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Campinas
2010
ANDERSON PEREIRA DA SILVA – R.A. 004200600402
Campinas
2010
i
ANDERSON PEREIRA DA SILVA
Banca examinadora:
_________________________________________________________
Prof. Dr. Geraldo Peres Caixeta (Orientador)
Universidade São Francisco
_________________________________________________________
Prof. MSc Marcos Antônio Benê Sanches (Examinador)
Universidade São Francisco
_________________________________________________________
Profa. Dra. Natache do Socorro Dias Arrifano (Examinadora)
Universidade São Francisco
ii
Dedico este trabalho ao meu pai
Acacio, pessoa com quem cresci observando,
aprendendo virtudes essenciais na vida digna
de um homem.
iii
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ter completado mais este ciclo profissional e pessoal, pelas
conquistas de tantas vitórias presenteadas com esta vida, agradeço a minha família; a minha
mãe Maria pelos vários pedidos de silêncio em casa para que eu pudesse estudar nos finais de
semana, o que me ajudou muito por isso jamais esquecerei; aos meus irmãos (Leandro,
Vanessa, Elaine) pelo apoio e incentivos necessários a continuar quando tudo parecia difícil e
o caminho mais fácil era o de desistir.
Agradeço a minha namorada Sara pelo incentivo, e a compreensão dos vários
momentos distantes aplicados aos estudos, fazendo com que hoje a conclusão de um sonho
fosse possível.
Obrigado ao Professor Geraldo Peres Caixeta pela orientação deste trabalho e a todos
os professores do curso de Engenharia Elétrica da Universidade São Francisco, que foram
fundamentais na formação profissional e pessoal dos formandos do ano de 2010.
Agradeço também aos colegas de classe, colegas da Universidade, indispensáveis na
caminhada de cinco anos de estudos, unindo conhecimentos, discutindo temas, formando
opiniões, apoiando um ao outro na conquista deste objetivo, construindo uma relação de
amizade e companheirismo na hora dos estudos e também nos momentos de diversão extra
classe.
iv
“O que me assusta não é o grito dos
violentos, mas o silêncio dos bons.”
Benjamin Franklin
v
RESUMO
vi
ABSTRACT
vii
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
viii
Convencional ........................................................................................ 53
FIGURA 23 – Potência acumulada instalada de sistemas fotovoltaicos em países
no mundo conectados ou não à rede elétrica, em MW
(1992–2009) ........................................................................................... 55
ix
LISTA DE TABELAS
x
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
xi
TWh Tera Watt hora
T&D Transmissão e Distribuição
Vca Tensão em corrente alternada
Vcc Tensão em corrente contínua
Wh Watt hora
Wh/d Watt hora por dia
Wp Watt pico
xii
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 15
2 OBJETIVOS ..................................................................................................... 20
3 METODOLOGIA ............................................................................................ 21
xiii
8.2 Sistemas Conectados à Rede no Brasil ........................................................ 56
10 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 62
xiv
15
1 INTRODUÇÃO
Fonte renovável de energia (FRE) são aquelas obtidas de fontes naturais capazes de se
regenerar, consideradas virtualmente inesgotáveis, diferentes dos recursos não-renováveis
considerados limitados e finitos, as FREs são conhecidas pela imensa quantidade de energia
que contêm, podendo ser recuperada facilmente. Dentre elas podemos destacar:
A energia Hídrica é aquela que utiliza a força cinética das águas de um rio; a energia
Biomassa é proveniente da combustão de produtos e resíduos orgânicos; a energia Eólica é
obtida através dos ventos; a energia retirada do Hidrogênio elemento abundante na natureza;
a energia Geotérmica proveniente do calor da Terra; a energia Maremotriz e obtida através
das ondas de mares e oceanos; a energia Solar adquirida pelo Sol, em sentido amplo,
podemos considerar que praticamente toda a energia consumida pelo homem em nosso
planeta tem como sua fonte à energia proveniente do sol. Uma das raras exceções a esta regra,
são os combustíveis utilizados em fissão e fusão nucleares, bem como parte das energias que
podem ser provenientes das marés. O petróleo, bem como o carvão de pedra, o xisto
betuminoso, a turfa, a linhita e o gás natural são admitidos como constituídos de resíduos de
plantas e animais fossilizados anaerobicamente. Originalmente, portanto, teriam usado a
fotossíntese, e consequentemente a energia solar, para se desenvolverem como animais e
vegetais vivos, antes de serem acumulados sob a presente forma. As Biomassas, o ciclo
Hidrológico, bem como a circulação atmosférica também têm sua principal fonte motora na
energia solar. Hoje, somam-se a tudo isso métodos artificiais de sua utilização direta.
