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BRASIL AIC

MINISTÉRIO DA DEFESA – COMANDO DA AERONÁUTICA N


DEPARTAMENTO DE CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO 17 /22
Av. General Justo, 160 – CEP 20021-130 – Rio de Janeiro/RJ 07 JUL 22
http://www.decea.gov.br

MUDANÇA DA FREQUÊNCIA BASE VHF DATA LINK NO BRASIL

Período de vigência: 07 JUL 2022 a PERM.

1 DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

1.1 FINALIDADE
Esta AIC tem por finalidade divulgar aos usuários de Data Link no Brasil
informações sobre a migração da Frequência Base VHF no Brasil de 131,550MHz para
131,825MHz, prevista para setembro de 2023.

1.2 ÂMBITO
Esta Circular se aplica a todos os usuários que utilizam serviços Data Link por
VHF no Brasil.

1.3 DEFINIÇÕES E ABREVIATURAS

1.3.1 DEFINIÇÕES

1.3.1.1 DATA LINK


Meio de comunicação que possibilita a troca de mensagens digitais entre
aeronaves e sistemas em solo

1.3.2 ABREVIATURAS

ACARS - Sistema de Comunicação e Relatório de Aeronaves (do inglês, Aircraft


Communications Addressing and Reporting System)
CSC - Canal de Sinalização Comum

OEM - Fabricante de Equipamento Original (do inglês, Original Equipment


Manufacturer)
POA - ACARS convencional (do inglês, Plain Old ACARS)
VDL - Link VHF Digital (do inglês, VHF Digital Link)
VHF - Frequência Muito Alta (do inglês, Very High Frequency)

2 DISPOSIÇÕES GERAIS

2.1 Os serviços de Data Link no Brasil fazem parte de um Contrato de Concessão do


Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) com a SITA. Sob esta concessão, a
SITA implementou e opera um Processador Data Link dedicado e as estações terrestres que
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cobrem o espaço aéreo brasileiro. Para a operação do Plain Old ACARS (POA), foi adotada a
frequência base VHF de 131,550MHz, conforme atribuído pelo DECEA.

2.2 À medida que a implantação das estações terrestres brasileiras aumentou, a cobertura ao
longo das regiões de fronteira tornou-se mais densa. Consequentemente, as transmissões em
131,550MHz estão sendo captadas pelas estações terrestres brasileiras operadas pela SITA,
bem como pelas estações terrestres operadas pela Rockwell Collins, que utilizam
131,550MHz como sua Frequência Base na América do Sul, resultando em degradação do
serviço.

2.3 Para resolver este problema e melhorar o desempenho do serviço Data Link nas regiões de
fronteira do Brasil, o DECEA e a SITA trabalharam em conjunto para estabelecer uma nova
frequência base VHF. O DECEA, como Autoridade Aeronáutica Brasileira, atribuiu a
frequência 131,825MHz como a nova frequência VHF Base para o Brasil.

3 DISPOSIÇÕES ESPECÍFICAS

3.1 IMPLEMENTAÇÃO

3.1.1 Conforme coordenado com o DECEA, a SITA migrará a frequência base VHF, para
todos os sites VHF do Brasil, de 131,550MHz para 131,825MHz, em 09 de setembro de 2023.

3.1.2 A lista atualizada de estações terrestres foi distribuída em 21 de agosto de 2021 pela
SITA aos fornecedores de aviônicos e fabricantes de estruturas de aeronaves, adicionando a
nova frequência de 131,825MHz além da atual frequência de 131,550MHz, para que os
bancos de dados geográficos correspondentes possam ser atualizados para incluir ambas as
frequências em suas próximas versões.

 AIRBUS  Garmin
 BOEING  Honeywell
 Collins Cedar Rapids  Spectralux
 Collins Toulouse  Universal

3.1.3 A SITA realizará a mudança da antiga (131,550MHz) para a nova (131,825MHz)


frequência Base em 09 de setembro de 2023, sem sobreposição, ou seja, as duas frequências
base (atual e nova) não serão suportadas simultaneamente em nenhuma estação VHF no
Brasil.

3.1.4 Assim que a migração for concluída, a SITA atualizará novamente sua lista de estações
terrestres junto aos fornecedores de aviônicos e fabricantes de aeronaves para remover a
frequência de 131,550 MHz, de modo que nas versões de banco de dados geográfico lançadas
após setembro de 2023, apenas a frequência VHF base 131,825 MHz esteja disponível para as
estações VHF brasileiras.

