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Fundamentos da Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos

Site: Educação a Distância


Curso: Fundamentos e Premissas-Chave para a Gestão Sustentável de Resíduos Sólidos Urbanos - Turma 1/2021
Livro: Fundamentos da Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos
Impresso por: Marianna Valente
Data: quarta, 17 Nov 2021, 19:37
Sumário
Apresentação
Aula 1 – Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (GRSU): uma visão global e intersetorial
1.1. Do local ao global – pág. 1
1.1. Do local ao global – pág. 2
1.2. Do modelo linear para o circular – pág. 1
1.2. Do modelo linear para o circular – pág. 2
Aula 2 – Principais aspectos da Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (GRSU)
2.1. Principais instrumentos legais – pág. 1
2.1. Principais instrumentos legais – pág. 2
2.1. Principais instrumentos legais – pág. 3
2.1.1. A importância do plano de gestão integrada
2.2. Panorama brasileiro da GRSU – pág. 1
2.2. Panorama brasileiro da GRSU – pág. 2
2.3. Priorização na gestão e no gerenciamento de resíduos sólidos
2.4. Atividades de limpeza urbana – pág. 1
2.4. Atividades de limpeza urbana – pág. 2
2.5. Limitação das capacidades dos municípios
2.6. Sustentabilidade econômico-financeira – pág.1
2.6. Sustentabilidade econômico-financeira – pág. 2
2.7. Regionalização da GRSU – pág. 1
2.7. Regionalização da GRSU – pág. 2
2.8. Aspectos de contratação pública – pág. 1
2.8. Aspectos de contratação pública – pág. 2
2.8. Aspectos de contratação pública – pág. 3
2.8. Aspectos de contratação pública – pág. 4
3. Considerações finais
Referências
Apresentação
 
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 Tome nota!

Para que você acompanhe melhor a leitura, inserimos um asterisco (*) nas palavras que estão no glossário, na página inicial do curso.

Para seguir com o conteúdo do módulo, clique em uma das setas indicada no canto direito.
Aula 1 – Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (GRSU): uma visão global e intersetorial
Desde a segunda metade do século passado, observa-se um processo acelerado de urbanização, ou seja, da transição da
vida rural para a vida nas cidades. Em 2008, a população que vive em cidades superou a que vive no campo.

O adensamento populacional, bem como de infraestrutura e serviços, torna a cidade uma zona territorial estratégica para
implementação de ações que beneficiem a qualidade do ambiente global e das relações humanas.

No dia a dia da gestão municipal, existem enormes desafios: desde a promoção e a manutenção de uma infraestrutura
urbana de qualidade, com meios de transporte adequados, sistemas de saneamento, saúde, educação, além do
desenvolvimento econômico local. Isso tudo precisa, de fato, chegar à população de forma adequada e universal.

A gestão de resíduos sólidos é uma componente da administração municipal que, historicamente, no Brasil, não é muito
privilegiada, entre outros motivos, por ter sido, normalmente, prático o afastamento de resíduos, de sua geração, para um
local distante o suficiente para não incomodar o cidadão.

O fato é que, enquanto houver pessoas, existirá, diariamente, a geração de resíduos, e esse manejo, em especial em
cidades mais adensadas, será cada vez mais complexo.

 Você sabia?

Em 2016, o mundo gerou 242 milhões de toneladas de plástico, 12% do total de RSUs (WORLD BANK, 2017). Os
plásticos estão impactando enormemente a qualidade e a vida nos oceanos, destruindo a diversidade marinha. Esse tema
vem sendo debatido globalmente, sendo chamado de Marine Litter, em inglês, ou Combate ao Lixo no Mar, em
português. Há uma tendência de se regulamentar essa questão no Brasil e já existem inúmeras iniciativas de leis
municipais que estabelecem procedimentos específicos para o uso de sacolas e canudos plásticos.
1.1. Do local ao global – pág. 1
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 Mãos à obra!

Você sabe se existe alguma iniciativa em seu município de desenvolvimento sustentável?

Pesquise se há alguma iniciativa que envolve os ODS, tome nota delas e procure saber como estão se desenvolvendo. Passe a acompanhar tais projetos
mais de perto.

 Saiba mais!

Conheça as perguntas mais frequentes sobre os ODS, elaboradas pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Pnud), em nosso
material complementar. Nesse material, você encontrará mais detalhes sobre os ODS e os avanços dessa agenda no Brasil.

A lista completa dos Objetivos e das metas está disponível no link: http://www.pnud.org.br/ODS.aspx.

A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável está disponível em: http://www.pnud.org.br/Docs/genda2030 completo_PtBR.pdf.

Outro tema de discussão global que afeta diretamente os municípios é a mudança do clima. Ela é percebida nas cidades por meio do aumento de
temperatura local e da frequência de eventos climáticos extremos:
1.1. Do local ao global – pág. 2
Em nível global, foi firmado o Acordo de Paris, em 2015, por mais de 190 países no mundo. Esse Acordo tem como objetivo fortalecer a reação global às
ameaças impostas pela mudança climática e limitar o aquecimento médio global bem abaixo de 2 ºC, com vistas a realizar grandes esforços para limitar até
1,5 ºC acima dos níveis pré-industriais. Além disso, um de seus objetivos é descarbonizar a economia global até o final do século.

Você pode estar se perguntando:

Por que isso é importante? E por que isso está sendo tratado em um curso de resíduos?

Mas, não precisa se preocupar, porque em breve você irá entender.

A mudança do clima já impacta a saúde pública, a segurança alimentar e hídrica, a migração, a paz e a segurança. Se
não for controlada, a mudança do clima reduzirá os ganhos de desenvolvimento alcançados nas últimas décadas e
impedirá possíveis ganhos futuros.

As cidades acabam sendo focos de vulnerabilidade aos impactos das mudanças climáticas, podendo ser afetadas por: destruição da infraestrutura, redução
da disponibilidade de água potável, crise alimentar e crescimento de epidemias.

Entretanto, os centros urbanos também representam grandes oportunidades para redução de emissões e de adaptação, por meio de mudanças nos padrões
de desenvolvimento urbano (PERPÉTUO, 2017).

 Você sabia?

Nesse cenário, as cidades emergem com destaque e têm um papel crucial a desempenhar na redução de emissões globais. Elas representam de 37% a 49%
das emissões de gases de efeito estufa (GEE) no mundo, e sua infraestrutura urbana é responsável por 70% do consumo energético global, de acordo com
estudo produzido pelo ICLEI – Governos Nacionais pela Sustentabilidade e pela Universidade de Cambridge (2014), baseado no Relatório do Painel
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) (PERPÉTUO, 2017).

Para saber mais sobre o assunto e inserir cada vez mais seu município no contexto mundial das cidades mobilizadas em prol da proteção do clima, não
deixe de cursar o módulo Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos de Baixa Emissões de Gases de Efeito Estufa (presente no curso EaD "Tratamento e
Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos", também disponível no portal Capacidades).