Destacam-se principalmente os efeitos térmicos e voltaicos da referida energia absorvida por
coletores artificiais. Nosso planeta, como absorvedor, permite-nos o aproveitamento contínuo
e indireto de várias das formas dessa energia, a exemplo das chuvas que alimentam as
barragens, dos ventos em cata ventos, das biomassas nas plantas que garantem nossa
sobrevivência, entre outras (SOUZA, 1994).
O Brasil detém o terceiro maior potencial hidroelétrico do mundo, explorado até o
momento (ANEEL, 2008), ficando atrás apenas da China e da Rússia (CEPEL, 2009). A
hidroeletricidade tem peso bem mais significativo na estrutura de oferta de energia elétrica do
Brasil do que na estrutura mundial, correspondendo a 77,3% do suprimento energético do país
(Figura 1), enquanto que para a média mundial esta parcela é de 16% (MME, 2009; IEA,
2008). Isso faz com que o Brasil apresente uma característica peculiar, que o distingue da
16
maioria dos países, que é a de ter os combustíveis fósseis em segunda posição na matriz
energética interna.
IMPORTAÇÃO
7,8%
GÁS INDUSTRIAL
1,4% TWh
TOTAL 505,8
BIOMASSA
4,7% HIDRO 391,0
HIDRO GÁSNATURAL 13,3
DERIVADOS DE 77,3% DER. PETRÓLEO 12,7
PETRÓLEO
2,5%
NUCLEAR 13,0
CARVÃO 5,2
CARVÃO MINERAL BIOMASSA 23,9
1,0% GÁSINDUSTRIAL 7,1
GÁS NATURAL IMPORTAÇÃO 39,7
2,6%
NUCLEAR
2,6%
pessoas vulneráveis a blackouts energéticos, além de gerar perdas da T&D por estarem
localizadas distantes, aumentando os custos da produção da energia (SALAMONI, 2009).
Neste contexto, torna-se fundamental a reestruturação do setor energético e a busca
por uma maior diversificação da matriz energética nacional, principalmente através da
geração distribuída com base em fontes renováveis de energia. As FRE devem ser analisadas
sob um critério de complementação e não de substituição às fontes convencionais. Ou seja, de
modo estratégico, elas devem estar entrelaçadas, tentando atender, além do equilíbrio
ambiental, a segurança no abastecimento de energia (SALAMONI, 2009).
Uma nova estratégia, baseada em dois eixos: geração descentralizada e eficiência
energética (desde a geração até o transporte ao usuário final) seria uma alternativa face às
dificuldades futuras no suprimento energético do país. Essa estratégia, além de permitir uma
maior segurança no abastecimento de energia e de reduzir as perdas na T&D, possibilita uma
geração de forma ambientalmente sustentável (SALAMONI, 2009).
O Brasil possui uma estrutura energética privilegiada se comparada à de outros países,
visto que o seu potencial hidroelétrico e as possibilidades para o uso da biomassa, da energia
eólica e da energia solar são bastante grandes. Dada sua localização geográfica, o país é
particularmente privilegiado por ter níveis de irradiação solar superiores à maioria das nações
desenvolvidas. Essa característica coloca o país em vantagem em relação aos países
desenvolvidos, principalmente no que tange à utilização da energia fotovoltaica (FV)
(SALAMONI, 2009).
Os sistemas FV apresentam duas configurações principais: isolados (ou autônomos) e
conectados à rede elétrica. A diferença fundamental entre eles é a existência ou não de um
sistema acumulador de energia. Os sistemas autônomos se caracterizam pela necessidade de
um banco de acumuladores químicos (baterias), onde a energia gerada pelos módulos solares
é armazenada e distribuída aos pontos de consumo. Esse é o tipo de sistema atualmente é
competitivo, economicamente, como formas mais convencional de geração, são normalmente
utilizados quando o custo de estender a rede elétrica pública for proibitivo, devido à distância
ou ao difícil acesso, juntamente à baixa demanda da comunidade a ser atendida.
