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INSTITUTO SUPERIOR DOM BOSCO

Departamento de Manutenção Industrial

Licenciatura em Ensino de Mecânica

Módulo: Trabalho de Culminação do Curso

Tema:

Estudo da viabilidade para implementação de um sistema fotovoltaico residencial


autônomo no bairro Pasimane.

Discente
Edson Francisco Sitoe
Supervisor:
Msc. Arnaldo Mabecuane & Azaldo Machava

Maputo, Março de 2022


Capitulo I.
1. Introdução
Este capítulo tem por objetivo fazer a apresentação do trabalho, analisando a
atual situação de consumo de energia, as fontes de energia, fontes alternativas e
renováveis.

Atualmente, o número de moradias vem aumentando em decorrência do


crescimento populacional. No entanto, Moçambique não consegue suprir a demanda, a
nível energético, bem como outros factores essenciais para vida segura e sadia das
pessoas. Segundo dados emitidos pelo Plano Nacional de Habitação (PlanHab),
Moçambique tem mais de 20 milhões de habitantes; sendo que 70,2% do total dos
habitantes vivem nas zonas rurais e os restantes 29.8% nas zonas urbanas. Moçambique
empreendeu esforços significativos nos últimos anos para electrificar o país. A taxa de
electrificação aumentou de 5% em 2001 para 24% em 2017 e para 29% em 2019, o
acesso à electricidade, no entanto, permanece baixo e concentra-se principalmente nas
áreas urbanas, em 2019, 72% da população urbana tinha acesso à electricidade em
comparação com 5% da população rural. Este desequilíbrio representa um importante
desafio para alcançar a electrificação do país, considerando que a grande maioria (63%
em 2019) da população de Moçambique vive nas zonas rurais.
Os sistemas autónomos constituíram o primeiro campo de operação económica
da tecnologia fotovoltaica. A aplicação deste tipo de sistemas autónomos, observa-se
onde o fornecimento de energia através da rede pública de distribuição de energia
eléctrica, não se verifica por razões técnicas e/ou económicas. Nestes casos, os sistemas
fotovoltaicos autónomos podem constituir alternativas com uma vertente económica de
elevado interesse

1.1. Delimitação do tema


1.1.1. Delimitação contextual
A energia solar está presente em todos os ciclos da vida na terra! Nos seres vivos,
ela age diretamente na composição das suas células, gerando a fotossíntese nas plantas e
oferecendo a absorção de vitaminas D nos humanos, Por ser um recurso natural
abundante e praticamente inesgotável, a energia solar é a solução mais viável para
substituir, de maneira equilibrada e adequada, a nossa dependência de combustíveis
fósseis. O carvão mineral, o gás natural e o petróleo são energias não renováveis
presentes nos nossos meios de transportes e usinas de geração elétrica. Porém, elas têm
impacto direto na poluição, contribuindo diretamente para o aquecimento global, além
de uma série de fatores que abalam os ecossistemas, com o intuito de coexistir a
tecnologia com a natureza, a energia solar tem importância elevada, sendo uma das
principais formas de manter a sustentabilidade no planeta, aliada com o uso de outros
recursos renováveis importantes como a energia eólica. 1 Moçambique apresenta uma
radiação global em plano horizontal elevada quando comparada com bons locais na
Europa e Ásia, sendo bastante próxima de alguns dos melhores locais do mundo, África
do Sul e Califórnia, Em Moçambique, a radiação global em plano horizontal varia entre
os 1.785 e 2.206 kWh/m2/ano. Com base na radiação global em plano inclinado e na
análise de declive do terreno, densidade florestal e áreas inundadas, o potencial solar de
Moçambique é de 23 TWp.2 Este trabalho está voltado ao solucionamento dos
problemas e constrangimentos verificados em muitas zonas e regiões do nosso país
originados pelo não acesso á corrente elétrica a nível residencial, tendo em conta a
demanda energética do agregado nas residências determinar o numero de módulos
necessários para suprir a demanda, avaliar a necessidade de uma minicentral de
controle, efeituar a seleção de equipamentos e materiais que melhor se adequem para o
projecto, surge no curso de Manutenção Industrial – Mecânica, nos módulos de sistemas
energéticos e gestão ambiental.