A compreensão das vulnerabilidades e do papel dos governos locais para mitigar a emissão de GEE estimula o maior e mais rápido engajamento das
cidades na ação local pelo clima, como ocorre, por exemplo, na iniciativa Compacto de Prefeitos, uma coalizão global de prefeitos, prefeitas e autoridades
locais comprometidos com a ação climática ambiciosa e transparente. Os prefeitos e as prefeitas signatários comprometem-se a atuar para a mitigação e a
adaptação à mudança climática, e reportar publicamente e de forma transparente sua evolução. A iniciativa já reúne 550 cidades, representando uma
população de mais de 440 milhões (PERPÉTUO, 2017). Pense em como seria inserir a sua cidade nesse contexto!
1.2. Do modelo linear para o circular – pág. 1
O modelo econômico de crescimento em que vivemos desde a metade do século XX foi baseado na extração massiva de recursos naturais, sem uma
preocupação com os impactos que isso poderia proporcionar ao bem-estar futuro da sociedade. Esse modelo, também chamado de linear, segue a lógica da
“extração, produção e desperdício”, e tem mostrado não ser mais sustentável. A figura 2 ilustra essa visão.
Figura 2 – Modelo de economia linear

Fonte: ProteGEEr (BRASIL; ALEMANHA, 2020).

Como alternativa a essa forma de crescimento, surge a economia circular, que busca dissociar a atividade econômica do consumo desenfreado de recursos,
tendo como foco os benefícios para toda a sociedade. No modelo circular, há uma necessidade de se pensar no capital econômico, social e natural. Ele se
baseia em três princípios: eliminar resíduos e poluição desde o princípio, manter produtos e materiais em uso e regenerar sistemas naturais (definição da
Fundação Ellen MacArthur).

Na figura 3, pode ser visualizado um exemplo de modelo circular, que observa desde a extração da matéria-prima até a disposição final do que não foi
possível ser reintegrado no processo em forma de material ou energia.
Figura 3 – Modelo de economia circular

Fonte: ProteGEEr (BRASIL; ALEMANHA, 2020).

As cidades podem impulsionar a agenda da economia circular para destravar benefícios econômicos, ambientais e sociais. Você vai notar que esse termo –
economia circular – vai aparecer outras vezes ao longo do curso. Isso acontece em função de entendermos que este modelo de economia deve ser o nosso
objetivo na gestão de resíduos, e, também, porque este modelo de economia já está previsto em marcos legais. Além disso, você irá compreender melhor
como pode contribuir para que seu município participe mais ativamente desse novo conceito econômico.

Portanto, no curso, teremos módulos que dispõem sobre encerramento de lixões, consórcios, sustentabilidade do serviço público de manejo de RSU que
irão elucidar cada vez mais como a economia pode funcionar de forma circular, com menos desperdício e menor impacto negativo.

 Você sabia?

A Fundação Ellen MacArthur foi estabelecida em 2010 com a missão de acelerar a transição rumo a uma economia circular. Ela trabalha com empresas,
governos e academia para construir uma economia que seja regenerativa e restaurativa desde o princípio.

Em março de 2019, a Fundação lançou “Economia Circular em Cidades”, um conjunto de recursos de fácil acesso que fornece uma referência global sobre
o tema, os quais foram desenvolvidos para responder ao crescente interesse de prefeituras e prefeitos/prefeitas na economia circular.
1.2. Do modelo linear para o circular – pág. 2
Pensando na economia circular aplicada à gestão dos resíduos sólidos, os objetivos primordiais são a não geração e a redução da geração do próprio
resíduo. Por exemplo, se falamos de resíduos orgânicos de alimentos, uma maneira de pensar de forma circular seria atuar em estratégias para redução do
desperdício alimentar, desde a otimização das técnicas de produção, a embalagem utilizada, até a logística de transporte e armazenagem, para que nestas
etapas sobrasse a menor quantidade de resíduos possível do alimento.

Contudo, no modelo linear majoritariamente praticado, o resíduo orgânico é misturado com outros tipos de resíduos para ser descartado, gerando odores,
chorume, GEE e proliferando insetos, que contribuem para o aumento das mudanças climáticas. Além disso, o sistema de logística é impactado pela sua
transferência aos aterros sanitários, gerando custos significativos de transporte e causando inúmeros impactos ambientais e sociais.

Nesse exemplo dos resíduos alimentares mencionado, fica claro que é possível repensar soluções de manejo de resíduos que estejam alinhadas com os
princípios da economia circular e com os ODS.

Mãos à obra!

Agora é a sua vez de pensar de forma circular: imagine uma lata de refrigerante de alumínio. Reflita sobre seu processo de produção e descarte, desde a
extração da matéria-prima principal que a originou até seu processamento e transformação em resíduo. Agora diga: quais seriam os benefícios ambientais,
sociais e econômicos se essa latinha, em vez de ir para o aterro sanitário, fosse reincorporada ao sistema?

A economia circular oferece uma oportunidade de repensar nossa maneira de produzir e usar as coisas das quais precisamos, e nos permite explorar novos
métodos de assegurar a prosperidade em longo prazo.

Além disso, pensar de forma circular permite encontrarmos as sinergias entre os diversos setores, como, por exemplo, a relação do setor de alimentos com
o de resíduos, o de resíduos com a saúde, a geração de emprego e renda, a indústria, o desenvolvimento de novos mercados etc.

Nesse contexto, a tomada de decisão no gerenciamento de resíduos sólidos deve ser feita observando essas relações e buscando evidenciar os cobenefícios
de uma rota tecnológica sustentável, que é definida pelo:

conjunto de processos, tecnologias e fluxos dos resíduos desde a sua geração até a sua disposição final, envolvendo circuitos de coleta de
resíduos de forma indiferenciada e diferenciada e contemplando tecnologias de tratamento dos resíduos com ou sem valoração energética
(JUCÁ, José Fernando Thomé et al. Relatório final sobre as principais rotas tecnológicas de destinação de resíduos sólidos urbanos no Exterior
e no Brasil. Análise das Diversas Tecnologias de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Sólidos no Brasil, Europa, Estados Unidos e
Japão. Produto 7. Recife, PE. out. , 2013.).

Esse tema será abordado com detalhes no módulo Rotas Tecnológicas para a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos do curso “Tratamento e
Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos”, também presente no Capacidades.

A partir dessa visão integrada dos resíduos, que relaciona os diversos setores envolvidos, o gestor público tem mais argumentos para tomar uma decisão e,
de fato, promover um desenvolvimento urbano sustentável.

Retomando com os ODS, ao avaliar de que forma o setor de resíduos está sendo considerado, podemos identificar que o ODS 6 “Água potável e
saneamento” aborda essa temática diretamente. Entretanto, quando observamos os outros, como “Consumo e produção responsáveis” (ODS 12), “Cidades
e comunidades sustentáveis (ODS 11), “Ação contra a mudança global do clima” (ODS 13), encontramos, ainda que de forma indireta, uma relação com a
gestão de resíduos.

Essa reflexão nos mostra que uma estratégia bem-feita no setor de resíduos, incorporada à agenda municipal, poderá trazer benefícios para diversos outros
setores, como saúde, educação, geração de empregos, fomento de novos mercados etc.
Aula 2 – Principais aspectos da Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (GRSU)
Neste tópico, serão apresentados aspectos introdutórios que permitem a você ter uma visão geral da gestão
integrada e do gerenciamento de RSUs, seus benefícios e suas repercussões.

