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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE ENGENHARIA

CURSO DE LICENCIATURA EM ENGENHARIA ELÉCTRICA

Projecto do Curso

Dimensionamento de um sistema fotovoltaico autónomo para fornecimento de


energia eléctrica a uma residência unifamiliar localizada na localidade de
Vundissa, distrito de Moamba

Autor:

Cuna, Celso

Supervisor:

Prof. Doutor Eng. Manuel Cumbi


Maputo, Setembro de 2023

UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE ENGENHARIA

CURSO DE LICENCIATURA EM ENGENHARIA ELÉCTRICA

Projecto do Curso

Dimensionamento de um sistema fotovoltaico autónomo para fornecimento de


energia eléctrica a uma residência unifamiliar localizada na localidade de
Vundissa, distrito de Moamba

Autor:

Cuna, Celso

Supervisor:

Prof. Doutor Eng. Manuel Cumbi


Maputo, Setembro de 2023

Cuna, Celso

Dimensionamento de um sistema fotovoltaico autónomo para fornecimento de


energia eléctrica a uma residência unifamiliar localizada na localidade de
Vundissa, distrito de Moamba

Projecto do curso, apresentado como requisito para obtenção do grau de licenciatura


em engenharia eléctrica, pela Universidade Eduardo Mondlane.
Supervisor: Prof. Doutor Engo. Manuel Cumbi
Maputo, Janeiro de 2022
Dedicatória

Dedico este trabalho a minha família por estes nunca deixarem de me apoiar.

iii
Agradecimentos

Primeiramente agradecer a Deus por sempre ter me guiado para caminho certo e pela
vida.

Em segundo, agradecer a minha esposa, meus pais, amigos e amigas pelos


ensinamentos e por estarem ao meu lado em cada conquista da vida.

À Universidade Eduardo Mondlane por pelos ensinamentos para a vida.

Ao Professor Doutor Eng. Manuel Cumbi, orientador deste trabalho e sempre


disposto a ajudar. E a todos aqueles que de alguma forma fizeram parte desta história.

iv
Resumo

Sendo as energias renováveis uma das tendências no cenário atual do mundo inteiro,
o trabalho em questão tem como objetivo dimensionar um sistema fotovoltaico
residencial autónomo. Para tal, foram analisados os parâmetros necessários para a
instalação desse tipo de sistema, além da análise do local e estimativa do consumo de
energia eléctrica. Por fim, foi realizado o orçamento da compra dos equipamentos para a
implementação.

Palavras chaves: Sistema Solar de Energia Fotovoltaica autónoma; painéis


fotovoltaicos

v
Índice

vi
Lista de Símbolos

PFV – Potência do gerador fotovoltaico;

G – Irradiância solar

Pmax - Potencia de pico do painel solar

Vmp - Tensão de operação

Imp - Corrente de operação

Voc - Tensão de circuito aberto

Isc - Corrente de curto-circuito

V – Volt ou tensão eléctrica

I – Corrente eléctrica

A – Ampere

W – Watts;

NP – Quantidade de painéis solares

Nf - Quantidade de painéis solares em paralelo;

NpS - Quantidade de painéis solares em serie

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Pp – Potencia do Painel Solar;

Pinv – Potencia do drive ou inversor solar;

Is – corrente de serviço;

Iz – Corrente admissível do cabo;

In – Corrente nominal do dispositivo de protecção;

EDM -Electricidade de Moçambique;

CCC – Capacidade e condução da corrente;

CC ou DC – Corrente continua;

CA ou AC – Corrente alternada;

Índice de Figura

Índice de Tabelas

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Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1.1. Contextualização

Moçambique possui vastos recursos de energia de fontes renováveis, tais como,


solar, eólica e biomassa. Mas encontra-se pouco desenvolvido em relação ao mundo, na
mobilização destes recursos para produção de energia eléctrica. Há muitas razões, como
pobreza, falta de financiamento, falta de conhecimento, entre outros. Mas a falta de
iniciativas políticas e investimentos são as principais. Mas, todavia, para este projecto,
interessa-me apenas os recursos de energia de fonte solar.

Apesar de enormes desafios que estão sendo desenvolvidos pelo governo de


Moçambique, com vista a expansão da rede nacional de energia eléctrica para regiões
estratégicas, atraves do Projecto Energia para todos, o aumento da demanda (procura)
de electricidade tem vindo a impulsionar e a desenvolver alternativas muito
interessantes para complementar a geração do sistema de energia eléctrica, através de
implementação e aproveitamento de energias renováveis limpas, antes atractivo apenas
em regiões remotas ou em zonas rurais. Dentre vários, devido a grande recurso solar no
pais, especificamente no moamba, a energia solar tem-se tornado uma solução
economicamente viável para a utilização em aplicações rurais e nalgumas vezes até
urbanas, como forma de minimizar custos com a energia publica, como, por exemplo,
em pequenas unidades de produção de energia eléctrica a residência.

Sendo assim o presente trabalho visa desenvolver uma solução, para o fornecimento
de energia, através de aproveitamento de potencial energético solar, dada a falta de rede
pública nacional que dista a 30km de distância.

Esta tecnologia consiste da conversão da luz solar em electricidade e muita usada,


visto que estes sistemas fotovoltaicos podem ser instalados em locais isolados e
necessitam de pouquíssima manutenção, além de outras vantagens sobre as opções mais
difundidas, as quais serão discutidas ao longo desse trabalho.

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Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

Objectivos:

1.1.1 Objectivo geral

O presente trabalho tem como objectivo principal, efectuar o dimensionamento e


análise de um Sistema fotovoltaico para alimentar um condomínio residencial

localizado na cidade de Maputo de modo que se tenha um balanço energético2.

1.1.2 Objectivos específicos

 Apresentar a revisão da bibliografia s o b r e o s sistemas solares fotovoltaicos


autónomos (isolados);
 Efectuar o levantamento da carga instalada na residência em estudo;
 Dimensionar do Sistema fotovoltaico para a carga instalada;
 Apresentar o mapa orçamental do projecto.

1.2 Problematização

A falta de energia eléctrica publica na localidade de Vundissa, distrito de Moamba,


para alem de tornado a vida da população daquele povoado mais cara e desconfortante
também limita o seu desenvolvimento, pois estes não conseguem congelar seus
alimentos, são mais sujeitos a assaltos e desinformação.

1.3 Justificativa

A energia a nível mundial, provém maioritariamente de fontes não renováveis, tais


como o petróleo e o carvão mineral. Por estas serem energias não limpas, várias
discussões têm sido levantadas, como por exemplo a poluição do ambiente pelo efeito
estufa e o facto de serem finitas coloca em choque o futuro energético mundial, sendo
assim a preocupação de buscar investir em fontes renováveis e limpas.

Portanto, nesse contexto, a principal razão da escolha desse é pela falta de energia
eléctrica da rede pública na localidade associado ao facto de ser uma fonte de energia
limpa e renovável.

