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Boa Vista, RR
2022
JOHN KENNEDY COELHO PEREIRA
Boa Vista, RR
2023
JOHN KENNEDY COELHO PEREIRA
Boa Vista, RR
2022
AGRADECIMENTOS
Fico grato que haja espaço, num documento tão técnico quanto este, para algumas
palavras que destoam da linguagem utilizada durante o processo de escrita desta monografia.
Na verdade, fico feliz por chegar a este momento em que posso agradecer aos verdadeiros
responsáveis pelo êxito deste trabalho. Afinal temos uma vida fora do âmbito acadêmico, e este
caminho só seria possível graças a essas pessoas.
Agradeço primeiramente a minha Mãe, dona Eliane Coêlho, sendo ela o pilar que me deu
suporte desde o início da minha jornada escolar e agora acadêmica, me incentivou e apoiou em
todas as minhas decisões. Agradeço a minha Irmã Kelly Coêlho, apesar de mais nova, sempre
foi exemplo de dedicação e esforço, e nessa reta final este exemplo foi crucial para me manter
focado. Agradeço às duas pelo apoio incondicional;
Agradeço ao professor Prof. Dr. Fernando V. Cerna, pelos valorosos conselhos, lições,
por me orientar e ter acreditado na realização deste trabalho;
Agradeço aos amigos Rodrigo Damasceno, Janderson Gomes, Hellen Ferreira, Cristian
Alves, Kaique Matos, Adriano Nascimento, José Lucena, aos grupos de estudos do DRX, GEDS,
Laboratório e Monitoria de Física e por fim aos amigos de outros cursos e foram não citados, eu
sou grato por terem tornado essa jornada mais valorosa. Aos professores dos Departamentos de
Engenharia Elétrica, Física e Matemática por todo o ensinamento repassado durante este período.
Finalmente, agradeço aos membros da banca por terem aceitado ler este trabalho e
participar da banca de avaliação.
“Tanto ao lutar quanto na
vida cotidiana, você deve
ser determinado, ainda que
calmo. Vá de encontro à
situação sem tensão, mas
também sem desleixo, com
o espírito estável, mas sem
prejulgamentos.”
(Miyamoto Musashi)
RESUMO
Figura 1 –
Descrição do efeito fotovoltaico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Figura 2 –
Esquema simplificado de um sistema FV on-grid . . . . . . . . . . . . . . . 19
Figura 3 –
Parte de uma rede genérica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Figura 4 –
Diagrama do sistema padrão IEEE 34 nós . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Figura 5 –
Gráfico do perfil de tensão nas linhas do sistema IEEE 34 nós . . . . . . . . . 26
Figura 6 –
Diagrama do sistema IEEE 34 nós com localização dos sistemas fotovoltaicos 27
Figura 7 Gráfico do perfil de tensão nas linhas do sistema IEEE com GDFV 3 x
–
100kWp . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Figura 8 – Gráfico do perfil de tensão nas linhas do sistema IEEE com GDFV 3 x 60kWp 30
Figura 9 – Gráfico das perdas nas linhas do sistema IEEE ao longo de um dia . . . . . . 31
LISTA DE TABELAS
FV Fotovoltaica
GD Geração Distribuída
kW KiloWatt
MA Matriz de Admitância
MW MegaWatt
PC Power Conversion
PD Power Delivery
RN Resolução Normativa
pu Por Unidade
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMATIZAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.2 JUSTIFICATIVA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.3 OBJETIVO GERAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2 REFERÊNCIAL TEÓRICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.1 REDES DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA (RDEE) . . . . . . . . 15
2.1.1 PERDAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.1.2 DISTÚRBIOS NOS NÍVEIS DE TENSÃO . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.1.3 MEDIDAS MITIGADORAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.2 GERAÇÃO DISTRIBUÍDA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.2.1 ENERGIA FOTOVOLTAICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.2.2 ASPECTOS TÉCNICOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.2.3 LEGISLAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.2.4 IMPACTOS NAS RDEEs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.3 REPRESENTAÇÃO MATEMÁTICA DA RDEE . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.4 O OPENDSS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3 A RDEE IEEE DE 34 NÓS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.1 AS PERDAS TÉCNICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.2 O PERFIL DE TENSÃO NAS LINHAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
