Você está na página 1de 120

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO TECNOLÓGICO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA E ELETRÔNICA
CURSO ENGENHARIA ELÉTRICA

Yago Pazinato Pinto Nunes

ANÁLISE COMPARATIVA DO EFEITO DE SOMBREAMENTO


ENTRE O USO DE INVERSORES STRING E
MICROINVERSORES NO CENÁRIO DE IRRADIAÇÃO DE FLORIANÓPOLIS

Florianópolis - SC
2022
Yago Pazinato Pinto Nunes

ANÁLISE COMPARATIVA DO EFEITO DE SOMBREAMENTO


ENTRE O USO DE INVERSORES STRING E
MICROINVERSORES NO CENÁRIO DE IRRADIAÇÃO DE FLORIANÓPOLIS

Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em


Engenharia Elétrica do Centro Tecnológico da
Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito
para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia
Elétrica.
Orientador: Prof. Roberto Francisco Coelho, Dr.

Florianópolis
2022
Yago Pazinato Pinto Nunes

ANÁLISE COMPARATIVA DO EFEITO DE SOMBREAMENTO


ENTRE O USO DE INVERSORES STRING E
MICROINVERSORES NO CENÁRIO DE IRRADIAÇÃO DE FLORIANÓPOLIS

Este Trabalho Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do Título de Bacharel
em Engenharia Elétrica e aprovado em sua forma final, pela Banca Examinadora.

Florianópolis, 23 de julho de 2022.

________________________
Prof. Miguel Moreto, Dr
Coordenador do Curso de Graduação em Engenharia Elétrica

Banca Examinadora:

_______________________
Prof. Roberto Francisco Coelho, Dr.
Orientador
Universidade Federal de Santa Catarina

________________________
Prof. Lenon Schmitz, Dr.
Avaliador
Universidade Federal de Santa Catarina

________________________
Prof. Rafael Henrique Eckstein, M. Eng.
Avaliador
Instituto Federal de Santa Catarina
Este trabalho é dedicado a meus pais e minhas irmãs.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente, gostaria de agradecer a minha família por todo apoio durante esta
longa caminhada. Minha mãe Juliana e meu pai Vinícius, pelos momentos de conversa e
carinho, em que mesmo à distância, muitas conversas foram de fundamental importância para
minha formação como ser humano. Às minhas irmãs Iara e Carolina, às quais pude acompanhar
o crescimento durante a faculdade, agradeço pela descontração e carinho dirigidos por forma
de carta e desenhos.
À minha namorada, Giulia, pelo companheirismo e alegria proporcionada nos
melhores dias, assim como a paciência e apoio nos piores.
Aos amigos feitos durante a graduação, representados pelos nomes de Diego e
Leonardo, pelas risadas e parceria.
Ao professor e orientador Roberto Coelho, pela disposição, conhecimento repassado e
paciência durante toda a orientação.
Por fim, gostaria de agradecer à Universidade Federal de Santa Catarina e seu corpo
docente pelo ensino público, gratuito e de qualidade ofertado durante estes anos, os quais serão
muito bem lembrados durante o restante da minha trajetória profissional.
RESUMO

Diante das variadas soluções apresentadas no mercado de energia solar existentes no panorama
nacional, diferentes topologias de inversores têm sido apresentadas com o intuito de otimizar a
potência e energia proveniente dos arranjos fotovoltaicos. Dentre elas, duas principais
tecnologias têm ganhado destaque comercial, sendo os inversores tipo string empregados
majoritariamente com arranjos de módulos associados em série, enquanto os microinversores
são utilizados de forma a maximizar a potência dos módulos de forma individual. O presente
trabalho visa comparar o uso de microinversores e inversores string diante dos cenários de
irradiância e de temperatura encontrados em Florianópolis, perante situações de sombreamento
parcial ou total. Com essa finalidade, foi modelado no software PSIM um algoritmo de MPPT
aplicado a diferentes conversores CC-CC: um Boost, normalmente utilizado em inversores
string, e um conversor de alto ganho, usualmente empregado em microinversores.
Posteriormente, três cenários de sombreamento foram criados para análise dos valores de
potência, energia e ciclo de trabalho dos conversores em questão. Baseados nestes valores,
diferentes cenários econômicos foram realizados para avaliar a atratividade econômica entre
ambos os sistemas propostos, determinando se a energia adicional gerada pelo conversor de
alto ganho é suficiente para compensar o investimento inicial relativo ao microinversor.
Constatou-se que o sistema com microinversores é atrativo financeiramente em apenas 1 dos 3
cenários propostos, apesar de rastrear o ponto de máxima potência de forma mais eficiente em
todos as simulações propostas.

Palavras-chave: Energia Solar. Conversor. Micro inversor.


ABSTRACT

Given the varied solutions presented in the national photovoltaic Market, different solutions are
currently provided in regards to optimize output power and energy in PV arrays. Amongst them,
2 main technologies have gained commercial influence, being String inverters used primarily
for series-connected PV arrays, whereas micro inverters are used to maximize power outputs in
an individual level. The present paperwork desires to compare the use of micro and string
inverters in Florianópolis irradiation and temperature data, granted partial and/or total shadings
applied to the PV modules. With this purpose, an MPPT algorithm was modeled and applied to
2 converters: a Boost converter normally utilized in string inverters and the other a high step-
up converter, usually applied in microinverters. Subsequently, three shading scenarios were
created in order to analyze the main values of power, energy and duty cycle regarding the
proposed Converters. Based on these values, different economic situations were created to
evaluate the economical appeal of both configurations, determining if the additional energy
provided by the high step-up converter is enough to compensate the initial investment regarding
the micro inverter. It was found that the system with micro inverters was financially attractive
in only 1 of the 3 proposed scenarios, despite tracking the modules more efficiently in all the
proposed simulations.

Keywords: Solar Energy. Inverters. Converters.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Efeito Fotovoltaico ..................................................................................... 19


Figura 2: Célula, módulo e arranjo fotovoltaico ........................................................ 19
Figura 3: Equipamento constituintes do módulo fotovoltaico ................................... 20
Figura 4: Tecnologias de módulos comercializados no ano de 2020/2021 ................ 21
Figura 5: Módulo com tecnologias: (a) full-cell e (b) half-cell .................................. 22
Figura 6: Circuito Equivalente de uma célula fotovoltaica ........................................ 23
Figura 7: Influência das resistências: (a) série e (b) paralela, na curva IxV. ............. 24
Figura 8: Curvas P-V e I-V de um módulo fotovoltaico ............................................ 24
Figura 9: Circuito equivalente módulo fotovoltaico .................................................. 25
Figura 10: Módulo com células fotovoltaicas em: (a) série e (b) paralelo ................. 25
Figura 11: Radiação solar global horizontal média anual no Brasil........................... 27
Figura 12: Piranômetro comercial .............................................................................. 28
Figura 13: Módulo fotovoltaico suprindo carga resistiva .......................................... 30
Figura 14: Curva de carga com intersecção do MPP ................................................. 31
Figura 15: Módulo PV suprindo carga resistiva com conversor CC-CC ................... 31
Figura 16: Funcionamento do diodo de bypass .......................................................... 32
Figura 17: Curvas: (a) I-V e (b) P-V com módulos sombreados. .............................. 33
Figura 18: Fluxograma Método da Tensão de circuito aberto ................................... 35
Figura 19: Fluxograma do Métudo Perturba & Observa ............................................ 37
Figura 20: Curva P-V e sua respectiva derivada ........................................................ 38
Figura 21: Tensão de MPP dependente da temperatura ............................................. 39
Figura 22: Topologia conversor Boost ....................................................................... 40
Figura 23: Conversores de alto ganho: (a) Rede ASL e (b) célula S2C ..................... 42
Figura 24: Estados topológicos do conversor (a) interruptores em condução; (b)
interruptores bloqueados e (c) interruptores bloqueados em operação MCD .......................... 43
Figura 25: Inversor fotovoltaico comercial tipo string. ............................................. 45
Figura 26: Microinversor fotovoltaico comercial ...................................................... 46
Figura 27: Representação de um módulo fotovoltaico, pela interligação de 6 sub-
módulos com tecnologia half-cell............................................................................................. 49
Figura 28: Dados de Input para modelo físico do Módulo Fotovoltaico ................... 50
Figura 29: Curva PxV e IxV em Ambiente PSIM para condições STC .................... 51
Figura 30: Conexão 6 módulos half-cell em série em ambiente PSIM ...................... 53
Figura 31: Conversor Boost simulado em ambiente PSIM ........................................ 54
Figura 32: Conversor Boost simulado em ambiente PSIM ........................................ 54
Figura 33: Conversor Boost com algoritmo de rastreamento simulado em ambiente
PSIM ......................................................................................................................................... 55
Figura 34: Tensão e corrente de MPPT do arranjo fotovoltaico ................................ 56
Figura 35: Potência do arranjo fotovoltaico (azul) vs Potência ideal do arranjo
(vermelho) ................................................................................................................................ 57
Figura 36: 2 Módulos fotovoltaicos conectados ao conversor ASL-S2C .................. 58
Figura 37: Conversor ASL-S2C conectado aos módulos, simulado sob razão cíclica
constante ................................................................................................................................... 59
Figura 38: Conversor ASL-S2C simulado sob razão cíclica constante...................... 59
Figura 39: Conversor ASL-S2C simulado com algoritmo de rastreamento .............. 60
Figura 40: Tensão e corrente do Conversor ASL-S2C, simulado sob algoritmo de
MPPT ........................................................................................................................................ 60
Figura 41: Potência de MPPT do arranjo fotovoltaico (azul) vs Curva Ideal de potência
do módulo (vermelho) .............................................................................................................. 61
Figura 42: Irradiação solar mensal média no plano inclinado em Florianópolis ....... 63
Figura 43: Descrição da fonte de tensão “Step-2 level” presente em PSIM© ........... 65
Figura 44: Funções steps para criação das irradiâncias (exemplo mês de janeiro) .... 66
Figura 45: Irradiâncias médias horárias para cada mês do ano .................................. 66
Figura 46: Funções Steps para criação das Temperaturas (exemplo mês de Janeiro) 68
Figura 47: Temperaturas médias horárias mensais de Florianópolis ......................... 68
Figura 48: Esquemático simulado no Cenário I ......................................................... 71
Figura 49: Potência do mês de março: (a) potência ideal total dos seis módulo da string
e (b) potência dos módulos não-sombreados, aplicado ao conversor Boost. ........................... 72
Figura 50: Potência gerada na soma dos 3 Conversores ASL-S2C, mês de Setembro
.................................................................................................................................................. 73
Figura 51: Potência gerada nas strings (a) sombreadas e (b) não-sombreadas dos
Conversores ASL-S2C, mês de Dezembro .............................................................................. 74
Figura 52: Ciclo de Trabalho atrelado ao conversor Boost no primeiro cenário, mês de
dezembro .................................................................................................................................. 75
Figura 53: Tensões das strings dos ASL-S2C e seus respectivos ciclos de trabalho, mês
de ............................................................................................................................................. 76
Figura 54: Energia gerada pelo Conversor (a) ASL-S2C e (b) Boost ao longo do dia
sob cenário I, mês de Dezembro ............................................................................................... 77
Figura 55: Esquemático simulado no Cenário II ........................................................ 82
Figura 56:Potência total do arranjo (vermelho) e ideal (azul) relacionado ao mês de
março, no conversor (a) ASL-S2C e (b) Boost ........................................................................ 83
Figura 57: Tensão de saída (vermelho) e do arranjo (azul) referentes ao Conversor
Boost, mês de fevereiro ............................................................................................................ 85
Figura 58: Potência do arranjo sombreado (verde), das strings não sombreadas
(vermelho) e relação a potência ideal (azul) da string, mês de agosto ..................................... 86
Figura 59: Ciclo de trabalho do conversor do arranjo sombreado (vermelho) e não-
sombreado (azul), mês de exemplo janeiro .............................................................................. 86
Figura 60: Energia do arranjo sombreado(verde) e não sombreadas(azul) em relação a
uma string sem sombreamento (vermelho), mês de janeiro ..................................................... 87
Figura 61: Corrente de saída e tensão do arranjo sombreado (verde) e não-sombreado
(vermelho), conversor ASL-S2C no mês de setembro ............................................................. 90
Figura 62: Esquemático simulado no Cenário III ...................................................... 92
Figura 63: Potência no mês de dezembro relativa ao Boost(vermelho), em contraste
com a potência ideal do arranjo (azul)...................................................................................... 93
Figura 64: Potência no mês de dezembro relativa ao conversor ASL-S2C(vermelho),
em contraste com a potência ideal do arranjo (azul) ................................................................ 93
Figura 65: Tensão de saída do Conversor Boost (vermelho) e do arranjo fotovoltaico
(azul), mês de dezembro ........................................................................................................... 94
Figura 66: Tensão dos arranjos (inferiores) comparados às tensões de saída dos
Conversores ASL-S2C(superiores), mês de dezembro ............................................................ 95
Figura 67: Duty cycle das strings dos Conversores ASL-S2C, mês de dezembro ..... 95
LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Dias de referência para escolha de dia médio para cada mês do ano. ....... 29
Quadro 2: Parâmetros do modelo de módulo físico encontrados no PSIM. .............. 50
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Características módulo fotovoltaico LR4-72HPH-445M........................... 48


Tabela 2: Características nominais Conversor Boost. ................................................ 52
Tabela 3: Irradiação solar diária média mensal na Cidade de Florianópolis.............. 63
Tabela 4: Irradiância horária média mensal em Florianópolis ................................... 64
Tabela 5: Temperaturas horárias relacionadas a cada horário do dia......................... 67
Tabela 6: Potência máxima média gerada em cada mês para ambos os conversores 76
Tabela 7: Energia gerada no conversor Boost - Cenário I ......................................... 79
Tabela 8: Energia gerada nos conversores ASL-S2C - Cenário I .............................. 79
Tabela 9: Diferença de energia entre os conversores - Cenário I ............................... 80
Tabela 10: Potência máxima média gerada em cada mês em ambos os conversores 84
Tabela 11: Energia gerada no Conversor Boost – Cenário II..................................... 88
Tabela 12: Energia gerada no Conversor ASL-S2C - Cenário II. .............................. 88
Tabela 13: Diferença de Energia entre os Conversores – Cenário II ......................... 89
Tabela 14: Potência máxima média gerada em cada mês em ambos os conversores. 96
Tabela 15: Energia gerada no conversor Boost – Cenário III .................................... 97
Tabela 16: Energia gerada no Conversor ASL-S2C – Cenário III ............................. 97
Tabela 17: Diferença de Energia entre os Conversores – Cenário III ........................ 98
Tabela 18: Tabela de preços comparativa entre microinversores ............................ 100
Tabela 19: Tabela de preços comparativa entre Inversores String ........................... 100
Tabela 20: Cálculo de payback referente ao Cenário I ............................................ 101
Tabela 21:Cálculo de payback referente ao Cenário II ............................................ 102
Tabela 22:Cálculo de payback referente ao Cenário III ........................................... 102
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica


INEP Instituto de Eletrônica de Potência
GD Geração Distribuída
GC Geração Centralizada
MPPT Maximum Power Point Tracking
MPP Maximum Power Point
STC Standard Test Conditions
PV Photovoltaic Module
ASL-S2C Active Switched Inductor – Step Up 2 cell
PVDF Fluoreto de Polivinila
EVA Etileno Acetato de Vinila
UV Ultravioleta
PERC Passivated Emitter Rear Cell
LISTA DE SÍMBOLOS

°C Graus Celsius
K Kelvin
T Temperatura
TSTC Temperatura em condições STC
D Razão Cíclica do Conversor
∆D Perturbação na Razão Cíclica
pn Junção entre portadores de carga de um semicondutor
Eg Energia de banda
V Volts
A Ampéres
P Potência Elétrica
W Watts
kW Kilowatt
MW Megawatt
Ws Watt segundo
kWs Kilowatt segundo
kWh Kilowatt hora
G Irradiância Solar
GSTC Irradiância Solar em padrões STC
R Resistência Elétrica
Ω Ohms
F Farad
H Henry
Hz Hertz
AM Air Mass
CC Corrente Contínua
CA Corrente Alternada
Dcel Diodo do circuito equivalente de uma célula fotovoltaica
Iph Corrente fotogerada por uma célula fotovoltaica
ID Corrente no diodo equivalente de uma célula fotovoltaica
VD Tensão no diodo equivalente de uma célula fotovoltaica
IPV Corrente de saída da célula/módulo fotovoltaico
VPV Tensão de saída da célula/módulo fotovoltaico
Rs Resistência série equivalente de uma célula fotovoltaica
Rp Resistência paralelo (shunt) equivalente de uma célula fotovoltaica
Ns Número de células em série de um arranjo fotovoltaico
Np Número de células em paralelo de um arranjo fotovoltaico
W/m² Watts por metro quadrado
IH Irradiância horária média mensal
H Irradiância média mensal
ω Ângulo horário do Sol
ωs Ângulo horário do pôr-do-sol
φ Latitude local
δ Declinação solar do dia juliano representativo de cada mês do ano
Hs Horário de sol
Frequência de comutação do algoritmo de controle do ponto de
fmppt
máxima potência de um módulo fotovoltaico
Tcel Temperatura da célula fotovoltaica
Gamb Irradiância ambiente
Vca Tensão de circuito aberto do módulo fotovoltaico
𝑆𝑇𝐶
𝑉𝑐𝑎 Tensão de circuito aberto do módulo fotovoltaico em condições
STC
Vmp(T) Tensão elétrica de máxima potência na temperatura T
𝑆𝑇𝐶
𝑉𝑚𝑝 Tensão elétrica de máxima potência em condições STC
µv Coeficiente angular da reta entre tensão elétrica de máxima potência
e temperatura
MCCM Ganho ideal do Conversor em modo de operação contínua
Pin Potência de Entrada do Conversor
Po Potência de Saída do Conversor
∆iL Ripple de corrente do indutor do Conversor Boost
Vin Tensão de Entrada do Conversor
V0 Tensão de Saída do Conversor
f Frequência
Iin Corrente de entrada do Conversor
I0 Corrente de saída do Conversor
Vc Tensão no capacitor de saída do Conversor Boost
∆Vc Ripple de tensão no Capacitor do Conversor Boost
VL1 Tensão no Indutor 1 da rede de Indutores do Conversor ASL-S2C
VL2 Tensão no Indutor 2 da rede de Indutores do Conversor ASL-S2C
VL0 Tensão no Indutor de Saída do Conversor ASL-S2C
∆IL0 Ripple de corrente no Indutor do Conversor ASL-S2C
L0 Indutância do Indutor de Saída do Conversor ASL-S2C
VC1 Tensão no Capacitor 1 do Filtro Passivo do Conversor ASL-S2C
VC2 Tensão no Capacitor 2 do Filtro Passivo do Conversor ASL-S2C
∆VC1 Ripple de tensão no Capacitor 1 do Filtro Passivo do Conversor
ASL-S2C
C0 Capacitor de saída do Conversor ASL-S2C
∆VC0 Ripple de tensão no Capacitor de Saída do Conversor ASL-S2C
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 15
1.1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 16

1.1.1 Objetivo Geral ...................................................................................................... 16

1.1.2 Objetivos Específicos ........................................................................................... 17

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................... 18


2.1 MÓDULO FOTOVOLTAICO .............................................................................. 18

2.1.1 Tipos de módulos fotovoltaicos ........................................................................... 20

2.1.2 Modelagem de um gerador fotovoltaico ............................................................ 23

2.1.2.1 Circuito elétrico equivalente de um módulo fotovoltaico...................................... 25

2.1.3 Principais variáveis climáticas envolvidas na fotogeração .............................. 26

2.1.3.1 Latitude e orientação ............................................................................................. 26

2.1.3.2 Temperatura .......................................................................................................... 27

2.1.3.3 Irradiância ............................................................................................................. 28