Do ponto de vista técnico, a manutenção de sistema fotovoltaico é reduzida, sendo


necessária somente a limpeza periódica dos módulos e conexões, não causa um grande
impacto nas construções nas quais são instaladas e ainda é passível o armazenamento de
energia eléctrica em bancos de baterias, para consumo noturno e emergencial, como por

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Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

exemplo dias nublados.

1.5. Metodologia

A elaboração desse trabalho será desenvolvida com base na aplicação das três
metodologias abaixo apresentadas:

 Revisão bibliográfica: a revisão consistirá na pesquisa e leituras de livros,


catálogos, electrónicos e físicos, conteúdos da internet.

 Pesquisa de campo: com base em visitas à Instalações das Águas Pene.

 Modelação computacional: será por meio de aplicação de Programa


Electrónico AutoCad que serão elaborados esquemas e especificações gráficas
constituinte do projecto e o programa computacional PVSyst que serão colhidos os
dados meteorológicos do local.

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Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

CAPÍTULO II: FUNDAMENTOS TEÓRICOS

2.1. Energia solar

Ao longo da história a humanidade sempre desfrutou da energia proveniente do Sol.


Entretanto a utilização do Sol como fonte directa para produção de electricidade é
recente, existem formas variadas de aproveitar a energia solar. Os métodos mais
utilizados são o aproveitamento fotovoltaico, o aproveitamento da luz solar por
concentração, e o aproveitamento por colectores. O tipo de tecnologia utilizado no
sistema que determina qual o tipo de energia é captado: térmica ou eléctrica.

2.2. Sistemas Fotovoltaicos

Os sistemas fotovoltaicos são comumente compostos pelos seguintes elementos:


Painel Fotovoltaico (Gerador de Energia), controlador de carga, baterias quando
necessário, Inversor CC/CA quando as cargas funcionarem em corrente alternada ou o
sistema estiver ligado à rede.

2.3. Células Fotovoltaicas

As células fotovoltaicas mais utilizadas no mercado são produzidas a partir de silício


modificado por um processo de dopagem, pelo qual são adicionadas impurezas de
forma a permitir que haja uma diferença de potencial, criando duas camadas, a camada
de tipo p, que possui um excesso de cargas positivas, e a camada de tipo n, com excesso
de cargas negativas. Entre as duas camadas, é criada a chamada junção p-n, que, ao ser
atingida por fotões, libera electrões para a camada n, e cria lacunas na região p, que se
comportam como cargas positivas. Ligando essa célula a uma carga, é criada uma
corrente eléctrica.

2.3.1. Estrutura de uma célula fotovoltaica

Segundo mostrado na figura 1, as células fotovoltaicas são formadas basicamente por


um contacto de base, sobre o qual é depositada a camada de tipo p, sobre a camada de
tipo p, é depositada a camada de tipo n, formando entre elas a junção p-n, e sobre ela é
colocada um contacto frontal, em formato de grade, que deixa a luz passar.

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Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

Figura 1: Esquema simplificado da estrutura de uma célula fotovoltaico

Fonte: GREENPRO

Por serem as mais utilizadas actualmente nos sistemas de bombeamento fotovoltaico,


trataremos aqui apenas das células fotovoltaicas a base de silício.

2.3.2. Células de Silício Monocristalino

As células de silício monocristalino são fabricadas, como o nome


já diz, a partir de um cristal único, o que potencializa o efeito fotovoltaico, porém seu
processo produtivo é caro.

Segundo CASTRO, as células de silício monocristalino apresentam em laboratório


uma eficiência de 24%, porem, em aplicações práticas verifica-se uma eficiência de
15%.

A figura 2 representa uma célula de silício monocristalino.

Figura 2: Célula fotovoltaica de silício monocristalino

Fonte: GREENPRO

2.3.3. Células de Silício Policristalino

Composto de vários cristais finíssimos, o silício policristalino dificulta a passagem


dos electrões, resultando em uma célula não tão eficiente quanto as monocristalinas.
Células de silício policristalino, como as mostradas na Figura 3, apresentam
rendimentos laboratoriais e em utilização prática por volta de 18% e 12%
respectivamente. Porém, seu processo de fabricação é mais barato em comparação ao de

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Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

silício monocristalino.

Figura 3: Célula fotovoltaica de silício policristalino

Fonte: CRESSESB, 2008

2.3.4. Células de Silício Amorfo

O silício amorfo, por não apresentar estrutura cristalina, não seria utilizável para
células fotovoltaicas por potenciar a recombinação dos electrões, mas células como a da
Figura 4 podem ser produzidas, quando o silício é tratado por um processo de
hidrogenização, que compensa os defeitos estruturais. Seu processo de produção é ainda
mais barato que a produção de silício policristalino, e permite a produção de películas
finas que podem ser até maleáveis, mas seu rendimento é menor, de aproximadamente
6% em aplicações práticas pois seu material se degrada mais facilmente. É utilizado por
exemplo em calculadoras e relógios.

Figura 4: Célula fotovoltaica de silício Amorfo

Fonte: CRESSESB, 2008

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2.4. Módulos Fotovoltaicos

As células fotovoltaicas produzem tipicamente potências da ordem de 1,5W,


correspondente a uma tensão de 0,4V e uma corrente de 3A. Sendo necessário
conectarem-se várias células em série para obter-se tensões mais altas e em paralelo
para obter-se correntes elevadas. Assim, a maioria dos painéis fotovoltaicos é composto
por algo entre 36 a 72 células, produzindo tensões de saída apropriadas para sistemas
CC de 12 a 24V. Uma simbologia comumente utilizada para representar as células e os
painéis fotovoltaicos é apresentada na Figura 5, bem como o circuito eléctrico
equivalente para a célula solar.

Figura 5: Modelo de um painel/célula fotovoltaico e seu circuito equivalente

Fonte: CRESSESB, 2008

No modelo equivalente, a intensidade da corrente produzida varia linearmente com a


incidência solar, a resistência paralela representa a corrente de fuga e a resistência série,
a queda de tensão entre o semicondutor e os contactos eléctricos. Tipicamente, a
resistência série assume um valor de poucos mili-ohms, e a resistência paralela, de
vários ohms.

Figura 6: Curva de V-I do módulo fotovoltaico

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Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

Fonte: CRESSESB,2008

É possível observar que tanto na condição de curto-circuito (tensão na carga igual a


zero) quanto em circuito aberto, a potência fornecida vale zero. Existe ainda um ponto
onde a potência fornecida é máxima, mais conhecido pela sua sigla em inglês: MPPT
(Maximum Power Point Tracker). Portanto, para que o sistema opere nesse ponto, é
necessário que haja um dispositivo/ou sistema de rastreio desse ponto, caso não haja
esse dispositivo, em geral o sistema não irá operar nesse ponto. A potência nominal
descrita pela maioria dos fabricantes corresponde a esse ponto, com uma incidência
solar de 1000W/m2, equivalente a um dia de sol forte sem nuvens.