1.1.2. Delimitação Temporal


(GIL, 2004, p. 162), Isto é, o período em que o fenômeno a ser estudado será
circunscrito.
Este projecto teve início no mês de Novembro do ano 2021 e a está prevista para
o mês de junho de 2022 como sua data de término.

1.1.3. Delimitação espacial


(GIL, 2004, p. 162)… É preciso delimitar o locus da observação, ou seja o local
onde o fenômeno em estudo ocorre.
O estudo será realizado com enfoque em uma zona na província de Maputo (Bairro
Passimane – Memo 01), no entanto sendo possível aplica-lo para as demais zonas em
Maputo e para o resto do país, para o feito será realizado um estudo minucioso tendo
1
Https://www.mundodaeletrica.com.br/qual-a-importancia-da-energia-solar/ (acessado a 29 de Janeiro de
2022)
2
https://www.funae.co.mz/index.php/pt/recursos/recurso-solar (acessado a 29 de Janeiro de 2022)
como amostra (10) residências da zona alvo onde será projetada a instalação de um
sistema fotovoltaico autónomo.

1.2. Formulação do problema de investigação

Embora sejam muito grandes as reservas de petróleo, gás e carvão em todo o


mundo, a disponibilidade desses recursos fósseis diminui com o uso, portanto são fontes
de energia não renováveis (VILLALVA e GAZOLI, 2012). Por outro lado, existem
outras fontes de energia cuja disponibilidade na natureza é permanente. Estas fontes de
energia são conhecidas como fontes renováveis de energia. A energia solar é uma fonte
de energia renovável que pode ser convertida diretamente em energia elétrica (efeito
fotovoltaico) ou ser utilizada no aquecimento de um fluido em um processo de troca de
calor (conversão termossolar) (CRESESB, 1999).
Algumas das vantagens do uso energia solar fotovoltaica são: Trata-se de uma fonte de
energia inesgotável, não polui durante o seu uso e é excelente em lugares remotos ou de
difícil acesso, pois sua instalação em pequena escala não necessita de grandes
investimentos em linhas de transmissão (SILVA, 2007).
De acordo com o fundo de energia (FUNAE), Moçambique apresenta um Potencial
Renovável total de mais de 23.000 GW, a energia solar é a fonte renovável mais
abundante em Moçambique com 23.000 GW de potencial, no entanto a hídrica é a fonte
que apresenta mais projectos prioritários (mais de 5,6 GW).

Atualmente Moçambique tem apostado para abastecimento e alimentação a níveis


residenciais, industriais, comerciais e entre outros, nas fontes hídricas e termoelétricas
sendo que o mesmo tem grande potencial para o sustento de outras fontes de energias
destas consta a energia solar fotovoltaica.

A província de Maputo mesmo sendo a capital do país sofre a triste realidade de ainda
existirem famílias que vivem as escuras e com pouca esperança de acesso á corrente
elétrica a curto prazo, zonas remotas e em expansão são as que mais sofrem pelo não
acesso a corrente elétrica, este trabalho está voltado a busca de fornecer uma fonte
viável ou que possibilite o acesso á corrente elétrica para alimentação ou abastecimento
residencial nas zonas rurais, em expansão e recônditas na província de Maputo.
Nesta conjuntura tem-se como enfoque de pesquisa: Qual é viabilidade para
implementação de um sistema fotovoltaico residencial autônomo no bairro
Pasimane?

1.3. Justificativa

A energia solar recebida pela Terra é cerca de 5 mil vezes maior do que o
consumo mundial de eletricidade e energia térmica somados (ABBOTT, 2010). A
energia solar que chega a Terra em um ano é cerca de 40 vezes maior do que as reservas
mundiais de petróleo, carvão, gás natural e urânio somadas (OPEC, 2005). Maputo
apresenta um potencial solar de 1.787kwh/m2/ano3.

