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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

MARIA LETÍCIA MEDEIROS DE ARAÚJO COSTA

ESTUDO COMPARATIVO DA VIABILIDADE DE


IMPLANTAÇÃO DE ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA E
ENERGIA EÓLICA EM CONDOMÍNIO RESIDENCIAL
HORIZONTAL EM ÁREA LITORÂNEA

NATAL-RN
2019
Maria Leticia Medeiros de Araújo Costa

Estudo comparativo da viabilidade de implantação de energia solar fotovoltaica e energia


eólica em condomínio residencial horizontal em área litorânea

Trabalho de Conclusão de Curso na modalidade


Monografia, submetido ao Departamento de
Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte como parte dos requisitos
necessários para obtenção do Título de Bacharel em
Engenharia Civil.

Orientadora: Profa. Dra. Micheline Damião Dias


Moreira

Natal-RN
2019
Seção de Informação e Referênpcia
Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede

Costa, Maria Leticia Medeiros de Araujo.


Estudo comparativo da viabilidade de implantação de energia
solar fotovoltaica e energia eólica em condomínio residencial
horizontal em área litorânea / Maria Leticia Medeiros de Araujo
Costa. - 2019.
109 f.: il.

Monografia (graduação) - Universidade Federal do Rio Grande


do Norte, Centro de Tecnologia, Curso de Engenharia Civil,
Natal, RN, 2019.
Orientadora: Profa. Dra. Micheline Damião Dias Moreira.

1. Sistema eólico - Monografia. 2. Sistema fotovoltaico -


Monografia. 3. Energia limpa - Monografia. 4. Viabilidade
econômica - Monografia. 5. Energia solar - Monografia. I.
Moreira, Micheline Damião Dias. II. Título.

RN/UF/BCZM CDU 621.548


Maria Leticia Medeiros de Araújo Costa

Estudo comparativo da viabilidade de implantação de energia solar fotovoltaica e energia


eólica em condomínio residencial horizontal em área litorânea

Trabalho de conclusão de curso na modalidade


Monografia, submetido ao Departamento de
Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte como parte dos requisitos
necessários para obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Civil.

Aprovado em 29 de novembro de 2019:

___________________________________________________
Profa. Dra. Micheline Damião Dias Moreira – Orientadora

___________________________________________________
Prof. Me. Eckhard Mozart Bezerra da Costa – Examinador interno

___________________________________________________
Profa. Ma. Amanda Bezerra de Sousa – Examinadora externa

Natal-RN
2019
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos que trabalham pela educação pública brasileira de qualidade e
acreditam que ela é o caminho para a mudança deste país.
AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar à minha mãe, que nunca poupou esforços para me
proporcionar a melhor educação que ela poderia me dar, sempre colocando esse elemento como
prioridade em minha vida.
À minha orientadora Profa. Dra. Micheline Damião Dias Moreira por toda a orientação
e motivação dada durante o ano, além da atenção e tempo dedicados a mim e a este trabalho,
que não estaria pronto sem ela.
Ao meu amigo João Paulo, morador do Condomínio Residencial Green Woods, por ter
me ajudado a obter todos os dados necessários para a realização deste trabalho e a Aline,
administradora do Condomínio Residencial Green Woods, por ter me passado os projetos e as
contas de energia elétrica do condomínio.
A Rafael Barros Lima por ter me ajudado com o orçamento para o sistema fotovoltaico
e a Eletrovento pelo fornecimento das informações e preços dos aerogeradores.
A todos os meus amigos e colegas que me acompanharam e me ajudaram em todas as
dificuldades que superei durante esse percurso na universidade, não teria conseguido sem eles.
A todos os professores e profissionais que fazem a UFRN ser o que ela é hoje e fizeram
parte da minha jornada que culmina com este trabalho de conclusão de curso.

Maria Letícia Medeiros de Araújo Costa


RESUMO

Estudo comparativo da viabilidade de implantação de energia solar fotovoltaica e


energia eólica em condomínio residencial horizontal em área litorânea

A sociedade está enfrentando um dilema, o consumo de energia pela população cresce


exponencialmente, não sendo possível imaginar a vida atual sem eletricidade, mas o uso
desenfreado dos recursos naturais está intensificando a emissão de gases do efeito estufa e o
aquecimento global, nos levando a uma grave crise climática. Logo, o uso de petróleo, gás
natural e carvão mineral deve ser abandonado gradativamente e substituído por fontes
renováveis de energia, como a solar, a eólica e a biomassa. Nesse cenário, o objetivo deste
trabalho foi realizar um estudo da viabilidade de implantação de um sistema de energia solar
fotovoltaica em comparação com um sistema de energia eólica em um condomínio residencial
a fim de apontar a alternativa mais viável para redução dos valores das faturas de energia
elétrica. O dimensionamento do sistema fotovoltaico resultou na utilização de 204 módulos de
350 W e 4 inversores de 15 kW, decorrendo em uma potência nominal de 71 kWp e custo de
aproximadamente R$ 300.000,00, já para o sistema eólico foi utilizado um aerogerador de 50
kW com 30 m de altura e custo aproximado de R$ 980.000,00. No primeiro ano de uso, o
sistema fotovoltaico gerou em torno de 123.000 kWh de energia, enquanto o sistema eólico
gerou em torno de 144.000 kWh. Os cálculos da viabilidade econômica dos projetos resultaram
em um período de retorno de 3 anos, valor presente líquido ao final de 25 anos de R$
aproximadamente R$ 2.900.000,00 e taxa interna de retorno de 39% para o sistema
fotovoltaico. Para o sistema eólico encontraram-se os seguintes valores: 7 anos para o retorno
do investimento, valor presente líquido ao final de 25 anos em torno de R$ 2.700.000,00 e taxa
interna de retorno de 18%. Portanto, foi constatado que ambos os sistemas são viáveis para
serem implantados no condomínio, porém o sistema fotovoltaico apresentou mais vantagens,
principalmente devido ao seu preço mais baixo, sendo o mais propício para uso no condomínio.

Palavras-chave: Sistema eólico. Sistema fotovoltaico. Energia limpa. Viabilidade econômica.


ABSTRACT

Comparative study of solar photovoltaic and wind energy implementation feasibility in a


horizontal residential condominium in a coastal area

Society is facing a dilemma, energy consumption by the population is growing exponentially


and it is not possible to imagine current life without electricity, but excessive use of natural
resources is intensifying greenhouse gas emissions and global warming, leadind us to a severe
climate crisis. Therefore, the use of oil, natural gas and mineral coal should be phased out and
replaced by renewable energy sources such as solar energy, wind energy and biomass. In this
scenario, the objective of this paper was to carry out a feasibility study of the implementation
of a photovoltaic solar energy system in comparison with a wind energy system in a residential
condominium with the purpose of indicating the most viable alternative for reducing the
electricity bills. The photovoltaic system design resulted in the use of 204 modules (350 W
each) and 4 inverters (15 kW each), resulting in a nominal power of 71 kWp and a cost of
approximately R$ 300,000.00, as for the wind system a 50 kW 30 m high wind turbine was
used, costing approximately R$ 980,000.00. In the first year of use the photovoltaic system
generated around 123,000 kWh of energy, while the wind system generated around 144,000
kWh. The projects economic feasibility calculations resulted in a 3-year payback period, net
present value at the end of 25 years of approximately R$ 2,900,000.00 and internal rate of return
of 39% for the photovoltaic system. For the wind system the following values were found: a
payback of 7 years, net present value at the end of 25 years around R$ 2,700,000.00 and internal
rate of return of 18%. Therefore, it was found that both systems are viable to be implanted in
the condominium, but the photovoltaic system had more advantages, mainly due to its lower
price, being the most propitious for use in the condominium.

Keywords: Wind system. Solar system. Clean energy. Economic feasibility.


LISTA DE FIGURAS

FIGURA PÁGINA
Figura 1 - Evolução dos preços da energia solar fotovoltaica no mundo. 17
Figura 2 - Projeção da capacidade eólica acumulada instalada onshore no mundo até 2050. 18
Figura 3 - Projeção da capacidade solar fotovoltaica acumulada instalada no mundo até 2050. 18
Figura 4 - Mapa brasileiro de irradiação solar em média anual do total diário. 23
Figura 5 - Ilustração do Efeito de Coriolis. 25
Figura 6 - Circulação das massas de ar na superfície terrestre. 26
Figura 7 - Brisa marítima (à esquerda) e brisa terrestre (à direita). 27
Figura 8 - Brisa do vale (em cima) e brisa de montanha (embaixo). 27
Figura 9 - Velocidade média anual dos ventos a 50 m de altura no Brasil. 28
Figura 10 - Participação de cada fonte na geração distribuída no Brasil em 2018. 34
Figura 11 - Corte transversal de uma célula folovoltaica. 35
Figura 12 - Estrutura de um módulo fotovoltaico. 37
Figura 13 - Evolução da capacidade solar fotovoltaica acumulada instalada no mundo (GW). 39
Figura 14 – Evolução da capacidade solar fotovoltaica instalada anualmente no mundo (GW). 39
Figura 15 - Matriz elétrica brasileira em 2019. 42
Figura 16 - Diagramas esquemáticos da configuração interna de aerogeradores modernos. 43
Figura 17 - Turbina Darrieus. 44
Figura 18 - Turbina Savonius. 45
Figura 19 - Representação de turbinas de eixo horizontal com configurações upwind e downwind. 46
Figura 20 - Configuração de um sistema eólico isolado. 48
Figura 21 - Configuração de um sistema híbrido solar-eolico-diesel. 48
Figura 22 - Evolução da capacidade eólica acumulada instalada no mundo (GW). 49
Figura 23 - Evolução da capacidade eólica instalada anualmente no mundo (GW). 50
Figura 24 - Top 10 de capacidade eólica nova em 2018. 51
Figura 25 - Top 10 de capacidade eólica acumulada em 2018. 51
Figura 26 - Evolução da capacidade eólica acumulada e nova instalada no Brasil (MW). 52
Figura 27 - Evolução do investimento no setor eólico brasileiro em milhões de dólares. 52
Figura 28 - Fluxograma da metodologia do trabalho. 54
Figura 29 - Vista aérea do Condomínio Residencial Green Woods. 56
Figura 30 - Entrada do Condomínio Residencial Green Woods. 56
Figura 31 - Detalhe dos prédios da área comum. 57
Figura 32 - Cabeçalho da fatura de energia das áreas comuns do condomínio. 58
Figura 33 - Cabeçalho da fatura de energia da iluminação pública do condomínio. 58
Figura 34 - Consumo ativo de energia elétrica (set/18 e ago/19). 60
Figura 35 - Evolução dos custos do consumo ativo das áreas comuns, iluminação pública e total. 62
Figura 36 - Dados de irradiação solar em Natal/RN. 63
Figura 37 - Gráfico de distribuição de frequência do vento. 65
Figura 38 - Módulo fotovoltaico CS6U-350P High Efficiency Pole Module. 67
Figura 39 - Inversor Fronius Symo de 15,0 kW. 68
Figura 40 - Curva de potência do aerogerador ELV-H16.5 - 50 kW. 69
Figura 41 - Área disponível para instalação do aerogerador. 71
Figura 42 - Dimensionamento do sistema fotovoltaico. 72
Figura 43 - Comparação entre a energia consumida e a energia produzida. 73
Figura 44 - Evolução da economia anual estimada pelo sistema fotovoltaico. 77
Figura 45 - Evolução da economia anual estimada pelo sistema eólico. 78
LISTA DE TABELAS

