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Juazeiro - BA
2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
Juazeiro - BA
2019
Simião, Daniel Nunes Oliveira.
S589a Análise da geração de energia elétrica com biogás no aterro sanitário
de Petrolina - PE / Daniel Simião Nunes Oliveira. – – Juazeiro-BA, 2019.
I ),)vvvaL de
DECLARAÇÃO DE CONFORMIDADE
Eu, DANIEL SIMIÃO NUNES OLIVEIRA, declaro que este Trabalho de Conclusão de
Curso (TCC) intitulado:
FOLHA DE APROVAÇÃO
Agradeço aos meus pais José Neuton Alves de Oliveira e Maria José Nunes de Oliveira
pela perseverança, insistência e fé.
”Meu sonho não tem fim e nada vai me afastar do amor de Deus” (Ayrton Senna)
RESUMO
O presente estudo traz uma discussão sobre a geração de energia elétrica com biogás
no aterro sanitário em Petrolina (PE). Diante de um cenário que favorece, cria caminhos,
mecanismos para a exploração e transformação do lixo em energia, surgiu a ideia
de realização dessa pesquisa, a fim de analisar o tempo de vida útil e a capacidade
de produção de energia do aterro sanitário, bem como identificar a arrecadação e o
consumo de eletricidade do município ao longo do ano de 2018, e por fim, avaliar o
tempo de retorno do investimento e ganhos financeiros para a administração pública.
Para fundamentar esse estudo, adoraram-se os materiais técnicos para mecanismos
de desenvolvimento limpo das Nações Unidas contra as mudanças climáticas, dentre
outros para melhor conhecimento a respeito da temática trabalhada. A metodologia
expõe os métodos e técnicas utilizados para a realização da pesquisa. Mediante
análise de gráficos, imagens e tabelas, entende-se que os recursos naturais estão
sendo utilizados de forma ineficiente. Os resultados comprovam a viabilidade financeira
para a construção de uma usina termelétrica, sendo esta uma alternativa sustentável
e rentável, capaz de gerar emprego e renda para o município, além de explorar a
capacidade de produção de energia elétrica com biogás.
EE Eficiência Energética
GD Geração Distribuída
1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
1.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.2 Justificativa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.3 Objetivo Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.4 Objetivos Específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.5 A Relevância do Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.6 Organização do Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2 Fundamentação Teórica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.1 Conceito de Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.1.1 Energia química . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.1.2 Energia elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.1.3 Recursos naturais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
2.1.4 Conversão de energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.1.5 Energia de biomassa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.1.6 Fontes Alternativas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.2 Sistema Elétrico Brasileiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.2.1 Sistema interligado nacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
2.2.2 Geração distribuída . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.3 O Biogás: uma fonte energética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
2.3.1 Aterro sanitário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
2.3.2 Geração e características do biogás . . . . . . . . . . . . . . . . 34
2.3.3 Políticas públicas e o RenovaBio . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
2.3.4 Financiamento junto ao BNDES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
2.3.5 Créditos de Carbono . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
2.3.6 Geração de energia elétrica em aterros sanitários . . . . . . . . 39
3 Perfil Municipal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.1 Cenário Econômico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.2 Setor Energético Local . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.3 Possibilidade de Geração com Biogás . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
3.4 Consumo de Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
4 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
4.1 Considerações Iniciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
4.2 Parametrização do Sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
4.2.1 Gerador elétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.2.2 Energia produzida diariamente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.2.3 Potência elétrica disponível . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
5 Resultados e Discussões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
5.1 Informações Gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
5.2 Financiamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
5.3 Recuperação do Investimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
5.3.1 Compensação energética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
5.3.2 Comercialização da energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
5.4 Encerramento das Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
6 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
Apêndices 68
APÊNDICE A Planilhas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
Anexos 77
ANEXO A Controle de Resíduos Sólidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
ANEXO B Equipamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
16
1 INTRODUÇÃO
local para correta disposição do lixo, um cenário caótico para a saúde pública e o
meio ambiente. Segundo a CNM (2018), cerca de 2.062 cidades possuem aterro
sanitário, 2.404 lixão/aterro controlado e os 1.104 restantes não informaram a situação
do gerenciamento dos resíduos sólidos. Na Figura 1, encontra-se um resumo com
valores percentuais que sintetizam o contexto supracitado.