As energias renováveis têm revolucionado, melhorado e reduzido os custos de


vida das pessoas, bens e entidades, fontes de energias renováveis como as fontes
eólicas, hídricas, solares, biomassa. O recurso solar quando aproveitado para geração de
energia elétrica ajuda bastante na resolução de problemas energéticos em zonas fora do
alcance da rede pública bem como reduzir o custo de consumo de energia de indústrias
e empresas por se instalar uma fonte de corrente elétrica secundaria para alimentação de
equipamentos, ferramentas e maquinas, no caso de instituições de ensino por exemplo a
instalação de uma fonte de corrente fotovoltaica 4On-grid pode ser útil para alimentar
algumas ferramentas utilizadas em salas de aulas (projectores; computadores; quites
para ensaios pneumáticos, hidráulicos, elétricos entre outros), uma fonte de corrente
solar fotovoltaica é útil nestes casos pois serve como 5Bypass quando ocorrem cortes de
corrente da rede publica. Nas instalações residências fora da rede off-grid 6 ajuda a
melhorar a qualidade de vida das pessoas beneficiadas, sem contar que é uma forma de
se aproveitar um recurso tão abundante.

1.1.4. Objectivos da investigação


3
Média anual da radiação solar para o período 1990-2004 (15 anos de registos); soda; mines paristech e
gesto energia
4
On-grid – instalação fotovoltaica conectada á rede publica
5
Bypass - é um desvio de um circuito elétrico que permite a comunicação direta entre dois pontos.
6
On-grid – instalação fotovoltaica fora da rede publica
1.1.4.1. Objectivo Geral
 Avaliar a viabilidade para implementação de um sistema fotovoltaico residencial
autônomo no bairro Pasimane.

1.1.4.2. Objectivos Específicos


 Apresentar a relevância da energia solar fotovoltaica como fonte sustentável
para geração de corrente elétrica residencial autónoma;
 Apresentar as vantagens e desvantagens da instalação de equipamentos
fotovoltaicos;
 Analisar vias alternativas para a instalação de um sistema fotovoltaico, sem
acarretar elevados custos de instalação;
 Determinar os ângulos de inclinação dos módulos, períodos de maior
rendimento, para maior aproveitamento da radiação;
 Determinar quais equipamentos utilizar tendo em conta o custo de instalação e
de manutenção e o tempo de vida útil;
 Demonstrar a eficiência do desenvolvimento energético fora-de-rede.

1.1.4. Questões de investigação

Q 1: Qual a relevância da energia solar fotovoltaica como fonte sustentável para


geração de corrente elétrica residencial autónoma?
Q 2: Quais as vantagens e desvantagens da instalação de equipamentos fotovoltaicos?
Q 3: Qual será o custo da instalação de equipamentos fotovoltaicos para energizar um
determinado número de residências?
Q 4: Que que mecanismos podem ser usados para contornar os elevados custos
acarretados para instalação de um SFV?
Q 5: Quais orientações os módulos ou painéis devem tomar para maior aproveitamento
da radiação?
Q 6: Quais equipamentos utilizar tendo em conta o custo de instalação e de manutenção
e o tempo de vida útil?
Q 7: Qual a eficiência do desenvolvimento energético fora-de-rede?

1.1.5. Hipóteses de pesquisa


H 1: A ESFV, por ser um recurso inesgotável, benéfica para o ambiente torna-se
relevante fazer-se um estudo da viabilidade de implementação do mesmo.
H 2: Aprimoramento de meios favoráveis para a geração de energia solar fotovoltaica
fora-da-rede (Offgrid);
H 3: Os principais elementos que compõem um sistema solar fotovoltaico tendo em
conta custo de instalação e de manutenção e o tempo de vida útil;
H 4: O custo inicial de implementação de um SFV propícia para a fraca adesão.

1.1.4. Variáveis
(X) Viabilidade de implementação de um SFV
(Y) Instalação de um SFV

Capitulo II
2. Revisão Bibliográfica

Neste capítulo serão apresentados conceitos essenciais para o desenvolvimento deste


trabalho.

Os módulos fotovoltaicos são compostos de células fabricadas de silício, material


caracterizado como semicondutor. Excetuando-se o hidrogênio, o silício é o elemento
mais frequentemente encontrado na natureza, correspondendo em peso a
aproximadamente 25% da crosta terrestre. Na forma natural, é encontrado em rochas e
em minérios (quartzo, feldspato e mica). A areia é composta em parte por silício
(BITTENCOURT. F, 2011) Apud (SCHMIDT, 1983).