2.1.4 Ponto de máxima potência de um módulo fotovoltaico .................................... 30

2.1.4.1 Fenômeno de sombreamento em módulos fotovoltaicos ....................................... 31

2.2 TÉCNICAS DE RASTREAMENTO DE PONTO DE MÁXIMA POTÊNCIA .. 33

2.2.1 Método da razão cíclica fixa ............................................................................... 33

2.2.2 Método da corrente de curto-circuito ................................................................ 34

2.2.3 Método Perturba & Observa (P&O) ................................................................. 35

2.2.4 Método da Condutância Incremental ................................................................ 37

2.2.5 Métodos baseados na medição de temperatura ................................................ 38

2.3 CONVERSORES A SEREM APLICADOS PARA MPPT .................................. 39

2.3.1 Conversor Boost operando como MPPT ........................................................... 39

2.3.2 Conversor ASL-S2C operando como MPPT .................................................... 41

2.4 INVERSORES FOTOVOLTAICOS..................................................................... 44

3 METODOLOGIA ................................................................................................ 47
3.1.1 Modelagem dos módulos fotovoltaicos .............................................................. 47

3.1.2 Modelagem do Conversor Boost......................................................................... 51

3.1.3 Modelagem do Conversor ASL-S2C .................................................................. 57

4 ESTUDO DE CASO - FLORIANÓPOLIS ....................................................... 62


4.1 OBTENÇÃO DOS DADOS DE FLORIANÓPOLIS ........................................... 62

4.1.1 Obtenção dos Dados de Irradiância ................................................................... 62

4.1.2 Obtenção de Dados de Temperatura Ambiente e na Célula ........................... 67

4.2 DEFINIÇÕES DE ARRANJO E SOMBREAMENTO ........................................ 69

4.2.1 Cenário I – Sombreamento ocorrido em 1/3 de um módulo ............................ 70

4.2.1.1 Potência máxima produzida – Caso I.................................................................... 70

4.2.1.2 Energia mensal produzida – Caso I ...................................................................... 77

4.2.2 Cenário II – Sombreamento ocorrido em um módulo inteiro e 1/3 de outro


módulo de mesma string ......................................................................................................... 81

4.2.2.1 Potência máxima produzida – Caso II .................................................................. 82

4.2.2.2 Energia mensal produzida – Caso II ..................................................................... 87

4.2.3 Cenário III – Sombreamento ocorrido em 2 módulos inteiros e 1/3 de outro


módulo de strings diferentes (Microinversor) e de mesmas strings (Boost) ...................... 90

4.2.3.1 Potência máxima produzida – Caso III ................................................................. 92

4.2.3.2 Energia máxima produzida – Caso III .................................................................. 96

4.3 ANÁLISE FINANCEIRA DAS CONFIGURAÇÕES PROPOSTAS .................. 98

4.3.1 Atribuições de preços .......................................................................................... 99

4.3.2 Cálculo de Payback ............................................................................................ 101

5 CONCLUSÃO .................................................................................................... 103


REFERÊNCIAS................................................................................................. 105

APÊNDICE A – MÉTODO P&O APLICADO EM BLOCO .C, EM


SOFTWARE PSIM© ........................................................................................ 109

ANEXO A – DATASHEET MÓDULO LONGI LR4-72HPH-445M ........... 111


ANEXO B – SCRIPT EM MATLAB PARA OBTENÇÃO DE
CARACTERÍSTICAS INTRÍNSECAS DO MÓDULO ................................ 113
15

1 INTRODUÇÃO

Em decorrência da constante evolução humana em relação à procura por novos meios


de geração de energia, é notável a inserção de fontes de energia renováveis no Setor Elétrico
Brasileiro e Mundial, sendo a geração solar um dos meios preeminentes para obtenção de
energia limpa e de baixo custo nos anos recentes.
Dentro do cenário atual do mercado de energia solar, podem-se destacar dois modos
de produção, sendo a Geração Distribuída (GD) caracterizada pela produção de energia
independente com uma potência de até 5MW, não sendo passível a venda de excedente de
energia para outros consumidores, assim como a Geração Centralizada (GC), que é constituída
por centros de geração com potência mínima de 5MW, sendo sua energia vendida a outros
consumidores via Mercado Livre de Energia.
A GD teve sua regulamentação inicial pela Resolução Normativa ANEEL nº
482/2012, estabelecendo as condições gerais para acesso de consumidores a micro (<75kW) e
minigeração (<5MW) no Brasil (ANEEL, 2012). Posteriormente, a mesma resolução foi
revisada e substituída pela RN ANEEL nº 687/2015, permitindo um grande aumento no número
de centrais geradoras de pequeno porte, principalmente na geração solar fotovoltaica (ANEEL,
2015). Em contexto atual, é possível citar a Resolução Normativa ANEEL nº 1000/2021,
consolidando as principais regras para a prestação do serviço público de distribuição de energia
elétrica, dispondo os direitos e deveres dos consumidores com geração própria de energia de
até 5MW (ANEEL, 2021).
Aliado a isso, o Brasil possui um dos maiores potenciais para produção de energia
renovável do mundo, dentre elas a energia solar fotovoltaica, possuindo apenas em telhados de
casas já construídas o equivalente a 164 GW de capacidade a se instalar (PORTAL SOLAR,
2018). Ademais, ainda é observada uma demanda crescente na aquisição de sistemas
fotovoltaicos na extensão nacional, a qual no ano de 2022 atingiu a marca de 10 GW de potência
instalada na modalidade de Geração Distribuída (ABSOLAR, 2022).
Em face do constante aumento apresentado nos últimos anos, variadas soluções têm
sido apresentadas pelo mercado, de forma a oferecer soluções mais customizáveis ao cliente em
questão. Em relação aos Inversores de Potência, equipamentos responsáveis pela conversão de
corrente contínua dos módulos fotovoltaicos em corrente alternada para utilização na rede de
energia, podem ser destacados dois principais tipos de equipamento.
16

Os microinversores são caracterizados por suportarem apenas um ou algumas


unidades de módulos fotovoltaicos e, por consequência, resultam em menores potências
instaladas (AUGUSTO, 2019); entretanto, ao rastrear o ponto de máxima potência de forma
individual à cada módulo, acabam se tornando mais onerosos. Em contrapartida, os inversores
string são identificados por processar a energia proveniente de arranjos série com um maior
número de módulos, sendo dispostos desta maneira para aumentar de tensão e a potência do
sistema (COELHO; SCHMITZ; MARTINS, 2022). Inversores string apresentam preços mais
acessíveis quando comparados a microinversores, todavia, o rastreamento do ponto de máxima
potência é realizado de forma global.
Diante do exposto, o presente trabalho visa realizar um estudo comparativo para
avaliar os impactos causados por sombreamento parcial na potência gerada por inversores string
e microinversores. Para tanto, como a potência fotogerada está relacionada ao rendimento do
sistema de rastreamento de máxima potência, apenas os conversores cc de ambas as topologias,
inversor string e microinversor, serão avaliados. A análise contemplará aspectos técnicos
relacionados à geração, tal qual o retorno financeiro devido à diferença de energia entre as
topologias possa ser avaliado. Além disso, será realizado um estudo de caso no ambiente de
Florianópolis para aferir o real impacto econômico da mudança entre os tipos de inversores.

1.1 OBJETIVOS

Nas seções a seguir estão descritos o objetivo geral e os objetivos específicos deste
trabalho de conclusão de curso.

1.1.1 Objetivo Geral

O objetivo geral deste trabalho consiste em analisar a viabilidade econômica e as


diferenças dos níveis de geração de sistemas fotovoltaicos baseados em inversores string e
microinversores, por meio de simulação dos conversores cc-cc e de seus respectivos estágios
de rastreamento do ponto de máxima potência, sob cenários de sombreamento parcial e total.
17

1.1.2 Objetivos Específicos

• Modelar os conversores em ambiente PSIM, de modo que atendam às


especificações de potência requeridas pelos módulos;
• Projetar um algoritmo de controle de MPPT para ambos os conversores,
fazendo com que atuem no ponto de máximo rendimento do arranjo;
• Realizar diversos ambientes de simulação que transpareçam a diferença de
energia gerada entre ambas as configurações;
• Compor estudo econômico acerca da diferença entre payback das duas
topologias apresentadas, confirmando a topologia preferível em cada cenário
de sombreamento, tendo em vista o retorno financeiro do empreendimento.
18

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O fenômeno de conversão da energia contida na radiação solar em energia elétrica é


discorrido extensivamente ao longo da literatura existente. O presente capítulo busca explorar
os principais conceitos acerca do assunto, assim como apresentar as equações que regem os
comportamentos dos conversores de potência e dos módulos fotovoltaicos utilizados ao longo
do trabalho.

2.1 MÓDULO FOTOVOLTAICO

O efeito fotoelétrico é caracterizado pela emissão de elétrons por materiais quando


iluminados por radiações de frequências específicas, teorizado inicialmente por Albert Einstein,
em que foi observada tal emissão por parte de materiais metálicos quando expostos a radiações
eletromagnéticas (como a luz) (EINSTEIN, 1905). Entretanto, tal fenômeno acaba não
resultando no surgimento de uma corrente elétrica no material, devido ao fato dos elétrons
expelidos poderem ser recombinados com as lacunas criadas depois do efeito (COELHO;
SCHMITZ; MARTINS, 2022). Deste modo, faz-se necessário a criação de um campo elétrico
permanente para a origem de uma diferença de potencial entre os elementos constituintes. O
efeito fotovoltaico nasce deste fenômeno ao introduzir materiais semicondutores (como silício
ou cádmio) dopados eletricamente, gerando um campo elétrico permanente e, sendo conectadas
a um circuito externo, produzindo uma corrente elétrica entre as junções positivas e negativas
(junção pn) da célula fotovoltaica (COELHO; SCHMITZ; MARTINS, 2022), a qual é
responsável pela conversão da energia advinda da radiação solar em elétrica, conforme figura
1.
19

Figura 1: Efeito Fotovoltaico

Fonte: Adaptado de (BLOG ELETRÔNICA DE POTÊNCIA, 2020)

Os módulos fotovoltaicos, por sua vez, são formados por conjuntos de células
fotovoltaicas, organizadas de modo a aumentar a tensão e corrente gerada pelo sistema, com
finalidade de torná-lo economicamente viável ao público-alvo (BORGES, 2020). Os módulos
comerciais podem, ainda, ser associados em série ou paralelo com outros módulos, formando
um arranjo fotovoltaico.

Figura 2: Célula, módulo e arranjo fotovoltaico

Fonte: Adaptado de (CARNEIRO, 2010)

Os módulos encontrados atualmente no mercado contêm uma fina camada superior


de vidro especial, conferindo resistência mecânica e térmica, além de uma camada antiaderente
que evita o acúmulo de sujeira na parte de cima do módulo, seguida de uma película
20

encapsulante de Fluoreto de Polivinila (PVDF), material muito similar ao Etileno Acetato de


Vinila (EVA), o qual envolve e protege as células fotovoltaicas contra o envelhecimento
causado por raios ultravioletas (UV) e a umidade (PEROZA, 2015), conforme Figura 3.
Posteriormente, a película de PVDF inferior é coberta por um backsheet, utilizado para
agir como um isolante elétrico entre o módulo fotovoltaico e seus componentes internos, como
a estrutura de suporte ou diodos de bypass. Uma caixa de junção também é colada com adesivo
de silicone ou fita dupla-face especial, na parte inferior do módulo fotovoltaico, constituindo o
local de armazenamento das interconexões elétricas série/paralelo feitas entre as células e os
cabos de saída do módulo, em cujas extremidades são utilizados conectores MC4. Finalmente,
a estrutura é envolvida por um painel de alumínio, garantindo resistência física e integridade ao
módulo como um todo (PEROZA, 2015).

Figura 3: Equipamento constituintes do módulo fotovoltaico

Fonte:(PORTAL SOLAR, 2015)

2.1.1 Tipos de módulos fotovoltaicos

Devido à expansão recente do uso de módulos fotovoltaicos em escala mundial,


variadas tecnologias foram desenvolvidas de maneira a fornecer atratividade financeira aos
consumidores, seja em termos de eficiência, custo ou habilidade de produção em larga escala.
Abaixo serão listadas as principais tecnologias, assim como os prós e contras referentes a cada
tipo:
• Células Mono PERC (Passivated Emitter Rear Cell): compostas de silício
monocristalino, material base para chips eletrônicos utilizados virtualmente em
todos os equipamentos digitais atuais. Possui um modo de fabricação
relativamente caro se comparado a outros materiais, tendo em vista que é
21

composto puramente de silício dopado (pureza relativa de 98 a 99%). O


processo de fabricação consiste na produção de cilindros de aproximadamente
2 metros de altura de silício dopado que, posteriormente, são cortados em
“wafers” de centenas de micrômetros, utilizados posteriormente nos módulos
fotovoltaicos (DAMBHARE; BUTEY; MOHARIL, 2021). Com o constante
barateamento do processo de produção e eficiência relativamente alta, a
tecnologia Mono PERC apresenta aproximadamente 21% de eficiência e
domina aproximadamente 66% do mercado de geração solar brasileiro,
atualmente (GREENER, 2022), conforme Figura 4.

Figura 4: Tecnologias de módulos comercializados no ano de 2020/2021

Fonte: (GREENER, 2022)

• Células Policristalinas PERC: também compostas de silício, tais células


possuem um custo de produção menor se comparado ao processo das células
Mono PERC, devido ao maior grau de impurezas (AURÉLIO; PINHEIRO,
2021). O processo de produção se assemelha ao processo das células mono,
diferenciando apenas no tamanho de cristais de silício, que usualmente passam
de 1 mm de diâmetro nesta configuração (MOHAMMAD; VAHID;
MOHSEN, 2015). Ainda que possuam menor custo, tal tecnologia possui uma
eficiência menor (15 a 18%) quando comparada à tecnologia monocristalina,
assim como menor penetração no mercado atualmente.
22

• Tecnologia Half-Cell: a tecnologia half-cell trata-se de uma modificação das


tecnologias full-cell utilizadas no mercado e apresentada na figura 5(a),
consistindo no corte da célula fotovoltaica ao meio, promovendo um aumento
no rendimento. Deste modo, as células são fracionadas, diminuindo assim sua
capacidade de geração de corrente pela metade e, levando em conta que a perda
de potência é regida por uma equação proporcional ao quadrado da corrente
elétrica, é possível reduzir assim a potência perdida ao longo da geração de
energia (CHIODETTI et al., 2019). Ainda, a tecnologia half-cell se mostra
mais tolerável a situações de sombreamento parcial do módulo, tendo em vista
seu diagrama de fiação, mostrado na figura (b).

Figura 5: Módulo com tecnologias: (a) full-cell e (b) half-cell

(a)

(b)
Fonte: (ECO GREEN ENERGY, 2020)
23

Em situações de sombreamento de uma string de células do módulo half-cell, por


exemplo, devido ao arranjo em paralelo entre duas strings de “meia-células” e o diodo de
bypass, apenas 1/6 do total de potência do módulo sofre curto-circuito devido ao uso do diodo
de bypass. Enquanto isso, na célula full-cell a potência total sombreada do módulo é de 1/3,
devido ao uso das células em totalidade e sem nenhum arranjo em paralelo (SOLAR POWER
WORLD, 2018).

2.1.2 Modelagem de um gerador fotovoltaico


Para correta representação do funcionamento de uma célula fotovoltaica, devem ser
utilizados dos conhecimentos sobre as propriedades dos materiais semicondutores envolvidos.
Como apresentado previamente, o material semicondutor constitui uma junção pn, em que há a
passagem de corrente para apenas um sentido devido a seu campo elétrico permanente, podendo
este comportamento ser representado por um diodo (Dcel). Além disso, a corrente fotogerada na
célula fotovoltaica também pode ser modelada a partir de uma fonte de corrente (Iph) que
caracteriza a interação fóton-elétron observada na célula. Deste modo, pode-se estabelecer uma
corrente que fluirá através do diodo (ID) e, posteriormente, ao se conectar o circuito a uma carga
externa, é possível representar também a tensão e corrente de saída do gerador fotovoltaico (Ipv
e Vpv respectivamente), assim como uma tensão no diodo (Vd). Para modelar as perdas
intrínsecas à célula fotovoltaica são utilizados resistores, que modelam a queda de tensão nos
terminais da célula, por meio de uma resistência série (Rs), e os desvios de correntes causados
pela circulação de correntes de fuga no material semicondutor(COELHO; SCHMITZ;
MARTINS, 2022), por meio da resistência shunt (Rp), conforme circuito equivalente mostrado
na Figura 6. Logo, a inserção e consequente aumento de Rs leva a diminuição da tensão de saída
da célula fotovoltaica, como mostrado pela figura 7(a). Em contrapartida, a inclusão e aumento
da resistência em paralelo Rp causa uma redução da corrente fotogerada, conforme figura 7(b).

Figura 6: Circuito Equivalente de uma célula fotovoltaica

Fonte: Adaptado de (PIZZOLATTO, 2016).


24

Figura 7: Influência das resistências: (a) série e (b) paralela, na curva IxV.

Fonte: (COELHO; SCHMITZ; MARTINS, 2022).

Assim sendo, é possível traçar uma curva característica da corrente versus tensão e da
potência versus tensão da célula, conforme figura 8, sendo a corrente de saída da célula dada
pela subtração entre a corrente gerada pela fonte de corrente e a parcela que circula pelo diodo,
o qual é regido pela Equação de Shockley em sua região ativa (COELHO; SCHMITZ;
MARTINS, 2022).

Figura 8: Curvas P-V e I-V de um módulo fotovoltaico

Fonte: Adaptada de (SOLMETRIC, 2011).

É possível observar o comportamento não-linear assumido pela célula fotovoltaica


devido à presença do diodo no modelo. Outros fatores também influenciam a geração da célula,
como a temperatura, a irradiância, a massa de ar (AM) e a presença de sombreamentos, que
será o objeto de estudo deste trabalho.
25

2.1.2.1 Circuito elétrico equivalente de um módulo fotovoltaico


Partindo da premissa que os módulos fotovoltaicos são agrupamentos de células, é
possível adaptar o circuito equivalente da célula para representar o módulo, conforme Figura 9.
Figura 9: Circuito equivalente módulo fotovoltaico

Fonte: (ESPEJO; MOLINA, 2014)

Nessa representação, Np representa o número de strings de células em paralelo e Ns o


número de células em série por string. Deste modo, em casos de células em série, é observado
um aumento na tensão gerada, como na figura 10(a). Em contrapartida, a conexão de células
em paralelo aumenta a corrente fotogerada do módulo fotovoltaico, conforme figura 10(b).

Figura 10: Módulo com células fotovoltaicas em: (a) série e (b) paralelo

(a)
26

(b)
Fonte: (SOLMETRIC, 2011)

2.1.3 Principais variáveis climáticas envolvidas na fotogeração

A potência gerada por módulos fotovoltaicos depende de alguns fatores climáticos


inerentes ao meio em que se situa, sendo os mais importantes a temperatura (T), a irradiância
solar (G) e a latitude e orientação do empreendimento.

