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Ministério da Defesa
AIC AIC
N 09/23
Comando da Aeronáutica
Departamento de Controle do
Espaço Aéreo – DECEA
Brasil
Data de publicação
Av. Gen. Justo, 160
CEP 20021-130
13MAR23
Rio de Janeiro, RJ – Brasil AFS: AIM || Brasil
SBRJZXIC
http://www.decea.mil.br
1 DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
1.1 FINALIDADE
1.2 ÂMBITO
1.3 ABREVIATURAS
4DT Trajetórias 4D
FL Nível de Voo
1.4 CONCEITUAÇÕES
b) FANS 1/A ADS-C significa que a aeronave está de acordo com a aplicação
ADS-C, mas não inclui a aplicação CPDLC.
2 A CPDLC
2.1 A CPDLC é o meio de comunicação entre os controladores de tráfego aéreo e pilotos por
meio de enlace de dados para as comunicações ATC. A CPDLC inclui uma série de mensagens,
em formato textual, de autorização, informação e requisição, que correspondem à fraseologia
padrão utilizada na radiotelefonia.
2.2 A CPDLC é identificada pela OACI como um dos habilitadores para o desenvolvimento de
modernos conceitos de gerenciamento de tráfego aéreo (como as Operações Baseadas em
Trajetória – TBO e as Trajetórias 4D – 4DT), para garantir a manutenção da segurança nas
operações aéreas e viabilizar maior ordenamento, previsibilidade, fluidez, agilidade.
3.1 A CPDLC é empregada na FIR Atlântico, como meio primário de comunicação, desde
2009.
3.5 O emprego da CPDLC em espaço aéreo continental não é mandatório, entretanto, dados os
ganhos operacionais esperados, o DECEA estimula fortemente a capacitação da frota e a
utilização da aplicação.
3.6 Uma vez que o meio primário para comunicação nos espaços aéreos indicados em 3.3 e 3.4
é o VHF, a CPDLC é utilizada como um meio adicional sem afetar os mínimos de separação
aplicáveis.
4.1 Com vistas a melhorar, continuamente, a prestação dos serviços de tráfego aéreo no Brasil,
O DECEA planeja tornar a CPDLC operacional na FIR Brasília, a partir de junho de 2023, e na
FIR Curitiba, até o final de 2024 (Figura1).
Figura 1 - Plano de operacionalização da CPDLC no espaço aéreo continental brasileiro
4.2 A operacionalização da CPDLC nas FIR Brasília e Curitiba foi planejada em fases para
permitir a ambientação gradativa de ATCO e tripulações à utilização do sistema, bem como a
verificação do comportamento da operação antes da implementação generalizada.
4.5 As datas para o início de cada uma das fases serão divulgadas por meio de NOTAM.
4.6 Não haverá diferenças nas características operacionais ou técnicas entre as Fases, sendo
aplicáveis todas as mensagens CPDLC conforme previsto no MCA 100-23.
5 ASPECTOS TÉCNICOS
5.1 A CPDLC é provida por meio de uma infraestrutura terrestre de comunicações operada pela
Empresa SITA, por meio da rede ACARS pelo sistema de enlace de dados FANS 1/A,
utilizando as sub-redes VDL Modo 2, VDL Modo A e SATCOM em todo o espaço aéreo
brasileiro acima do FL250, inclusive.
NOTA 1: Somente conseguirão estabelecer conexão CPDLC as aeronaves equipadas com
aviônicos compatíveis com as tecnologias descritas acima.
NOTA 2: No espaço aéreo continental brasileiro, a conexão CPDLC somente será possível se
a aeronave com capacidade CPDLC estiver cadastrada na rede da Empresa SITA.
NOTA 3: Operadores que possuem contrato com outro CSP deverão verificar com seu
provedor sobre a interoperabilidade entre o serviço contratado e o serviço da
Empresa SITA.
6 ASPECTOS OPERACIONAIS
6.1 A CPDLC estará disponível em todo o espaço aéreo continental brasileiro, de acordo com
o item 4 desta Circular.
NOTA: Uma vez que no espaço aéreo brasileiro não se aplica o conceito PBCS, não há
estipulação de RCP.