Através de métodos adequados, obtém-se o silício com alto grau de pureza de forma
cristalino ou amorfo. O cristal de silício puro não possui elétrons livres e, portanto, é um
mal condutor elétrico. Para alterar isso, acrescentam-se percentagens de outros
elementos. Este processo denomina-se dopagem. Mediante a dopagem do silício com o
fósforo, obtém-se um material com elétrons livres, ou materiais com portadores de
cargas negativas (silício tipo N). Realizando o mesmo processo, mas acrescentando
Boro ao em vez de fósforo, obtêm-se um material com características inversas, ou seja,
com déficit de elétrons ou material com cargas positivas livres (silício tipo P). Cada
célula solar compõe-se de uma camada fina de material tipo N e outra com maior
espessura de material tipo P. Separadamente, ambas as capas são eletricamente neutras.
Mas, ao serem unidas, exatamente na união P-N, gera-se um campo elétrico devido aos
elétrons do silício tipo N que ocupam os vazios da estrutura do silício tipo P.
(BITTENCOURT. F, 2011).

2.1. Energia Solar

Energia proveniente da luz do sol e que pode ser captada com painéis solares. A
energia solar chega a Terra nas formas luminosa e térmica.
A superfície da Terra recebe cerca de 3 x 1024 joules (J) por ano, ou seja, 9,5 x
104 terawatt (TW) de energia solar. Este valor é cerca de 10.000 vezes a mais do que
toda população terrestre consome.

2.2. Efeito fotovoltaico

O termo fotovoltaico é a união de duas palavras “photo”, do grego, que significa


luz, e “volt”, do sobrenome do cientista italiano Alessandro Volta, pioneiro nos estudos
da eletricidade.
O efeito fotovoltaico é um fenômeno que converte diretamente a energia solar
em energia elétrica, através da transferência de energia dos fótons da radiação solar
incidente para os elétrons da estrutura atômica do material.
O físico francês Edmund Becquerel, em 1839, foi a primeira pessoa a observar o
efeito fotovoltaico. Ele notou o aparecimento de uma tensão entre os elétrodos de
solução condutora, quando esta era iluminada pela luz solar (NASCIMENTO, 2018).

2.3. Radiação solar

Em física, define-se radiação como sendo partículas e campos que se propagam


transferindo energia no espaço que pode ser preenchido ou não por matéria (Zeloso,
2007) Apud (Díez,2000).
A radiação solar sofre a influência do ar atmosférico, das nuvens e da poluição
antes de chegar ao solo (VILLALVA e GAZOLI, 2012). O conhecimento acerca da
radiação solar e do movimento do sol é importante para a instalação e orientação dos
módulos fotovoltaicos de forma a melhorar o aproveitamento da radiação solar global.
Nesse sentido, existem algumas regras gerais para a instalação dos módulos solares,
dentre as quais podemos destacar: Orientação dos módulos fotovoltaicos para o norte
geográfico (em países do hemisfério sul), para maximizar a produção média diária de
energia; ajuste do ângulo de inclinação do módulo em relação ao plano horizontal de
modo a otimizar a geração de energia ao longo do ano (VILLALVA e GAZOLI, 2012).

Fonte: Adoptado de (Zeloso, 2007)

Figura 1: Diagrama que ilustra as componentes da radiação solar incidente na superfície terrestre
(Zeloso, 2007) Apud (Kratzemberg et all, 2003)

2.4. Painéis solares fotovoltaicos

Segundo Pereira, Oliveira (2011) os painéis solares, também conhecidos como


módulos, são os principais componentes do sistema fotovoltaico de geração de energia.
Estas estruturas são formadas por um conjunto de células fotovoltaicas associadas,
eletricamente, em série e/ou paralelo, dependendo das tensões e/ou correntes
determinadas em projeto. O conjunto destes módulos é chamado de gerador fotovoltaico
e constitui a primeira parte do sistema, sendo responsável pelo processo de captação e
irradiação solar e a sua transformação em energia elétrica.
Fonte: (Rodrigues Carlos, 2016)

Figura 2: Painel Solar Fotovoltaico e seus componentes


2.5. Energia solar no mundo

A radiação solar para o aproveitamento de energia solar no mundo apresenta


altos valores, principalmente nos continentes asiático e africano, atingindo até 1424 e
2003 kWh/kWp de potencial específico, respectivamente, segundo o Global Solar Atlas.

2.6. Energia solar Fotovoltaica

Segundo Kemerich et al., (2016) a energia solar fotovoltaica é obtida através da


conversão da radiação solar em eletricidade por intermédio de materiais
semicondutores. Esse fenômeno é conhecido como efeito fotovoltaico.