Uma informação muito interessante e pouco conhecida é que existem muitas alternativas para tratamento dos
resíduos sólidos.

Todas as ações de tratamento dos resíduos em conjunto, uma contribuindo de maneira complementar com as
outras, e todas juntas reduzindo o volume de rejeito que irá para o aterro sanitário, é o que chamamos de
gerenciamento. Como peças de uma máquina, elas se ajustam umas às outras, sendo que nem todas servem
perfeitamente para todas as situações.

É por este motivo que o estudo sobre os resíduos gerados em sua região é tão importante. Conhecer as
características, como composição, origem, volume, distâncias a serem percorridas para o transporte, é fundamental
na gestão dos resíduos.

Quanto maior for a integração entre todas as etapas do gerenciamento dos resíduos, menor será o volume de
rejeitos a serem dispostos em aterros sanitários.

Além disso, uma população sensibilizada, que consome conscientemente e separa seus resíduos, poderá ajudar
tanto a incentivar que mais empresas invistam em tecnologias sustentáveis para se adequar às exigências do
mercado consumidor quanto a reforçar que os resíduos passíveis de reutilização ou reciclagem sejam devidamente
reaproveitados e voltem ao ciclo de vida dos materiais.

O resíduo orgânico pode ser compostado com resultados ótimos, tornando-se adubo e retroalimentando a terra, ou sendo transformado em energia, por
meio dos digestores anaeróbios, ou, ainda, em biomassa, biofiltro ou rejeitos bioestabilizados.

Independentemente da aplicação do orgânico valorizado (tema que você verá com mais profundidade no módulo Valorização de Resíduos Orgânicos do
curso “Tratamento e Valorização de Resíduos Sólidos Urbanos”, também presente no Capacidades), quando este é coletado seletivamente, os resíduos
secos também terão maior qualidade para serem triados e, posteriormente, reciclados ou destinados para geração de energia, inclusive melhorando as
condições ambientais das plantas e de saúde das pessoas envolvidas durante os processos de manuseio, por exemplo, em face da triagem.

Desta forma, além de gerar recursos secundários, estes resíduos serão desviados dos aterros, aumentando, assim, a sua vida útil e reduzindo seu impacto
ambiental. Há cidades de alguns países, como Japão e Suécia, que desviam mais de 95% dos resíduos gerados!

Assim, a proteção ao meio ambiente torna-se mais eficiente, já que irá diminuir a emissão de GEE na atmosfera e as emissões líquidas nos aterros.

 Boas práticas!

Conheça a Revolução dos Baldinhos. Trata-se de um movimento de coleta de orgânicos feito por uma comunidade carente de Santa Catarina, com efeitos
muito positivos – cooperativa, horta comunitária e inclusão social.

Nem sempre precisa partir do governo. Todos somos responsáveis pelos resíduos e por suas consequências. 
2.1. Principais instrumentos legais – pág. 1
Conhecer a lei é o primeiro passo para ser uma pessoa responsável pela gestão consciente. É a lei que nos obriga, nos proíbe e, mais ainda, nos pune no
caso de agirmos de maneira ilegal – contra o que diz a lei. Mas não se preocupe, nós fizemos um apanhado de todo o básico que você precisa saber.

Como sugestão de estudo e prática, passe a anotar as leis citadas, busque por seus conteúdos completos e organize uma pasta em seu ambiente de trabalho
com todas as leis que regulamentam o assunto. Isso pode ser importante para consultas, pesquisas e pode esclarecer suas dúvidas, ok?

Inicialmente, cabe citar a Constituição Federal, que estabelece a competência dos municípios para legislar, organizar e prestar, diretamente ou sob regime
de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local (BRASIL, 1988, incisos I e V, caput do Art. 30). Portanto, o município é o titular dos
serviços de interesse local, entre eles os serviços de saneamento básico*. Por sua vez, a Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007 – Lei Nacional de
Saneamento Básico (LNSB) – estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a política federal de saneamento básico. A LNSB foi
recentemente revisada por meio da Lei nº 14.026, de 15 de julho de 2020, em diversos de seus dispositivos. Entre eles, a LNSB revisada passou a definir os
responsáveis pelo exercício da titularidade.

O município e o Distrito Federal são sempre os titulares dos serviços públicos de saneamento básico, pois isto é constitucional. Entretanto, o exercício
desta titularidade, segundo a LNSB, é realizado diretamente por eles somente quando os serviços forem de interesse local, e juntamente ao estado e aos
municípios que compartilham efetivamente instalações operacionais integrantes de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, nos
serviços de interesse comum (BRASIL, 2007a).

Conforme definição da Lei (BRASIL, 2007a), saneamento básico é o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de:

1. Abastecimento de água potável;

2. Esgotamento sanitário;

3. Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos;

4. Drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.

Portanto, a limpeza urbana e o manejo de RSUs são considerados parte do saneamento básico. Vale destacar que essa Lei
define as etapas que compõem os serviços de manejo de RSUs (BRASIL, 2007a, alínea “c”, inciso I, caput do Art. 3º,
combinado com caput do Art. 7º):

• Coleta;

• Transporte;

• Transbordo;

• Triagem para fins de reutilização ou reciclagem;

• Tratamento, inclusive por compostagem;

• Destinação final, incluindo disposição fina dos rejeitos.

Na mesma definição, apresenta, ainda, os tipos de resíduos sólidos compreendidos nas atividades: os domiciliares e os
originários da limpeza urbana.
2.1. Principais instrumentos legais – pág. 2
A legislação local tem poder para definir que outros tipos de resíduos – comercial, de órgãos públicos, industrial etc. –, com características similares e em
quantidades compatíveis com os resíduos domésticos, também podem ser considerados “resíduos domiciliares”.

Dando sequência à regulamentação dos serviços de manejo de resíduos sólidos, veio a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que Institui a Política
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão
integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos
econômicos aplicáveis, abrangendo a cobrança pelos serviços. A Lei da PNRS é regulamentada pelo Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010
(BRASIL, 2010c).

Ainda no que diz respeito aos instrumentos legais, é importante destacar a Lei dos Consórcios Públicos (Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005), a qual
regulamenta a gestão associada de serviços públicos (BRASIL, 2005), inserida na Constituição Federal pelo Art. 241 (BRASIL, 1988). As soluções para o
tratamento e a destinação final dos RSUs apresentam melhor viabilidade, sobretudo econômico-financeira, quando se trabalha com uma escala maior em
termos de população atendida. A rigor, pode-se assegurar, de antemão, que, em municípios pequenos, não há viabilidade para o implemento de tecnologias
complexas. Ou seja, as soluções mais avançadas tecnicamente requerem o agrupamento de municípios, de forma a se ampliar o porte das instalações e a
assegurar a viabilidade técnica e econômica pela escala.
2.1. Principais instrumentos legais – pág. 3
Cabe destacar, também, que a revisão do marco legal tem como traço marcante o estímulo à prestação regionalizada
dos serviços de saneamento básico, que, além dos consórcios públicos, pode se dar por meio de regiões metropolitanas,
aglomerações urbanas e microrregiões, unidades regionais ou blocos de referência (BRASIL, 2005, inciso VI, caput do
Art. 3º).

