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Análise da viabilidade econômica da

locação de uma usina fotovoltaica

César Rodrigues Cireli


Fernanda Guimarães de Sousa
Mariana Borges Fávaro
Rogério Alves de Brito

Araçatuba - SP
2021
Análise da viabilidade econômica
da locação de uma usina fotovoltaica

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Elétrica


Orientador: Prof. Dr. Giuliano Pierre Estevam
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
UniSALESIANO – Araçatuba – SP.

Araçatuba - SP
2021
CIRELI, César Rodrigues – 1999
SOUSA, Fernanda Guimarães – 1997
FÁVARO, Mariana Borges – 2000
BRITO, Rogério Alves – 1998
Análise da viabilidade econômica da locação de uma usina
fotovoltaica
Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Elétrica
UniSALESIANO- Centro Universitário Católico Salesiano
Auxilium
1. Energia fotovoltaica 2. Usina fotovoltaica 3. Viabilidade
de Locação
Análise da viabilidade econômica da locação de uma usina fotovoltaica

Acadêmicos: César Rodrigues Cireli


Fernanda Guimarães de Sousa
Mariana Borges Fávaro
Rogério Alves de Brito

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Elétrica


Orientador: Prof. Dr. Giuliano Pierre Estevam
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
UniSALESIANO – Araçatuba – SP.
________________________________________________________
Prof.º
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium - UniSALESIANO

Data:

________________________________________________________
Prof.º
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium - UniSALESIANO

Data:

________________________________________________________
Prof.º
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium - UniSALESIANO

Data:
AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus por tudo que Ele realizou, realiza e realizará em
nossas vidas e de nossas famílias e amigos.

Ao UniSALESIANO – Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium –


Araçatuba – SP, pela graduação em Engenharia Elétrica.

Aos professores do UniSALESIANO, que sempre estiveram dispostos a ajudar e


contribuir para um melhor aprendizado.

A toda nossa família, por nunca medirem esforços para nos ajudar, apoiar, por sempre
nos incentivaram, e acreditarem que seríamos capazes de vencer todos os desafios.

Aos amigos e com muito carinho aos integrantes deste grupo que se comprometeram,
deram o melhor de si e acima de tudo não desistiram deste trabalho.

A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da nossa formação como


engenheiros e engenheiras eletricistas.

A todos o nosso muito obrigado!


RESUMO

O índice de investimento de energia solar fotovoltaica, tratando-se de uma energia limpa a


partir de fontes renováveis tem sido cada vez mais atrativo, aumentando gradualmente a cada
ano. O Brasil é um pais que apresenta em todas as regiões altos índices de irradiação solar
facilitando a aplicação do sistema. Situada na cidade de Araçatuba, no estado de São Paulo,
foi elaborado um estudo técnico e financeiro com o propósito em atender os pequenos
negócios, dependentes de grande consumo de energia, tem-se como objetivo deste trabalho
de conclusão de curso, analisar se a implementação de uma usina fotovoltaica de 1MW para
geração compartilhada é viável para locação. Visando que tal investimento gera economia,
credibilidade e valorização para o imóvel, evidenciamos a parte do público comerciante que
possui interesse, porém não possuem meios para a aplicação, tais como: condição financeira
para a execução do projeto; ausência de área adequada para a instalação das placas; possível
necessidade de regularização do padrão de energia local, não serem proprietários do imóvel;
entre outras objeções. Para melhor assimilação deste estudo teve-se como metodologia
descrever uma usina solar, compreender questões tributarias, tarifarias e do licenciamento do
setor, e realizar análises de custo da implementação (dinheiro investido) e do retorno (lucro
gerado ao locador) do investimento para conclusão do estudo da viabilidade sugerida.
Palavras-chave: Locação, Usina solar fotovoltaica, Viabilidade Econômica
ABSTRACT

The investment index of photovoltaic solar energy, being a clean energy from renewable
sources, has been increasingly attractive, increasing gradually each year. Brazil is a country
that presents in all regions high levels of solar irradiation, facilitating the application of the
system. Located in the city of Araçatuba, in the state of São Paulo, it was elaborated a
technical and financial study with the purpose in assisting the small businesses, dependent of
great consumption of energy, it has as objective of this course conclusion work, to analyze if
the implementation of a photovoltaic plant of 1MW for shared generation is viable for rent.
Aiming that such investment generates economy, credibility and valuation for the property,
we evidence the part of the commercial public that has interest, however they don't have
means for the application, such as: financial condition for the execution of the project;
absence of adequate area for the installation of the photovoltaic panels; possible need of
regularization of the local power unit, not being owners of the property; among other
objections. To better assimilate this study, the methodology was to describe a solar power
station, understand tax, tariff and licensing issues of the sector, and analyze the cost of
implementation (money invested) and the return (profit generated to the lessor) of the
investment to conclude the suggested feasibility study.
Keywords: Photovoltaic Solar Power Plant, Economic Viability, Lease
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Células Solares....................................................................................................17


Figura 2 – Sistema com o Inversor Solar...............................................................................18
Figura 3 – Estrutura Solar Fixa.............................................................................................20
Figura 4 – Estrutura Solar Seguidor......................................................................................21
Figura 5 – Cabine de medição com transformador alocado fora da cabine............................23
Figura 6 – Cabine de medição com transformador alocado dentro da cabine........................23
Figura 7 – Fator de Ajuste (a) ...............................................................................................29
Figura 8 – Fator de Ajuste (b) ...............................................................................................30
Figura 9 – Porcentagem de isenção do ICMS antes e depois dos decretos n°65.254 e
n°65.255................................................................................................................................35
Figura 10 – Alíquotas de PIS/CONFINS..............................................................................45
Figura 11 – IRPJ e CSLL: Alíquotas e base de cálculo.........................................................45
Figuras 12 – Valores referência aos impostos sobre o faturamento do investidor................46
Figura 13 - Gráfico do Payback relativo ao investimento.....................................................50
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Percentuais de cobrança de ICMS por faixa de consumo em kWh, conforme a


classe da unidade consumidora..............................................................................................26

Tabela 2 – Características Elétricas dos Módulo Fotovoltaicos da JINKO...........................39

Tabela 3 - Características Elétricas dos Inversores KSTAR de potência nominal 250 Kw…40

Tabela 4 - Características Elétricas do Cubículo de Média Tensão......................................41

Tabela 5 - Características da Estrutura de Solo Fixa............................................................41

Tabela 6 - Quantitativo dos Equipamentos...........................................................................42

Tabela 7 - Valor Total do Sistema........................................................................................43


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT NBR Associação Brasileira de Normas Técnicas Norma Brasileira


BNDS Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
CNPJ Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
CPF Cadastro de Pessoas Físicas
CPFL Companhia Paulista de Força e Luz
FV Fotovoltaico
INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia
OPEX Operational Expenditure
PASEP Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público
SFV Sistema Solar Fotovoltaico
SMA Secretaria do Meio Ambiente
UFV Usina Solar Fotovoltaica
SELIC Sistema Especial de Liquidação e de Custódia
SUMÁRIO

1 CAPÍTULO I ..........................................................................................................13

1.1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................13

1.1.1 Objetivo Geral .........................................................................................................14

1.1.2 Objetivos Específicos ..............................................................................................14

1.1.3 Justificativa ..............................................................................................................15

2 CAPÍTULO II ........................................................................................................16

2.1 COMPONENTES DO SISTEMA FOTOVOLTAICO ......................................16

2.1.1 Módulos Fotovoltaico ..............................................................................................16

2.1.2 Inversores .................................................................................................................17

2.1.2.1 Fator de Direcionamento Inversor ...........................................................................18

2.1.3 Estrutura de Suporte ................................................................................................19

2.1.4 Medidor Bidirecional ...............................................................................................20

2.1.5 Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas (SPDA) ...............................20

2.1.6 Quadro Geral de Baixa Tensão (QGBT) .................................................................21

2.1.7 Transformador Trifásico (TF) ..................................................................................21

2.1.8 Cabine de Medição ................................. ................................................................21

2.2 MERCADO DE ENERGIA ..................................................................................23

2.3 TIPOS DE CONSUMIDORES .............................................................................24

2.4 ICMS, PIS E COFINS PRESENTES NAS TARIFAS DE ENERGIA .............24

2.5 REGULAÇÕES E CONCEITOS DO SETOR ENERGÉTICO .......................25

2.5.1 Resolução Normativa 482/12 ...................................................................................25


2.5.2 Resolução Normativa 687/15 ..................................................................................25

2.5.3 Autoconsumo Remoto .............................................................................................26

2.5.4 Geração Compartilhada ...........................................................................................26