Estes dados, quando somados à falta de controle e trato, expõem que o
crescimento urbano não absorveu políticas públicas para tratamento dos resíduos
sólidos e nem foi avaliado como ação prioritária, justificando, assim, o grande número
de vazadouros a céu aberto nas diversas regiões do país. Diante desse cenário, surge a
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), por meio da Lei no 12.305/10, instituindo
metas para eliminação ou redução de lixões, concentrando esforços na construção de
aterros sanitários como melhor solução técnica.
37%
Aterro Sanitário
Lixão/aterro controlado
43% Não Informado
20%
1.1 Motivação
O posicionamento social está mudando e junto com ele a forma de consumir
produtos e serviços sustentáveis. Esta postura, contribui para a preservação do planeta,
uma vez que os recursos renováveis são limitados, forçando a humanidade trilhar
um caminho mais consciente e harmonioso com a natureza. Assim, o interesse em
discorrer sobre a geração de eletricidade utilizando o biogás do aterro sanitário, surgiu
a partir da necessidade de desenvolver projetos sustentáveis com foco na geração de
energia limpa.
1.2 Justificativa
Diante dessa problemática, surgiu o seguinte questionamento: como gerar ener-
gia elétrica utilizando os resíduos sólidos, transformando o lixo de passivo ambiental
para ativo financeiro.
Petrolina (PE) está inserida no mercado internacional, com foco no escoamento
da produção agrícola. Atualmente, é cada vez mais comum os consumidores estran-
geiros buscarem informações completas que permitem o rastreio da cadeia produtiva
de um alimento, dispondo de dados da colheita, adubação e impactos ambientais (UE,
Capítulo 1. Introdução 19
2018). Assim, a busca por informações que dizem a real origem dos alimentos tem
crescido nos últimos anos, principalmente aqueles que serão colocados na mesa do
consumidor europeu.
Esta situação evidencia a forte tendência global não só pela forma como são
produzidos os alimentos, mas de onde eles vêm e sua influência socioeconômica. Uma
pesquisa realizada em Bruxelas, pela Organização Europeia do Consumidor (BEUC),
revelou que 70% das pessoas entrevistadas afirmaram que conhecer a origem da
comida é um fator crucial para determinar as compras no supermercado, principalmente
daqueles itens consumidos diariamente (BEUC, 2013, pág. 6). Tal cenário sinaliza com
luz amarela a necessidade de investir em empreendimentos que promovam a redução
dos gases de efeito estufa (GEE).
As mudanças climáticas forçaram os governos a planejarem incentivos fiscais
e subsídios financeiros para as fontes renováveis. São ações que proporcionam uma
política de diversificação das matrizes energéticas e, consequentemente, o amadureci-
mento tecnológico das indústrias de energia solar, eólica e de biogás. O projeto de lei
do Senado Federal no 712/2015 aumenta a participação das energias renováveis na
matriz energética em pelo menos 60% até 2040.
A Portaria no 65 do Ministério de Minas e Energia (MME), publicada no dia 28 de
fevereiro de 2018, no Diário Oficial da União, determinou um Valor Anual de Referência
Específico (VRES) para a biomassa dedicada de R$ 537,00 e gás natural a um custo
de R$ 451,00 por MWh. A valorização do MWh para fornecimento de eletricidade, com
energias renováveis, representa um cenário muito atrativo para investimento em usinas
termoelétricas que utilizam o biogás como combustível.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
V
I= (A) (2.2)
R
exploração para os próximos 18 anos com 12,2 bilhões de barris. À medida que o
desenvolvimento socioeconômico progride no país, com o avanço e retomada das
atividades industriais, há mais consumo de combustíveis e seus derivados, diminuindo
gradativamente a reserva de barris de petróleo.
