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Rio de Janeiro
Março de 2016
Suprimento Solar para Prédios Públicos em
Santo Antônio de Pádua
Examinada por:
i
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola
Politécnica/UFRJ como parte dos requisitos necessários para a obtenção do
grau de Engenheiro Eletricista.
Março/2016
ii
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial
fulfillment of requirements for the degree of Electrical Engineer.
March / 2016
iii
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus pais, Clara e Anilton, pelo exemplo de vida, dedicação,
conselhos e amor incondicional. Aos meus irmãos, Catharina e Geison, e ao meu
cunhado, Ricardo, por estarem sempre ao meu lado me auxiliando e apoiando. Sem
vocês, com certeza esse sonho não seria possível.
Agradeço aos meus amigos e a todos que contribuíram e fizeram parte dessa
trajetória. Obrigada pela amizade, paciência e confidencialidade, tornando esse caminho
mais leve e prazeroso.
iv
Sumário
Lista de Figuras .............................................................................................................................vii
Lista de Tabelas .............................................................................................................................ix
1. Introdução ............................................................................................................................. 1
1.1 O município ................................................................................................................... 2
1.2 O problema .................................................................................................................... 5
1.3 Objetivos ....................................................................................................................... 6
1.4 Metodologia .................................................................................................................. 7
1.5 Relevância ..................................................................................................................... 7
1.6 Organização dos capítulos ............................................................................................. 7
2. Aspecto teórico da energia solar fotovoltaica ...................................................................... 9
2.1 Energia solar.................................................................................................................. 9
2.2 Energia solar Fotovoltaica ........................................................................................... 10
2.2.1 Posicionamento entre o Sol-Terra ...................................................................... 10
2.2.2 Radiação Solar..................................................................................................... 12
2.2.3 Efeito fotovoltaico ............................................................................................... 14
2.2.4 Célula fotovoltaica .............................................................................................. 15
2.3 Os Sistemas Fotovoltaicos .......................................................................................... 19
2.3.1 Sistemas Isolados ................................................................................................ 19
2.3.2 Sistema conectado à rede .................................................................................... 20
2.3.3 Sistema híbrido.................................................................................................... 21
3. Componentes básicos do sistema .................................................................................... 22
3.1 Módulo fotovoltaico .................................................................................................... 22
3.2 Inversores .................................................................................................................... 25
3.2.1 Inversor grid tie ................................................................................................... 26
3.3 Medidores de energia .................................................................................................. 32
3.3.1 Medição bidirecional de registro independente ................................................... 32
3.3.2 Medidor Simultâneo ............................................................................................ 33
3.4 Procedimento de acesso ao Sistema de distribuição.................................................... 34
4. Projeto das Unidades Geradoras......................................................................................... 38
4.1 Etapas preliminares do projeto .................................................................................... 38
4.1.1 Avaliação do recurso solar .................................................................................. 39
4.1.2 Avaliação dos Locais de Instalação..................................................................... 40
4.2 Dimensionamento dos sistemas fotovoltaicos conectados à rede ............................... 57
4.2.1 Módulos fotovoltaicos ......................................................................................... 58
4.2.2 Dimensionamento do inversor............................................................................. 76
4.2.3 Determinação do Arranjo Fotovoltaico ............................................................... 78
v
5. Usina Fotovoltaica ............................................................................................................... 89
5.1 Localização ................................................................................................................. 90
5.2 Módulo Fotovoltaico ................................................................................................... 90
5.3 Inversor ....................................................................................................................... 91
5.3.1 Arranjo Fotovoltaico ........................................................................................... 92
5.4 Caixa de Controle ........................................................................................................ 93
6. Análise econômica .............................................................................................................. 96
6.1 Indicadores Econômicos ............................................................................................. 96
6.2 Sistema fotovoltaico sem a UFV ................................................................................. 98
6.2.1 Investimento Inicial ............................................................................................. 98
6.2.2 Payback, VPL e TIR ........................................................................................... 99
6.3 Sistema fotovoltaico com a UFV .............................................................................. 101
7. Análise dos Resultados ...................................................................................................... 103
8. Conclusão e Trabalhos Futuros ......................................................................................... 108
Referências Bibliográficas ......................................................................................................... 111
Anexo I....................................................................................................................................... 114
vi
Lista de Figuras
Figura 1: Evolução estimada do consumo per capita de eletricidade (kWh/hab) [3] .................... 1
Figura 2: Município de Santo Antônio de Pádua (em vermelho) .................................................. 3
Figura 3: Precipitação ao longo do ano em Pádua. Adaptado de[9] ............................................. 3
Figura 4: Temperatura máxima e mínima. Adaptado de [9] ......................................................... 4
Figura 5: Participação de cada setor no PIB de Santo Antônio de Pádua [8]................................ 5
Figura 6: Declinação solar........................................................................................................... 11
Figura 7: Ângulo entre o Sol e a superfície da Terra .................................................................. 12
Figura 8: Rotação e translação .................................................................................................... 12
Figura 9: Radiação solar: direta e difusa ..................................................................................... 13
Figura 10: Mapa de radiação solar média anual do Brasil - Fonte: [15] ..................................... 14
Figura 11: Sistema fotovoltaico Isolado - Fonte: Neosolar ........................................................ 20
Figura 12: Sistema fotovoltaico conectado a rede - Fonte: Neosolar .......................................... 21
Figura 13: Composição do Módulo fotovoltaico - Fonte: [14] ................................................... 22
Figura 14: Curva I-V e curva P-V ............................................................................................... 24
Figura 15:modelo de Circuito de uma célula fotovoltaica .......................................................... 25
Figura 16: Representação elétrica do Inversor ............................................................................ 26
Figura 17: Inversor com transformador de alta frequência ......................................................... 29
Figura 18: Inversor com transformador de baixa frequencia ...................................................... 30
Figura 19: Inversor grid tie Central............................................................................................. 30
Figura 20: Inversor grid tie modular ........................................................................................... 31
Figura 21: Inversor grid tie com múltiplos MPPT’s ................................................................... 32
Figura 22: Medidor bidirecional [14] .......................................................................................... 32
Figura 23: Dois medidores unidirecionais [14] ........................................................................... 33
Figura 24: Medidor simultâneo [14] ........................................................................................... 33
Figura 25: Etapas de acesso de micro e mini-geração ao sistema de distribuição da AMPLA.
[19] .............................................................................................................................................. 34
Figura 26: Esquema simplificado de conexão do acessante à rede de BT da AMPLA. Adaptado
[19] .............................................................................................................................................. 37
Figura 27: Vista aérea de Pádua .................................................................................................. 41
Figura 28: Vista aérea dos pontos de consumo ........................................................................... 42
Figura 29: Vista aérea dos pontos de consumo ........................................................................... 42
Figura 30: Fachada da Prefeitura ................................................................................................ 43
Figura 31: Fachada da Câmara Municipal e Sede ....................................................................... 45
Figura 32: Praça Visconde Figueira ............................................................................................ 46
Figura 33: Vista aérea da Prefeitura, Sede, Câmara municipal e Praça Visconde Figueira ........ 47
Figura 34: Fachada do Asilo da Frente ....................................................................................... 48
Figura 35: Vista lateral do Asilo ................................................................................................. 49
Figura 36: Vista do telhado do Asilo (frente).............................................................................. 49
Figura 37: Vista do telhado do Asilo (Trás) ................................................................................ 49
Figura 38: Vista aérea do Asilo ................................................................................................... 50
Figura 39: Praça Pereira Lima (fonte luminosa) ......................................................................... 51
Figura 40: Fachada da Rodoviária .............................................................................................. 53
Figura 41: Vista do entorno da Rodoviária ................................................................................. 54
Figura 42: Entrada da Divisão de transportes ............................................................................. 55
Figura 43: Vista do entorno da Divisão de transportes ............................................................... 55
Figura 44: Vista aérea da secretaria de agricultura ..................................................................... 56
Figura 45: Altura solar ................................................................................................................ 59
Figura 46: Dimensões do local para instalação dos painéis da prefeitura ................................... 61
Figura 47: Dimensões do local para instalação dos painéis da Sede........................................... 64
vii
Figura 48: Dimensões do local para instalação dos painéis da Camara Municipal ..................... 66
Figura 49: Dimensões do local para instalação dos painéis do Asilo.......................................... 68
Figura 50: Dimensões do local para instalação dos painéis do Asilo......................................... 70
Figura 51: Dimensões do local para instalação dos painéis da Rodoviária ................................. 72
Figura 52: Dimensões do local para instalação dos painéis da Divisão de transportes .............. 73
Figura 53: Formação do Arranjo FV ........................................................................................... 78
Figura 54: Dados do Inversor Fronius IG Plus 150 V-3 ............................................................. 80
Figura 55: Dados do Inversor Fronius IG Plus 80 V-3 ............................................................... 82
Figura 56: Dados do Inversor WEG SIW500 ST017 .................................................................. 84
Figura 57: Folha de Dados dos inversores de 50 kW da WEG ................................................... 86
Figura 58: Localização da UFV e da subestação de Pádua ......................................................... 90
Figura 59: Folha de dados do inversor T125-22 da WEG .......................................................... 91
Figura 60: String Control 250/30 DCD DF ................................................................................. 94
Figura 61: Diagrama da Usina Fotovoltaica de 2,25 MW ......................................................... 95
viii
Lista de Tabelas
ix
1. Introdução
1
A consequência do aumento da inserção de energias renováveis na matriz
energética é a geração distribuída, em que a geração de energia elétrica fica localizada
próxima ao consumidor. Como benefício direto, tem-se o alívio do Sistema Elétrico de
Potência, pois o atendimento da carga é feito localmente, isto é, exigindo-se menos do
Sistema Interligado Nacional. Além disso, economiza investimentos em transmissão e
reduz as perdas nestes sistemas, melhorando a estabilidade do serviço de energia
elétrica [5]. No campo das políticas voltadas à eficiência energética, vale ressaltar que o
Brasil vem introduzindo, ao longo dos anos, diversos mecanismos e ações com impacto
sobre a eficiência energética, destacando o Módulo 3 do Procedimento de Distribuição
de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional (PRODIST) [6]. Posteriormente, a
Resolução Normativa da Aneel n°482/2012 [7] que incentiva a GD, estabelece as
condições gerais para acesso de microgeração e minigeração distribuída aos sistemas de
distribuição de energia elétrica e o sistema de compensação de energia, beneficiando os
municípios através da redução da conta perante as concessionárias de energia.
Além disso, em dezembro de 2015, no estado do Rio de Janeiro, instituiu-se a
política estadual de incentivo ao uso de energia solar através da lei Nº 7122, onde
estimula o uso de energia fotovoltaica em áreas urbanas e rurais.
Dentro deste contexto, o presente trabalho se insere com o objetivo de propor
uma solução sustentável para a redução de conta de energia elétrica no município de
Santo Antônio de Pádua, a partir de um sistema fotovoltaico conectado à rede.
1.1 O município
O município de Santo Antônio de Pádua está localizado na região noroeste do
estado do Rio de Janeiro, ilustrado na Figura 2, a 265 quilômetros da capital tendo uma
área total de 603,3 km², representando 11,23% da Região Noroeste Fluminense. De
acordo com o último Censo feito em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), o município possui 40.589 habitantes, sendo que essa população
aumentou quase 5% em relação à década anterior, distribuída em 8 distritos, sendo eles:
Santo Antônio de Pádua, Baltazar, Ibitiguaçu, Marangatu, Campelo, Monte Alegre,
Paraoquena, Santa Cruz e São Pedro de Alcântara [8].