2.5. Arranjo Fotovoltaico

Arranjo fotovoltaico é o conjunto por módulos fotovoltaicos ligados electricamente


entre si e que funcionam como um único gerador de energia eléctrica.

Caso a energia produzida por um Único painel fotovoltaico não seja mais suficiente
para suprir a demanda das cargas, é possível aumentar a geração simplesmente
conectando outros painéis no sistema. Ao se conectar painéis em série, como mostrado
Figura 7, a tensão de saída do sistema será proporcional à quantidade de painéis,
porém o valor da corrente permanecerá o mesmo, permitindo assim o uso de cabos de
mesma bitola. Um conjunto de painéis ligados em série forma uma fileira. A grande
desvantagem dessa solução é que o sombreamento de um Único módulo fotovoltaico
afecta a produção da fileira como um todo.

Figura 7: Ligação serie de Painéis/módulos fotovoltaicos


Fonte:
CASTRO, 2011

Ao alocarmos painéis em paralelo, como mostrado na Figura 8, não iremos alterar o


valor da tensão de saída, assim vários equipamentos que exigem uma determinada
tensão de entrada utilizados no projecto para apenas um painel, como inversores e

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Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

baterias poderão ser aproveitados. Como a corrente irá aumentar bastante, será
necessário fazer uma reavaliação das quedas de tensão no sistema. Caso haja um
sombreamento nessa configuração, apenas os módulos afectados deixarão de contribuir
na geração de energia.

Figura 8: Ligação paralela de Painéis/Módulos Fotovoltaicos

Fonte: CASTRO, 2011

Outra alternativa de interligação é conectar fileiras de painéis em paralelo,


constituindo uma ligação série-paralelo, como mostrado na Figura 9. Essa configuração
é bastante utilizada em projectos que exigem um determinado nível de tensão de saída,
como nos sistemas ligados à rede.

Figura 9: Ligação de painéis/Módulos Fotovoltaicos em Serie-Paralelo

Fonte: CASTRO, 2011

2.6. Efeitos do sombreamento

Uma das grandes preocupações nos sistemas fotovoltaicos é relativa aos efeitos de
sombreamento, pois estes impedem a incidência solar em determinadas células. Caso

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Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

uma pequena parte de um painel esteja sombreada, por exemplo, devido ao acÚmulo
de sujeira, isso pode ser suficiente para praticamente anular a produção de energia não
somente na área sombreada, mas em todo o ramo série correspondente. Em geral, os
painéis são afixados com uma inclinação mínima de 15° para evitar o acúmulo de
sujeira e que a água da chuva possa limpá-los.

O levantamento de possíveis sombreamentos e o estudo do posicionamento do sol


durante o ano é fundamental para o sucesso de qualquer projecto.

2.7. Díodos de Bloqueio

Caso uma corrente eléctrica atravesse um painel fotovoltaico no sentido contrário ao


que ele foi projectado, seu funcionamento pode ficar comprometido permanentemente,
gerando os chamados ‘hot-spots’ nos modelos cristalinos. Portanto os díodos de
bloqueio são dispositivos semicondutores que ao ser colocados em serie com a fileira,
evitam tais correntes.

2.8. Díodos de bypass

No caso de uma das células do módulo fotovoltaico, for danificado por motivos de
sombreamento ou choques mecânicos, toda a fileira dessa célula, ira parar de funcionar,
prejudicando a eficiência do painel. Portanto, para evitar que toda a fileira pare de
funcionar incluindo as células que não estão danificadas, são utilizados os díodos de
bypass, que criam um caminho alternativo para a passagem da corrente eléctrica, na
célula danificada.

2.9. Posicionamento dos painéis

A produção energética dos sistemas fotovoltaicos varia nos meses do ano, não
somente devido às condições meteorológicas, mas também devido ao movimento da
Terra ao redor do sol, como mostrado na Figura 10. No hemisfério sul, recomenda-se
que as placas estejam viradas para o norte geográfico, enquanto no hemisfério norte,
recomenda-se que as placas estejam voltadas para o sul para se obter um melhor
aproveitamento energético durante o ano.

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Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

Figura 10: Variação da posição do sol com as estações do ano

Fonte: PRINCON, 2004

E quanto a inclinação dos painéis, angulo de inclinação destes deve coincidir com a
latitude do local a instalar, para o melhor aproveitamento de energia solar.

2.10. Baterias

Bateria é um dispositivo que armazena energia química e a disponibiliza sob a forma


de energia eléctrica. Podem ser classificadas em recarregáveis e não-recarregáveis

As baterias não recarregáveis são compostas por células primárias e possuem vida
útil limitada. Seu ciclo chega ao fim assim que são descarregadas por completo. São
normalmente utilizadas para aplicações de baixa potência.

As células secundárias são encontradas nas baterias recarregáveis e são comumente


chamadas de baterias de armazenamento. São baterias de uso geral, utilizadas nas mais
diversas aplicações, podendo ser usadas durante longos períodos.

Para cada tipo de bateria existe uma infinidade de formas de construção e uma outra
grande variedade de materiais que as compõe. Actualmente, as baterias recarregáveis
mais utilizadas são compostas de chumbo-ácido e íon lítio. Quanto à aplicação, podem
ser classificadas como:

 Automotivas - são aquelas que projectadas para descargas rápidas com alta taxa
de corrente e baixa profundidade de descarga.
 Tração - são projectadas para operar em regime de ciclos diários profundos e
com taxa de descarga moderada.
 Estacionária - baterias que permanecem em flutuação e são solicitadas
ocasionalmente para ciclos de carga e descarga. São utilizadas em sistemas de
emergência.
 Fotovoltaicas - são aquelas que devem suportar descargas profundas quando
solicitadas na ausência de Sol.
Uma outra forma de se classificar as baterias recarregáveis é quanto à forma de
confinamento do electrólito. Assim sendo, podem ser:

 Abertas: quando há a necessidade de se verificar o nível do electrólito.


 Seladas: também conhecidas como "sem manutenção", pois não necessitam da
adição de líquido.
A eficiência das baterias recarregáveis está directamente relacionada com a forma
com que é utilizada. Alguns procedimentos podem ser tomados para aumentar a vida

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Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

útil da bateria; são eles: manutenção do estado de carga, operação em ambientes de


temperatura controlada e controle de sobrecarga.

2.10.1. Baterias para uso em sistemas fotovoltaicos

Para utilização em sistemas fotovoltaicos, a bateria deve atender a dois tipos de


ciclos: ciclos rasos a cada dia e ciclos profundos por vários dias. Outros factores que
devem ser observados:

 Baixa taxa de Auto descarga (processo espontâneo em que a bateria descarrega


através de processos químicos internos);

 Elevada vida cíclica (número de ciclos que uma bateria pode ser submetida antes
de apresentar falhas que comprometam o seu correto funcionamento);

 Confiabilidade (capacidade de atender a carga de forma ininterrupta e sem falhas


durante o seu ciclo de funcionamento).