2.5.5 Cooperativa ..............................................................................................................26

2.5.6 Consórcio .................................................................................................................27

2.5.7 Compensação de Créditos .........................................................................................27

2.5.8 Compensação de Créditos por Posto e Horário ........................................................28

2.6 LICENCIAMENTO AMBIENTAL DAS USINAS FOTOVOLTAICAS ..........30

3 CAPÍTULO III .........................................................................................................32

3.1 COMPOSIÇÃO DAS TARIFAS TUSD E TE........................................................32

3.2 CUSTO DE DISPONIBILIDADE ...........................................................................33

3.3 NOVOS VALORES PERCENTUAIS DE ICMS COBRADO SOBRE A


ENERGIA INJETADA TE ...............................................................................................34

3.4 ICMS COBRADO SOBRE A ENERGIA INJETADA TUSD ..............................35

3.5 CÁLCULO DO DESCONTO NA TARIFA ...........................................................35

4 CAPÍTULO IV .........................................................................................................38

4.1 COMPOSIÇÃO DA USINA DE 1MW ..................................................................38

5 CAPÍTULO V ...........................................................................................................43

5.1 REGIME TRIBUTÁRIO: LUCRO PRESUMIDO X LUCRO REAL................43

5.2 TRIBUTOS................................................................................................................44

5.3 VALORES REAIS PARA O PROJETO ...............................................................45

5.3.1 CAPEX ......................................................................................................................45

5.3.2 OPEX .......................................................................................................................46


5.3.3 Demanda Contratada .............................................................................................46

5.3.4 VPL .......................................................................................................................46

5.3.5 TIR e TMA.............................................................................................................47

5.3.6 IPCA ......................................................................................................................48

5.3.7 PAYBACK ............................................................................................................49

6. CONCLUSÃO .........................................................................................................50

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................52

ANEXO A..........................................................................................................................57
13

Capítulo I
FUNDAMENTAÇÃO DO PROJETO

1.1 INTRODUÇÃO

Considerando o atual momento que vivenciamos no setor energético, o Brasil busca


por maior diversificação para sua geração de energia elétrica, assim optando pelo
investimento em fontes de energias renováveis. Visando o Sol como a principal fonte da
energia solar fotovoltaica e levando em consideração que é uma energia limpa,
autossustentável, abundante e inesgotável na escala de tempo terrestre, o Brasil por sua vez
apresenta um dos melhores recursos solares do planeta, sendo assim, o aproveitamento de
energia gerada por este astro é, sem dúvidas, uma das alternativas energéticas mais propícias
para a humanidade.

Segundo a ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), no ano


de 2020 mesmo com o mundo inteiro enfrentando o cenário do colapso sanitário devido ao
novo coronavírus (Sars-CoV-2), no Brasil o setor adicionou 1381 megawatts (MW) em
capacidade instalada, o que representa um crescimento de 30,6% frente ao histórico
consolidado até o final de 2019 (Meyer; Sauaia; Koloszuk, 2020).

Dentro do processo de geração de energia fotovoltaica, na qual a irradiação solar é


transformada em energia elétrica, a implantação de sistemas fotovoltaicos engloba desde a
instalação em telhados, fachadas até a construção de usinas geradoras de grande porte.
Levando em consideração a construção de usina solar fotovoltaica com potência instalada de
1 MW e com o intuito de geração compartilhada para atender um grupo específico de
comerciantes, este trabalho acadêmico tem por objetivo analisar técnica e economicamente
se há a viabilidade de locação da energia gerada.

A estrutura deste trabalho é composta por cinco capítulos. O capítulo um é dedicado


à exposição das motivações, da justificativa e dos objetivos deste estudo. O capítulo dois
contém toda a fundamentação teórica, ou seja, todo o embasamento científico que permite a
análise prevista. O capítulo três traz consigo a metodologia de cálculo para analisar o efeito
14

econômico do aluguel para o locatário. O capítulo quatro aborda o orçamento realizado para
a construção da usina. O capítulo cinco analisa o retorno financeiro e, por fim, a conclusão
apresenta os resultados encontrados.

1.1.1 Objetivo Geral

Este trabalho visa o estudo da viabilidade de uma fazenda solar compartilhada, com
o intuito de abordar uma possível solução para o grupo de comerciantes que não atendem as
condições necessárias para adentrar no setor de energia solar fotovoltaica.

1.1.2 Objetivos Específicos

● Descrever quais são os principais equipamentos utilizados para a construção de uma


usina solar fotovoltaica;
● Diferenciar os tipos de usina solar fotovoltaica existentes (geração distribuída e
geração centralizada) e caracterizar o mercado de energia;
● Descrever o grupo de consumidores (grupo B);
● Conceituar todas as tarifas de energia aplicadas ao setor;
● Apresentar a situação de licenciamento de usinas fotovoltaicas no Brasil;
● Executar o orçamento do sistema fotovoltaico que será construído;
● Analisar a viabilidade econômica do projeto para a locação.
15

1.1.3 Justificativa

A escolha desse estudo, se deve ao fato de que, atualmente a demanda pela aquisição
de um sistema de energia solar fotovoltaico aumentou significativamente, segundo a Agência
Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), no primeiro semestre de 2021, foram 142.199 novas
adesões de consumidores à modalidade – número 44,3% maior que o crescimento verificado
no primeiro semestre de 2020 - quando foram 98.502 novas mini usinas. (Portal R7, 2021).
A demanda abrange tanto consumidores residenciais ou comerciais, até cooperativas e
consórcios que produzem a energia normalmente em áreas maiores (conhecidas como
fazendas solares) e negociam a geração de créditos que podem ser usados pelo consumidor.

O cenário de pandemia causou um aumento no consumo de energia elétrica em alguns


setores e, paralelamente, a crise hídrica no Brasil levou ao déficit na geração por parte das
usinas hidrelétricas, o resultado foi uma mudança considerável nos valores das tarifas
cobradas pelas distribuidoras e toda essa problemática proporciona uma maior visibilidade
no segmento de energia solar.

A partir desta argumentação, analisando o cenário dos comerciantes, muitos desses


consumidores não estão dentro das normas, não possuem local apropriado para instalação
e/ou não são proprietários do imóvel onde se deseja aderir a esta modalidade. O sistema
proposto foi projetado para atender unidades consumidoras como: açougue, conveniência e
sorveteria, com a proposta de facilitar o acesso a essa fonte de energia renovável trazendo
economia, praticidade e contribuindo diretamente dentro do setor de energia sustentável.
16

Capítulo II
COMPOSIÇÃO DA USINA SOLAR E MODELOS DE GERAÇÃO

2.1 COMPONENTES DO SISTEMA FOTOVOLTAICO

Dentro do cenário de energia solar fotovoltaica, foram observados componentes


indispensáveis para a formação de um sistema, sendo divididos entre: o bloco gerador
(painéis solares, cabos e estrutura de suporte), o bloco de condicionamento de potência
(inversores e controladores de carga) e a cabine de medição. Entretanto, os módulos
fotovoltaicos são sem dúvidas os principais de todo processo. Junto a ele fazem parte a
estrutura metálica, cabeamento, transformadores, inversores, dispositivos de proteção contra
surtos, medidor bidirecional, cabine, entre outros.

2.1.1 Módulos fotovoltaicos

Os módulos fotovoltaicos são constituídos pelo agrupamento de várias células


solares, sendo elas, as responsáveis por absorver e converter a energia da luz do sol em
energia elétrica, a interligação de mais de um módulo é denominada de painel solar, conforme
ilustrado a seguir na Figura 1:

Figura 1 - Células Solares

Fonte: Recicloteca
17

Existem no mercado atualmente dois tipos de módulos, o monocristalino e o


policristalino, ambos possuem em sua fabricação como principal elemento o silício,
composto por elétrons que são energizados ao contato com a luz solar. O monocristalino é
fabricado apenas utilizando o elemento silício (Si) dando assim eficiência de 15 a 22% devido
às suas propriedades semicondutoras, já o policristalino é utilizado em sua fabricação outros
tipos de cristais tendo uma eficiência de 14 a 20%.