2
Figura 2: Município de Santo Antônio de Pádua (em vermelho)
Santo Antônio de Pádua está localizada em uma região cujo relevo apresenta
serras, morros arredondados e vales. Seu clima é quente e úmido tendo mais
pluviosidade no verão do que no inverno com uma média anual de 1255 mm, sendo em
dezembro o mês mais chuvoso, com uma média de 264 mm, e julho o mês mais seco,
com apenas 18 mm de precipitação. A temperatura média da cidade é de 24,6 C, sendo
fevereiro o mês mais quente com uma temperatura média máxima de 34 C e julho o
mês mais ameno com temperatura média baixa de 14 C [9]. A irradiação solar média
diária da cidade é de 4,8 kWh/m².dia [10].
Precipitação (mm)
300
250
200
150
100
50
0
3
40
35
30
25
20
Minima (C)
15
Máxima (C)
10
5
0
4
de serviços e comércio sejam os maiores contribuintes para o PIB do município,
representados pela Figura 5. As principais indústrias da cidade são: COPAPA –
Companhia Paduana de Papéis-, CIPEL de Pádua Indústria de Papéis Ltda e INPEL –
Indústria de Papéis [11].
PIB (%)
70
60
50
40
30
20
10
0
Agropecuária Indústria Serviços
1.2 O problema
Atualmente, todo o país sofre com a crise econômica. Não seria diferente nos
estados e municípios. Verbas reduzidas para a segurança, para a educação e para a saúde
afetam a vida das pessoas. A economia como um todo é muito afetada. A população
tenta economizar da melhor maneira, seja nas compras do mês, com mercados, roupas e
lazer e até mesmo na racionalização de energia, onde a tarifa aumentou
consideravelmente. Nesse caso, os aumentos frequentes da energia elétrica têm afetado,
não só as famílias como também os órgãos públicos. Muitos municípios sofrem para
cumprir seus orçamentos diante dos aumentos das contas de energia que não estão
incluídos nos planejamentos. Além disso, nos municípios mais afastados da capital, o
fornecimento é ineficiente, implicando em soluções emergenciais caras para compensar
as faltas de energia.
O fornecimento de energia elétrica no município de Santo Antônio de Pádua fica
a cargo da Concessionária de distribuição de energia elétrica AMPLA, abastecendo
5
21.661 instalações [12] distribuídas nas diversas classes de consumo (residencial,
industrial, comercial, institucional e iluminação pública), cujo serviço prestado não
atende atualmente à demanda do município. Representantes das indústrias paduanas
queixam-se da ineficiência do fornecimento de energia, o qual apresenta problemas
como oscilações frequentes, interrupções prolongadas e picos de energia constantes.
Além disso, as indústrias trabalham com potência inferior à sua capacidade fabril e
algumas de suas máquinas estão inoperantes, uma vez que podem ser danificadas com
as constantes faltas de energia, o que impede o aumento da produção das fábricas e o
crescimento econômico da região [13].
1.3 Objetivos
Tomando como base o crescimento populacional e a transição das atividades
econômicas, a demanda por energia no município de Santo Antônio de Pádua
aumentou, exigindo ainda mais da rede de energia elétrica.
Diante disso, a proposta desse Projeto de Graduação é trazer como alternativa de
fonte de energia a proposta de um sistema fotovoltaico conectado à rede na modalidade
de compensação de energia e de abatimento da conta de energia perante a
concessionária local, AMPLA. O objetivo principal é produzir energia em áreas
disponíveis de telhados de prédios públicos municipais, através da instalação de painéis
solares fotovoltaicos de maneira que seja viável sob caráter técnico, legal e econômico.
Contudo, identificou-se que a energia gerada pelos sistemas fotovoltaicos somente nos
telhados de alguns prédios públicos, não atende totalmente à demanda global da
prefeitura. Então, com o objetivo de reduzir ao máximo a conta de energia, é proposta a
construção de uma usina fotovoltaica, cuja potência instalada seja igual a 2,25 MW. E,
essa alternativa também é incluída na análise econômica da solução global.
Essa solução contribuirá para a economia de Pádua e para geração de empregos
na instalação e manutenção do sistema fotovoltaico, além de contribuir para o
desenvolvimento da região por ampliar a oferta de eletricidade, proporcionando a
movimentação da economia de Pádua. Não somente isso, a implantação dos sistemas
fotovoltaicos contribui para uma matriz sustentável do país, uma vez que promove o
abastecimento da região com uma energia limpa e renovável e, também, a redução da
emissão de gases de efeito estufa.
6
1.4 Metodologia
Para propor sistemas fotovoltaicos conectados à rede, serão investigados quais
prédios são elegíveis para o recebimento de sistemas fotovoltaicos, baseando-se na área
livre disponível, localização e sombreamento. Em seguida, será analisado cada local
individualmente, fazendo o estudo da sua área disponível e efetiva para instalação dos
painéis, posteriormente, serão escolhidos os painéis e inversores a serem utilizados no
projeto e seus componentes acessórios e, por fim, será feita uma análise econômica da
solução proposta.
Para o sistema complementar de geração, a Usina Fotovoltaica será
dimensionada baseada na demanda não atendida pelos sistemas propostos para os
prédios públicos. O projeto da usina será dividido no cálculo dos números de painéis,
arranjo dos mesmos, dimensionamento dos inversores e dos componentes acessórios.
Além disso, será feita uma análise econômica considerando essa solução completa:
usina com os subsistemas instalados nos telhados.
1.5 Relevância
A relevância deste trabalho está na proposta de uma solução sustentável para
suprir a demanda de energia elétrica dos prédios públicos da prefeitura, possibilitando
que a verba destinada para essas despesas sejam aplicadas em outros setores do
município, como por exemplo, em saúde e educação, melhorando a qualidade de vida da
população paduana. Além disso, a solução ampliará a oferta de empregos diretos e
indiretos no município.
7
O capitulo 3 apresentará os componentes básicos do sistema fotovoltaico:
módulos fotovoltaicos, inversores grid tie e os medidores de energia. O capítulo será
finalizado com os procedimentos de acesso ao sistema de distribuição.
No capítulo 4 será exposto o projeto das unidades geradoras dos prédios
públicos, onde serão estudadas as etapas preliminares do projeto, a localização, a
avaliação do recurso solar e o dimensionamento do sistema fotovoltaico conectado à
rede.
No capítulo 5 será exposto o projeto de uma Usina Fotovoltaica de 2,25 MW,
onde serão estudadas as etapas preliminares do projeto, a localização, a avaliação do
recurso solar e o dimensionamento do sistema fotovoltaico conectado à rede.
No capítulo 6 será realizada a análise econômica do projeto, introduzindo os
indicadores econômicos como o Payback, VPL (Valor Presente Líquido) e a TIR (Taxa
Interna de Retorno) e, posteriormente, a viabilidade econômica do: i) Sistema
fotovoltaico sem a UFV e; ii) Usina de 2,25 MWcom o sistema anterior.
Por fim, serão feitas as conclusões e sugestões para estudos futuros sobre o tema
dessa dissertação.
8
2. Aspecto teórico da energia solar fotovoltaica
9
painéis solares fotovoltaicos e são capazes de transformar a radiação solar diretamente
em energia elétrica através do chamado “efeito fotovoltaico”.
10
Figura 6: Declinação solar
A direção dos raios solares varia de acordo com o movimento aparente do Sol e
a superfície terrestre. Essas relações geométricas são definidas através de vários
ângulos, descritos a seguir:
Ângulo de incidência (γ): ângulo formado entre os raios do Sol e a normal à superfície
de captação.
Ângulo Azimutal da Superfície (aw): ângulo entre a projeção da normal à superfície
no plano horizontal e a direção Norte-Sul. O deslocamento angular é tomado a partir do
Norte. (projeção a direita) -180º ≤ aw ≤ 180º ( projeção a esquerda)
Ângulo Azimutal do Sol (as): ângulo entre a projeção do raio solar no plano horizontal
e a direção Norte-Sul. Obedece à mesma convenção acima.
Altura Solar (α): ângulo compreendido entre o raio solar e a projeção do mesmo sobre
um plano horizontal.
Inclinação (β): ângulo entre o plano da superfície do painel solar e a horizontal.
Ângulo Horário do Sol (ω): deslocamento angular leste-oeste do Sol, a partir do
meridiano local, e devido ao movimento de rotação da Terra. Assim, cada hora
corresponde a um deslocamento de 15º. Adota-se como convenção valores positivos
para o período da manhã, com zero às 12:00 h.
Ângulo Zenital (θz): ângulo formado entre os raios solares e a vertical (Zênite).
11
Figura 7: Ângulo entre o Sol e a superfície da Terra
12
superfície terrestre é constituída por uma componente direta e por uma componente
difusa, Figura 9.
13
6,5kWh/m² e a menor irradiação solar global com 4,25kWh/m² ocorre no litoral norte de
Santa Catarina [15].
Figura 10: Mapa de radiação solar média anual do Brasil - Fonte: [15]
14
quantidades de corrente elétrica quando expostos à luz. Em 1905, Albert Einstein
descreveu a natureza da luz e o efeito fotoelétrico, no qual a tecnologia fotovoltaica se
baseia.
Na natureza existem materiais que são classificados como semicondutores, que
se caracterizam por possuir uma banda de valência preenchida totalmente por elétrons e
uma banda de condução com ausência de elétrons em baixas temperaturas. O material
semicondutor mais utilizado é o Silício, cujo átomo possui quatro elétrons na camada de
valência, formando uma rede cristalina na ligação com as vizinhanças [16].
Ao se introduzir ao silício uma parte de átomos de boro e de fósforo, é formada a
chamada junção pn. Nessa junção, os elétrons livres do lado n passam ao lado p onde
encontram os buracos que os capturam, fazendo com que haja um acúmulo de elétrons
no lado p, gerando uma carga negativa e uma redução de elétrons do lado n, que o torna
eletricamente positivo. Estas cargas aprisionadas dão origem a um campo elétrico.
Para o caso de ocorrer a exposição de um material semicondutor dotado de uma
junção pn a fótons com energia maior que a do gap ( na ordem de 1eV) na região onde o
campo elétrico é diferente de zero, as cargas serão aceleradas, gerando assim, uma
corrente ao longo da junção, e consequentemente, diferença de potencial, fenômeno este
conhecido como Efeito Fotoelétrico. Se as duas extremidades do silício forem
conectadas por um fio, haverá a circulação de elétrons, formando a base do
funcionamento das células fotovoltaicas [14].
15
2.2.4.1 Silício cristalino (c-Si)
O c-Si é a mais tradicional das tecnologias fotovoltaicas e apresenta a maior
escala de produção a nível comercial, devido a sua robustez e confiabilidade.
O c-SI é o líder dentre as tecnologias fotovoltaicas, pois apresenta uma área
ocupada por um arranjo fotovoltaico com maior eficiência de conversão se comparado
com outros tipos de células fotovoltaicas [17].
Alguns fabricantes já disponibilizam células fotovoltaicas de c-Si coloridas
destinadas à integração arquitetônica. A cor usual varia de azul escuro ao preto e a sua
modificação resulta na redução da eficiência e elevação dos custos dos módulos [14].
16
obtenção de níveis de eficiência compatíveis. Ao longo dos anos, o processo de
fabricação tem feito com que as células alcancem eficiência máxima de 12,5% em
escalas industriais [16].
17
temperatura, apresentando assim, uma vantagem na sua utilização em países de climas
quentes como o Brasil. Além disso, essa tecnologia possui um custo por metro quadrado
de metade do custo do c-Si, que muitas vezes é considerado a característica fundamental
para aplicação de um projeto. Outro atrativo é um menor tempo de uso para pagar pela
energia gasta na fabricação do módulo – “energy pay-back time” [17].
18
Tanto as células de CIGS quanto as células CdTe não sofrem de degradação sob
a ação da luz.