As mais utilizadas em sistemas fotovoltaicos são as baterias de chumbo-ácido, porém


as baterias de níquel-cádmio são as que apresentam características mais próximas dos
ideais; porém seu elevado custo impede que seja utilizada em larga escala.

2.11. Inversores

Inversor é um dispositivo eléctrico que utiliza um mecanismo de chaveamento


(transístores, IGBT ou MOSFET) para alternar o fluxo de corrente sendo assim capaz de
converter corrente contínua (CC) em corrente alternada (CA). Normalmente possui
tensão de entrada (CC) de 12, 24 ou 48 V e converte em 127 ou 220 V (CA) na sua
saída. Com isso, é possível utilizar equipamentos projectados para funcionar em
corrente alternada a partir de uma fonte de corrente contínua (gerador fotovoltaico para
o caso em estudo).

Os inversores são classificados de acordo com a forma de onda produzida em


corrente alternada. Podem ser encontrados nas seguintes formas:

 Inversores de onda quadrada: apresentam muitos harmónicos na saída.


Geralmente utilizado para cargas resistivas.

 Inversores de onda quadrada modificada: apresentam menor distorção


harmónica e a forma de onda da saída aproxima-se mais de uma onda senoidal.

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Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

Adequado para alimentar lâmpadas, equipamentos electrónicos e motores.

 Inversor de onda senoidal: são os que produzem tensão de saída e desempenho


mais adequados. Podem operar qualquer aparelho CA.

 PWM: baixa distorção harmónica apesar do aspecto visual da forma de onda.


Não é indicado para equipamentos muito sensíveis uma vez que apresenta picos
de tensão e com isso pode atrapalhar o funcionamento do equipamento em
questão.

A figura abaixo mostra as formas de ondas típicas dos inversores monofásicos

Figura 11: Formas de ondas típicas dos inversores monofásicos

Fonte: CASTRO, 2011

A forma de onda está directamente relacionada com a qualidade e o custo do


inversor.

Sua eficiência geralmente está na faixa de 50 a 90%.

2.12. Controladores de carga

Para que um banco de baterias seja carregado, é necessário que a tensão de carga
seja sempre superior à tensão da bateria, caso contrário as baterias enviarão energia
para o sistema. Essa tensão não deve ser superior a um determinado limite, uma vez que
cargas muito rápidas diminuem a vida Útil das baterias, havendo um ponto óptimo de
funcionamento. Também é importante monitorar para que descargas muito profundas

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Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

não ocorram, pois, dependendo da intensidade, podem causar danos irreversíveis às


baterias.

Assim, é necessário um mecanismo que controle a tensão a ser aplicada no banco de


baterias, e que não permita a circulação de corrente para os painéis. Os controladores de
carga utilizam díodos de bloqueio que não permitem a circulação de corrente reversa,
em geral possuem uma chave que desliga a carga caso a tensão baixe a determinado
nível, e podem diferir no modo de protecção das baterias contra sobre cargas
basicamente através de três formas: desligando o circuito dos geradores, curto-
circuitando os painéis fotovoltaicos, ou ainda, através de um mecanismo MPP.

Nos controladores tipo série, uma chave logo após os painéis fotovoltaicos permite
desconectar o sistema quando as baterias estão plenamente carregadas, como mostrado
na Figura 12.

Figura 12: Funcionamento de um Controlador Série

Os controladores tipo paralelo possuem uma chave na entrada dos geradores


fotovoltaicos, assim quando a tensão na bateria atinge sua tensão máxima, os painéis
são curto-circuitados, como mostrado na Figura 13. Esse método consome menos
energia e é mais eficiente com as baterias, sendo o mais comumente utilizado.

Figura 13: Funcionamento de um Controlador Paralelo


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Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

Fonte: CRESSESB, 2008

Como nos controladores tipo série e paralelo é a tensão da bateria que determina o
ponto de operação do sistema, em geral a operação se dá fora do ponto de máxima
potência na maior parte do tempo. Nos controladores com um sistema de rastreio do
MPP, um conversor CC-CC é conectado logo na saída dos painéis fotovoltaicos, e
através de um sistema de rastreio, é determinado o ponto óptimo de operação, sendo a
saída do conversor ajustada para a tensão de carga da bateria, como mostrado na Figura
14. Devido a sua maior complexidade, esses controladores são bem mais caros, e
também devido às perdas no conversor CC- CC, normalmente são adoptados apenas
para os sistemas com potência instalada superior a 500W.

Figura 14: Funcionamento de um Controlador com MPP

Fonte: CRESSESB, 2008

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Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

CAPÍTULO III: DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO

3.1. Previsão da Demanda

Avaliação das necessidades energéticas

A previsão de consumo de energia é ponto de partida para o dimensionamento do


sistema fotovoltaico

autónomo, pois existe a necessidade de se efectuar o consumo médio de energia


esperado pelas cargas. A análise das cargas é de extrema importância para o cálculo do
consumo de energia, sendo este valor calculado pela expressão 1.0.

Tabela 1. Estimativa de Potência a consumir

Potência
N° de Consumo de
Item Quantidade Descrição prevista
horas/dia energia(W/h)
(W)
Iluminação e tomadas de
uso geral (pela RSIUEE
1 10 1000 4 4000
P=25*A) A=40mm2 (divisões
principais)
2 1 Máquina de lavar 450 0.5 225
Aparelhos de ar
3 6 condicionados de 7000 BTU/h 920 8 7360
cada
4 1 Fogão eléctrico 2500 2 5000
5 1 Electrobamba 750 6 4500
6 1 Geleira 260 8 2080
7 1 Ferro eléctrico 1000 0.5 500
8 1 Cafeteira eléctrica 725 0.5 362.5
9 1 Batedeira 100 0.5 50
10 1 Forno Microondas 1320 0.5 660
11 1 Televisão 300 12 3600
12 1 Conjunto de Som 95 4 380
13 1 Congelador 450 8 3600

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Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

TOTAL: 15355.42 90 32317.5

Para o cálculo do consumo de energia, foi aplicada a seguinte equação:

E=P∗∆ t

Onde:
E – Energia consumida (Wh);
P – Potência nominal do equipamento (W);
∆ t – Número de horas de funcionamento (h).

3.3. Dados da Irradiância solar em Maputo

Os dados da Irradiância solar no plano horizontal da região de instalação do sistema,


foram obtidos do software de dimensionamento de sistemas fotovoltaicos PVSyst.