2.1.2 Inversores

Fazendo parte do kit de um sistema, o inversor solar é responsável por converter a


energia gerada em corrente contínua (CC) pelos módulos solares, em corrente alternada
(CA), assim entregando à rede elétrica a energia gerada em amplitude desejável. O
dimensionamento do inversor depende da potência do sistema fotovoltaico e do FDI (Fator
de Dimensionamento do Inversor). A Figura 2 a seguir, ilustra o posicionamento do inversor
solar dentro do sistema fotovoltaico comum:

Figura 2 - Sistema com o Inversor Solar

Fonte: BCM Energia


18

O inversor interativo, conhecido como on-grid, é um dispositivo que permite a


interligação direta às redes da distribuidora. Deste modo, como são conectados à rede é por
meio da energia gerada que são criados os créditos. É exigido pelas distribuidoras o registro
no INMETRO do inversor dimensionado para aprovação do projeto. O equipamento em si
necessita seguir funções necessárias que garantam a segurança e eficiência do sistema, pois
dependerá do inversor a extração da máxima potência dos painéis.

No Brasil o inversor para conexão à rede deve atender à norma ABNT NBR
16149:2013 (ABNT, 2013b), que estabelece parâmetros como: faixas de variação de tensão
e frequência, distorção harmônica total, proteção contra ilhamento, fator de potência, etc.
(Manual de Engenharia, pág. 239).

Na ocorrência de queda de tensão na rede elétrica pública, o inversor é desligado


automaticamente, garantindo a segurança de todo sistema fotovoltaico, equipamentos e até
mesmo de pessoas que possam estar em contato direto. Este mecanismo se dá por anti-
ilhamento.

2.1.2.1 Fator de dimensionamento do inversor

O fator de dimensionamento de inversores (FDI), é a relação entre a potência nominal


do inversor e a potência nominal máxima do gerador fotovoltaico. Deve-se levar em
consideração a área total, a potência dos módulos e o local de operação do sistema, visto que
tende a exigir mais do inversor quando este é instalado em regiões com índices de radiação
elevados com a intenção de compensar perdas de potência entre o arranjo dos módulos e
inversor.
19

2.1.3 Estruturas de suporte

No cenário deste estudo a instalação ocorre no solo. A montagem dos painéis é feita
sobre uma estrutura de alumínio ou aço inoxidável e fixadas em concreto como apresentado
na Figura 3. É importante que a escolha do material assegure uma boa resistência contra o
peso das placas, ação de chuvas e ventos e consequentemente de seus desgastes, atendendo
sobretudo a segurança e todas às exigências e padrões da construção para garantir máxima
eficiência e vida longa da instalação.

Figura 3 - Estrutura Solar Fixa

Fonte: Portal Solar

Existem mais de uma alternativa de estrutura, elas podem ser do tipo fixa (Figura 3)
ou seguidor representado abaixo na Figura 4. No modelo fixa, os módulos são posicionados
em um ângulo de inclinação fixo, direcionadas em apenas um sentido, portanto em alguns
momentos esta alternativa promove um pouco menos de produção de energia em relação aos
seguidores, porém tem um melhor custo financeiro e fácil montagem. O tipo seguidor, ou do
inglês trackers, funcionam por meio do rastreamento e captação de energia solar, ou seja,
movem-se conforme a orientação do sol durante todo o dia, tendo o intuito de aumentar a
produção de energia solar.
20

Figura 4 - Estrutura Solar Seguidor

Fonte: Portal Solar

2.1.4 Medidor bidirecional

Dentro do processo de instalação de um projeto, quando trabalhamos com o sistema


conectado à rede, para medição de energia é utilizado um medidor bidirecional no lugar do
medidor convencional (relógio de energia). O medidor bidirecional tem como função medir
a energia consumida pela instalação, a quantidade de energia solar gerada (kWh) e a que foi
injetada na rede elétrica.

2.1.5 Sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA)

O SPDA visa garantir a redução de possíveis danos dos equipamentos que fazem
parte da instalação, considerando que os sistemas solares ficam extremamente vulneráveis às
descargas elétricas, e também evita ferimentos ou até mesmo óbitos de funcionários que
estejam no local. Complementares uma à outra, a ABNT possui duas normas técnicas
específicas para proteção contra descargas atmosféricas: a ABNT NBR 5419-
13/24/35/46:2015 “Proteção contra descargas atmosféricas” e a ABNT NBR 16785:20197
“Proteção contra descargas atmosféricas – Sistemas de alerta de tempestades elétricas”.
(Santos, 2020)
21

2.1.6 Quadro geral de baixa tensão (QGBT)

Os QGBT's dimensionados para atuação em uma UFV, são responsáveis por fazerem
a interligação dos inversores com os transformadores, trazendo assim benefícios importantes
como: redução de riscos de panes elétricas e danos aos equipamentos, aumento da
estabilidade, da segurança e da organização do sistema.

2.1.7 Transformador trifásico (TF)

O transformador trifásico é um dispositivo utilizado para modificar, seja para


aumentar ou diminuir a tensão, ajustando ao nível compatível à tensão disponibilizada pela
rede. Tornando o sistema mais seguro, o transformador possibilita a isolação completa entre
o lado CC do lado CA impedindo a circulação de correntes de fuga. (OLIVEIRA, 2012)

2.1.8 Cabine de medição

A cabine de medição instalada na UFV agrupa todo o sistema de proteção da rede


elétrica, composto por disjuntor geral, relés, transformadores de corrente (TC),
transformadores de potência (TP) para medição da concessionária. O transformador trifásico
pode ser instalado dentro da cabine em usinas com capacidade de geração até 1 MW. Acima
desta geração o TF é instalado fora da cabine de medição.
22

Figura 5 - Cabine de medição com transformador alocado fora da cabine.

Fonte: Ferreira, 2020

Figura 6 - Cabine de medição com transformador alocado dentro da cabine.

Fonte: Ferreira, 2020


23

2.2 MERCADO DE ENERGIA

O comércio de energia no Brasil ocorre em dois ambientes de mercado, são eles: o


Ambiente de Contratação Livre (ACL) e o Ambiente de Contratação Regulada (ACR). Todos
os contratos, sejam eles no ACR ou no ACL, necessitam ser registrados na Câmara de
Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), e funcionam de estrutura para a contabilização
e quitação das diferenças no mercado de curto prazo.

As diferenças entre os dois ambientes de contrato estão nos participantes, assim como,
no método de contratação, no tipo de contrato e no preço. No ACL participam geradoras,
comercializadoras, consumidores livres e especiais. Enquanto no ACR também fazem parte
as geradoras, distribuidoras e comercializadoras que só podem negociar energia nos leilões
realizados pela CCEE por delegação da ANEEL, onde o critério de menor tarifa define os
vencedores.

O ACL ocorre na parcela do mercado onde são realizadas operações de compra e


venda de energia elétrica através de contratos mútuos, enquadrado em regras e processos de
comercialização específicos. Enquanto no ACR, as operações de compra e venda acontecem
entre vendedores e negociantes de distribuição, onde é necessária licitação, exceto casos
previstos em lei.
24

2.3 TIPOS DE CONSUMIDORES

Dividido em grupo A e grupo B, tem como principal diferença a tensão de


fornecimento e a tarifa aplicada. O grupo A é caracterizado por tensão igual ou superior a 2,3
kV e de tarifa binômia (binômia tradicional constituída das tarifas de consumo de energia
elétrica e demanda de potência, independente dos horários de utilização).

O grupo B é composto por fornecimento inferior a 2,3 kV e tarifa monômia


(constituída por valor financeiro aplicável somente ao consumo de energia elétrica ativa), é
subdivido em quatro subgrupos, onde B1 diz respeito a parcela residencial; B2 rural; B3
demais classes (onde se encontram os pequenos comércios); e B4 iluminação pública.

Pertencem ao subgrupo B3, os pequenos comércios como açougues, pequenos


mercados, depósitos de bebidas, salões de beleza, entre outros, que representam grande
potencial de consumo ainda que de pequeno porte.

2.4 ICMS, PIS e COFINS presentes nas tarifas de energia

ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) é um tributo estadual


que incide sobre a circulação de mercadorias e prestação de serviços, é cobrado no momento
em que a propriedade de uma mercadoria ou de um serviço passa de uma empresa à outra ou
da empresa ao cliente. Já o PIS e COFINS são impostos federais, onde o Programa de
Integração Social (PIS), é uma tributação de caráter social que financia o seguro-desemprego,
abono e participação na receita de órgãos e entidades. A Contribuição para o Financiamento
da Seguridade Social (COFINS), tem destino à Previdência Social, ao Sistema de Saúde
Pública e à Assistência Social.