TABELA PÁGINA
Tabela 1 - Energia gerada por micro e minigerção distribuída no Brasil. 33
Tabela 2 - Top 10 países com mais capacidade instalada no ano de 2018. 40
Tabela 3 - Top 10 países com mais capacidade acumulada instalada em 2018. 40
Tabela 4 - Relatório anual do consumo de energia do Condomínio Residencial Green Woods. 59
Tabela 5 - Detalhamento dos custos mensais das áreas comuns. 61
Tabela 6 - Detalhamento dos custos mensais da iluminação pública. 61
Tabela 7 - Dados de temperatura (°C) em Natal/RN. 64
Tabela 8 - Classificação da superfície quanto à rugosidade. 66
Tabela 9 - Especificações técnicas do módulo escolhido. 67
Tabela 10 - Especificações técnicas do aerogerador escolhido. 69
Tabela 11 - Área disponível para colocação dos módulos fotovoltaicos. 70
Tabela 12 - Energia produzida mensalmente pelo sistema fotovoltaico. 73
Tabela 13 - Distribuição da velocidade do vento a 30 m de altura. 74
Tabela 14 - Cálculo da energia produzida anualmente pelo sistema eólico. 75
Tabela 15 - Preço final do kWh de energia elétrica. 76
Tabela 16 - Orçamento do sistema fotovoltaico. 79
Tabela 17 - Resumo das variáveis econômicas utilizadas para análise da viabilidade dos projetos. 81
Tabela 18 - Fluxos de caixa e VPL do sistema fotovoltaico. 82
Tabela 19 - Fluxos de caixa e VPL do sistema eólico. 83
Tabela 20 - Comparação dos aspectos técnicos dos sistemas. 85
Tabela 21 - Comparação dos aspectos econômicos dos sistemas. 85
LISTA DE QUADROS

QUADRO PÁGINA
Quadro 1 - Taxa mínima a ser paga pelo fornecimento de energia elétrica. 32
Quadro 2 - Classificação dos tipos de consumidores. 33
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABREVIATURAS
CO2 Dióxido de Carbono
GW Gigawatt
GWh Gigawatt-hora
kW Quilowatt
kWh Quilowatt-hora
R$ Reais
RPM Rotações por minuto
TW Terawatt
TWh Terawatt-hora
US$ Dólares
V Volt
W Watt
Wh Watt-hora

SIGLAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABSOLAR Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica
ABBEólica Associação Brasileira de Energia Eólica
ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica
Cepel Centro de Pesquisas de Energia Elétrica
COSERN Companhia Energética do Rio Grande do Norte
CRESESB Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito
EVA Ethylene Vinyl Acetate
EPE Empresa de Pesquisa Energética
GD Geração Distribuída
GEF Global Environment Facility
GWEC Global Wind Energy Council
IEA International Energy Agency
INMET Instituto Nacional de Meteorologia
INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
IRENA International Renewable Energy Agency
LABSOL Laboratório de Energia Solar da UFGRS
MME Ministério de Minas e Energia
NBR Norma Brasileira
PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
PRODIST Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico
Nacional
ProGD Programa de Desenvolvimento da Geração Distribuída de Energia
Elétrica
REN Resolução Normativa
SFCR Sistema Fotovoltaico Concectado à Rede
SONDA Sistema de Organização Nacional de Dados Ambientais
SWERA Solar and Wind Energy Resource Assessment
TIR Taxa Interna de Retorno
TMA Taxa Mínima de Atratividade
UFGRS Universidade Federal do Rio Grande do Sul
VPL Valor Presente Líquido
SUMÁRIO

CAPÍTULO PÁGINA

1 INTRODUÇÃO 15
1.1 Considerações iniciais 15
1.2 Justificativa 19
1.3 Objetivos 20
1.3.1 Objetivo geral 20
1.3.2 Objetivos específicos 20
1.4 Estrutura do trabalho 21
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 22
2.1 Recursos naturais: o sol e o vento 22
2.1.1 Recurso solar 22
2.1.2 Recurso eólico 24
2.2 Geração distribuída 29
2.2.1 Definição 29
2.2.2 Vantagens e desvantagens 29
2.2.3 A utilização da geração distribuída no Brasil 30
2.3 Energia solar fotovoltaica 34
2.3.1 Conceito e princípios de funcionamento 34
2.3.2 Tipos de sistemas fotovoltaicos 36
2.3.3 Componentes básicos do sistema fotovoltaico 37
2.3.4 Panorama atual da energia solar fotovoltaica 38
2.4 Energia eólica 42
2.4.1 Componentes do sistema eólico 42
2.4.2 Tipos de sistemas eólicos 47
2.4.3 Panorama atual da energia eólica 49
3 METODOLOGIA 54
3.1 Descrição geral 54
3.2 Caracterização do estudo de caso 55
3.3 Classificação do consumidor 57
3.4 Avaliação do histórico de consumo de energia elétrica 59
3.5 Obtenção dos níveis de temperatura e recurso solar no local 62
3.6 Levantamento da velocidade média dos ventos 64
3.7 Seleção do módulo fotovoltaico 66
3.8 Seleção do inversor solar 67
3.9 Seleção do aerogerador 68
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 70
4.1 Verificação das áreas disponíveis 70
4.1.1 Áreas disponíveis para instalação dos módulos fotovoltaicos 70
4.1.2 Áreas disponíveis para instalação do aerogerador 70
4.2 Energia produzida pelos sistemas energéticos 71
4.2.1 Energia produzida pelo sistema fotovoltaico 71
4.2.2 Energia produzida pelo sistema eólico 74
4.3 Análise financeira 75
4.3.1 Previsão de economia 75
4.3.2 Custo de implantação 78
4.3.3 Indicadores para análise da viabilidade econômica dos projetos 79
4.3.4 Comparação e indicação do sistema mais viável para implantação 84
5 CONCLUSÃO 86
REFERÊNCIAS 87
APÊNDICE A – VELOCIDADE MÉDIA DIÁRIA DO VENTO EM NATAL A 30 M DE
ALTURA 95
ANEXO A – VELOCIDADE MÉDIA DIÁRIA DO VENTO EM NATAL A 10 M DE
ALTURA 99
ANEXO B – MÓDULO SOLAR ESCOLHIDO 103
ANEXO C – INVERSOR SOLAR ESCOLHIDO 105
ANEXO D – RELATÓRIO DE DIMENSIONAMENTO DO PVSYST 106
15

1 INTRODUÇÃO

1.1 Considerações iniciais

O desenvolvimento das sociedades humanas está diretamente ligado ao domínio das


fontes de energia pela sua população. À medida que iam sendo descobertas e usadas, elas
imprimiam novos rumos para a evolução das comunidades.
Podem-se ver exemplos disso ao longo de toda a história, como nos vestígios do uso do
fogo pelos hominídeos há mais de 1,9 milhão de anos (BOWMAN et al., 2009) e na
Mesopotâmia, uma das mais célebres civilizações antigas, que há cerca de 6 mil anos usava
como energia a força muscular, além da energia cinética dos cursos d’água, da tração animal e
da lenha (HÉMERY et al., 1991 apud CARVALHO, 2014).
Entretanto, o uso da eletricidade foi impulsionado apenas em 1878, com o
desenvolvimento da lâmpada incandescente de filamento por Thomas Edison e da primeira
locomotiva elétrica por Werner Siemens. Posteriormente Nikola Tesla apresentou o motor de
corrente alternada, o qual possibilitou o uso da eletricidade nas fábricas da época
(CARVALHO, 2014).
No Brasil, até a década de 1940, a principal fonte primária de energia era a lenha, que
respondia por mais de 75% do consumo energético. Após a Segunda Guerra Mundial o país
passou por um profundo processo de urbanização e industrialização, o que levou a um rápido
crescimento do consumo de energia e a implantação do sistema elétrico para alimentar as
cidades e do petróleo e gás para suprir as necessidades dos meios de transporte e algumas
indústrias (CARVALHO, 2014).
Nesse cenário, a população brasileira passou de 51,9 milhões de pessoas em 1950
(IBGE, 201-) para mais de 210 milhões em 2019 (IBGE, 2019b) com o país passando de uma
economia baseada na exportação de produtos agrícolas para se converter aos poucos em um
país industrializado, o que gerou um grande aumento na demanda de energia.
Segundo o Balanço Energético Nacional 2019, o qual tem 2018 como ano base, da
Empresa de Pesquisa Elétrica, a Matriz Elétrica Brasileira é composta por 66,6% de energia
produzida por fontes hidráulicas. Apesar dessa fonte ser considerada renovável e limpa, o uso
de usinas hidrelétricas produz grandes impactos ambientais ainda pouco avaliados devido ao
alagamento de grandes áreas cultiváveis. Além disso, devido aos processos de degradação
anaeróbica da matéria orgânica nessas áreas alagadas são emitidos gases do efeito estufa para a
atmosfera, principalmente o metano (PEREIRA et al., 2006).
16

Além dos impactos ambientais, a construção dessas usinas também provoca vários
impactos sociais, pois muitas vezes é necessário o deslocamento da população residente na área
onde será formado o reservatório, o que pode provocar perda de referências afetivas e
desorganização da estrutura social existente (JARDIM, 2007). Um exemplo disso foi a
construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte que causou o deslocamento de 22 mil pessoas
que viviam às margens do rio Xingu e em áreas baixas da cidade de Altamira que seriam
inundadas pelo reservatório para cinco reassentamentos coletivos construídos na área periférica
da cidade (ALISSON, 2019).
Somado a tudo isso existe o fato de as principais bacias hidrográficas que poderiam
atender os grandes centros consumidores brasileiros já estarem praticamente esgotadas,
dificultando a possibilidade de expansão do sistema (PEREIRA et al., 2006) e a grande distância
ao consumidor final, aumentando os preços da energia elétrica e as perdas ao longo do percurso.
O uso de usinas termelétricas ou nucleares podem ser alternativas às usinas hidrelétricas.
A primeira é muita usada nos países desenvolvidos e a sua tecnologia já é dominada, entretanto
seu uso libera gases poluentes para a atmosfera, contribuindo para o efeito estufa e aquecimento
global, podendo provocar chuvas ácidas, além de ser uma fonte finita. Já a energia nuclear é
considerada uma fonte limpa, mas provoca muito medo na população devido a possibilidade de
vazamento dos reatores nucleares, como aconteceu em Chernobyl na Ucrânia.
Com isso, surgem as fontes renováveis de energia como a energia eólica, a energia solar,
a biomassa e as pequenas centrais hidrelétricas, que começam a ganhar escala de produção,
tornando os preços mais competitivos em comparação à energia gerada pelas fontes
tradicionais. Além disso, à medida que os custos das energias alternativas são reduzidos, os
custos das energias convencionais tendem a crescer devido à escassez dos combustíveis e às
crises do petróleo, associados aos custos ambientais gerados (BRAUN-GRABOLLE, 2010). A
Figura 1 mostra a evolução da diminuição do preço da energia solar fotovoltaica no mundo,
exemplificando o ponto exposto acima.
17

Figura 1 - Evolução dos preços da energia solar fotovoltaica no mundo.

Fonte: IRENA (2017).

A energia gerada pelo sol é inesgotável na escala terrestre de tempo, sendo uma das
alternativas energéticas mais promissoras para prover a energia necessária para o
desenvolvimento humano e industrial (PINHO; GALDINO, 2014). O Brasil é privilegiado por
se localizar, em sua maioria, em região intertropical, possuindo um grande potencial de
aproveitamento da energia solar ao longo de todo o ano que ainda é pouco explorado (PEREIRA
et al., 2006).
Em relação à energia eólica, o Brasil já é considerado referência mundial no setor, tendo
ficado na 8ª posição no ranking de países com maior capacidade eólica acumulada em 2018.
Ao todo foram gerados 48,42 TWh de energia em 2018, o que possibilitou o abastecimento de
76 milhões de pessoas e evitou a emissão de 20,58 milhões de toneladas de CO2 (ABBEÓLICA,
2019a).
O uso de energias renováveis é uma tendência global devido à necessidade de redução
de gases do efeito estufa que intensificam o aquecimento global. Em 2015, o Acordo de Paris
foi assinado por 195 países, durante a Conferência das Partes – COP 21, com o objetivo de
minimizar as consequências do aquecimento global (MAGALHÃES, 2017).
Segundo o IRENA (201-), o principal objetivo do Acordo de Paris é fortalecer a resposta
global à ameaça das mudanças climáticas com os países se compromentendo a reduzir emissões
de gases do efeito estufa e fazer uma trasição para um setor energético baseado em baixo
carbono.
18

A Figura 2 e a Figura 3 mostram projeções animadoras da capacidade acumulada


instalada de energia eólica onshore e solar fotovoltaica no mundo até 2050, comprovando a
tendência de uso dessas duas fontes em detrimento dos combustíveis fósseis.