2.7. Células fotovoltaicas

Basicamente uma célula solar é uma junção p-n que ao sofrer a incidência de luz
irá produzir uma corrente elétrica.
Para Cresesb (2006), atualmente as células fotovoltaicas são fabricadas, na sua
grande maioria, usando o silício (Si), podendo também ser constituídas de cristais
monocristalinos, policristalinos ou de silício amorfo.
Quando a luz solar atinge uma célula fotovoltaica, uma pequena corrente elétrica
é formada e posteriormente recolhida por fios ligados à célula e transferida para os
demais componentes do sistema. Sendo assim, quanto mais células fotovoltaicas são
ligadas em série ou em paralelo, maior a corrente e tensão produzidas (PEREIRA et al.,
2006).

As instalações fotovoltaicas isoladas ou offgrid, podem ser feitas a nível


residencial/ micro – geração ou seja todo material desde os módulos aos acumuladores
são dimensionados e instalados em cada residência, porem também podem ser
instalados sob forma de mini central geradora onde determina – se um ponto apicial
dentro de um determinado raio de residências previamente determinadas as demandas
energéticas de cada uma delas.
Fonte: adaptado de (PINHO e GALDINO, 2014).

Figura 3: Estrutura básica de uma célula solar fotovoltaica

2.8. Potencial solar em Moçambique

O estudo realizado pelo Fundo de energia em Moçambique determinou que em


plano global horizontal a radiação varia entre 1700 e 2200 kWh/m2/ano em
Moçambique, Com base na análise de declive do terreno, densidade florestal e áreas
inundadas, foi aferido um potencial total de 23 TWp.
O gráfico abaixo demonstra o potencial fotovoltaico por classe de radiação
global em plano horizontal [kWh/m2/ano] de algumas províncias Moçambicanas e
alguns países.
Fonte: FUNAE, Estoril, 25 de Junho de 2015

Figura 4: Radiação solar por província vs. Benchmarks (Potencial solar)

2.9. Benefícios do uso de energia solar fotovoltaica

A geração de eletricidade por meio da energia solar não emite componentes


nocivos à atmosfera do planeta, ao contrário do que acontece com o uso de
combustíveis fósseis como carvão mineral, gás natural e derivados do petróleo —
nocivos ao planeta por liberarem gases de efeito estufa na atmosfera, como dióxido de
carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O). Vale ressaltar que o uso de
combustíveis fósseis para gerar energia é uma das principais causas do aquecimento
global, diretamente ligado às mudanças climáticas da Terra, e cientistas vêm alertando
para uma emergência climática global há anos.
Além disso, os custos operacionais de se usar energia solar em casas ou
escritórios são praticamente nulos após a instalação dos equipamentos, uma vez que não
é preciso utilizar qualquer outro tipo de fonte energética, além da luz solar, para garantir
a eletricidade do local.

O aproveitamento da fonte solar para gerar energia elétrica favorece diversos


benefícios, tanto do ponto de vista elétrico, ambiental e socioeconômico. No enfoque
elétrico, contribui para diversificação da matriz, aumento da segurança no fornecimento,
redução de perdas e alívio de transformadores e alimentadores. No aspecto ambiental,
ocorre a diminuição da emissão de gases do efeito estufa, da emissão de materiais
particulados e do uso de água para geração de energia elétrica. Em relação aos
benefícios socioeconômicos, a geração de energia solar fotovoltaica colabora com a
geração de empregos locais, aumento da arrecadação e o aumento de investimentos
(ABSOLAR, 2016).
De acordo com leva et al. (2004) o sistema possui fácil implantação; baixo custo
de manutenção; alta modularidade; e, com o avanço tecnológico e incentivos
governamentais pode favorecer a redução dos custos financeiros e competitividade no
mercado.

Capitulo III
3. Metodologia de Trabalho

Neste capítulo serão apresentados meios ou metodologias através dos quais


serão alcançados os resultados que irão responder às questões de investigação
identificadas.
A metodologia engloba todos os passos realizados para a construção do trabalho
científico, que vai desde a escolha do procedimento para a obtenção de dados até a
categorização e análise dos dados coletados (GATTI. A, 2018) Apud (OLIVEIRA,
2005, p. 28).
3.1. Descrição do local onde será realizada a pesquisa
O projecto em questão tem como objectivo trazer em forma de estudo uma solução
para o problema que se verifica a nível de energia eléctrica no bairro Pasimane.