Os sistemas interligados à rede elétrica, por outro lado, dispensam o uso de
acumuladores, pois atuam como usinas geradoras de energia elétrica em paralelo às grandes
centrais geradoras. Podem ser integrados à edificação sobrepondo ou substituindo elementos
de revestimento, portanto, próximos ao ponto de consumo.
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2 OBJETIVOS
3 METODOLOGIA
4 A ENERGIA SOLAR
A energia solar é uma das alternativas energéticas mais promissoras, pois o sol é fonte
de energia renovável, permanente e abundante. Para as áreas afastadas e não eletrificadas, a
energia solar é a solução ideal, especialmente no Brasil onde há bons índices de insolação em
toda parte do território (PORTAL BRASILEIRO DE ENERGIAS RENOVAVEIS, 2010).
Anualmente, o Sol irradia o equivalente a 10.000 vezes a energia consumida pela
população mundial neste mesmo período. O Sol produz continuamente cerca de 390
sextilhões de quilowatts de potência. Para cada metro quadrado de coletor solar instalado
evita-se a inundação de 56 metros quadrados de terras férteis, na construção de novas usinas
hidrelétricas (PORTAL BRASILEIRO DE ENERGIAS RENOVAVEIS, 2010).
Conforme o Atlas Brasileiro de Energia Solar, publicado pelo Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE) em 2008, o país recebe mais de 2.200 horas de insolação por ano,
um potencial equivalente a 15 trilhões de MWh. Isso corresponde a 50 mil vezes o consumo
nacional de eletricidade.
O Brasil é privilegiado em termos de radiação solar. O Plano Nacional de Energia
2030 reproduz dados do Atlas Solarimétrico do Brasil e registra que essa radiação varia de 8 a
22 MJ/m2 durante o dia, sendo que as menores variações ocorrem nos meses de maio a julho,
variando de 8 a 18 MJ/m2. Além disso, o Nordeste possui irradiação comparável às melhores
regiões do mundo nessa variável, como a cidade de Dongola, no deserto do Sudão, e a região
de Dagget, no Deserto de Mojave, Califórnia (SALAMONI, 2009).
Quanto à geração de energia fotovoltaica há como fazer comparações com outras
fontes localizadas, como a Usina de Itaipu, por exemplo. Esta, que por décadas foi a maior
usina hidrelétrica do mundo, contribui com cerca de 25% da energia consumida no Brasil,
tendo uma potência instalada de 12,6 GW, conforme o Balanço Energético 2002
disponibilizado pela Eletrobrás; segundo o professor da Universidade Federal de Santa
Catarina, Ricardo Rüther, PhD em energia solar, se uma área equivalente em tamanho ao lago
de Itaipu (1350 km2) fosse coberta com sistema solar fotovoltaico, a potência instalada seria
de 94,5 GW. O entrave ainda são os custos. Enquanto, os últimos leilões de energia nova têm
23
registrado um valor médio de R$ 130 MW/h nas chamadas fontes convencionais: hidro e
térmicas, para as energias renováveis esse valor é bem mais alto (CARBONO BRASIL,
2010).
24
Existem duas técnicas básicas para converter a radiação do sol em energia elétrica útil;
conversão direta por transferência de energia radiante aos elétrons de um sólido; e conversão
de radiação em calor e, posteriormente, em eletricidade, num processo termodinâmico (PALZ,
2002).
A conversão direta da radiação solar é melhor conseguida por fotocélulas que, em
resultado de sua importância como fonte principal de energia para os engenhos especiais, já
existem como dispositivos de alto desempenho. A conversão indireta de radiação solar pelo
calor pode ser conseguida combinando-se qualquer dos dispositivos coletores de calor solar
com qualquer dos processos de conversão termodinâmica (PALZ, 2002).
Estes sistemas de concentração de energia solar a muito tempo vêm sendo usados,
principalmente por meio da concentração, com espelhos e lentes, que por sua vez, constituem
muitos dos coletores solares concentradores. Tais coletores são normalmente montados em
superfícies refletivas, curvas que concentram os raios solares em um foco. Essas superfícies
refletoras convergem a radiação solar, incrementando a densidade de energia da área de
captação. A depender do tipo de foco que se deseja obter, seja linear ou pontual, recorre-se a
superfícies cilindro-parabólicas, ou superfícies semi-esféricas, e parabolóides,
respectivamente (PALZ, 2002).