6.2 A CPDLC somente será empregada no espaço aéreo continental brasileiro em que esteja
sendo provido o serviço de vigilância ATS. Caso ocorra a perda de visualização de uma
aeronave, esta passará a receber o provimento do ATS por meio de comunicações por
voz, porém não será necessário interromper a conexão CPDLC.
6.3 No espaço aéreo continental, a conexão ADS-C não é necessária, por haver cobertura de
sistema de Vigilância ATS. Os operadores de aeronaves devem orientar suas tripulações, de
acordo com seus padrões operacionais, acerca da manutenção ou desconexão da ADS-C nesse
espaço aéreo.
6.4 A CPDLC será utilizada como meio adicional à comunicação por voz e não deve ser
utilizada em situações críticas em relação ao tempo de resposta. Neste caso, o uso da voz deverá
ser priorizado. Qualquer situação que exija uma pronta resposta de qualquer uma das partes
deverá ser comunicada por meio do VHF.
NOTA: Para situações de urgência (PAN PAN) ou emergência (MAYDAY) deverá ser
priorizado o uso da comunicação por voz. No entanto, a tripulação pode usar a
CPDLC para comunicações de emergência se julgar mais conveniente ou se o
contato por voz não puder ser estabelecido.
6.6 Antes de ingressar em um setor ou FIR com CPDLC, a tripulação será orientada, por voz
ou por mensagem CPDLC, a realizar o contato inicial com o órgão de controle subsequente, a
fim de garantir que a tripulação realizou a troca de frequências e que a transferência de
comunicações foi efetivada. Após o contato inicial, a comunicação CPDLC deverá ser mantida,
exceto se o ATC instruir diferentemente.
7 PLANO DE VOO
7.1 Para realizar o logon, é essencial que a identificação e o registro da aeronave estejam iguais
aos dados inseridos no FMS. Não será possível realizar a conexão CPDLC se houver
discrepância entre estes dados.
NOTA: Ao transitar entre duas FIR com CPDLC, a transferência de conexão deve ocorrer
de forma automática. A tripulação deverá verificar a condição da conexão (conexão
ativa) com o sistema ao cruzar os limites das FIR. Caso não ocorra a transferência
de conexão automática, a tripulação deve terminar a conexão CPDLC existente e
executar o procedimento para estabelecer uma nova conexão, utilizando o endereço
da FIR correspondente.
9.1 É imprescindível que as tripulações estejam atentas às mensagens uplink enviadas pelos
órgãos ATS e as respondam o mais rapidamente possível. A demora na resposta a uma
mensagem uplink poderá resultar em desconexão CPDLC.
9.2 Caso a tripulação perceba a interrupção de conexão CPDLC, deverá informar, via voz, ao
órgão ATC e seguir os procedimentos para reconexão.
9.3 Caso uma mensagem uplink necessite de análise mais detalhada para resposta, a tripulação
deverá responder o mais breve possível com a mensagem STANDBY, encaminhando uma
resposta apropriada após a análise. Por exemplo:
COMUNICANTE INTENÇÃO AÇÃO
Consultar o menor tempo ou
Enviar mensagem:
Órgão ATC posição quando um determinado
“WHEN CAN YOU ACCEPT FL350”
nível de voo pode ser aceito
Necessita fazer uma análise mais
Enviar IMEDIATAMENTE mensagem
ACFT prolongada para responder à
STANDBY
solicitação
Enviar mensagem de resposta:
ACFT Comunicar o resultado da análise WE CAN ACCEPT FL350 AT TIME
1245
9.4 Quando o piloto não obtiver resposta após o envio de uma mensagem, depois de um
razoável período, e sem que nenhuma mensagem de erro tenha sido recebida indicando falha
no envio, deverá enviar mensagem conforme indicado na estrutura a seguir.
10 DISPOSIÇÕES FINAIS
10.2 Esta AIC entra em vigor em 13 de março de 2023 revogando a AIC N08/23.
10.4 Os casos não previstos nesta Circular serão resolvidos pelo Sr. Chefe do Subdepartamento
de Operações do DECEA.