Figura 2 - Projeção da capacidade eólica acumulada instalada onshore no mundo até 2050.

Fonte: IRENA (2019).

Figura 3 - Projeção da capacidade solar fotovoltaica acumulada instalada no mundo até 2050.

Fonte: IRENA (2016).

Além dos benefícios das fontes eólicas e solares vale-se destacar as vantagens atreladas
ao uso da geração distribuída de energia. Segundo Braun-Grabolle (2010):

A geração distribuída diferencia-se da geração centralizada por entregar a energia


diretamente à rede de distribuição ou onde está localizado o consumidor final, não
necessitando de linhas de transmissão. O consumidor pode estar localizado em uma
19

região industrial, em um prédio comercial ou regiões remotas (BRAUN-GRABOLLE,


2010, p. 24).

Em 2012, através da Resolução Normativa nº 482 da ANEEL, um marco para a geração


distribuída no Brasil, foi criado o Sistema de Compensação de Energia Elétrica que
proporcionou ao consumidor a possibilidade de fornecer à rede de distribuição a energia
excedente produzida e receber créditos compensatórios de energia, os quais podem ser usados
para abater o valor das faturas futuras.
Atrelado a tudo isso está a diversificação da matriz energética brasileira, que diminui as
chances de crise no setor, como ocorreu em 2001, pois o país não fica dependente de apenas
uma fonte geradora de energia.

1.2 Justificativa

A produção de energia elétrica no Brasil é feita, em sua maior parte, por Usinas
Hidrelétricas, que apesar de serem uma fonte de geração de energia limpa, a instalação do
complexo hidrelétrico implica em grandes áreas alagadas, impactos ambientais e realocação da
população local. Ademais, as grandes extensões do território brasileiro, de níveis continentais,
geram dificuldade na transmissão da energia, pois fazem-se necessárias grandes linhas de
transmissão, as quais aumentam as chances de haver perdas no sistema. Somado a tudo isto está
o fato de o país ter passado por graves crises hídricas recentemente, como aconteceu no estado
de São Paulo entre 2014 e 2016, quando os níveis do Sistema Cantareira de abastecimento de
água chegaram a 5,0% de sua capacidade (AKEL, 2015).
Segundo Carvalho (2014), o público geral está, aos poucos, percebendo o caráter finito
dos recursos naturais e os impactos ambientais provocados pela exploração e consumo de
petróleo, gás natural e carvão mineral, deixando evidente que essas fontes deverão ser
gradativamente abandonadas, sendo indispensável investir seriamente no desenvolvimento de
fontes de energia que sejam renováveis e limpas.
Sendo assim, a geração distribuída de energia se torna uma alternativa viável para
produção de energia elétrica, pois além de estar próxima ao consumidor, diminuindo os custos
dos sistemas de transmissão e suas perdas no processo, utiliza fontes renováveis de energia que
agregam valor à imagem das empresas e residências que a adotam.
Vale-se destacar o elevado potencial brasileiro de geração de energia solar e eólica. A
título de comparação, a irradiação solar global incidente em qualquer parte do território nacional
20

é superior a grande maioria dos países europeus, como Alemanha, Espanha e França
(PEREIRA, 2006). Com relação à energia eólica, o potencial de geração de energia pelos ventos
no Brasil é de cerca de 500 GW, valor suficiente para atender o triplo da demanda atual do país
(ZAPAROLLI, 2019).
Os condomínios residenciais horizontais apresentam altos valores de consumo de
energia elétrica nas suas áreas comuns, gerando grande dispêndio de dinheiro para o pagamento
dessas faturas, portanto o uso de painéis fotovoltaicos ou aerogeradores são alternativas
sustentáveis para a complementação da demanda de energia desses condomínios. Entretanto,
apesar dos custos dessas tecnologias estarem diminuindo ao longo dos últimos anos, o
investimento inicial ainda pode ser um entrave para a implantação do projeto, por isso torna-se
necessária a realização de um estudo preliminar para analisar a viabilidade de implantação dos
sistemas, se existem áreas disponíveis para instalação, em quanto tempo o investimento terá
retorno e qual das fontes citadas é a mais indicada para utilização no local de estudo.
Portanto, esse tema se torna relevante, tanto pela diminuição dos custos com energia
elétrica pelo condomínio, podendo esse dinheiro ser usado para realização de melhorias na
infraestrutura para os moradores, como pelo uso de fontes renováveis de energia, que geram
menos impactos ambientais, tornando o desenvolvimento sustentável.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo geral

O presente trabalho tem como objetivo geral realizar um estudo da viabilidade de


implantação de um sistema de energia solar fotovoltaica em comparação com um sistema de
energia eólica no Condomínio Residencial Green Woods em Natal/RN a fim de apontar a
alternativa mais viável para redução dos valores das faturas de energia elétrica.

1.3.2 Objetivos específicos

 Dimensionar um sistema de energia solar fotovoltaica para atender a demanda de


energia das áreas comuns do condomínio;
 Dimensionar um sistema de energia eólica para atender a demanda de energia das
áreas comuns do condomínio;
21

 Avaliar e comparar os custos de aquisição e implantação de um sistema de energia


solar fotovoltaica e um sistema de energia eólica;
 Analisar e comparar o tempo de retorno de cada investimento;
 Indicar o tipo de sistema mais viável para o condomínio.

1.4 Estrutura do trabalho

O presente Trabalho de Conclusão de Curso foi dividido em cinco capítulos, os quais


são descritos abaixo:
Capítulo 1 – Introdução: neste capítulo são apresentadas as considerações iniciais sobre
o tema para que o leitor entenda o contexto do trabalho, os argumentos que justificam a sua
realização e a explanação dos objetivos geral e específicos.
Capítulo 2 – Fundamentação teórica: refere-se à pesquisa bibliográfica que detalha os
conceitos introduzidos, como geração distribuída, energia solar fotovoltáica e energia eólica,
com suas vantagens, desvantagens e panomaras de utilização no Brasil e no mundo.
Capítulo 3 – Metodologia: aqui são apresentados os elementos necessários para a
realização do trabalho, com a descrição do estudo de caso, levantamento dos níveis de
irradiação solar, temperatura e velocidade do vento, além da escolha do módulo fotovoltaico,
do inversor e do aerogerador que foram utilizados.
Capítulo 4 – Resultados e discussões: verificação das áreas disponíveis para instalação
dos módulos fotovoltaicos e do aerogerador, determinação da energia que cada sistema pode
produzir, estudo da viabilidade de implantação dos projetos através de uma análise financeira,
comparação e indicação do sistema mais viável para instalação no local.
Capítulo 5 – Conclusão: são expostas as considerações finais obtidas em relação ao
trabalho e propostas de ideias para novas pesquisas.
22

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Recursos naturais: o sol e o vento

2.1.1 Recurso solar

O Sol, que gera energia através de reações termonucleares em seu núcleo, é um dos
principais fatores responsáveis pela vida no planeta Terra. É uma fonte de energia renovável,
com potencial praticamente inesgotável dentro da escala de vida terrestre e disponível
gratuitamente, podendo ser utilizada para suprir necessidades sociais, como, por exemplo,
através do efeito fotovoltaico, o qual converte radiação solar diretamente em eletricidade
(VIANA, 2010).
O fornecimento de energia solar à Terra é de cerca de 94 mil TWh e em 2011 o consumo
mundial de energia primária foi cerca de 143 mil TWh, sendo assim, em apenas duas horas, o
Sol forneceu energia superior ao consumo energético de toda a população mundial durante um
ano (PINHO; GALDINO, 2014).
Segundo a ABNT NBR 10899:2013, radiação solar pode ser definida como a forma de
transferência de energia advinda do sol por meio da propagação de fótons. Já irradiação solar é
a quantidade de energia solar que incide em uma superfície e integrada durante um certo período
de tempo, sendo este o parâmetro necessário para calcular a quantidade de energia elétrica que
um sistema fotovoltaico poderá produzir (BRAUN-GRABOLLE, 2010).
A radiação solar ao penetrar na atmosfera é atenuada por processos físicos de
espalhamento e absorção com os constituintes atmosféricos e chega à superfície terrestre
composta de duas parcelas, a direta e a difusa (PEREIRA, 2006). A radiação direta depende da
posição do sol e é capaz de produzir sombras com nitidez em qualquer objeto, enquanto que a
radiação difusa é proveniente da dispersão da atmosfera (TORRES, 2012). Além disso, a
radiação total, que é a incidente sobre uma superfície inclinada, inclui mais uma componente
devido à radiação refletida pelo ambiente do entorno (solo, vegetação, etc.) da superfície, que
é função do albedo do local (VIANA, 2010).
Em termos de irradiação solar, o Brasil é um país privilegiado, tendo médias anuais
relativamente altas e uniformes em todo o país. O máximo valor de irradiação solar global, 6,5
kWh/m², acontece no norte da Bahia, região de clima semiárido e baixa precipitação ao longo
do ano, enquanto a menor irradiação solar global, 4,25 kWh/m², acontece no litoral norte de
Santa Catarina, caracterizado por precipitações bem distribuídas ao longo do ano. Esses valores
23

são apresentados no mapa da Figura 4 (INMET, 1931-1990 apud PEREIRA, 2006).


A título de comparação, os valores de irradiação solar global que incidem em qualquer
parte do território brasileiro (1500 – 2500 kWh/m²) são superiores aos da maioria dos países
europeus, como Alemanha (900 – 1250 kWh/m²), França (900 – 1650 kWh/m²) e Espanha
(1200 – 1850 kWh/m²), que historicamente investem bastante em projetos para aproveitamento
dos recursos solares (SATEL-LIGHT, 2005 apud PEREIRA, 2006).

Figura 4 - Mapa brasileiro de irradiação solar em média anual do total diário.

Fonte: Pereira (2006).

Existem diversos locais para acesso aos mapas e dados compilados sobre irradiação
solar no Brasil, podem ser citados:
 Atlas Brasileiro de Energia Solar, publicado em 2006, produzido pelo projeto
24

SWERA (Solar and Wind Energy Resource Assessment) o qual é financiado pelo
PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e co-financiado pelo
GEF (Global Environment Facility) (VIANA, 2010).
 SunData, programa desenvolvido pelo CRESESB (Centro de Referência para
Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito), baseado nas informações do Atlas
Brasileiro de Energia Solar - 2ª Edição, destina-se ao cálculo da irradiação solar
diária média em qualquer ponto do território nacional (CRESESB, 2018).
 RADIASOL 2, faz parte do pacote de programas SOLARCAD desenvolvido no
LABSOL (Laboratório de Energia Solar) da UFGRS (Universidade Federal do Rio
Grande do Sul), permite o cálculo da intensidade da radiação solar em superfícies
inclinadas (LABSOL, 2019).
Devido ao grande número de bases de dados, surge a dúvida de qual delas utilizar. O
dimensionamento deve ser feito de forma conservadora para não haver falhas durante o
funcionamento, pode-se, então, considerar o “pior mês” dentre todas as fontes que se tenha
acesso ou, caso haja a necessidade de compor uma sequência de meses, o pior valor para cada
mês (PINHO; GALDINO, 2014).

2.1.2 Recurso eólico

A energia eólica provém da radiação solar, que aquece a superfície da Terra diariamente
com 1.1015 kW de potência, estima-se que 2% desse valor seja convertido em energia cinética
dos ventos. Esse aquecimento, porém, não é feito de maneira uniforme, pois os raios solares
incidem com diversos ângulos em cada região do globo, portanto, os ventos são provenientes
do aquecimento diferenciado da atmosfera (AMÊNDOLA, 2007; CRESESB, 2008).
As regiões tropicais são mais quentes devido à incidência perpendicular dos raios
solares, recebendo assim mais energia, enquanto as regiões polares são mais frias por receberem
esses raios em menores angulações. Com isso, a massa de ar quente que se encontra nas baixas
latitudes tende a subir, sendo substituída por uma massa de ar frio que se desloca das regiões
polares (CRESESB, 2008). Devido à rotação do planeta Terra, o fluxo de ar tem uma trajetória
diferente, se deslocando para a esquerda no Hemisfério Sul e para a direita no Hemisfério Norte,
o chamado Efeito de Coriolis (Figura 5), o qual também cria regiões de alta pressão entre os
Trópicos e o Equador (AMÊNDOLA, 2007).
25

Figura 5 - Ilustração do Efeito de Coriolis.