Portanto, havendo prestação regionalizada, esta poderá ter um plano regional de saneamento básico com vistas à
otimização do planejamento e da prestação dos serviços. A LNSB revisada admite que as disposições constantes dos
planos regionais prevaleçam sobre aquelas constantes dos planos municipais, quando existirem. Além disso, segundo a
Lei, o plano regional dispensa a necessidade de elaboração e publicação de plano municipal.

O módulo sobre consórcios (Implementação de Consórcios Públicos de Manejo de RSU) deste curso irá tratar
especificamente dos elementos principais para a tomada de decisão do município sobre consorciamento na área de
resíduos sólidos, em que a Lei dos Consórcios Públicos será amplamente abordada. Esta Lei é regulamentada pelo
Decreto nº 6.017, de 17 de janeiro de 2007 (BRASIL, 2007b).

Vale destacar que a Lei da PNRS, em seu Art. 45 (BRASIL, 2010b), determina que os consórcios públicos constituídos
com o objetivo de viabilizar a descentralização e a prestação de serviços públicos que envolvam resíduos sólidos têm
prioridade na obtenção dos incentivos instituídos pelo Governo Federal.

Ainda, em relação aos instrumentos legais, a pessoa responsável pela gestão municipal deve estar atenta à aplicação de
legislações estadual e municipal, tanto àquelas que tratam diretamente de resíduos sólidos quanto às de assuntos
correlatos, como, por exemplo, de normativos ambientais.

 Saiba mais!

Por fim, cabe registrar os planos municipais, intermunicipais ou estaduais de saneamento básico e de gestão
integrada de resíduos sólidos que, normalmente aprovados por lei ou decreto municipal, transformam-se em
instrumentos legais estratégicos, a serem cumpridos por quem estiver responsável pela gestão municipal.

Para se atingir uma gestão de qualidade, um município ainda deve se atentar, principalmente, às seguintes questões:

• Manter estrutura mínima de gestão dos serviços de manejo de RSUs na prefeitura municipal;

• Adotar rotina permanente de atualização quanto à legislação do setor.


2.1.1. A importância do plano de gestão integrada
O plano de gestão integrada de resíduos sólidos é uma imposição legal, estabelecida na PNRS.

Como os municípios são, em última instância, os titulares deste serviço, eles são os responsáveis pela elaboração e
execução dos planos, que podem ser locais (municipais) ou regionais (intermunicipais, estaduais).

Conforme comentado, a PNRS ainda cita que serão priorizados (na obtenção de recursos) os municípios que
optarem por soluções consorciadas e implementarem a coleta seletiva, inserindo os catadores e as catadoras em
seus sistemas, ficando estabelecido um conteúdo mínimo para o plano. Todas essas exigências são, na verdade,
critérios mínimos para que a pessoa responsável pela gestão tenha em mãos um poderoso instrumento de trabalho.

Com um plano bem elaborado, seja local, seja regional, quem estiver na gestão tem uma melhor compreensão
sobre a real situação dos RSUs.
2.2. Panorama brasileiro da GRSU – pág. 1
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0:00 / 4:15

Em sua maioria, os municípios exercem a gestão dos serviços por meio de administração pública direta – por intermédio de suas secretarias,
departamentos, coordenadorias ou setores, cerca de 94,0% do total de municípios.
 Saiba mais!
O SNIS é o maior e mais importante ambiente de informações do setor de saneamento brasileiro. Administrado pela Secretaria Nacional de Saneamento do
Ministério do Desenvolvimento Regional (SNS/MDR), reúne informações de caráter operacional, gerencial, financeiro e de qualidade dos serviços de água
e esgotos (desde 1995), resíduos sólidos (desde 2002) e drenagem pluvial (desde 2015).

Indicadores produzidos a partir destas informações são referência para a comparação de desempenho da prestação de serviços e para o acompanhamento da
evolução do setor de saneamento no Brasil.

O Sistema está disponível para consulta e download na página do MDR: http://www.snis.gov.br/.


2.2. Panorama brasileiro da GRSU – pág. 2
É importante entender esses desafios para que possamos reconhecer as oportunidades inerentes à gestão sustentável dos resíduos. O primeiro desafio
refere-se ao porte dos municípios, sendo que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2018), cerca de 68,4% dos municípios
brasileiros têm população inferior a 20 mil habitantes. Isto implica maior dificuldade para implementar uma gestão sustentável de resíduos.

Ainda, cerca de 60%¹ dos municípios brasileiros encaminham seus resíduos para lixões ou aterros controlados, locais considerados ilegais (como você verá
com mais profundidade no próximo módulo deste curso). Normalmente, pode-se associar essa característica ao baixo Índice de Desenvolvimento Humano
(IDH)* e ao baixo Produto Interno Bruto (PIB)* dos munícipios. Ou seja, a conta é simples: onde há menos dinheiro, o problema tende a ser maior!

Há, ainda, o aspecto de localização dos aterros, que pode ser enquadrado como outro fator limitador, devido à escassez de áreas adequadas nos grandes
centros urbanos.

Você vai aprender sobre as alternativas sustentáveis para a gestão de resíduos e conhecer critérios que permitirão a você escolher a melhor solução para seu
município, e, com isso, não apenas poderá fazer os melhores investimentos para obter os melhores resultados, mas irá garantir que não haverá uma situação
de descontinuidade, como muitas observadas em projetos anteriores!

  Boas práticas!

O Governo do Estado do Ceará está reativando os consórcios que agrupam os municípios do estado. Essa foi a maneira que o poder estadual encontrou de
auxiliar os municípios em sua GRSU. Estudos regionalizados buscam soluções regionalizadas, apontando caminhos possíveis e viáveis para os municípios
que, sozinhos, avançavam muito pouco.
----------
¹ - Esse dado diferencia-se dos dados do Diagnóstico do SNIS ano-base 2018 (24,4%), pois o SNIS considera uma amostra de 3.468 municípios, 62,3% do total de municípios
do Brasil.
2.3. Priorização na gestão e no gerenciamento de resíduos sólidos
Primeiramente, vamos entender por que, quando se fala em resíduos sólidos, algumas vezes aparece a palavra “gestão” e
outras vezes se usa a palavra “gerenciamento”.

Ao contrário do que parece, “gestão” e “gerenciamento” não são sinônimos.

Segundo a PNRS, gerenciamento de resíduos sólidos é um:

conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e
destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos,
de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos
sólidos (BRASIL, 2010b).

Já a gestão integrada de resíduos sólidos é um:

conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões
política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável
(BRASIL, 2010b).

Em outras palavras, gerenciamento são as ações em si, quando se coloca em prática o plano elaborado. Já a gestão
integrada é a política pública adotada para resolver todas as fases de gerenciamento dos resíduos sólidos no local. Nesse
curso, para simplificar a leitura e facilitar a compreensão, adotaremos a expressão “gestão de resíduos sólidos” para
nos referir tanto às ações de gerenciamento quanto às de gestão integrada.