Pasimane é um bairro localizado na província de Maputo no distrito de Marracue, é


uma zona em via de expansão e por ser uma zona expansão enfrenta problemas no
fornecimento de alguns elementos importantes para sustentação e desenvolvimento do
mesmo, como é o caso da corrente eléctrica, no bairro existem regiões sem acesso a
corrente eléctrica e sem previsão futura próxima para tal, os sistemas solares
fotovoltaicos vem ajudando muitas regiões similares ao redor do mundo nessa questão.
Esses sistemas beneficiam a rede pública no momento em que servem como auxilio ou
ajuda no alcance do seu principal objectivo que é garantir que toda população
Moçambicana tenha electricidade em suas residências. O projecto vai beneficiar o bairro
e seus moradores pela geração de energia limpa, segura, benéfica ao ambiente e
autónoma de eletricidade.
3.2. Quanto à forma de abordagem do problema

O projecto se atém a uma abordagem quantitativa para avaliar a atual situação


energética da região alvo; E na vertente qualitativa far-se-á análise dos impactos da
atual situação energética na região alvo e trar-se-ão proposições para melhorias.

a) Método Qualitativo

Marconi e Lakatos (2010) explicam que a abordagem qualitativa se trata de uma


pesquisa que tem como premissa, analisar e interpretar aspectos mais profundos,
descrevendo a complexidade do comportamento humano e ainda fornecendo análises
mais detalhadas sobre as investigações, atitudes e tendências de comportamento. Assim,
a ênfase da pesquisa qualitativa é nos processos e nos significados.
Nesta conjuntura, o método possibilitara realizar um estudo aprofundado da
população alvo no que tange ao posicionamento desta face a atual situação energética e
às proposições de melhorias da mesma.

b) Método Quantitativo

Segundo Knechtel (2014), a pesquisa quantitativa é uma modalidade de pesquisa


que atua sobre um problema humano ou social, é baseada no teste de uma teoria e
composta por variáveis quantificadas em números, as quais são analisadas de modo
estatístico, com o objetivo de determinar se as generalizações previstas na teoria se
sustentam ou não.
Se você necessitar conhecer quantas pessoas utilizam um produto, serviço ou
possuem interesse em um novo conceito de produto, ou mesmo conhecer a tendência do
mercado, estimar o potencial, volume do negócio, tamanho e importância dos
segmentos de mercado, deve utilizar a pesquisa quantitativa. (ETHOS, 2002).
Neste sentido através do estudo de caso vai se realizar uma quantificação das
possibilidades para implementação de um sistema FRA no bairro Passimane na PM.

3.3. Quanto aos Objectivos


Segundo GIL (2008), o objetivo do estudo de caráter explicativo visa identificar
os factores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos.
É o tipo que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a
razão, o porquê das coisas. Por isso, é o tipo mais complexo e delicado.
Quanto aos objectivos o projecto em questão se centrará por meio de um estudo
verificar a viabilidade para implementação de um sistema fotovoltaico residencial como
meio de solucionamento da questão energética de uma dada zona rural.

3.4. Quanto aos Procedimentos Técnicos


a) Pesquisa Documental:
Segundo Lakatos e Marconi (2001), a pesquisa documental é a coleta de dados
em fontes primárias, como documentos escritos ou não, pertencentes a arquivos
públicos; arquivos particulares de instituições e domicílios, e fontes estatísticas.
b) Pesquisa Bibliográfica
A pesquisa bibliográfica, explica Gil (2007), contempla apenas material já
elaborado, como livros e artigos científicos, utilizando-se da contribuição de diversos
autores sobre certo assunto, a maioria dos estudos exige este procedimento.
c) Pesquisa Experimental
A pesquisa experimental, aponta Gil (2007), busca construir o conhecimento
através de procedimentos sistematizados, rigorosamente controlados e verificáveis. Por
este tipo de pesquisa, define-se o objeto a ser estudado, suas variáveis e os controles,
para que se verifique a possibilidade de ocorrência do fenômeno.
d) Investigação Acção
A pesquisa-ação, ainda em Gil (2007), envolve o pesquisador e as pessoas do
grupo, o que gera críticas em virtude do risco de perda da objetividade.
e) Pesquisa Empírica
É a pesquisa dedicada ao tratamento da "face empírica e fatual da realidade;
produz e analisa dados, procedendo sempre pela via do controle empírico e fatual"
(Demo, 2000, p. 21).
f) Estudo de Caso