Fonte: Amêndola (2007).

A incidência não uniforme dos raios solares e o Efeito de Coriolis determinam áreas
com diferentes gradientes de pressão na atmosfera (AMÊNDOLA, 2007):
 Baixa pressão na região do Equador: aquecimento do ar;
 Alta pressão nos Polos: resfriamento do ar;
 Alta pressão na região dos Trópicos: Efeito de Coriolis.

A diferença de pressão entre as regiões do globo provoca a migração de massas de ar


das regiões de alta pressão (maior temperatura) para as de baixa pressão (menor temperatura),
em busca de um equilíbrio que não é alcançado porque os mecanismos que os produzem
(aquecimento no Equador, resfriamento nos Polos e rotação da Terra) estão sempre presentes
na natureza mantendo essa diferença de pressão e, consequentemente, a circulação constante
dos fluxos de ar (AMÊNDOLA, 2007, CRESESB, 2008, PINTO, 2014). Esses ventos são
denominados de globais, constantes ou planetários (Figura 6) e podem ser classificados como
(CRESESB, 2008):
 Alísios: ventos que sopram dos Trópicos para o Equador, em baixas altitudes;
 Contra-Alísios: ventos que sopram do Equador para os Polos, em altas latitudes;
 Ventos do Oeste: ventos que sopram dos Trópicos para os Polos;
 Polares: ventos frios que sopram dos Polos para as zonas temperadas.
26

Figura 6 - Circulação das massas de ar na superfície terrestre.

Fonte: Amêndola (2007).

Os ventos globais circulam em altitudes superiores a 1 km e são responsáveis por


determinar a direção predominante dos ventos de superfície, que atuam nas camadas mais
baixas da atmosfera e são utilizados para a geração de energia eólica. A proximidade com a
superfície terrestre e a influência de fatores locais podem provocar mudanças na direção e na
velocidade desses ventos (AMÊNDOLA, 2007).
A temperatura da superfície terrestre influencia diretamente no regime dos ventos,
criando variações sazonais de direção e intensidade. As monções são escoamentos de grande
escala que sopram em um sentido durante as estações frias e no sentido contrário durante as
estações quentes. As brisas são escoamentos de pequena escala que ocorrem nas regiões
costeiras e nas regiões montanhosas. Nas regiões costeiras, as brisas (Figura 7) se caracterizam
por, durante o dia, quando o solo é mais quente que a água, soprarem do oceano para o
continente (brisa marítima) e durante a noite, quando as águas são mais quentes que o solo,
soprarem do continente para o oceano (brisa terrestre). Nas regiões montanhosas (Figura 8),
durante o dia, o fluxo de ar é ascendente (brisa do vale), esfriando-se quando chega ao topo da
montanha e descendo em direção ao vale, no período noturno o movimento é descendente (brisa
de montanha), com o ar frio vindo das montanhas e se acumulando nos vales (AMÊNDOLA,
2007; CRESESB, 2008; PINTO, 2014).
27

Figura 7 - Brisa marítima (à esquerda) e brisa terrestre (à direita).

Fonte: Adaptado de Pinto (2014).

Figura 8 - Brisa do vale (em cima) e brisa de montanha (embaixo).

Fonte: Pinto (2014).

Outros fatores que afetam a velocidade dos ventos são (AMÊNDOLA, 2007;
CRESESB, 2008; MONTEZANO, 2012):
 Altura: quanto maior a altura, maior será a velocidade dos ventos, por isso
aerogeradores mais altos são mais eficientes;
 Obstáculos: a presença de obstáculos nos arredores provoca alteração na velocidade
dos ventos, principalmente em função da distância até o aerogerador, das dimensões
e da porosidade do obstáculo;
 Rugosidade: um terreno muito rugoso diminui a velocidade do vento, superfícies
d’água possuem baixa rugosidade, enquanto grandes centros urbanos possuem alta
rugosidade;
 Relevo: a constituição do relevo local pode provocar aceleração ou desaceleração
no fluxo do ar, no topo de morros, ele tende a acelerar e no sopé de vales, a
desacelerar.
28

A principal fonte de dados de velocidade dos ventos no Brasil é o Altas do Potencial


Eólico Brasileiro, publicado pelo Cepel (Centro de Pesquisas de Energia Elétrica) em 2001 que
apresenta mapas na resolução de 1 km x 1 km a 50 metros de altura (AMARANTE et al., 2001).
Montezano (2012) destaca que o atlas pode ser utilizado na pré-identificação das melhores áreas
para projetos de aproveitamento eólico, porém o ideal seria realizar medições no local, já que o
vento é bastante sensível às condições locais, então o atlas pode apresentar imprecisões.
Além do Atlas do Potencial Brasileiro, alguns estados também possuem suas próprias
publicações, caso do Rio Grande do Norte, que em 2003, através da COSERN (Companhia
Energética do Rio Grande do Norte), publicou o Atlas do Potencial Eólico do Estado do Rio
Grande do Norte.

Figura 9 - Velocidade média anual dos ventos a 50 m de altura no Brasil.

Fonte: Amarante et al. (2001).


29

2.2 Geração distribuída

2.2.1 Definição

O conceito de geração distribuída (GD) ainda é complicado de ser definido, pois cada
empresa e país costuma ter uma definição diferente. Em alguns países a definição é feita
baseada no nível de tensão da geração distribuída, outros consideram que é a geração conectada
a circuitos nos quais as cargas dos consumidores são supridas diretamente (ACKERMAN et
al., 2001 apud BRAUN-GRABOLLE, 2010). Além disso, também não existe consenso entre
os autores, com cada um apresentando um conceito diferente para o termo.
A ANEEL definiu a geração distribuída no Cadernos Temáticos ANEEL: Micro e
Minigeração Distribuída como caracterizada pela instalação de geradores de pequeno porte,
normalmente a partir de fontes renováveis ou mesmo utilizando combustíveis fósseis,
localizados próximos aos centros de consumo de energia elétrica (ANEEL, 2016).
Em âmbito oficial no Brasil, a geração distribuída foi definida através do Decreto n°
5.163, de 30 de Julho de 2004, conforme apresentado abaixo:

Art. 14. Para os fins deste Decreto, considera-se geração distribuída a produção de
energia elétrica proveniente de empreendimentos de agentes concessionários,
permissionários ou autorizados, incluindo aqueles tratados pelo art. 8o da Lei no 9.074,
de 1995, conectados diretamente no sistema elétrico de distribuição do comprador,
exceto aquela proveniente de empreendimento:
I - hidrelétrico com capacidade instalada superior a 30 MW; e
II - termelétrico, inclusive de cogeração, com eficiência energética inferior a
setenta e cinco por cento, conforme regulação da ANEEL, a ser estabelecida até
dezembro de 2004.
Parágrafo único. Os empreendimentos termelétricos que utilizem biomassa ou
resíduos de processo como combustível não estarão limitados ao percentual de
eficiência energética prevista no inciso II do caput (BRASIL, 2004, p. 5).

2.2.2 Vantagens e desvantagens

A geração distribuída de energia pode proporcionar uma série de benefícios para o setor
elétrico nacional, dentre eles citam-se (INEE 2001, apud Almeida, 2010; MME, 2015):
 Baixo impacto ambiental devido ao uso de fontes de energia limpas e renováveis,
como a solar fotovoltaica e a eólica, além da redução do uso de fontes poluentes,
como térmicas e combustíveis fósseis, contribuindo para a redução da emissão de
gases do efeito estufa;
 Diversificação e maior eficiência da matriz energética;
30

 Postergação de investimentos em expansão nos sistemas de distribuição e


transmissão;
 Melhoria do nível de tensão da rede no período de carga pesada;
 Aumento da confiabilidade do suprimento aos consumidores próximos à geração
local;
 Aumento da estabilidade do sistema elétrico, pela existência de reservas de geração
distribuída;
 Redução das perdas na transmissão e dos respectivos custos;
 Atendimento mais rápido ao crescimento da demanda por ter um tempo de
implantação inferior ao de acréscimos à geração centralizada;
 Geração de novos empregos e renda devido a estruturação de novas cadeias
produtivas industriais e novos serviços, como instalação e manutenção de geradores
solares e eólicos.

Alguns inconvenientes e desvantagens relacionados à geração distribuída também


devem ser destacados, como (INEE 2001, apud Almeida, 2010; MME, 2015):
 Aumento da complexidade de operação da rede;
 Dificuldade na cobrança pelo uso do sistema elétrico;
 Eventual incidência de tributos;
 Necessidade de alteração dos procedimentos das distribuidoras para operar,
controlar e proteger suas redes;
 Maior complexidade nos procedimentos e na realização de manutenções, inclusive
nas medidas de segurança a serem tomadas;
 Maior complexidade administrativa, contratual e comercial.

Portanto, constata-se que as vantagens do uso da geração distribuída em larga escala no


país são muito superiores às desvantagens dessa tecnologia. Estas estão principalmente ligadas
ao aumento da complexidade do sistema, que pode diminuir conforme as concessionárias
ganham experiência no uso desse tipo de geração.

2.2.3 A utilização da geração distribuída no Brasil

A geração distribuída era proibida no Brasil até os anos 60 e, em meados dos anos 90,
31

passou a ser permitida apenas destinada à autoprodução de energia e a interconexão com a rede
não era permitida. Seguindo a tendência mundial, o Brasil decidiu reestruturar o setor elétrico,
regulamentando o mercado com novas resoluções, leis e decretos (BRAUN-GRABOLLE,
2010).
Através da Lei n° 10.848 de 15 de Março de 2004, que dispõe sobre a comercialização
da energia elétrica, a geração distribuída foi introduzida oficialmente no Brasil, com sua
definição oficial vindo apenas no Decreto n° 5.163 de 30 de julho de 2004. Mas o marco
regulatório desse setor foi a Resolução Normativa n° 482/2012, quando a ANEEL criou o
Sistema de Compensação de Energia Elétrica e o consumidor passou a poder gerar sua própria
energia elétrica, podendo inclusive fornecer o excedente à rede de distribuição. Já a Resolução
Normativa n° 687/2015 surgiu para revisar e atualizar alguns pontos da REN n° 482/2012 e a
seção 3.7 do Módulo 3 dos Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema
Elétrico Nacional – PRODIST.
De acordo com o Artigo 2° da Resolução Normativa n° 687/2015, mini e microgeração
distribuída de energia são definidas como:

Microgeração distribuída: central geradora de energia elétrica, com potência instalada


menor ou igual a 75 kW e que utilize cogeração qualificada, conforme regulamentação
da ANEEL, ou fontes renováveis de energia elétrica, conectada na rede de distribuição
por meio de instalações de unidades consumidoras;
Minigeração distribuída: central geradora de energia elétrica, com potência instalada
superior a 75 kW e menor ou igual a 3 MW para fontes hídricas ou menor ou igual a
5 MW para cogeração qualificada, conforme regulamentação da ANEEL, ou para as
demais fontes renováveis de energia elétrica, conectada na rede de distribuição por
meio de instalações de unidades consumidoras; (ANEEL, 2015, p. 1).

