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PEA 5002- ENERGIA EÓLICA

FUNDAMENTOS E VIABILIDADE TÉCNICO-ECONÔMICA

Aula 6:
Potencial eólico do
parque eólico
Distribuição das
turbinas no parque
Produção de energia
de um parque
Recordando:
Importante: Boas práticas :
•Escolha do sítio e local de instalação de torre de medição
•Escolha e instalação de medidores e torre
•Coleta e tratamento de dados de vento
Estimativa do potencial eólico no local – ajuste climatológico

Importante: considerar a flutuação em longo prazo causada pelas


variações na velocidade média do vento. Medições de vento realizadas
em um bom ano, por exemplo, com velocidades de vento acima da
média de longo termo, podem sobreestimar a produção de energia da
fazenda eólica.

VARIAÇÃO NA PRODUÇÃO DE ENERGIA A LONGO PRAZO DEVIDO AS VARIAÇÕES NA VELOCIDADE


MÉDIA ANUALDO VENTO
ANO Produção de energia relativa aos valores médios de 1993 a 1998
1993 103,00%
1994 105,90%
1995 102,10%
1996 94,40%
1997 93,80%
1998 105,00%
Média 93-98 100,00%

Fonte: Custódio, 2007 apud Dewi


Para desenvolvimento de um projeto de parque
eólico, o ideal é obter: :

•Medições com qualidade


•Durante um período de 05 à 10 anos

Para usar medições de vento feitas em curtos períodos faz-se


necessária:

• a correlação dos dados de vento com medições de longo prazo


realizadas em outros locais.

A este procedimento chama-se MCP – Medir, Correlacionar,


Prever
Pesquisa de dados de longo prazo: pesquisa de registros de longo prazo
que sirvam como base para os ajustes climatológicos . Estes registros
devem ter simultaneidade com o período de medição da(s) torre(s) para
que os estudos de correlação e extrapolação das médias de longo prazo
possam ser feitos.

•A correlação entre os dados de referência de longo prazo e aqueles


medidos no sítio deve ser elevada.

• Além disso os sítios de medição devem apresentar proximidade


geográfica e situarem-se em áreas com similaridade de regime de
ventos (regimes diurno, sazonal e anual) e de características
topográficas.

Na insuficiência de dados anemométricos para correlações, podem ser


utilizados dados atmosféricos de reanálises (e.g NCAR/NCEP Global
Reanalysis Project) ou medições indiretas de vento sobre o oceano
realizadas por satélites (e.g NOAA/NASA Special Sensor Microwave
Imager – SSMI)
Vários métodos são aplicados para estimar valores médios de velocidade
de vento de longo prazo a partir do uso de medições de curto prazo de
dados de ventos.
Pode-se citar como exemplo:

•Método da regressão linear


•Método das razões
•Método das razões mensais
•Métodos MCP ( Medir-correlacionar-Prever)

Procedimentos MCP

Consideram que dentro de uma região definida, na qual foram feitas as


medições de curto prazo, também existam medições de longo prazo. Esta
estação de medição de longo prazo, no chamado local de referência, deve
ter um tempo mínimo de medições de 5 a 10 anos e estar localizada em
uma área que esteja próxima do local das medições de curto prazo para
que tenha as mesmas condições climatológicas.

É importante verificar o histórico de uma estação de medição de


longo prazo, antes de utilizar os dados para correlação.
Assim, para o procedimento MCP são necessários três conjuntos de dados:

1.Medições de curto prazo no local de predição


2.Medições de longo prazo no local de referência
3.Medições realizadas no local de referência com periodo de tempo
coincidente com a medição de curto prazo, realizada no local de predição
Medições de curto termo
ESQUEMATIZAÇÃO DO Local de Predição
Velocidade do vento (m/ s)
MÉTODO MCP BASEADO Dir 1-2 2-3 3-4 4-5 5-6 6-7 ....
00
EM DADOS ESTATÍSTICOS 300
600
900 Frequencias
:
3300

Correlação entre as
Medições de curto termo Medições de Curto Termo
Estação de referencia Velocidade do vento (m/ s)
Velocidade do vento (m/ s) Dir 1-2 2-3 3-4 4-5 5-6 6-7 ....
Dir 1-2 2-3 3-4 4-5 5-6 6-7 .... 00
00 300
300 600
600 900 Parâmetro de correção
900 Frequencias :
: 3300
3300
Medições de Longo Termo Resultado dos dados de Longo Termo
Estação de Referencia Local de Predição