Existem ainda os espelhos planos orientados para refletir os raios solares incidentes
para um foco estabelecido numa torre captora central, onde o aquecimento de fluido térmico
necessário à geração de calor é processado de forma a ser usado na geração termoelétrica; tais
espelhos são denominados heliostatos, que são dotados de mecanismo de acompanhamento do
Sol, e é provido de movimento em dois eixos de rotação, o que aumenta o grau de liberdade
de movimento, propiciando melhor desempenho no posicionamento (PALZ, 2002), (FIGURA
4).
26
Procura-se dar ao módulo rigidez na sua estrutura, isolamento elétrico e resistência aos
fatores climáticos. Por isso, as células conectadas em série são encapsuladas num plástico
elástico (Etilvinilacetato-EVA) que faz também o papel de isolante elétrico, um vidro
temperado com baixo conteúdo de ferro, na face voltada para o sol, e uma lamina plástica
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multicamada (Poliéster) na face posterior. Em alguns casos o vidro é substituído por uma
lâmina de material plástico transparente (SOLARTERRA, 2010).
O módulo tem uma moldura composta de alumínio ou poliuretano e caixas de
conexões às quais chegam os terminais positivo e negativo da série de células. Nos bornes das
caixas conectam-se os cabos que ligam o módulo ao sistema (SOLARTERRA, 2010).
O conjunto de módulos fotovoltaicos ligados em série e/ou paralelo é chamado de painel
fotovoltaico, (FIGURA 7).
a tensão em que opera o dispositivo fotovoltaico são determinadas pela radiação solar
incidente, pela temperatura ambiente, e pelas características da carga conectadas ao mesmo,
(SOLARTERRA, 2010), (FIGURA 8).
É por isso que para locais com temperaturas ambientes muito elevadas são adequados
módulos que possuam maior quantidade de células em série a fim de que as mesmas tenham
suficiente tensão de saída para carregar as baterias (SOLARTERRA, 2010).
A curva de potência máxima de um módulo em função da hora do dia tem a forma indicada
no diagrama de carga, mostrado na figura 12.
Basicamente podemos nos deparar com este tipo de projeto em aplicações conforme
apresentadas a seguir:
• Eletrificação de residências rurais ou temporárias;
• Eletrificação de postos de saúde (conservação de medicamentos e energia para
aparelhos médicos);
• Eletrificação de escolas rurais (iluminação de salas de aula, refrigeração de alimentos e
energia para aparelhos de televisão);
• Bombeamento de água para gado e residências;
• Telecomunicações (transmissores e repetidores);
• Telefonia pública e telefones de emergência;
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• Satélites;
• Telemetria;
• Cercas elétricas;
• Plataformas de petróleo;
• Proteção catódica;
• Sinalização (de estradas, ferrovias, torres);
• Oxigenação da água de tanques (piscicultura);
• Purificadores de água;
• Radares;
• Quadros de propaganda;
• Iluminação pública e de pontos de ônibus;
• Sistemas de alarme;
• Sensores (de movimento, vazão, etc);
• Comunicação portátil (militar e civil);
• Ventilação de estufas;
• Irrigação;
• Instrumentação eletrônica;
• Manutenção de carga de bateria (automóveis, celulares e outros);
• Eletrificação de veículos de recreio (traillers e motor homes);
• Campismo;
• Eletrificação de embarcações;
• Ventilação de ambientes
Potência exigida pela carga: A potência que cada carga exige é um dado essencial. Os
equipamentos de comunicações requerem potências elevadas quando funcionam em
transmissão e isto, muitas vezes, ocorre só durante alguns minutos por dia. Durante o resto do
tempo requerem uma pequena potência de manutenção (stand by). Esta diferenciação deve ser
levada em conta no dimensionamento do sistema.
Horas de utilização das cargas – Perfil de Carga: Juntamente com a potência requerida
pela carga deverão especificar-se as horas diárias de utilização da referida potência.
Multiplicando potência por horas de utilização serão obtidos os Watts hora requeridos pela
carga ao fim de um dia.
Localização geográfica do sistema (Latitude, Longitude e a altura relação ao nível do
mar do sítio da instalação): Dados são necessários para determinar o ângulo de inclinação
adequado para o módulo fotovoltaico e o nível de radiação (médio mensal) do lugar.