4.1 A RDEE IEEE 34 NÓS COM GDFV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
5 CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
APÊNDICE A Código utilizado para simular o sistema no OpenDSS com geração
distribuida fotovoltaica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
APÊNDICE B Código em python biblioteca de funções para utilização do OpenDSS
39
ANEXO A Código do OpenDSS da rede IEEE 34 nós . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
ANEXO B Código do OpenDSS para a simulação da rede IEEE 34 nós . . . . . . . 53
ANEXO C Código do OpenDSS das linhas da rede IEEE 34 nós . . . . . . . . . . . 55
12
1 INTRODUÇÃO
O sistema elétrico de potência (SEP) está formado por três grandes blocos, tais como
geração, transmissão e distribuição. Na geração, a produção de eletricidade é realizada pela
utilização dos diversos recursos disponíveis, dentre eles, água, combustível fóssil, gás, radiação
solar, vento, etc. A transmissão, por sua vez realiza o transporte da energia elétrica até as
subestações de distribuição, bem como para grandes consumidores. Finalmente, no bloco
da distribuição, a energia elétrica é transportada desde as subestações até os consumidores
finais. Assim, os consumidores utilizam a eletricidade para diversas finalidades, desde alimentar
máquinas nas fábricas, iluminar as ruas e possibilitar o acesso à informação pelas pessoas
(KAGAN; OLIVEIRA; ROBBA, 2005).
As redes de distribuição de energia elétrica (RDEEs) são de responsabilidade das con-
cessionárias de energia, elas têm como negócio fornecer energia elétrica aos consumidores em
diversos níveis de tensão. O serviço de distribuição de energia elétrica gera custos operacionais
para as concessionárias envolvendo variações de tensão ao longo da rede elétrica, além das
perdas de energia. Essas perdas podem ser classificadas em técnicas e não técnicas. As perdas
não técnicas estão relacionadas ao roubo de energia elétrica por meio de instalações elétricas
clandestinas, erros de medição, falta/defeito de medidores e à inadimplência de alguns consumi-
dores (LEITE, 2019). Neste trabalho serão analisadas as perdas técnicas e os distúrbios no perfil
de tensão, como mencionado a seguir.
As perdas técnicas estão relacionadas à dissipação da potência em forma de calor (efeito
Joule) como resultado da passagem de corrente elétrica por um material condutor (SILVA, 2017).
Essas perdas causam prejuízo financeiro às concessionárias, no entanto, não é possível reduzi-las
a zero. Reduzir as perdas na RDEE não é um objetivo puramente econômico, mas também
técnico, pois interfere na qualidade da energia entregue ao consumidor (BERNARDES, 2011).
Como parte da estratégia de redução das perdas e de diversificação da matriz energética, as
concessionárias promovem incentivos com base em regulamentações da Agência Nacional de
Energia Elétrica (ANEEL) para inclusão e desenvolvimento de Geração distribuída (GD) nas
RDEE (LIMA, 2017).
De acordo com o Módulo 1 - Glossário de Termos Técnicos do Manual de Regras e
Procedimentos de Distribuição (PRODIST), as centrais geradoras de energia elétrica (de qualquer
potência), com instalações conectadas diretamente em uma RDEE ou por meio de instalações de
consumidores são definidas como Geração Distribuída (GD) (ANEEL, 2021a).
Por intermédio da Resolução Normativa (RN) nº 482/2012 da ANEEL (2012) que
"Estabelece condições gerais para o acesso de micro geração e mini geração distribuída aos
Capítulo 1. INTRODUÇÃO 13
1.2 JUSTIFICATIVA
Como citado anteriormente, o transporte de energia na RDEE envolve perdas que causam
prejuízos à concessionaria. Devido a isso a ANEEL constantemente implementa metodologias
para reduzi-las, uma delas é o incentivo à GD; Além de entender e calcular as perdas é de
vital importância para esse processo. Portanto, o software OpenDSS se mostra apropriado para
estudo de cenários prospectivos por parte da concessionária de distribuição de energia. Esse fato
constitui a principal justificativa do presente trabalho.
2 REFERÊNCIAL TEÓRICO
2.1.1 PERDAS
As perdas totais na RDEE são obtidas subtraindo a energia elétrica total faturada pelos
consumidores do montante de energia elétrica fornecida pela concessionária. Assim, se obtém a
quantidade de energia classificada como perda. (BERNARDON et al., 2007).