Gil (2007, p. 58) conceitua o estudo de caso como um estudo aprofundado sobre
objetos que podem ser um indivíduo, uma organização, um grupo ou um fenômeno e
que pode ser aplicando nas mais diversas áreas do conhecimento. O estudo de caso
permite, conforme Gil (2007), que o objeto estudado tenha preservada sua unidade,
mesmo que ele se entrelace com o contexto onde está inserido; que sejam formuladas
hipóteses e teorias; e permite a explicação de variáveis em situações ainda que
complexas.

Nesta conjuntura para o desenvolvimento deste trabalho, quanto aos


procedimentos técnicos para recolha de dados serão utilizados a pesquisa documental, a
pesquisa bibliográfica e o estudo de caso. A pesquisa documental vai facultar
informações da rede pública, como a carga necessária para energizar a região de estudo,
os custos e material necessários para o efeito. A pesquisa bibliográfica vai facultar fazer
consulta e utilização de outros projectos similares para aprimorar o estudo em questão,
por fim o estudo de caso vai facultar uma visão geral e minuciosa do estudo tanto a
nível da energia fotovoltaica bem como a nível da energia fornecida pela rede pública,
analisar a existência de viabilidade para implementação de um sistema fotovoltaico.

3.5. População de Amostra


No que diz respeito á população de pesquisa o estudo vai se focalizar nos sistemas
fotovoltaicos e seus componentes, quanto a sua viabilidade para geração de energia
fotovoltaica fora da rede, para tal serão observados os seguintes aspectos: Verificar as
cargas das residências de amostra, fazer comparação a nível de custos do fornecimento
de energia eléctrica pela rede pública e pelos sistemas fotovoltaicos, procurar saber a
sensibilidade das pessoas da região alvo no que diz respeito a apreciação ou não dos
sistemas fotovoltaicos.

3.6. Amostra

De acordo com Vergara (2010), amostra ou população amostral, é uma parte do


universo escolhida segundo algum critério de representatividade. Assim, a amostra
objetiva extrair um subconjunto da população que é representativo nas principais áreas
de interesse da pesquisa (ROESCH, 1999). Neste sentido, existem dois tipos de
amostras: probabilística (baseada em métodos estatísticos) e a não probabilística (não
baseada em métodos matemáticos, dependendo exclusivamente de critérios do
pesquisador). Da amostra probabilística são elencados os seguintes tipos:
 Aleatória simples: cada elemento da população tem uma determinada chance de
ser selecionado, de modo que cada membro da população tenha a mesma chance
de ser incluído na amostra (VERGARA, 2010; ROESCH, 1999; GIL, 2002).
 Amostragem sistemática: É uma variação da amostragem aleatória simples.
Sua aplicação requer que a população seja ordenada de modo tal que cada um de
seus elementos possa ser unicamente identificado pela posição (GIL, 2002).
 Amostragem estratificada: são selecionados estratos da população, dos quais,
se seleciona uma amostra de cada grupo, por exemplo, em termos de sexo,
idade, profissão e outras variáveis (VERGARA, 2010; ROESCH, 1999; GIL,
2002).
 Amostragem por conglomerados: é indicada em situações em que há
dificuldade na identificação de seus elementos, selecionam-se conglomerados
entendidos como empresas, edifícios, famílias, quarteirões, universidade e outros
elementos (ROESCH, 1999; GIL, 2002).
 Amostra por cotas: não se enquadra exatamente no padrão de amostra
aleatória, mas apresenta vantagens em termos de rapidez e economia (ROESCH,
1999).
 Amostra por blocos: não utiliza a escolha aleatória, mas, considerando uma
empresa com dez apartamentos, por exemplo, decide-se entrevistar todo o
pessoal dos apartamentos 1 e 5 (ROESCH, 1999).

Da amostra não probabilística são destacados os seguintes tipos:


 Por acessibilidade: seleciona elementos pela facilidade de acesso a eles
(VERGARA, 2010).
 Por tipicidade: constitui-se pela seleção de elementos que o pesquisador
considere representativos da população-alvo (VERGARA, 2010).