19
Figura 11: Sistema fotovoltaico Isolado - Fonte: Neosolar
20
Figura 12: Sistema fotovoltaico conectado a rede - Fonte: Neosolar
1
A Resolução Normativa ANEEL Nº 482/2012 estava em revisão durante o processo de elaboração deste
Projeto de Graduação.
21
3. Componentes básicos do sistema
22
para o dimensionamento do sistema fotovoltaico. E, é a partir desta curva característica
que se determina os parâmetros elétricos que caracterizam as células e os módulos
fotovoltaicos, tais como, tensão de circuito aberto (𝑉𝑜𝑐 ), corrente de curto circuito (𝐼𝑠𝑐 ),
fator de forma (FF) e eficiência (𝛈).
A tensão de circuito aberto é a tensão entre os terminais de uma célula
fotovoltaica quando não há corrente elétrica circulando e é a máxima tensão que uma
célula pode alcançar. O valor de 𝑉𝑜𝑐 varia de acordo com a tecnologia utilizada nas
células, sendo a tensão por célula de cada tecnologia: C-Si (0,5 – 0,7V), CdTe (0,857
V), a-Si (0,886V), DSSC (0,744V), InGaP/GaAs/InGaAs(3,014V).
A corrente de curto circuito é a máxima corrente que se pode obter e é medida
na célula fotovoltaica quando a tensão elétrica em seus terminais é igual a zero. Valores
de densidade de corrente variam conforma a tecnologia empregada: c-Si (38mA/cm² -
42,7mA/cm²), CdTe(26,95 mA/cm²), a-Si (16,75 mA/cm²), InGaP/GaAs/InGaAs (14,57
mA/cm²), DSSC (22,47 mA/cm²).
O fator de forma é a razão entre a máxima potência da célula e o produto da
corrente de curto circuito com a tensão de circuito aberto, além disso, os parâmetros que
mais influenciam na sua variação são a resistência em série e em paralelo. Valores de
FF também dependem da tecnologia usada: c-Si (80,9% - 82,8%), CdTe(77%). A-
Si(67,8%), DSSC (71,2%), InGaP/GaAs/InGaAs (86%).
A eficiência é o parâmetro que define se o processo de conversão de energia
solar em energia elétrica é efetivo, sendo representado pela equação (1):
23
Tabela 2: Eficiência para cada tecnologia das células [14]
Eficiência
Tecnologia
(%)
Silício Monocristalino 25,0 ± 0,5
Policristalino 20,4 ± 0,5
Filmes finos 20,1 ± 0,4
Compostos III
GaAs (filme fino) 28,8 ± 0,9
A-VA
GaAs (policristalino) 18,4 ± 0,5
InP (monocristalino) 22,1 ± 0,7
Calogênios CIGS (filme fino) 19,6 ± 0,6
Compostos II
B-VI A CdTe (filme fino) 18,3 ± 0,5
24
Outros parâmetros que também influenciam na curva I x V são as resistências
série (𝑅𝑠 ) e paralelo (𝑅𝑝 ), que representam efeitos resistivos internos de uma célula
fotovoltaica, que pode ser representada por um modelo de circuito como o mostrado na
Figura 15.
3.2 Inversores
É o inversor que estabelece a ligação entre o gerador fotovoltaico e a rede ou
carga. É esse dispositivo eletrônico que converte a corrente contínua do gerador
fotovoltaico em corrente alternada e ajusta o sinal de saída para a frequência e o nível de
tensão da rede em que está ligado, cujo símbolo está representado na Figura 16.
25
Figura 16: Representação elétrica do Inversor
Nos sistemas FV os inversores podem ser classificados quanto a sua aplicação,
podendo ser destinados a sistemas isolados, os inversores autônomos, ou a sistemas
conectados à rede, os inversores grid tie. Embora os inversores, compartilhem os
mesmos princípios gerais de funcionamento que os inversores autônomos, eles possuem
características especificas para atender as exigências das concessionárias de distribuição
em termos de segurança e qualidade de energia injetada na rede.
Uma vez que o enfoque deste trabalho de fim de curso é o sistema conectado à
rede, os inversores grid tie terão uma abordagem mais aprofundada neste tópico.
3.2.1.1 Funções
Além de fazer a conversão de energia e a injeção de corrente na rede elétrica, o
inversor incorpora diversos sistemas necessários para o aproveitamento da energia
fotovoltaica e a conexão segura com a rede, tais como: Sistema de controle de corrente,
Sistema de detecção de ilhamento e o Sistema de MPPT.
26
corrente na saída do inversor, obtido por meio de um sensor, e sua comparação com um
sinal de referência, no qual possui forma de uma onda senoidal e é obtido através de
informações geradas pelo sistema de sincronismo com a tensão da rede e pelo sistema
de rastreamento da máxima potência fotovoltaica (MPPT), que será apresentado mais
adiante. A resposta do controle de corrente irá definir o padrão de chaveamento (PWM-
Pulse Width Modulation) das chaves IGBT (Insulated Gate Bipolar Transistor).
Sistema de MPPT
O MPPT (maximum power point tracking), ou rastreamento do ponto de máxima
potência, é um recurso presente em todos os inversores para a conexão de sistemas
27
fotovoltaicos à rede elétrica. Tem o objetivo de garantir instantaneamente a operação do
sistema em seu ponto de máxima potência, para uma determinada condição de
temperatura e irradiação solar.
O sistema de MPPT fornece ao sistema de controle a informação sobre a
amplitude da corrente que deve ser produzida na saída do inversor, alterando
instantaneamente o fluxo da potência injetada na rede elétrica. Indiretamente a tensão e
a corrente dos módulos fotovoltaicos, na entrada do inversor, são reguladas pela
modulação da corrente de saída do inversor.
Conforme as condições de irradiação solar variam, a tensão dos módulos é
ajustada automaticamente pelo sistema de MPPT, que fornece a ordem de tensão que o
inversor deve controlar no lado de corrente contínua. Existem diversos tipos de
algoritmos de rastreamento do ponto de máxima potência, sendo o mais simples e
popular o algoritmo P&O (perturbação e observação) que, em linhas gerais, pode ser
resumido como sendo o envio de pequenas perturbações na ordem de referência de
tensão do lado CC e a medição da potência resultante, caso o novo valor de potência
seja maior que o valor anterior, o controle segue na direção, caso contrário, retorna a um
valor intermediário na direção oposta.
28
tensão máxima suportada pelo inversor limita o número de módulos que podem ser
colocados em série.
Transformador de isolação
Os inversores para sistemas conectados à rede elétrica podem possuir ou não um
transformador de isolação galvânica. O transformador pode ser de alta frequência e estar
presente entre o conversor CC-CC e o conversor CC-CA, chamado de pré-estágio,
Figura 17, ou entre o inversor e a rede CA, Figura 18, na frequência da rede elétrica ou
de baixa frequência. A presença do transformador torna o sistema fotovoltaico mais
seguro, pois possibilita a isolação completa entre o lado CC e o lado CA, impedindo a
circulação de corrente de fuga entre os módulos e a rede e oferecendo segurança
adicional em caso de falhas de equipamentos, curtos-circuitos e mesmo na ocorrência de
transientes da rede elétrica que podem afetar os inversores.
29
Figura 18: Inversor com transformador de baixa frequencia
30
Inversor grid tie Modular
Cada inversor recebe uma, ou poucas, fileira(s) ou string(s) e, vários deles são
utilizados em paralelo e com seu próprio MPPT. As vantagens desse tipo de
configuração são: i) redução das perdas com defeitos, sujeiras, sombreamentos, etc., o
que aumenta a eficiência e confiabilidade da planta FV; e, ii) a flexibilidade de arranjo,
pois, permite o desligamento separado de cada inversor, facilitando a operação e
manutenção sem que seja feita a interrupção de todo o sistema fotovoltaico.
31
Figura 21: Inversor grid tie com múltiplos MPPT’s
32
Figura 23: Dois medidores unidirecionais [14]
33
3.4 Procedimento de acesso ao Sistema de distribuição
Para que as centrais geradoras sejam consideradas como micro ou minigreação
distribuída, é necessário a solicitação de acesso e o parecer de acesso da distribuidora. A
solicitação de acesso é o requerimento formulado pelo acessante entregue à acessada,
onde consta o projeto das instalações de conexão, além de outros documentos
solicitados pela distribuidora. O parecer de acesso é o documento formal apresentado
pela distribuidora, onde são estabelecidas as condições de acesso, requisitos técnicos
que permitem a conexão das instalações do acessante e seus respectivos prazos.
Esses procedimento de acesso estão especificados no Módulo 3 do
PRODIST e nas normas da concessionária local. A Figura 25 e a
34
Tabela 3: Etapas do Processo de solicitação de acesso
a) Formalização da
solicitação de acesso, com o
encaminhamento de Acessante -
1. documentação, dados e
Solicitaçã informações pertinentes, bem
o de como dos estudos realizados
acesso b) Recebimento da Distribuidor
-
solicitação de acesso a
c) Solução de pendências
relativas às informações Acessante Até 60 dias após a açao 1 (b)
solicitadas na Seção 3.7
i. Se não houver necessidade de
a) Emissão de parecer com a execução de obras de reforço ou de
definição das condições de ampliação no sistema de distribuição,
acesso. Envio do Parecer de até 30 dias após a ação 1 (b) ou 1 (c)
Acesso juntamente com o ii.Para fonte geradora classificada
2. Parecer Distribuidor
Acordo como minigeração
de Acesso a
Operativo/Relacionamento distribuída e houver necessidade de
Operacional e do Formulário execução de obras de reforço ou de
de Registro de Usina/Central ampliação no sistema de
Geradora distribuição, até 60 dias após a ação 1
(b) ou 1 (c).
b) Assinatura de Acordo
Operativo/ Relacionamento
Acessante e
3. Operacional e do
Distribuidor Até 90 dias após a ação 2
Contratos Formulário de Registro
a
de Usina/Central
Geradora
a) Solicitação de vistoria Acessante Definido pela acessante
4.
Distribuidor
Implantaç b) Realização de vistoria Até 30 dias após a ação 4 (a)
a
ão da
c) Entrega para acessante do Distribuidor
Conexão Até 15 dias após a ação 4 (b)
Relatório de Vistoria a
a) Adequação das
5. condicionantes do Relatório Acessante Definido pelo acessante
Aprovaçã de Vistoria
o do
ponto de b) Aprovação do ponto de
conexão conexão, liberando-o para Até 7 dias após a ação 5 (a)
sua efetiva conexão
35
Além disso, deve ser analisada as características do sistema de distribuição a ser
realizada a conexão, com a finalidade de escolher corretamente o arranjo,
dimensionamento e escolha dos componentes de todo o sistema. Não obstante, a
conexão da potência da fonte geradora deverá ser igual ou menor que a capacidade da
unidade consumidora, conforme a Tabela 4:
Capacidade da Unidade
Potência Fonte Consumidora
Geradora
BT MT
< 8kW Monofásico até 8kVA -
8 a 10kW Bifásico até 10 kVA -
< 15kW * Bifásico até 15 kVA -
> 10kW a 75kW Trifásico até 75 kVA -
> 75 kW - Trifásico
NOTAS: * Padrão restrito ao consumidor atendido por
Eletricidade Rural
36
Figura 26: Esquema simplificado de conexão do acessante à rede de BT da
AMPLA2. Adaptado [19]
2
De acordo com a nova regulamentação o DSV não é mais uma exigência, contudo, na
regulamentação técnica da concessionária isso ainda não foi atualizado.
37
4. Projeto das Unidades Geradoras
Este capítulo apresenta o dimensionamento dos sistemas fotovoltaicos
conectados à rede, na modalidade de compensação de energia, das unidades geradoras
(prédios da prefeitura de Pádua).