Figura 15:Dados da Irradiância solar no plano horizontal

Fonte: PVSYST

Entretanto é possível efectuar cálculo da Irradiância solar em superfícies inclinadas,


a partir dos valores registados para superfícies horizontais. A inclinação da superfície
óptimo, β opt é habitualmente tomada como sendo igual a latitude do lugar (25,967ᵒ). Por
outro lado, a Irradiância solar que incide sobre uma superfície com inclinação óptima,
G( β opt ) é calculada de acordo com a equação abaixo.

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Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

G(0)
G( β ¿¿ opt)= ¿
¿¿

Onde:
G(0) – Irradiancia solar no plano horizontal
G( β ¿¿ opt)¿ – Irradiancia solar no plano inclinado de instalacao dos paineis (palno
optimo)

E para o dimensionamento do sistema solar fotovoltaico, pode-se utilizar dois


métodos:

1. O método do mês critico (que é mais com menor radiação solar incidente);
2. E Método da média dos últimos meses (recomenda-se que a quantidade dos
meses a considerar seja de pelo menos 12 meses).

Porem, para esse projecto, utiliza-se o primeiro método (método critico) que é o mês
de Junho, cuja Irradiância solar é de 3,66kWh/m2dia.

Portanto:

3,66
G(β ¿¿ opt)= ¿
¿¿

2
G( β ¿¿ opt )=4,03 kWh /m dia ¿

Cálculo da Potência do gerador fotovoltaico

Segundo CRESESB, 2014 a potência fotovoltaica do sistema fotovoltaico de


bombeamento de água pode ser determinada pela equação 3.

E
P FV =
ƞ× G

Onde:

P FV - Potência do gerador fotovoltaico;

E – Consumo de Energia eléctrica da Casa;

G – Irradiância Solar;

ƞ– Rendimento do sistema, na prática, é normalmente considerado 83%.

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Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

Portanto:

32317.5
P FV =
0.83 ×4.03

P FV =9661.72 W

Portanto, a potência que será necessário para o gerador Fotovoltaico alimentar a a


casa em estudo é de 9.66kW.

3.6. Quantidade de painéis solares

Nesta etapa começa-se por escolher um determinado painel solar, portanto, escolheu
um painel, um painel da SUNMAGIC, tipo do modelo JY3M450H72(H), com os
seguintes dados técnicos:

Potência máxima (Pmax): 450Wp

Tensão de operação (Vmp): 42V

Corrente de operação (Imp): 10,35A

Tensão de circuito aberto (Voc): 49,2V

Corrente de curto-circuito (Isc): 11,372A

Coeficiente de temperatura (Voc): -0,31%/oC

Coeficiente de temperatura (Isc): 0,05%/oC

Dimensões do painel: 2096 X 1040 X 40 mm

Tipo de células FV: Policristalina.

Portanto, o número de painéis solares, pode ser determinado pela equação abaixo.

P FV
N p=
PP

Onde:

N p – Quantidade de paineis

P P – Potência do painel

19
Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

Portanto, a quantidade de painel é:

9661.72 W
N p=
45 0 W

N p=21.47

Neste caso, serão necessários 22 Painéis solares de 450Wp cada, sendo assim a
potência do sistema FV de 9.9kW.

3.7. Área necessária

O espaço necessário para a instalação do sistema fotovoltaico será de:

Area=N P × L P × C P

Onde:

LP – Largura do painel

CP – Comprimento do painel

Portanto:

Area=22× 2,096 ×1,040


2
Area=47.96 m

Portanto, para instalação desse sistema será necessária uma estrutura de montagem
dos painéis com área aproximadamente 48m2.

Dimensionamento do Sistema de armazenamento

Para o sistema de armazenamento serão utilizadas baterias de chumbo-acido.

O sistema terá uma tensão DC de 24V

Capacidade das baterias em Wh

E
C ( A h )=
U Sist

9661.72Wh
C ( A h )=
24 V

C ( Ah )=402.57 Ah

20
Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

Devido a possibilidade de ocorrências de dias nubladas e/ou chuvosas, o sistema será


dimensionado para um período de autonomia de dois dias. Sendo assim, tem-se:

C ( Ah/2 dias )=C ( Ah ) × dias de atonomia

C ( Ah/2 dias )=402.57 × 2

C ( Ah/2 dias )=805.14 Ah

Para garantir a vida útil da bateria, esta não deve ser descarregada na sua totalidade,
ou seja, a profundidade de descarga não deve ser de 100%. Sendo assi, neste sistema a
considerou-se uma profundidade de descarga de 60%, portanto, o banco de baterias
deve ter uma capacidade calculada conforme abaixo.

C ( Ah/2 dias )
C=
Profundidade de descarga

805.14
C=
0.6

C=1341.90 Ah

Quantidade de Baterias

Portanto, o número de baterias, pode ser determinado pela equação abaixo.

C
N B=
CB

Onde:

C – Capacidade do banco de Baterias;

C B – Capacidade da bateria.

Serão utilizadas baterias de 220Ah.

Portanto, a quantidade de Baterias é:

1341.90
N B=
220

N p=6.1

21
Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

Neste caso, serão necessárias 8 baterias de chumbo-acido de 220Ah cada, sendo


assim a real capacidade do banco das baterias é de 1980Ah.

Dimensionamento do Controlador de carga

O controlador de carga é dimensionado por meio da corrente, sendo assim,

P Inv
I=
U Sist

Onde:

P Inv- Potência do Inversor;

U Sist -Tensão do sistema;

I - A corrente mínima do controlador de carga.

15000
I=
24

I =625 A

Sendo assim será utilizado um Controlador de carga de 625A.

3.8. Dimensionamento do inversor solar

Para o dimensionamento do Inversor solar, deve-se ter em conta que a potência deste
não deve ser inferior a potencia do gerador fotovoltaico e nem da potência instalada da
casa, portanto, e garantir que este funcione na sua faixa MPPT. Portanto, pode-se
utilizar a relação dada pela equação abaixo.

A Potência instalada na casa é de 15.33kW

Visto que esta é maior que a potência do sistema fotovoltaico, então, a potência
instalada deverá ser tomada como a referência do sistema.

P Inv ≥ P Inst

Portanto:

P Inv ≥ 15.33kW

22
Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

Levando em consideração que nem todos os aparelhos irão funcionar em simultâneo,


recomenda-se dimensionar inversor através da seguinte equação:

0.75 PInst ≤ PInv ≥1.2 PInst

Isto é,

0.75 ×15.33 ≤ P Inv ≥ 1.2 ×15.33

11.50 ≤ P Inv ≥ 18.4

Portanto, o Inversor a utilizar poderá ser de onda senoidal, do tipo autocomutado


com potência de 15kW.