As perdas totais compreendem as perdas técnicas, que são inerentes ao transporte de
energia, que provoca aquecimento dos cabos condutores, esse fenômeno é conhecido como efeito
Joule. E, as perdas não técnicas estão relacionadas a falhas nos equipamentos de medição, erros
no processo de faturamento, conexões ilegais à RDEE (PIOTROWSKI et al., 2021). Estima-se
numericamente as perdas técnicas por meio de sistemas computacionais. Atualmente, diversos
softwares permitem otimizar o cálculo dessas perdas, dentre os quais podem ser citados o
MATLAB e OpenDSS como os mais utilizados na literatura especializada. Há também diversos
trabalhos entre dissertações de mestrado e teses de doutorado visando o desenvolvimento de
metodologias para o cálculo de perdas técnicas.
No Brasil, o OpenDSS é o software definido pela ANEEL para o cálculo das perdas
técnicas nas RDEEs. Ele foi escolhido por, dentre outros fatores, já ter o recurso de inserção de
fontes de geração distribuída, uma vez que impactam na mitigação das perdas no sistema.
Capítulo 2. REFERÊNCIAL TEÓRICO 16
Algumas medidas conhecidas e aplicadas pelas concessionárias para mitigar esses proble-
mas são: recondutoramento, reconfiguração da rede, adição de bancos de capacitores ou gestão
de cargas (AMORA et al., 2003). Portanto, a GD se apresenta como mais uma possibilidade. O
presente trabalho irá abordar o impacto da GD nas perdas técnicas e no perfil de tensão nas barras.
Por sua vez, há no meio acadêmico divesos trabalhos e dissertações abordando os impactos da
GD em outros parâmetros (ADAM et al., 2018; LIMA, 2017; NORÕES, 2019) como fator de
potência e harmônicos e em diversos cenários da RDEE e de GD.
Pode-se reduzir as perdas técnicas a partir de uma unidade de GD, mas deve-se ter maior
atenção ao projeto quanto à potência instalada e a localização da unidade quando o objetivo é
puramente aproveitar o benefício da GD de reduzir as perdas (GUEDES, 2013).
Energias renováveis advêm de diversas fontes, tais como vento, sol, calor da terra,
biomassa. As fontes de energia renováveis são naturalmente um recurso distribuído, isso
possibilita a geração de energia em locais remotos sem a necessidade de transportar energia
até esses locais. Sob outra pespectiva, também significa que pode-se ter pequenas unidades
Capítulo 2. REFERÊNCIAL TEÓRICO 17
Um sistema fotovoltaico (FV) utiliza a incidência da luz solar para geração de energia
elétrica; Esse fenômeno é conhecido como efeito fotovoltaico (NORÕES, 2019). Esse efeito
consiste no aproveitamento da energia dos fótons presentes na luz solar, que incidindo sobre uma
placa composta de material semicondutor dopado para configurar uma junção P-N (Positivamente
carregada e Negativamente carregada), dá origem a um campo elétrico. Devido à energia dos
elétrons livres da camada tipo N, a energia dos fótons aumenta a energia dos elétrons, ocasionando
assim o surgimento de corrente elétrica que flui de forma a ocupar as lacunas da camada P assim,
conectando cabos condutores essa eletricidade gerada pode ser utilizada para alimentar uma
carga (NASCIMENTO, 2004), como ilustra a Figura 1.
FV, que podem variar de tamanho, potência, tecnologia, eficiência, e arranjo dos módulos.
Essas características vão depender do objetivo do projeto, localidade e orçamento. O bloco de
condicionamento de potência tem como equipamento principal o inversor de frequência; Ele
possui diversos papéis nesse sistema, mas o principal é o de converter a energia gerada nos
módulos, de corrente continua para corrente alternada, que é o padrão da rede de distribuição em
que deverá ser conectado. A partir das características em torno do bloco gerador, se define as do
bloco de condicionamento de potência.
Para conexão na RDEE, o sistema de geração FV deve ser projetado como um sistema
ON-GRID. O sistema ilustrado na figura 2 mostra que os módulos FV instalados no telhado
residêncial estão sendo atingidos por luz solar. Eles são conectados ao inversor que por sua vez é
conectado ao quadro de distribuição de energia elétrica da residência.