Dentro deste cenário, serão apresentadas as etapas para o projeto do sistema
fotovoltaico, onde será definida a localização de cada sistema e, também, será exposto o
levantamento adequado do recurso solar disponível em cada local da aplicação,
avaliando-se a radiação solar incidente sobre o painel fotovoltaico. Além disso, será
analisada a melhor posição do painel, para que seu desempenho seja o melhor possível
e, por fim, o dimensionamento do gerador fotovoltaico e do equipamento de
condicionamento de potência que, no caso dos SFCR, restringe-se ao inversor para
interligação a rede.
média consumo
UNIDADES/ENDEREÇOS mensal diário
(kwh/mês) (kwh/dia)
1 Prefeitura 7124,818 237,494
2 Pça. Pereira Lima (Fonte Luminosa) 4794,091 159,803
3 Iluminação Rodoviária 4046,000 134,867
4 Sede 3685,182 122,839
5 Secretaria Municipal de Agricultura 3408,727 113,624
6 Asilo (Frente) 3452,727 115,091
7 Praça Pereira Lima e Semáforo 2796,000 93,200
8 Câmara Municipal 2509,091 83,636
9 Div. De transportes 1810,45 60,348
10 Pç. Visconde 1234,000 41,133
11 Asilo (trás) 971,818 32,394
Total 34022,46 1134,08
3
Para a escolha dos dez maiores consumidores de energia elétrica foram consultados vários setores e
funcionários da prefeitura, onde foi possível ter acesso à conta de energia da concessionaria local,
AMPLA, de Fevereiro a Dezembro de 2014.
38
A partir dos dados fornecidos tem-se que o consumo anual equivale a 4.158.461
kWh, correspondendo a uma média mensal de 378.041 kWh (foram considerados 11
meses). Esse consumo de energia é referente a todas as contas de energia em que a
prefeitura é responsável. Diante disso, esse projeto de fim de curso irá dimensionar um
sistema fotovoltaico para suprir parte dessa demanda. Com a escolha dos dez maiores
consumidores de energia, tem-se um equivalente a, aproximadamente, 9% desse
consumo mensal. Após dimensionar o SFV, será realizado um estudo de viabilidade
deste projeto.
Para determinar a radiação incidente no local que se deseja pode ser feita a
média dos resultados ou escolher o resultado da localidade mais próxima. Dessa
maneira, foi escolhida a segunda opção, que corresponde aos dados da cidade de
Itaperuna.
Retornando ao programa SunData, foi analisada a irradiação solar no plano
inclinado, variando o ângulo de 0, plano horizontal, para o ângulo igual da latitude,
para o ângulo que fornece a maior média anual de irradiação solar e, também, para o
ângulo, cujo valor provoca o maior mínimo mensal de irradiação solar. Delta, na Tabela
39
7, refere-se ao valor da diferença entre a maior radiação (em vermelho) e a menor
radiação solar (em verde).
Diante dos dados expostos na Tabela 7, observa-se que a maior média mensal
equivale ao ângulo de 19. Por essa razão, este ângulo foi escolhido como a inclinação
ótima para os painéis.
40
A resolução normativa 482 da ANEEL, traz em seu escopo o Sistema de
Compensação de energia elétrica. Esse sistema permite que o excedente de energia
gerado pela unidade consumidora seja injetado na rede de distribuição sendo
armazenado até o instante em que a unidade consumidora necessite desse excedente,
limitado a 36 meses. Ou seja, a energia produzida por essas unidades consumidoras é
cedida à distribuidora e, posteriormente, compensada com o consumo dessas mesmas
unidades ou de outra unidade consumidora da mesma titularidade da unidade geradora
em que os créditos foram gerados, desde que possua o mesmo CPF ou CNPJ. Porém,
caso a compensação de energia seja feita por outra unidade consumidora que não seja a
geradora, elas deverão ser cadastradas previamente para tal fim. Neste caso, as unidades
consumidoras que participarão deste sistema de compensação deverão ser indicadas em
ordem de prioridade, destacando que a unidade geradora deverá ser a primeira a ser
compensada. [20].
41
Figura 28: Vista aérea dos pontos de consumo
42
4.1.2.1 Prefeitura
A Prefeitura possui uma área livre de 544,49 m². Através de visita ao bairro do
prédio, notou-se que não há possibilidades de construções futuras próximas ao local
sendo a região ocupada por casas baixas e sem árvores que possam causar um possível
sombreamento.
O Gráfico 1 representa o consumo mensal em kWh de Fevereiro a Dezembro do
ano de 2014 do prédio da prefeitura, enquanto que a Figura 30 ilustra a fachada do
prédio.
Prefeitura
12 000
10 000
8 000
6 000
4 000
2 000
43
4.1.2.2 Sede
A sede administrativa da prefeitura localiza-se em um prédio distinto da
Prefeitura e possui 109,2 m² de área disponível sem sombreamento e sem possibilidade
de construções futuras, uma vez que já há construções baixas em seus arredores.
O consumo mensal em kWh de Fevereiro a Dezembro do ano de 2014 do prédio
da prefeitura é representado pelo Gráfico 2 e a sua localização e seu entorno estão
ilustrados nas Figura 31 e Figura 33.
Sede
7 000
6 000
5 000
4 000
3 000
2 000
1 000
0
44
Câmara Municipal
4 500
4 000
3 500
3 000
2 500
2 000
1 500
1 000
500
0
45
4.1.2.4 Iluminação pública da Praça Visconde figueira
A praça não tem possibilidades de instalação de painéis, pois não tem estruturas
livres de sombreamento e nem elevadas para captação solar. Uma possibilidade seria
fazer uma compensação de energia através de outra unidade geradora, sendo de mesma
titularidade na unidade consumidora em questão. Porém, a tarifa de energia para
iluminação pública é mais barata, não valendo a pena incluir no sistema de
compensação de energia.
O Gráfico 4 representa o consumo mensal da iluminação da Praça e a Figura 32
representa a vista ao redor da Praça.
O Asilo Nossa Senhora do Carmo possui duas estruturas, uma de frente para rua
e o outro, construído posteriormente para aumentar as comodidades do asilo, na parte de
trás. Cada asilo possui sua conta energia elétrica independente, por essa razão, neste
Projeto de Graduação foi denominado como sendo Asilo da frente e Asilo de trás.
O asilo (da frente) dispõe de 206,61 m² livres de sombreamento para a instalação
do sistema, já o asilo de trás, 228 m².
Os consumos das duas casas de repouso estão representados no Gráfico 5 e as
Figura 34 a Figura 38 mostram sua fachada, as vistas dos telhados, onde serão
projetados os painéis e sua localização, respectivamente.
47
4 500
4 000
3 500
3 000
2 500
2 000 Asilo(Frente)
1 500 Asilo(trás)
1 000
500
0
48
Asilo (Frente)
49
Figura 38: Vista aérea do Asilo
Aqui terá o mesmo problema da Praça Visconde Figueira, não sendo possível
instalar o sistema fotovoltaico na praça, devido ao sombreamento em toda sua área,
sendo assim, entrará no mesmo sistema de compensação a partir de outra unidade
geradora.
Os consumos mensais da fonte luminosa e dos semáforos da Praça Pereira Lima
estão representados no Gráfico 6 e Gráfico 7. A Figura 39 representa a visão geral da
praça.
50
Fonte Luminosa
7 000
6 000
5 000
4 000
3 000
2 000
1 000
0
51
Semáforo
3 000
2 500
2 000
1 500
1 000
500
Outra possibilidade para instalação de painéis para suprir o consumo das praças
citadas acima, seria buscar edificações nas proximidades com cobertura com área livre.
Porém, neste caso, teria que se negociar um possível arrendamento do local, uma vez
que nas proximidades não há construção com a mesma titularidade da unidade
consumidora, logo, essa possibilidade foge ao escopo deste projeto.
52
Rodoviária
7 000
6 000
5 000
4 000
3 000
2 000
1 000
0
53
Figura 41: Vista do entorno da Rodoviária
A divisão de transportes conta com uma área de 1019,8 m² de área livre para
instalação, porém há uma área que pode ser prejudicada por sombreamento de duas
árvores. Mas mesmo assim, a maior parte dessa área é livre de sombreamento.
O Gráfico 9 ilustra o consumo mensal da Divisão de transportes e as Figura 42 e
Figura 43 são a fachada e a vista aérea do local em questão.
Div. de Transportes
2 500
2 000
1 500
1 000
500
54
Figura 42: Entrada da Divisão de transportes
55
4.1.2.9 Secretaria Municipal de Agricultura
A Secretaria Municipal de Agricultura encontra-se em um local onde não há
edificações em potencial para a instalação dos painéis solares, Figura 44, logo, esse
ponto de consumo entrará no mesmo critério que as praças, a energia será compensada
através de outras unidades geradoras com a mesma titularidade da unidade consumidora
em questão.
56
Secretaria de Agricultura
4 500
4 000
3 500
3 000
2 500
2 000
1 500
1 000
500
0
Gráfico 10: Dados de consumo mensal em kWh da carga durante o ano de 2014
57
Para realização do primeiro método será necessário determinar o número de
Horas de Sol Pleno (HSP). Essa grandeza reflete o número equivalente de horas em que
a irradiância solar deve permanecer constante e igual a 1kW/m², de maneira que a
energia resultante seja igual a energia disponibilizada pelo Sol no local em questão,
acumulada ao longo de um determinado dia. O cálculo de HSP é determinado através da
Equação 1.
𝑘𝑊ℎ
𝐼𝑟𝑟𝑎𝑑𝑖𝑎çã𝑜 [ ]
𝑚2
𝐻𝑆𝑃 = 𝑘𝑊 (1)
1[ 2 ]
𝑚
4,38 4,38ℎ
𝐻𝑆𝑃 = =
1 𝑑𝑖𝑎
58
4.2.1.1 Sombreamento
Como já foi dito, o sombreamento sobre os painéis fotovoltaicos reduz sua
eficiência, necessitando dessa forma, de um cálculo da distância entre os módulos para
evitar a projeção das sombras entre eles. Para isso, é necessário considerar, inicialmente,
a declinação solar de 23,45, já explicada no item 2.2.1, e determinar a altura solar,
Figura 45 e Equação (2), para condição de maior sombreamento que corresponde à
menor altura alcançada pelo sol sobre o horizonte ao longo do ano.
59
Como a escolha dos módulos foi a mesma para cada local do projeto, então os
valores encontrados neste tópico referem-se a todas as localizações do item 4.1.2.
Após esta análise será feito o cálculo do número de painéis para cada local de
instalação do sistema fotovoltaico.
Prefeitura
Nesta etapa do projeto será calculado o número máximo de painéis e em seguida
os mesmo serão organizados em fileiras espaçadas com a distância calculada
anteriormente, d = 1,25 m (Equações (4), (5) e (6)). A partir daí, será possível
dimensionar a potência máxima da planta, Equação (7).
Número de painéis por fileira:
𝐿−2∗𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎
𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙/𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎 = 𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙 (4)
Número de fileiras:
𝑃−2∗𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎
𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 = (5)
𝑑
Número de Painéis
60
N = Npainel/fileira ∗ Nfileiras (6)
61
Através das Equações 5 a 9 foi possível determinar:
𝐿 − 2 ∗ 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎
𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙/𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎 = = 7,17 (7 𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎)
𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙
𝑃 − 2 ∗ 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎
𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 = = 4,56 (4 𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠)
𝑑
𝑃 − 2 ∗ 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎
𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 = = 11,28 (11𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠)
𝑑
62
𝐿 − 2 ∗ 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎
𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙/𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎 = = 27,27 (27 𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎)
𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙
𝑃 − 2 ∗ 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎
𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 = = 7,84 (7 𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠)
𝑑
Para este local, deverá ter uma quantidade N de módulos fotovoltaicos, sendo N
igual a:
𝑃𝑝𝑟𝑒𝑓𝑒𝑖𝑡𝑢𝑟𝑎 54222
𝑁= = = 221,31 ou 222 painéis.