2.1.3.1 Latitude e orientação


A radiação solar incidente no planeta Terra não possui caráter homogêneo,
dependendo de fatores geográficos como latitude e orientação do empreendimento (BORGES,
2020). Locais de menor latitude, em sua maioria, possuem um nível de irradiância maior devido
à proximidade da linha do Equador, recebendo luz solar ao longo de todo ano, conforme exposto
na Figura 11.
Além disso, a orientação do módulo é de grande importância para sua geração, sendo
idealmente posicionado apontado para o norte geográfico em situações de instalações fixas no
hemisfério Sul, para receber irradiância ao longo de todo o dia. De modo similar, a inclinação
do módulo fotovoltaico perante o solo se torna outro fator condicionante ao sistema, sendo que,
de forma ideal, o mesmo deve possuir ângulo de inclinação igual a sua latitude (BENDA et al.,
2017), podendo também optar por inclinações com caráter maior para otimização de energia
gerada durante os meses de inverno.
27

Figura 11: Radiação solar global horizontal média anual no Brasil

Fonte: (INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS, 2017)

2.1.3.2 Temperatura

A temperatura do módulo está diretamente associada à ionização térmica dos


portadores de carga do material semicondutor do equipamento, possuindo uma influência no
processo de recombinação dos elétrons da junção P-N do módulo e, desta maneira, diminuindo
a tensão ao passo do aumento de temperatura (COELHO; SCHMITZ; MARTINS, 2022). Pode-
se determinar a relação da temperatura e a tensão fotogerada sob as equações 1 e 2:

𝑇𝑐𝑒𝑙 = 𝑇𝑎𝑚𝑏 + 𝑘 × 𝐺 (1)


𝑆𝑇𝐶
𝑉𝑚𝑝 (𝑇) = 𝑉𝑚𝑝 + µ𝑣 × (𝑇𝑐𝑒𝑙 − 𝑇𝑆𝑇𝐶 ) (2)

Por conter uma inércia térmica intrínseca ao material utilizado, a temperatura dos
módulos fotovoltaicos ao longo do dia permanece mais estável do que a irradiância (YANG et
28

al., 2018), crescendo lentamente em período diurno e retornando à temperatura ambiente ao


longo da noite. Além disso, a temperatura também afeta a degradação dos módulos, pois
aumenta a taxa de reação dos processos de deterioração do mesmo (YANG et al., 2018) e
diminui a vida útil dos seus materiais constituintes.

2.1.3.3 Irradiância

A irradiância solar (G) quantifica a potência contida na radiação que incide sob a
superfície terrestre, sendo medida em watt por metro quadrado [W/m2] (COELHO; SCHMITZ;
MARTINS, 2022) e sendo dividida em três diferentes tipos, sendo a radiação direta causada
por raios solares incidentes diretamente no módulo; a radiação difusa formada pela passagem
da luz por objetos translúcidos, como nuvens que permitem a passagem de maneira irregular; e
a radiação albedo, provocada pela reflexão dos raios não absorvidos por objetos ou pela
superfície terrestre. Devido aos fenômenos de difusão, reflexão e absorção ocorridas nas
camadas da atmosfera, apenas uma parcela da irradiância atinge a superfície do planeta Terra,
com níveis da ordem de 1000 W/m2 em dias de céu limpo, se opondo a irradiância média de
1367 W/m2 encontrada na parte externa da atmosfera terrestre (COELHO; SCHMITZ;
MARTINS, 2022). Logo, alinhado aos fenômenos dinâmicos do ambiente e latitude do local, a
radiação solar total incidente em uma dada localidade se torna algo de difícil previsibilidade e
em constante mudança ao longo do dia, obrigando o usuário a recorrer a séries históricas obtidas
por piranômetros (instrumento utilizado para medir irradiância solar e exposto na figura 12)
para determinação de valores médios mensais de irradiância.
Figura 12: Piranômetro comercial

Fonte:(FREITAS, 2018).
29

Em posse dos dados obtidos via séries históricas, os quais geralmente denotam a
irradiação solar média durante o dia de uma dada região, é possível a utilização de fórmulas de
caráter trigonométrico, propostas por (COLLARES-PEREIRA; RABL, 1979), com o intuito de
aferir a irradiância horária média do local, conforme equações (3); (4) e (5).

𝜋 cos 𝜔−cos 𝜔𝑠
𝐼𝐻 = 𝐻
24
(0,409 + 0,5016𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑠 − 60°) + (0,6609 − 0,4767𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑠 − 60°)) cos 𝜔) 2 𝜋𝜔𝑠
sin 𝜔𝑠 − cos 𝜔𝑠
(3)
360°

Em que ω representa o ângulo horário do Sol, calculado de acordo com (4) para cada
hora do dia entre as 6h e 18h, e ωs representa o ângulo horário do pôr-do-sol, obtido por (5)
(LIU; JORDAN, 1960), sendo φ a latitude local e δ a declinação solar do dia juliano que
representa cada mês, sendo utilizado o Quadro 1 para aferir as datas utilizadas para representar
cada mês (KLEIN, 1977).

𝜔 = (𝐻𝑠 − 12) × 15° (4)


𝜔𝑠 = 𝑐𝑜𝑠 −1 (− tan φ tan δ) (5)

Quadro 1: Dias de referência para escolha de dia médio para cada mês do ano.
Mês Dia juliano do ano Data
Janeiro 17 17 de janeiro
Fevereiro 47 16 de fevereiro
Março 75 16 de março
Abril 105 15 de abril
Maio 135 15 de maio
Junho 162 11 de junho
Julho 198 17 de julho
Agosto 228 16 de agosto
Setembro 258 15 de setembro
Outubro 288 15 de outubro
Novembro 318 14 de novembro
Dezembro 344 10 de dezembro
Fonte: Adaptado de (KLEIN, 1977)
30

Devido à natureza trigonométrica das fórmulas supracitadas, é possível inferir a


característica do gráfico de radiação solar resultante, tendo seu pico médio ao meio-dia (metade
do horário solar médio) e valores mínimos no começo e final do dia. Vale salientar que as
equações propostas tratam apenas de estimativas, não coincidindo em sua maioria com os
valores encontrados na realidade.

2.1.4 Ponto de máxima potência de um módulo fotovoltaico

No funcionamento de um sistema fotovoltaico, considerando a grande variação de


fatores condicionantes e a característica não linear de sua potência gerada, é possível observar
variações abruptas na tensão e na corrente de saída do módulo. Tais variações dificultam o uso
de um módulo fotovoltaico conectado diretamente à carga, como explicitado na figura 13,
fazendo com que haja muita perda de potência.

Figura 13: Módulo fotovoltaico suprindo carga resistiva

Fonte:.(COELHO; DOS SANTOS; MARTINS, 2012)

Como alternativa para contornar o problema, são utilizados métodos de controles


ativos que mantêm o ponto de operação do módulo fotovoltaico em um nível de máximo
aproveitamento de potência do gerador. Pode-se encontrar o ponto de máxima potência do
módulo ao se fazer a intersecção da curva de carga, regida pela Lei de Ohm apresentada em (6),
com a curva de geração do módulo, representada pela curva IxV na figura 14 (COELHO;
CONCER; MARTINS, 2009).

𝑉𝑃𝑉
𝐼𝑃𝑉 = (6)
𝑅
31

Figura 14: Curva de carga com intersecção do MPP

Fonte: (Coelho et al., 2012).

Nesta circunstância, constata-se que para obter o fluxo de potência ótimo do circuito,
a inclinação da curva de carga deve coincidir com o ponto de máxima potência, não sendo esta
uma condição sempre viável, em decorrência das circunstâncias meteorológicas em que o
sistema se encontra. Deste modo, faz-se necessário a utilização de um conversor CC-CC entre
o módulo fotovoltaico e a carga, tal que ao se alterar a razão cíclica do conversor, ajusta-se a
curva de carga vista pelo módulo conforme as variações na curva de geração, emulando uma
carga variável do ponto de vista do módulo fotovoltaico. A Figura 14, em conjunto com a Figura
15 possibilita uma melhor compreensão do circuito descrito acima.

Figura 15: Módulo PV suprindo carga resistiva com conversor CC-CC

Fonte:(COELHO; CONCER; MARTINS, 2009).

2.1.4.1 Fenômeno de sombreamento em módulos fotovoltaicos


Com a associação de várias células para a constituição de um módulo fotovoltaico, há
a possibilidade de danos ao módulo em casos de sombreamento, tendo em vista que a potência
elétrica produzida pelas células não sombreadas possa ser absorvida pelas células sombreadas,
32

causando aquecimento e danos irreversíveis às células vizinhas (DOLARA et al,2013). Tal


fenômeno constitui um dos principais obstáculos às técnicas de rastreamento de ponto de
máxima potência, pois os diferentes níveis de irradiância solar criam máximos locais e globais
de pontos de máxima potência, conforme exibido na Figura 17, dificultando o rastreamento
módulo a módulo por parte do algoritmo atrelado aos conversores (COUTINHO, 2016). Como
forma de amenizar o efeito de sombreamento, são instalados diodos em antiparalelo às células,
de modo a oferecer um caminho alternativo para a corrente produzida pelas células não-
sombreadas, limitando a potência e aquecimento das células sombreadas (VILLALVA;
GAZOLI, 2012).

Figura 16: Funcionamento do diodo de bypass

Fonte: (COELHO; SCHMITZ; MARTINS, 2022).

A figura 16 ilustra o funcionamento do diodo em antiparalelo. Em casos em que o


módulo possua uma de suas células sombreadas, obtém-se uma tensão maior no ânodo em
relação ao cátodo (BOYLESTAD, 2014) do diodo de bypass, havendo uma condição em que o
mesmo opere em polarização direta e conduza a corrente gerada pelos restantes das células não
sombreadas, deste modo anulando a geração por parte da célula sombreada. Em evento
contrário, quando não há o sombreamento do módulo fotovoltaico, a tensão encontrada no
cátodo torna-se superior a do ânodo, mantendo uma polarização reversa no equipamento e não
permitindo a circulação de corrente no diodo (BOYLESTAD, 2014), fazendo com que a
corrente fotogerada pelas células flua pelo restante do módulo. Deste modo, o diodo presente
deve suportar a corrente de operação máxima do módulo fotovoltaico, com o intuito de não
sofrer danificação por estresse (YANG et al., 2018).
33

Por razões comerciais, os conjuntos de células fotovoltaicas constituintes de um


módulo possui diodos de by-pass a cada 15 e 30 células em média, protegendo o conjunto de
células contra correntes reversas das células adjacentes (pertencentes ao mesmo módulo) ou de
outros módulos. Em razão disso, é possível perceber uma mudança no comportamento da curva
I-V do módulo fotovoltaico, o qual pode assumir diferentes regiões de curvas (COELHO;
SCHMITZ; MARTINS, 2022), conforme exposto em na Figura 17(a) e 17(b).

Figura 17: Curvas: (a) I-V e (b) P-V com módulos sombreados.

Fonte: (COELHO; SCHMITZ; MARTINS, 2022)

2.2 TÉCNICAS DE RASTREAMENTO DE PONTO DE MÁXIMA POTÊNCIA

Diante dos problemas causados pelos sombreamentos parciais em módulos


fotovoltaicos, assim como sua operação fora de regimes ideais de funcionamento, arranjos
fotovoltaicos são normalmente acoplados a conversores que visam o máximo aproveitamento
de potência do arranjo, melhorando a geração de energia do empreendimento. Nas próximas
seções serão abordados os principais métodos de controle do ponto de máxima potência do
arranjo fotovoltaico, os quais tem o papel de ajustar o ciclo de trabalho do conversor para uma
operação otimizada do sistema, assim como suas principais vantagens e desvantagens.

2.2.1 Método da razão cíclica fixa


Tal método constitui um dos únicos métodos de malha aberta estudados e, portanto,
possuindo desvantagens em relação à geração de energia quando comparado aos outros métodos
aqui apresentados. O mesmo é constituído por um cálculo preliminar do ponto de máxima
potência segundo datasheet do material, ajustando assim a razão cíclica do conversor para que
ambas as curvas de carga e de geração se coincidam (SILVA, 2015). Por se tratar de um método
34

de malha aberta, não haverá ajustes na razão cíclica do conversor ao longo do funcionamento
do módulo fotovoltaico que, deste modo, não atingirá o ponto de máxima potência quando
houver interferências externas, como temperatura ou irradiância.

2.2.2 Método da corrente de curto-circuito


O método de corrente de curto-circuito compõe um método de malha aberta, onde
devem ser implementados técnicas de controle para a constante leitura acerca da corrente do
circuito do módulo para posterior ajuste da razão cíclica do conversor a ele conectado. Segundo
(KOURO et al., 2014), tem-se que a corrente de máxima potência equivale a uma porcentagem
de 78% a 92% da corrente de curto-circuito, permanecendo em regime praticamente linear
durante uma ampla faixa de irradiância e temperatura. Deste modo, o método consiste na leitura
da corrente de curto-circuito do arranjo em um dado instante de tempo e, conhecendo tal
medida, pode-se ajustar a razão cíclica do conversor de modo a regular a corrente de máxima
potência do ponto de operação. Tal leitura poderá ocorrer em intervalos relativamente
pequenos, em média de 15ms, caso se deseje uma resposta mais rápida do sistema.
Para a leitura da corrente de curto-circuito é necessária a adição de interruptores em
paralelo ao módulo/arranjo fotovoltaico, de modo que a corrente flua por tal dispositivo para a
leitura e, por se tratar de uma leitura com tensão nula, produzirá potência mínima durante a
análise, diminuindo a eficiência do rastreamento (EL HASSOUNI; HADDI; AMRANI, 2019).
Outro método similar consiste na leitura da tensão de circuito aberto do módulo,
posteriormente tomando os mesmos procedimentos do método aqui citado, também possuindo
perdas de potência durante a leitura da medida (BAIMEL et al., 2019) , sendo ilustrado na
Figura 18.
35

Figura 18: Fluxograma Método da Tensão de circuito aberto

Fonte:(BORGES, 2020).

2.2.3 Método Perturba & Observa (P&O)


Método utilizado amplamente devido ao grande aproveitamento de energia absorvida
pelo conversor, quando comparado aos dois métodos anteriormente apresentados. Este método
se baseia em seguidas perturbações na razão cíclica do conversor para observação do ponto de
máxima potência (KOURO et al., 2014).
36

A técnica consiste na verificação da tensão (Vpv) e da corrente (Ipv) de saída do módulo


e no cálculo da potência instantânea. Ao compará-la com a potência lida em instante anterior,
o algoritmo realiza um decréscimo ou acréscimo no ciclo de trabalho, dependendo da potência
encontrada no instante atual. Deste modo, caso a potência encontrada no instante atual seja
menor que a potência encontrada no instante anterior, há um ajuste no ciclo de trabalho do
conversor fazendo com que a potência aumente. De modo similar, em caso de aumento da
potência gerada em comparação com o instante anterior, é feito um ajuste no ciclo de trabalho
com o propósito de continuar a aumentá-lo (BORGES, 2020), conforme exibido de forma
esquemática na Figura 19.
O método P&O apresenta uma relativa complexidade se comparado aos dois outros
métodos citados anteriormente, tendo em vista a leitura de duas grandezas elétricas (Vpv e Ipv),
comparado a apenas uma grandeza no método de curto-circuito. Devido a natureza iterativa do
método, o mesmo se encontrará em sua maior parte ao redor do ponto de máxima potência, não
necessitando de leituras que desviem significativamente a tensão e corrente do circuito como
os métodos supracitados, deste modo não depreciando a geração do sistema durante o
rastreamento.
Em relação ao tempo de resposta do método, o mesmo depende de dois fatores
relacionados à variação do ciclo de trabalho do conversor (△D), assim como a frequência de
leitura dos dados de tensão e corrente advindas do módulo (fmppt), sendo a frequência máxima
de perturbação definida pela dinâmica de reestabelecimento da tensão de regime estacionário
do capacitor de barramento na entrada do conversor CC-CC, necessária para a realização de
nova perturbação (COELHO, 2008). Quanto à variação do ciclo de trabalho, a própria
influenciará o número de passos necessários para chegar ao ponto de MPP, entretanto será
também atrelada a ondulação existente em torno do MPP ao atingi-lo, tendo em vista que o
método irá “ir e vir” em torno do ponto de máxima potência, não se estabilizando devido a sua
natureza iterativa, deste modo tornando um △D maior suscetível a uma maior perda de potência
(KAMARZAMAN;TAN, 2015). Segundo (OSMAN; REFAAT, 2019), o problema acima é
passível de contorno ao se adicionar a comparação dos dois pontos anteriores observados pelo
conversor, assim podendo o algoritmo reconhecer que se encontra em um cenário de máximo
global, evitando iterações indesejáveis e consequentes perdas de potência. Outra solução seria
o uso de duas razões de steps distintas, sendo utilizado uma perturbação menor ao se percorrer
pontos próximos do MPP. Em contrapartida, os novos métodos possuem maior custo e
complexidade computacional.
37

Figura 19: Fluxograma do Métudo Perturba & Observa

Fonte: Adaptado de (SAMAL; HOTA, 2017)

2.2.4 Método da Condutância Incremental

O método de condutância incremental tem aplicações destinadas para rastreamento de


MPP em locais com variadas mudanças atmosféricas (KOURO et al., 2014), compondo um
método iterativo semelhante ao método P&O. Ao derivar (6) em relação a tensão e construir o
gráfico representado na Figura 20, é possível observar que o ponto de máxima potência resulta
𝑑𝑃
de uma derivada nula em relação a tensão (𝑑𝑉 = 0), sendo este o objetivo do algoritmo. Logo,

em casos em que a derivada se encontra maior que zero, é aumentada a tensão do conversor de
modo a zerar a derivada e, em casos contrários, a tensão é diminuída (MAHESWARI;
SHANTHI, 2022).
O nome da técnica utilizada advém da equação (8), que rege a iteração, sendo a
condutância elétrica definida pelo inverso da resistência elétrica (SIVAKUMAR et al., 2015),
𝑑𝐼
enquanto a condutância incremental é definida pela parcela (𝑑𝑉), ou em casos reais,
∆𝐼
aproximados para um variação (∆𝑉) .

P=V.I (6)
38

𝑑𝑃 𝑑(𝑉 . 𝐼) 𝑑(𝐼) (7)


= =𝑉. +𝐼
𝑑𝑉 𝑑𝑉 𝑑𝑉

𝑑𝑃 −𝐼 𝑑(𝐼)
=0 → = (8)
𝑑𝑉 𝑉 𝑑𝑉

Figura 20: Curva P-V e sua respectiva derivada

Fonte: (MAHESWARI; SHANTHI, 2022)

2.2.5 Métodos baseados na medição de temperatura

Como comentado na seção 2.3, a temperatura de operação do módulo exerce grande


influência na tensão fotogerada, sendo regida pela equação (2), em que o valor normativo é de
TSTC = 25°C. Deste modo, com o aumento da temperatura é possível observar um aumento na
energia interna do material, fornecendo mais energia aos elétrons livres e, por conseguinte,
diminuindo a camada de depleção do material semicondutor e a tensão fotogerada (BORGES,
2020), conforme Figura 21. Logo, os métodos baseados na medição de temperatura levam em
consideração uma dependência linear entre temperatura e a tensão de circuito aberto,
evidenciado pela aproximação da equação (9) e (10) (BORGES, 2020). Deste modo, em posse
do valor de tensão de MPPT de dada temperatura incidente no módulo, da tensão de MPPT na
temperatura STC e o parâmetro µv (contidos no datasheet do módulo), é possível a utilização
da equação (10) para determinação do ponto de máxima potência do módulo fotovoltaico.
39

Figura 21: Tensão de MPP dependente da temperatura

Fonte:(BORGES, 2020)

𝑆𝑇𝐶
𝑑𝑉𝑐𝑎
𝑉𝑐𝑎 = 𝑉𝑐𝑎 + × (𝑇 − 𝑇𝑆𝑇𝐶 ) (9)
𝑑𝑇

𝑆𝑇𝐶
𝑉𝑚𝑝 (𝑇) ≅ 𝑉𝑚𝑝 + µ𝑣 × (𝑇 − 𝑇𝑆𝑇𝐶 ) (10)

De posse da medição de temperatura T encontrada na instalação, assim como a tensão


fotogerada 𝑉𝑚𝑝 , é calculado a tensão de MPP e corrigida a razão cíclica do conversor para razão
cíclica de operação em MPP, igualando a tensão de arranjo a tensão de máxima potência.