Através do Sistema de Compensação de Energia Elétrica é possível que a unidade


consumidora injete na rede de distribuição a energia excedente gerada com a mini ou
microgeração distribuída, sendo assim, a rede funciona como uma espécie de bateria,
armazenando o excedente. Nos meses em que o consumidor gerar mais energia que consumir,
ele receberá créditos de energia (kWh) que poderão ser usados para abatimento das faturas dos
meses em que o consumo seja maior que a geração. Com a REN n° 687/2015, o prazo de
validade desses créditos passou de 36 para 60 meses, contados a partir da data do faturamento
(ANEEL, 2016).
O consumidor também pode optar por utilizar esses créditos em outras unidades
previamente cadastradas dentro da mesma área de concessão. Existem três casos definidos na
REN n° 687/2015, são eles:
32

Geração compartilhada: caracterizada pela reunião de consumidores, dentro da mesma


área de concessão ou permissão, por meio de consórcio ou cooperativa, composta por
pessoa física ou jurídica, que possua unidade consumidora com microgeração ou
minigeração distribuída em local diferente das unidades consumidoras nas quais a
energia excedente será compensada;
Autoconsumo remoto: caracterizado por unidades consumidoras de titularidade de
uma mesma Pessoa Jurídica, incluídas matriz e filial, ou Pessoa Física que possua
unidade consumidora com microgeração ou minigeração distribuída em local
diferente das unidades consumidoras, dentro da mesma área de concessão ou
permissão, nas quais a energia excedente será compensada;
Empreendimento com múltiplas unidades consumidoras (condomínios): caracterizado
pela utilização da energia elétrica de forma independente, no qual cada fração com
uso individualizado constitua uma unidade consumidora e as instalações para
atendimento das áreas de uso comum constituam uma unidade consumidora distinta,
de responsabilidade do condomínio, da administração ou do proprietário do
empreendimento, com microgeração ou minigeração distribuída, e desde que as
unidades consumidoras estejam localizadas em uma mesma propriedade ou em
propriedades contíguas, sendo vedada a utilização de vias públicas, de passagem aérea
ou subterrânea e de propriedades de terceiros não integrantes do empreendimento
(ANEEL, 2015, p. 2).

É importante ressaltar que, para as unidades consumidoras conectadas em baixa tensão,


mesmo injetando energia na rede de distribuição e gerando créditos ao fim do mês, não é
possível zerar a fatura de energia, devendo nesses casos ser pago o valor referente à taxa mínima
do custo de disponibilidade. Essa taxa é calculada em função de uma quantidade de energia que
depende do tipo de sistema de fornecimento de energia à unidade. Para os consumidores
enquadrado no grupo de alta tensão será necessário apenas o pagamento da demanda contratada
(ANEEL, 2016). O Quadro 1 apresenta a taxa mínima a ser paga pelo fornecimento da energia
elétrica.

Quadro 1 - Taxa mínima a ser paga pelo fornecimento de energia elétrica.

Grupo consumidor Valor


Grupo A: alta tensão Demanda contratada
Grupo B: monofásico ou bifásico a 2 condutores Custo de disponibilidade: 30 kWh
Grupo B: bifásico a 3 condutores Custo de disponibilidade: 50 kWh
Grupo B: trifásico Custo de disponibilidade: 100 kWh
Fonte: Adaptado de ANEEL (2010).

Demanda contratada é definida como a demanda de potência ativa disponibilizada pela


distribuidora de forma obrigatória e contínua conforme fixado em contrato e que deve ser paga
independentemente da sua utilização ou não (ANEEL, 2010).
O Quadro 2 classifica os tipos de consumidores apresentados no Quadro 1.
33

Quadro 2 - Classificação dos tipos de consumidores.

Grupo consumidor Nível de tensão Tipo de tarifa


Binômia: cobrada em função do
A (Alta tensão) ≥ 2300 V
consumo e da demanda

B (Baixa tensão) < 2300 V Monômia: cobrada em função do consumo

Fonte: Adaptado de ANEEL (2010).

Em 2015, através do Ministério de Minas e Energia (MME), o Governo Federal lançou


o Programa de Desenvolvimento da Geração Distribuída de Energia Elétrica (ProGD) com o
intuito de aprofundar as ações de estímulo à geração de energia pelos próprios consumidores
(MME, 2015).
Estima-se que até 2030 o ProGD possa movimentar pouco mais de R$ 100 bilhões em
investimentos. Além disso, 2,7 milhões de unidades consumidoras poderão ter energia gerada
por elas mesmas, o que pode resultar em 23.500 MW (48 TWh produzidos) de energia limpa e
renovável. Esse valor equivale à metade da geração da Usina Hidrelétrica de Itaipu, reduzindo
a emissão de 29 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera (MME, 2015).
Segundo dados do Balanço Energético Nacional 2019, lançado pela Empresa de
Pesquisa Energética em maio de 2019, a produção de energia por mini e microgeração
distribuída cresceu 131% em 2018 na comparação com 2017, chegando a 828 GWh, a série
completa pode ser vista na Tabela 1. A Figura 10 apresenta a participação de cada fonte na
geração distribuída em 2018, com destaque para a energia solar fotovoltaica, que chegou a 562
GWh de geração (EPE, 2019).

Tabela 1 - Energia gerada por micro e minigerção distribuída no Brasil.

Ano Geração (GWh)


2015 34,9
2016 104,1
2017 359,1
2018 828,1
Fonte: Adaptado de EPE (2019).
34

Figura 10 - Participação de cada fonte na geração distribuída no Brasil em 2018.

Fonte: EPE (2019).

2.3 Energia solar fotovoltaica

2.3.1 Conceito e princípios de funcionamento

Em 1839 o físico francês Alexandre-Edmond Becquerel observou pela primeira vez a


conversão de energia solar em energia elétrica, o efeito fotovoltaico, constatando uma diferença
de potencial entre eletrodos imersos em solução ácida quando exposta à luz. Em 1883 C. E.
Frits desenvolveu, em selênio, os primeiros dispositivos que podem ser chamados de células
fotovoltaicas. Apenas na décade de 1950 as primeiras células fotovoltaicas de silício cristalino
foram fabricadas, devido a avanços tecnológicos na área de dispositivos semicondutores, nos
Laboratórios Bell, nos Estados Unidos. A produção mundial começou a crescer realmente nos
anos 2000 quando as células de silício cristalino passaram a dominar o mercado (PINHO;
GALDINO, 2014).
O efeito fotovoltaico acontece nas células fotovoltaicas, que são o principal responsável
pelo funcionamento dos sistemas fotovoltaicos. Essas células são formadas por um material
semicondutor coberto por uma película anti-refletora com contatos metálicos na superfície
frontal e posterior (BRAUN-GRABOLLE, 2010).
O semicondutor mais usado nas células fotovoltaicas é o silício (tetravalente) com duas
camadas diferentes ligadas por um fio. Uma camada é formada por dopantes tipo-p (adição de
boro, que é trivalente) e a outra por dopantes tipo-n (adição de fósforo, que é pentavalente) que
35

unidas formam a chamada junção p-n (PINHO; GALDINO, 2014).


A camada tipo-n se caracteriza pelo excesso de elétrons, pois na ligação do silício
(quatro elétrons na camada de valência) com o fósforo (cinco elétrons na camada de valência)
há sobra de um elétron, que fica fracamente ligado ao seu átomo de origem. Já a camada tipo-
p é caracterizada pela falta de elétrons (chamada de lacuna) para satisfazer a ligação entre silício
e boro (três elétrons na camada de valência). Na junção p-n os elétrons livres passam da camada
n para a camada p, onde encontram as lacunas que os capturam. Assim, a camada p torna-se
negativamente carregada e a camada n, positivamente carregada, gerando um campo elétrico.
Quando essa junção é exposta a fótons presentes na radiação solar as cargas são aceleradas, o
que gera uma circulação dos elétrons e consequentemente uma corrente elétrica (PINHO;
GALDINO, 2014).
A película anti-refletora da célula fotovoltaica é necessária para que a reflexão da luz
seja reduzida fazendo com que uma maior quantidade de fótons atinja a região da junção p-n,
gerando, assim, mais energia (CHUNDURI, 2008 apud BRAUN-GRABOLLE, 2010).

Figura 11 - Corte transversal de uma célula folovoltaica.

Fonte: CRESESB (2006).

As células fotovoltaicas são constituídas, em grande parte, por silício monocristalino,


policristalino ou amorfo. Apesar de ser o segundo material mais abundante na superfície
terrestre, apenas o silício de alta pureza é um bom material semicondutor, porém seu processo
de purificação utiliza muita energia, tornando-o dispensdioso, sendo esse um dos principais
fatores que contribuem para o elevado preço das células fotovoltaicas (BRAUN-GRABOLLE,
2010).
36

As células de silício monocristalino são as mais usadas historicamente e sua tecnologia


de fabricação é um processo simples e amplamente conhecido. As células de silício
policristalino são mais baratas que as primeiras, pois possuem um processo de fabricação menos
rigoroso, entretanto sua eficiência (12,5%) é um pouco menor quando comparada às células de
silício monocristalino (15%). Por fim, as células de silício amorfo apresentam grandes
vantagens nas propriedades elétricas e baixo custo de produção, o que as tornam uma importante
tecnologia para sistemas fotovoltaicos de baixo custo, por outro lado, elas apresentam baixa
eficiência quando comparada às outras duas e um processo de degradação que acontece logo
no início da operação, reduzindo sua eficiência ao longo da vida útil (CRESESB, 2006).

2.3.2 Tipos de sistemas fotovoltaicos

Como as células fotovoltaicas não possuem capacidade de armazenamento da energia


produzida todo o fluxo de elétrons deve alimentar diretamente uma carga ou um banco de
baterias que irá armazenar essa energia produzida. Sendo assim, os sistemas podem ser
classificados como isolados (Off grid) ou conectados à rede (On grid), em ambos os casos a
operação pode ser feita apenas com a fonte fotovoltaica ou em conjunto com outra fonte de
energia, quando são chamados de sistemas híbridos (PINHO; GALDINO, 2014).
O sistema conectado à rede pública de distribuição dispensa o uso de baterias, tornando-
o mais barato que o isolado, porém sem autonomia. Quando a geração de energia é maior que
o consumo, ele envia energia para a rede e retira dela quando o consumo é maior que a geração.
Sendo assim, o usuário só paga quando consome mais do que gera, podendo receber créditos
caso a geração seja maior que o consumo. A composição básica desse tipo de sistema é formada
por painéis fotovoltaicos, inversores de corrente contínua em alternada e medidor bidirecional
(ALVES, 2016).
O sistema isolado é caracterizado pela necessidade do uso de baterias para o
armazenamento da energia produzida, tornando-o autônomo, sendo mais usado em locais
remotos que não são atendidos pela rede pública de energia. Os sistemas off grid são
constituídos por painéis fotovoltaicos, bancos de baterias, controladores de carga e inversores
(ALVES, 2016).
37

2.3.3 Componentes básicos do sistema fotovoltaico

2.3.3.1 Módulo fotovoltaico

O módulo fotovoltaico é o componente unitário do gerador de energia, responsável pela


captação da luz do sol, sendo composto por células fotovoltaicas associadas em arranjos, e
posteriormente encapsuladas, para produzir tensão e corrente suficientes para a utilização
prática da energia (BLUESOL, 2018; PINHO; GALDINO, 2014).
O encapsulamento das células fotovoltaicas é necessário devido a sua pequena espessura
e grande fragilidade, o material utilizado é o EVA, por ser resistente mecanicamente,
eletricamente e termicamente (BLUESOL, 2018).
Como as células fotovoltaicas possuem uma tensão muito baixa, elas são conectadas em
série produzindo uma tensão resultante equivalente à soma das tensões individuais de cada
célula. Além disso, o número de células conectadas em cada módulo e o seu arranjo, série ou
paralelo, são definidos de acordo com a tensão e corrente elétrica desejadas (PINHO;
GALDINO, 2014).

Figura 12 - Estrutura de um módulo fotovoltaico.

Fonte: BlueSol (2018).

2.3.3.2 Inversores

A principal função dos inversores é transformar a corrente contínua gerada nos módulos
fotovoltaicos em corrente alternada, a qual é necessária para o funcionamento dos aparelhos
38

elétricos, através da mudança da forma da onda. Nos sistemas fotovoltaicos conectados à rede,
os inversores servem para adequar as características da energia gerada pelos módulos às
características da rede elétrica convencional (PEREIRA; GONÇALVES, 2008).