A energia não-renovável é extraída de materiais encontrados na natureza,
como o carvão mineral, petróleo e urânio que são utilizados para gerar eletricidade em
usinas termoelétricas. Os recursos e reservas de carvão no Brasil somam 32 bilhões
de toneladas in situ, além disso ele representa 50% da reserva de combustíveis fósseis
no país (GOMES et al., 2003, pág. 4). Em Caetité, município baiano, são extraídas 400
toneladas por ano de urânio (GOMIERO et al., 2004).
O carvão é um material que passou por um processo longo de formação,
submetido à alta pressão de terra acumulada sob o mesmo, cenário representado
pela Figura 3. Atividades de extração causam a diminuição das reservas, tornando
impossível sua produção pela natureza no tempo de uma vida humana.
320 Geração
Consumo
300
280
260
240
220
200
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
Fonte – Tavares et al. (2003, pág. 9)
8%
6%
4%
2%
1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
−2%
−4% Capacidade instalada
Geração total
−6%
Consumo total
−8%
Fonte – Tavares et al. (2003, pág. 9)
Solar 2,469
Fóssil 2,443
Hídrica 1,339
Eólica 605
Biomassa 566
Nuclear 2
500 1,000 1,500 2,000 2,500
Quantidade de fontes
Fonte – (BRASIL, 2018c)
Venezuela
Boa Vista
Macapá
2
2
2
2 2
2
Belém S.Luís
2 2 3 2
2 2 5
2
2 2 Fortaleza
Manaus 2 2 2 3
Tucuruí 4 2
2 3
2 2
3 3 Teresina Natal
2 2
3
2
2
João
2
2 3 Pessoa
Porto Velho 2 2
2 2 3 3
2 3
Rio Branco 2 2
4 2 Recife
2 3 2
2
2
2
2 E 3
3
2 2
2
2 2
2 2 Maceió
3
4
2
Palmas 2 Aracaju
2
2 2
2
2 3 Salvador
2
2 2
2 2 3
2 2 4
2
2 Goiânia
3 2
2 3
Brasília
Cuiabá 2 2
2 2
2 2 2
3
Legenda D
2 2 2
Existente Futuro Complexo 6 2 2
2
138 kV A Paraná C 2 B.Horizonte
C.Grande 2 Vitória
230 kV A 2
345 kV B Paranapanema 8
2
2
2
440 kV C Grande B 7 3
3
500 kV 4
R.Janeiro
2
750 kV D Paranaíba 3
4 3 São Paulo
+- 600 kV cc
+- 800 kV cc
E Paulo Afonso Itaipu
3
2
2
2
2
Curitiba
2
N Número de circuitos existentes
Garabi
2000 MW 2 Florianópolis
2
2
2
Uruguaiana 2 2 5
50 MW
Rivera 2 P.Alegre
70 MW
Melo
500 MW
Uruguai
Fonte – ONS
É indiscutível sua importância estratégica para o setor elétrico, uma vez que
impulsiona a utilização de fontes alternativas de energia. Segundo Leão et al. (2009),
aumenta o fator de segurança, do sistema elétrico nacional, diversificando a matriz
energética. Em 30 de Julho de 2004, a GD foi definida de forma oficial através do
Decreto no 5.163, em que:
Sistema de Microgeração
Minigeração Distribuída
Compensação Distribuída
(+) Fontes renováveis (+) Energia ativa da gera- (+) Fontes renováveis
(+) Cogeração qualificada ção inserida na rede (+) Cogeração qualificada
(+) Potência de 75 kW até (+) Excedentes se tornam (+) Potência menor ou igual
5MW créditos de energia ativa à 75 kW
(+) Potência menor ou igual (+) Permite uso de múltiplas
à 3MW (fontes hídricas) unidades consumidoras
Fonte – O autor
Total de clientes:
0.6 - 34
34 - 68
68 - 102
102 - 135
135 - 169
12423 - 26320
Fonte – O autor
• Os créditos gerados podem ser utilizados em outras unidades, desde que elas:
• Descontos para:
Para o setor elétrico fica condicionado um ambiente positivo, uma vez que:
• A geração distribuída é:
Fonte – O autor
Camada
Tubo de gás intermediária/final
Sistema de contenção
do chorume
Sistema de
revestimento
Células
Poços extratores residuais
de gás
Sondas de
monitoramento
Outros: 4% Nitrogênio: 3%
Metano: 58%
Uma das vantagens que merece destaque é que o biometano apresenta me-
nores riscos de explosão graças à fácil dissipação, impedindo assim seu acúmulo ao
nível do solo (PIEROBON, 2007). Porém, possui custos elevados para estocagem fixa,
por não ser liquefeito à temperatura ambiente, exigindo reservatórios e equipamentos
resistentes a altas pressões.