𝑃𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙 245
Sede
Da mesma maneira que foi calculada a potência máxima de geração da
Prefeitura, será feita para as demais localidades. Dessa forma, tem-se para a Sede:
63
Figura 47: Dimensões do local para instalação dos painéis da Sede
𝐿 − 2 ∗ 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎
𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙/𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎 = = 3,28 (3 𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎)
𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙
𝑃 − 2 ∗ 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎
𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 = = 9,04 (9 𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠)
𝑑
64
N = Npainel/fileira ∗ Nfileiras = 27 𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠
𝑃 − 2 ∗ 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎
𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 = = 4,8 (4 𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠)
𝑑
Portanto, a potência máxima que a Sede pode gerar em seu espaço é equivalente
a soma das duas áreas, correspondendo a 7,595 kW gerados a partir de um total de 31
painéis.
Para suprir todo o consumo da Sede será necessário um sistema cuja potência
mínima deverá ser:
65
𝑘𝑊ℎ
𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑎 122,839[ ]
𝑃𝑠𝑒𝑑𝑒 = = ℎ
𝑑𝑖𝑎
= 28,045 𝑘𝑊
𝐻𝑆𝑃 4,38[ ]
𝑑𝑖𝑎
Para este local, deverá ter uma quantidade N de módulos fotovoltaicos, sendo N
igual a:
𝑃𝑠𝑒𝑑𝑒 28045
𝑁=𝑃 = = 114,47 ou 115 painéis.
𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙 245
Câmara municipal
66
Através das Equações 5 a 9 foi possível determinar:
𝐿 − 2 ∗ 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎
𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙/𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎 = = 3,23 (3 𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎)
𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙
𝑃 − 2 ∗ 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎
𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 = = 7,69 (7 𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠)
𝑑
𝐿 − 2 ∗ 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎
𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙/𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎 = = 3,23 (3 𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎)
𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙
𝑃 − 2 ∗ 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎
𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 = = 12,32 (12 𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠)
𝑑
Portanto, a potência máxima que a Câmara Municipal pode gerar em seu espaço
é equivalente à soma das duas áreas, correspondendo a 13,97 kW, gerados a partir de
um total de 57 painéis.
67
Para suprir todo o consumo da Câmara Municipal será necessário um sistema
cuja potência mínima deverá ser:
𝑘𝑊ℎ
𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑎 83,636[ 𝑑𝑖𝑎 ]
𝑃𝐶𝑎𝑚𝑎𝑟𝑎 𝑀𝑢𝑛𝑖𝑐𝑖𝑝𝑎𝑙 = = = 19,095 𝑘𝑊
𝐻𝑆𝑃 ℎ
4,38[ ]
𝑑𝑖𝑎
Para este local, deverá ter uma quantidade N de módulos fotovoltaicos, sendo N
igual a:
𝑃𝑐𝑎𝑚𝑎𝑟𝑎 𝑚𝑢𝑛𝑖𝑐𝑖𝑝𝑎𝑙 19,095
𝑁= = = 77,93 ou 78 painéis.
𝑃𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙 245
Asilo (Trás)
68
𝐿 − 2 ∗ 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎
𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙/𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎 = = 8,59 (8 𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎)
𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙
𝑃 − 2 ∗ 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎
𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 = = 12,4 (12 𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠)
𝑑
𝐿 − 2 ∗ 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎
𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙/𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎 = = 3,5 (3 𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎)
𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙
𝑃 − 2 ∗ 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎
𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 = = 2,0 (2 𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠)
𝑑
69
Para este local, deverá ter uma quantidade N de módulos fotovoltaicos, sendo N
igual a:
𝑃 26276
𝑁 = 𝑃 𝑎𝑠𝑖𝑙𝑜 = = 107,25 ou 108 painéis.
𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙 245
Asilo (frente)
𝐿 − 2 ∗ 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎
𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙/𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎 = = 3,13 (3 𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎)
𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙
70
𝑃 − 2 ∗ 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎
𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 = = 10 (10 𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠)
𝑑
𝐿 − 2 ∗ 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎
𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙/𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎 = = 4,24 (4 𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎)
𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙
𝑃 − 2 ∗ 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎
𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 = = 12,64 (12 𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠)
𝑑
Para este local, deverá ter uma quantidade N de módulos fotovoltaicos, sendo N
igual a:
𝑃 7395
𝑁 = 𝑃 𝐴𝑠𝑖𝑙𝑜 = = 30,19 ou 31 painéis
𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙 245
71
Logo, a potência máxima de geração deste prédio do Asilo é superior a potência
necessária para suprir seu consumo em 11,72 kW, sendo possível transferir essa energia
para outro local, em que a produção de energia é inferior ao consumo.
Rodoviária
𝐿 − 2 ∗ 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎
𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙/𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎 = = 52,02 (52 𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎)
𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙
𝑃 − 2 ∗ 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎
𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 = = 25,2 (25 𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠)
𝑑
72
Portanto, a potência máxima que a Rodoviária pode gerar em seu espaço é
corresponde a 318,5 kW, gerada a partir de um total de 1300 painéis.
Para suprir todo o consumo da Rodoviária será necessário um sistema cuja
potência mínima deverá ser:
𝑘𝑊ℎ
𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑎 134,867[ ]
𝑃𝑅𝑜𝑑𝑜𝑣𝑖á𝑟𝑖𝑎 = = ℎ
𝑑𝑖𝑎
= 31,704 𝑘𝑊
𝐻𝑆𝑃 4,38[ ]
𝑑𝑖𝑎
Para este local, deverá ter uma quantidade N de módulos fotovoltaicos, sendo N
igual a:
𝑃𝑟𝑜𝑑𝑜𝑣𝑖á𝑟𝑖𝑎 31704
𝑁= = = 129,4 ou 130 painéis.
𝑃𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙 245
Divisão de transportes
73
Região hachurada em amarelo:
Dimensões (L x P) = (38,5 x 11,4) m
Área: 438,9 m²
𝐿 − 2 ∗ 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎
𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙/𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎 = = 36,36 (36 𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎)
𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙
𝑃 − 2 ∗ 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎
𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 = = 7,12 (7 𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠)
𝑑
𝑃 − 2 ∗ 𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎
𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 = = 23,12 (23 𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠)
𝑑
74
Portanto, a potência máxima que a Divisão de Transportes pode gerar em seu
espaço é equivalente à soma das duas áreas, correspondendo a 151,900 kW, gerada a
partir de um total de 620 painéis.
Para suprir todo o consumo do local será necessário um sistema cuja potência
mínima deverá ser:
𝑘𝑊ℎ
𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑎 60,348[ ]
𝑃𝐷𝑖𝑣.𝑇𝑟𝑎𝑛𝑠𝑝𝑜𝑟𝑡𝑒𝑠 = = ℎ
𝑑𝑖𝑎
= 13,778 𝑘𝑊
𝐻𝑆𝑃 4,38[ ]
𝑑𝑖𝑎
Para este local, deverá ter N números de módulos fotovoltaicos, sendo N igual a:
𝑃𝑑𝑖𝑣 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑝𝑜𝑟𝑡𝑒𝑠 12629
𝑁= = = 56,24 ou 57 painéis.
𝑃𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙 245
Potência
Área Livre Capacidade
Local necessária P (W)
(m²) (W)
(W)
Prefeitura 544,49 54222 61250 -7028
75
4.2.2 Dimensionamento do inversor
Sabendo que dificilmente o gerador fotovoltaico entrega sua potência máxima ao
inversor devido às condições climáticas, onde nos dias nublados sua irradiância pode
ser inferior a 1000 W/m², ou nos dias quentes, em que a temperatura é mais alta que
25oC, ou seja, as condições de operação não se assemelham às condições nominais de
operação dos painéis (STC). Então, a potência fornecida pelo gerador é geralmente
inferior à sua capacidade nominal, portanto o dimensionamento do inversor pode ser
feito com uma potência menor, tendo assim, uma economia no projeto.
Para fazer este dimensionamento, primeiro, será analisada a potência de cada
unidade geradora e serão escolhidos, quando possível, inversores do mesmo fabricante
para essas unidades, Tabela 9 e Tabela 10, facilitando a manutenção dos mesmos.
Além disso, será feito um estudo para escolher a maioria dos inversores com a mesma
potência para as unidades, com a finalidade de adquirir inversores sobressalentes para
troca imediata do equipamento quando este apresentar defeito.
De acordo com a Seção 3.2.1.3 deste projeto, para evitar perdas com sujeiras e
sombreamentos e facilitar a manutenção será utilizado o inversor modular, onde cada
um recebe uma série ou string, e, posteriormente, são conectados em paralelo e com
seu próprio MPPT.
A escolha do inversor deve respeitar o intervalo de potência dado pela Equação
(7) [21].
𝑃𝑝𝑣 𝑃𝑝𝑣
0,7 𝑥 < 𝑃𝑖𝑛𝑣𝑑𝑐 < 1,2 𝑥 (7)
𝑛 𝑛
76
Tabela 9: Intervalo de potência dos inversores para cada unidade geradora
77
4.2.3 Determinação do Arranjo Fotovoltaico
Nessa etapa do projeto será definido o melhor arranjo elétrico fotovoltaico de
cada sistema. O arranjo fotovoltaico é a disposição dos painéis fotovoltaicos em que os
painéis são conectados eletricamente em série formando as fileiras (string) que, por sua
vez, são conectadas em paralelo para serem instaladas aos inversores. Nessa seção,
fileiras correspondem à conexão elétrica em série dos painéis.
4
Para determinar a temperatura máxima que o painel poderá atingir foi utilizada a equação:
𝐸
𝑇𝑚 = 𝑇𝑎𝑚𝑏 + (𝑁𝑂𝐶𝑇 − 20) [33]. Onde NOCT é 45 C, de acordo com o data sheet do
800
painel, E corresponde a irradiância (W/𝑚2 ) e 𝑇𝑎𝑚𝑏 a temperatura ambiente.
78
𝑉𝑜𝑐(70°𝐶) = 𝑉𝑜𝑐(𝑠𝑡𝑐) 𝑥 [1 + 𝑇𝐶𝑣𝑜𝑐 𝑥 (𝑇𝑚𝑎𝑥.𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙 − 𝑇𝑠𝑡𝑐 )], (9)
A partir dos resultados acima, é possível determinar, através das Equações (12) e
(13), o número máximo e mínimo de painéis em série para cada sistema, que será
apresentado na Seção 4.2.3.1.
𝑉
𝑁𝑚𝑎𝑥 ≤ 𝑉𝑚𝑎𝑥.𝑖𝑛𝑣 , (12)
𝑜𝑐(14°𝐶)
onde, 𝑉𝑚𝑝𝑝 (𝑚𝑖𝑛 𝑖𝑛𝑣) é a tensão mínima da faixa de tensão do inversor escolhido.
Para determinar a quantidade permitida de fileiras conectadas em paralelo neste
arranjo é necessário garantir que a corrente máxima de entrada do inversor não seja
ultrapassada. Para isso, calcula-se através das Equações (14) e (15) o número máximo
de fileiras que o sistema em questão precisará.
79
𝐼𝑖𝑛𝑣𝑚𝑎𝑥
𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 ≤ , (15)
𝐼𝑠𝑐(70°𝐶)
Prefeitura
Para o prédio da prefeitura, Câmara municipal e Asilo (trás) foi escolhido o
inversor Fronius IG Plus 150 V-3 [22], cuja potência de saída é 12 kW e cujos dados
para o projeto estão ilustrados na Figura 54. Nesta unidade geradora, Prefeitura, serão
necessários 5 inversores desse modelo.