2.3.3.3 Medidor bidirecional

Em sistemas fotovoltaicos conectados à rede é necessário o uso de um medidor


bidirecional, o qual registra a energia recebida da concessionária e a energia injetada na rede
elétrica pelo consumidor. Com isso, a distribuidora consegue registrar a energia colocada na
rede e transformá-la em créditos de energia para serem usados posteriormente pelo consumidor
(ALVES, 2016).

2.3.3.4 Banco de baterias

O uso de dispositivos de armazenamento de energia é necessário em sistemas


fotovoltaicos isolados da rede elétrica para atender a demanda em períodos nos quais a geração
de energia é nula ou insuficiente, como à noite ou em dias nublados. Assim, parte da energia
elétrica produzida durante o dia e que não é utilizada, que seria injetada na rede em SFCR, é
armazenada em baterias para ser usada em outros momentos (PINHO; GALDINO, 2014).

2.3.3.5 Controladores de carga

São utilizados em sistema desconectados da rede, têm como principal função controlar
a carga e a descarga do banco de baterias, o que possibilita um aumento da vida útil delas e
evita explosões, incêndios e outros tipos de problemas no sistema. É recomendado que a
instalação dos controladores de carga seja feita o mais próximo possível das baterias para evitar
perdas de energia na fiação (ALVES, 2016).

2.3.4 Panorama atual da energia solar fotovoltaica

2.3.4.1 No mundo

O mercado mundial de energia solar fotovoltaica vem crescendo exponencialmente nos


39

últimos anos, atingindo, em 2018, a capacidade acumulada instalada de 500 GW, conforme
mostra a Figura 13 (IEA, 2019).

Figura 13 - Evolução da capacidade solar fotovoltaica acumulada instalada no mundo (GW).

Fonte: IEA (2019).

Através da Figura 13 pode-se comprovar a evolução da capacidade de geração de


energia solar fotovoltaica no mundo, com um aumento de aproximadamente 100 GW apenas
de 2017 para 2018 (IEA, 2019).
A China é a líder isolada em capacidade acmulada instalada, somando 176 GW, com
Estados Unidos e Japão completando o pódio, com 62 GW e 56 GW, respectivamente. Além
disso, apenas em 2018, a China instalou 45 GW em capacidade de geração de energia, seguida
pela Índia, com 10,8 GW e EUA com 10,6 GW. A Figura 14 apresenta a evolução da capacidade
instalada anualmente no mundo (IEA, 2019).

Figura 14 – Evolução da capacidade solar fotovoltaica instalada anualmente no mundo (GW).

Fonte: IEA (2019).


40

As Tabela 2 e a Tabela 3 apresentam os 10 países com mais capacidade acumulada


instalada em 2018 e os 10 países que mais instalaram capacidade de geração de energia em
2018 (IEA, 2019).

Tabela 2 - Top 10 países com mais capacidade instalada no ano de 2018.

Posição País Capacidade instalada em 2018 (GW)


1 China 45,0
2 Índia 10,8
3 Estados Unidos 10,6
4 Japão 6,5
5 Austália 3,8
6 Alemanha 3,0
7 México 2,7
8 Coréia do Sul 2,0
9 Turquia 1,6
10 Holanda 1,3
Fonte: Adaptado de IEA (2019).

Tabela 3 - Top 10 países com mais capacidade acumulada instalada em 2018.

Posição País Capacidade acumulada instalada em 2018 (GW)


1 China 176,1
2 Estados Unidos 62,2
3 Japão 56,0
4 Alemanha 45,4
5 Índia 32,9
6 Itália 20,1
7 Reino Unido 13,0
8 Austrália 11,3
9 França 9,0
10 Coréia do Sul 7,9
Fonte: Adaptado de IEA (2019).
41

2.3.4.2 No Brasil

Em 2017 o Brasil se colocou entre os 30 maiores geradores de energia fotovoltaica do


mundo, com 1,1 GW acumulado, e projetando-se que essa fonte de energia saia dos atuais 0,8%
da matriz elétrica para 32% em 2040. Apesar desse cenário animador, o Brasil ainda está muito
distantes dos líderes China e EUA que possuiam 131 GW e 51 GW, respectivamente, de
capacidade acumulada em 2017 (VIALLI, 2018).
Segundo os dados disponibilizados, em 2019, pela Associação Brasileira de Energia
Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) o Brasil instalou 1,2 GW de energia em 2018, totalizando 2,4
GW de capacidade instalada acumulada entre geração distribuída e centralizada, sendo assim a
fonte solar fotovoltaica representa 1,2% da matriz elétrica brasileira, como pode-se ver na
Figura 15.
Em termos de geração distribuída, os estados que possuem maior potência instalada são
Minas Gerais, com 196,7 MW (19,7%), Rio Grande do Sul, com 158,7 MW (15,9%) e São
Paulo, com 126,2 MW (12,6%). O Rio Grande do Norte aparece apenas na 12° posição, com
21,1 MW de potência instalada, o que representa 2,1% do total (ABSOLAR, 2019).
Além disso, no segmento de micro e minigeração distribuída, a fonte solar fotovoltaica
é líder isolada, com (ABSOLAR, 2019):
 99,7% de todas as conexões de micro e minigeração distribuída;
 87,3% de potência instalada na micro e minigeração distribuída;
 R$ 5,6 bilhões em investimentos acumulados desde 2012;
 93.597 sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede;
 117.312 consumidores recebendo créditos de energia elétrica;
 1.000 MW de potência instalada.
42

Figura 15 - Matriz elétrica brasileira em 2019.

Fonte: Adaptado de ABSOLAR (2019).

2.4 Energia eólica

Energia eólica é a energia cinética contida nas massas de ar em movimento, seu


aproveitamento se dá a partir da conversão de energia cinética de translação em energia cinética
de rotação por meio do emprego de turbinas eólicas para geração de eletricidade. Essas turbinas,
também chamadas de aerogeradores, são compostas basicamente por uma torre de sustentação,
um gerador elétrico e um rotor, acionado por um conjunto de pás que captam o vento e acionam
o gerador elétrico (CUSTÓDIO, 2013 apud FONSECA; RAMALHO, 2018).
O aproveitamento da energia eólica pelo homem data do Século V, quando os Persas
utilizavam moinhos de vento para bombear a água a ser utilizada na irrigação das plantações.
Durante as Cruzadas, no Século XI, os moinhos de vento foram introduzidos na Europa, sendo
largamente utilizados na Holanda para drenagem de terras alagadas e criação de áreas de
plantio. Seu declínio veio apenas no Século XIX, com a Revolução Industrial, quando foram
substituídos por máquinas a vapor (MOREIRA JÚNIOR, 2009).

2.4.1 Componentes do sistema eólico

As turbinas eólicas, responsáveis pela extração da energia cinética dos ventos através
43

de suas pás, podem ter diversas configurações, contundo, os aerogeradores modernos costumam
ter três pás com eixo horizontal, torres tubulares e formato aerodinâmico (AMÊNDOLA, 2007).
A Figura 16 apresenta as principais partes de dois tipos de aerogeradores, no qual:
(1) Torre
(2) Nacele
(2a) Acoplamento torre/nacele
(2b) Gerador
(2c) Transmissão
(3) Turbina eólica
(3a) Cubo
(3b) Acoplamento cubo/pás
(3c) Pá

Figura 16 - Diagramas esquemáticos da configuração interna de aerogeradores modernos.

Fonte: Amêndola (2007).

2.4.1.1 Turbina eólica

Existem dois tipos de turbinas eólicas no mercado, as turbinas de eixo horizontal e as


turbinas de eixo vertical. A principal vantagem das turbinas de eixo vertical é o fato de não
necessitarem de mecanismos de acompanhamento da variação da direção do vento, o que reduz
a complexidade do projeto e os esforços devido às forças de Coriolis. As pás podem ser movidas
por forças aerodinâmicas chamadas forças de sustentação (lift) e forças de arrasto (drag). As
forças de sustentação atuam perpendicularmente ao escoamento do vento, enquanto as forças
44

de arrasto atuam na direção do escoamento. Em decorrência do movimento de rotação das pás,


esse tipo de turbina precisa alterar constantemente os ângulos de ataque e deslocamento em
relação à direção dos ventos, o que limita o rendimento e causa vibração em toda a sua estrutura
(DUTRA, 2009; MOREIRA JÚNIOR, 2009). Os principais tipos são:
 Darrieus (Figura 17): tem curva de rendimento característica próxima a dos rotores
de três pás de eixo vertical, sendo mais compatíveis com o uso em aerogeradores,
constituem-se de lâminas curvas de perfil aerodinâmico atadas pelas duas pontas ao
eixo vertical (DUTRA, 2009; MOREIRA JÚNIOR, 2009);
 Savonius (Figura 18): tem curva de rendimento característica próxima a dos rotores
de múltiplas pás, de eixo horizontal, mas em uma faixa mais estreita e de menor
amplitude, seu uso é mais indicado em pequenos sistemas de bombeamento de água
(MOREIRA JÚNIOR, 2009).

Figura 17 - Turbina Darrieus.

Fonte: Electrical e-library (2019).


45

Figura 18 - Turbina Savonius.

Fonte: Windside (201-).

As turbinas de eixo horizontal são mais comuns, de maior utilização e comercialização


mundial. Também são movidas por forças de sustentação e forças de arrasto, entretanto, os
rotores que giram sob o efeito de forças de sustentação liberam muito mais potência do que
aqueles que giram sob efeito de forças de arrasto para uma mesma velocidade de vento
(DUTRA, 2009).
Os rotores de eixo horizontal ao longo do vento devem possuir mecanismos capazes de
permitir que o disco varrido pelas pás esteja sempre em posição perpendicular ao vento, podem
ser constituídos de uma pá e contrapeso, duas, três ou múltiplas pás. As pás podem ter diversas
formas e são fabricadas em diversos materiais, as mais comuns são rígidas de madeira, alumínio
ou fibra de vidro reforçada (DUTRA, 2009).
Quanto à posição do rotor em relação à torre (Figura 19), esse tipo de turbina pode ser
classificada em up wind (rotor na frente da torre) ou down wind (rotor atrás da torre). Nas
turbinas down wind não há necessidade de mecanismos de orientação em relação ao vento,
porém o recurso eólico é influenciado negativamente pela torre antes de atingir o rotor, além da
presença de ruídos incômodos causados por turbulências. Já as turbinas up wind não sofrem
turbulência, mas precisam do uso de mecanismos de orientação do rotor em relação ao vento
para funcionar (MOREIRA, 2010).
46

Figura 19 - Representação de turbinas de eixo horizontal com configurações upwind e downwind.

Fonte: Manwell; McGowan; Rogers (2002) apud Moreira (2010).

2.4.1.2 Nacele

A nacele é a parte do aerogerador com aspecto aerodinâmico, podendo apresentar


diferentes formatos de acordo com a preferência do fabricante. É instalada diretamente sobre a
torre e possui três funções principais (AMÊNDOLA, 2007):
 Sustentar a turbina eólica;
 Abrigar os equipamentos necessários para a conversão de energia eólica em energia
elétrica;
 Minimizar a sombra eólica provocada pelo aerogerador, melhorando a eficiência da
turbina.

2.4.1.3 Caixa de transmissão

Também chamada de caixa multiplicadora ou caixa de engrenagens possui a função de


transmitir a energia mecânica entregue pelo eixo do rotor ao gerador. Como o rotor gira a baixas
velocidades e o gerador apresenta altas velocidades, então é necessário o uso de uma caixa de
47

transmissão para fazer o acoplamento entre os dois. Já existem, entretanto, aerogeradores que
dispensam o uso da caixa multiplicadora, fazendo o acoplamento direto da turbina com o
aerogerador (CUSTÓDIO, 2013).

2.4.1.4 Gerador

O gerador é o componente responsável por transformar a energia mecânica de rotação


das pás na energia elétrica que será utilizada pelos consumidores (MOREIRA, 2010). Podem
ser utilizados geradores síncronos ou assíncronos dependendo do modelo, potência e condições
de uso do aerogerador (CUSTÓDIO, 2013).