Dir 1-2 2-3 3-4 4-5 5-6 6-7 .... Dir 1-2 2-3 3-4 4-5 5-6 6-7 ....
00 00
300 300
600 600
900 Frequencias 900 Frequencias
: :
3300 3300
Os métodos MCP podem ser divididos em :

•Métodos estatísticos puros


•Métodos de séries de tempo
•Mistura de série de tempo e procedimentos
estatísticos
Estimativa do potencial eólico na área do parque eólico.

Também conhecido como estudos de Micrositing , consiste em determinar


as caracterísiticas do vento em toda a área da fazenda eólica, de forma a
estimar a produção de energia em cada um dos aerogeradores.

Método 1- Estimativa na posição de cada turbina

Método aplicado
especialmente em terrenos
complexos ou aqueles onde
Local da medições há muitas diferenças
de vento
orográficas dentro da área.

Locais onde são estudadas as localizações das


turbinas eólicas, sendo, estimadas as
características do vento
Método 2 – Divisão da área em sub-áreas

Considera-se que o vento em todos os pontos desta sub-área seja


idêntico. Na divisão da área para estudos de micrositing , a definição de
cada sub-área deve levar em conta suas características , que deverão
ser homogêneas.
Locais onde são estimadas
As características a serem observadas são: as características do vento

•O relevo deve ser homogêneo


•Existência de obstáculos
•Rugosidade similares em todas as direções

Este método é indicado para áreas Local das medições


do vento
planas e com orografia homogênea e
facilmente identificada em cada uma
das sub-áreas definidas. Área onde se adota para estudar
as características do vento
medidas, ou estimadas no ponto
indicado
O estudo detalhado do potencial eólico em cada aerogerador
(micrositing) pode ser apoiado também por medições de velocidade de
vento adicionais diretamente na posição do aerogerador, durante curtos
períodos de algumas semanas.

Com este objetivo podem ser utilizados sistemas de medição de alta


mobilidade baseados em técnicas de detecção remota , como o SODAR
( Sound Detection and ranging) especialmente em terrenos complexos.
As estimativas das características do vento detalhadas na área da fazenda
eólica são feitas adotando –se a seguinte metodologia.

a)No local das medições, calcula-se o comprimento de rugosidade em


todas as direções (setores) no entorno do ponto.
b)Por meio de modelos atmosféricos, determina-se o vento geostrófico,
livre de influencia de rugosidade
c)No ponto onde serão estimadas as características do vento, determina-
se os comprimentos de rugosidade em todas as direções (setores) no seu
entorno
d)A partir do vento geostrófico , já determinado, calcula-se o vento na
altura do cubo do aerogerador considerando-se as influencias da
rugosidade no seu entorno, por meio de modelos atmosféricos.

Estes cálculos podem ser feitos com auxílio de modelos atmosféricos,


que levam em conta a influencia do terreno.

Um conhecido modelo para estimativa do vento é o WasP, um


aplicativo computacional desenvolvido pelo Instituto Dinamarquês de
Energia Eólica – RISO.
Exemplo de utilização do programa WAsP
Exemplo de utilização do programa WAsP
Outros modelos utilizados nos estudos de micrositing

Modelos de mesoescala têm sido utilizados nos estudos de micrositing .

Destaca-se:

-MesoMap : utilizado na interpolação dos regimes de vento, a partir de


medições existentes para o restante do território em estudo.
-Windmap: Utilizado em conjunto, para o mapeamento final, através do
cálculo da camada limite. O WindMap é um modelo tridimensional de
escoamento, constituído principalmente pelas equações de conservação
de massa e equações de camada limite, estas últimas incluindo a
consideração da estabilidade térmica vertical da atmosfera.
-MM5 (Mesoscala Modeling System – 5th generation). A simulação da
climatologia obtida com este modelo, ancorada em medições de vento de
boa qualidade, permite a elaboração de mapas de vento. Estes,
combinados com informações de topografia, uso do solo, influencias locais
e outras restrições (ferramenta GIS) , permite a elaboração de mapas
eólicos para o local de estudo.
Projeto de
“Micrositing”