2.3 CONVERSORES A SEREM APLICADOS PARA MPPT


Ao se escolher a topologia de conversor para utilização em sistemas fotovoltaicos,
deve-se atentar para seus diferentes comportamentos e aplicações (PIZZOLATTO, 2016),
sendo o número de módulos em série e o tamanho do arranjo fotovoltaico de fundamental
importância para escolha correta dos conversores. Ao longo desta seção, serão apresentados os
dois conversores utilizados para modelagem do estudo proposto.

2.3.1 Conversor Boost operando como MPPT


Dentre os conversores com maior utilização para sistemas de energia fotovoltaica,
podem ser citados os conversores elevadores, os quais tem a finalidade de aumentar a tensão
do arranjo fotovoltaico para uma tensão utilizável pelo usuário, seja para posterior conversão à
corrente alternada e injeção na rede de energia da concessionária, por meio de um inversor
40

fotovoltaico, ou armazenamento da energia por meio de baterias. O conversor Boost se trata da


topologia mais simples em termos de componentes utilizados, sendo empregado em casos em
que se deseja que a tensão de saída do conversor seja maior que a de entrada em escalas
intermediárias (ERICKSON; MAKSIMOVIC, 2013). Seu ganho estático é regido pela equação
(11) (BARBI, 2008) e o circuito equivalente apresentado na figura 22.
𝑉𝑜𝑢𝑡
𝑀𝐶𝐶𝑀 = (11)
𝑉𝑖𝑛

Figura 22: Topologia conversor Boost

Fonte: (TENÓRIO, 2017)

Utilizando-se da definição de ganho estático, que é definida pela razão entre tensão de
saída e tensão de entrada, assim como ciclo de trabalho do conversor, o Boost passa a ser
descrito matematicamente por (12), quando utilizado em modo de operação contínua e
constituído de componentes ideais (BARBI, 2008) (ERICKSON; MAKSIMOVIC, 2013)

1
𝑀𝐶𝐶𝑀 = (12)
1−𝐷

Considerando que os componentes usados no conversor se comportam de forma ideal


(sem perdas), é possível equacionar o conversor da seguinte forma (TENÓRIO, 2017):

𝑃𝑖𝑛 = 𝑃𝑜 (13)

Posteriormente, também é possível definir a ondulação de corrente ocorrida no indutor


devido à comutação do interruptor, de acordo com a equação (14). Isolando a indutância na
equação, pode-se definir a indutância característica do sistema (15), levando em conta apenas
os parâmetros de tensão de entrada (Vin), ciclo de trabalho do conversor (D) e ondulação de
corrente requerida no indutor (△iL) normalmente escolhida pelo projetista, assim como a
frequência de comutação da chave (f) (JUNIOR, 2014),.
41

𝑉𝑖𝑛 × 𝐷
△ 𝑖𝐿 = (14)
𝐿×𝑓

𝑉𝑖𝑛 × 𝐷
𝐿= (15)
△ 𝑖𝐿 × 𝑓

O equacionamento do capacitor de saída do conversor ocorre de forma similar, sendo


obtido a partir da derivada da corrente (JUNIOR, 2014), a qual define o comportamento da
corrente de saída do capacitor segundo a equação (16):

𝑑𝑉𝐶 (𝑡)
𝐼0 = 𝐶 (16)
𝑑𝑡

Isolando o termo da capacitância, obtém-se o capacitor a ser utilizado no conversor


(17), dependente da corrente de saída do sistema (io), ciclo de trabalho (D) do conversor Boost,
frequência de comutação da chave (f), assim como ripple de tensão observado no capacitor e,
consequentemente, no sinal de saída do conversor.

𝐼𝑜 × 𝐷
𝐶= (17)
△ 𝑉𝐶 × 𝑓

2.3.2 Conversor ASL-S2C operando como MPPT

Em aplicações onde se deseja o aumento da tensão de apenas um módulo fotovoltaico


a patamares superiores ao valor de pico da rede elétrica, como utilizado em microinversores, os
conversores devem atingir um ganho ainda maior de tensão para atuar em concordância com o
sistema. Teoricamente, o uso de um conversor Boost seria uma solução adequada ao problema,
porém, considerando componentes não-ideais, ao aproximar seu ciclo de trabalho do valor
unitário, o seu ganho de tensão e rendimento são drasticamente diminuídos, devido ao aumento
nas perdas de condução. Ademais, o alto ganho de tensão também implica uso de interruptores
e componentes de alta tensão, aumentando os custos e perdas de condução no conversor
(ERICKSON; MAKSIMOVIC, 2013).
42

Para atingir grandes ordens de ganho de tensão (>10), conversores de alto ganho são
empregados (SALVADOR; LAZZARIN; COELHO, 2018). Com o intuito de contornar este
problema, variadas topologias de conversores foram apresentadas ao longo da literatura. Dentro
do escopo deste trabalho, será utilizada a família de conversores intitulada de rede ativa de
indutores chaveados (ASL – Active Switched Inductor Network), a qual se mostrou de grande
eficiência em resultados experimentais, como apresentado em (SALVADOR; LAZZARIN;
COELHO, 2018). A estrutura é composta de uma ASL, visualizada na Figura 23 (a), seguida
de uma estrutura de célula passiva de capacitores comutados (SU2C – Step-up 2 cell)
(SALVADOR; LAZZARIN; COELHO, 2018), visualizado na Figura 24 (b), resultando no
conversor ASL-SU2C, o qual possui algumas vantagens quando comparado a conversores CC-
CC de alto ganho da mesma família, como menor quantidade de componentes e menores
esforços de tensão nos interruptores, resultando em melhor rendimento do equipamento.

Figura 23: Conversores de alto ganho: (a) Rede ASL e (b) célula S2C

Fonte: (SALVADOR; LAZZARIN; COELHO, 2018)

A rede ativa de indutor chaveado (ASL) é composta por dois indutores, L1 e L2, os
quais são carregados em paralelo enquanto os interruptores estão conduzindo e,
alternativamente, descarregados em série quando os interruptores não estão conduzindo
(SALVADOR; LAZZARIN; COELHO, 2018). Em analogia, a célula passiva de capacitores
(SU2C) é composta por dois diodos, D1 e D2, além de dois capacitores, C1 e C2, os quais são
carregados em paralelo quando ocorre condução pelos diodos, e descarregados em série, quando
os diodos estão bloqueados (DE NOVAES; RUFER; BARBI, 2007), seguidos de um filtro LC
de baixa frequência na saída do conversor.
43

Figura 24: Estados topológicos do conversor (a) interruptores em condução; (b) interruptores
bloqueados e (c) interruptores bloqueados em operação MCD

(a) (b)

(c)
Fonte: (SALVADOR; LAZZARIN; COELHO, 2018).

Deste modo, os diodos e interruptores se comportam de forma complementar quando


operados em modo de condução contínua, estando um par conduzindo enquanto outro se
encontra bloqueado (SALVADOR; LAZZARIN; COELHO, 2018), como é possível observar
na Figura 24 (a) e 24 (b). Em contrapartida, no modo de condução descontínua, haverá
momentos em que ambos estarão desligados, como na Figura 25 (c), não transferindo potência
ao circuito de saída.
Para equacionamento do conversor ASL-SU2C, será levado em conta seu
funcionamento em CCM, tendo em vista um maior aproveitamento da corrente advinda do
módulo fotovoltaico, em que o ganho de tensão ideal do conversor é representado pela equação
(18):
𝑉0 1 + (3 × 𝐷)
𝑀𝐶𝐶𝑀 = = (18)
𝑉𝑖𝑛 1−𝐷
44

Posteriormente, manipulando as equações referentes às tensões sob as redes de


indutores e capacitores chaveados, é também possível isolar os elementos I0 e L0, de modo a
encontrar a indutância do indutor correspondente ao filtro LC e corrente de saída do conversor:

2 × 𝑉𝑖𝑛 × 𝐷
𝐿0 = (19)
△ 𝐼𝐿0 × 𝑓

1−𝐷
𝐼0 = 𝐼 (20)
1 + 3𝐷 𝑖𝑛

Ademais, são também designadas as equações relacionadas ao capacitor de saída do


filtro LC e do filtro passivo, além dos indutores da rede ativa, regidos pelas equações (21), (22)
e (23), respectivamente (SALVADOR; LAZZARIN; COELHO, 2018).
𝑉𝑖𝑛 × 𝐷
𝐶0 = (21)
4𝐿0 ×△ 𝑉𝐶0 × 𝑓

𝑃0 × 𝐷 (1 − 𝐷)
𝐶1 = 𝐶2 = (22)
𝑉𝑖𝑛 × 𝑓(1 + 3𝐷) △ 𝑉𝑐1

𝑉𝑖𝑛 × 𝐷
𝐿1 = 𝐿2 = (23)
∆𝐼𝐿 × 𝑓𝑠

Obtendo os parâmetros supracitados, é possível realizar o dimensionamento do


conversor de forma ideal, de maneira a modelar o conversor de alto ganho perante os dados de
entrada do sistema fotovoltaico e tensão de saída requerida.

2.4 INVERSORES FOTOVOLTAICOS

É caracterizado como inversor fotovoltaico o equipamento utilizado para conversão da


corrente contínua advinda dos módulos fotovoltaicos em corrente alternada, utilizada pela rede
de energia ou demais equipamentos residenciais encontrados no local (RAMPINELLI;
KRENZINGER; ROMERO, 2013). Em âmbitos comerciais, o mesmo possui diferentes
topologias, sendo usualmente encontrados para conexão monofásica, inversores com uma
potência relativamente baixa (<10kW), ao passo que inversores de maior porte utilizem de uma
45

conexão trifásica a rede. Ademais, os inversores também se diferem em razão de suas entradas
para MPPT, assim como seus parâmetros de tensão e corrente máximas e mínimas por entrada.
Dentro da classe de inversores monofásicos, é possível distinguir ainda os
equipamentos em dois grandes grupos.
• Inversores string: os inversores string habilitam a conexão de múltiplos
módulos fotovoltaicos em série, aumentando o tamanho do arranjo e atingindo
tensões máximas de até 600V por string. Entretanto, devido ao maior número
de módulos interligados, o controle de máxima potência é feito de forma
global, podendo um módulo da série fotovoltaica prejudicar a geração de todo
o conjunto, ao deslocar a curva IxV do arranjo. Por possuírem uma maior
potência de conversão, suas estruturas normalmente são de maior porte,
conforme Figura 25, e instaladas em abrigos protegidos contra intempéries
(RAMPINELLI; KRENZINGER; ROMERO, 2013).

Figura 25: Inversor fotovoltaico comercial tipo string.

Fonte: (GROWATT, 2022)

• Microinversores: de tamanho reduzido e havendo a possibilidade para conexão


de apenas um ou dois módulos por equipamento, os microinversores possuem
alguns benefícios quando comparados aos inversores convencionais, sendo o
rastreamento individual dos módulos fotovoltaicos o maior deles. Desta
maneira, o sombreamento de um módulo afetará a geração de um menor de
número de módulos que podem estar conectados em série, melhorando a
eficiência do sistema como um todo. Devido a suas pequenas dimensões, o
equipamento normalmente é instalado no próprio telhado, abaixo dos módulos
fotovoltaicos, assegurando uma proteção contra chuvas e ventos, assim como
46

um menor gasto em cabos para interligação. Entretanto, tendo em vista o seu


melhor aproveitamento de energia do sistema em situações de sombreamento
(AUGUSTO, 2019), assim como utilização de componentes com maior
resistência térmica devido à instalação em um local de elevadas temperaturas
(abaixo dos módulos), o investimento realizado em microinversores é
ligeiramente maior, quando comparado seu preço relativo a potência gerada
(R$/kW).

Figura 26: Microinversor fotovoltaico comercial

Fonte: (HOYMILLES, 2022)


47

3 METODOLOGIA
O propósito deste trabalho consiste na análise comparativa entre o uso de inversores
string e microinversores por meio de estudos acerca de suas diferenças de geração em cenários
de sombreamento parcial e total dos módulos.
A abordagem metodológica utilizada baseia-se no modelamento de ambos os
conversores descritos na seção 2.3 atrelados a algoritmos de rastreamento de máxima potência
(P&O), simulando, assim, o estágio CC-CC de ambos os inversores via software PSIM©, de
modo que os módulos fotovoltaicos operem com máxima geração possível. Em adendo, serão
gerados cenários de sombreamentos parciais nos arranjos fotovoltaicos, evidenciando as
diferenças de energia geradas entre ambos os conversores, com o intuito de fomentar a escolha
de um conversor a outro.
Em complemento, será feita uma análise econômica da geração versus custo de
instalação ao longo dos anos de operação do sistema fotovoltaico considerando ambas as
topologias, sendo escolhidos cenários de sombreamento do cotidiano da cidade de
Florianópolis, assim como modelos de inversores e de módulos fotovoltaicos cujas
características serão inseridas no programa PSIM©. Deste modo, será possível a determinação
do melhor sistema a ser adotado em termos monetários e técnicos a um consumidor que venha
a instalar em padrões similares.

3.1.1 Modelagem dos módulos fotovoltaicos


Primeiramente, devem ser modelados os módulos fotovoltaicos perante suas
características comerciais, trazendo ao ambiente de simulação os parâmetros encontrados na
prática. O módulo optado para utilização foi o modelo LR4-72HPH-445M, da marca Longi
Solar e consolidada no mercado atual, com as características encontradas em datasheet (Anexo
A) e expressas na Tabela 1.
48

Tabela 1: Características módulo fotovoltaico LR4-72HPH-445M


LR4-52HPH-445M
Potência nominal 445W
Tensão de Circuito Aberto 49,1V
Corrente de curto-circuito 11,53A
Tensão de máxima potência 41,3V
Corrente de máxima potência 10,78A
Rendimento do módulo 20,5%
Número de células 24 x 6 (144)
Fonte: Adaptado de Datasheet.

No ambiente PSIM©, escolheu-se por modelar os módulos seguindo o modelo físico


disponível que, em contrapartida ao modelo funcional também disponível no software,
necessita de parâmetros intrínsecos ao módulo fotovoltaico, em sua maioria não encontrados
em datasheets comerciais. Em virtude disto, fez-se uso de um script em programa MATLAB™,
disponibilizado na obra (COELHO; SCHMITZ; MARTINS, 2022) e exibido em totalidade no
anexo B, para determinar os valores requisitados pelo modelo utilizando-se dos parâmetros
encontrados em datasheet, tendo o intuito de simulá-lo de maneira mais detalhada para posterior
visualização dos efeitos de sombreamento.
O algoritmo disponibilizado permite a resolução do grupo de equações não-lineares
(24).(25) e (26), as quais descrevem o modelo físico de uma célula solar em ambiente PSIM:

𝑅𝑠 . 𝐼𝑝𝑣 + 𝑉𝑝𝑣
𝐼𝑝𝑣 = 𝐼𝑝ℎ − 𝐼𝐷 − (24)
𝑅𝑝
𝐺
𝐼𝑝ℎ = 𝐼𝑆𝐶0 . . (1 + 𝛼. (𝑇 − 𝑇𝑆𝑇𝐶 )) (25)
𝐺𝑆𝑇𝐶
𝑇 3 𝑞𝐸𝑔.(𝑇 1 − 𝑇1 ) 𝑞.𝑉𝑑
𝐼𝐷 = 𝐼𝑆0 . ( ) .𝑒 𝑆𝑇𝐶 . (1 + 𝛼. (𝑇 − 𝑇𝑆𝑇𝐶 )). (𝑒 𝐴𝑘𝑇 − 1) (26)
𝑇𝑆𝑇𝐶

Em que q representa a carga do elétron (q=1,6x10-19 C); k a constante de Boltzmann (k=


1.3806505x10-23); G a intensidade de irradiância cadastrada pelo usuário; T a temperatura
selecionada para a simulação; Vpv a tensão terminal no módulo; Ipv a corrente no módulo.
Em primeira instância, é de fundamental importância reconhecer as diferenças dos
resultados que são demonstrados pelo script do MATLAB ao que será implementado em
49

ambiente PSIM. Devido ao programa PSIM não aceitar arranjos em paralelo de células
fotovoltaicas dentro do modelo físico do software, e sendo esta uma característica de módulos
com tecnologia half-cell, representa-se o módulo utilizado como um arranjo em paralelo de
duas strings composta por 3 “sub-módulos” com 24 células cada, sendo a corrente fotogerada
pelas células equivalente à metade da corrente encontrada na folha de dados do módulo, e a
tensão equivalente a um terço da tensão total do módulo, devido a existência de três diodos de
by-pass. A Figura 27 representa de forma intuitiva a ligação realizada, sendo as fontes de tensão
utilizadas para entrada da irradiância e da temperatura dos sub-módulos.

Figura 27: Representação de um módulo fotovoltaico, pela interligação de 6 sub-módulos com


tecnologia half-cell

Fonte: Próprio autor

Além disso, o script realizado apresenta o resultado dos parâmetros de forma global
ao módulo, como as resistências equivalentes e o fator de idealidade do módulo, sendo
necessário a posterior divisão do valor encontrado pelo número de células do sub-módulo
modelado (24 células).
Na figura 28 são apresentados os demais parâmetros necessários para o modelo físico do PSIM,
descritos na aba de “Ajuda” do software, segundo o Quadro 2.
50

Figura 28: Dados de Input para modelo físico do Módulo Fotovoltaico

Fonte: [PSIM].

Quadro 2: Parâmetros do modelo de módulo físico encontrados no PSIM.


Name Nome dado ao módulo pelo usuário
Faz menção ao número de células em série do sistema. Por se tratar de um
módulo de tecnologia Half-cell e o PSIM não possibilitar o arranjo em paralelo
Number of cells
de células fotovoltaicas, optou-se por modelar seis módulos fotovoltaicos
Ns
separados com posterior conexão em série/paralelo 3x2, resultando em 24
células por sub-módulo.
Standard light
Irradiância solar sob condições STC (G). Adotado o valor de 1000W/m2
intensity S0
Ref. temperature
Temperatura sob condições de teste (STC). Adotado o valor de 25°C
Tref
Resistência série (Rs) equivalente de cada célula do módulo. É possível
Series resistance determinar a resistência série total do sub-módulo via script de MATLAB,
Rs posteriormente fazendo a divisão pelo número de células encontradas no
modelo (24). Valor adotado de 872,5 µΩ
Resistência shunt/paralela (Rp) equivalente de cada célula do módulo. É
Shunt resistance possível determinar a resistência shunt total do módulo via script de MATLAB,
Rsh posteriormente realizando divisão pelo número de células encontradas no
modelo (24). Valor adotado de 22,15Ω
Short circuit
Corrente de curto circuito de cada célula do módulo. Adotado valor de 5,765A
current Isc0
Saturation current Corrente de saturação do diodo de cada célula do módulo fotovoltaico.
Is0 Utilizado valor de 57,48532 nA.
Energia de banda de cada célula, medida em eV. Adotado valor de 1,12 eV
Band energy Eg
para células de silício cristalino.
51

Coeficiente de emissão associado a cada célula fotovoltaica, relacionado ao


comportamento do diodo do circuito equivalente da célula fotovoltaica,
Ideality factor A possuindo valores limites entre 1 e 2. O resultado encontrado em MATLAB
deve ser dividido pelo número total de células no modelo. Valor adotado de
1,44.
Temperature Coeficiente de temperatura do módulo fotovoltaico, expresso em A/C ou A/K.
coefficient Ct Valor resultante de 0,0024.
Define como a irradiância afeta a temperatura do módulo segundo a fórmula
Coefficient Ks 𝑇𝑐𝑒𝑙 = 𝑇𝑎𝑚𝑏 + 𝑘 × 𝐺𝑎𝑚𝑏 . Utilizado valor de 0,04, seguindo valores
experimentais adquiridos no INEP.
Fonte: Aba HELP do software PSIM.

Com tais parâmetros encontrados, é possível associar os 6 módulos de modo a atingir


a curva IxV e PxV prevista em datasheet do equipamento, confirmando o correto modelamento
do módulo em ambiente PSIM e expostos na Figura 29.