Sendo assim escolheu-se um inversor solar da SunSynk, com os seguintes dados


técnicos:

 Potência nominal: 15kW


 Faixa de Tensão de entrada DC MPPT: 250V a 800Vdc.
 Faixa de tensão de saída: 380 a 480Vac
 Corrente de saída: 37.1A

Arranjo dos módulos

Quantidade de Painéis ligados em Série

Os módulos devem ser interligados em série até que a tensão de saída do gerador FV
na pior condição de temperatura do inverno e de verão esteja na faixa de operação
MPPT do inversor solar. Módulos em série recebem o nome de Fileiras.

Sendo assim, considerando que a fileira terá 11 painéis fotovoltaicos, tem-se:

U GFV =N × U OC

Onde:

U GFV - Tensão da saída do gerador FV;

N -Número de Painéis FV ligadas em série;

23
Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

U OC - Tensão do circuito aberto do painel FV.

Sendo assim,

U GFV =11× 49.2

U GFV =541.2V

Esta tensão encontra-se dentro da faixa das tensões MPPT do inversor, então a
condição foi verificada.

Verificação da variação de Tensão em função da temperatura.

Neste cálculo foi considerado a pior temperatura de inverno de 5 oC e a pior


temperatura do verão de 85oC.

U oc (T )=U oc ×[1+ β ( T −25 ) ]

O painel solar tem um coeficiente de temperatura ( β ¿ de -0.31%/oC, portanto, na pior


temperatura do inverno é de:

U oc (5 ℃ )=49.2 ×[1−0.0031 ( 5−25 ) ]

U oc (5 ℃ )=52 .25 V

Nestas condições, a tensão do gerador torna-se:

U GFV =11× 52.25

U GFV =574.75V

Na pior temperatura do verão,

U oc ( 85℃ )=49.2×[1−0.0031 ( 85−25 ) ]

U oc (5 ℃ )=40.05 V

Nestas condições, a tensão do gerador torna-se:

U GFV =11× 40.05

U GFV =440.54 V

A tensão mantém-se dentro da faixa de operação óptima (MPPT) do inversor.

Quantidade de fileiras ligados em paralelo

24
Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

A quantidade das fileiras em paralelo foi determinada pela equação.

NP
Nf =
N PS

Onde:

N f - Quantidade de fileiras em paralelo;

N PS- Quantidade dos painéis em série;

N P- Quantidade dos painéis que compõem o gerador FV.

Sendo assim,

22
Nf =
11

N f =2 Fileirasligadas em poaralelo .

Dimensionamento dos cabos e Protecção

Cabos eléctricos no lado de corrente contínua

Para a selecção dos cabos eléctricos a utilizar neste sistema, utilizou-se dois métodos,
nomeadamente, o método da capacidade de condução da corrente e o método da queda
de tensão.

Método da capacidade de condução da corrente

Neste método, primeiro calculou-se a corrente de serviço, e depois escolheu-se o


cabo que suporta a condução dessa corrente sem sofrer efeitos térmicos no regime
permanente.

Portanto, a corrente de serviço desse sistema foi calculada pela seguinte equação.

P FV
I S=
V GFVmp

Portanto a corrente de serviço do sistema, segundo a equação acima será:

99 00
I S=
541.2

I S=1 8 , 2 9 A

25
Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

E nesse tipo de instalação no lado CC será a vista e pelas RTIEBT, quadro 52H, o
método de instalação é C, e como, parte do cabo estará exposta ao sol, portanto, será
utilizado um cabo com isolamento do tipo XLPE, e a temperatura de ambiente
considerada foi de 40 graus Celcius.

Condição para a escolha do cabo:


'
IZ≥ IS

Sendo assim, pela tabela, o condutor adequado para a condução dessa corrente é de
1,5mm2, cuja corrente admissível é 24A.

Corrente admissível corrigida

A corrente admissível precisa-se ser corrigida em relação a temperatura, pois os


valores fornecidos nas tabelas são a temperatura de 30oC, entretanto a temperatura do
ambiente em que estes estarão instalados é de 40ᵒC. Para tal deve-se utilizar a equação
abaixo:

I 'Z =I Z × f ct

Em que:
'
I Z - Corrente amissível do cabo corrigida

I Z – Corrente admissível do cabo

f ct – Factor de correção por temperatura

Portanto, do quadro 52-D1, o factor de temperatura de 40 graus Celcius é de 0,91.


Portanto:

I 'Z =24 × 0,91


'
I Z =21,84 A

A corrente admissível, ainda é maior que a corrente de serviço, sendo assim, segundo
esse método, o cabo de 1,2mm2, ainda é o ideal.

26
Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

Queda de tensão

O troço de corrente continua, é de 10 metros de cumprimento. Sendo assim a queda


de tensão nesse troço será:

2l
∆U= I
σ ×S

Condição:

∆ U ≤ 0.05 ×541.2

∆ U ≤ 27.06 V

Portanto:

2× 10
∆U= ×10,25
56 × 1,5

∆ U =2,44 V

Por esta ser abaixo dos 5%, acima mencionados, então o cabo é ideal tanto pelo
método de condução da corrente quanto pelo Método de queda de tensão.

Cabos do lado da corrente alternada

Esses são cabos que saem do inversor solar ate a bomba eléctrica, portanto, esse
troco possui um total de 40 metros, e nesse caso, também usaremos dois métodos para a
selecção desse cabo, nomeadamente, o método da capacidade de condução da corrente
eléctrica e o método da queda de tensão.

Método da capacidade de condução da corrente

A corrente de serviço desse sistema foi calculada pela seguinte equação.

P Inst
I S=
√ 3× U r

Onde:

U r – Tensão de linha da rede

P Inst – Potência Instalada

27
Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

A corrente de serviço é,

15355.42
I S=
√ 3× 380

I S=23.77 A

Essa corrente é muito pequena, porém, pela norma RSTIUEE, a secção mínima do
condutor ou cabo de circuito de motor deve ser de 4mm 2, com corrente admissível de
21A. Por isso, o cabo do lado de CA deverá ser desta secção, porém, resta verificar a
queda de tensão neste troço.

E como o factor de correcção por temperatura não é tao significante, então, a


condição continuara satisfeita.

3.10.2.2. Queda de tensão

A queda de tensão não deve ultrapassar 5% da tensão da rede, ou seja:

∆ U =5 % U r equação 13

Portanto:

∆ U =0,05 ×380

∆ U =19 V

Sendo assim, podemos determinar a secção do cado que causara no máximo uma
queda de tensão de 19V, portanto, a secção pode ser determinada pela seguinte equação:

2l
S= I equação 14
σ ×∆U

Portanto:

2 ×55
S= ×3,798
56 ×19
2
S=0,39 mm

Neste caso, pode-se verificar que no cabo ou condutor de 0,39mm2, provocará uma
queda de tensão de 19V, o que quer dizer que o cabo de 2,5 escolhido no método
anterior (CCC), causara uma queda de tensão muito menor.

Portanto, o cabo a ser utilizado neste troco será de 2,5mm2.