Define o exato posicionamento


de cada aerogerador na Usina
Eólica;

Objetiva maximizar a Produção


Anual de Energia (PAE);

Alteração do posicionamento
implica em alteração da
Produção Anual de Energia.
Foto: Divulgação WOBBEN Windpower Indústria e
Comércio Ltda.
A disposição dos aerogeradores - Micrositing
Teorema de Betz

Potência eólica

1 . 2
Peol = mv
2 A2 A A1
V
Usando a lei de conservação
de momento

F = m(V1 − V2 )
.
Windpower.dk, 1998

Lei da continuidade de fluxo


.
Potência mecânica extraída pelo
rotor
ρ1 A1V1 = ρ 2 A2V2 = m

{ }
.
1 .
Pm = m . V1 − V2 Fluxo de massa
2 2
Sendo m
2
V1> V > V2 A = área do rotor
Esteira da turbina eólica – Região atrás da turbina afetada pela extração da
energia feita pelo rotor. É uma região turbulenta, com a presença de vórtices
de karman. A região atrás da turbina onde é formada a esteira é denominada
de “sombra”. Quando uma turbina eólica opera na sombra da outra, ela
deverá extrair energia de uma massa de ar com menor potencial que a
original, com menor velocidade média do vento, reduzindo seu desempenho.

http://www.windpower.dk/tour

Interferência da esteira; depende da velocidade de ponta de pá


É possível determinar a redução da velocidade do vento na esteira de uma
turbina e, dessa forma, a perda da eficiencia de uma fazenda eólica. O
cálculo deve ser feito separadamente para cada direção do vento, sendo
necessário o conhecimento, em cada setor, do comportamento do vento e
rugosidade.

Projeto de “Micrositing”

 Minimizar efeito esteira;

Utiliza softwares especificos na


elaboração dos projetos;

Deverá respeitar limites dos


terrenos;

 Responsabilidade do investidor. Foto: Efeito esteira gerado por um rotor


eólico (Windpower, 2007)
Sombra de um turbina eólica – Na esteira há uma maior intensidade de
turbulencia que provoca maiores esforços mecânicos nas pás de outra
turbina situada no seu interior

D = Diâmetro do rotor (m)

10 D
5D

Esteira aerodinâmica e afastamentos considerados seguros entre turbinas numa


usina onshore.
Aerogeradores podem estar situados total ou parcialmente na sombra de
outros aerogeradores. A situação de sombra parcial é muito ruim, porque
desenvolve cargas não uniformes nos rotores.

Os efeitos da esteira no parque eólico são os seguintes:

1.Perda de desempenho da turbina que opera na esteira de outra, devido


a redução na velocidade do vento
2.Redução na vida útil da turbina devido a maior turbulencia na esteira

A perda de eficiencia do parque eólico depende do espaçamento entre as


turbinas, orientação, caracteristicas e topografia do terreno, e pode
chegar a 20% da energia bruta produzida. Um bom projeto de fazenda
eólica com 8 a 10 turbinas terá perdas inferiores a 5%.

Entretanto, quanto maior o espaçamento entre turbinas maior será a área


necessária para a fazenda eólica.
Curvas de potência de uma fazenda eólica

Eficiencia de um parque eólico % da


potência
Única
em função da esteira nominal turbina

Fazenda
eólica

Velocidade do vento em m/s

Vento prevalecente ou
predominante é aquele que vem
na direção com maior influencia na
produção de energia da fazenda.
Quanto maior a predominancia dos ventos em uma determinada direção,
mais se pode otimizar os espaços, reduzindo-se as distancia laterais dos
aerogeradores, em relação ao vento predominante.

A eficiencia de uma fazenda eólica pode ser definida pela seguinte


expressão;


n
Pfe
η fe = i −1
100

n
P
i =1 livre
Onde;

ηfe Eficiencia de uma fazenda eólica

Pfe Potencia produzida a partir de cada aergerador dentro da fazenda


eólica (W)
Plivre Potencia produzida a partir de cada aerogerador com o vento
livre ( W)
i Aerogerador ( adimensional)
Outros aspectos na definição da disposição dos
aerogeradores

Estes aspectos são:

•Relevo do terreno
•Emissão de ruído
•Aspectos ambientais
•Proteção a aves
•Impactos da sombra da pá
•Dificuldades na implantação da rede elétrica
•Facilidade de acesso às turbinas
Área ocupada por um parque eólico
A área ocupada por uma fazenda eólica varia de um projeto para outro
devido, fundamentalmente, as seguintes variáveis:

a) Características do terreno, com relevo, orografia, rugosidade e


obstáculos
b) Tipo e tamanho dos aerogeradores utilizados
c) Critérios técnicos adotados pelo projetista, como eficiencia
d) Sombras dos aerogeradores
e) Ruído
Para estimativas iniciais, antes do projeto, pode-se adotar uma taxa de
ocupação da ordem de 10MW/km2. Para o cálculo da área estimada pode-
se ainda, utIlizar a expressão abaixo, que representa uma área mínima
para um parque eólico com a densidade tipo 3D x 5D instalado em terreno
de fácil implantação.
Onde:
A – área total ocupada pela fazenda eólica (m2)
D – diâmetro do rotor da turbina (m)
45 2
A= D (n + 2) n- número de aerogeradores no parque eólico
2 (adimensional)
A área pode aumentar caso se fizer necessário alguns ajustes na
disposição dos aerogeradores, tais como:

1.Adaptação do relevo
2.Influencia dos obstáculos (quebra-ventos)
3.Menor densidade do parque, para melhorar sua eficiencia
4.Evitar sombras dos aerogeradores em residencias ou locais
determinados
5.Diminuir o ruído em algum ponto específico, como uma
residencia
6.Exigencias ambientais
7.Acordo de uso da terra com proprietários
ESCOLHA DOS AEROGERADORES
CLASSES DE TURBINAS EÓLICAS

A certificação de tipo de Turbinas Eólicas especifica as condições de vento


e intensidade de turbulencia para a qual as turbinas são projetadas,
conforme requisitos de segurança de orgãos homologadores internacionais
tais como: International Electrotechinical Comission (IEC), Germanischer
Lioyd (GL) e Dt Nosrke Veritas (DNV).

A escolha do modelo de aerogerador a ser adotado em um projeto eólico deve ser


precedida por uma criteriosa análise das condições de vento e intensidade de
turbulencia no local da usina. As análises das condições de vento incluem a estimativa
de ventos extremos com médias de 10 minutos (velocidade de referencia) e 3 segundos
( rajadas máximas) .

No projeto de turbinas eólicas as condições extremas de vento são utilizadas para


calcular os carregamentos máximos suportados pelas turbinas.

Além disso são considerados também os efeitos das condições climáticas na


integridade e segurança da turbina tais como: temperatura, umidade, densidade do ar,
radiação solar, chuva, granizo, descargas atmosféricas, salinidade, terremotos,
substancias químicas, etc.
Classes de turbinas
As turbinas são divididas em classe em função das condições de projeto. As classes
são definidas em função dos dados de velocidade do vento e turbulência. Os dados
que formam a base para o projeto são caracterizados por:
• Vref – máxima velocidade média de 10 minutos
•Vmédia – velocidade média anual com média a cada 10min
• Intensidade de turbulência característica a uma velocidade de vento de 15m/s ( I15 )
• A,B - categoria para maior e menor intensidade de turbulência respectivamente

Classes de turbinas
conforme IEC 61400-1

Importante: Minimizar riscos –


Escolher a turbina adequada ao local
CURVAS DE DESEMPENHO – CURVA DE POTENCIA DA TURBINA
EÓLICA
As estimativas de produção de
energia devem considerar turbinas
com curva de potencia
medida/certificada conforme IEC
61400-12 e MEASNET, sendo emitida
por instituições credenciadas .
Alternativamente pode se utilizar
também a curva de potencia garantida
contratualmente pelo fabricante.

As curvas de potencia devem ser


corrigidas para a densidade do ar
local, conforme procedimento da
IEC 61400-12. O cálculo da
densidade do ar deve basear-se em
medições locais ( ou séries
históricas do INMET) de
temperatura e pressão atmosférica,
considerando a altitude média das
usinas.
ESCOLHA DOS AEROGERADORES

A escolha dos aerogeradores deve levar em conta importantes


aspectos técnicos e comerciais, como:

1.Fabricação e assistencia técnica no país e região


2.Tecnologia adotada
3.Modelos e tamanhos disponiveis
4.Infra-estrutura para transporte e montagem
5.Produção de energia do aerogerador no local
6.Custo de instalação do aerogerador
7.Custo de operação e manutenção do aerogerador