80
A partir dos resultados da Tabela 12, é possível determinar, através das
Equações (12) e (13), o número máximo e mínimo de painéis em série para o prédio da
Prefeitura.
𝑉 600𝑉
𝑁𝑚𝑎𝑥 = 𝑉𝑚𝑎𝑥.𝑖𝑛𝑣 = 38,36 𝑉 ≤ 15,64
𝑜𝑐(14°𝐶)
𝐼𝑖𝑛𝑣𝑚𝑎𝑥 55,6
𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 ≤ = 8,45 = 6,58
𝐼𝑠𝑐(70°𝐶)
𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 × 𝑉𝑜𝑐(𝑠𝑡𝑐) = 10𝑥36,9 = 369 Verifica-se que a tensão dos painéis em série
está dentro da faixa MPPT do inversor ( 230-
𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 × 𝑉𝑚𝑝𝑝(𝑠𝑡𝑐) = 10𝑥29,8 = 298
500V)
Verifica-se que a corrente das fileiras não
𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 × 𝐼𝑚𝑝𝑝(𝑠𝑡𝑐) = 5𝑥8,23 = 41,15 ultrapassa a corrente máxima de entrada do
inversor (41,15 < 55,6)
Potência total (com os 5 inversores) 61250 W
81
Sede
Para esta unidade geradora será usado o Inversor Fronius IG Plus 8u0 V-3, cuja
potência de saída é 7 kW.
Potência
de saída
𝑉𝑚𝑎𝑥.𝑖𝑛𝑣 𝑉𝑚𝑝𝑝 (𝑚𝑖𝑛 𝑖𝑛𝑣) 𝐼𝑖𝑛𝑣𝑚𝑎𝑥 𝑁𝑚𝑎𝑥 𝑁𝑚𝑖𝑛 𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 Inversor
do
inversor
Fronius
600V 230V 32A ≤ 15,64 ≥ 9,73 ≤ 3,78 IG Plus 7kW
80 V-3
𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 × 𝑉𝑜𝑐(𝑠𝑡𝑐) = 10𝑥36,9 = 369 Verifica-se que a tensão dos painéis em série
está dentro da faixa MPPT do inversor ( 230-
𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 × 𝑉𝑚𝑝𝑝(𝑠𝑡𝑐) = 10𝑥29,8 = 298
500V)
Verifica-se que a corrente das fileiras não
𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 × 𝐼𝑚𝑝𝑝(𝑠𝑡𝑐) = 3𝑥8,23 = 24,69 ultrapassa a corrente máxima de entrada do
inversor (24,69 < 32)
Potência total 7350 W
82
Câmara municipal
Potência
de saída
𝑉𝑚𝑎𝑥.𝑖𝑛𝑣 𝑉𝑚𝑝𝑝 (𝑚𝑖𝑛 𝑖𝑛𝑣) 𝐼𝑖𝑛𝑣𝑚𝑎𝑥 𝑁𝑚𝑎𝑥 𝑁𝑚𝑖𝑛 𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 Inversor
do
inversor
Fronius
600V 230V 55,6A ≤ 15,64 ≥ 9,73 ≤ 6,58 IG Plus 12kW
150 V-3
𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 × 𝑉𝑜𝑐(𝑠𝑡𝑐) = 14𝑥36,9 = 516,6 Verifica-se que a tensão dos painéis em série
não está dentro da faixa MPPT do inversor (
𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 × 𝑉𝑚𝑝𝑝(𝑠𝑡𝑐) = 14𝑥29,8 = 417,2
230-500V)
Verifica-se que a corrente das fileiras não
𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 × 𝐼𝑚𝑝𝑝(𝑠𝑡𝑐) = 4𝑥8,23 = 32,92 ultrapassa a corrente máxima de entrada do
inversor (32,92<55,6A)
Potência total 13720 W
Apesar de essa escolha ser a mais próxima da potência máxima que esta região
pode gerar, não é a escolha mais apropriada, uma vez que está fora da faixa de operação
do sistema, então a melhor escolha foi:
𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 × 𝑉𝑜𝑐(𝑠𝑡𝑐) = 13𝑥36,9 = 479,7 Verifica-se que a tensão dos painéis em série
está dentro da faixa MPPT do inversor ( 230-
𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 × 𝑉𝑚𝑝𝑝(𝑠𝑡𝑐) = 13𝑥29,8 = 387,4
500V)
Verifica-se que a corrente das fileiras não
𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 × 𝐼𝑚𝑝𝑝(𝑠𝑡𝑐) = 4𝑥8,23 = 32,92 ultrapassa a corrente máxima de entrada do
inversor (32,92<55,6A)
Potência total 12740 W
83
Asilo (frente)
Para esta unidade geradora será usado o Inversor String da WEG SIW500
ST017, cuja potência de saída é 17kW.
Potência
de saída
𝑉𝑚𝑎𝑥.𝑖𝑛𝑣 𝑉𝑚𝑝𝑝 (𝑚𝑖𝑛 𝑖𝑛𝑣) 𝐼𝑖𝑛𝑣𝑚𝑎𝑥 𝑁𝑚𝑎𝑥 𝑁𝑚𝑖𝑛 𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 Inversor
do
inversor
SIW500
1000V 400V 33A ≤ 26,07 ≥ 16,93 ≤ 3,91 17kW
ST017
𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 × 𝑉𝑜𝑐(𝑠𝑡𝑐) = 25𝑥36,9 = 922.5 Verifica-se que a tensão dos painéis em série
não está dentro da faixa MPPT do inversor (
𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 × 𝑉𝑚𝑝𝑝(𝑠𝑡𝑐) = 25𝑥29,8 = 745
400-800V)
Verifica-se que a corrente das fileiras não
𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 × 𝐼𝑚𝑝𝑝(𝑠𝑡𝑐) = 3𝑥8,23 = 24,69 ultrapassa a corrente máxima de entrada do
inversor (24,69<33A)
Potência total 1875W
Apesar de essa escolha ser a mais próxima da potência máxima que esta região
pode gerar, não é a escolha mais apropriada, uma vez que está fora da faixa de operação
do sistema, 925,5 V > 800 V, então a melhor escolha foi:
84
𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 Potência Total
3 21 15435 W
𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 × 𝑉𝑜𝑐(𝑠𝑡𝑐) = 21𝑥36,9 = 774,9 Verifica-se que a tensão dos painéis em série
está dentro da faixa MPPT do inversor ( 400-
𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 × 𝑉𝑚𝑝𝑝(𝑠𝑡𝑐) = 21𝑥29,8 = 625,8
800V)
Verifica-se que a corrente das fileiras não
𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 × 𝐼𝑚𝑝𝑝(𝑠𝑡𝑐) = 3𝑥8,23 = 24,69 ultrapassa a corrente máxima de entrada do
inversor (24,69<33A)
Potência total 15435W
Asilo (trás)
Potência
de saída
𝑉𝑚𝑎𝑥.𝑖𝑛𝑣 𝑉𝑚𝑝𝑝 (𝑚𝑖𝑛 𝑖𝑛𝑣) 𝐼𝑖𝑛𝑣𝑚𝑎𝑥 𝑁𝑚𝑎𝑥 𝑁𝑚𝑖𝑛 𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 Inversor
do
inversor
Fronius
600V 230V 55,6A ≤ 15,64 ≥ 9,73 ≤ 6,58 IG Plus 12kW
80 V-3
𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 × 𝑉𝑜𝑐(𝑠𝑡𝑐) = 10𝑥36,9 = 369 Verifica-se que a tensão dos painéis em série
está dentro da faixa MPPT do inversor ( 230-
𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 × 𝑉𝑚𝑝𝑝(𝑠𝑡𝑐) = 10𝑥29,8 = 298
500V)
Verifica-se que a corrente das fileiras não
𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 ×= 5𝑥8,23 = 32,92 ultrapassa a corrente máxima de entrada do
inversor (32,92<55,6A)
Potência total (com os dois inversores) 24.500 W
85
Rodoviária
Para a Rodoviária e para a Divisão de transportes será usado o inversor da WEG
SIW700 T050-22.
Potência
de saída
𝑉𝑚𝑎𝑥.𝑖𝑛𝑣 𝑉𝑚𝑝𝑝 (𝑚𝑖𝑛 𝑖𝑛𝑣) 𝐼𝑖𝑛𝑣𝑚𝑎𝑥 𝑁𝑚𝑎𝑥 𝑁𝑚𝑖𝑛 𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 Inversor
do
inversor
SIW700
800V 360V 180 ≤ 20,86 ≥ 15,23 ≤ 21,3 T050- 50kW
22
𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 𝑥𝑉𝑜𝑐(𝑠𝑡𝑐) = 18𝑥36,9 = 664,2 Verifica-se que a tensão dos painéis em série
está dentro da faixa MPPT do inversor ( 360-
𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 𝑥𝑉𝑚𝑝𝑝(𝑠𝑡𝑐) = 18𝑥29,8 = 536,4
700V)
Verifica-se que a corrente das fileiras não
𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 𝑥𝐼𝑚𝑝𝑝(𝑠𝑡𝑐) = 12𝑥8,23 = 98,76 ultrapassa a corrente máxima de entrada do
inversor (98,76<180)
Potência total (com os 6 inversores) 317520 W
86
Divisão de transportes
Potência
de saída
𝑉𝑚𝑎𝑥.𝑖𝑛𝑣 𝑉𝑚𝑝𝑝 (𝑚𝑖𝑛 𝑖𝑛𝑣) 𝐼𝑖𝑛𝑣𝑚𝑎𝑥 𝑁𝑚𝑎𝑥 𝑁𝑚𝑖𝑛 𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 Inversor
do
inversor
SIW700
800V 360V 180 ≤ 20,86 ≥ 15,23 ≤ 21,3 T050- 50kW
22
𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 × 𝑉𝑜𝑐(𝑠𝑡𝑐) = 17𝑥36,9 = 627,3 Verifica-se que a tensão dos painéis em série
está dentro da faixa MPPT do inversor ( 360-
𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 × 𝑉𝑚𝑝𝑝(𝑠𝑡𝑐) = 17𝑥29,8 = 506,6
700V)
Verifica-se que a corrente das fileiras não
𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 × 𝐼𝑚𝑝𝑝(𝑠𝑡𝑐) = 12𝑥8,23 = 98,76 ultrapassa a corrente máxima de entrada do
inversor (98,76<180)
Potência total (com os 3 inversores) 149940 W
87
Para as unidade geradoras da Rodoviária e da Divisão de transportes, cuja
potência é maior que 75 kW, de acordo com a norma da distribuidora, essas unidades
deverão ser conectadas em média tensão, necessitando de transformadores elevadores
de 220V/13,8kV com potência adequada para cada local [19].
88
5. Usina Fotovoltaica
É sabido que os dez maiores consumidores de energia elétrica de todos os
prédios vinculados ao orçamento da Prefeitura consomem uma média mensal de
34.022,46 kWh, de um total de 378.041 kWh. Além disso, após o dimensionamento
realizado no Capítulo 4, verificou-se que a potência mínima para abastecer essas
unidade geradoras é de 396,928 kW, sendo possível instalar um sistema com potência
de 588,735 kW, correspondente a 2.578,66 kWh/dia. Sendo assim, esse excedente de
geração será transferido para outras unidades consumidoras, cujas contas de energia
elétrica são vinculadas ao orçamento da prefeitura de Pádua, dos quais não foram
listadas entre os dez maiores pontos de consumo no item 4.1.