• Energias Renováveis:
Apoio a investimentos em geração e distribuição local de energia renovável a
partir do uso de biomassa, exceto cana-de-açúcar, da captura da radiação solar,
dos oceanos e da energia eólica no caso de sistemas isolados; e investimen-
tos em atividades voltadas para o desenvolvimento tecnológico dos setores de
energia solar, dos oceanos, energia eólica e da biomassa, bem como para o
desenvolvimento da cadeia produtiva dos setores de energia solar e dos oceanos;
Capítulo 2. Fundamentação Teórica 39
• Resíduos Sólidos:
Apoio a projetos de racionalização da limpeza urbana e disposição de resíduos
preferencialmente com aproveitamento para geração de energia localizados em
um dos municípios prioritários identificados pelo Ministério do Meio Ambiente;
• Apoio indireto (solicitação feita por meio de instituição financeira pública credenci-
ada pelo BNDES);
A taxa de juros no BNDES pelo fundo clima pelo Apoio Indireto é dado pela
Equação 2.3:
Em que,
Sistema para
capturar o biogás
Abastecimento dos geradores
elétricos com biogás
Gás Caldeira
Trocador de calor
Tubulação gases de exaustão
de água
Admissão de combustível
Admissão Catalizador
de ar
Eletricidade
Água fria
Recuperação de
calor do motor Motor a gás Gerador
Fonte – (FEAM, 2015 apud BOILER, 2018)
tais como enferrujamento dos cabos de indução magnética e da carcaça. Além disso,
o esquema de purificação permite melhorar a eficiência do biogás aumentando a
concentração de metano, fato que permite a utilização em situações iguais ao do gás
natural.
A eletricidade fornecida por esses equipamentos pode variar entre diferentes
níveis de tensão, sendo eles trifásicos em 220/127V, 380/220V ou 440/254V. A potência
aparente (S) do gerador é calculada conforme a Equação 2.5.
√
S= 3·V ·I (VA) (2.5)
Em que,
Hidrogênio
95% – 98%
» Substituto do GN
Biometano
» Uso veicular (GNV)
» Uso industrial (GNC/GNL)
Retirada do
CO2
Concentração de CH4
» Cogeração
Retirada do » Combstão
H2S
» Uso mecânico
Retirada de
umidade
Biogás
60% – 80%
Fonte – (VALENTE, 2015)
O fator de potência (ϕ) e a potência ativa (P), descritas pelas Equações 2.7
e 2.6, merecem ser mencionadas porque indicam a qualidade da energia injetada na
rede.
P
ϕ= (2.6)
S
Capítulo 2. Fundamentação Teórica 43
√
P = 3·V ·I ·ϕ (W) (2.7)
Uma usina de biogás é não intermitente, o que significa que pode trabalhar
injetando energia no sistema 24h. No contexto da GD, oferece um caminho mais viável
para escoar a energia produzida, tornando-se um empreendimento que contribui para
o processo de expansão do SEB. Não é necessário realizar alterações físicas nas
estruturas do projeto para realizar a captação do biometano. Isto implica que o custo
marginal para extrair o gás nos aterros é igual a zero.