A base de cálculo do PIS/COFINS é a receita funcional bruta da pessoa jurídica, sem


decréscimos em relação a custos, despesas e encargos. Contribuições essas exigidas pela
União por lei e garantem recursos para que o Governo desenvolva atividades voltadas ao
trabalhador e ações sociais do Governo Federal.
25

Tabela 1 - Percentuais de cobrança de ICMS por faixa de consumo em kWh,


conforme a classe da unidade consumidora.
Faixa de consumo
Classes Alíquota
(kWh)
0 a 90 Isenta
Residencial 91 a 200 12%
maior que 200 25%
Poder Público e
isento -
Autarquias
Demais classes Qualquer consumo 18%
Fonte: CPFL

Consumidores da classe rural e inscritos no Cadastro de Contribuintes do ICMS, junto


à Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, podem ser isentados caso comprovem para
a CPFL, através do documento CADESP (Cadastro de Contribuintes de ICMS do Estado de
São Paulo), que exploram atividade produtiva rural.

2.5 REGULAÇÕES E CONCEITOS DO SETOR ENERGÉTICO

2.5.1 Resolução Normativa 482/12

Em 2012 foi criada a Resolução Normativa 482 pela ANEEL, que permite a conexão
de geradores solares de consumidores às redes de distribuição das companhias de energia.
Essa resolução foi o marco regulatório que possibilitou a criação do sistema de compensação
de créditos. Além da RN 482/12, o governo criou outras medidas para incentivar o setor de
energia solar isentando os componentes de ICMS, de IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializados) e com o apoio do BNDS a redução do imposto de importação.

2.5.2 Resolução Normativa 687/15

Em 24 de novembro de 2015, entrou em vigor a Resolução Normativa 687 da


ANEEL, trazendo grandes mudanças, impactando positivamente o mercado de energia solar
no Brasil e criando possibilidades de novos negócios. Entre as principais mudanças,
26

destacam-se a validade dos créditos de energia que saltaram de 36 para 50 meses, o período
para a aprovação do projeto do sistema fotovoltaico junto à companhia de energia mudou de
82 para 34 dias. A potência instalada para micro e minigeração distribuída, também sofreram
alterações, permitindo para microgeração que era de 100 kW diminuindo para 75 kW, e para
minigeração de 100 kW a 1 MW, passando a valer de 75 kW até 5 MW. Outra mudança que
a RN 687/15 promoveu, foi a criação de novas modalidades de geração distribuída, tais como:
o autoconsumo remoto, a geração compartilhada e o empreendimento com múltiplas
unidades consumidoras.

2.5.3 Autoconsumo remoto

O autoconsumo remoto tornou possível a geração de energia em um local diferente


daquele que irá consumir, transferindo em forma de créditos a sobra de energia. Essa
modalidade permite que os créditos sejam transferidos para múltiplas unidades, contudo as
faturas de energias dos recebedores devem estar obrigatoriamente no mesmo CPF ou CNPJ
da geradora e na mesma área de concessão da distribuidora.

2.5.4 Geração compartilhada

A modalidade de geração compartilhada pode ser usada por um grupo, composta por
pessoas físicas ou jurídicas, que por meio de um consórcio ou cooperativa recebem créditos
de um sistema micro ou mini gerador localizado na mesma área de concessão da distribuidora
de energia.

2.5.5 Cooperativa

Uma cooperativa solar é composta por um grupo de pessoas que tem o mesmo
interesse de instalar um sistema de geração fotovoltaica. A cooperativa requer no mínimo 20
pessoas físicas para poder ser constituída, depois disso, para a adesão de novos cooperados é
necessária apenas a assinatura da ficha de matrícula.
27

2.5.6 Consórcio

O consórcio é formado por dois ou mais CNPJ, que se juntam para adquirir um
sistema solar fotovoltaico. Cada um dos seus consorciados será apto para receber os créditos
de energia que foram alugados.

2.5.7 Compensação de créditos

A energia gerada pelo sistema solar fotovoltaico e não consumida instantaneamente,


é enviada para a rede de distribuição da concessionária e através do relógio bidirecional é
contabilizado como crédito. Esses créditos acumulados são utilizados quando o SFV não está
suprindo o consumo e requer de mais energia, utilizando a energia da concessionária e
também quando há redução da geração do sistema fotovoltaico que ocorre no período noturno
e em dias muito nublados. Uma vez por mês o relógio do imóvel é aferido pela
concessionária, se o consumo for menor que a energia injetada, o consumidor pagará apenas
o valor do custo de disponibilidade, estabelecido pela ANEEL, de acordo com o padrão de
entrada de energia que segue abaixo:

 Monofásico: Custo de disponibilidade equivalente a 30 kWh

 Bifásico: Custo de disponibilidade equivalente a 50 kWh

 Trifásico: Custo de disponibilidade equivalente a 100 kWh

Por exemplo, se o padrão de entrada for bifásico e o valor da tarifa R$ 0,85, logo o
valor a ser pago pelo custo de disponibilidade é de R$ 42,50 (50 kWh x R$ 0,85 = R$ 42,50).
28

2.5.8 Compensação de créditos por posto e horário

Para as unidades que utilizam da modalidade tarifária binômia, ou seja, valores de


tarifas diferentes de acordo com o horário de consumo, dispõem de uma compensação de
créditos um pouco diferente. A energia injetada no horário fora de ponta, prioritariamente é
utilizada para abater este mesmo período (fora de ponta). Caso ainda sobre créditos, é
aplicado um fator de ajuste na tarifa, para poder ser utilizado no posto tarifário de ponta.

O fator de ajuste é o resultado da divisão do valor da tarifa no horário em que foi


gerado (fora de ponta) pelo valor da tarifa no horário em que irá compensar (ponta), conforme
a equação (1) a seguir:

𝑇𝐸𝑓𝑝
𝐹𝑎 = (1)
𝑇𝐸𝑝

Onde:
𝐹𝑎 – Fator de ajuste

𝑇𝐸𝑓𝑝 – Tarifa de energia no horário fora de ponta

𝑇𝐸𝑝 – Tarifa de energia no horário de ponta

As imagens abaixo (Figura 7 e 8) mostram um exemplo de como é usado o fator de ajuste


para a compensação no horário de ponta.

Figura 7 – Fator de Ajuste (a)

Fonte: ANEEL, 2016.


29

A energia injetada no posto horário fora de ponta foi de 57.645 kWh, maior que o
consumo no horário fora de ponta de 54.743 kWh. A diferença da energia injetada é de 2.902
kWh, e é nessa diferença que incide o fator de ajuste.

Figura 8 - Fator de Ajuste (b)

Fonte: ANEEL, 2016.

Aplicando a equação 1, para os dados da Figura 8 temos:

212,93
𝐹𝑎 = ⇒ 𝐹𝑎 = 0,62
345,99

Então, para se obter o valor dos créditos no horário de ponta, aplica-se a equação (2)
a seguir:

𝐶𝑝 = ( 𝐼𝑓𝑝 − 𝐶𝑓𝑝 ) ∗ 𝐹𝑎 (2)

Onde:

𝐶𝑝 – Crédito no horário de ponta

𝐼𝑓𝑝 – Injetado fora de ponta

𝐶𝑓𝑝 – Consumo fora de ponta

Substituindo na equação 2, os valores da Figura 8, obtém-se o valor em kWh para os


créditos no horário de ponta:

𝐶𝑝 = (57.645 − 54.743) ∗ 0,62

𝐶𝑝 = (2.902 ) ∗ 0,62

𝐶𝑝 = 1799 𝑘𝑊ℎ
30

2.6 LICENCIAMENTO AMBIENTAL DAS USINAS FOTOVOLTAICAS

Além dos aspectos ambientais presentes na Constituição Federal de 1988, existe a Lei
6.938/81 a qual é muito importante para o direito ambiental. Ela estabeleceu a Política
Nacional de Meio Ambiente, além de ter sido responsável pela descrição do Sistema
Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA). Este Sistema congrega os órgãos e entidades da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como as fundações públicas,
todos eles responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental (REIS, 2015).

O SISNAMA é composto pelas esferas federal, estadual e municipal. A nível federal


há quatro órgãos, a saber: Conselho de Governo, Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA), Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). A nível estadual existem os órgãos
ou entidades estaduais, respectivos de cada estado, exemplos: Companhia Ambiental do
Estado de São Paulo (CETESB), Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Instituto do Meio
Ambiente de Santa Catarina (IMA), entre outros. Por fim, a nível municipal existem as
Secretarias Municipais de Meio Ambiente de cada cidade.