2.2.3 LEGISLAÇÃO
Fonte: Autor.
Com a presença de GD, a potência pode seguir um fluxo bidirecional dentro da RDEE.
Esse fluxo traz consigo novos desafios na operação e proteção da rede. Além disso, a inserção em
larga escala da GD pode impactar negativamente na operação da RDEE. Conforme Morais (2020),
as barras do sistema com presença de GDFV apresentam melhorias nos níveis de tensão e de
consumo de potência, reduzindo sobrecargas da rede e assim melhorando os níveis de tensão. Por
outro lado, foi observada a redução do fator de potência da RDEE à medida que esses sistemas
foram adicionados, esses sistemas normalmente trabalham com fator de potência unitário,
demandando da RDEE o reativo necessário para o funcionamento dos equipamentos da unidade
consumidora. O baixo fator de potência geralmente está associado a quatidades elevadas de
energia reativa demandada da RDEE, o que resulta no aumento da corrente, como consequência
sobrecarrega o sistema, causando incremento nas perdas, quedas de tensão, subutilização da
capacidade instalada (SILVA, 2009).
Seja a figura 3, na qual são representadas as ligações de uma barra "i"genérica com as
demais barras da rede (inclusive a barra de referências). Aplica-se a definição para o cálculo da
i-ésima coluna da matriz Y, ou seja, aplicação de gerador de tensão de 1 pu na barra "i"e demais
barras curto-circuitadas para a referência (KAGAN; OLIVEIRA; ROBBA, 2005).
Capítulo 2. REFERÊNCIAL TEÓRICO 21
• a admitância de transferência entre dois nós é dada pela adminitância existente entre os
dois nós, com sinal negativo.
Para o caso da rede com admitâncias mútuas, pode ser montada a matriz de admitâncias
nodais de forma análoga, desde que os elementos com mútuas sejam tratados como blocos
representados pelas suas correspondentes matrizes de impedâncias e admitâncias dos elementos
de rede.
A relação entre a matriz de admitância nodal, tensões nodais e correntes injetadas é
apresentada na Equação 2.3.
I˙1 Ȳ11 · · · Ȳ1i · · · Ȳ1n V˙1
. . .. .. .
.. .. ··· . ··· . .
.
˙
Ii = Ȳi1 · · · Ȳii · · · Ȳin × V̇i (2.3)
. . . .
.
. .
. . · · · .. · · · .. ..
I˙n Ȳn1 · · · Ȳni · · · Ȳnn V˙n
2.4 O OPENDSS
energia como cargas e geradores. Existem ainda os elementos de suporte tais como elementos de
controle e medição (SEXAUER, 2016). Para conectar esses elementos, no momento em que são
definidos é necessário declarar a qual nó de qual barra ele está conectado; o OpenDSS cria por
consequência a barra com os nós necessários.
O OpenDSS possui dois algoritimos para a solução do fluxo de potência, sendo um
chamado de Normal e outro chamado de Newton (apesar do nome, não é igual ao método de
Newton Raphson clássico). O algoritmo utilizado neste trabalho foi o Normal, por ser o método
de solução padrão do software.
O método utilizado pelo OpenDSS, trabalha montando uma MA nodal individual para
cada elemento da rede, chamada de MA nodal primitiva. Por sua vez, as matrizes de admitância
nodal primitivas de todos os elementos da rede são combinadas para criar uma MA nodal do
sistema inteiro.
Como o OpenDSS trabalha no domínio da frequência, as tensões e correntes se encontram
em Regime Permanente Senoidal (RPS). Logo, as grandezas elétricas são trabalhadas na forma
fasorial, resultando em um sistema de equações algébricas a serem resolvidas por diferentes
métodos. Porém, o método de solução do OpenDSS difere dos mais tradicionais (Newton-Rapson
e Gauss-Seidel), pois não utiliza diretamente os dados de potências injetadas no sistema. O
sistema de equações trabalha diretamente sobre a MA nodal do sistema, ou seja, com os fasores
de tensões nodais e correntes injetadas. Vale citar que, no processo de solução, o OpenDSS
utiliza valores atuais de tensão e corrente. Valores por unidade (pu) e componentes simétricas
podem ser utilizados somente como dados de entrada e saída do programa (ROCHA; RADATZ,
2017).