A priorização trazida pela PNRS enfatiza todo o processo referente aos resíduos, começando pela redução da geração de
resíduos, que é o consumo consciente. Lembre-se de que o primeiro responsável pelo resíduo é o gerador!

Art. 7º São objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos: (...)

II - não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos
rejeitos; (BRASIL, 2010b).

Clique nas abas abaixo para visualizar as informações


Importante salientar que a ordem disposta pelo inciso II do Art. 7º da Lei não é aleatória (BRASIL, 2010b):
 

1) 2) 3) 4) 5) 6)

Em primeiro lugar, a não geração de resíduos sólidos, que depende exclusivamente das opções do gerador e do grau de comprometimento que ele tem
com o tema;
2.4. Atividades de limpeza urbana – pág. 1
Os serviços de limpeza urbana pública não se restringem à coleta de resíduos sólidos. A manutenção da limpeza é de interesse coletivo e aplica-se a vários
escopos dentro dos logradouros públicos (vias de trânsito, espaços públicos e todos os ambientes de circulação e convivência pública).

Além de aumentar a autoestima e o orgulho de quem reside no munícipio, uma cidade limpa melhora a aparência da comunidade, ajuda a atrair novos e
novas residentes e turistas, valoriza os imóveis e movimenta os negócios. Mas, principalmente, é importante manter as ruas limpas por questões sanitárias e
de segurança.
Quadro 1 - Questões consideradas nos serviços de limpeza urbana

Elaboração dos autores e autoras.


2.4. Atividades de limpeza urbana – pág. 2

Quadro 2 - Resíduos encontrados nos logradouros públicos

Elaboração dos autores e autoras.

Segregação, acondicionamento e armazenamento

O escopo dos serviços de limpeza dos logradouros públicos varia em cada município, mas costuma cobrir atividades como: (i) varrição; (ii) capina,
roçagem e raspagem; (iii) limpeza de bocas de lobo e bueiros; (iv) serviços de remoção; (v) pintura de meio-fio, (vi) lavagem de logradouros e
equipamentos públicos, (vii) limpeza de feiras e locais de eventos; e (viii) limpeza de praias e córregos.

Clique nos títulos abaixo para visualizar as informações


Varrição
Capina, roçagem e raspagem
Limpeza de bocas de lobo/bueiros
Serviços de remoção
Pintura de meio-fio
Lavagem de logradouros e equipamentos públicos
Limpeza de feiras e locais de eventos
Serviços de limpeza de praias e córregos
2.5. Limitação das capacidades dos municípios
Como vimos nos principais instrumentos legais, compete ao município a GRSU no âmbito de seu território.

O exercício das funções de GRSU requer a realização, entre outras, de atividades como:

• Elaboração de planos;

• Desenvolvimento de projetos e estudos técnicos;

• Assessoria e capacitação técnica;

• Licenciamento ambiental;

• Captação de recursos e de financiamento;

• Execução de obras;

• Processamento de compras, contratos, convênios e similares;

• Operação e manutenção de instalações, máquinas e equipamentos;

• Gestão econômico-financeira e cobrança pelos serviços;

• Elaboração de normas de regulação e fiscalização.

Requer, ainda, na hipótese de delegação da prestação ou da regulação e da fiscalização dos serviços, o


desenvolvimento de estudos de viabilidade; a definição do melhor modelo de organização (estudos de
modelagem); a elaboração de convênios e contratos; bem como a elaboração de edital e a realização de licitação, quando se tratar de terceirização ou
concessão dos serviços.

 Você sabia?

• As funções públicas que compõem a gestão dos serviços possuem responsáveis diferentes no município;

• Por exemplo: o planejamento – plano municipal de saneamento básico e plano de gestão integrada de resíduos sólidos – é uma função indelegável do
poder público municipal;

• Outro exemplo: a regulação e a fiscalização não podem ser feitas pela mesma instituição que realiza a prestação dos serviços.

Entretanto, muitas vezes os municípios, sobretudo os menores, não têm estrutura de pessoal suficiente e com a especialidade requerida para a realização
e/ou a supervisão dessas atividades. Também costumam não possuir as instalações, as máquinas e os equipamentos necessários. E, ainda, não têm recursos
financeiros satisfatórios para arcar com os custos de investimento e de operação e manutenção.

Neste contexto, quando ocorrer esta situação de baixa capacidade instalada, é necessário o município construir alternativas para superar as dificuldades,
vencer as limitações de competências e romper as barreiras existentes. Na gestão de resíduos sólidos, uma boa possibilidade, que vem se ampliando
gradativamente no Brasil, é a promoção de consórcio público entre municípios ou entre municípios e estado.

Uma boa maneira de superar eventual falta de conhecimento da equipe municipal responsável é manter permanente programa de capacitação técnica dos
servidores e das servidoras, podendo utilizar ao máximo as oportunidades de ensino a distância.
2.6. Sustentabilidade econômico-financeira – pág.1
Neste tópico, vamos encarar um gargalo histórico na cultura da gestão brasileira, pois, para oferecer um serviço de
qualidade, como a gestão adequada de resíduos sólidos, o governo precisa cobrar do contribuinte.

A população ainda não está acostumada a ser cobrada por esse serviço, não quer pagar ou, pior ainda, não pode arcar
com mais esse custo.

O resultado disso é que a maioria dos municípios brasileiros ainda não cobra pelo serviço. Segundo o SNIS, apenas 47%
dos municípios que prestaram as informações cobram por seu serviço de manejo de resíduos sólidos. Destes que
cobram, apenas 4,3% cobram o suficiente para sustentar o serviço (BRASIL, 2019).

Um dos princípios da LNSB é a eficiência e a sustentabilidade econômicas (BRASIL, 2007a, inciso VII, caput do Art.
2º). A Lei determina que os serviços públicos de saneamento básico, neles inseridos a limpeza urbana e o manejo dos
resíduos sólidos, terão a sustentabilidade econômico-financeira assegurada, sempre que possível, mediante remuneração
pela cobrança dos serviços, que pode se dar por meio de taxas ou tarifas e outros preços públicos (Ibidem, caput do Art.
29). Pode, ainda, segundo a Lei, serem adotados subsídios tarifários e não tarifários para os usuários e as usuárias que
não tenham capacidade de pagamento ou escala econômica suficiente para cobrir o custo integral dos serviços (Ibidem, §
2º do Art. 29).

A Lei da PNRS, por sua vez, reforça o conceito de sustentabilidade financeira, ao inserir como um de seus objetivos a
regularidade, a continuidade, a funcionalidade e a universalização da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana
e de manejo de resíduos sólidos, com adoção de mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem a recuperação dos
custos dos serviços prestados, como forma de garantir sua sustentabilidade operacional e financeira, observada a LNSB
(BRASIL, 2007a, inciso X, caput do Art. 7º).