2.4.1.5 Torre

Sustentam e posicionam a turbina a uma altura conveniente para o seu funcionamento,


onde o vento tem maior velocidade e, consequentemente, o desempenho do aerogerador será
maior. Podem ser de dois tipos: cônicas ou treliçadas (CUSTÓDIO, 2013).
As torres cônicas podem ser de aço ou de concreto, enquanto que as treliçadas são de
aço. Apesar das treliçadas serem mais baratas e de montegem e transporte mais simples que as
cônicas, elas são pouco usadas por apresentarem riscos de instabilidade (CUSTÓDIO, 2013).

2.4.2 Tipos de sistemas eólicos

Os sistemas eólicos podem ser classificados de acordo com a sua aplicação em sistemas
isolados, sistemas híbridos e sistemas interligados à rede elétrica. O sistema isolado,
apresentado na Figura 20, é caracterizado pela necessidade de uma unidade de armazenamento,
como um banco de baterias, para garantir a continuidade do suprimento de energia em períodos
de ausência de vento. Além disso, também é feito o emprego de um controlador de carga para
evitar danos na bateria e de um inversor para transformar a corrente contínua produzida pelo
gerador em corrente alternada (DUTRA, 2009).
48

Figura 20 - Configuração de um sistema eólico isolado.

Fonte: Dutra (2009).

Os sistemas híbridos (Figura 21) são formados por mais de um tipo de fonte de geração
de energia, como turbinas eólicas, geração a diesel ou módulos fotovoltaicos. Costumam ser
empregados em sistemas de médio (10 – 250 kW) a grande (250 kW – 2 MW) porte e são
destinados a atender um maior número de usuários (MOREIRA JÚNIOR, 2009).

Figura 21 - Configuração de um sistema híbrido solar-eolico-diesel.

Fonte: Dutra (2009).

Os sistemas interligados à rede são caracterizados principalmente pelos grandes parques


49

eólicos, apresentam um grande número de aerogeradores utilizados e não necessitam de


sistemas de armazenamento de energia, pois toda a geração é entregue diretamente à rede
elétrica (DUTRA, 2009). Também podem ser encontrados em aplicações com uso de turbinas
de pequeno porte em geração distribuída para residências e indústrias.

2.4.3 Panorama atual da energia eólica

2.4.3.1 No mundo

Segundo dados da GWEC (2019), 51,3 GW de capacidade de energia eólica foi instalada
no mundo em 2018, um pequeno aumento de 4% em relação a 2017, com isso, a capacidade
acumulada instalada no mundo alcançou 591 GW. A previsão do mercado é que até 2023 pelo
menos 55 GW de capacidade seja instalada em cada ano.
A Figura 22 mostra a evolução da capacidade acumulada instalada no mundo, enquanto
que a Figura 23 mostra a evolução da capacidade instalada em cada ano no mundo, neste caso
pode-se observar que até 2012 houve aumento da capacidade instalada em todos os anos, mas
desde então há variação entre anos de aumento e anos de diminuição em investimento no setor
eólico (GWEC, 2019).

Figura 22 - Evolução da capacidade eólica acumulada instalada no mundo (GW).

Fonte: Adaptado de GWEC (2019).


50

Figura 23 - Evolução da capacidade eólica instalada anualmente no mundo (GW).

Fonte: Adaptado de GWEC (2019).

A China foi o país que mais instalou capacidade eólica em 2018 (Figura 24), 23.000
MW, com ampla vantagem sobre os Estados Unidos em segundo com 7.588 MW e Alemanha
em terceiro com 3.371 MW. O Brasil aparece na quinta posição com 1.939 MW de capacidade
eólica nova, tendo subido uma posição em relação a 2017 (GWEC, 2019).
Em relação à capacidade eólica acumulada (Figura 25), China, Estados Unidos e
Alemanha também lideram, com 211.392 MW, 96.812 MW e 59.312 MW, respectivamente.
Na oitava posição está o Brasil, com 14.707 MW de capacidade eólica acumulada, mesma
posição ocupada em 2017 (GWEC, 2019).
51

Figura 24 - Top 10 de capacidade eólica nova em Figura 25 - Top 10 de capacidade eólica acumulada
2018. em 2018.

Fonte: ABEEólica (2019).


Fonte: ABEEólica (2019).

2.4.3.2 No Brasil

Segundo dados da ABEEólica (2019), em 2018, foram adicionados à matriz elétrica


brasileira mais 1,94 GW de energia eólica em 75 novos parques, fazendo com que o setor
chegasse ao final de 2018 com 14,71 GW de capacidade instalada (aumento de 17,2% em
relação a 2017) em 583 parques eólicos. São mais de 7 mil aerogeradores funcionando em 12
estados, que fornecem energia limpa para aproximadamente 25,5 milhões de residências ou
cerca de 80 milhões de pessoas por mês. Ao todo, foram gerados 48,42 TWh (aumento de 14,4%
em relação a 2017) de energia eólica ao longo de 2018. No Nordeste, a geração eólica é tão
representativa que no dia 13/09/2018, 74,12% da energia consumida no subsistema nordestino
veio de usinas eólicas (ABEEÓLICA, 2019a). A Figura 26 apresenta a evolução da capacidade
eólica acumulada e a nova capacidade instalada no Brasil a cada ano.
52

Figura 26 - Evolução da capacidade eólica acumulada e nova instalada no Brasil (MW).

Fonte: ABEEólica (2019a).

Em termos de investimento no setor eólico, o ano de 2018 encerrou com US$ 1,27 bilhão
investidos, representando 35% dos investimentos realizados em energias renováveis no Brasil.
O investimento realizado de 2011 a 2018 totaliza US$ 31,2 bilhões. Apesar dos altos valores,
houve uma redução em comparação a 2017, segundo a Bloomberg New Energy Finance, o
principal motivo dessa queda foi a lacuna de leilões realizados entre novembro de 2015 e
dezembro de 2017 (ABEEÓLICA, 2019a). A Figura 27 apresenta a evolução do investimento
no setor eólico brasileiro entre 2011 e 2018 e a representatividade em relação ao total investido
em renováveis.

Figura 27 - Evolução do investimento no setor eólico brasileiro em milhões de dólares.

Fonte: ABEEólica (2019a).

O Rio Grande do Norte é o líder em capacidade instalada entre os estados brasileiros


com 4.066,1 MW distribuídos em 151 parques eólicos. Além disso, em 2018, a nova capacidade
instalada pelo estado foi de 364,2 MW em 15 parques, perdendo apenas para a Bahia, com
53

1.157,55 MW em 42 parques. O top 3 é completado pela Bahia, com 3.951,0 MW em 154


parques e pelo Ceará com 2.045,4 MW em 79 parques (ABEEÓLICA, 2019b).
Apesar dos números animadores mostrados nessa seção, quando se fala em micro e
minigeração eólica distribuída no Brasil, a capacidade instalada ainda é muito pequena,
chegando a apenas 10,3 MW em 2018, o mesmo valor registrado em 2017. A título de
comparação, a capacidade solar instalada em 2018 era de 562,3 MW, uma diferença de mais de
5.000% (EPE, 2019).
54

3 METODOLOGIA

3.1 Descrição geral

O desenvolvimento deste trabalho foi feito em três etapas: inicialmente foi realizado um
estudo técnico para o dimensionamento dos sistemas fotovoltaico e eólico respeitando os
marcos regulatórios vigentes e em consonância com as referências bibliográficas explanadas no
decorrer do texto; em um segundo momento foi elaborado um estudo finaceiro, o qual
objetivava analisar se o projetos dimensioados tinham viabilidade econômico-financeira para
serem implantados; e na terceira etapa foi feita uma comparação entre os sistemas projetados e
a indicação do mais viável para implementação no local. A Figura 28 apresenta um fluxograma
com a síntese da metodologia do trabalho.

Figura 28 - Fluxograma da metodologia do trabalho.

Estudo Técnico
Estudo Financeiro
Dimensionamento
dos sistemas Estudo Comparativo
Análise da
fotovoltaico e eólico. viabilidade
Indicação do sistema
econômico- mais viável para
financeira dos implementação no
sistemas fotovoltaico condomínio.
e eólico.

Fonte: Autora (2019).

O dimensionamento do sistema fotovoltaico foi feito com as seguintes informações:


 Coordenadas geográficas do local que possibilitou a obtenção da irradiação média
mensal e da temperatura média mensal;
 Consumo mensal de energia durante o período de um ano;
 Áreas de cobertura disponíveis para uso.
E para o dimensionamento do sistema eólico foram necessárias as informações abaixo:
 Coordenadas geográficas do local que possibilitou a obtenção da velocidade média
dos ventos;
55

 Consumo mensal de energia durante o período de um ano;


 Área disponível para instalação do aerogerador.
O dimensionamento do sistema fotovoltaico foi feito através do software PVsyst, o qual
permite que o fator limitante para cálculo do projeto seja a área disponível para a instalação dos
módulos ou a potência planejada para o sistema. O sistema foi, então, dimensionado pela área
disponível, visto que existem poucos prédios para a colocação dos módulos fotovoltaicos nas
suas coberturas. Para usar o programa foi necessário escolher previamente os tipos de módulos
e inversores que seriam utilizados, assim, ele determinou o arranjo e a quantidade de cada um
deles além da energia produzida mensalmente.
Para o dimensionamento do sistema eólico foi preciso escolher adequadamente o
modelo do aerogerador que seria utilizado, com isso, através de formulações conhecidas, da
velocidade dos ventos no local e da curva de potência do aerogerador fornecida pelo fabricante
foi possível calcular a energia que ele pode gerar a cada mês.
Seguiu-se então para o cálculo do custo de cada sistema, o que possibilitou a análise da
viabilidade econômica da instalação de cada um deles, a qual foi feita com os seguintes
indicadores:
 Valor Presente Líquido;
 Taxa Interna de Retorno;
 Payback.
Por último foi realizada uma comparação entre os sistemas obtidos e a escolha do mais
viável para implementação no condomínio através de critérios econômicos e técnicos.

3.2 Caracterização do estudo de caso

A área de estudo foi o Condomínio Residencial Green Woods, que constitui-se em um


dos maiores e mais famosos condomínios residenciais horizontais de Natal, sendo o segundo
do tipo a ser implantado na cidade. Foi lançado em 1996 pela FOSS & Consultores Ltda, uma
empresa incorporadora potiguar, para atender à demanda gerada pelo sucesso do Condomínio
Green Village. Inicialmente seria destinado ao público de média renda, mas sua grande
valorização transformou-o em um empreendimento ocupado por residências de alto padrão.
Localizado na Rua Jaguarari, 5100 - Candelária, Natal – RN, a uma altitude média de 53 m,
apresentando como coordenadas 5°50'07,1"S e 35°13'34,6"W, sua área total é de 91.477 m²,
compreendendo 146 lotes com 450 m² em média.
56

A Figura 29 apresenta a vista áerea do Condomínio Residencial Green Woods com sua
área delimitada pelas linhas vermelhas e a Figura 30 ilustra a entrada do condomínio.

Figura 29 - Vista aérea do Condomínio Residencial Green Woods.

Fonte: Google Earth (2019).


Figura 30 - Entrada do Condomínio Residencial Green Woods.

Fonte: expoimovel.com - Portal Imobiliário (2019).


57

Além dos 146 lotes, o condomínio também possui uma área comum composta por três
prédios principais (Figura 31), guarita, salão de festas e anexo lazer. A guarita é composta por
portaria, circulação, banheiro e administração. O salão de festas é composto pelo salão de festas
propriamente dito, copa e banheiros masculino e feminino. A área de lazer possui duas piscinas,
adulta e infatil, e um prédio com academia dividida em sala de ginástica e sala de musculação,
salão de jogos com espaço TV, apoio, banheiro feminino, masculino e acessível, além de uma
área administrativa com almoxarifado, sala da administração, hall, apoio/serviço e banheiro de
serviço.
O condomínio, além de arcar com os custos de energia elétrica das áreas comuns,
também possui uma alta demanda de energia da iluminação pública das seis ruas internas que
cortam a sua área.
Figura 31 - Detalhe dos prédios da área comum.