28
Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

3.10.3. Protecções do lado de corrente contínua

No lado da corrente continua, não há riscos contra curto-circuitos, visto que a


corrente de curto-circuito nos módulos fotovoltaicos não o danificam, motivo pelo qual
só será previsto um dispositivo de manobra, para seccionar aquando de alguma
necessidade de manutenção por exemplo. E descarregadores de sobretensão.

A corrente nominal deste dispositivo deverá ser pelo menos a corrente de serviço do
lado de corrente contínua.

3.10.3.1. Protecção contra sobretensões no lado de corrente contínua

As sobretensões podem ser de origem atmosférica ou de manobra, portanto, aquando


da ocorrência desses, muitos prejuízos podem surgir, desde a queima de equipamentos
electroeletrónicos ate a morte de pessoas e animais. Portanto, para a protecção contra
sobretensões no lado de corrente continua, devem ser utilizados os descarregadores de
sobretensões específicos de corrente continua e com tensão maior que a tensão da fileira
dos módulos fotovoltaicos.

3.10.4. Protecções do lado de corrente alternada

No lado da corrente alternada, serão utilizados como dispositivos de protecção,


disjuntores termomagnéticos, e descarregadores de sobretensão.

3.10.4.1. Protecção contra curto circuitos e sobrecargas

Deve-se satisfazer a seguinte c

ondição:
'
IS ≤ IN ≤ IZ equação 15

Em que:

IS – Corrente de serviço do lado de corrente alternada

IN – Corrente nominal do dispositivo de protecção (Disjuntor termomagnético);

IZ – Corrente admissível do condutor eléctrico

Portanto, como a corrente de serviço já foi calculado pela equação 19 e foi de 3,798A
e a corrente admissível do cabo escolhido é de 21A, então, o disjuntor a ser utilizado
poderá ser de 16A, curva C, para permitir o arranque da bomba sem que este desarme.

29
Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

Verificação da condição dada pela expressão 22:

3,798 ≤16 ≤ 21

Condição satisfeita.

Corrente de curto-circuito

O quadro de protecção será instalado a uns 5 metros do inversor. Portanto, a


resistência do cabo, será calculado pela equação 23.

2l
Rc = equação 16
σS

Portanto:

2 ×5
Rc =
56 ×2,5

Rc =0,071 Ω

Essa resistência é a 20 graus Celcius. E como a temperatura do ambiente no qual o


sistema esta instalado é de 40 graus Celcius, então essa resistência é corrigida pela
equação 24.:

RC =R c [1+ α ( T −T 0 ) ] equação 17

Em que:

α - Coeficiente de temperatura, depende material e para cobre é 0,0068ᵒC-1

Portanto:

RC =0,071×[1+0,0068 × ( 40−20 ) ]

RC =0,081 Ω

Portanto, a corrente de curto-circuito presumida no ponto de instalação, pode ser


calculado pela equação 25.

U0
I CC= equação 18
RC

Portanto, a corrente de curto-circuito será:

380
I CC=
0,081

I CC=4691,36 A

30
Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

A corrente de curto-circuito é de aproximadamente 4,7kA, portanto o poder de corte


do disjuntor será de 6kA.

Portanto, será utilizado um disjuntor Tripolar com calibre de 16A, curva C e 6kA de
poder de corte.

3.10.4.2. Protecção contra sobretensões

As sobretensões podem ser de origem atmosférica ou de manobra, portanto, aquando


da ocorrência desses, muitos prejuízos podem surgir, desde a queima de equipamentos
electroeletrónicos ate a morte de pessoas e animais. Portanto, para a protecção contra
sobretensões, podem ser utilizados os descarregadores de sobretensões de 10kA, 470V.

CAPÍTULO IV: ENGENHARIA ECONÓMICA

4.1. Análise económica

Para análise económica, primeiramente deve-se estimar o investimento do projecto.

4.2. Investimento total

O investimento será composto pelo capital corpóreo, capital incorpóreo e capital


circulante.

Capital Corpóreo

É o somatório dos custos directos, ou seja, é o valor que corresponde a custo de bens
tangíveis. Portanto a tabela abaixo mostra o capital corpóreo desse sistema.

31
Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

Tabela 1: Capital corpóreo

Qtd Preço Preço Sub


Ord. Descrição d unit. total

1 Painel Solar 330W 10 8000 80000

2 Inversor 4kW 1 10000 10000

3 Cabo Solar 11 50 550

4 Cabo 0,6/1kV 60,5 30 1815

5 Disjuntor Tripolar 1 1500 1500

6 Seccionador Bipolar 1 550 550

7 DST-CC 2 5000 10000

8 DST-CA 1 15000 25500

9 Acessórios 1 10000 10000

10 Outros 1 5000 5000

11 Total 109415

Fonte: O AUTOR

Capital Incorpóreo

Corresponde aos custos indirectos. Vide a tabela abaixo.

Tabela 2: Capital Incorpóreo

Or Descrição Qtd Preç Preço Sub

32
Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

d. d o unit. total

500
1 Mão de obra 1 50000
00

150
2 Projecto 1 15000
00

150
3 Transporte 1 15000
00

500
4 Alimentação 1 5000
0

500
5 Outros 1 5000
0

6 Total 85000

Fonte: O AUTOR

Capital circulante

Corresponde aos custos durante a fase de funcionamento do projecto, este valor


garante o funcionamento contínuo do projecto. Vide a tabela abaixo.

Tabela 3:Capital Circulante

Descriçã Qtd Preç Preço Sub


Ord.
o d o unit. total

Manuten 200
1 ção 5 0 10000

100
2 Outros 1 00 10000

3 Total 20000

Fonte: O AUTOR

33
Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

Portanto:

Investimento=C Corporeo +C Incorporeo +CCirculante equação 19

Investimento=321.950+199.877,5+75.000

Investimento=¿ 214.415,00Mzn

Fluxo de caixa (FC)

É um instrumento que o empresário utiliza para controlar a sua situação financeira.


Para este projecto, este é tido com um instrumento que controla o valor que esta sendo
poupado, ou seja, que deveria ser pago a EDM (para a compra de energia), mas que não
esta sendo pago, cisto que este utiliza um sistema fotovoltaico.