44
3 PERFIL MUNICIPAL
R$ 70 mi
Receitas
Despesas
R$ 60 mi
R$ 50 mi
R$ 40 mi
R$ 30 mi
Jan Fev Mar Abr Mai
Fonte – (PETROLINA, 2018)
produzida, maior será a potência elétrica disponível. Em 2013, eram produzidos diaria-
mente 1,08 kg de lixo por habitante. Levando em consideração a taxa de crescimento
populacional, atualmente esse valor é 1,24 kg por dia. Assim, estima-se que a potência
da termelétrica esteja entre 1 e 5 MW.
40◦ C
Máx.
Mín.
35◦ C
30◦ C
25◦ C
20◦ C
15◦ C
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Fonte – INPE
Capítulo 3. Perfil Municipal 47
R$ 1.750.000
R$ 1.250.000
R$ 750.000
R$ 250.000
4 METODOLOGIA
ln(Px ) − ln(Po )
i= · 100 (%) (4.1)
anox − anoo
Em que,
Em que,
ano
Xx X
Rx · e−k(x−T )
Qx = k · L0 · (m3 /ano) (4.4)
anoo
Em que,
• L0 - potencial de geração de metano, cujo valor padrão é 0,12 (m3 CH4 /kg);
• x - ano pretendido.
Vd
Qh = (m3 /h) (4.5)
top
Ed = Vd · Fc (kWh) (4.6)
Mas também pode ser efetuado sem contabilizar o Fc , de posse das informa-
ções sobre o rendimento do gerador (η) e do valor poder calorífico inferior (PCI) do gás,
então:
Vd · Υ · η
Ed = (kWh) (4.7)
100
Em que,
Qx · Pc k
Px = 3
· EC · (kW) (4.8)
31536 · 10 1000
Em que,
O biogás utilizado para gerar eletricidade, é uma fonte renovável que não
implica em novas emissões de GEE. Sendo assim, contribui com a redução na quanti-
dade de metano lançado na atmosfera (UNFCCC, 2010). A Equação 4.9, é emprega
Capítulo 4. Metodologia 52
para estimar a quantidade de energia elétrica, evitada de fontes não renováveis, com
correspondente de metano consumido em (CO2eq ), durante a exploração energética do
aterro.
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Descrição Quantidade
Total de CH4 96.641,00 (t)
Total CH4 144.240.448,00 (103 m3 CH4 )
Total de tCO2eq 2.029.463,00 (t)
Potêncial útil 1.000 (kW)
Crédito de carbono pela queima (R$)* 46.677.651,00
Crédito de carbono pela eletricidade (R$)* 1.961.810,76
* Preço do Crédito de Carbono (R$/tCO2): 23,00
Fonte – O autor
Geração de Eletricidade
Linha de base de queima 20%
Eficiência de coleta de biogás 75%
Eficiência de queima de biogás 95%
Energia elétrica evitada 0.2782 (tCO2 /MWh)
Rendimento de conversão energética 33%
Período de exploração 36 anos
Potência disponível máxima 9.695,61 (kW)
Estimativa de potência elétrica disponível 3.202,00 (kW)
Potência projetada para construção da usina 1.000,00 (kW)
Geração de eletricidade 660.000 (kWh/mês)
Total de gás combustível para geração de eletricidade 221.068 (m3 CH4 /mês)
Máximo gás disponível 8.605,71 x 103 (m3 /ano)
Fonte – O autor
Capítulo 5. Resultados e Discussões 55
10.000
8.000
6.000
4.000
2.000
Ano
2005 2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040 2045 2050 2055
Fonte – O autor
R$ 3.000.000
R$ 2.000.000
R$ 1.000.000
Ano
2020 2025 2030 2035 2040 2045 2050 2055
Fonte – O autor
Capítulo 5. Resultados e Discussões 56
5.2 Financiamento
Conforme Tetraplan (2012), para implantação de usina com potência de 1 MW,
devem ser empenhados cerca de R$ 2,88 milhões. Rangel et al. (2016) revelaram
que para esta potência, os investimentos ultrapassam pouco mais de R$ 2,5 milhões.