Autonomia prevista: Isto se refere ao número de dias em que se prevê que diminuirá ou não
haverá geração e que deverão ser tidos em conta no dimensionamento das baterias de
acumuladores. Para sistemas rurais domésticos tomam-se de 3 a 5 dias e para sistemas de
comunicações remotos de 7 a 10 dias de autonomia.
Logo abaixo o exemplo demonstra o dimensionamento de uma aplicação de um
sistema isolado, conforme as Tabelas 1 e 2, mostra-se uma planilha de cálculo para
determinar os Watts/hora diários (Wh/dia) de todas as cargas de corrente contínua e alternada
que se pretenda alimentar.
1) Identificar cada carga de corrente contínua, seu consumo em Watts e a quantidade de horas
por dia que deve operar. No exemplo consideraram-se lâmpadas de baixo consumo de 7 e 9W
que, com os seus reatores, consomem respectivamente 8,5 e 10W. Considerou-se também um
equipamento de rádio onde se identificou seu consumo em transmissão e recepção e também
em stand-by.
2) Multiplicar a coluna (A) pela (B) pela (C) para obter os Watts hora / dia de consumo de
cada aparelho (coluna [A x B x C]).
3) Somar os Watts hora/dia de cada aparelho para obter os Watts hora/dia totais das cargas em
corrente contínua (Subtotal 1).
4) Proceder de igual forma com as cargas em corrente alternada com o acréscimo de 15% de
energia adicional para ter em conta o rendimento do inversor (Subtotal 2 ).
Para poder escolher o inversor adequado, deve-se ter claro quais são os níveis de
tensão do sistema tanto em termos de corrente alternada como de contínua. Por exemplo, se
numa habitação rural for instalado um gerador solar em 12 Vcc e se deseja alimentar um
televisor a cores que funciona em 110 Vca e que consume 60 W, o inversor será de 12 Vcc a
110 Vca e gerenciará no mínimo 60 W. Se existirem outras cargas de corrente alternada deve-
se somar todas aquelas que se desejarem alimentar de forma simultânea. O resultado da
referida soma, mais uma margem de segurança de aproximadamente 15%, determinará a
potência do inversor.
5) Obter o valor total de energia = Subtotal 1 + Subtotal 2.
6) Toma-se o valor obtido no ítem anterior e divide-se pela tensão nominal do sistema. Sendo
a tensão 12 Vcc então o consumo total será:
Consumo Total = 278.5 / 12 = 23.21 Ah/dia
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• 2 dias de autonomia;
• 350W de potência mínima disponibilizada para Sistemas Individuais de Geração de
Energia Elétrica com Fontes Intermitentes SIGFI 13 e 600 W para SIGFI 30;
• Medidor a partir de SIGFI 30.
Total (Equipamentos)
3 x módulos solares de 65 Wp.
1 x Controlador de carga de 10 A e 12 Vcc.
1 x Inversor de 350W, 12 Vcc / 120 Vac.
1 x bateria chumbo ácida com capacidade de 175Ah.
1 x estrutura para fixação de 3 módulos fotovoltaicos em poste.
1 x kit de instalação do sistema SIGFI 13.
Preço estimado do sistema SIGFI 13(instalado):
R$ 5.200,00 ou US$ 2549 (1 US$=R$2,04)
Foi instalado no local dois kits fotovoltaico SIGFI – 30, atendendo a necessidade das
escolas de Cambriu e Marujá, composto de:
6 x módulos solares de 65 Wp.
1 x Controlador de carga de 20 A e 12 Vcc.
1 x Inversor de 700W, 24 Vcc / 120 Vac.
2 x baterias chumbo ácida com capacidade de 220Ah.
1 x estrutura para fixação de 6 módulos fotovoltaicos em poste.
1 x kit de instalação do sistema SIGFI 30.
Preço estimado do sistema SIGFI 30(instalado):
R$ 10.300,00 ou US$ 5049 (1 US$=R$2,04)
Com esses projetos a Elektro conseguiu atender as necessidades do programa Luz para
todos, levando energia elétrica às comunidades isoladas em sua área de concessão.