Tabela 4: Fluxo de caixa

FC
FC FC
Consum FC simples actualizado
Ano Acumulado actualizado
o (kWh) [Mzn] acumulaado
[Mzn] [Mzn]
[Mzn]

0 -214415 -214415 -214415 -214415

1 3780 34776 -179639 31614,55 -182800,45

2 3780 34776 -144863 28740,50 -154059,96

3 3780 34776 -110087 26127,72 -127932,24

4 3780 34776 -75311 23752,48 -104179,76

5 3780 34776 -40535 21593,16 -82586,60

6 3780 34776 -5759 19630,15 -62956,45

7 3780 34776 29017 17845,59 -45110,87

8 3780 34776 63793 16223,26 -28887,61

34
Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

9 3780 34776 98569 14748,42 -14139,19

10 3780 34776 133345 13407,65 -731,53

11 3780 34776 168121 12188,78 11457,24

12 3780 34776 202897 11080,71 22537,95

13 3780 34776 237673 10073,37 32611,32

14 3780 34776 272449 9157,61 41768,92

15 3780 34776 307225 8325,10 50094,02

16 3780 34776 342001 7568,27 57662,29

17 3780 34776 376777 6880,25 64542,54

18 3780 34776 411553 6254,77 70797,31

19 3780 34776 446329 5686,15 76483,46

20 3780 34776 481105 5169,23 81652,69

21 3780 34776 515881 4699,30 86351,99

22 3780 34776 550657 4272,09 90624,08

23 3780 34776 585433 3883,72 94507,80

24 3780 34776 620209 3530,65 98038,46

25 3780 34776 654985 3209,69 101248,14

Fonte: O AUTOR

Para a obtenção dos valores da tabela 4, considerou-se os seguintes dados:

 Tarifa da compra de energia da EDM: 9,2Mt/kWh;


 Taxa de actualização dos Cash Flows: 10%
 Vida útil do projecto FV: 25 anos;

35
Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

Desta tabela pode-se notar que o valor actual líquido corresponde ao valor da
intercessão entre a última coluna e a última linha, ou seja, é o último fluxo de caixa com
actualização acumulado. Isto é:

VAL= 101.248,14Mzn

Também pode-se notar que o investimento é retornado entre o ano 10 e ano 11.
Portanto, o Período de retorno de investimento (PBP) será de 10 anos e alguns meses.

CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1. Conclusão

Na realização deste tralho constatou-se de forma inequívoca através da análise


económica que este trabalho é viável técnica e economicamente, como traçado nos
objectivos.

No capítulo 2, foram apresentados os fundamentos teóricos, porem, limitou-se


apenas a apresentar os conceitos relevantes, ou seja, os conceitos que seriam utilizados
para o dimensionamento deste projecto e que facilitarão o entendimento deste, tanto
para o projectista, quanto para o leitor.

No capítulo 3, foram dimensionados os componentes que fazem parte do projecto


fotovoltaico de bombeamento de água. Nomeadamente forma dimensionados, o gerador
fotovoltaico, o inversor e/ou o drive solar. Portanto, o gerador fotovoltaico, devera ser
constituído por um total de 10 painéis fotovoltaicos de 330Wp cada, perfazendo uma
potência ou capacidade do gerador de 3,3Kw, onde este será composto por apenas uma
fileira fotovoltaica de 10 painéis. E quanto ao inversor, foi constado que será necessário
um de 4kW.

No capítulo 4 foi realizado a análise da viabilidade económica, fazendo uma


comparação entre os custos com a utilização da energia da rede pública e a economia
com a utilização da energia solar fotovoltaica. Onde constatou-se um valor actual

36
Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

líquido (VAL) de 101.248,14Mzn e um perido de retorno do investimento de 10 a 11


anos.

5.2. Recomendações

Nos próximos projectos, recomenda-se que:

1. No dimensionamento de um sistema fotovoltaico de bombeamento de água se


prevê um sistema de armazenamento de energia (Banco de Baterias) para acumular
energia solar, sempre que o reservatório estiver cheios e neste caso a bomba estiver em
repouso, evitando o desperdício de energia.
2. No estudo de viabilidade deve também ser utilizado a taxa interna de retorno e o
índice de rentabilidade.
3. Deve-se efectuar o dimensionamento de uma estrutura de suporte do sistema FV
com rastreamento do sol para aproveitar o máximo de energia solar possível e reduzir-se
a quantidade de painéis solares.

37
Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

Referências Bibliográficas

[1]. Castro, R. 2011 - Uma Introdução às Energias Renováveis: Eólica, Fotovoltaica


e Mini-hídrica.

[2]. CERAGIOLI, Paulo César - Manual de Energia Solar Fotovoltaica.

[3]. CRESESB/CEPEL. 2008 – Manual de Engenharia para Sistemas Fotovoltaicos,


Ediouro Gráfica e Editora S.A., RJ-Brazil.

[4]. GREENPRO. Energia Fotovoltaica- Manual de Tecnologias, Projecto e


Instalação.

[5]. Grupo de Trabalho de Energia Solar. 2008 - Manual de Engenharia Para


Sistemas Fotovoltaicos - CEPEL

[6]. PRINCON. 2004 - Energia Fotovoltaica – Manual sobre tecnologias, projecto e


instalação – Programa ALTERNER, Portugal.

[7]. SERRAO, Marcos. 2010 – Dimensionamento de um sistema fotovoltaico para


uma casa de veraneo em Pouso da Cajaiba-Paraty-monografia, RJ-Brasil.

[8]. PERREIRA DE SA. Daniel. 2010 – Sistemas Fotovoltaicos para bombeamento


de agua-monografia, RJ-Brasil.

[9]. VAL DE OVELHA. R.M.R. 2017 – Projecto, dimensionamento e instalação de


uma solução fotovoltaica de uma moradia offgrid, Lisboa.

38
Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

Outras Referências Bibliográficas

[1]. CUMBI, M., Chissico, J. UEM. 2019 – Notas de aulas da cadeira de Energias
Renováveis e produção descentralizada, Maputo.

[2]. MAMEDE FILHO, J. 2013 - Manual de Equipamentos Eléctricos, LTC, 4ª. Ed,
Rio de Janeiro

[3]. Massingue, Miguel. UEM. 2018 – Notas de aulas de cadeira de Avaliação


económica de projectos, Maputo.

[4]. Telles, M., Nhambe, H. UEM. 2018 - Notas de aulas da cadeira de Instalações
eléctricas, Maputo.

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Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico para uma moradia unifamiliar

40
ELIAS TEMBE
JAN-2022
Análise da viabilidade económica de um projecto fotovoltaico para um sistema de
bombeamento de água no Bairro de intaka no Distrito de Matola

Apêndices

A1.45
ELIAS TEMBE
JAN-2022
Análise da viabilidade económica de um projecto fotovoltaico para um sistema de
bombeamento de água no Bairro de intaka no Distrito de Matola

A1.45
ELIAS TEMBE
JAN-2022
Análise da viabilidade económica de um projecto fotovoltaico para um sistema de
bombeamento de água no Bairro de intaka no Distrito de Matola

Anexos

A1- Dados do painel escolhido

A1.46
ELIAS TEMBE
JAN-2022
Análise da viabilidade económica de um projecto fotovoltaico para um sistema de
bombeamento de água no Bairro de intaka no Distrito de Matola

A1.46
ELIAS TEMBE
JAN-2022
Análise da viabilidade económica de um projecto fotovoltaico para um sistema de
bombeamento de água no Bairro de intaka no Distrito de Matola

A2- Tabela de drive solares da ABB

A2.47

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