Além disso, o custo unitário (R$/kW) estimado para implantação de usinas de bio-
gás, possuem valores intermediários entre energia fotovoltaica e eólica, conforme a
Figura 23. Contudo, os setores de energia solar e eólica, encontram-se amadurecidos e
fortemente qualificados devido os incentivos governamentais. Isto permite afirmar que,
no momento atual, a restruturação do setor de gás natural condicionada pelo Ministério
de Minas e Energia do Brasil, impulsionará a construção das usinas de biometano.
R$ 15.000.000
R$ 10.000.000
R$ 5.000.000
P(MW)
0.5 1 1.5 2
Fonte – Adaptado de (RANGEL et al., 2016)
Financiamento
Taxa de juros Fixa
Valor financiado R$ 2.880.000,00
Prazo total 48 meses
Prazo de carência 6 meses
1o pagamento na carência R$ 105.550,90
1o pagamento na amortização R$ 103.333,78
Taxa de remuneração do agente financeiro 6,00% a.a
Taxa de juros final 15,49% a.a
Projeção de inflação 3,63 % a.a
Fonte – (BRASIL, 2019c)
R$ 3.000.000
Saldo Inicial
Saldo Final
Prestação
R$ 2.000.000
Amortização
R$ 1.000.000
Ano
2019 2020 2021 2022
Fonte – O autor
Consumo
R$ 1.750.000 Retorno
Retorno + CC
R$ 1.250.000
R$ 750.000
R$ 250.000
R$ 400.000
R$ 300.000
R$ 200.000
R$ 100.000
R$ 0
R$ − 100.000
0 6 12 18 24 30 36 42 48
Prestação
Fonte – O autor
R$ 3.000.000
R$ 2.000.000
R$ 1.000.000
R$ 0
R$ − 1.000.000
R$ − 2.000.000
R$ − 3.000.000
0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48
Prestação
Fonte – O autor
Capítulo 5. Resultados e Discussões 61
• Tratamento de chorume;
• Vigilância permanente.
6 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BEUC. Where does my food come from?: Beuc consumer survey on origin labelling on
food. The European Consumer Organization, Brussels, BEL, 2013.
exportacoes-feitas-atraves-de-avioes-cargueiros-aumentam-no-aeroporto-de-petrolina-no-sertao-
ghtml>. Acesso em: 18 ago. 2018.
INMET. Seção de Análise e Previsão do Tempo: Nota técnica 004/17. Belo Horizonte,
MG: Instituto Nacional de Meteorologia, 2017. Disponível em: <http://www.inmet.gov.br/
portal/notas_tecnicas/2017/OUTUBRO/Nota_tecnica_CEDEC_04_17.pdf>. Acesso em:
25 out. 2018.
KPI. Millions of PNG images: Unlimited free download. KISS PNG Inc., 2019.
Disponível em: <https://www.kisspng.com/png-line-roof-angle-3305469>. Acesso em:
12 jan. 2019.
LINDSAY, R. B.; MAYER, J. R. von. Julius Robert Mayer, prophet of energy. [S.l.]:
Pergamon, 1973.
LITRE, G.; CURI, M.; BURSZTYN, M.; DRUMMOND, J. A. O dia que a terra disse
basta! Sustentabilidade em Debate, v. 7, n. 2, p. 8–13, 2016. Disponível em:
<https://doi.org/10.18472/SustDeb.v7n2.2016.21259>.
REVISED, I. Ipcc guidelines for national greenhouse gas inventories. IPCC, Bracknell,
Volumes, v. 2, p. 1996, 1996.