23
Para este trabalho foi utilizado o sistema padronizado pelo IEEE cujo diagrama está
exposto na figura 3. Esse modelo foi concebido em 1992, para servir de referência e comparação
entre os diversos softwares de análise de RDEE. O OpenDSS já contém em sua biblioteca o
código para esse sistema e para o desenvolvimento do trabalho proposto foi modificado com a
inserção de sistemas GDFV.
Fonte: Autor.
No gráfico da figura 5 cada reta representa uma fase de cada linha da RDEE, linhas
conectadas uma após a outra, dão continuidade ao nível de tensão da linha a montante, a exemplo,
a linha que conecta o nó 812 ao 814 é a Linha 6, e a montante a reta representa a queda da
Linha 5 que conecta o nó 808 ao nó 812. As retas que decrescem abaixo do limite inferior de
queda de tensão (identificado pela reta vermelha em 0.95pu) são: Linha 6 (identificada na figura,
sendo a primeira cuja a queda rompe o limite inferior); e Linha 32 (linha que conecta os nós
888 e 890). Como esperado, há queda de tensão ao longo dos ramos do sistema, vale lembrar
que o limite inferior estabelecido pela norma é de 0.95 Por Unidade (pu). Pretende-se observar
mudanças nesses perfis mediante a inserção de sistemas fotovoltaicos em pontos predefinidos.
Capítulo 3. A RDEE IEEE DE 34 NÓS 26
Fonte: Autor.
27
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 6 – Diagrama do sistema IEEE 34 nós com localização dos sistemas fotovoltaicos
Figura 7 – Gráfico do perfil de tensão nas linhas do sistema IEEE com GDFV 3 x 100kWp
Fonte: Autor.
P erdassemGD − P erdascomGD
∗ 100% (4.1)
P erdassemGD
Tabela 2 – Relatório de Perdas ativas após a inserção dos sistemas de GDFV (Continuação).
Elemento Perdas ativas (kW)
Linha 5 40,38577
Linha 6 32,13064
Linha 7 0,01475
Linha 8 0,15237
Linha 9a 5,92062
Linha 9b 5,88256
Linha 10a 2,16622
Linha 10b 1,40077
Linha 11a 0,40579
Linha 11b 0,00001
Linha 12a 0,00771
Linha 12b 0,00
Linha 13a 0,45639
Linha 13b 0,45387
Linha 14a 11,04847
Linha 14b 10,95007
Linha 15 0,52175
Linha 16a 1,26277
Linha 16b 1,22585
Linha 17a 0,10354
Linha 17b 0,03864
Linha 18 0,06516
Linha 19a 0,00148
Linha 19b 0,00026
Linha 20 0,00043
Linha 21a 0,15700
Linha 21b 0,15535
Linha 22a 0,16419
Linha 22b 0,16850
Linha 23a 0,02445
Linha 23b 0,02502
Linha 24 0,45734
Linha 25 0,00866
Linha 26a 0,0005
Linha 26b 0,00003
Continua na próxima página...
Capítulo 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 30
Tabela 2 – Relatório de Perdas ativas após a inserção dos sistemas de GDFV (Continuação).
Elemento Perdas ativas (kW)
Linha 27 36,79233
Linha 28a 0,00001
Linha 28b 0,00
Linha 29a 1,45274
Linha 29b 1,37086
Linha 30a 0,02805
Linha 30b 0,01074
Linha 31a 0,00380
Linha 31b 0,00
Linha 32 18,79772
Total 213,8
Fonte: Autor.
Figura 8 – Gráfico do perfil de tensão nas linhas do sistema IEEE com GDFV 3 x 60kWp
Fonte: Autor.
Figura 9 – Gráfico das perdas nas linhas do sistema IEEE ao longo de um dia
Fonte: Autor.
A presença de GD nas RDEE tende a crescer com as possibilidades de redução das perdas
técnicas e melhoras no nível de tensão da rede. A intermitência da GDFV ainda é um ponto a ser
trabalhado.
32
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
EIA. International - U.S. Energy Information Administration. U.S. Energy Information Ad-
ministration, 2022. Acessado em: 13 de jul. 2022. Disponível em: <https://www.eia.gov/
international/data/world/electricity/electricity-generation>. Citado na página 17.