Diante disso, este capítulo irá dimensionar uma Usina Fotovoltaica (UFV) com o
objetivo de suprir todo o consumo restante referente às contas vinculadas ao orçamento
da Prefeitura. Vale a pena ressaltar que, na Resolução 482/2012 da ANEEL não poderia
compensar a energia proveniente de locais que sejam diferentes das Unidades
estabelecidas como consumidoras. Porém, com a atualização desta Resolução divulgada
em dezembro de 2015, permite que esse tipo de compensação exista desde que seja na
mesma área de concessão e mesma titularidade da Unidade Consumidora e seja atendida
pela mesma distribuidora, sendo denominado como autoconsumo remoto [23].
378041 𝑘𝑊ℎ
− 2578,66 = 10022,71
30 𝑑𝑖𝑎
𝑘𝑊ℎ
𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑎 10022,71[ 𝑑𝑖𝑎 ]
𝑃𝑈𝐹𝑉 = = = 2288,29 𝑘𝑊
𝐻𝑆𝑃 ℎ
4,38[ ]
𝑑𝑖𝑎
89
5.1 Localização
O projeto dessa usina será feito para uma área próxima da subestação da cidade
de Santo Antônio de Pádua (69 kV/13,8 kV), sendo possível ser conectada através de
um transformador elevador 220 V/13,8 kV à rede de distribuição de média tensão de
13,8kV e capacidade adequada para suportar a potência da UFV, ilustrada na Figura 58.
Nas proximidades da subestação existe uma área livre de aproximadamente 100.000 m²,
estimada pelo Google Earth Pro, sendo mais do que o suficiente para uma UFV de
2,25 MW.
𝑃𝑈𝐹𝑉 2,25 MW
𝑁= = = 9183,67 𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠
𝑃𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙 245𝑊
90
Para esta quantidade de painéis, será necessária uma área mínima de 15.107,14
m², sem levar em consideração a distância entre os painéis para circulação de pessoas
para manutenção e a área que deverá ser disponibilizada para os equipamentos do
sistema, como os inversores, transformadores, dentre outros.
5.3 Inversor
O inversor escolhido foi o T125-22 da WEG com potência de 125 kW, cuja
folha de dados é apresentada na Figura 59. Para o dimensionamento dos inversores,
assumiu-se que a potência nominal da usina no lado de corrente alternada seja igual a
2,25MW, isto corresponde a 96,8% da potência ideal calculada na seção 5, sendo
necessários 18 inversores destes especificados.
91
Portanto, tendo em vista a equação (7), que será reproduzida abaixo, o intervalo
de potência que o inversor deve respeitar está representado na Tabela 14.
.
𝑃𝑝𝑣 𝑃𝑝𝑣
0,7 𝑥 < 𝑃𝑖𝑛𝑣𝑑𝑐 < 1,2 𝑥
𝑛 𝑛
Com isso verifica-se que a escolha do inversor está coerente com o cálculo
realizado.
A partir dos dados do painel fotovoltaico mostrado na Tabela 11, dos valores
corrigidos para o projeto explicitado na Tabela 12, das Equações (12) a (15) para o
cálculo do número de painéis em série e números de fileiras, e, também, dos dados dos
inversores apresentados na Tabela 15, a melhor escolha para o arranjo fotovoltaico para
esta UFV é:
92
arranjo é conectado a um inversor. Para toda a usina serão necessários 18 arranjos deste
especificado.
93
Figura 60: String Control 250/30 DCD DF
94
controle para os inversores que a transformam em corrente alternada e a levam a um
transformador para a elevação da tensão e distribuição da potência gerada.
95
6. Análise econômica
Essa etapa do projeto será realizada em duas partes. Na primeira etapa será feito
o cálculo do custo do projeto somente das unidades geradoras localizadas nos telhados
dos prédios e sua análise econômica. A segunda parte incluirá o custo da instalação da
Usina Fotovoltaica de 2,25 𝑀𝑊 e será realizada, também, uma análise econômica do
projeto global que atenderá toda a demanda da prefeitura.
Esta análise econômica visa avaliar o potencial de retorno do investimento,
levando a decidir se é viável a construção do sistema fotovoltaico proposto por este
Projeto de Graduação. Para isso, será realizado um estudo de viabilidade econômica
utilizando os indicadores econômicos próprios para análise de projetos: Payback, VPL
(Valor Presente Líquido) e TIR (Taxa Interna de Retorno).
Payback
Payback é o período de tempo que será necessário para reaver o retorno de todo
o investimento inicial, ou seja, é o período em que o fluxo de caixa acumulado muda de
negativo para positivo. Quanto menor for este período, mais atrativo o investimento
será.
O payback pode ser simples ou descontado. No primeiro, não é considerada a
taxa de juros, nem a inflação do período, com isso, é mais aconselhável para projetos
com recuperação do capital inicial em curto espaço de tempo. Já no payback
descontado, o fator tempo no valor do dinheiro é considerado, uma vez que considera
uma taxa de desconto. Essa por sua vez, é a taxa mínima de atratividade (TMA),
determinada pelo próprio investidor. Então, pode afirmar que o payback descontado é
um mecanismo financeiro que analisa o tempo necessário para recuperação do
investimento dos fluxos líquidos de caixa descontado, levando em consideração o custo
do capital.
Portanto, neste projeto de análise econômica fará uso do Payback descontado e
será considerada a taxa mínima de atratividade (TMA) de 6,5%. Para determinar essa
taxa foi utilizado o Sistema de Expectativa de Mercado do Banco Central do Brasil, a
média de 12 meses do IPCA do período de Janeiro a Dezembro de 2015 [31].
96
VPL
O Valor Presente Líquida (VPL) leva em consideração o valor do dinheiro no
tempo, ou seja, o valor do dinheiro com as correções, neste caso 6,5%, aplicadas a ele.
O VPL do investimento é a diferença entre os benefícios gerados pelo projeto e seus
custos. O cálculo é feito a partir do Payback descontado. A equação representa o cálculo
do VPL.
𝑛
𝐹𝐶𝑡
𝑉𝑃𝐿 = −𝐼0 + ∑
(1 + 𝑟)𝑡
𝑡=1
TIR
A taxa interna de retorno (TIR) é a taxa de desconto que, quando aplicada a um
fluxo de caixa, faz com que os valores das despesas, trazidos ao valor presente, seja
igual dos retornos dos investimentos. Em outras palavras, a TIR representa uma taxa
que se aplicada como taxa de desconto, torna o VPL nulo. Quanto maior o TIR, mais
lucrativo será o projeto.
Para TIR=TMA e VPL=0, o projeto gera uma taxa de rentabilidade igual a taxa
de desconto do investimento.
Se TIR>TMA e VPL>0, o projeto gera uma taxa de rentabilidade maior que a
taxa de desconto do investimento, ou seja, é um projeto viável.
Se TIR<TMA e VPL<0, o projeto não consegue gerar uma taxa de rentabilidade
maior que a taxa de desconto, ou seja, o projeto é considerado inviável.
A equação 16 determina a TIR.
𝐹𝐶
−𝐼0 + ∑𝑛𝑡=1 (1+𝑇𝐼𝑅)
𝑡
𝑡 =0,
(16)
97
6.2 Sistema fotovoltaico sem a UFV
Instalação e
Potência Painéis Inversores Total
Montagem
Residencial (4-6kWp) 2,23 0,57 0,70 3,50
Residencial (8-10kWp) 2,02 0,50 0,63 3,15
Comercial (100kWp) 1,74 0,42 0,54 2,70
Industrial (>=100 kWp) 1,60 0,30 0,48 2,38
Instalação e
Potência Painéis Inversores Total
Montagem
Residencial (4-6kWp) 10.746 2.747 3.373 16.865
Residencial (8-10kWp) 9.734 2.409 3.036 15.179
Comercial (100kWp) 8.384 2.024 2.602 13.010
Industrial (≥1000 kWp) 7.710 1.446 2.313 11.468
Vale ressaltar que os valores encontrados aqui podem não refletir a realidade de
custos deste sistema, uma vez que a base dos cálculos foi realizada em cima dos custos
do mercado internacional, onde o mercado fotovoltaico é amplo e competitivo, diferente
98
do Brasil, que ainda é incipiente, possibilitando um índice de internalização maior que
os 25% considerados.
Diante disso, pode-se verificar que para o sistema fotovoltaico sem a usina, cuja
potência é de 588735 W, como visto anteriormente no Capítulo 4, e a partir dos custos
do kWp da Tabela 17 o custo deste sistema será de:
588735𝑥13,010 = 𝑅$7.653.555,00
5
Para determinar a tarifa de energia elétrica deste projeto foi utilizada a média das tarifas das
contas de energia da Prefeitura.
99
Tabela 18: Payback descontado do sistema sem a usina
0 -R$7.653.555,00 -7.653.555,00
1 928317.60 0.39 363900.50 76535.55 269826.24 -7460264.31
2 923676.01 0.42 388295.66 76535.55 342344.47 -7117919.83
3 919057.63 0.45 414326.23 76535.55 342999.59 -6774920.24
4 914462.34 0.48 442101.83 76535.55 343655.96 -6431264.28
5 909890.03 0.52 471739.45 76535.55 344313.58 -6086950.70
6 905340.58 0.56 503363.92 76535.55 344972.47 -5741978.23
7 900813.88 0.60 537108.43 76535.55 345632.61 -5396345.62
8 896309.81 0.64 573115.10 76535.55 346294.02 -5050051.60
9 891828.26 0.69 611535.59 76535.55 346956.69 -4703094.91
10 887369.12 0.74 652531.72 76535.55 347620.63 -4355474.27
11 882932.27 0.79 696276.14 76535.55 348285.85 -4007188.43
12 878517.61 0.85 742953.10 76535.55 348952.33 -3658236.10
13 874125.02 0.91 792759.19 76535.55 349620.09 -3308616.00
14 869754.40 0.97 845904.18 76535.55 350289.13 -2958326.87
15 865405.63 1.04 902611.90 76535.55 350959.45 -2607367.42
16 861078.60 1.12 963121.20 76535.55 351631.05 -2255736.37
17 856773.21 1.20 1027686.92 76535.55 352303.94 -1903432.44
18 852489.34 1.29 1096580.99 76535.55 352978.11 -1550454.33
19 848226.89 1.38 1170093.59 76535.55 353653.58 -1196800.75
20 843985.76 1.48 1248534.32 76535.55 354330.33 -842470.42
21 839765.83 1.59 1332233.57 76535.55 355008.38 -487462.04
22 835567.00 1.70 1421543.84 76535.55 355687.73 -131774.30
23 831389.17 1.82 1516841.30 76535.55 356368.38 224594.08
24 827232.22 1.96 1618527.31 76535.55 357050.33 581644.41
25 823096.06 2.10 1727030.14 76535.55 357733.59 939378.00
6
Geração com depreciação de 0,5% ao ano
7
Tarifa de energia com reajuste de 7,24% ao ano
8
Custo de Operação e Manutenção corresponde a 1% do investimento inicial
9
Fluxo de caixa com aplicação de uma TMA de 6,5% ao ano
100
Através dos resultados de Payback Descontado expostos na Tabela 19, nota-se
que este projeto terá o retorno do investimento inicial em 22 anos. Além disso, após os
25 anos, quando encerra a garantia dos painéis, o valor presente líquido do projeto será
de R$ 939.378,00e a taxa interna de retorno de 7,52%.
Portanto, de acordo com os resultados estabelecidos nessa unidade, a solução
mostra-se viável. Contudo, tendo em vista o longo tempo de retorno, conclui-se que o
investimento não é atraente para implantação. Acredita-se que isso seja um reflexo na
conjuntura econômica da época desse estudo, uma vez que o valor elevado do dólar
torna os custos de investimentos demasiadamente elevados.