A mesma Lei evidencia ainda mais esta posição, ao definir como parte do conteúdo mínimo de um plano municipal de
gestão integrada de resíduos sólidos o sistema de cálculo dos custos da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos,
bem como a forma de cobrança desses serviços, observada a LNSB (BRASIL, 2007a, inciso XIII, caput do Art. 19).
2.6. Sustentabilidade econômico-financeira – pág. 2
Contudo, a necessária sustentabilidade econômico-financeira não se deve apenas à existência de dispositivo legal que assim o determina. Ela decorre da
realidade dos municípios brasileiros que, como regra geral, não possuem recursos fiscais suficientes para disporem um serviço de qualidade à população.
Nessa condição, posterga-se os investimentos necessários, muitas vezes indefinidamente, ou degrada-se a infraestrutura existente pela falta do adequado
custeio.

Ou seja, por não cobrar o necessário para sustentar a prestação dos serviços, a prestação torna-se precária e pouco atraente para que seja delegada ao setor
privado em forma de concessão ou parceria público-privada (PPP).

Exemplo da falta de recursos de investimentos é a quantidade de municípios que lançam seus resíduos sólidos em lixões, na ordem de 60% dos municípios
brasileiros, devido à não construção de solução adequada, nem mesmo de um aterro sanitário. Em relação ao custeio, servem de exemplo os aterros
sanitários que rapidamente se transformaram em lixões pela falta de operação e de manutenção adequadas. Outro exemplo típico é a não utilização ou
mesmo a perda de galpões construídos para triagem de recicláveis presentes nos resíduos sólidos.

Além disso, é necessária, também, em muitos casos, a subvenção aos investimentos, pois nem sempre a cobrança é suficiente para cobrir todos os custos,
devido às peculiaridades locais que podem elevar as despesas de investimentos e/ou custeio. A subvenção, classificada no rol de subsídios, deve originar-se
dos orçamentos públicos dos três níveis de governo.

Você sabia?

Quando existir entidade de regulação, ela define as normas econômicas e financeiras relativas às taxas ou às tarifas, bem como aos subsídios.

Veja as normas que a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) já publicou no Distrito Federal sobre
preços públicos.

Cabe ressaltar que outra possível fonte de receita para a sustentabilidade econômico-financeira é a cobrança diferenciada dos grandes geradores de resíduos
sólidos. Nesses casos, o município pode cobrar um valor diferenciado dos grandes geradores para realizar o gerenciamento desses resíduos, aumentando a
receita dos serviços.
2.7. Regionalização da GRSU – pág. 1
A regionalização corresponde a arranjos territoriais entre municípios, contíguos ou não, com o objetivo de compartilhar serviços ou atividades de interesse
comum, permitindo maximizar os recursos humanos, de infraestrutura e financeiros, de modo a gerar economia de escopo ou de escala (RIBEIRO, 2019).

A determinação dos arranjos de municípios para a regionalização deve considerar critérios políticos, técnicos, ambientais, sociais, econômico-financeiros e
culturais. Especial atenção deve ser dada à logística para o transporte, levando-se em conta as estradas existentes e a distância entre municípios.
Preferencialmente, é importante, também, que a região conte com um município-polo.

Os estudos de regionalização devem considerar a avaliação acerca da escala econômica adequada para a execução dos serviços, bem como de seu menor
impacto para o meio ambiente e para a saúde humana, sem prejuízo ao cumprimento das metas de universalização, a partir do prévio dimensionamento do
âmbito territorial ótimo.

Após as revisões feitas pela Lei nº 14.026/2020, a LNSB (Lei nº 11.445/2007) passou a estimular fortemente a prestação regionalizada dos serviços
públicos de saneamento básico, que, nos termos do inciso VI do Art. 3º da Lei, pode ser estruturada em (BRASIL, 2007a):

Clique nas abas abaixo para visualizar as informações


 

A B C

Região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião: unidade instituída pelos estados mediante lei complementar, de acordo com o § 3º do Art.
25 da Constituição Federal (BRASIL, 1988), composta de agrupamento de municípios limítrofes e instituída nos termos da Lei nº 13.089, de 12 de
janeiro de 2015 (Estatuto da Metrópole – BRASIL, 2015);

A mesma Lei, no § 1º do Art. 8º (BRASIL, 2007a), determina que o exercício da titularidade dos serviços de saneamento poderá ser realizado também por
gestão associada, mediante consórcio público ou convênio de cooperação, nos termos do Art. 241 da Constituição Federal (BRASIL, 1988). E, no inciso I
do mesmo parágrafo, assinala que fica admitida a formalização de consórcios intermunicipais de saneamento básico, exclusivamente composto de
municípios, que poderão prestar o serviço aos seus consorciados diretamente, pela instituição de autarquia intermunicipal (BRASIL, 2007a).

O melhor entendimento para a correta aplicação dos dispositivos da Lei deverá se dar após a sua regulamentação por Decreto.

Desta forma, a regionalização é fundamental para os serviços de manejo de RSUs, principalmente em função da busca da escala adequada para o
tratamento e a disposição final dos resíduos. Entretanto, é importante que os estudos de regionalização considerem todas as etapas da gestão e do
gerenciamento, desde a geração até a disposição final dos rejeitos.
2.7. Regionalização da GRSU – pág. 2
Enfim, cabe mencionar que a regionalização é vista como uma forma eficiente de se garantir a viabilidade da gestão, com a maior participação efetiva de
toda a sociedade.

Saiba mais!

Conheça uma referência de estudo de regionalização no Plano de Regionalização da Gestão Integrada de Resíduos Sólidos para o Estado da Bahia –
Relatório 2 (BRASIL; BAHIA, 2012).

Você pode fazer o download no site do Ministério do Meio Ambiente, onde há vários outros estudos, ou na biblioteca de materiais complementares.

Recomenda-se que seja adotado, preferencialmente, o modelo de consórcios públicos, por privilegiar o protagonismo dos municípios, titulares dos serviços
de manejo dos resíduos sólidos. Este tema será abordado com mais profundidade no módulo deste curso sobre Implementação de Consórcios Públicos de
Manejo de RSU.

Você sabia?

O Estatuto das Metrópoles apresenta os seguintes princípios a serem respeitados na governança interfederativa:

I – prevalência do interesse comum sobre o local;

II – compartilhamento de responsabilidades e de gestão para a promoção do desenvolvimento urbano integrado;

III – autonomia dos entes da Federação;

IV – observância das peculiaridades regionais e locais;

V – gestão democrática da cidade, consoante os Arts. 43 a 45 da Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001;

VI – efetividade no uso dos recursos públicos; e

VII – busca do desenvolvimento sustentável (BRASIL, 2015).

Embora constem do Estatuto das Metrópoles, tais princípios são conceitualmente aplicáveis a qualquer modelo de regionalização.

Enfim, cabe mencionar um modelo que vem sendo muito utilizado no setor de resíduos sólidos do Brasil, que não guarda as caraterísticas de uma
regionalização plena, mas que tem sido considerado por especialistas como um modelo regional, ainda que parcial. Trata-se de aterros sanitários regionais
construídos pela iniciativa privada, que são contratados, individualmente, por diversos municípios localizados nas proximidades do aterro.
2.8. Aspectos de contratação pública – pág. 1
Enquanto a cargo direto da administração pública, o panorama atual da prestação de serviços de limpeza pública
reflete os desafios enfrentados pelo poder público para custear, executar e ampliar a estrutura necessária à prestação
de atividades relacionadas à gestão integrada dos resíduos urbanos.