EPE. Plano Decenal de Expansão de Energia 2026. [S.l.]: Empresa de Pesquisa Energética,
2017. Citado na página 13.
EPE. Painel de Dados de Mini e Microgeração. Empresa de Pesquisa Energética, 2022. Aces-
sado em: 18 de jul. 2022. Disponível em: <http://shinyepe.brazilsouth.cloudapp.azure.com:
3838/pdgd/>. Citado na página 17.
EPRI. The Open Distribution System Simulator (OpenDSS). In: . Eletric Power Research
Institute, 2021. Acessado em: 20 de jul. 2022. Disponível em: <https://sourceforge.net/projects/
electricdss/files/OpenDSS/OpenDSSManual.pdf/download>. Citado na página 21.
GONEN, T. Electric Power Distribution Engineering. [S.l.]: CRC Press-Taylor & Francis Group,
2014. Citado na página 17.
REFERÊNCIAS 34
ZILLES, R. et al. Sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica. [S.l.]: Oficina de textos,
2016. Citado na página 17.
REFERÊNCIAS 36
APÊNDICES
37
44 dss.text("Buscoords IEEE34_BusXY.csv")
45 functions.show(dss)
46 dss.text("Set Controlmode=ON")
47 dss.text("Set MarkTransformers=yes")
48 dss.text("Interpolate")
49 dss.text("Plot profile phases=all")
50 dss.text("plot circuit Power max=2000 y y C1=$00FF0000 1ph=3")
39
1 def definir_baterias_3ph(dss,bus,kv,kw,kwrated,kwhrated):
2 dss.text("New Storage.Battery_{} phases=3 Bus1={} kV={}
3 kW={} kWrated={} kWhrated={}".format(bus,bus,kv,kw,kwrated,kwhrated))
4 #adicionando painéis em 3ph
5 def definir_3ph_pvsystem_com_trafo(dss,bus,kv,kva,pmpp):
6 dss.text("New line.PV_{} phases=3 bus1={} bus2=PV_sec_{}
7 switch=yes".format(bus, bus, bus))
8 dss.text("New transformer.PV_{} phases=3 windings=2
9 buses=(PV_sec_{}, PV_ter_{}) conns=(wye, wye) kVs=({},0.48)
10 xhl=5.67 %R=0.4726 kVAs=({}, {})".format(bus, bus, bus, kv * 1.73, kva, kva))
11
12 dss.text("makebuslist")
13 dss.text("setkVBase bus=PV_sec_{} kVLL={}".format(bus, kv))
14 dss.text("setkVBase bus=PV_ter_{} kVLL=0.48".format(bus))
15
16 dss.text("New XYCurve.MyPvsT npts=4 xarray=[0 25 75 100]
17 yarray=[1.2 1.0 0.8 0.6]")
18 dss.text("New XYCurve.MyEff npts=4 xarray=[.1 .2 .4 1.0]
19 yarray=[.86 .9 .93 .97]")
20 dss.text("New Loadshape.MyIrrad npts=24 interval=1
21 mult=[0 0 0 0 0 0 .1 .2 .3 .5 .8 .9 1.0 1.0 .99 .9 .7
22 .4 .1 0 0 0 0 0]")
23 dss.text("New Tshape.MyTemp npts=24 interval=1
24 temp=[25, 25, 25, 25, 25, 25, 25, 25, 35, 40, 45, 50 60 60
25 55 40 35 30 25 25 25 25 25 25]")
26 dss.text(
27 "New PVSystem.PV_{} phases=3 conn=wye bus1=PV_ter_{} kV=0.48
28 kVA={} Pmpp={} pf=1 %cutin=0.00005 %cutout=0.00005 VarFollowInverter=yes"
29 " effcurve=Myeff P-TCurve=MyPvsT Daily=MyIrrad
30 TDaily=MyTemp".format(bus, bus, kva, pmpp))
31 dss.text("New monitor.PV_{}V element=transformer.PV{}
32 terminal=2 mode=0".format(bus, bus))
33 dss.text("New monitor.PV_{}P element=transformer.PV{}
34 terminal=2 mode=1 ppolar=no".format(bus, bus))
35 dss.text("New monitor.PV_{}M element=PVSystem.PV{}
36 terminal=1 mode=3".format(bus, bus))