O estudo deste trabalho é voltado para o estado de São Paulo, desta forma para se
obter o licenciamento ambiental de uma usina fotovoltaica, o responsável pelo projeto deverá
obedecer aos critérios da CETESB. De acordo com este órgão estadual, o licenciamento
ocorre perante a Resolução SMA nº 74 de 04 de agosto de 2017 que “dispõe sobre o
licenciamento ambiental de empreendimentos de geração de energia elétrica por fonte solar
fotovoltaica”.

Para descobrir qual documentação será necessária para o licenciamento da usina


fotovoltaica, é necessário ler o Artigo 3º da Resolução SMA nª 74 de 2017:

“Artigo 3º - Se a potência instalada prevista para o empreendimento for:

I - maior que 90 MW, o procedimento aplicável para o licenciamento prévio


será o de Relatório Ambiental Preliminar - RAP, nos termos do artigo 4º da
Resolução SMA nº 49, de 28 de maio de 2014;
31

II - maior que 5 MW e menor ou igual a 90 MW, o procedimento aplicável


para o licenciamento prévio será o de Estudo Ambiental Simplificado - EAS,
nos termos do artigo 3º da Resolução SMA nº 49, de 28 de maio de 2014; e

III - menor ou igual a 5 MW, incluindo empreendimentos de micro e


minigeração de energia elétrica distribuída, nos termos das Resoluções
Normativas nos 482 e 687 da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL,
só será exigida autorização para supressão de vegetação nativa ou para
instalação em áreas de proteção de manancial, se necessária.

Como este estudo é direcionado para apenas um estado e trata-se de uma usina cuja
potência instalada será menor que 5 MW, então será exigido somente uma autorização para
supressão de vegetação nativa ou para instalação em áreas de proteção de manancial, se o
local da instalação apresentar esses aspectos ambientais.
32

Capítulo III
CÁLCULOS TARIFÁRIOS

3.1 Composição das tarifas TUSD e TE

Para descobrir se a locação da usina fotovoltaica será um empreendimento viável, é


necessário realizar alguns cálculos, por exemplo, o dos impostos que incidem numa conta de
energia elétrica. Nesta seção será apresentada as equações para se determinar o valor das
Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD) e da Tarifa de Energia (TE). A relação da
TUSD com os impostos e sem os impostos é apresentada por meio da equação (3), a seguir:

𝑇𝑈𝑆𝐷𝑆𝐼
𝑇𝑈𝑆𝐷𝐶𝐼 = ( 1 − 𝐼𝐶𝑀𝑆 ) (3)
(1 − (𝑃𝐼𝑆 + 𝐶𝑂𝐹𝐼𝑁𝑆))

Onde:

𝑇𝑈𝑆𝐷𝐶𝐼 = Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição com Impostos

𝑇𝑈𝑆𝐷𝑆𝐼 = Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição sem Impostos

Aplicando os valores numéricos presentes na conta de energia (ANEXO A),


utilizada como base para este trabalho, obtém-se:

𝑅$ 0,2997
1 − 0,25
𝑇𝑈𝑆𝐷𝐶𝐼 = ( )
(1 − 0,0084 + 0,0386))
(

𝑇𝑈𝑆𝐷𝐶𝐼 = 𝑅$ 0,4194/𝑘𝑊ℎ
Analogamente, a relação entre a Tarifa de Energia com e sem impostos, é
representada pela expressão (4), a seguir:

𝑇𝐸𝑆𝐼
𝑇𝐸𝐶𝐼 = ( 1 − 𝐼𝐶𝑀𝑆 ) (4)
(1 − (𝑃𝐼𝑆 + 𝐶𝑂𝐹𝐼𝑁𝑆))
33

Onde:

𝑇𝐸𝐶𝐼 = Tarifa de Energia com Impostos

𝑇𝐸𝑆𝐼 = Tarifa de Energia sem Impostos

Novamente, aplicando os valores numéricos presentes na conta de energia (ANEXO


A), obtém-se:

𝑅$ 0,2959
1 − 0,25
𝑇𝐸𝐶𝐼 = ( )
(1 − (0,0084 + 0,0386))

𝑇𝐸𝐶𝐼 = 𝑅$ 0,4140/𝑘𝑊ℎ

3.2 Custo de disponibilidade

De acordo com a Seção V, art. 98 da Resolução Normativa nº 414, de 9 de setembro


de 2010, publicada pela ANEEL, pg. 107: “O custo de disponibilidade do sistema elétrico,
aplicável ao faturamento mensal de consumidor responsável por unidade consumidora do
grupo B, é o valor em moeda corrente equivalente a: I – 30 kWh, se monofásico ou bifásico
a 2 (dois) condutores; II – 50 kWh, se bifásico a 3 (três) condutores; ou III – 100 kWh, se
trifásico”. Compreende-se o valor em moeda corrente como sendo a somatória das tarifas
com impostos (TE e TUSD), assim teremos a equação (5), a seguir:

𝐶𝐷 = (𝑇𝐸𝐶𝐼 + 𝑇𝑈𝑆𝐷𝐶𝐼 ) ∗ 𝐶𝑀 (5)


Onde:
CD = Custo de disponibilidade
CM = Custo Mínimo
Substituindo as variáveis pelos valores numéricos respectivos e presentes na fatura
de energia (ANEXO A), obtém-se:

𝐶𝐷 = (𝑅$ 0,4140 + 𝑅$ 0,4194) ∗ 50𝑘𝑊ℎ


𝐶𝐷 = 𝑅$ 41,67
34

3.3 Novos valores percentuais de ICMS cobrado sobre a energia injetada TE

A partir dos decretos nº 65.254 e nº 65.255 publicados em 15 de outubro de 2020, o


governo do Estado de São Paulo modificou o critério de isenção de ICMS sobre a energia
injetada para clientes com geração distribuída (neste caso, o locatário da usina deste
trabalho). Essa mudança, segundo o decreto, entrou em vigor em 1º de janeiro de 2021. Antes
do decreto, a isenção de ICMS acontecia sobre 100% da tarifa de energia injetada (TE) na
rede, porém após a publicação, a isenção ocorre conforme a Figura 9 abaixo:

Figura 9: Porcentagem de isenção do ICMS antes e depois dos decretos nº 65.254 e nº 65.255.

Fonte: Informativo da CPFL.

Aderindo essa nova porcentagem de isenção de ICMS, e aplicando na equação 6 a


seguir com os valores da conta do ANEXO A, obtém-se:

𝐼𝐶𝑀𝑆𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑇𝐸 𝑖𝑛𝑗𝑒𝑡𝑎𝑑𝑜 = ( 𝑇𝐸𝐶𝐼 − ( 𝑇𝐸𝐶𝐼 ∗ 𝐼𝑠𝑒𝑛çã𝑜 )) ∗ 𝐶𝐸 (6)

𝐼𝐶𝑀𝑆𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑇𝐸 𝑖𝑛𝑗𝑒𝑡𝑎𝑑𝑜 = ( 𝑅$ 0,4140 − ( 𝑅$ 0,4140 ∗ 0,75 )) ∗ 555 𝑘𝑊ℎ

𝐼𝐶𝑀𝑆𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑇𝐸 𝑖𝑛𝑗𝑒𝑡𝑎𝑑𝑜 = 𝑅$ 14,36

Onde:

𝐼𝑠𝑒𝑛çã𝑜 [%] = Porcentagem de isenção do ICMS sobre a tarifa de energia injetada


(TE)

𝐶𝐸 = Consumo de Energia
35

3.4 ICMS cobrado sobre a energia injetada TUSD

Também é preciso calcular o valor referente ao ICMS sobre a TUSD e esse cálculo
pode ser feito pela equação (7) a seguir:

𝐼𝐶𝑀𝑆𝑝𝑎𝑔𝑜 𝑛𝑎 𝑇𝑈𝑆𝐷 𝑖𝑛𝑗𝑒𝑡𝑎𝑑𝑜 = (𝑇𝑈𝑆𝐷𝐶𝐼 − (𝑇𝑈𝑆𝐷𝐶𝐼 ∗ (1 − 𝐼𝑠𝑒𝑛çã𝑜))) ∗ 𝐶𝐸 (7)