Figura 29: Curva PxV e IxV em Ambiente PSIM para condições STC

Fonte: Próprio autor

3.1.2 Modelagem do Conversor Boost


Para modelagem do conversor CC-CC a ser aplicado ao arranjo fotovoltaico, foi
levado em consideração a conexão de 6 módulos LR4-72HPH-445M em série, com o intuito
de elevar a tensão de entrada a valores comumente encontrados em inversores comerciais.
Utilizando as equações descritas na seção 2.3.1, foram encontrados os principais parâmetros do
conversor, de modo a operar no ponto de máxima potência dos módulos, de acordo com a
52

Tabela 2, sendo os valores nominais do conversor atrelados a potência, tensão e corrente de


entrada advinda dos módulos fotovoltaicos em condição STC.

Tabela 2: Características nominais Conversor Boost.


Conversor Boost
Potência nominal 2670 W
Tensão de Entrada nominal 247,8 V
Corrente de Entrada nominal 10,78 A
Duty Cycle (D) nominal 0,3805
Indutância característica 1,571 mH
Capacitância característica 4,2 μF
Frequência de comutação 60k Hz
Resistência característica 59,89 Ω
Tensão de saída 400 V
Corrente de saída 6,67 A
Ondulação de corrente 10%
Ondulação de tensão 1%
Fonte: Próprio autor.

Obtendo tais dados acerca do conversor, é possível realizar a montagem do circuito


em ambiente PSIM, conectando os elementos citados na tabela 2 ao arranjo de módulos
fotovoltaicos, os quais são constituídos por 36 “sub-módulos”, conforme figura 30 e 31,
formando um circuito equivalente de 6 módulos com diodos de by-pass. Optou-se por adicionar
um capacitor na saída dos módulos com o intuito de assegurar a característica de fonte de tensão
constante, sendo que, na prática, este procedimento é realizado por um capacitor na entrada CC
do barramento de entrada do inversor fotovoltaico. A priori, o circuito para obtenção da razão
cíclica foi constituído de uma fonte de tensão constante com o valor da razão cíclica nominal,
posteriormente comparada a um sinal triangular com tensão de pico-a-pico unitária e frequência
de 60 kHz, para gerar o sinal de comando para o gate do interruptor.
53

Figura 30: Conexão 6 módulos half-cell em série em ambiente PSIM

Fonte: Próprio autor.


54

Figura 31: Conversor Boost simulado em ambiente PSIM

Fonte: Próprio autor

Para validar o correto funcionamento do conversor Boost montado acima, o circuito


foi simulado seguindo os dados especificados na Tabela 2 e operando com razão cíclica
constante, de modo a expor a tensão de saída de 400 V especificada pelos cálculos, assim como
a tensão e corrente fotogerada, a qual deve estar de acordo com o apresentado em datasheet e
Tabela 2, sendo o gráfico apresentado na Figura 32.

Figura 32: Conversor Boost simulado em ambiente PSIM

Fonte: Próprio autor.


55

Após a validação do funcionamento do conversor, o qual opera transformando a tensão


dos módulos sob padrões STC para a tensão e corrente de saída desejada, é necessário a criação
de um algoritmo que faça o controle da razão de trabalho do conversor, com a finalidade de
ajustar sua razão com a mudança de parâmetros dos módulos fotovoltaicos, como temperatura
e irradiância, fazendo o correto reposicionamento do ponto de máxima potência do conversor
em casos de sombreamento do arranjo, aumento da temperatura ambiente ou mudança de
irradiação incidente. Portanto, foi desenvolvido um código em linguagem C, disponível no
apêndice A, aplicado a um bloco C em ambiente PSIM que realiza a varredura do ponto de
máxima potência do conversor segundo o método Perturba & Observa (P&O). O bloco gerador
de razão cíclica constante foi substituído por um bloco C, o qual realiza a leitura dos dados de
tensão e corrente do arranjo fotovoltaico em um dado instante do tempo e, de acordo com a
leitura atual e anterior, o algoritmo realiza um aumento ou decréscimo na razão cíclica do
conversor, ajustando o ponto de máxima potência do conversor segundo as características
encontradas na simulação, sendo o esquemático visualizado na Figura 33.

Figura 33: Conversor Boost com algoritmo de rastreamento simulado em ambiente PSIM

Fonte: Próprio autor.

Com a inserção do bloco C para rastreamento, a frequência de leitura dos dados de


tensão e corrente do arranjo fotovoltaico foi definida em 100 Hz, utilizando-se um tempo de
simulação de 0,5 s. Além da frequência de rastreamento, definida pelo Bloco de Ordem Zero
56

ZOH (Zero Order Hold), é também necessário o estabelecimento do step da razão cíclica,
fixado em 0,05.
É possível perceber, via Figura 34, o deslocamento da razão cíclica do conversor e a
alteração da tensão (curva em azul no gráfico superior) e da corrente fotovoltaica (curva
vermelha gráfico inferior) a cada iteração do código rastreador de MPPT que, em condições
estáveis de temperatura e irradiância, estabelecem-se nos entornos do ponto de máxima
potência. Em decorrência disso, as tensões (curva em vermelho no gráfico superior) e corrente
de saída do Conversor (curva azul no gráfico inferior) também sofrem oscilações em seu valor.
.
Figura 34: Tensão e corrente de MPPT do arranjo fotovoltaico

Fonte: Próprio autor.

Posteriormente, para comparar a potência gerada pelo método P&O com a potência
máxima do módulo sob condições padrões de teste, são conectados wattímetros na entrada
superior dos “sub-módulos” ligados em série/paralelo, atestando assim a máxima potência
possível sob as condições de temperatura e irradiância que estão como dado de input no módulo.
Desta maneira, será possível medir os valores de tensão e corrente de saída do Conversor,
posteriormente utilizando a função matemática de multiplicação presente no SIMVIEW do
PSIM, para assim comparar a potência de saída do conversor com a potência “ideal” de geração
dos módulos fotovoltaicos, dada pelo wattímetro. No cenário atual de simulação, exposto na
figura 35, ambas as curvas se encontram sobrepostas e com mesmo valor, apenas diferindo em
relação as perturbações provocadas pelo método P&O.
57

Figura 35: Potência do arranjo fotovoltaico (azul) vs Potência ideal do arranjo (vermelho)

Fonte: Próprio autor.

A partir das curvas reais e ideais obtidas na figura 35, pode-se concluir que o
modelamento do circuito de geração acoplado ao Conversor Boost se comporta de maneira
conveniente, sendo adequado seu uso para situações de sombreamento, como serão discutidas
ao longo das próximas Seções.

3.1.3 Modelagem do Conversor ASL-S2C

Para a modelagem do conversor ASL-S2C, o qual será usado para emular o


funcionamento da etapa CC-CC de um microinversor, foi levado em consideração a conexão
de apenas dois módulos fotovoltaicos, sendo este o número de conexões encontradas
normalmente em âmbito comercial. Utilizando das equações descritas na Seção 2.3.2, obtendo
a mesma tensão de saída encontrada no conversor Boost, obtêm-se os parâmetros encontrados
na Tabela 3.
58

Tabela 3 - Características nominais Conversor ASL-S2C.


Conversor ASL-S2C
Potência nominal 890 W
Tensão de Entrada nominal 82,6 V
Corrente de Entrada nominal 10,87 A
Duty Cycle (D) nominal 0,49
Indutâncias rede ASL 674,57 µH
Indutor filtro LC 13,5 mH
Capacitância Step-up 2 cell 1 µF
Capacitância filtro LC 0,21 µF
Frequência de comutação 60k Hz
Resistência característica 179,71 Ω
Tensão de saída 400 V
Corrente de saída 2,226 A
Fonte: Próprio autor.

Em seguida, foi utilizada metodologia semelhante à aplicada ao conversor Boost, de


modo a validar seu funcionamento com razão de trabalho constante, ao montar o esquemático
do circuito segundo valores nominais (STC) do arranjo, como retratado pelas Figuras 36 e 37.

Figura 36: 2 Módulos fotovoltaicos conectados ao conversor ASL-S2C

Fonte: Próprio autor.


59

Figura 37: Conversor ASL-S2C conectado aos módulos, simulado sob razão cíclica constante

Fonte: Próprio autor

Deste modo, foram traçadas as curvas de tensão e de corrente do arranjo fotovoltaico


com um tempo de simulação de 0,2 s, de acordo com a Figura 38, confirmando o correto
funcionamento do conversor.

Figura 38: Conversor ASL-S2C simulado sob razão cíclica constante

Fonte: Próprio autor

De modo similar ao exposto no conversor Boost, foram implantados algoritmos de


rastreamento de máxima potência em ambos os gates dos MOSFETs utilizados para
chaveamento do conversor, conforme Figura 39.
60

Figura 39: Conversor ASL-S2C simulado com algoritmo de rastreamento

Fonte: Próprio autor

Tendo em vista a inserção do bloco C no circuito, previamente discutido no conversor


Boost, utilizou-se dos mesmos padrões de step de razão cíclica e frequência de leitura de tensão
e corrente do bloco de ordem zero, variando apenas o valor de razão cíclica inicial para o valor
calculado na Tabela 3, de maneira a produzir os gráficos apresentados na figura 40, os quais
denotam a varredura do rastreador do ponto de máxima potência e o posicionamento do ponto
de operação nos entornos do MPPT, nas condições STC, validando o funcionamento do sistema.

Figura 40: Tensão e corrente do Conversor ASL-S2C, simulado sob algoritmo de MPPT

Fonte: Próprio autor.

A partir disto, foi traçada a curva de Potência ao longo do tempo simulado e comparada
com a potência ideal fornecida pelo arranjo fotovoltaico, em processo semelhante ao realizado
61

no conversor Boost, obtendo convergência entre o valor obtido com o valor de datasheet e
teórico esperado.

Figura 41: Potência de MPPT do arranjo fotovoltaico (azul) vs Curva Ideal de potência do
módulo (vermelho)

Fonte: Próprio autor

Portanto, é possível inferir o correto dimensionamento dos componentes e


funcionamento do conversor, estando apto a posteriores estudos de sombreamento. Devido ao
funcionamento sob parâmetros ideais de ambos os arranjos, não se observou nenhuma diferença
entre a operação dos conversores, sendo indiferente a utilização de um ou outro neste estágio
do estudo.
62

4 ESTUDO DE CASO - FLORIANÓPOLIS

Diante dos circuitos analisados, é possível realizar a simulação sob perspectivas de


irradiâncias encontradas em campo, com o intuito de aferir a diferença de energia gerada perante
as duas configurações de conversores CC-CC propostas, quando submetidas a cenários de
sombreamento.
Desta forma, foi arbitrado pelo cenário encontrado na região de Florianópolis, local
situado sob Latitude de -27,5969o, irradiação Solar média de 4,45 kWh⁄m2 . dia e temperatura
média anual variando entre 15 e 25 oC.

4.1 OBTENÇÃO DOS DADOS DE FLORIANÓPOLIS


Para a simulação realizada em PSIM ser fidedigna aos parâmetros encontrados na
região, devem ser obtidos os dados referentes às principais variáveis envolvidas. Desta maneira,
serão utilizados de artefatos matemáticos e computacionais para determinar a temperatura e
irradiância média local de Florianópolis em base horária.

4.1.1 Obtenção dos Dados de Irradiância

Os valores de irradiância total utilizados em simulação foram retirados do Centro de


Referência para Energia Solar e Eólica (CRESESB), o qual obtém dados via estações
solarimétricas de irradiação dos últimos 17 anos (CRESESB, 2022) em território nacional,
agrupando-os de mês a mês via séries históricas, sendo referenciados na imagem 42 e transcritos
na Tabela 3. Foram utilizados os dados de radiação solar em um plano inclinado de igual
angulação a latitude do local (28°N), de forma a permitir uma maior média anual quando
comparado a instalações no Plano Horizontal (0°N), além da autolimpeza dos módulos com a
água da chuva, evitando desta maneira acúmulos de sujeira.
63

Figura 42: Irradiação solar mensal média no plano inclinado em Florianópolis


5,5 5,23 5,20 5,26
4,93 5,02
5,0
Irradiação (kWh/m².dia)

4,42
4,5 4,17 4,27
3,98
4,0 3,82
3,52 3,60
3,5

3,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Fonte: Adaptado de (CRESESB, 2022)

Tabela 3: Irradiação solar diária média mensal na Cidade de Florianópolis.


Irradiação solar diária média mensal
Mês
[kWh/m².dia]
Janeiro 5,23
Fevereiro 5,20
Março 4,93
Abril 4,42
Maio 3,98
Junho 3,52
Julho 3,60
Agosto 4,17
Setembro 3,82
Outubro 4,27
Novebro 5,02
Dezembro 5,26
Fonte: (CRESESB, 2022)

Baseado nos valores de irradiância propostos no Tabela 3, das equações (3), (4) e (5)
e dias representativos do ano relativos ao Quadro 1, foram calculadas as irradiâncias solares
médias horárias relativas a cada mês do ano, de maneira a determinar 12 curvas de irradiância
solar direta que simulam os valores médios encontrados em cada mês, com intervalos horários.
Os dados relacionados à declinação solar (δ) relativa ao dia juliano representativo de
cada mês exposto no Quadro 1, necessários para os cálculos supracitados, foram extraídos do
Site da Earth System Laboratories (EARTH SYSTEM RESEARCH LABORATORIES, 2022),
com base no horário, data e longitude da cidade. Devido as fórmulas empregadas serem de
caráter trigonométrico e estimativo, as médias obtidas possuem igual valor em turnos opostos,
somando ao fim do dia o valor total de irradiância média diária obtida via CRESESB, como
exposto na Tabela 4 em unidade de Wh/m².
64

Tabela 4: Irradiância horária média mensal em Florianópolis


Mês
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Hora
6h 98 66 10 - - - - - - 42 87 106
7h 253 234 192 115 12 - - 80 135 185 239 259
8h 380 373 346 285 217 152 179 257 262 304 363 383
9h 475 479 465 421 383 329 343 398 362 396 457 476
10h 539 551 548 517 503 459 463 499 433 459 521 539
11h 576 593 597 575 576 538 535 560 474 495 558 574
12h 588 607 613 594 600 564 559 580 488 507 569 586
13h 576 593 597 575 576 538 535 560 474 495 558 574
14h 539 551 548 517 503 459 463 499 433 459 521 539
15h 475 479 465 421 383 329 343 398 362 396 457 476
16h 380 373 346 285 217 152 179 257 262 304 363 383
17h 253 234 192 115 12 - - 80 135 185 239 259
18h 98 66 10 - - - - - - 42 87 106
TOTAL 5230 5200 4930 4420 3980 3520 3600 4170 3820 4270 5020 5260
Fonte: Próprio autor

Percebe-se o decaimento da irradiação proveniente nas primeiras horas da manhã e


período do fim de tarde no período do inverno, fenômeno observado também na prática. Para
traduzir os valores acimas para plataforma PSIM e emular gráfico característico pertinente a
irradiância, foram utilizadas funções “steps 2-level” presentes no PSIM e dispostas na Figura
43, as quais permitem definir o aumento do sinal (Vstep2Value) a partir de um dado instante de
tempo (TstepTime), assim como o tempo exigido para atingir tal valor (T_transistion). Vale
destacar que um novo sinal de polaridade inversa deve ser adicionado para diminuir a
irradiância horária, tendo em vista a impossibilidade de “cessar” o sinal após seu início.
65

Figura 43: Descrição da fonte de tensão “Step-2 level” presente em PSIM©

Fonte: Aba Help do software PSIM©

Perante o exposto, foram criadas 12 fontes de tensão em regime “rampa”, atrasadas


entre si em 0,1s cada (TstepTime), em que cada sinal representava o aumento ou decremento da
irradiância em 1 hora do dia proposto. O tempo de subida completa do sinal foi também ajustado
em 0,1s (T_transition), de modo a criar uma curva constante de irradiância ao longo dos dias
representativos. Optou-se por realizar o escalonamento do tempo de simulação em PSIM, em
que 0,1s representa 1 hora do dia, com o intuito de possibilitar um menor esforço computacional
e menor tempo de simulação, tendo em vista que serão necessários inúmeros cenários para
obtenção de uma resposta conclusiva para o trabalho.
66

Figura 44: Funções steps para criação das irradiâncias (exemplo mês de janeiro)

Fonte: [Próprio autor]

A partir da criação das funções steps e dos dados obtidos via CRESESB, traçaram-se
as curvas de irradiância características para cada mês do ano na cidade de Florianópolis,
conforme exemplo na figura 45.
Figura 45: Irradiâncias médias horárias para cada mês do ano
Abril Agosto Dezembro Fevereiro Janeiro Julho Junho Maio Marco Novembro Outubro Setembro

800

600

400

200

0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4


Time (s)

Fonte: Próprio autor


67

É possível observar o mês de dezembro como o mês com maior irradiância ao longo
do dia, como apontado pelo CRESESB, enquanto o mês de junho possui o terceiro menor valor
absoluto de irradiância no momento de sol apino, porém tendo menos horas de sol quando
comparado aos 2 outros meses de menores valores de irradiância, fazendo com que seja o mês
com menor irradiância total ao longo do dia.

4.1.2 Obtenção de Dados de Temperatura Ambiente e na Célula

De modo similar, os dados de temperaturas foram retirados do INMET (Instituto


Nacional de Metereologia), o qual fornece leituras horárias referentes às suas estações
metereológicas dos anos de 2003 a dezembro de 2021(INMET, 2022), em local próximo de
Florianópolis. Foram solicitados ao INMET as leituras pertinentes aos anos de funcionamento
da estação, sendo posteriormente os valores filtrados via Excel, de maneira a agrupar apenas
valores de temperatura associados aos horários em que exista radiação solar (6h às 18h) e
divididos de acordo com horário e com o mês correspondente, evidenciados na Tabela 5.

Tabela 5: Temperaturas horárias relacionadas a cada horário do dia


Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Hora
6h 22,9 22,9 21,9 20,0 17,2 15,6 14,7 15,4 17,0 18,8 20,0 21,7
7h 22,7 22,7 21,7 19,8 17,0 15,5 14,5 15,3 16,8 18,7 19,8 21,6
8h 22,6 22,5 21,6 19,6 16,8 15,3 14,4 15,1 16,7 18,6 19,7 21,4
9h 22,7 22,6 21,6 19,6 16,8 15,2 14,3 15,2 16,7 18,7 20,0 21,6
10h 23,7 23,3 21,9 19,7 16,9 15,3 14,3 17,0 17,1 19,4 21,1 22,9
11h 25,1 24,9 23,5 21,2 18,0 16,0 15,0 16,2 18,2 20,4 22,3 24,0
12h 26,1 26,0 24,9 22,8 19,7 17,5 16,5 17,6 19,2 21,3 23,1 24,9
13h 26,9 26,9 25,8 23,8 20,8 18,8 17,7 18,6 20,0 22,0 23,8 25,6
14h 27,6 27,6 26,5 24,6 21,6 19,6 18,6 19,5 20,7 22,6 24,3 26,3
15h 28,0 28,1 27,0 25,2 22,2 20,3 19,3 20,0 21,1 22,8 24,6 26,6
16h 28,1 28,2 27,2 25,5 22,5 20,7 19,7 20,4 21,3 22,9 24,6 26,6
17h 27,9 28,0 27,1 25,5 22,5 20,7 19,8 20,3 21,1 22,7 24,4 26,5
18h 27,5 27,6 26,8 25,1 22,3 20,5 19,6 20,1 20,8 22,4 24,2 26,1
Fonte: Próprio Autor
68

É possível perceber uma inércia térmica associada à temperatura ambiente, que


apresenta uma leve redução durante as primeiras horas do dia, devido à temperatura ainda estar
diminuindo por conta do período noturno, assim como um posterior declínio apenas horas após
a diminuição de radiação solar, continuando ao longo da noite. Em posse da tabela de dados
referentes à temperatura, foram utilizadas as criações de funções “steps” semelhantes à da
irradiância para transpor os valores encontrados ao software PSIM, evidenciados na Figura 46
e 47.