37 #aerogeradores 3ph simplificado
38 def definir_3ph_aerogerador_sem_trafo(dss,bus,kv,kw,kvar):
39 dss.text("New LoadShape.Aero{} npts=24 interval=1
40 mult=[0.75 0.8 0.8 0.75 0.7 0.6 0.55 0.5 0.5 0.45 .4 .35
41 0.35 0.3 0.3 0.3 0.35 .35 0.5 0.4 0.5 0.55 0.65 0.7]"
42 .format(bus))
43 dss.text("New generator.Aero{} bus1={} phases=3 kv={}
APÊNDICE B. Código em python biblioteca de funções para utilização do OpenDSS 40
93 pc = dss.monitors_channel(5)
94 qc = dss.monitors_channel(6)
95 # plotando o gráfico
96 pt = np.array(pa) + np.array(pb) + np.array(pc)
97 qt = np.array(qa) + np.array(qb) + np.array(qc)
98 plt.plot(range(1, len(pt) + 1), pt, "g", label='P')
99 plt.plot(range(1, len(pt) + 1), qt, "d", label='Q')
100 plt.title("Potência ativa e reativa diária")
101 plt.legend()
102 plt.xlabel("kW, kvar")
103 plt.ylabel("Hora")
104 plt.xlim(1, pontos)
105 plt.grid(True)
106 plt.show()
107 def plotar_grafico_3ph(dss,medidor,np,plt):
108 dss.monitors_write_name("{}".format(medidor))
109 pa = dss.monitors_channel(1)
110 qa = dss.monitors_channel(2)
111 pb = dss.monitors_channel(3)
112 qb = dss.monitors_channel(4)
113 pc = dss.monitors_channel(5)
114 qc = dss.monitors_channel(6)
115 # plotando o gráfico
116 plt.plot(range(1, len(pa) + 1), pa, "k", label='Pa')
117 plt.plot(range(1, len(pb) + 1), pb, "r", label='Pb')
118 plt.plot(range(1, len(pc) + 1), pc, "g", label='Pc')
119 plt.plot(range(1, len(qa) + 1), qa, "k", label='Qa')
120 plt.plot(range(1, len(qa) + 1), qb, "r", label='Qb')
121 plt.plot(range(1, len(qa) + 1), qc, "g", label='Qc')
122 plt.title("Potência ativa e reativa diária")
123 plt.legend()
124 plt.xlabel("kW, kvar")
125 plt.ylabel("Hora")
126 plt.xlim(1, 24)
127 plt.grid(True)
128 plt.show()
129 def grafico_barra(plt,x,y):
130 plt.bar(x,y,color="red")
131 plt.xticks(x)
132 plt.ylabel("Perdas")
133 plt.xlabel("Linhas")
134 plt.title("Perdas nas linhas (kw)")
135 plt.show()
136 def grafico_barra_horizontal(plt,x,y):
137 plt.barh(x,y,color="red")
138 plt.ylabel("Perdas")
139 plt.xlabel("Linhas")
140 plt.title("Perdas nas linhas (kw)")
141 plt.show()
APÊNDICE B. Código em python biblioteca de funções para utilização do OpenDSS 42
ANEXOS
45
Clear
New object=circuit.ieee34-2
~ basekv=69 pu=1.05 angle=30 mvasc3=200000
!stiffen up a bit over default
! Capacitors
New Capacitor.C844 Bus1=844 Phases=3 kVAR=300 kV=24.9
New Capacitor.C848 Bus1=848 Phases=3 kVAR=450 kV=24.9
! Regulator 2
new transformer.reg2a phases=1 windings=2 buses=(852.1 852r.1)
conns='wye wye' kvs="14.376 14.376" kvas="2000 2000" XHL=.01
~ wdg=1 %r=.0001 wdg=2 %r=.0001 ppm=0
new regcontrol.creg2a transformer=reg2a winding=2 vreg=124
band=2 ptratio=120 ctprim=100 R=2.5 X=1.5 delay=30
new transformer.reg2b phases=1 windings=2 buses=(852.2 852r.2)
conns='wye wye' kvs="14.376 14.376" kvas="2000 2000" XHL=.01
~ wdg=1 %r=.0001 wdg=2 %r=.0001 ppm=0
new regcontrol.creg2b transformer=reg2b winding=2 vreg=124