51
No caso dos sistemas distribuídos, algumas vantagens deste tipo de instalação podem
ser destacadas, a saber: não requer área extra e pode, portanto, ser utilizada no meio urbano,
próximo ao ponto de consumo, o que leva a eliminar perdas por T&D da energia elétrica,
como ocorre com usinas geradoras centralizadas, além de não requerer instalações de infra-
estrutura adicionais; os módulos fotovoltaicos podem ser também considerados como um
material de revestimento arquitetônico no caso de instalações em prédios e casas, reduzindo
os custos, dando à edificação uma aparência estética inovadora, (VARELLA, 2009).
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Figura 22: Esquema de um sistema fotovoltaico residencial conectado à rede elétrica convencional
for inferior à geração solar fotovoltaica naquele dia, a energia produzida em excesso passa a
ser disponibilizada para a companhia distribuidora de eletricidade. Durante a noite, período
onde não há geração fotovoltaica de energia, toda a demanda é suprida pela rede elétrica.
Dessa forma, o usuário compra uma menor quantidade de energia da rede, diminuindo a carga
energética da concessionária. Esses sistemas fornecem, portanto, uma ferramenta a mais para
que as concessionárias de energia possam gerir a disponibilidade de energia da cidade
(OLIVEIRA & ZILLES, 2008).
Existem, no entanto, uma série de dificuldades que as EFCRs terão de enfrentar. Em
primeiro lugar, não se tem dados sistemáticos sobre o seu comportamento quando expostos ao
clima tropical brasileiro. Em segundo lugar, apesar da legislação do país prever a figura do
gerador independente de energia, as relações de compra e venda do produto energia ainda não
estão bem definidas. Em terceiro lugar, a energia fotogerada por esses sistemas ainda é cara
quando comparada aos valores praticados pelas concessionárias produtoras de eletricidade
(OLIVEIRA & ZILLES, 2008).
Dificuldades dessa ordem impedem que as edificações fotovoltaicas conectadas à rede
sejam consideradas como uma forma complementar de produção de eletricidade.
Apesar das dificuldades existentes na implementação de edificações fotovoltaicas, seu
uso massivo, em um futuro próximo, requer o estabelecimento de uma regulamentação. Esta
regulamentação deverá garantir que o sistema fotovoltaico instalado na edificação não
represente um risco para a rede de distribuição de eletricidade ou para quem ocupe o edifício.
Além disso, deverá estabelecer os requisitos de qualidade da energia gerada por esses
sistemas referentes a, por exemplo, fator de potência, distorções harmônicas etc (OLIVEIRA
& ZILLES, 2008).
Como a utilização desses sistemas é fato relativamente novo dentro do contexto
energético brasileiro, há uma carência de discussões e reflexões que procurem estabelecer
parâmetros e condições para a difusão desta tecnologia, particularmente na aplicação em
questão (OLIVEIRA & ZILLES, 2008).
55
Figura 23: Potência acumulada instalada de sistemas fotovoltaicos em países no mundo conectados ou
não à rede elétrica, em MW (1992–2009).
56
Tabela 5: Capacidade instalada de sistemas fotovoltaicos e potencial solar na Alemanha, Espanha e Brasil.
(1) Estimativa de geração de energia considerando instalação em local sem sombras com
painel fotovoltaico voltado para o norte verdadeiro e inclinação otimizada, considerando uma
taxa de desempenho total de 75%;
(2) Preço apenas do inversor e dos módulos fotovoltaicos - não incluídos os acessórios tais
como suportes, fiação e a instalação;
(3) Características elétricas medidas nas condições padrão: irradiação de 1 kW/m² e
temperatura de 25ºC;
58
(4) Radiação solar média anual no plano de instalação do painel fotovoltaico dependendo da
região de instalação. Regiões de menor latitude e menos nubladas (Nordeste - 5,5 h/dia),
maior latitude e mais nubladas (Sul - 4,5 h/dia).
Para uma casa com um consumo médio de 300 KWh/mês, com a tarifa/preço próxima
a R$ 0,3077 o KWh (CPFL, Out/2010), gastaria por mês próximo a R$ 92,31
(desconsiderando tarifas de impostos).
Uma instalação fotovoltaica com esses dados custaria por volta de R$ 47.981,19
(desconsiderando preço de instalação, fiação); dividindo este custo pela tarifa mensal daria
um montante próximo a 520 meses, ou seja, o custo de uma instalação fotovoltaica conectada
à rede para este exemplo seria paga em 40 anos e 4 meses de pagamento de contas
convencional de energia elétrica.