𝐼𝐶𝑀𝑆𝑝𝑎𝑔𝑜 𝑛𝑎 𝑇𝑈𝑆𝐷 𝑖𝑛𝑗𝑒𝑡𝑎𝑑𝑜 = (𝑅$ 0,4194 − (𝑅$ 0,4194 ∗ (1 − 0,25))) ∗ 555 𝑘𝑊ℎ

𝐼𝐶𝑀𝑆𝑝𝑎𝑔𝑜 𝑛𝑎 𝑇𝑈𝑆𝐷 𝑖𝑛𝑗𝑒𝑡𝑎𝑑𝑜 = 𝑅$ 58,19

3.5 Cálculo do desconto na tarifa

Para se determinar qual será o desconto na tarifa de energia ao alugar uma parcela da
usina fotovoltaica, é necessário calcular o valor pago na fatura referente à energia
efetivamente consumida, antes de se receber a compensação de créditos, conforme a equação
(8) abaixo:

𝑉𝑃𝐴 = (𝑇𝑈𝑆𝐷𝐶𝐼 + 𝑇𝐸𝐶𝐼 ) ∗ 𝐶𝐸 (8)

𝑉𝑃𝐴 = (𝑅$ 0,4194 + 𝑅$ 0,4140) ∗ 555 𝑘𝑊ℎ


𝑉𝑃𝐴 = 𝑅$ 462,53
Onde:

𝑉𝑃𝐴: valor pago atualmente

Observação: Neste cálculo para se determinar o “valor pago atualmente”, ou seja,


antes da compensação de créditos, foi desconsiderada a parcela referente à contribuição de
custeio da iluminação pública, assim como a parcela referente à bandeira tarifária.
36

Logo em seguida, pela equação (9) a seguir, deve-se calcular o valor a ser pago à
concessionária pelo locatário, após o mesmo aderir ao aluguel de uma parcela da usina
fotovoltaica:

𝑉𝑃𝐶 = 𝐶𝐷 + 𝐼𝐶𝑀𝑆𝑝𝑎𝑔𝑜 𝑛𝑎 𝑇𝑈𝑆𝐷 𝑖𝑛𝑗𝑒𝑡𝑎𝑑𝑜 + 𝐼𝐶𝑀𝑆𝑝𝑎𝑔𝑜 𝑛𝑎 𝑇𝐸 𝑖𝑛𝑗𝑒𝑡𝑎𝑑𝑜 (9)

𝑉𝑃𝐶 = 𝑅$ 41,67 + 𝑅$ 58,19 + 𝑅$ 14,36


𝑉𝑃𝐶 = 𝑅$ 114,22
Onde:

𝑉𝑃𝐶: valor pago à concessionária

Dividindo o valor pago à concessionária (VPC) pelo consumo de energia (CE)


determina-se a nova tarifa obrigatória que deverá ser paga à concessionária, conforme a
equação (10) a diante:

(𝑉𝑃𝐶)
𝑇𝑜𝑐 = (10)
𝐶𝐸

(𝑅$ 114,22)
𝑇𝑜𝑐 =
555
𝑇𝑜𝑐 = 𝑅$ 0,2058
Onde:

𝑇𝑜𝑐 = Tarifa obrigatória da concessionária

A tarifa com desconto que surge ao se aplicar o valor da tarifa obrigatória da


concessionária e o valor da porcentagem determinada em contrato entre o locador e o
locatário, pode ser calculada por meio de (11).

𝑇𝐷 = (𝑇𝑈𝑆𝐷𝐶𝐼 + 𝑇𝐸𝐶𝐼 ) − ((𝑇𝑈𝑆𝐷𝐶𝐼 + 𝑇𝐸𝐶𝐼 ) ∗ 𝑑𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑜) − 𝑇𝑜𝑐 (11)

𝑇𝐷 = (𝑅$ 0,4194 + 𝑅$ 0,4140) − ((𝑅$ 0,4194 + 𝑅$ 0,4140) ∗ 0,2) − 𝑅$ 0,2058

𝑇𝐷 = 𝑅$ 0,4609
37

Onde:

𝑇𝐷 = Tarifa com o desconto.


𝐷𝑒𝑠𝑐𝑜𝑛𝑡𝑜 = Valor percentual acordado no contrato
Observação: Neste projeto foi considerado um desconto de 20%, valor este que é
definido em contrato entre o locador e o locatário.

Com o valor da tarifa com o desconto, determina-se o valor a ser pago à locadora,
através da equação (12):

𝑉𝑃𝐿 = 𝑇𝐷 ∗ 𝐶𝐸 (12)

𝑉𝑃𝐿 = 𝑅$ 0,4609 ∗ 555 𝑘𝑊ℎ


𝑉𝑃𝐿 = 𝑅$ 255,80
Finalizando a análise financeira, soma-se o valor pago à concessionária ao valor pago
à locadora e assim, obtém-se o novo valor a ser pago pelo cliente (locatário), conforme a
equação (13) a seguir:

𝑁𝑉𝑃 = 𝑉𝑃𝐶 + 𝑉𝑃𝐿 (13)


𝑁𝑉𝑃 = 𝑅$ 114,22 + 𝑅$ 255,80
𝑁𝑉𝑃 = 𝑅$ 370,02
Onde:

𝑁𝑉𝑃 = Novo valor à ser pago

Portanto, a redução na fatura mensal em reais será representada pela equação (14):

𝑅𝑒𝑑𝑢çã𝑜 = 𝑉𝑃𝐴 − 𝑁𝑉𝑃 (14)

𝑅𝑒𝑑𝑢çã𝑜 = 𝑅$ 462,53 − 𝑅$ 370,02


𝑅𝑒𝑑𝑢çã𝑜 = 𝑅$ 92,51
38

Capítulo IV
ORÇAMENTO PARA CONSTRUÇÃO DA USINA

4.1 COMPOSIÇÃO DA USINA DE 1 MW

Esta seção do trabalho tem por objetivo especificar a quantidade e as características


dos equipamentos que compõem a usina de energia solar que será instalada na cidade de
Araçatuba-SP. Para este estudo foram realizados três orçamentos de empresas distintas
especializadas em projetos de sistemas de energia solar fotovoltaica. Todas consideraram os
mesmos equipamentos (marca e características elétricas) e ao final, realizou-se a média dos
valores propostos. Para a geração esperada da usina, será necessário a instalação de 2.464
módulos fotovoltaicos de 525 Wp com inversores compatíveis com o sistema e todas as
proteções necessárias.

Os módulos fotovoltaicos escolhidos foram os da marca JINKO de potência nominal


de 525 Wp, cujas características estão descritas na Tabela 2 a seguir:

Tabela 2 – Características Elétricas dos Módulos Fotovoltaicos da JINKO


Dados Mecânicos
Tipo de Célula Monocristalino
Dimensões 2230x1134x30mm
Peso 32,7 kg
Fabricante/Modelo Jinko
Dados Elétricos

Máxima Potência Nominal (Pmax) 525Wp

Tensão de Operação (Vmp) 40,36 V


Corrente de Operação (Imp) 13,01 A

Tensão de Circuito Aberto (Voc) 48,86 V

Corrente de Curto Circuito (Isc) 13,69 A

Eficiência do Módulo 20,76%


Temperatura de Operação -40°C~+85°C
Tensão Máxima do Sistema 1500 VDC
Tolerância de Potência 0~+3%
1
Fonte: Datasheet dos módulos fotovoltaicos da JINKO-525Wp

1
Disponível em: <https://jinkosolar.eu/files/jinko/download/2020/datasheet/TR%20JKM515-535M-7TL4-
BDVP-A1-EN.pdf>. Acesso em 12/11/2021
39

Observações: Condições de Teste Padrão (STC): Irradiação = 1000 W/m²; Massa de


Ar = 1,5 e Temperatura da Célula = 25°C. As descrições técnicas podem sofrer pequenas
variações, conforme o fabricante.