NOTA: Não há alteração na frequência do Canal de Sinalização Comum VDL (CSC)


brasileiro de 136,975 MHz.

3.2 AÇÕES PARA OS OPERADORES DE AERONAVES

3.2.1 É necessária uma ação para garantir que todos os aviônicos da aeronave estejam
configurados adequadamente para operar com a nova frequência Base no Brasil antes de
setembro de 2023.
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NOTA: É recomendado entrar em contato com o fabricante ou fornecedor de aviônicos,


independentemente de seus aviônicos usarem Filtros Geográficos ou uma Tabela
Verificação Plana (Flat Scan Table), para verificar quais mudanças são necessárias
nos aviônicos da aeronave para suportar a implementação da nova frequência Base
no Brasil.

3.2.2 AVIÔNICOS COM TABELA DE VERIFICACÃO PLANA (FLAT SCAN TABLE)

3.2.2.1 Os aviônicos de aeronaves que usam uma Tabela de Verificação Plana normalmente
têm uma lista de frequências VHF mundiais e suas respectivas identificações de Provedor de
Serviço associadas. Cada frequência na lista pode ser habilitada ou desabilitada.

3.2.2.2 Mesmo que a frequência 131,825MHz esteja presente na tabela de varredura do


aviônico, ela está atualmente associada a um Provedor de Serviço com identificador XA e,
portanto, não permitirá que a aeronave use de forma confiável o serviço Data Link no Brasil,
porque ele requer o uso do Provedor de Serviço com identificador XB, que é o código
atribuído à rede Data Link do DECEA, operada pela SITA.

3.2.3 AVIÔNICOS COM FILTROS GEOGRÁFICOS

3.2.3.1 Alguns aviônicos de aeronaves usam filtros geográficos (Geo-filtros) e apenas


determinadas frequências são configuradas para serem usadas em determinadas localizações
geográficas. Essa abordagem permite que o cliente selecione o Provedor de Serviços por área
geográfica especificada. Assim, as aeronaves que utilizam Geo-Filtros precisam ter esses
filtros atualizados para incluir a frequência 131,825MHz na delimitação geográfica do Brasil.

3.2.3.2 Alguns Geo-Filtros de aviônicos só permitem que o usuário especifique uma


frequência VHF por geografia. Se o Geo-Filtro for atualizado com antecedência a aeronave
não poderá usar o serviço Data Link por VHF até que a migração de frequência seja
concluída. Por outro lado, se o Geo-Filter for atualizado após a migração da frequência base, a
aeronave ficará sem comunicação (NO COMM) na frequência VHF desde o momento da
migração até o momento da atualização do aviônico. Se a aeronave possuir aviônicos desse
tipo, o operador deverá entrar em contato com o fabricante ou fornecedor de aviônicos e
estabelecer um plano de atualização do aviônico que minimize os impactos para as operações.

3.2.3.3 Se a aeronave também for equipada e estiver configurada para utilizar a frequência
VDL no Brasil ou estiver equipada e configurada para uso de SATCOM ela poderá utilizar
esses outros meios de comunicação Data Link até que seja concluída a migração e atualização
do aviônico.

3.2.3.4 Geo-Filtros que permitem duas frequências por região podem ser atualizados antes da
migração para incluir 131,50MHz e 131,825MHz. Nesse caso, a aeronave poderá usar
qualquer uma das frequências, não havendo impacto no serviço Data Link via VHF. Os
operadores de aeronaves que possuem aviônicos com Geo-Filtros com duas frequências
precisarão entrar em contato com seu fabricante ou fornecedor de aviônicos e garantir que se
obtenha uma cópia do banco de dados atualizado e que ele seja carregado na aeronave com
antecedência para garantir que o banco de dados atualizado seja carregado antes setembro de
2023.
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4 DISPOSIÇÕES FINAIS

4.1 Críticas e/ou sugestões são bem-vindas e deverão ser enviadas via Fale Conosco – SAC-
DECEA, na Internet, em www.decea.mil.br, ou na Intraer, em www.decea.intraer.

4.2 Os casos não previstos serão resolvidos pelo Senhor Chefe do Subdepartamento Técnico
do DECEA.

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