Figura 46: Funções Steps para criação das Temperaturas (exemplo mês de Janeiro)

Fonte: Próprio autor

Figura 47: Temperaturas médias horárias mensais de Florianópolis


Abril Agosto Dezembro Fevereiro Janeiro Julho Junho Maio Marco Novembro Outubro Setembro

30

25

20

15

10

0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4


Time (s)

Fonte: Próprio autor


69

Como esperado, as temperaturas encontradas obtiveram valor relativamente maior no


verão, diminuindo ao longo da entrada do inverno, com valor médio mínimo em julho. Para a
geração fotovoltaica, tendo em vista sua dependência com a temperatura imposta na célula, a
mesma terá melhor rendimento em condições ambientes mais amenas, sendo a exposição a
temperaturas elevadas prejudicial para sua vida útil.
Em relação à temperatura imposta nas células fotovoltaicas na simulação, foram
utilizadas como base medições realizadas no laboratório do INEP, onde se constatou uma
temperatura média de 65 ºC em células localizadas sob condições de 25ºC de temperatura
ambiente, o que resulta em um fator k=0,04 ºC.m2/W, como exposto no Quadro 2.

4.2 DEFINIÇÕES DE ARRANJO E SOMBREAMENTO


Diante das irradiâncias e temperaturas traçadas em PSIM, devem também ser definidas
as situações de sombreamento cujo o arranjo será submetido. As simulações foram divididas
em três contextos, a fim de simular diferentes características de perda de geração nos módulos
para posterior análise econômica. Com o intuito de igualar a potência máxima dos arranjos do
inversor string e do microinversor, de modo a tirar conclusões acerca dos efeitos de
sombreamento, foi utilizado um conversor Boost conectados a seis módulos cada, emulando o
funcionamento do MPPT de um inversor. De forma similar, foram simulados três conversores
ASL-S2C conectados a dois módulos cada, simulando o funcionamento de um sistema com três
microinversores acoplados a seis módulos.
Diante destas definições, se estabeleceram três cenários:
- Sombreamento parcial ocorrido em 1/3 de um módulo (cenário I): Nesse cenário
sombreiam-se dois “sub-módulos” de um módulo da string, com o intuito de emular um
sombreamento dentro de um módulo e como tal efeito afeta o restante do arranjo. Devido ao
efeito de curto-circuito do diodo de by-pass, os sub-módulos sombreados serão substituídos por
um curto-circuito em tais ocorrências.
- Sombreamento parcial ocorrido em 1/3 de um módulo e um módulo completo de
mesma string (cenário II): neste caso há o sombreamento da totalidade de um módulo de uma
string, além do sombreamento de 1/3 do módulo adjacente, totalizando o sombreamento de 8
“sub-módulos”. Esse cenário permite aferir a performance do microinversor sob
sombreamentos próximos do sombreamento total da string. Devido ao efeito de curto-circuito
do diodo de by-pass, os submódulos sombreados serão substituídos por um curto-circuito.
70

- Sombreamento parcial ocorrido em 1/3 de um módulo e em dois módulos completos


(cenário III): nesse cenário há sombreamento da totalidade de 14 “sub-módulos”, sendo no caso
do microinversor os módulos atingidos todos de diferentes strings, enquanto no conversor
Boost são pertencentes a única string do sistema. Tal cenário é implementado para comparar a
geração entre um inversor string com múltiplos sombreamentos e múltiplos conversores de
menor porte, porém com perda de potência relativa ligeiramente maior. Devido ao efeito de
curto-circuito do diodo de by-pass, os submódulos sombreados serão substituídos por um curto-
circuito.

4.2.1 Cenário I – Sombreamento ocorrido em 1/3 de um módulo

4.2.1.1 Potência máxima produzida – Caso I

No primeiro cenário, foram curto-circuitados os primeiros dois sub-módulos,


conforme figura 48, simulando seu sombreamento, e posteriormente aplicadas as irradiâncias e
temperaturas específicas de cada mês aos módulos restantes, com o intuito de determinar as
informações de geração durante os meses do ano. A introdução do curto-circuito nos diodos de
by-pass ocorreu de forma manual em todas as ocasiões de sombreamento, tendo em vista a
impossibilidade de os módulos operarem em sua região reversa em ambiente PSIM.
71

Figura 48: Esquemático simulado no Cenário I

Fonte: Próprio autor

Ao comparar os gráficos relativos à potência nas Figuras 49 (a) e (b), é viável observar
que, devido ao fato de a irradiância utilizada ser uma média relativa a todo o mês e em nenhum
momento atingir a condição de 1000W/m², e ao fato das temperaturas das células ficarem na
faixa de 45-65°C, a potência produzida em ambas configurações não se aproximou da potência
nominal STC (2,67kWp), sendo a média máxima observada no mês de março às 12 h, para o
caso do conversor Boost, com valor de 1393,74 W.
72

Figura 49: Potência do mês de março: (a) potência ideal total dos seis módulo da string e (b)
potência dos módulos não-sombreados, aplicado ao conversor Boost.
(a)

(b)

Fonte: Próprio autor

A Figuras 49 (a) e 49 (b) comparam, respectivamente, as potências do arranjo em


relação ao máximo produzido pelos seis módulos presentes na string (contendo o 1/3
sombreado) e os módulos sem sombreamento. É possível observar que o conversor Boost acaba
saindo de regime de MPPT prematuramente, em torno de 0,9 s de simulação (correspondente
às 14h), piorando bastante sua geração.
73

Com relativa similaridade, a curva de potência oriunda dos conversores ASL-S2C


também opera sob MPP durante a maioria da simulação, porém com um menor pico de potência
durante horário de maior irradiância quando comparado ao conversor Boost.
Em contrapartida, nos começos e fins dos dias, percebe-se um desvio da potência
gerada pelo arranjo (vermelho) em comparação com a curva ideal de geração dos módulos,
como é possível visualização na figura 50, sendo a curva azul inferior relacionada à potência
ideal dos módulos não-sombreados e a azul superior associada a curva ideal de geração dos 6
módulos sem sombreamento. Tal fato ocasiona perda de geração do arranjo, diminuindo a
energia gerada ao longo dos anos, porém quando comparado a curva de geração do conversor
Boost, percebe-se a melhora operacional do microinversor, o qual permanece sob rastreamento
em MPP durante mais tempo, começando mais cedo e saindo de rastreamento otimizado
posteriormente ao Boost.

Figura 50: Potência gerada na soma dos 3 Conversores ASL-S2C, mês de Setembro

Fonte: Próprio autor

Em comparação ao Boost, o conversor ASL-S2C possui uma ondulação maior em


torno do ponto de máxima potência, possuindo em alguns instantes pontos no gráfico onde a
potência real acaba ultrapassando a potência ideal do arranjo. O fenômeno supracitado pode
estar relacionado ao fato de haver mais elementos armazenadores de energia no circuito
(capacitores e indutores) que, quando submetidos a diferenças de tensão, acabam produzindo
oscilações de corrente e tensão suficientes para ocasionar spikes positivos ou negativos nos
74

gráficos de potência. Apesar de este fenômeno ser passível de observação, o mesmo pode ser
observado com valor contrário instantes depois, anulando seu efeito sob os gráficos de energia
resultante das topologias e, desta maneira, não influenciando sob o estudo.
Durante o funcionamento do conversor ASL-S2C, também foram observados os
conversores de modo individualizado, sendo ilustrada na Figura 51 (a) a potência relacionada
aos conversores não-sombreados, em que a curva prática rastreia corretamente a curva teórica,
assim como na figura 51 (b), o qual relata a potência produzida no conversor ASL-S2C que
possui os seus 2 sub-módulos sombreados. Nos momentos de menor geração, como no começo
da manhã e no fim da tarde, percebe-se que a potência da saída do conversar acaba por não
acompanhar a potência ideal produzida pelos módulos devido a falha de rastreamento do
algoritmo de MPPT, deste modo não aproveitando o máximo de energia fornecida pelo sistema.

Figura 51: Potência gerada nas strings (a) sombreadas e (b) não-sombreadas dos Conversores
ASL-S2C, mês de Dezembro
(a)
75

(b)

Fonte: Próprio autor.

Em adendo, foram traçadas também as curvas de ciclo de trabalho dos conversores


analisados, de maneira a atestar o ganho de tensão obtido na saída do conversor, quando
comparada à tensão do arranjo fotovoltaico, conforme figura 52 e 53.

Figura 52: Ciclo de Trabalho atrelado ao conversor Boost no primeiro cenário, mês de
dezembro

Fonte: Próprio autor


76

Figura 53: Tensões das strings dos Conversores ASL-S2C e seus respectivos ciclos de
trabalho, mês de Setembro

Fonte: Próprio autor

Devido às relativas similaridades obtidas entre as curvas de potência e tensão obtidas


ao longo dos 12 meses de simulação, as tabelas 6 e 7 demonstram, de forma sintetizada, os
valores de potência máxima em todos os meses, obtidos em horário de sol apino.
Tabela 6: Potência máxima média gerada em cada mês para ambos os conversores
Potência máxima média Potência máxima média
Mês gerada horário apino – gerada horário apino –
ASL-S2C [W]. Boost [W].
Janeiro 1248,38 1324,05
Fevereiro 1286,44 1374,09
Março 1344,44 1393,74
Abril 1275,60 1352,42
Maio 1301,89 1388,82
Junho 1236,02 1312,75
Julho 1240,07 1303,59
Agosto 1283,22 1347, 56
Setembro 1106,67 1125,74
Outubro 1142,08 1163,31
Novembro 1264,17 1298,28
Dezembro 1299,63 1329,86
Fonte: Próprio autor [2022].
77

Ao comparar ambos os gráficos apresentados ao longo deste cenário, é possível inferir


que a potência máxima é similar em ambas as topologias. Em adendo, os meses de março e
setembro, os quais possuem valores máximos e mínimos de irradiância em horário de sol apino
(12h) conforme gráfico traçado na Figura 45, também foram os que produziram
respectivamente o maior e menor pico de potência, demonstrando a conversão adequada da
irradiância que chega ao módulo em potência elétrica.

4.2.1.2 Energia mensal produzida – Caso I


No que concerne à energia gerada durante os dias representativos a cada mês do ano,
os mesmos obtiveram curvas características representadas pelas Figuras 54 (a) e 54 (b), as quais
relatam o mês de maior energia gerada (dezembro), sendo a curva azul referente à máxima
energia teórica gerada pelo arranjo e a curva em vermelho a energia real gerada.

Figura 54: Energia gerada pelo Conversor (a) ASL-S2C e (b) Boost ao longo do dia sob
cenário I, mês de Dezembro
(a)
78

(b)

Fonte: Próprio autor

Devido à escala reduzida utilizada nas simulações (1,4s), em que cada 0,1 segundos
representam uma hora de sol do dia, as medidas de energia devem ser convertidas em kWh para
análise de energia gerada. Com esse intuito, é feita a multiplicação do valor encontrado no
gráfico de energia por 36000. Deste modo, pode se escalonar a energia produzida na simulação
para um dia inteiro, porém ainda estando na unidade de Ws (devido ao gráfico ser plotado com
unidade de tempo em segundos), o qual deve ser convertida em kWh pela posterior divisão por
3600 (conversão em Wh) e por 1000 (conversão para kWh), representando, assim, a energia
média gerada durante um dia de dado mês. Desta maneira, o valor pode ser multiplicado pelo
número de dias do mês para obtenção da energia gerada durante todo o mês em questão,
conforme equação 27.

36000
𝑘𝑊ℎ 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑔𝑟á𝑓𝑖𝑐𝑜 × 3600 × 𝑑𝑖𝑎𝑠 𝑑𝑜 𝑚ê𝑠 (27)
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑚 =
𝑚ê𝑠 1000

Fazendo as conversões respectivas a cada mês de funcionamento do sistema proposto,


obtêm-se os dados apresentados na Tabela 7 e 8, os quais representam as energias médias
geradas mensalmente pelos conversores Boost e pelo conversor ASL-S2C, respectivamente.
79

Tabela 7: Energia gerada no conversor Boost - Cenário I


Mês Valor gráfico kWh/dia Dias mensais kWh/mês
Janeiro 1047,53 10,47 31 324, 57
Fevereiro 1044,22 10,44 28 292,32
Março 997,22 9,97 31 309,07
Abril 892,10 8,92 30 267,60
Maio 806,46 8,06 31 250,02
Junho 695,16 6,95 30 208,50
Julho 715,69 7,16 31 221,96
Agosto 849,18 8,49 31 263,19
Setembro 771,07 7,71 30 231,30
Outubro 856,37 8,56 31 265,36
Novembro 1003,93 10,04 30 301,2
Dezembro 1054,9 10,55 31 327,05
Fonte: Próprio autor

Tabela 8: Energia gerada nos conversores ASL-S2C - Cenário I


Mês Valor gráfico kWh/dia Dias mensais kWh/mês
Janeiro 1093,11 10,93 31 338,64
Fevereiro 1086,12 10,86 28 304,11
Março 1030,91 10,31 31 319,61
Abril 914,89 9,15 30 274,47
Maio 809,17 8,09 31 250,79
Junho 731,94 7,32 30 219,60
Julho 733,56 7,34 31 227,40
Agosto 868,71 8,68 31 269,30
Setembro 813,53 7,59 30 244,06
Outubro 900,3 8,28 31 279,09
Novembro 1059,76 9,19 30 317,93
Dezembro 1106,3 11,06 31 342,95
Fonte: Próprio autor
80

Ao analisar os dados obtidos pela energia diária produzida em ambas as configurações


e a irradiância média diária da cidade de Florianópolis, exposta na Tabela 3, é constatado que a
geração de energia segue o gráfico de irradiância de Florianópolis, tendo o sistema apresentado
uma maior geração durante os meses de verão, com queda no inverno e outono, como já
esperado. Em adendo, o Conversor ASL-S2C permaneceu durante regime de MPPT por mais
tempo, produzindo uma energia maior durante o mês, contrapondo o fato do conversor Boost
ter atingido potências de pico relativamente maiores.
Em posse dos valores de energia gerada, podem ser comparadas as tabelas referentes
a ambas as estruturas de conversores, resultando na diferença de energia gerada em cada mês
de operação do sistema, demonstrado na Tabela 9.

Tabela 9: Diferença de energia entre os conversores - Cenário I


Energia mensal Energia mensal Diferença de Energia
Mês
ASL-S2C [kWh/mês] Boost [kWh/mês] gerada [kWh/mês]
Janeiro 338,64 324, 57 14, 07
Fevereiro 304,11 292,32 11,79
Março 319,61 309,07 10,54
Abril 274,47 267,6 6,87
Maio 250,79 250,02 0,77
Junho 219,6 208,50 11,1
Julho 227,4 221,96 5,44
Agosto 269,3 263,19 6,11
Setembro 244,06 231,30 12,76
Outubro 279,09 265,36 13,73
Novembro 317,93 301,2 16,73
Dezembro 342,95 327,05 15,9
Fonte: Próprio autor

Identifica-se a correlação da diferença de energia gerada com o mês de observação,


sendo, em sua maioria, os meses com maior geração também o com a maior diferença de energia
produzida. No período de maio, a diferença de energia mensal ao longo do mês acaba sendo o
menor entre os meses estudados, podendo ser atribuído a um desvio referente ao algoritmo de
MPPT, o qual acaba operando fora do ponto ótimo por mais tempo.
81

Portanto, levando em consideração a energia gerada durante todo cenário de


simulação, obtém-se uma diferença de energia anual produzida entre o microinversor e inversor
string de 124,25 kWh, sendo a geração média do conversor ASL-S2C de 282,27 kWh/mês e do
conversor Boost de 271,91 kWh/mês, valores que serão utilizados para cálculo de análise
econômica nas circunstâncias propostas, a fim de determinar a configuração com maior custo-
benefício ao fim da vida útil dos equipamentos.

4.2.2 Cenário II – Sombreamento ocorrido em um módulo inteiro e 1/3 de outro módulo


de mesma string
De maneira similar, no segundo cenário foram curto-circuitados um módulo
pertencente a uma string de ambos os conversores, assim como 1/3 de outro módulo conectado
em série no mesmo arranjo, resultando numa perda de potência de pico de aproximadamente
590 W.
Deste modo, o conversor ASL-S2C operará sob as seguintes configurações de
sombreamento no cenário proposto:
- String 1 (conectada ao primeiro conversor): primeiro módulo com 1/3 da sua área
sombreada; segundo módulo sob sombreamento total (curto-circuitado);
- String 2 (conectada ao segundo conversor): primeiro e segundo módulos disponíveis;
- String 3 (conectada ao terceiro conversor): primeiro e segundo módulos disponíveis;
O cenário visa diferenciar a operação de um inversor string conectado a todos os
módulos de um conjunto de microinversores que operem os módulos de forma separada,
podendo os 2 mcroinversores livres de sombreamento operarem sob forma independente do
conversor com módulos sombreados.
82

Figura 55: Esquemático simulado no Cenário II

Fonte: Próprio autor

Em seguida, foram traçados os gráficos pertinentes a cada mês de operação do sistema,


levando em conta os sombreamentos propostos.

4.2.2.1 Potência máxima produzida – Caso II

As potências de pico produzidas em ambas as configurações seguiram o formato das


curvas típicas já registradas no primeiro cenário, diferindo no valor máximo apresentado em
horário apino, o qual diminuiu em uma ordem de 200-300W dependendo do mês, conforme
83

imagens 56(a) e 56(b), refletindo em uma diferença em relação à potência máxima gerada em
cenário ideal (nenhum sombreamento).

Figura 56:Potência total do arranjo (vermelho) e ideal (azul) relacionado ao mês de março, no
conversor (a) ASL-S2C e (b) Boost

(a)

(b)

Fonte: Próprio autor


84

No que diz respeito aos maiores e menores picos de potência média durante o ano, é
possível observar a ocorrência do valor máximo no mês de março em ambas as estruturas,
conforme a Tabela 10. Em contrapartida, o mês de menor geração se manifesta no período de
setembro, sendo ambos resultados justificados pela Tabela 4, em que os respectivos meses
possuem o maior e menor pico de irradiância conforme o modelo apresentado.
De forma resumida, os resultados pertinentes às potências de pico registradas em
ambiente PSIM são expostos nas Tabelas 10.

Tabela 10: Potência máxima média gerada em cada mês em ambos os conversores
Potência máxima média Potência máxima média
Mês
gerada horário apino - gerada horário apino –
Boost[W] ASL-S2C [W]
Janeiro 1110,90 1084,59
Fevereiro 1084,58 1118,68
Março 1148,41 1133,05
Abril 1108,02 1108,02
Maio 1159,06 1120,84
Junho 1100,04 1069,48
Julho 1076,45 1074,63
Agosto 1135,85 1102,12
Setembro 932,43 920,66
Outubro 975,34 951,77
Novembro 1075,30 1052,81
Dezembro 1102,45 1080,26
Fonte: Próprio autor

Ao analisar as tabelas, a maior potência de pico preponderante continua sendo do


conversor Boost, com uma diferença de potência relativamente similar ao exposto no Cenário
I. Da mesma forma, a tensão de saída do conversor e do Arranjo permanecem sob diferentes
níveis, corroborando com o funcionamento adequado dos conversores propostos, conforme
figura 57.
85

Figura 57: Tensão de saída (vermelho) e do arranjo (azul) referentes ao Conversor Boost, mês
de fevereiro

Fonte: Próprio autor

Outro dado expressivo retirado das simulações diz respeito à potência gerada entre os
módulos sombreados e não-sombreados do microinversor emulado, com o conversor operante
com menor potência entrando em regime de MPP posteriormente ao restante dos conversores,
conforme exposto na figura 58, onde a string representada em verde começa a seguir a potência
curva de saída ideal a partir do momento 0,4s, diferindo do comportamento das strings não-
sombreadas representadas em cor azul, as quais entram em regime de operação em cerca de
0,2s. Tal funcionamento faz com que uma parcela da energia que poderia ser gerada ao longo
do dia seja perdida, prejudicando a geração do arranjo.
86

Figura 58: Potência do arranjo sombreado (verde), das strings não sombreadas (vermelho) e
relação a potência ideal (azul) da string, mês de agosto

Fonte: Próprio autor

Por consequência, seus respectivos ciclos de trabalhos operaram sob diferentes


valores, sendo que a curva em vermelho retrata o arranjo não-sombreado, enquanto a curva em
azul a curva do arranjo sombreado, de acordo com a figura 59.