Por essa análise torna-se inviável a aplicação desta tecnologia em casa residencial para
os dias atuais, porém é a alternativa mais promissora de geração de energia para o futuro.
Uma das soluções para diminuir as barreiras desta tecnologia para a sociedade brasileira seria
a atuação do governo na forma de incentivos para o uso massivo deste recurso.
Criação de uma tarifa especial (Feed-in) para cada tipo de fonte: O sistema Feed-in
consiste no pagamento de uma tarifa mais vantajosa para as centrais geradoras que utilizam
fontes renováveis de energia, quando comparada com as fontes convencionais. O objetivo é
viabilizar a implantação de tais empreendimentos, que possuem custos mais elevados de
produção.
Esse incentivo foi implantado pelos governos em vários países, e não pelos órgãos
reguladores, pois se trata de política pública voltada para a diversificação da matriz
energética, com o uso de fontes renováveis. Tais tarifas normalmente são garantidas por um
período determinado, 10 a 20 anos, que seria o tempo necessário para permitir o
desenvolvimento das fontes alternativas, com conseqüente redução de custos.
Adoção do sistema de medição (Net Metering): Consiste na medição do fluxo de energia
em uma unidade consumidora dotada de pequena geração, por meio de medidores bi-
direcionais. Dessa forma, registra-se o valor líquido da energia no ponto de conexão, ou seja,
se a geração for maior que a carga, o consumidor recebe um crédito em energia ou em
dinheiro na próxima fatura. Caso contrário, o consumidor pagará apenas a diferença entre a
energia consumida e a gerada.
Estabelecimento de quotas de energia: Neste sistema, é estabelecida uma quota de energia a
ser compulsoriamente adquirida pelas distribuidoras para cada fonte de energia que se deseja
incentivar, repassando os custos de compra dessa energia mais cara aos consumidores.
eletrônico de potência trifásica tem um grau de eficiência de 85%. Os primeiros testes foram
realizados entre dezembro e janeiro de 2010 no Laboratório de Hidrogênio (LH2) da
Unicamp.
De acordo com Ernesto Ruppert Filho, que desenvolveu o conversor juntamente com
seu colega Marcelo Gradella Villalva, não se tem notícia até o momento de nenhum outro
conversor eletrônico similar no Brasil.
O protótipo foi testado com êxito numa instalação de painéis solares com capacidade
de 7,5 kW. Este conversor substituiu plenamente, durante o período de testes, os três
conversores eletrônicos monofásicos adquiridos da empresa alemã SMA, que estão
atualmente ligados a esses painéis solares, ainda que o protótipo tenha consumido R$ 15 mil,
os pesquisadores calculam que, em escala industrial de produção, o conversor poderá alcançar
um custo final aproximado de R$ 10 mil. Este custo final representa o custo de um terço de
um produto importado com as mesmas características (FILHO & VILLALVA, 2010).
61
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
10 REFERÊNCIAS
CRESESB - Centro de Referência para Energia Solar e Eólica, 2010. Disponível em:
<www.cresesb.cepel.br> Acesso em 15 Set. 2010.
FILHO, Ruppert; VILLALVA, Marcelo G. Unicamp cria conversor para ligar painéis
solares à rede elétrica. Disponível em <http://www.inovacaotecnologica.com.br/
noticias/noticia.php?artigo=conversor-para-ligar-paineis-solares-rede-eletrica&id=>
Acesso em 01 Nov. 2010.
MARCHIORI, Ernesto U. Europeus querem energia solar em 300 mil casas. SITE
ASTRONOMIA E ENERGIA SOLAR. Disponível em <http://emarchiori.
blogspot.com/2008/04/europeus-querem-energia-solar-em-300.html> Acesso em
01 Nov.2010.
63
MME – Ministério das Minas de Energia. Plano Nacional de Energia Elétrica 2030,
2009. Disponível em <www.mme.org.br> Acesso em 05 Out. 2010.
PALZ, Wolfgang. Energia Solar e Fontes Alternativas. Curitiba: Editora Hemus, 2002.
SOUZA, Antônio W. Albino. Fundamentos da teoria de energia solar e seu uso. Belo
Horizonte: Editora da Fundação Brasileira de Direito Econômico, 1994.