Para o desenvolvimento deste trabalho serão utilizadas como amostra 50


(cinquenta) residências da região alvo, utilizando-se a amostra probabilística
estratificada.

3.7. Técnicas de recolha de dados

Toda pesquisa implica o levantamento de dados de fontes diversas e os


instrumentos de coleta de dados devem estar correlacionados aos objetivos da
investigação, tendo assim, a finalidade de responder às questões de pesquisa
(VERGARA, 2010; MARCONI; LAKATOS, 1992).

3.7.1. Observação

A observação consiste em observar, notar e examinar fatos, fenômenos,


comportamentos e/ou atividades que sejam de interesse da pesquisa, constituindo-se em
um instrumento de coleta de dados que auxilia na identificação de aspectos da realidade
sobre os quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam seus
comportamentos (MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 190; CRESWELL, 2007, p. 190).

3.7.1.1. Tipos de observação

Observação assistemática – Quando a observação é feita de forma livre e sem


que seja feito qualquer planejamento prévio, muito útil para as etapas iniciais da
pesquisa no sentido de conhecer melhor o problema e definir hipóteses.

Observação sistemática – Este tipo de observação requer um planejamento para


o registro dos fenómenos a serem observados, anotados em documentos previamente
preparados, possibilitando o emprego de mensuração quantitativa.

Para o efeito será utilizada a observação sistemática tendo em conta que este
necessita planejamento e possibilita mensuração quantitativa.

3.7.2. Entrevista

Gil (2008, p. 109) afirma que a entrevista é uma forma de interação social
realizada na “forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes busca coletar dados
e a outra se apresenta como fonte de informação”.

3.7.2.1. Tipos de entrevista

Entrevista informal – Este tipo de entrevista é o menos estruturado possível e


só se distingue da simples conversação porque tem como objetivo básico a coleta de
dados. O que se pretende com entrevistas deste tipo é a obtenção de uma visão geral do
problema pesquisado, bem como a identificação de alguns aspectos da personalidade do
entrevistado.

Entrevista focalizada – A entrevista focalizada é tão livre quanto a anterior;


todavia, enfoca um tema bem específico. O entrevistador permite ao entrevistado falar
livremente sobre o assunto, mas, quando este se desvia do tema original, esforça-se para
a sua retomada. Este tipo de entrevista é bastante empregado em situações
experimentais, com o objetivo de explorar a fundo alguma experiência vivida em
condições precisas.

Entrevista por pautas – A entrevista por pautas apresenta certo grau de


estruturação, já que se guia por uma relação de pontos de interesse que o entrevistador
vai explorando ao longo de seu curso. As pautas devem ser ordenadas e guardar certa
relação entre si. O entrevistador faz poucas perguntas diretas e deixa o entrevistado falar
livremente à medida que refere às pautas assinaladas. Quando este se afasta delas, o
entrevistador intervém, embora de maneira suficientemente sutil, para preservar a
espontaneidade do processo.

Entrevista estruturada – A entrevista estruturada desenvolve-se a partir de


uma relação fixa de perguntas, cuja ordem e redação permanece invariável para todos os
entrevistados, que geralmente são em grande número. Por possibilitar o tratamento
quantitativo dos dados, este tipo de entrevista torna-se o mais adequado para o
desenvolvimento de levantamentos sociais.

Tipo de perguntas formulário

3.7.3. Questionário

Trata-se de um procedimento autoadministrado, no qual o próprio pesquisado


responde por escrito às perguntas recebidas (GIL, 2008, p. 113).

Tipos de questionário
Referências bibliográficas

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Disponível em https://energypedia.info/wiki/Situação da Eletricidade em
moçambique#Vis.C3.A3o Geral.

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Fortes, A. G. (01 de Janeiro de 2022). Energias Renováveis em Moçambique,
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https://www.solenerg.com.br/o-que-e-energia-solar-e-como-ela-gera-energia-
eletrica/

https://www.portalsolar.com.br/energia-solar-no-mundo (acessado a 28 de fevereiro


2022)
https://www.portalsolar.com.br/historia-e-origem-da-energia-solar (03/04)
https://pt.linkedin.com/pulse/funcionamento-de-um-painel-solar-luiz-carlos-rodrigues
(10/04)

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