band=2 ptratio=120 ctprim=100 R=2.5 X=1.5 delay=30
new transformer.reg2c phases=1 windings=2 buses=(852.3 852r.3)
conns='wye wye' kvs="14.376 14.376" kvas="2000 2000" XHL=.01
~ wdg=1 %r=.0001 wdg=2 %r=.0001 ppm=0
new regcontrol.creg2c transformer=reg2c winding=2 vreg=124
band=2 ptratio=120 ctprim=100 R=2.5 X=1.5 delay=30
! spot loads
New Load.S860 Bus1=860 Phases=3 Conn=Wye
Model=1 kV= 24.900 kW= 60.0 kVAR= 48.0
New Load.S840 Bus1=840 Phases=3 Conn=Wye
Model=5 kV= 24.900 kW= 27.0 kVAR= 21.0
New Load.S844 Bus1=844 Phases=3 Conn=Wye
Model=2 kV= 24.900 kW= 405.0 kVAR= 315.0
New Load.S848 Bus1=848 Phases=3 Conn=Delta
Model=1 kV= 24.900 kW= 60.0 kVAR= 48.0
New Load.S830a Bus1=830.1.2 Phases=1 Conn=Delta
Model=2 kV= 24.900 kW= 10.0 kVAR= 5.0
New Load.S830b Bus1=830.2.3 Phases=1 Conn=Delta
Model=2 kV= 24.900 kW= 10.0 kVAR= 5.0
New Load.S830c Bus1=830.3.1 Phases=1 Conn=Delta
Model=2 kV= 24.900 kW= 25.0 kVAR= 10.0
New Load.S890 Bus1=890 Phases=3 Conn=Delta
ANEXO A. Código do OpenDSS da rede IEEE 34 nós 50
Load.d816_824b.vminpu=0.85 daily=default
Load.d824_826b.vminpu=0.85 daily=default
Load.d824_828c.vminpu=0.85 daily=default
Load.d828_830a.vminpu=0.85 daily=default
Load.d854_856b.vminpu=0.85 daily=default
Load.d832_858a.vminpu=0.85 daily=default
Load.d832_858b.vminpu=0.85 daily=default
Load.d832_858c.vminpu=0.85 daily=default
Load.d858_864a.vminpu=0.85 daily=default
Load.d858_834a.vminpu=0.85 daily=default
Load.d858_834b.vminpu=0.85 daily=default
Load.d858_834c.vminpu=0.85 daily=default
Load.d834_860a.vminpu=0.85 daily=default
Load.d834_860b.vminpu=0.85 daily=default
Load.d834_860c.vminpu=0.85 daily=default
Load.d860_836a.vminpu=0.85 daily=default
Load.d860_836b.vminpu=0.85 daily=default
Load.d860_836c.vminpu=0.85 daily=default
Load.d836_840a.vminpu=0.85 daily=default
Load.d836_840b.vminpu=0.85 daily=default
Load.d862_838b.vminpu=0.85 daily=default
Load.d842_844a.vminpu=0.85 daily=default
Load.d844_846b.vminpu=0.85 daily=default
Load.d844_846c.vminpu=0.85 daily=default
Load.d846_848b.vminpu=0.85 daily=default
! Allow the DSS to estimate the voltage bases from this list
Set VoltageBases = [69, 24.9, 4.16, 0.48]
CalcVoltageBases
53
!--------------------------------------------------------\\
! Script to run IEEE 34-bus Test Feeder Mod 2
!--------------------------------------------------------\\
!
! change the path to the appropriate location on your computer.
Compile ieee34Mod2.dss
set maxcontroliter=300
solve
Buscoords IEEE34_BusXY.csv
Set MarkTransformers=yes
!// let OpenDSS compute coordinates for
!the mid points (not in the buscoords file)
Interpolate ! requires an energyMeter
!plot circuit Power max=2000 y y C1=\$00FF0000 1ph=3
!--------------------------------------------\\
!--------2nd Run Script for 34-bus Test Case-\\
!--------------------------------------------\\
Compile ieee34Mod2.dss
set maxcontroliter=300
solve