Figura 59: Ciclo de trabalho do conversor do arranjo sombreado (vermelho) e não-sombreado


(azul), mês de exemplo janeiro

Fonte: Próprio autor

No conversor Boost, além das diferenças de potência geradas pelo sombreamento de


mais um módulo, não foram observadas diferenças consideráveis nos gráficos de potência.
87

4.2.2.2 Energia mensal produzida – Caso II

Nas curvas respectivas a energia gerada durante as simulações do cenário II, constatou-
se uma perceptível diminuição de geração, assim como uma diferença maior entre a produção
real e produção ideal dos módulos sem sombreamento, acentuada devido ao curto-circuito
adicional de um módulo.
No que tange a energia gerada nos três microinversores, o conversor com módulos
sombreados (cor verde) apresentou energia predominantemente menor quando comparado aos
conversores conectado a módulos sem sombreamento (vermelho) e a energia ideal gerada pelas
strings (azul), apresentado na figura 60.

Figura 60: Energia do arranjo sombreado (verde) e não sombreadas (azul) em relação a uma
string sem sombreamento (vermelho), mês de janeiro

Fonte: Próprio autor

Na Tabela 11 e 12 são destacados os valores relacionados à energia média produzida


em um dia e no mês proposto, com sua devida transformação de unidade para kWh, favorecendo
a análise.
88

Tabela 11: Energia gerada no Conversor Boost – Cenário II


Mês Valor gráfico kWh/dia Dias mensais kWh/mês
Janeiro 872,53 8,73 31 270,63
Fevereiro 846,72 8,47 28 237,01
Março 824,79 8,25 31 255,75
Abril 738,97 7,39 30 221,7
Maio 665,03 6,65 31 206,15
Junho 590,34 5,90 30 177,00
Julho 608,16 6,08 31 188,48
Agosto 709,36 7,09 31 219,79
Setembro 646,92 6,47 30 194,10
Outubro 717,34 7,17 31 222,27
Novembro 846,11 8,46 30 253,80
Dezembro 887,76 8,88 31 275,28
Fonte: Próprio autor

Tabela 12: Energia gerada no Conversor ASL-S2C - Cenário II.


Mês Valor gráfico kWh/dia Dias mensais kWh/mês
Janeiro 905,74 9,06 31 280,9
Fevereiro 889,95 8,90 28 249,2
Março 842,4 8,42 31 261,0
Abril 738,97 7,39 30 221,7
Maio 655,19 6,55 31 203,1
Junho 608,62 6,09 30 182,7
Julho 610,03 6,10 31 189,1
Agosto 702,32 7,02 31 217,6
Setembro 666,10 6,66 30 199,8
Outubro 737,76 7,38 31 228,8
Novembro 869,86 8,70 30 261,0
Dezembro 913,34 9,13 31 283,0
Fonte: Próprio autor

Em posse de ambas as Tabelas, podem ser traçadas as diferenças entre as energias


geradas em ambas as configurações, evidenciando a discrepância entre os conversores.
89

Tabela 13: Diferença de Energia entre os Conversores – Cenário II


Energia mensal Energia mensal Diferença entre
Mês
ASL-S2C [kWh/mês] Boost [kWh/mês] Conversores [kWh/mês]
Janeiro 280,9 270,63 10,27
Fevereiro 249,2 237,01 12,19
Março 261,0 255,75 5,25
Abril 221,7 221,7 0,0
Maio 203,1 206,15 -3,05
Junho 182,7 177 5,7
Julho 189,1 188,48 0,62
Agosto 217,6 219,79 -2,19
Setembro 199,8 194,10 5,7
Outubro 228,8 222,27 6,53
Novembro 261,0 253,8 7,2
Dezembro 283,0 275,28 7,72
Fonte: Próprio autor

Nos meses de maio e agosto foram observados valores de energia no conversor Boost
maiores que nos conversores ASL-S2C, sendo esta discrepância ocasionada pela falha no
rastreamento do algoritmo de MPPT no conversor ASL-S2C com os módulos sombreados, não
operando-o sob valor de máxima potência durante grande parte do período da manhã, como
exposto na figura 58, assim prejudicando a geração de energia ao longo do dia. Em similaridade
ao cenário I, foram observadas diferenças de níveis de tensão e corrente entre a saída do
conversor e o arranjo fotovoltaico, conforme figura 61, corroborando com a tese de correta
atuação dos conversores propostos.
90

Figura 61: Corrente de saída e tensão do arranjo sombreado (verde) e não-sombreado


(vermelho), conversor ASL-S2C no mês de setembro

Fonte: Próprio autor

Em similaridade com o resultado obtido no cenário I, as disparidades de energia


produzida possuem um maior valor em meses de maior irradiância, diminuindo ao passo da
diminuição de energia solar incidente nos módulos. Ao fim do ano reproduzido no PSIM,
obteve-se uma diferença de energia gerada total de apenas 55,94 kWh, tendo o Conversor Boost
uma média de geração mensal de 226,83 kWh/mês, enquanto o Conversor ASL-S2C produziu
231,49 kWh/mês. Os resultados foram parcialmente afetados pelo rastreamento falho no
conversor prejudicado pelo sombreamento, devido ao mesmo trabalhar apenas com 1/3 da
potência original disponível e não entrando em operação otimizada durante boa parte das
simulações.

4.2.3 Cenário III – Sombreamento ocorrido em 2 módulos inteiros e 1/3 de outro módulo
de strings diferentes (Microinversor) e de mesmas strings (Boost)

No terceiro cenário de geração, foram curto-circuitados dois módulos por completo,


assim como um terço de um terceiro módulo. Portanto, a potência disponível em cada string do
microinversor emulado pelo conversor ASL-S2C seguirá as seguintes configurações:
- String 1 (conectada ao primeiro conversor): Primeiro módulo disponível, segundo
módulo sombreado (curto-circuitado);
91

- String 2 (conectada ao segundo conversor): Primeiro módulo disponível, segundo


módulo sombreado (curto-circuitado);
- String 3 (conectada ao terceiro Conversor): Primeiro módulo disponível, segundo
módulo com 1/3 da sua área sombreada (curto-circuitada);
Optou-se por utilizar o sombreamento em diferentes strings no conversor ASL-S2C,
de maneira a atestar o comportamento dos microinversores em eventos onde todos possuem
algum tipo de sombreamento, contrapondo com a utilização de um inversor centralizado que
operará bem abaixo da sua potência nominal, sendo a potência máxima atingível pelo arranjo
fotovoltaico de aproximadamente 61% da potência total do empreendimento.
A seguir, foram realizadas as simulações referentes às potências, energias e demais
características elétricas do sistema durante os meses de janeiro a dezembro, semelhante aos
outros 2 cenários.
92

Figura 62: Esquemático simulado no Cenário III

Fonte: Próprio autor


4.2.3.1Potência máxima produzida – Caso III
No que tange as potências relativas ao terceiro cenário, apesar de uma baixa potência
de saída em decorrência do sombreamento, o algoritmo de MPPT operou de forma satisfatória
no conversor Boost, conforme Figura 63, em que a curva em azul representa a potência ideal
gerada dos módulos não-sombreados do arranjo. Em contrapartida, o conversor ASL-S2C
obteve uma maior potência nos momentos de começo e fim do dia, fazendo com que sua
performance seja melhor avaliada para este tipo de sombreamento, como ilustrado na Figura
64.
93

Figura 63: Potência no mês de dezembro relativa ao conversor Boost (vermelho), em


contraste com a potência ideal do arranjo (azul)

Fonte: Próprio autor

Figura 64: Potência no mês de dezembro relativa ao conversor ASL-S2C(vermelho), em


contraste com a potência ideal do arranjo (azul)

Fonte: Próprio autor

Acompanhando a potência do arranjo, o gráfico pertinente à tensão de saída e à tensão


do gerador fotovoltaico opera de modo satisfatório, tendo a tensão de saída um aumento ao
meio do dia, apesar do declínio da tensão do arranjo, conforme figura 65.
94

Figura 65: Tensão de saída do Conversor Boost (vermelho) e do arranjo fotovoltaico (azul),
mês de dezembro

Fonte: Próprio autor

Em processo similar, o conversor ASL-S2C funcionou de forma condizente, de acordo


com as Figuras 66 e 67. Na maioria dos meses, é possível observar as tensões do arranjo
fotovoltaico parando no ponto de máxima potência do módulo, e a partir disto o conversor
ajustando sua razão de trabalho para posterior aumento da tensão de saída do equipamento,
como exibido na figura 67.
95

Figura 66: Tensão dos arranjos (inferiores) comparados às tensões de saída dos Conversores
ASL-S2C(superiores), mês de dezembro

Fonte: Próprio autor

Figura 67: Duty cycle das strings dos Conversores ASL-S2C, mês de dezembro

Fonte: Próprio autor

Em relação à potência gerada em cada string do cenário, observou-se uma diferença


de aproximadamente 100 W nos momentos de pico de geração entre as strings com 1 módulo
totalmente sombreado (azul) e a string com 1/3 do módulo sombreado (vermelho).
De maneira concisa, os resultados resumidos em relação às potências geradas nas
saídas de ambos as configurações são apresentadas nas Tabelas 14. Detectou-se o mesmo
96

comportamento dos 2 casos anteriores, tendo o conversor Boost um maior pico de potência em
11 dos 12 meses simulados.

Tabela 14: Potência máxima média gerada em cada mês em ambos os conversores.
Potência máxima média Potência máxima média
Mês gerada horário apino – gerada horário apino –
ASL-S2C[W]. Boost [W].
Janeiro 843,73 877,20
Fevereiro 864,08 881,82
Março 885,08 917,65
Abril 912,39 894,91
Maio 878,68 881,97
Junho 828,06 867,51
Julho 825,23 844,51
Agosto 858,59 887,88
Setembro 714,67 743,20
Outubro 736,44 768,95
Novembro 819,98 856,66
Dezembro 844,83 864,47
Fonte: Próprio autor

4.2.3.2 Energia máxima produzida – Caso III

Diante dos traçados dos gráficos, perceberam-se comportamentos similares aos outros
cenários já observados, tendo o ASL-S2C um rastreamento realizado por períodos mais longos,
possibilitando uma maior energia gerada ao fim dos dias simulados. Os dados, apresentados
sob forma resumida, se encontram disponíveis na tabela 15, 16 e 17.
97

Tabela 15: Energia gerada no conversor Boost – Cenário III


Mês Valor gráfico kWh/dia Dias mensais kWh/mês
Janeiro 701,04 7,01 31 217,31
Fevereiro 682,35 6,82 28 191,06
Março 640,21 6,40 31 198,46
Abril 575,96 5,76 30 172,80
Maio 513,08 5,13 31 159,05
Junho 470,83 4,71 30 141,25
Julho 479,10 4,79 31 148,52
Agosto 549,75 5,50 31 170,50
Setembro 512,50 5,13 30 153,75
Outubro 561,61 5,62 31 174,01
Novembro 671,15 6,71 30 201,35
Dezembro 704,54 7,05 31 218,41
Fonte: Próprio autor.

Tabela 16: Energia gerada no Conversor ASL-S2C – Cenário III


Mês Valor gráfico kWh/dia Dias mensais kWh/mês
Janeiro 710,89 7,11 31 220,41
Fevereiro 696,56 6,97 28 195,04
Março 659,50 6,60 31 204,45
Abril 582,95 5,83 30 174,90
Maio 512,95 5,13 31 159,03
Junho 476,65 4,77 30 143,00
Julho 493,53 4,94 31 152,99
Agosto 553,48 5,53 31 171,58
Setembro 515,38 5,15 30 154,61
Outubro 572,25 5,72 31 177,40
Novembro 683,21 6,83 30 204,91
Dezembro 716,42 7,16 31 222,01
Fonte: Próprio autor [2022].
98

Tabela 17: Diferença de Energia entre os Conversores – Cenário III


Mês Energia mensal Energia mensal Diferença entre
ASL-S2C [kWh/mês] Boost [kWh/mês] Conversores [kWh/mês]
Janeiro 220,41 217,31 3,1
Fevereiro 195,04 191,06 3,98
Março 204,45 198,46 5,99
Abril 174,90 172,80 2,10
Maio 159,03 159,05 -0,02
Junho 143,00 141,25 1,75
Julho 152,99 148,52 4,47
Agosto 171,58 170,50 1,08
Setembro 154,61 153,75 0,86
Outubro 177,40 174,01 3,39
Novembro 204,91 201,35 3,56
Dezembro 222,01 218,41 3,6
Fonte: Próprio autor

Acerca da energia produzida no terceiro cenário, 11 dos 12 meses geraram uma


quantidade maior no Conversor ASL-S2C em relação ao Boost. No fim do ano de simulação, o
Conversor Boost obteve uma média de geração de 178,87 kWh, enquanto o Conversor ASL-
S2C atingiu 181,70 kWh, sendo a diferença de geração ao longo do ano de 33,86kWh entre
ambas as topologias, a menor entre os 3 cenários registrados. Tal discrepância pode ser atrelada
a operação de 2 dos 3 Conversores de menor porte sob apenas “meia potência” disponível,
diminuindo a sua eficiência operacional e não obtendo grande vantagem quando comparado ao
Boost.

4.3 ANÁLISE FINANCEIRA DAS CONFIGURAÇÕES PROPOSTAS


Tendo em posse os valores de energia gerada em cada configuração e cenário proposto,
torna-se possível um cálculo a respeito do retorno do investimento de um cliente que venha a
decidir entre os dois conversores emulados ao longo do trabalho. Desta maneira, será levada
em consideração uma instalação de igual custo a respeito dos demais componentes constituintes
de um sistema fotovoltaico residencial (módulos, cabeamento, clamps de fixação dos módulos),
apenas diferindo o custo relativo aos Inversores.
99

Para comparação entre os equipamentos, foram escolhidos três modelos comerciais


com características técnicas similares aos conversores ASL-S2C e 5 modelos para o Boost
simulados em ambiente PSIM. Para o primeiro conversor, foram utilizados modelos de
microinversores possuindo potência de entrada e de saída com faixa variando entre 1500 W e
2000 W, assim como a possibilidade de conexão de dois módulos por MPPT. Devido aos
conversores utilizados em PSIM apenas levarem em conta um algoritmo de MPPT por
conversor e o microinversor utilizado ter a possibilidade de conexão de dois MPPTs e quatro
módulos totais, os valores relativos a energia gerada, obtidos nas Tabelas 9; 13 e 17, serão
multiplicados por 2, de modo a simular os valores gerados por 3 microinversores, conectados a
4 módulos cada, em um ano de produção média no cenário de Florianópolis.
Em semelhança, os inversores comerciais que representarão o conversor Boost serão
de faixa de potência de 5000 W, possuindo uma potência nominal por MPPT de 2500W,
potência máxima de entrada de até 7000W e entrada de corrente máxima de 22,7A, suportando
a conexão de 6 módulos em série do modelo Longi LR4-72HPH-445M utilizado nas
simulações. Em analogia ao microinversor, o modelo utilizado também suporta a conexão de 2
MPPTs, desta maneira ocorrendo a multiplicação das energias obtidas nas tabelas citadas acima
por 2, simulando a conexão de 12 módulos fotovoltaicos a um inversor string, no cenário de
irradiância e temperatura da região de Florianópolis.
Em adendo, a Unidade Consumidora levada em consideração para a análise econômica
está situada sob o grupo tarifário B1- Residencial, não pagando por demanda contratada e sob
mesma tarifação quanto a taxa mínima e demais encargos, sendo sua tarifa apenas diferenciada
pela energia injetada na rede. Em relação ao sistema fotovoltaico, será considerado um
decréscimo linear de 0,55% de potência máxima, e portanto da energia, por ano de operação do
sistema, valor garantido pelo fabricante e presente no datasheet do equipamento.
Para o período de análise do retorno financeiro dos investimentos, foi considerado o
menor tempo de garantia entre os equipamentos supracitados, sendo este de 10 anos, fornecido
normalmente pelos fabricantes de inversores string, enquanto os microinversores e módulos
fotovoltaicos possuem 12 e 15 anos de garantia, respectivamente.

4.3.1 Atribuições de preços


Para atribuição de preço dos inversores utilizados para cálculo econômico, foi levado
em consideração o valor de 3 modelos, sendo que os preços foram retirados dos sites dos
fabricantes ou revendedores autorizados, e a média aritmética entre eles utilizada para análise,
100

conforme Tabela 18. A escolha de apenas 3 micro inversores para verificação de preço reflete
no mercado restrito atrelado ao equipamento em questão, tendo em vista que o seu uso
representa baixa parcela dos sistemas instalados atualmente em território nacional.

Tabela 18: Tabela de preços comparativa entre micro inversores


Marca Preço (R$)
Microinversor Hoymilles 1500W R$ 2350,00
Microinversor Deye 1600W R$ 2399,00
Microinversor APSystems Q1SA 1500W R$ 2599,90
Média R$ 2450,00
Fonte: Próprio autor

Desta maneira, o preço médio de aquisição dos 3 Microinversores para o sistema


proposto será de R$ 7350. Em semelhança, o mesmo critério foi utilizado para efeito de cálculo
do inversor string, sendo cotados valores de 5 equipamentos, fornecendo uma média de R$
6190, inclusos na Tabela 19.

Tabela 19: Tabela de preços comparativa entre Inversores String


Site Preço (R$)
Growatt MIN-5000TL-X R$ 6199,00
Fronius Primo 5.0-1 R$ 7779,00
Canadian CSI-5K-S22002-ED R$ 4259,90
Solis-1P5K-4G R$ 6722,00
GoodWe 5000D-NS R$ 5990,00
Média R$ 6190,00
Fonte:Próprio autor

Calculados os investimentos necessários para aquisição de cada grupo de


componentes, devem ser descritos os grupos de tarifação os quais as energias geradas pelos
inversores estarão suscetíveis. Serão utilizadas as bandeiras tarifárias da CELESC vigentes no
ano de 2022, em que o valor monetário retornado ao cliente é de 0,544138 R$/kWh injetado na
rede. Para previsão de aumento da tarifa de energia durante os 10 anos de operação dos sistemas,
será utilizado um porcentual de 16,5% anual, sendo este valor referente à média de aumento da
tarifação do Grupo B durante a última década em ambiente nacional(BLOG ABRACEEL,
101

2022). De maneira semelhante, será considerada uma inflação de 6,11% anual, sendo esta a
média retratada nos últimos 10 anos (IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E
ESTATÍSTICA, 2022).

4.3.2 Cálculo de Payback

Diante do exposto, foi elaborada uma planilha para cálculo de payback, sendo a
diferença de energia gerada entre a configuração com 3 microinversores e 1 inversor string
multiplicada pela tarifa de energia do ano em questão, sendo o valor arrecadado pela diferença
de geração de energia corrigido para o ano de compra do equipamento, abatendo o investimento
adicional feito na aquisição do microinversor.
Ao fim da garantia média dos invesores strings, no período de 10 anos, percebe-se um
valor economizado pelo cliente de R$ 602,39, sendo o payback alcançado em aproximadamente
7 anos e 10 meses.