Com isso, para instalar todo este sistema com a UFV, correspondendo a um total
de 4.683.308,40 kWh/ano, será necessário de um investimento inicial de:
101
Tabela 19: Payback descontado do sistema com a usina
Tarifa De Fluxo de
Investimento Geração com Remuneração Payback
Ano energia O&M caixa
inicial depreciação anual Descontado
(R$/kWh) descontado
0 R$34963450.20 -35313084.70
1 4683308.4 0.39 1835856.89 349634.50 1395513.98 -33917570.72
2 4659891.86 0.42 1958929.07 349634.50 1418849.49 -32498721.22
3 4636592.40 0.45 2090251.75 349634.50 1440968.41 -31057752.81
4 4613409.44 0.48 2230378.05 349634.50 1461945.39 -29595807.42
5 4590342.39 0.52 2379898.13 349634.50 1481850.52 -28113956.90
6 4567390.68 0.56 2539441.75 349634.50 1500749.62 -26613207.28
7 4544553.72 0.60 2709680.84 349634.50 1518704.49 -25094502.79
8 4521830.96 0.64 2891332.43 349634.50 1535773.16 -23558729.64
9 4499221.80 0.69 3085161.57 349634.50 1552010.11 -22006719.52
10 4476725.69 0.74 3291984.63 349634.50 1567466.52 -20439253.00
11 4454342.06 0.79 3512672.70 349634.50 1582190.42 -18857062.58
12 4432070.35 0.85 3748155.25 349634.50 1596226.93 -17260835.66
13 4409910.00 0.91 3999424.08 349634.50 1609618.39 -15651217.27
14 4387860.45 0.97 4267537.47 349634.50 1622404.59 -14028812.67
15 4365921.15 1.04 4553624.65 349634.50 1634622.88 -12394189.79
16 4344091.54 1.12 4858890.54 349634.50 1646308.31 -10747881.48
17 4322371.09 1.20 5184620.84 349634.50 1657493.83 -9090387.65
18 4300759.23 1.29 5532187.45 349634.50 1668210.34 -7422177.32
19 4279255.43 1.38 5903054.24 349634.50 1678486.88 -5743690.43
20 4257859.16 1.48 6298783.19 349634.50 1688350.72 -4055339.71
21 4236569.86 1.59 6721041.01 349634.50 1697827.45 -2357512.26
22 4215387.01 1.70 7171606.16 349634.50 1706941.12 -650571.14
23 4194310.08 1.82 7652376.29 349634.50 1715714.28 1065143.14
24 4173338.53 1.96 8165376.30 349634.50 1724168.14 2789311.29
25 4152471.83 2.10 8712766.79 349634.50 1732322.60 4521633.89
102
7. Análise dos Resultados
Neste capítulo são apresentados os resultados obtidos através do projeto
realizado para fins de avaliação do atendimento aos objetivos propostos como solução
do problema identificado e apresentado na introdução do trabalho.
O fornecimento de energia elétrica no município de Santo Antônio de Pádua fica
a cargo da Concessionária de distribuição de energia elétrica AMPLA, abastecendo
21.661 instalações, distribuídas nas diversas classes de consumo (residencial, industrial,
comercial, institucional e iluminação pública), cujo serviço prestado não atende
atualmente à demanda do município. Representantes das indústrias paduanas queixam-
se da ineficiência do fornecimento de energia, o qual apresenta problemas como
oscilações frequentes, interrupções prolongadas e picos de energia constantes. Além
disso, as indústrias trabalham com potência inferior à sua capacidade fabril e suas
máquinas estão inoperantes, uma vez que podem ser danificadas com as constantes
faltas de energia, o que impede o aumento da produção das fábricas e o crescimento
econômico da região [13].
O objetivo é produzir energia em áreas disponíveis de telhados de prédios
públicos municipais que se mostrarem viáveis sob caráter técnico, legal e econômico,
além da construção de uma usina fotovoltaica, cuja potência instalada seja igual a
2,25 MW.
Como proposta para resolver o problema do suprimento energético, muitas das
vezes, insuficiente, de baixa qualidade e pouco confiável, foram projetadas 7 estações
fotovoltaicas, distribuídas pela cidade, além de uma usina para fornecimento geral de
energia complementar para a rede de distribuição da cidade.
Como ponto de partida para o dimensionamento da demanda da prefeitura,
foram identificados os 10 maiores consumidores do poder público municipal, cuja
relação é mostrada na Tabela 19.
103
Tabela 20: Média mensal e consumo diário de cada estação
média consumo
UNIDADES/ENDEREÇOS mensal diário
(kwh/mês) (kwh/dia)
Prefeitura 7124.818 237.494
Pça. Pereira Lima (Fonte
4794.091 159.803
Luminosa)
Iluminação Rodoviária 4046.000 134.867
Sede 3685.182 122.839
Secretaria Municipal de
3408.727 113.624
Agricultura
Asilo N. S. Carmo(Artur Silva) 3452.727 115.091
Praça Pereira Lima e Semáforo 2796.000 93.200
Câmara Municipal 2509.091 83.636
Div. De transportes 1810,45 60,348
Iluminação Pública, Pç.Visconde 1234.000 41.133
Asilo N. S. Carmo(Artur Silva 131) 971.818 32.394
Total 34022,46 1134,08
104
Tabela 21: Geração dos 10 maiores consumidores
Potência
Área Livre Capacidade
Local necessária P (W)
(m²) (W)
(W)
Prefeitura 544,49 54222 61250 -7028
Como pode ser verificado na Tabela 21, o saldo da geração das sete unidades
geradoras é superior à demanda conjunta dos 10 locais definidos como maiores
consumidores públicos de Pádua. Sendo assim, a escolha definida para a instalação dos
painéis foi favorável em termos de geração fotovoltaica, uma vez que a área livre para a
instalação foi o suficiente para suprir a demanda necessária dos respectivos prédios e ter
um crédito perante a concessionária de 200.387 W. Esse saldo poderá ser consumido
pelas outras unidades da prefeitura além das dez analisadas, uma vez que o demanda
global é superior a esse saldo, 2.877,02 kW. Além disso, o custo para a instalação de
todos esses subsistemas, cujos equipamentos e geração estão demonstrados na Tabela
22, foi de R$ 7.653.555,00, gerando um retorno financeiro positivo a partir de 22 anos e
uma taxa interna de retorno de 7,52%, superior a TMA de 6,5%, tornando o projeto
viável.
105
Tabela 22: Arranjo Fotovoltaico de cada estação
Arranjo Potência
Local Fabricante Inversor Fotovoltaico do
𝑁𝑝𝑎𝑖𝑛é𝑖𝑠 𝑁𝑓𝑖𝑙𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠 Arranjo
Prefeitura Fronius 5x12kW 10 5 61250
Sede Fronius 1x7kW 10 3 7350
Câmara Fronius 1x12kW 13 4 12740
Asilo-frente WEG 1x17kW 21 3 15435
Asilo-trás Fronius 2x12kW 10 5 24500
Rodoviária WEG 6x50kW 18 12 317520
Div. Transp. WEG 3x50kW 17 12 149940
TOTAL 588735
106
Nesse novo panorama, o custo do projeto passou a ser de R$ 34.963.450,20.
Este sistema pode ser pago antes dos 25 anos e, sua taxa interna de retorno é 8,39%
superior taxa mínima de atratividade, sendo considerado viável, mas não atraente para
implantação.
O projeto é considerado viável no âmbito econômico e também atende o
objetivo de suprir a demanda total da prefeitura. Além disso, com estes sistemas de
geração auxiliar o fornecimento de energia através da concessionária local poderá
melhorar reduzindo as oscilações frequentes e os picos de energia aos seus
consumidores.
107
8. Conclusão e Trabalhos Futuros
108
(i) Somente para os subsistemas sem a UFV, cuja potência é de 588,735 kW e (ii) para o
conjunto dos subsistemas com a UFV. Para o primeiro caso, o investimento inicial foi
de R$7.653.555,00 e obteve retorno em 22 anos com VPL igual a R$ 939.378,00 e a
TIR de 7,52%. Para o segundo caso o investimento foi de R$ 34.963.450,20, obtendo o
retorno do seu investimento inicial em 22 anos com VPL igual a R$ 4.521.633.89 e a
TIR de 8,39%.
Os dois cenários foram considerados viáveis, sendo a TIR superior a inflação do
período considerado, 6,5% ao ano, mas não atraente para implantação. Caso houvesse
mais incentivo governamental, com redução dos impostos embutidos nos equipamentos,
por exemplo, esse cenário poderia ser mais favorável. Além disso, a crise econômica
vivenciada pelo país nesta época contribuiu para esses resultados.
Ao longo do projeto foram encontradas algumas dificuldades como contatar os
representantes da concessionária local para obter informações sobre o fornecimento de
energia, dito pelos consumidores ineficiente, e melhores explicações sobre o sistema de
conexão à rede entre a concessionária e o consumidor. Como alternativa para sanar as
dúvidas sobre o fornecimento e sobre as contas de energia elétrica da prefeitura,
consultou-se funcionários da Prefeitura, que permitiram o acesso às contas de energia
elétrica no período de um ano, podendo realizar o dimensionamento dos sistemas deste
projeto.
Quanto ao objetivo da elaboração deste projeto de fim de curso, foi considerado
viável para implantação e também atende o objetivo de suprir a demanda total da
prefeitura. Além disso, com estes sistemas de geração fotovoltaica a demanda por
energia perante a concessionária local poderá diminuir e, consequentemente, o seu
fornecimento de energia poderá melhorar, reduzindo as oscilações frequentes e os picos
de energia aos seus consumidores.
A implantação de um projeto desse porte pode trazer muitos benefícios para o
município. Geração de emprego na instalação e manutenção do sistema, a economia
com a energia pode ser investida em outros setores, como educação e saúde e uma
maior confiabilidade no fornecimento de energia, favorecendo, também, as indústrias,
que se queixam da ineficiência do fornecimento de energia da concessionária local.
Para trabalhos futuros seria interessante avaliar a solução proposta em um
cenário futuro em que incentivos podem torná-lo mais atrativo, e abordar um possível
modelo de negócio baseado em construções de grandes UFV, nas imediações do
município de Santo Antônio de Pádua, através de contratos de Parcerias Público-
109
Privada (PPP), com intuito de participar de leilões de energia elétrica. Outra sugestão
para futuros projetos seria a investigação de utilização da energia solar térmica para
implantação de grandes usinas que utilizam concentradores solares, as CSP
(Concentrated Solar Power), esse tipo de sistema concentra uma maior área de
incidência solar em uma menor superfície de captação, reduzindo o custo da produção
de energia.
110
Referências Bibliográficas
[2] MME/ EPE. Plano Decenal de Expansão de Energia 2023, 2014. Disponível em
http://www.epe.gov.br/Estudos/Documents/PDE2023.pdf
[13] Prefeito pede providencias à ANEEL para garantir crescimento das indústrias
paduanas, 2013. Disponivel em
http://www.santoantoniodepadua.rj.gov.br/ver_noticia,php?n=249, Acesso em
01/09/2015
111
[14] CRESESB-CEPEL, Manual de Engenharia para Sistemas Fotovoltáicos, Rio de
Janeiro, 2014. Disponível em
http://www.cresesb.cepel.br/publicacoes/download/Manual_de_Engenharia_FV_2014.p
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[15] MARTINS. Fernando Ramos; ABREU. Samuel Luna de; RÜTHER. Ricardo.
Atlas brasileiro de energia solar. São José Dos Campos: Inpe. 2006. Disponível em
http://www.ccst.inpe.br/wp-content/themes/ccst-2.0/pdf/atlas_solar-reduced.pdf
112
[26] ANEEL - Por dentro da Conta de Luz, Informação de utilidade pública, 6
edição. Disponível em
http://www.aneel.gov.br/biblioteca/downloads/livros/PorDentrodaContadeLuz_2013.pd
f
113
Anexo I
114