Os inversores fotovoltaicos selecionados foram os da marca KSTAR de potência


nominal 250 kW, cujas características estão descritas na Tabela 3 a seguir:

Tabela 3 - Características Elétricas dos Inversores KSTAR de potência nominal 250 Kw


Dados Gerais
Comunicação RS485/RS232
Topologia Transformerless
Grau de Proteção IP-66
Temperatura Ambiente -25... +60°C
Dimensões (AxLxP) 1055x700x336mm
Peso 110kg
Dados Elétricos
Entrada (CC)
Máxima tensão de entrada 1500V
Faixa de tensão MPPT* 600~1500Vdc
Máxima corrente por MPPT 26A
MPPT 12
Strings/MPPT 2
Saída (CA)
Potência nominal 250kW
Corrente de saída 176,6 A
Tensão nominal (Trifásico) 800Vac, 640~920V
Frequência Nominal 50/60 Hz
THDI <3%
Eficiência 99,00%
Proteções
Proteção de polarização reserva (CC)
Seccionador (CC)
Proteção de sobretensão (CC)
Monitoramento de resistência de isolamento
Proteção contra sobretensão (CA)
Monitoramento de falta à terra
Monitoramento de grade
Proteção anti-ilhamento
Unidade de monitoramento de corrente residual

Fonte: Datasheet2 do inversor da KSTAR-250kW

2
Disponível em: < https://s3.us-east-
2.amazonaws.com/legacy.portalsolar.com.br/Content/EditorImages/files/PV%20Inverter%20Catalogue%202
017%20(Portuguese%20).pdf >. Acesso em 12/11/2021
40

Observações: Função MPPT (Maximum Power Point Tracking) – Função automática


que constantemente busca o ponto máximo de potência dos painéis solares fotovoltaicos,
maximizando a geração de energia para a rede.

O cubículo de medição (cabine de medição) selecionada para este projeto é a cabine


primária de Proteção, Medição e Transformação, na Potência de 1.250 kVA, cujas
características técnicas estão descritas na Tabela 4 a seguir:

Tabela 4 - Características Elétricas do Cubículo de Média Tensão


Cubículo de Média Tensão
Potência 1250 kVA
Proteções Média Tensão
Relação de Transformação 11,9 - 0,8kV
Grau de Proteção IP-54

Utilização Ao tempo
Fonte: Proposta Comercial

O transformador escolhido para esta obra é o transformador trifásico a óleo de 1.250


kVA e com relação de transformação 11,9 / 0,220 KV e frequência 60 Hz.

A estrutura de solo escolhida corresponde às características técnicas descritas na


Tabela 5:

Tabela 5 - Características da Estrutura de Solo Fixa


Dados Mecânicos
Fixação ao solo Concretada
Isopleta (NBR 6123) 40 m/s classe C-II
Revestimento Galvanizado a fogo (NBR 6323)
Garantia contra corrosão 26,6 anos - Ambiente C3
Fonte: Proposta Comercial
41

Em resumo, o quantitativo dos equipamentos anteriormente mencionados para a


potência total de geração fotovoltaica igual a 1.293,60 kWp está exposto abaixo, na Tabela
6:

Tabela 6 - Quantitativo dos Equipamentos


Sistema Fotovoltaico com Potência de 1.293,60 kWp
Qtde Descrição
2464 Módulos Solares de 525 Wp - Jinko/DAH - (2464 x 525 = 1293,6kWp)
4 Inversor Fotovoltaico, Potência 250kW, KSTAR - incluso monitoramento Wi-Fi
4 String Box
1 Malha de Aterramento/SPDA
1 Cercamento Perimental (550m)
1 QGBT - Quadro Geral de Baixa Tensão 1000A
Conjunto de estruturas de aço galvanizado para fixação dos módulos solares no solo utilizando
1
a suportação adequado e cabos de interligação para sistema completo.

Padrão de Entrada - 1250 kVA


Qtde. Descrição

1 Cubículo Blindado de Entrada/Medição/Proteção em Média Tensão - 15kV

1 Transformador a Óleo Trifásico 1250 kVA - Relação de Transformação: 12,0 - 0,8 kV

1 Ponto de Tomada de Corrente (Poste, Eletroduto, Cruzetas, etc.)

1 Engenharia para Elaboração e Aprovação do Projeto / Montagem do Padrão de Entrada

Fonte: Proposta Comercial


42

Conforme a Proposta Comercial, a área disponível para instalação dos módulos fotovoltaicos
ainda será confirmada, mas para a instalação do sistema com carga instalada de 1.293,60
kWp é prevista uma área útil de aproximadamente 11.090 m². A irradiação solar global média
anual considerada para o município de Araçatuba - SP é de 5,158 kW/m²*dia. A taxa de
desempenho do sistema proposto é de 80%. Desta forma, a estimativa média de geração para
o sistema proposto é de 162.371,96 kWh/mês e 1.948.463,44 kWh/ano. A Tabela 7 a seguir,
traz os preços finais para o projeto da usina, incluindo materiais e mão de obra:

Tabela 7 - Valor Total do Sistema


Condições Comerciais
Descrição Preço total

Fornecimento de sistema fotovoltaico com potência total de 1.293,60 kWp,


R$ 4.305.987,00
inclusive serviço de engenharia, instalação e comissionamento.

Padrão de Entrada de 1.250 kVA – incluso Cubículo de Média Tensão / Ponto de


Tomada de Corrente / Transformador e toda homologação do padrão junto a R$ 240.042,00
concessionária de energia do local.

Valor da proposta: R$ 4.546.029,00


Fonte: Proposta Comercial
43

Capítulo V
ANÁLISE DO RETORNO FINANCEIRO

5.1 Regime tributário: lucro presumido x lucro real

Para determinar qual será o lucro final do investidor, ou seja, daquele que construirá
a usina a ser alugada, é necessário conhecer quais os tributos que incidirão sobre o lucro. De
acordo com o livro Custos E Benefícios Das Fontes De Geração Elétrica de 2018, define-se
o regime tributário de uma empresa de acordo com o valor do lucro que ela apresenta.
Podendo ser o lucro presumido ou lucro real, os quais consistem de um conjunto de regras
(alíquota, periodicidade e sistemática de cálculo) sob as quais esta empresa estará sujeita para
o cálculo e pagamento dos impostos.

Define-se o lucro presumido como uma forma de tributação simplificada e representa


uma opção para a pessoa jurídica cuja receita bruta total, no ano-calendário anterior, tenha
sido igual ou inferior a R$ 78 milhões de reais e que não desenvolvam atividade impeditivas
para esse perfil, como por exemplo: bancos comerciais, bancos de investimento,
arrendamento mercantil e seguradoras.

No caso do lucro real, trata-se de uma forma de tributação obrigatória para pessoa
jurídica cuja receita bruta total, no ano-calendário anterior, tenha sido superior a R$78
milhões de reais e que desenvolvam atividades como, por exemplo: bancos, arrendamento
mercantil e seguradoras.
44

5.2 Tributos

Para o PIS/PASEP e o COFINS existem dois regimes de recolhimento destes tributos,


sendo eles o regime cumulativo (recolhidos pelas pessoas jurídicas no regime tributário lucro
presumido) e o regime não cumulativo (recolhido pelas pessoas jurídicas no regime tributário
lucro real). As alíquotas referentes, estão descritas na Figura 10 a seguir:

Figura 10 - Alíquotas de PIS/COFINS

Fonte: Livro CUSTOS E BENEFÍCIOS DAS FONTES DE GERAÇÃO ELÉTRICA, 2018.

O Imposto de Renda para Pessoa Jurídica (IRPJ) consiste em um tributo federal que
incide diretamente sobre a arrecadação das empresas e tem como função a redistribuição da
receita acumulada para o financiamento de políticas públicas.

A Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) é um tributo federal cobrado


sobre o lucro das empresas e tem por objetivo financiar, de forma direta, a seguridade social.
São contribuintes as pessoas jurídicas residentes no país e as que estão sob a legislação
tributária.

Existem três regimes de tributação do IRPJ e da CSLL: lucro real, lucro presumido e
lucro arbitrado. A grande maioria das concessionárias do serviço público de energia realiza
a apuração da base de cálculo pelo lucro real anual. Entretanto, pequenas empresas de
geração muitas vezes optam pela tributação com base no lucro presumido quando o valor a
recolher neste regime resulta inferior ao regime com base no lucro real. As alíquotas e a base
de cálculo são conforme a Figura 11, a seguir:

Figura 11 - IRPJ e CSLL: Alíquotas e base de cálculo

Fonte: Livro CUSTOS E BENEFÍCIOS DAS FONTES DE GERAÇÃO ELÉTRICA, 2018.


45

5.3 VALORES REAIS PARA O PROJETO

Os valores calculados para o projeto da usina fotovoltaica, objeto desse estudo, estão
presentes na Figura 12 a seguir:

Figura 12 – Valores referentes aos impostos sobre o faturamento do investidor

Fonte: Os autores, 2021.