UE. Segurança dos alimentos na UE. União Européia, 2018. Disponível em:
<https://europa.eu/european-union/topics/food-safety_pt>. Acesso em: 18 ago. 2018.
Referências 68
VIANA, A. N. C.; BORTONI, E.; NOGUEIRA, F.; HADDAD, J.; NOGUEIRA, L.;
VENTURINI, O.; YAMACHITA, R. Eficiência energética: fundamentos e aplicações.
Elektro, Universidade Federal de Itajubá, Excen, Fupai, v. 1, 2012.
WEIL, D. N. Economic growth. 3rd. ed. [S.l.]: Pearson, 2013. 556 p., 24cm. Includes
bibliographical references and index. ISBN 97803217957310321795733.
APÊNDICE A – PLANILHAS
Qtd. de UCs
UF Quantidade Potência (kW)
Recebendo créditos
AC 55 779,37 56
AL 346 4.189,51 412
AM 130 1.466,44 148
AP 68 1.416,62 82
BA 1.269 14.430,37 1.526
CE 1.567 32.945,20 1.942
DF 817 11.295,60 864
ES 1.475 11.367,31 1.598
GO 2.373 24.791,36 2.792
MA 747 8.951,04 872
MG 13.118 184.050,36 26.320
MS 1.392 18.090,55 2.364
MT 1.809 35.428,08 2.055
PA 590 5.534,60 594
PB 935 12.849,16 1.322
PE 1.166 19.553,29 1.712
PI 462 8.219,84 588
PR 4.302 47.644,99 4.319
RJ 3.290 33.135,61 3.533
RN 1.027 15.287,98 1.354
RO 126 5.661,05 156
RR 19 562,83 24
RS 9.227 113.455,99 11.166
SC 5.166 58.309,07 6.495
SE 407 4.302,33 470
SP 11.043 84.999,61 12.423
TO 733 6.830,07 783
TOTAL 63.659 765.548,23 85.970
Fonte – (BRASIL, 2018b)
APÊNDICE A. Planilhas 73
Ano Potência (kW) Vazão (m3 /h) Potência (MMBtu/h) Vazão (103 m3 /ano)
2006 493 56 1.682 584
2007 973 111 3.320 1.151
2008 1.440 164 4.914 1.704
2009 1.895 216 6.467 2.243
2010 2.339 267 7.982 2.769
2011 2.773 317 9.462 3.282
2012 3.197 365 10.907 3.783
2013 3.611 412 12.320 4.273
2014 4.016 458 13.703 4.753
2015 4.413 504 15.059 5.223
2016 4.803 548 16.387 5.684
2017 5.185 592 17.692 6.136
2018 5.560 635 18.973 6.580
2019 5.930 677 20.233 7.017
2020 6.293 718 21.473 7.448
2021 6.651 759 22.694 7.871
2022 7.004 800 23.899 8.289
2023 7.353 839 25.088 8.702
2024 7.697 879 26.263 9.109
2025 8.038 918 27.425 9.512
2026 8.375 956 28.575 9.911
2027 8.709 994 29.715 10.306
2028 9.040 1.032 30.846 10.698
2029 9.369 1.070 31.968 11.088
2030 9.696 1.107 33.082 11.474
2031 9.269 1.058 31.627 10.969
2032 8.861 1.012 30.235 10.487
2033 8.471 967 28.905 10.025
2034 8.098 924 27.633 9.584
2035 7.742 884 26.417 9.162
2036 7.401 845 25.254 8.759
2037 7.076 808 24.143 8.374
2038 6.764 772 23.081 8.005
2039 6.467 738 22.065 7.653
2040 6.182 706 21.094 7.316
2041 5.910 675 20.166 6.994
2042 5.650 645 19.279 6.687