Importante: Minimizar riscos com escolha do aerogerador: Tecnologia,


eficiência, disponibilidade ( índice de falhas)
Produção de energia elétrica

O que influencia na eficiência de um parque eólico

Qualidade do aerogerador
Estimativa do Eficiência do
vento • curva de potência
parque eólico
•disponibilidade técnica

Energia gerada
Economia
k −1
k   v   v  k 
p (v ) =   ×   × exp  −  
c  c   c  

Ex: Distribuição de Weibull


−1
= (0.568 + 0.433 / k ) k
c
− Fator de escala EP (ano) = ∑ fri × Pi × ∆t
V

−1, 086
σ  EP(ano) = ∫ p (v) P(v) × ∆t
k =  −u 
Fator de forma
 
 v 
Um aerogerador comercial não é capaz de produzir energia todo tempo e a
plena capacidade. Esta limitação depende de três fatores:

1.Perdas que reduzem o rendimento


2.Indisponibilidades
3.Variações na velocidade do vento Perdas
A curva de potencia considera a
potencia elétrica fornecida pela
turbina e portanto já considera as
perdas. Estas perdas são:
•Perdas no multiplicador de
velocidade
•Perdas mecânicas, elétricas e
magnéticas do gerador elétrico
•Perda no transformador
•Perdas no sistemas elétricos:
disjuntores, chaves, cabos,
tiristores, capacitores, conversores,
1 etc.
P= ρAC pηAV 3
2
Indisponibilidade de um aerogerador

Um aerogerador, como qualquer máquina, necessita de manutenção que,


por vezes, exige sua parada. Alguns exemplos de manutenção que
provocam paradas.
•Troca de óleo do sistema hidráulico
•Revisão geral no gerador
•Nivelamento e balanceamento do gerador
•Correção de defeitos no controle das pás da turbina
•Correção de defeitos na conversora de frequencia
•Manutenção corretiva das pás

Os fabricantes têm garantido disponibilidade mínima entre 97% e 98%.

Como a usina é composta por um grande número de aerogeradores, as


indisponibilidades individuais das máquinas não trazem maiores transtornos na
produção de energia elétrica, uma vez que as manutenções são programadas de forma
escalonada.
Adicionalmente, o conhecimento do comportamento do vento no local permite que as
programações de paradas dos aerogeradores, para manutenção, sejam feitos em
períodos de ventos mais fracos e, desta forma, a redução na produção de energia é
minimizada.
Variações na velocidade do vento

Velocidade do vento Frequencia de ocorrencia Potencia do aerogerador F(v).P(v)


(m/ s) (%) (KW)
1 0,474 0 0,0
2 1,436 2 0,0
3 4,017 16 0,7 EP (ano) = ∑ fri × Pi × ∆t
4 7,149 56 4,0
5 10,466 127 13,3
6 12,855 240 30,9
7 13,617 400 54,5 EP(ano) = 694,6
8 13,040 626 81,6 x 8760h/ano
9 11,597 892 103,4
10 8,097 1223 108,9
11 6,144 1590 97,7
12 3,942 1830 72,1
= 6085 MWh
13 2,797 1950 54,5
14 1,674 2050 34,3
15 0,885 2050 18,1
16 0,453 2050 9,3
17 0,268 2050 5,5
18 0,153 2050 3,1
19 0,091 2050 1,9
20 0,022 2050 0,5
21 0,002 2050 0,0
22 0,002 2050 0,0
23 0,004 2050 0,1
24 0,000 2050 0,0
25 0,000 2050 0,0
Total 694,6
: Fator de Capacidade (FC) de uma central

Curva anual de geração


Potência elétrica Pe (kW)
instantânea função da
velocidade do vento
Potência máxima - nominal

Energia anual gerada


Potência média
i = 8760
Ed = ∫ i= 0
Pe i × dt i

horas
Fator de capacidade - FC i = 8760

FC = energia efetivamente gerada


∫ i= 0
Pe i × dt i
=
Máxima energia possível de ser P max × 8760 h / ano
gerada
= Pmédia /
Então:
Ed = P max × FC × 8760 h / ano
Pnominal
Eg (ano)
Fator de capacidade FC =
Pn × 8760horas

O FC representa um importante critério de decisão de escolha


da viabilidade técnica e econômica da usina. É um indicador
da produção energética e conseqüentemente do potencial de
instalação de turbinas eólicas em um local. Diferentes locais
(estações) usando o mesmo modelo de turbina apresenta
diferentes fatores de capacidade, função da velocidade média
dos ventos.