5.3.1 CAPEX

O termo CAPEX deriva do inglês Capital Expenditure e se refere às despesas de


capital ou investimento em bens de capitais. Ou seja, ele indica o quanto do capital de uma
companhia está comprometido com a aquisição de bens materiais, seja a maquinário,
hardwares, veículos ou imóveis. Este investimento se destina a manter ou ampliar a produção
da empresa, ou a gerar melhorias em um determinado produto, elevando assim a sua
produtividade e aumentando lucros.
Em linhas gerais o CAPEX determina o retorno sobre o investimento em um projeto
de aquisição. Na contabilidade, as empresas devem considerar para seus cálculos o valor
referente a desvalorização de seus bens materiais.
Neste estudo o valor do CAPEX corresponde ao valor total da UFV, citado pela
primeira vez na Tabela 7 - Valor Total do Sistema do capítulo IV sendo de R$4.546.029,00.
46

5.3.2 OPEX

O OPEX representa o custo anual com operação e manutenção de um sistema


e deve abranger serviços de engenharia, planejamento, limpeza, reposição de equipamentos,
entre outros. O OPEX representa atualmente em média 2% do CAPEX, para UFVs de
estrutura fixa convencional no Brasil (BARBOSA, 2015). Neste trabalho também foi
considerado o valor de 2%.

5.3.3 DEMANDA CONTRATADA

De acordo com a CPFL, o valor pago atualmente para uma demanda contratada é de
R$17,35/kW com impostos. Neste caso a demanda contratada é de 1000 kW. E após um
período de um ano, calculou-se que o investidor terá pago um total de R$208.175,94.

5.3.4 VPL

O valor presente líquido (VPL) é um instrumento que traz para a data zero os fluxos
de caixa (positivos e negativos) de um projeto de investimento. Investidores que pensam em
um investimento devem utilizar o método do VPL antes de tomar uma decisão. Isso porque
o VPL é uma análise do investimento e através dele o investidor poderá descobrir se o projeto
de investimento é viável ou não. A equação (15) a seguir, demonstra como é feito o cálculo
do VPL:

(15)
47

Onde:

𝐹𝐶: é o fluxo de caixa no período

𝑡: é o enésimo período no tempo em que o dinheiro será investido no projeto (começa


no período 1, quando há efetivamente o primeiro fluxo de dinheiro)

𝑛: é o número de períodos 𝑡

𝑖: é o custo do capital.

Sobre os resultados do VPL, pode-se afirmar que:

● Caso o VPL dê um número negativo, significa que as despesas serão maiores que as
receitas, ou seja, o investimento é inviável.
● Com o VPL positivo, temos uma viabilidade de receitas maiores que as despesas, ou seja,
o investimento é viável.
● Com o VPL igual a zero significa que as receitas e despesas são iguais, ou seja, a
viabilidade se dará em cima de um resultado neutro.

5.3.5 TIR E TMA

A Taxa Interna de Retorno (TIR) representa a taxa na qual se igualam as entradas de


caixa aos valores investidos no projeto (neste caso a construção da usina fotovoltaica),
podendo ser calculada com base no balanço anual, descontando todos os valores para o valor
presente. A TIR serve como uma ferramenta complementar de análise, para comparar o quão
rentável pode ser um determinado investimento a longo prazo (BARBOSA, 2015).

A Taxa Mínima de Atratividade (TMA), trata-se de um valor percentual que aponta


o retorno mínimo exigível para que uma aplicação financeira seja realizada. Ou seja, ela é
muito importante na análise de investimentos, já que ela representa a taxa mínima que o
investidor se propõe a receber quando realiza um investimento. O valor da TMA considerada
neste projeto equivale ao valor da taxa SELIC, ou seja, 7,75% definida no dia 27 de outubro
de 2021 pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom).
48

Assim:

● Quando a TIR for maior que a TMA, o investimento é viável.

● Quando a TIR for menor que a TMA, o investimento é inviável.

● Quando a TIR e a TMA tiverem o mesmo valor, a decisão da viabilidade do investimento


fica por conta do investidor.

5.3.6 IPCA

O Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (SNIPC) produz contínua e


sistematicamente o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) que tem por
objetivo medir a inflação de um conjunto de produtos e serviços comercializados no varejo,
referentes ao consumo pessoal das famílias. Esta faixa de renda foi criada com o objetivo de
garantir uma cobertura de 90% das famílias pertencentes às áreas urbanas de cobertura do
SNIPC.

Esse índice de preços tem como unidade de coleta, estabelecimentos comerciais e de


prestação de serviços, concessionária de serviços públicos e internet. Sua coleta estende-se,
em geral, do dia 01 a 30 do mês de referência. Atualmente, a população-objetivo do IPCA
abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte,
residentes nas áreas urbanas das regiões de abrangência do SNIPC (IBGE, 2021). O valor do
IPCA interfere na projeção do valor do OPEX anualmente.
49

5.3.7 PAYBACK

A palavra payback significa “retorno”, sendo considerada uma estratégia ou um


indicador usado nas empresas para calcular o período de retorno de investimento inicial em
um projeto até aquele momento em que os rendimentos acumulados tornam-se iguais ao valor
desse investimento. O payback dá ao gestor a estimativa de quanto tempo vai levar até que
ele recupere sua aplicação inicial. Esse período nem sempre é curto, depende do valor do
investimento e do tipo de negócio. Em geral, o retorno pode acontecer dentro de meses ou
anos. O payback está relacionado a outros indicadores, como:

● ROI (Retorno sobre Investimento): percentual de retorno sobre o investimento inicial;


● VPL (Valor Presente Líquido): valor acumulado do fluxo de caixa, usado para o
cálculo exato de payback;
● TIR (Taxa Interna de Retorno): taxa de juros para a qual o VPL torna-se zero.

Figura 9 – Gráfico do Payback relativo ao investimento

PayBack
R$ 50.000.000,00

R$ 40.000.000,00

R$ 30.000.000,00

R$ 20.000.000,00

R$ 10.000.000,00

R$ 0,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26
-R$ 10.000.000,00

Fonte: Os autores, 2021


50

6. CONCLUSÃO

Este Trabalho de Conclusão de Curso, teve por objetivo analisar a viabilidade


econômica da locação de uma usina solar fotovoltaica de 1 MW para a cidade de Araçatuba,
no estado de São Paulo para determinado grupo de consumidores que demandam alto
consumo de energia elétrica e fazem parte do setor comercial. Com esta finalidade, foi
descrito os principais equipamentos utilizados para a construção da mesma; especificado os
tipos de usina solar fotovoltaica existentes; caracterizado o mercado de energia e o grupo de
consumidores; conceituado todas as tarifas de energia aplicadas ao setor; apresentado a
situação de licenciamento; executado o orçamento para construção da UF e por fim foi feita
a análise da viabilidade econômica do ponto de vista do locador.

Do ponto de vista do locatário, realizar o contrato com a empresa se torna vantajoso


principalmente para clientes que não possuem uma infraestrutura adequada para instalação
do sistema, não são proprietários e/ou não possuem condições financeiras. Portanto desta
forma o cliente tem a oportunidade de aderir ao sistema fotovoltaico sem a necessidade de
desembolsar o dinheiro ou realizar financiamento, além disso o consumidor terá uma
economia na fatura de energia a cada mês (foi utilizada uma taxa de 20% de desconto na
fatura de energia do locatário para determinar os valores de payback da usina) vale ressaltar
que é necessário que o perfil de consumo das unidades participantes seja periodicamente
avaliado, afim de monitorar o aproveitamento dos créditos de energia e, caso necessário,
alterar a participação das mesmas, de modo a readequar e otimizar o aproveitamento da
energia gerada pelo sistema.

Na proposta de modelo de negócio para locação de gerador fotovoltaico, foi


apresentado as despesas/custos da empresa em um intervalo de 25 anos, utilizando os índices
de viabilidade e aplicando os cálculos presentes no capitulo V obteve-se a análise do retorno
financeiro para o investidor. Foi comprovado que o sistema solar terá o retorno do
investimento a partir do sétimo ano, com o valor presente líquido de R$ 8.404.722,80. Outro
ponto de destaque, foi o resultado do índice da taxa interna de retorno – TIR de 18,56%, onde
51

é possível realizar uma comparação com a taxa mínima de atratividade – TMA de 7,75%
correspondente ao valor da taxa Selic, demostrando que o investimento no projeto é viável.

Deste modo, pode-se concluir que a implantação do modelo de negócio para locação
de gerador fotovoltaico apesar de se tratar de um investimento com retorno a longo prazo é
economicamente viável para os investidores e para o locatário, além de prover a produção de
energia limpa e renovável, aproveitando deste recurso natural, visando uma melhor expansão
da matriz energética do Brasil.
52

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