Você conhece os trâmites de contratação pública?

Separamos um documento bem completo que você pode baixar nos materiais complementares. O que segue aqui é
um resumo para dar uma boa ideia do que você pode fazer para contratar.

A prestação dos serviços de limpeza urbana pode ser realizada:

• Diretamente, de forma centralizada ou descentralizada;

• Indiretamente, por concessão ou licitação, e por gestão associada (associação voluntária entre entes
federativos, por meio de consórcio público ou convênio de cooperação).
os
Na terceirização dos serviços (Lei nº 8.666/1993) ou na concessão (Leis n  8.987/1995 e 11.079/2004), a licitação é
obrigatória e deve seguir o princípio da isonomia*, além dos outros princípios da administração pública (BRASIL,
1988, Art. 37), quais sejam: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

As contratações tradicionais de curto prazo (também chamadas de terceirização) que têm como base legal a Lei nº
8.666/1993 continuam sendo amplamente empregadas para garantir a prestação dos serviços de limpeza pública e de
coleta de resíduos sólidos. Tais contratações afastam os investimentos privados para implantação de inovações
tecnológicas porque não se alcança sua amortização em cinco anos.

Além disso, novas tecnologias demandam conhecimento, planejamento, operação, monitoramento e controle.

Ressalta-se, ainda, que, segundo o IBGE, municípios com população abaixo de 100 mil habitantes representam 95%
dos municípios brasileiros e enfrentam dificuldades ainda maiores para custear, com recursos próprios, serviços
como a valorização dos resíduos e a gestão integrada.
2.8. Aspectos de contratação pública – pág. 2
Sob esse contexto, a prestação indireta dos serviços de limpeza pública, por intermédio de empresas privadas, revela-se como uma opção para os
municípios, dado que estas podem realizar o investimento para a expansão das atividades e possuem maior flexibilidade na busca de conhecimento para
garantir a implementação de novas práticas.

Devido a estes fatores, neste tópico serão abordados e comparados os modelos mais usuais de contratação: Lei de Consórcios, Lei de Contratação Pública,
Lei de Concessões e sua derivação e Lei das PPPs (tabela 1). Na análise desses modelos, devem ser levados em consideração os principais mecanismos que
contribuem para a eficiência e a eficácia do setor de limpeza pública.

Tabela 1 – Semelhanças e diferenças entre contratação administrativa tradicional x concessão patrocinada x concessão administrativa x concessão comum de serviços públicos

Fonte: Rio de Janeiro ([s.d.]). 

Mãos à obra!

Procure pesquisar se há concessões em seu município.

• Em quais modalidades elas existem?

• Quantas são?

• O processo de contratação foi simples ou teve alguma complicação?


2.8. Aspectos de contratação pública – pág. 3
As PPPs e as concessões comuns constituem uma importante alternativa para viabilizar projetos de infraestrutura e são utilizadas para construir, atualizar e
ampliar instalações públicas em áreas como transportes, serviços de tecnologia, energia elétrica, telecomunicações, saneamento, escolas, hospitais,
sistemas de tratamento de resíduos, presídios, entre outras que demandam aportes consideráveis de recursos e longos períodos de execução.

Com tais mecanismos, o setor privado assume um papel maior em atividades de planejamento do negócio, financiamento, projeto, construção, operação e
manutenção desses bens públicos. No caso das PPPs, a remuneração do parceiro privado fica vinculada ao cumprimento de indicadores de desempenho,
fixados para a medição da qualidade dos serviços.

As limitações de orçamento, as PPPs e as concessões comuns abrem para o setor público a possibilidade de concretizar projetos de grande impacto social
com menor comprometimento de seu orçamento.

Você sabia?

Segundo o Anexo 2 do estudo “Estruturação de Projetos PPP e Concessão no Brasil”, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES, 2016), no período de 2010 a 2015, foram estabelecidos cinco contratos de concessão e 12 de PPPs no setor de resíduos. A publicação também
comenta que, nos últimos anos, o maior número de projetos e contratos assinados, em que os estudos foram preparados por meio do instrumento de
autorização, refere-se a segmentos como o de rodovia, saneamento, resíduos sólidos e mobilidade urbana (metrô e trens).

As vantagens são muitas, a começar pelo fato de que os custos do investimento podem ser diluídos durante a vida útil do ativo. Com isso, os projetos
podem ser concluídos em prazo menor do que se dependessem apenas do fluxo normal de recursos públicos.

O parceiro privado irá financiar, com recursos próprios, adicionalmente aos recursos de terceiros (na forma de dívida), a maioria do investimento, o que
permite que o governo acelere o desenvolvimento de novas infraestruturas ou modernize as já existentes.

De forma resumida, na concessão comum, o concessionário é remunerado, básica e especialmente, por meio das tarifas cobradas diretamente pelos
usuários. Nas concessões por PPPs, o estado participa, integral ou parcialmente, da remuneração do concessionário.

Discutir e repartir riscos é de suma importância para a precificação do parceiro privado durante o projeto, pois reduzir as dúvidas no âmbito do contrato
permite não apenas melhorar seu gerenciamento, mas adotar preços compatíveis com o risco assumido, até porque quanto mais confusa a repartição de
riscos, mais elevado será o preço que o parceiro privado cobrará do concedente.

Ante as limitações de orçamento e/ou da constatação de que certas atividades são desempenhadas com mais eficiência pelo setor privado, as PPPs e as
concessões abrem para o setor público a possibilidade de concretizar projetos de grande impacto social com menor comprometimento de seu orçamento.

Um sistema moderno de gestão de resíduos implica um bom sistema de base de dados, que amplie a responsabilidade e a transparência do governo.
2.8. Aspectos de contratação pública – pág. 4
É importante lembrar que, na gestão de resíduos sólidos, o volume de resíduos coletados, ou seja, a escala, é um
fator determinante na sua viabilidade econômico-financeira e, muitas vezes, técnica.

Dispensa de licitação

Geralmente, sempre que um órgão público necessita de algum produto ou serviço, precisa realizar uma licitação
para poder satisfazer a sua demanda. A dispensa da licitação é uma desburocratização aplicada a casos especiais
previstos em Lei (BRASIL, 1993, Art. 24), quando existirem situações pontuais que exigem um atendimento
rápido e eficaz, ou, ainda, que não justificam a movimentação do procedimento licitatório, mas devem respeitar os
princípios da administração pública, em especial isonomia e moralidade.

Estudaremos a modalidade de dispensa relacionada à contratação de cooperativas e associações de catadores e


catadoras.

• Cooperativas e associações de catadores e catadoras:

Com a dispensa de licitação e as formas menos burocráticas de contratos com as cooperativas, estas são assistidas
e garantidas pelo Art. 57 da Lei nº 11.445/2007, Política Nacional de Saneamento Básico, priorizando a
contratação das catadoras e dos catadores de materiais recicláveis (BRASIL, 2007a).