Valores típicos para locais que possuem um bom regime de


vento: 35%< FC < 45%
ENERGIA GERADA PELO PARQUE
Produção de energia bruta: considera apenas as perdas por
interferência das esteiras entre rotores das turbinas.

D = Diâmetro do rotor (m) Produção líquida :


Devem ser incluídas :
•Perdas elétricas: circuito
interno + transmissão até o
ponto de entrega
• Consumo próprio
10 D • Perdas por
5D indisponibilidade do sistema
elétrico e dos aerogeradores
(indisponibilidade forçada e
programada)
Energia anual gerada por uma turbina

EG (ano) = Pn × FC × 8760 / ano


Energia anual gerada por uma central eólica

EG (ano) central ≠ ∑ EGn


Energia gerada por
nT = número de turbinas
cada turbina

EG (ano) central = ∑1 EG (ano) n × (1 − perdas)


nT

Perdas na central= Perdas elétricas + consumo próprio +


indisponibilidade
FATORES QUE INFLUENCIAM NO FATOR DE
CAPACIDADE

• Velocidade média; curva de distribuição da velocidade do


vento
• Altura de instalação da turbina
• Curva de potência da turbina
Curva de freqûencia acumulada e duração da velocidade dos ventos

I
fj
∑ fr
j =1
j =1
f rj =
N
Curva de frequência : F(Vo) = (fr1+fr2+fr3+ ....frI)
Curva de duração :1-F(Vo) =1-(fr1+fr2+fr3+...frI)
Fr(%) vezes o período ( 8760horas/ano) – número de horas em que ocorreu
determinada velocidade
Curva de duração de velocidade e potência a partir dos dados

Curvas de duração de velocidade e potência pode ser útil na


comparação do potencial energético de locais candidatos.
O eixo x representa o número de horas
no período em que uma determinada
velocidade é ≥ que um certo valor

Exemplo de curva de duração de velocidade Curva de produção de uma turbina


para vários sítios, (Manwell,2005)
Incertezas na produção de energia: Energia excedida , Níveis de confiança
Energia garantida
A partir dos resultados da análise de incertezas na produção de energia podem ser
calculados os níveis de energia excedida como uma dada probabilidade ou nível de
confiança. Usualmente apresenta-se o valor da energia excedida para probabilidades ou
níveis de confiança de 50, 75, 90 e 95% ( P50, P75, P90 e P95), ou através de um gráfico
de energia excedida versus nível de confiança.
Os valores da energia excedida
para os diferentes níveis de
confiança servem como referência
para as análises de viabilidade
econômica-financeira de parques
eólicos, sendo freqüentemente
exigidos por instituições
financeiras na análise do project
finance e risco do
empreendimento.

Quanto maior o nível de confiança,


menor o valor da produção de
energia garantida, o que reduz o
risco do investidor, porém reduz
também a rentabilidade do negócio.
Fonte: Livro - Energia Eólica; Ronaldo dos Santos Custódio
INCERTEZAS NA PRODUÇÃO DE ENERGIA
As incertezas na produção de energia resulta da combinação das
seguintes fontes de incertezas.

•Incertezas na velocidade do vento: medição, extrapolação vertical e


horizontal e climatologia. A partir de uma análise de sensibilidade da
variação na velocidade do vento e a consequente variação na
produção de energia, as incertezas na velocidade do vento podem
ser convertidas em incertezas de geração.

•Incerteza na curva de potencia da turbina: calculada durante os


ensaios de medição da curva, englobando as incertezas estatísticas
e as do sistema e da instrumentação.

•Incertezas no cálculo das perdas aerdonâmicas do parque, que


decorre do modelo de interferencia aerodinâmica utilizado entre
turbinas
Diferentes modelos
de turbinas instaladas
em um mesmo local

Diferentes alturas de
instalação

Histograma de velocidade

0,14
0,12
0,1
0,08
Fr

0,06
0,04
0,02
0
1

9
11

13

15

17

19

21

23

25

Classe de velocidade

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