2043 5.401 617 18.430 6.392
2044 5.164 589 17.619 6.111
2045 4.937 564 16.844 5.842
2046 4.719 539 16.103 5.585
2047 4.512 515 15.394 5.339
2048 4.313 492 14.717 5.104
2049 4.123 471 14.069 4.880
2050 3.942 450 13.450 4.665
2051 3.768 430 12.858 4.460
2052 3.603 411 12.293 4.264
2053 3.444 393 11.752 4.076
2054 3.293 376 11.235 3.897
Fonte – O autor
APÊNDICE A. Planilhas 75
ANEXO A – CONTROLE DE
RESÍDUOS SÓLIDOS
Tabela 18 - (continuação)
GERADOR ACUMULADO GERAÇÃO MÉDIA
ALF Terraplenagem 52,25 5,225
Granville e Bazan 50,77 5,077
Souza e Reis Construções 49,9 4,99
Firmino e Sotero 48,54 4,854
Mavel Veículos 38,4 3,84
Expofrut 34,32 3,432
RPB Nordeste (Rei dos Parabrisas) 33,9 3,39
Secchi Agrícola - COPA FRUIT 30,08 3,008
Uplog Transporte 27,87 2,787
Good Peças Serviços (Reparabrisa) 25,23 2,523
Canteiro de Obras 24,18 2,418
Reciclagem & Cia 18,73 1,873
Retec Tecnologia 16,07 1,607
Beira Rio 15,6 1,56
AGRODAN 15,28 1,528
JB Reciclagem 14,56 1,456
J. S. Locação de Maquinas 12,67 1,267
GMJ AGROINDUSTRIA 8,31 0,831
Barbosa e Barbosa 7,37 0,737
Eco Gestão 7,28 0,728
Soares Gonçalves 5,94 0,594
Brizzauto 5,31 0,531
RP Transportes 4,98 0,498
Auto Vale Pinturas 4,95 0,495
Margarida Maria de Araujo 4,68 0,468
Sitio da Serra 4,45 0,445
Tropicália 4,12 0,412
CTI Ambiental 3,51 0,351
Globo Pronta Entrega 3,39 0,339
GMC Construções 2,97 0,297
Muranaka 2,2 0,22
Mecânica Bahia 1,67 0,167
UPA Agrícola 1,64 0,164
Asanet 1,53 0,153
Icofort 1,53 0,153
Vale Ovos 0,82 0,082
ANEXO A. Controle de Resíduos Sólidos 81
Tabela 18 - (continuação)
GERADOR ACUMULADO GERAÇÃO MÉDIA
Fazenda Andorinha 0,55 0,055
Trocão 0,5 0,05
IBACEM 0,46 0,046
Brecar 0,44 0,044
Embrapa 0,25 0,025
EBFT 0,25 0,025
Bella Frutas 0,20 0,020
UPE Campus Petrolina 0,18 0,018
CoopexVale 0,06 0,006
EBRAZ 0,03 0,003
NAGRIPEC 0,03 0,003
Grand Valle Agrícola 0,02 0,002
AB Engenharia 0 0
Delgado & Delgado 0 0
Sid Som Equipadora 0 0
Flamax Ambiental 0 0
Mafirmo 0 0
Topos Engenharia 0 0
Vagner Almeida 0 0
VIII Geres 0 0
R Dantas Construção 0 0
Soltec Brasil 0 0
Verdão 0 0
Total (ton) 108.780,54 19.778,28
ANEXO B – EQUIPAMENTOS
Vazão (m3 /h) Potência Máxima (kW) Rendimento (%) Fator de Conversão (kWh/m3 )
10,0 10 13,54 0,80
19,0 24 17,10 1,01
23,4 36 20,85 1,23
32,0 48 20,30 1,20
34,9 57 22,09 1,31
43,0 72 22,67 1,34
50,9 86 22,89 1,35
64,1 108 22,80 1,35
91,8 165 24,33 1,44
110,0 237 29,16 1,72
130,0 288 29,99 1,77
Fonte – (CIBIOGÁS, 2018, pág. 40)