Estas determinações foram incorporadas à Lei Federal nº 8.666/1993 (Lei de Licitações), em seu Art. 24, que
determina dispensa de licitação para a contratação das associações ou cooperativas formadas exclusivamente por
catadores e catadoras de materiais recicláveis (BRASIL, 1993), tendo como objetivo promover o resgate social desses profissionais por meio da
contratação direta, configurando plena abertura dos sistemas públicos de coleta seletiva à participação da população de baixa renda e facultando-lhes o
acesso à renda e com melhoria nas condições de trabalho.
3. Considerações finais
Você concluiu o primeiro módulo do curso em Fundamentos e Premissas-Chave para a Gestão Sustentável de
Resíduos Sólidos Urbanos. Este módulo teve como objetivo difundir principais conceitos em relação à gestão de
resíduos sólidos e às legislações que regem esse tema, bem como conhecer a amplitude e a importância de uma efetiva
gestão de resíduos sólidos em um município. Além disso, também foi abordada a importância de um plano de
gerenciamento de resíduos para um município e os aspectos e os modelos mais usuais para a contratação pública nas
atividades relacionadas com a gestão integrada dos resíduos sólidos.

Atrelados aos módulos deste curso e do curso “Tratamento e Valorização de Resíduos Sólidos urbanos”, também foram
elaboradas ferramentas de apoio à tomada de decisão relativas à GRSU. Para acessar as ferramentas fique de olho no site
do MDR sobre suas publicações, e, confira abaixo os descritivos de cada uma delas.

Confira, a seguir, um descritivo de cada uma das ferramentas do projeto, contendo: o que é a ferramenta; como a
utilizar; e quais são os resultados esperados.

 
Instrumentos e Ferramentas do Kit de Ferramentas para Aprimorar a Gestão Municipal dos Resíduos Sólidos Urbanos
 
Clique nos títulos abaixo para visualizar as informações
Boas Práticas na Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos
Roteiro para Planejamento e Implementação da Coleta Seletiva
Roteiro para Implementação de Consórcios Públicos de Manejo de RSU
Roteiro para Avaliação Preliminar da Produção de Combustível Derivado de Resíduos (CDR)
Roteiro para a Sustentabilidade do Serviço Público de Manejo de RSU 

Roteiro para Redução das Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) no Manejo de RSU
Ferramenta de Cálculo de Taxas ou Tarifas dos Serviços de Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos + Manual do Usuário
Ferramenta de Rotas Tecnológicas e Custos para Manejo de RSU + Manual do Usuário
Ferramenta de Cálculo de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) no Manejo de RSU para o Brasil – Metodologia de Avaliação do Ciclo de
Vida (ACV) + Manual do Usuário
Roteiro para Encerramento de Lixões – Apoio para Tomada de Decisões

Bons estudos!
Referências
BNDES – BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL (Brasil). Estruturação de Projetos PPP e Concessão no
Brasil: diagnóstico do modelo brasileiro e propostas de aperfeiçoamento. Rio de Janeiro: BNDES, 2016. Disponível em:
https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/handle/1408/7211. Acesso em: 20 out. 2020.

BRASIL. Constituição Federal de 1988. Brasília: Senado Federal, 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituição.htm. Acesso em: abr. 2020.

______. Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o Art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e
contratos da administração pública e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 1993. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm. Acesso em: abr. 2020.

______. Lei Federal nº 11.107, de 6 de abril de 2005. Dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos e dá outras providências. Diário
Oficial da União, Brasília, 2005. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11107.htm. Acesso em: abr. 2020.

______. Lei Federal nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico e dá outras providências. Diário Oficial
da União, Brasília, 2007a. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11445.htm. Acesso em: abr. 2020.

______. Decreto nº 6.017, de 17 de janeiro de 2007. Regulamenta a Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005, que dispõe sobre normas gerais de contratação de
consórcios públicos. Diário Oficial da União, Brasília, 2007b. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2007/Decreto/D6017.htm. Acesso em: abr. 2020.

______. Decreto nº 7.217, de 21 de junho de 2010. Regulamenta a Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o
saneamento básico e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 2010a. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
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______. Lei Federal nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos e dá outras providências. Diário Oficial da União,
Brasília, 2010b. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm. Acesso em: abr. 2020.

______. Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010. Regulamenta a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos
Sólidos e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 2010c. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2010/Decreto/D7404.htm. Acesso em: abr. 2020.

______. Ministério do Meio Ambiente; BAHIA. Governo do Estado da Bahia. Secretaria de Desenvolvimento Urbano. Plano de Regionalização da
Gestão Integrada de Resíduos Sólidos para o Estado da Bahia – Relatório 2. Salvador: MMA; Sedur-BA; UFC Engenharia, 2012. Vol. 1 – Memorial
Descritivo. Disponível em: https://www.mma.gov.br/acessibilidade/item/10545-estudos-regionalizacao. Acesso em: abr. 2020.

______. Lei nº 13.089, de 12 de janeiro de 2015. Institui o Estatuto da Metrópole, altera a Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001, e dá outras providências.
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______. Ministério do Desenvolvimento Regional. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental. Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento.
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______. Ministério do Meio Ambiente. Ministério do Desenvolvimento Regional; ALEMANHA. Ministério Federal do Meio Ambiente, Segurança da
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IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE divulga as Estimativas de População dos municípios para 2018. Agência
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JUCÁ, José Fernando Thomé et al. Análise das Diversas Tecnologias de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Sólidos no Brasil, Europa,
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https://www.researchgate.net/publication/268811770_Analise_das_Diversas_Tecnologias_de_Tratamento_e_Disposicao_Final_de_Residuos_Solidos_Urbanos_
. Acesso em: 16 nov. 2020.

PERPÉTUO, Rodrigo. O Acordo de Paris, o Brasil e as Cidades. Cadernos da Escola Paulista de Contas Públicas, p. 29-33, 1º sem./2017.

RIBEIRO, Wladimir Antonio. Cidades podem melhorar seus serviços de limpeza. Migalhas, 2019. Disponível em:
https://www.migalhas.com.br/depeso/314615/cidades-podem-melhorar-seus-servicos-de-limpeza. Acesso em: 22 abr. 2020.

RIO DE JANEIRO. Prefeitura do Rio de Janeiro. Introdução ao conceito de PPP e concessões. Rio de Janeiro: Prefeitura do Rio de Janeiro, [s.d.].

WORLD BANK. What a Waste 2.0: a Global Snapshot on Solid Waste Management to 2050. Washington: World Bank, set. 2018. Disponível em:
https://openknowledge.worldbank.org/handle/10986/30317. Acesso em: 16 nov. 2020.  

Bibliografia complementar

BRASIL. Ministério das Cidades. Portaria nº 557, de 11 de novembro de 2016. Institui normas de referência para a elaboração de Estudos de Viabilidade
Técnica e Econômico-Financeira (EVTE). Brasília: MCidades, 2016. Disponível em: https://www.mdr.gov.br/saneamento/legislacao/96-secretaria-
nacional-de-saneamento/legislacao-snsa/4605-portariassnsa2016. Acesso em: abr. 2020.

KAZA, Silpa et al. What a Waste 2.0: a Global Snapshot of Solid Waste Management to 2050. Washington: World Bank Group, 2018.

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