para cada cooperado a partir de sua venda. Em 2006, já existiam 450 cooperativas
formalizadas, com mais de 35 mil cadastrados, segundo o Movimento Nacional dos
Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR).

O instituto GEA- Ética e Meio Ambiente contribui para que a eficiência do trabalho
dos catadores cresça ainda mais. A organização os profissionaliza e os organiza em
cooperativas além de prestar assistência técnica e fornecer capitação com a
finalidade de aprimorar sua força empreendedora no Brasil.

O QUE MATEMÁTICA INFLUENCIA NA RECICLAGEM?

A matemática pode ensinar porque reciclar uma latinha de alumínio é tão


importante para o meio ambiente e para a economia do Brasil. Da mesma forma, o
uso de lâmpadas de LED em grandes avenidas também contribui com cidades
mais sustentáveis. Foi justamente isso o que fez o professor Marcello Menezes, na
reportagem do Projeto Educação desta terça-feira (2).
Nas ruas das metrópoles, muitas pessoas catam latinhas para complementar a
renda mensal. De lixeira em lixeira, todos os dias Daniel Santos, de 58 anos, chega
a ganhar R$ 500 com a venda dos objetos que são descartados. Em Pernambuco,
grande parte das latas de alumínio que é recolhida vai parar em uma empresa do
bairro da Imbiribeira, na Zona Sul do Recife. “Chegando, o montante é pesado,
classificado, processado e enviado novamente para o centro de fundição”, explicou
Moacir Moraes Júnior, supervisor do centro de coletas.
O amontoado de latas é uma riqueza que muita gente desconhece. De acordo com
o professor Marcello Menezes, a maior vantagem não é nem o custo menor de
venda da lata, mas sim a economia com a energia. “Para você reciclar uma lata,
você gasta 5% da energia elétrica que gastaria para fabricar uma lata nova. Esse é o
grande dinheiro da reciclagem. Porque isso tira a lata do meio ambiente e ainda
economiza 95% de energia elétrica do país, algo em torno de 4 mil gigawatts. Para
você ter uma ideia, é suficiente para Recife ficar três anos sem pagar energia”,
destacou.

Organizadas em pilhas, as latas prensadas são encaminhadas para o estado de São


Paulo. “O Brasil é campeão mundial de reciclagem de latas de alumínio. Para você
ter uma ideia, se não fosse dessa forma e se nós gastássemos R$ 1 para fabricar
uma latinha nova, essa daqui [reciclada] vai ao custo de R$ 0,05. Veja só a
diferença. É muito mais barato, é muito mais economia", destacou Marcello
Menezes.
A atitude do catador Daniel e de outros catadores, empresas e a população em
geral que separam latinhas de alumínio para reciclagem é um gesto importante
para a saúde do meio ambiente. Isso sem falar que um dos nossos bens mais
preciosos acaba sendo preservado com essa reciclagem. A economia da energia
elétrica é a garantia de que nós teremos água por mais tempo. “Para cada quilo de
latinha reciclada de alumínio, a gente tem uma economia de cinco quilos de
bauxita que são retirados do meio ambiente. Isso significa que diminui a extração,
a atividade de mineração, que é uma das atividades que mais polui”, falou Soraya
Eldier, professora da UFPE.

De acordo com a Prefeitura do Recife, neste ano, foram colocadas 234


lâmpadas de LED nos postes instalados ao longo da Avenida Domingos
Ferreira, uma das principais do bairro de Boa Viagem, na Zona Sul. A iniciativa
foi para reduzir o gasto de energia. “Isso significa uma economia anual de 60
mil quilowatts hora. Se comparada à reciclagem das latas, isso significa que, se
a Avenida Domingos Ferreira fosse até São Paulo, multiplicada por 100, seria
igual à economia que as latinhas produzem para o Brasil”, comentou.

Abaixo vemos uma tabela de acordo com o Estado do Rio de Janeiro:

tópicos

Material No depósito (preço Para retirar (preço por


por kg) kg)

Papelão R$ 0,20 R$ 0,15

Sucata de R$ 0,40 R$ 0,30


ferro
mista

Apara R$ 0,40 R$ 0,30


mista
Sucata de R$ 0,50 R$ 0,40
plástico
misto

PP R$ 0,50 R$ 0,40
Separado

Sucata de R$ 0,50 R$ 0,40


ferro
pesado
(maciço)

PVC R$ 0,50 R$ 0,40

Garrafa R$ 1,20 R$ 1,10


Pet

PEAD R$ 1,20 R$ 1,10

Caixa de R$ 1,70 R$ 1,50


plástico
(de
verduras)

Metal R$ 12,00 R$ 11,00


Cobre R$ 27,00 R$ 25,00
misto

Cobre mel R$ 28,00 R$ 26,00

Alumínio R$ 3,00 R$ 2,50


bloco

Inox R$ 3,50 R$ 3,00

Chumbo R$ 4,00 R$ 3,50

Latinha R$ 5,00 R$ 4,50


de
alumínio

Chapa de R$ 5,00 R$ 4,50


alumínio

Alumínio R$ 5,00 R$ 4,50


misto

Perfil de R$ 7,00 R$ 6,50


alumínio

Panela de R$ 7,50 R$ 7,00


alumínio

Roda de R$ 8,00 R$ 7,50


alumínio

BIBLIOGRAFIA

https://www.depositomarmeleiro.com.br/tabelas-preco/
https://medium.com/@labdejo2018/catadores-de-materiais-recicl%C3%A1veis-e-a-sua-
import%C3%A2ncia-72618a64f09c
https://g1.globo.com/pernambuco/vestibular-e-educacao/noticia/2014/09/matematica-mostra-
importancia-da-reciclagem-para-o-brasil.html

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