Tabela 20: Cálculo de payback referente ao Cenário I

Fonte: Próprio autor

Para o cenário II e III, foram realizados os mesmos cálculos, levando em conta as


respectivas diferenças de energia gerada, as quais são relativamente menores quando
comparado à primeira perspectiva.
102

Tabela 21:Cálculo de payback referente ao Cenário II

Fonte: Próprio autor

Tabela 22:Cálculo de payback referente ao Cenário III

Fonte: Próprio autor

Em ambos os cenários de sombreamento, não foram observados ganhos relacionados


ao uso dos 3 microinversores ao fim dos 10 anos de funcionamento, não compensando o
investimento inicial feito para adquirir o equipamento.
Portanto, apesar das 3 perspectivas apresentarem uma melhora operacional dos
módulos fotovoltaicos, apenas um dos cenários representa uma alternativa viável para o cliente
em questão. Todavia, vale salientar que o custo relacionado à troca dos equipamentos após o
fim do tempo de garantia não foi considerado no presente estudo, tendo em vista a difícil
previsão de custo atrelado, porém o tempo estendido de garantia do Microinversor em relação
ao inversor string, possuindo 5 anos a mais, induz o raciocínio que existam mais benefícios em
um horizonte de 10 a 15 anos de funcionamento do sistema.
103

5 CONCLUSÃO
Dentro do exposto ao longo do trabalho, foram abordados tópicos relacionados à
geração de energia proveniente dos módulos fotovoltaicos, assim como sua posterior conversão
para um nível de tensão adequada sob forma otimizada nos conversores CC-CC, utilizando uma
análise comparativa entre duas topologias de equipamento para determinar seu retorno
financeiro ao longo da vida útil do equipamento. Neste contexto, os objetivos gerais e
específicos foram atingidos de forma total.
Diante dos cenários de sombreamento criados para os conversores apresentados, foram
obtidas potências maiores em horários de sol apino no conversor Boost em praticamente todos
os cenários, porém não traduzindo em uma energia superior ao longo do respectivo dia, tendo
o conversor ASL-S2C um aproveitamento mais eficiente em todos os panoramas simulados.
Apesar da melhor eficiência dos conversores de menor porte para otimização da energia gerada,
foi constatado uma desvantagem econômica em 2 dos 3 cenários de sombreamento, os quais
não alcançaram um retorno favorável no horizonte de simulação de 10 anos calculados.
Um impasse atingido no trabalho diz respeito à frequência de obtenção de dados de
tensão e corrente para o algoritmo MPPT, a qual foi realizada numa taxa de 1kHz, porém,
devido a simulação representar um dia inteiro da prática de um sistema fotovoltaico, tal taxa
representaria 0,027Hz em escala real, prejudicando levemente a convergência e análise dos
dados. Foi observado que, ao se aumentar a frequência de rastreamento de MPPT para
frequências acima de 1 kHz, os elementos armazenadores de energia do circuito (capacitores e
indutores) acabavam não estabilizando após seus transitórios ocorridos, devido ao chaveamneto
do MOSFET atrelado aos conversores, impossibilitando uma correta leitura dos dados acerca
das potências e energias geradas pelo arranjo. Também devido a relativa baixa frequência do
rastreamento de MPPT, pode-se afirmar que o rastreamento acaba por demorar a atingir os
níveis de MPP no início do dia, deixando de capturar alguma parcela de energia que poderia ser
absorvida pelo conversor e prejudicando, de certa forma, os resultados obtidos.
Tendo em vista tal problema ocorrido, como sugestão para trabalhos futuros podem
ser utilizados modelos médios dos Conversores utilizados para simulação, de modo a não causar
erros devidos aos chaveamentos ocasionados pelo MOSFET. Além disso, podem ser
aumentados os cenários de simulação, criando assim mais horizontes de possibilidades para as
análises econômicas realizadas na penúltima seção do presente Trabalho. Ademais, podem ser
utilizados valores não-ideais de eficiência dos inversores citados e custos de operação e
manutenção atrelados a cada equipamento ao longo dos anos, de maneira a contrastar o efeito
104

de ambos na energia gerada ao fim dos cenários propostos. Por fim, uma verificação por meio
de um sistema real seria de grande contribuição para os futuros estudos, corroborando ou não
com as análises teóricas aqui expostas.
105

REFERÊNCIAS

ABSOLAR. GD solar atinge 10 GW de potência instalada no Brasil, afirma


ABSOLAR.
ANEEL. Resolução Normativa ANEEL (REN) no 482/2012. Disponível em:
<http://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2012482.pdf>. Acesso em: 29 jun. 2022.
ANEEL. Resolução Normativa ANEEL (REN) no 687/2015.
ANEEL. Resolução Normativa ANEEL (REN) no 1.000/2021.
AUGUSTO, J. C. F. Uso de micro inversores em sistemas fotovoltaicos - avaliação
comparativa e estudo de caso. p. 29–30, 2019.
AURÉLIO, M.; PINHEIRO, S. Análise de Desempenho e Viabilidade Econômica
entre Inversores do tipo String e Otimizadores de Potência instalados em Sistemas
Fotovoltaicos sob diferentes condições de operação. [s.l: s.n.].
BAIMEL, D. et al. Improved fractional open circuit voltage MPPT methods for PV
systems. Electronics (Switzerland), v. 8, n. 3, 1 mar. 2019.
BARBI, I. Eletrônica de Potência: Conversores CC-CC básicos não isolados. [s.l:
s.n.]. Disponível em: <www.inep.ufsc.br>.
BENDA, D. et al. PV Cell Orientation Angle Optimization for a Solar Energy
Harvesting Base Station. [s.l: s.n.]. v. 2
BLOG ABRACEEL. Conta de luz sobe mais que o dobro da inflação no mercado
cativo.
BLOG ELETRÔNICA DE POTÊNCIA. Célula Fotovoltaica: Tudo o que você
precisa saber. Disponível em: <https://eletronicadepotencia.com/celula-fotovoltaica/>.
Acesso em: 29 jun. 2022.
BORGES, A. B. LEVANTAMENTO EXPERIMENTAL DO GRADIENTE
TÉRMICO DE MÓDULOS FOTOVOLTAICOS COM FOCO NA APLICAÇÃO DO
ALGORITMO DE RASTREAMENTO DO PONTO DE MÁXIMA POTÊNCIA BASEADO
NA MEDIÇÃO DE TEMPERATURA. 2020.
BOYLESTAD, R. L. Introdução à Análise de Circuitos. [s.l: s.n.]. v. 12
CARNEIRO, J. MÓDULOS FOTOVOLTAICOS CARACTERÍSTICAS E
ASSOCIAÇÕES. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://core.ac.uk/download/pdf/55618427.pdf>.
Acesso em: 9 jun. 2022.
106

CHIODETTI, M. et al. HALF-CELL MODULE BEHAVIOUR AND ITS IMPACT


ON THE YIELD OF A PV PLANT. p. 1–6, 2019.
COELHO, R. F. Estudo dos Conversores Buck e Boost Aplicados ao Rastreamento da
Máxima Potência de Sistemas Solares Fotovoltaicos. Dissertação - UFSC, p. 198, 2008.
COELHO, R. F.; CONCER, F.; MARTINS, D. C. A study of the basic DC-DC
converters applied in maximum power point tracking. 2009 Brazilian Power Electronics
Conference, COBEP2009. Anais...2009.
COELHO, R. F.; DOS SANTOS, W. M.; MARTINS, D. C. Influence of power
converters on PV maximum power point tracking efficiency. 2012 10th IEEE/IAS
International Conference on Industry Applications, INDUSCON 2012. Anais...2012.
COELHO, R. F.; SCHMITZ, L.; MARTINS, D. C. Energia solar fotovoltaica :
geração, conversão e aplicações. dos Autores ed. Florianópolis: [s.n.]. v. 1
COLLARES-PEREIRA, M.; RABL, A. The average distribution of solar radiation-
correlations between diffuse and hemispherical and between daily and hourly insolation values.
Solar Energy, v. 22, n. 2, p. 155–164, 1 jan. 1979.
COUTINHO, C. R. O EFEITO DO SOMBREAMENTO E DIODOS DE BYPASS
EM MÓDULOS FOTOVOLTAICOS. [s.l: s.n.].
CRESESB. Dados de Irradiância de Florianópolis.
DAMBHARE, M. V.; BUTEY, B.; MOHARIL, S. V. Solar photovoltaic technology:
A review of different types of solar cells and its future trends. Journal of Physics:
Conference Series. Anais...IOP Publishing Ltd, 7 jun. 2021.
DE NOVAES, Y. R.; RUFER, A.; BARBI, I. A New Quadratic, Three-Level,
DC/DC Converter Suitable for Fuel Cell Applications. [s.l.] IEEE, 2007.
EARTH SYSTEM RESEARCH LABORATORIES. NOAA Solar Calculator.
Disponível em: <https://gml.noaa.gov/grad/solcalc/>. Acesso em: 5 jul. 2022.
ECO GREEN ENERGY. How do half-cut solar cells improve panel performance?
EINSTINE, V. A. Uber einen die Erzeugung und Verwandlung des Lichts betre
enden heuristischen Gesichtspunkt. Annalen der Physik, 1905.
EL HASSOUNI, B.; HADDI, A.; AMRANI, A. G. Critical Study of Several MPPT
Techniques for Photovoltaic Systems. Journal of Mechatronics and Robotics, v. 3, n. 1, p.
269–279, 1 jan. 2019.
ERICKSON, R. W.; MAKSIMOVIC, D. Fundamentals of Power Electronics. [s.l:
s.n.]. v. 59
107

ESPEJO, E. J.; MOLINA, M. G. Desarrollo de software PVSET para evaluación y


simulación de sistemas de generación de energía solar fotovoltaica. 2014 IEEE Biennial
Congress of Argentina, ARGENCON 2014. Anais...IEEE Computer Society, 2014.
FREITAS, F. Instrumentação Aplicada a Geração de Energia Solar. [s.l: s.n.].
Disponível em: <www.romiotto.com.br>.
GREENER. Estudo Estratégico Geração Distribuída. [s.l: s.n.].
GROWATT. Growatt Catalogue Inverters.
HOYMILLES. Hoymilles Micro Inverters Catalog.
IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Variação
acumulada no ano durante o Plano Real (%), dezembro 1995 - dezembro 2021.
INMET. Dados Históricos Anuais de Temperatura.
INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS. Atlas Brasileiro de
Energia Solar. [s.l: s.n.].
JUNIOR, M. F. DE O. ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS
CONVERSORES BOOST E BUCK-BOOST. [s.l: s.n.].
KLEIN, S. A. CALCULATION OF MONTHLY AVERAGE INSOLATION ON
TILTED SURFACESSolar Energy. [s.l.] Pergamon Press, 1977.
KOURO, S. et al. Photovoltaic Energy Conversion Systems. [s.l: s.n.].
LIU, B. Y. H.; JORDAN, R. C. The interrelationship and characteristic distribution of
direct, diffuse and total solar radiation. Solar Energy, v. 4, n. 3, p. 1–19, 1 jul. 1960.
MAHESWARI, N. V. U.; SHANTHI, L. J. S. Implementation of Modified
Incremental Conductance MPPT A lgorithm in Grid Connected PV System Under Dynamic
Climatic Conditions. Indian Journal of Science and Technology, v. 15, n. 17, p. 819–828, 5
maio 2022.
MOHAMMAD, A. B.; VAHID, M. M. A.; MOHSEN, M. Types of Solar Cells and
Application. American Journal of Optics and Photonics, v. 3, n. 5, p. 94, 2015.
OSMAN, M. H.; REFAAT, A. Adaptive multi-variable step size P&O MPPT for
high tracking-speed and accuracy. IOP Conference Series: Materials Science and
Engineering. Anais...Institute of Physics Publishing, 13 nov. 2019.
PEROZA, J. CARACTERIZAÇÃO ELÉTRICA DE MÓDULOS
FOTOVOLTAICOS DE DISTINTAS TECNOLOGIAS A PARTIR DE ENSAIOS COM
SIMULADOR SOLAR E ILUMINAÇÃO NATURAL. [s.l: s.n.].
108

PIZZOLATTO, R. VALIDAÇÃO EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO DE


CONVERSORES CC-CC BÁSICOS NÃO ISOLADOS EMPREGADOS COMO
RASTREADORES DO PONTO DE MÁXIMA POTÊNCIA EM SISTEMAS
FOTOVOLTAICOS. 2016.
PORTAL SOLAR. Passo a passo da Fabricação do Painel Solar.
PORTAL SOLAR. Geração de energia solar deve atingir 10% da matriz elétrica
nacional até 2030, segundo EPE.
RAMPINELLI, G. A.; KRENZINGER, A.; ROMERO, F. C. Description and Analysis
of Inverters Used in Photovoltaic Systems. Revista Ciencias Exatas e Naturais, v. 15, n. 1,
2013.
REZK, H.; ELTAMALY, A. M. A comprehensive comparison of different MPPT
techniques for photovoltaic systems. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 112, p.
1–11, 1 fev. 2015.
SALVADOR, M. A.; LAZZARIN, T. B.; COELHO, R. F. High Step-Up DC-DC
Converter with Active Switched-Inductor and Passive Switched-Capacitor Networks. IEEE
Transactions on Industrial Electronics, v. 65, n. 7, p. 5644–5654, 1 jul. 2018.
SAMAL, S.; HOTA, P. K. Power quality improvement by solar photo-voltaic/wind
energy integrated system using unified power quality conditioner. International Journal of
Power Electronics and Drive Systems, v. 8, n. 3, p. 1416–1426, 1 set. 2017.
SILVA, L. R. C. Análise de Técnicas de Rastreamento de Máxima Potência
(MPPT) para Aplicação em Arranjos de Sistemas Fotovoltaicos. [s.l: s.n.].
SIVAKUMAR, P. et al. Analysis and enhancement of PV efficiency with incremental
conductance MPPT technique under non-linear loading conditions. Renewable Energy, v. 81,
p. 543–550, 1 set. 2015.
SOLAR POWER WORLD. What is a half-cell solar panel?
SOLMETRIC. Guide To Interpreting I-V curves. [s.l: s.n.].
TENÓRIO, A. N. DE O. L. T. PROJETO E CONSTRUÇÃO DE UM
CONVERSOR BOOST PARA RASTREAMENTO DE MÁXIMA POTÊNCIA EM
SISTEMAS FOTOVOLTAICOS. [s.l: s.n.].
YANG, R. L. et al. ESTIMAÇÃO DA TEMPERATURA EM CÉLULAS
FOTOVOLTAICAS PARA SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE
ELÉTRICA EM CURITIBA. [s.l: s.n.].
109

APÊNDICE A – MÉTODO P&O APLICADO EM BLOCO .C, EM SOFTWARE


PSIM©

//Método perturba e observa


//Declaração da variáveis

static double V_atual, I_atual, V_anterior=0, I_anterior=0, Delta_P, P_atual;


static double P_anterior=0, D=0.5, step=0.01;

V_atual=in[0]; // Leitura do valor atua da tensão do módulo


I_atual=in[1]; // Leitura do valor ata da corrente do módulo

P_atual=V_atual*I_atual; //Cálculo da potência atual, com base nos valores de


V_atual e I_atual

Delta_P=P_atual - P_anterior; //Cálculo da variação de potência entre o intante atual


e o anterior
if(Delta_P>0) //Se a variação de potencia for positiva
{
if(V_atual>V_anterior) // E a variação de tensão foi positiva
{
D=D-step; //Aumenta ianda mais a tensão
}
else //Senão
{
D=D+step; //Reduz a tensão
}
}
else //Mas se a variação de potência foi negativa
{
if(V_atual>V_anterior) //E a variação de tensão foi positiva
{
110

D=D+step; //Troca o sentido, e reduz a tensão


}
else //senão
{
D=D-step; //aumenta a tensão
}
}
V_anterior=V_atual; //Atualiza os valores de tensão, corrente e potência
I_anterior=I_atual;
P_anterior=P_atual;
if(D>1) D=1; //Satura a razão cíclica entre 0 e 1
if(D<0) D=0;
out[0]=D; //Atualiza a saída
111

ANEXO A – DATASHEET MÓDULO LONGI LR4-72HPH-445M


112
113

ANEXO B – SCRIPT EM MATLAB PARA OBTENÇÃO DE CARACTERÍSTICAS


INTRÍNSECAS DO MÓDULO

%==========================================================================
%Orientador: Prof. Roberto Francisco Coelho, Dr.
%==========================================================================
%Descrição do Script
%==========================================================================
%Esse script permite obter os parâmetros do módulo fotovoltaico a partir
%das grandezas elétricas de catálogo
%==========================================================================
% Configurações iniciais
%==========================================================================
clear all; close all; clc;
%==========================================================================
% Parâmetros do Módulo Fotovoltaico
%==========================================================================
%Módulo Longi LR4-72HPH-445M
ns=24
np=1
VMPref=13.7666
IMPref= 5.39
VCAref= 16.3666
ICCref= 5.765
Tref=25
%==========================================================================
% Conversão para grandezas da célula
%==========================================================================
I1 = ICCref;
V1 = 0;
I2 = IMPref;
V2 = VMPref;
I3 = 0;
V3 = VCAref;
%==========================================================================
% Constantes
%==========================================================================
TKref = Tref+273.15;
k = 1.38064852e-23;
q = 1.60217662e-19;
%==========================================================================
% Critérios de convergência
%==========================================================================
tol = 1e-9;
Maxinter = 20e6;
options = optimset('TolFun',tol,'TolX',tol,'MaxIter',Maxinter,'MaxFunEvals',Maxinter);
%==========================================================================
% Sistema de equações não-lineares
%==========================================================================
fun = @(x) [ x(1)-x(2)*1e-9*(exp(q*(I1*x(4)+V1)/x(3)/k/TKref)-1)-(I1*x(4)+V1)/x(5)-I1;
%Curto-circuito
x(1)-x(2)*1e-9*(exp(q*(I2*x(4)+V2)/x(3)/k/TKref)-1)-(I2*x(4)+V2)/x(5)-I2;
%MPP
x(1)-x(2)*1e-9*(exp(q*(I3*x(4)+V3)/x(3)/k/TKref)-1)-(I3*x(4)+V3)/x(5)-I3;
%Circuito-aberto
114

x(1)-2*V2/x(5)-x(2)*1e-9*((1+q/x(3)/k/TKref*(V2-
I2*x(4)))*exp(q/x(3)/k/TKref*(I2*x(4)+V2))-1); %Derivada potência
x(4)+x(2)*1e-9*q/x(3)/k/TKref*x(5)*(x(4)-x(5))*exp(q/x(3)/k/TKref*(I1*x(4)+V1))];
%Derivada Corrente/Tensão
%==========================================================================
% Condições iniciais
%==========================================================================
x0 = [ICCref 1 ns 1 100]; % [Icc Io A Rs Rp]
%==========================================================================
% Solução numérica
%==========================================================================
sol = fsolve(fun,x0,options);
IPHref = sol(1);
I0ref = sol(2)*1e-9;
A = sol(3);
Rs = sol(4);
Rp = sol(5);
disp(' ======== Solução Numérica ========');
txt1 = sprintf('IPHref = %f',IPHref);
disp(txt1);
txt2 = sprintf('I0ref = %e',I0ref);
disp(txt2);
txt3 = sprintf('A = %f',A);
disp(txt3);
txt4 = sprintf('RS = %f',Rs);
disp(txt4);
txt5 = sprintf('RP = %f',Rp);
disp(txt5);
%==========================================================================

ns = 24
np = 1
VMPref = 13.76666
IMPref = 5.3900
VCAref = 16.3666
ICCref = 5.7650
Tref = 25

Equation solved.

fsolve completed because the vector of function values is near zero


as measured by the selected value of the function tolerance, and
the problem appears regular as measured by the gradient.

======== Solução Numérica ========


IPHref = 5.765227
I0ref = 5.749061e-08
A = 34.586392
RS = 0.020952
RP = 531.689936

Published with MATLAB® R2016a

Você também pode gostar