Anexo lazer

Fonte: Google Earth (2019).

3.3 Classificação do consumidor

O Condomínio Residencial Green Woods possui duas contas contrato com a


concessionária de energia do Rio Grande do Norte, a COSERN, sendo que uma registra o
consumo de energia das áreas comuns, como área de lazer, guarita e salão de festas, e a outra
registra o consumo de energia dos postes de iluminação pública das ruas internas.
58

Através das faturas de energia emitidas pela COSERN e disponibilizadas pela


administração do condomínio foi possível verificar em qual grupo de consumidores o
empreendimento é classificado. Sendo assim, trata-se de um consumidor de baixa tensão, ou
seja, o atendimento é feito com menos de 2,3 kV e o subgrupo é o B1, pois trata-se de um
consumidor residencial.
Destaca-se que as duas contas contrato do condomínio são classificadas no grupo B1,
como pode-se ver na Figura 32 e na Figura 33.

Figura 32 - Cabeçalho da fatura de energia das áreas comuns do condomínio.

Fonte: Adaptado de COSERN (2019).

Figura 33 - Cabeçalho da fatura de energia da iluminação pública do condomínio.

Fonte: Adaptado de COSERN (2019).


59

3.4 Avaliação do histórico de consumo de energia elétrica

A Tabela 4 apresenta o relatório anual do consumo ativo de energia elétrica do


Condomínio Residencial Green Woods dividido entre as duas contas contrato que o consumidor
possui, ou seja, áreas comuns e iluminação pública e o valor total consumido mensalmente. Os
dados foram obtidos através da análise das faturas da COSERN e o período considerado deu-
se entre os meses de setembro de 2018 e agosto de 2019.

Tabela 4 - Relatório anual do consumo de energia do Condomínio Residencial Green Woods.

Consumo Ativo (kWh)


Ano Mês
Áreas Comuns Iluminação Pública Total
Agosto 6.657 6.262 12.919
Julho 6.556 6.262 12.818
Junho 6.897 6.262 13.159
Maio 6.248 6.262 12.510
2019
Abril 5.867 6.262 12.129
Março 6.157 6.262 12.419
Fevereiro 8.172 6.262 14.434
Janeiro 8.978 6.262 15.240
Dezembro 9.072 6.262 15.334
Novembro 10.941 6.262 17.203
2018
Outubro 10.233 6.262 16.495
Setembro 8.467 6.262 14.729
Média 7.853,75 6.262 14.115,75
Total 94.245 75.144 169.389
Fonte: Autora (2019).

A Figura 34 apresenta o consumo ativo de energia elétrica, ao longo dos meses do ano,
pelas áreas comuns do condomínio, iluminação pública das ruas internas e a soma de ambas.
Através da análise dos dados observou-se que a concessionária está usando um valor
médio para o consumo da iluminação pública, o qual se repetiu em todos os meses do ano. O
consumo das áreas comuns do condomínio apresentou picos entre outubro e novembro apesar
dos meses mais quentes do ano serem janeiro, fevereiro e março. Isso se deve ao fato da
temperatura começar a se elevar a partir de outubro e dos moradores utilizarem as áreas de lazer
com mais frequência nesse período, o que não acontece entre dezembro e fevereiro, pois a
maioria das familías está viajando em férias, e especialmente no ano corrente, isso também
aconteceu em março, devido ao período de carnaval.
60

Figura 34 - Consumo ativo de energia elétrica (set/18 e ago/19).

Consumo Ativo de Energia Elétrica


20000
Consumo de energia elétrica (kWh)

18000
16000
14000
12000
10000
8000 Áreas Comuns
6000
Iluminação Pública
4000
2000 Total
0

Meses do ano

Fonte: Autora (2019).

A Tabela 5 e a Tabela 6 apresentam com mais detalhes os custos de energia elétrica


referentes a cada mês, assim como a média anual desses valores. Pode-se perceber que os
valores referentes à contribuição da iluminação pública municipal e aos encargos obrigatórios
são irrisórios quando comparados aos valores do consumo ativo de energia. Portanto, apenas
este último valor pode ser reduzido com a geração distribuída de energia, pois os outros não
deixarão de ser pagos. Sendo assim, o custo do consumo ativo é o mais importante para os
cálculos de viabilidade econômica e financeira que serão feitos posteriomente.
Ressalta-se que para as unidades consumidoras conectadas em baixa tensão, mesmo
injetando energia na rede de distribuição e gerando créditos ao fim do mês, não é possível zerar
a fatura de energia, devendo nesses casos ser pago o valor referente à taxa mínima do custo de
disponibilidade. Para o Condomínio Residencial Green Woods, por ser um consumidor trifásico
do grupo B, deve-se pagar pelo menos o valor equivalente a 100 kWh.
A Figura 35 apresenta a evolução dos custos do consumo ativo de energia elétrica nas
áreas comuns, iluminação pública e a soma desses valores representando o total gasto pelo
condomínio em cada mês.
61

Tabela 5 - Detalhamento dos custos mensais das áreas comuns.

Áreas Comuns
Consumo Ilum. Bandeira Bandeira
Mês Multas/ Juros Total
Ativo Púb. Mun. Amarela Vermelha
ago/19 R$ 4.888,60 R$ 138,35 R$ 58,91 R$ 229,66 R$ 100,20 R$ 5.415,72
jul/19 R$ 4.961,45 R$ 138,35 R$ 73,51 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 5.173,31
jun/19 R$ 4.817,79 R$ 138,35 R$ 44,65 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 5.000,79
mai/19 R$ 4.778,53 R$ 138,35 R$ 50,82 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 4.967,70
abr/19 R$ 4.342,53 R$ 138,35 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 4.480,88
mar/19 R$ 4.453,65 R$ 132,67 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 4.586,32
fev/19 R$ 5.756,19 R$ 132,67 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 5.888,86
jan/19 R$ 6.135,17 R$ 132,67 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 6.267,84
dez/18 R$ 6.264,40 R$ 132,67 R$ 49,41 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 6.446,48
nov/18 R$ 7.685,23 R$ 132,67 R$ 94,90 R$ 324,66 R$ 0,00 R$ 8.237,46
out/18 R$ 7.266,47 R$ 132,67 R$ 0,00 R$ 755,64 R$ 0,00 R$ 8.154,78
set/18 R$ 6.137,52 R$ 132,67 R$ 0,00 R$ 638,24 R$ 0,00 R$ 6.908,43
Média R$ 5.623,96 R$ 135,04 R$ 31,02 R$ 162,35 R$ 8,35 R$ 5.960,71
Fonte: Autora (2019).

Tabela 6 - Detalhamento dos custos mensais da iluminação pública.

Iluminação Pública
Consumo Ilum. Bandeira Bandeira Multas/ Juros
Mês Total
Ativo Púb. Mun. Amarela Vermelha / Compensação
ago/19 R$ 4.598,53 R$ 138,35 R$ 13,64 R$ 327,46 R$ 0,00 R$ 5.077,98
jul/19 R$ 4.738,96 R$ 138,35 R$ 113,27 R$ 0,00 R$ 101,87 R$ 5.092,45
jun/19 R$ 4.374,22 R$ 138,35 R$ 9,25 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 4.521,82
mai/19 R$ 4.828,59 R$ 138,35 R$ 81,04 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 5.047,98
abr/19 R$ 4.666,67 R$ 138,35 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 4.805,02
mar/19 R$ 4.529,61 R$ 132,67 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 4.662,28
fev/19 R$ 4.410,82 R$ 132,67 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 4.543,49
jan/19 R$ 4.279,18 R$ 132,67 R$ 0,00 R$ 0,00 -R$ 10,82 R$ 4.401,03
dez/18 R$ 4.324,04 R$ 132,67 R$ 9,98 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 4.466,69
nov/18 R$ 4.398,58 R$ 132,67 R$ 79,67 R$ 59,00 R$ 0,00 R$ 4.669,92
out/18 R$ 4.446,65 R$ 132,67 R$ 0,00 R$ 462,41 R$ 0,00 R$ 5.041,73
set/18 R$ 4.539,17 R$ 132,67 R$ 0,00 R$ 472,03 R$ 0,00 R$ 5.143,87
Média R$ 4.511,25 R$ 135,04 R$ 25,57 R$ 110,08 R$ 7,59 R$ 4.789,52
Fonte: Autora (2019).
62

Figura 35 - Evolução dos custos do consumo ativo das áreas comuns, iluminação pública e total.

Custo do Consumo Ativo


R$ 14.000,00
R$ 12.000,00
R$ 10.000,00
Custo (R$)

R$ 8.000,00
R$ 6.000,00
R$ 4.000,00
R$ 2.000,00
R$ 0,00

Meses do ano

Áreas Comuns Iluminação Pública Total

Fonte: Autora (2019).

3.5 Obtenção dos níveis de temperatura e recurso solar no local

Os dados de entrada necessários para o dimensionamento do sistema fotovoltaico no


software PVsyst são a irradiação solar diária média e a temperatura média mensal no local de
estudo, pois esses fatores influenciam diretamente no rendimento dos módulos fotovoltaicos e,
consequentemente, na produção de energia elétrica.
Os níveis de irradiação solar diária média no local de estudo foram obtidos através do
programa SunData v 3.0 (2017), disponível no site do CRESESB, o qual usa dados do Atlas
Brasileiro de Energia Solar, como explicado anteriormente. Através das coordenadas
geográficas do condomínio o programa gerou a Figura 36, que mostra valores de irradiação
solar diária média ao longo dos meses em estações próximas às coordenadas inseridas.
Apesar dos painéis serem instalados de forma inclinada em relação ao plano horizontal,
o dado de entrada no programa PVsyst será a irradiação solar horizontal, pois o software possui
a capacidade de manipular esse valor e tranformá-lo para qualquer plano inclinado.
63

Figura 36 - Dados de irradiação solar em Natal/RN.

Fonte: CRESESB (2018).


64

Em relação à temperatura, foram obtidos os valores máximos, médios e mínimos para


cada mês do ano através do Sistema de Organização Nacional de Dados Ambientais (SONDA),
vinculado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a partir da Estação
Climatológica de Natal, que fica no campus central da UFRN, localizado próximo ao
Condomínio Residencial Green Woods. O período mais quente ocorre entre janeiro e março,
quando a temperatura média fica próxima de 27 ºC, mas podendo atingir 30 °C ou mais. Os
meses mais frios são julho e agosto, com médias de temperatura de 24 °C, mas atingindo valores
próximos de 20 °C. Os dados completos são apresentados na Tabela 7.

Tabela 7 - Dados de temperatura (°C) em Natal/RN.

Mês Mínima Máxima Média


Janeiro 24,0 31,2 27,0
Fevereiro 23,8 30,5 27,2
Março 23,3 30,3 27,0
Abril 22,8 29,8 26,6
Maio 22,3 29,1 26,0
Junho 21,5 28,2 24,9
Julho 20,8 27,7 24,3
Agosto 20,7 27,9 24,3
Setembro 21,8 25,6 25,1
Outubro 22,7 29,5 26,0
Novembro 23,1 29,7 26,4
Dezembro 23,6 30,2 26,7
Fonte: Adaptado de SONDA (201-).

3.6 Levantamento da velocidade média dos ventos

Para a escolha do aerogerador ideal e o cálculo da sua capaciade de geração de energia


elétrica faz-se necessária a obtenção da velociade média diária dos ventos da região a uma
determinada altura.
Através do banco de dados do INMET foi possível obter a velociade média do vento a
10 m de altura em Natal durante todos os dias do período entre 01/09/2018 e 31/08/2019, cujo
registro foi feito pela Estação Climatológica de Natal. A Figura 37 apresenta a frequência de
distribuição da velocidade do vento em classes. Todos os valores podem ser vistos no Anexo A
deste trabalho.
65

Figura 37 - Gráfico de distribuição de frequência do vento.

Fonte: Adaptado dos dados da rede do INMET (2019).

Entretanto, caso o aerogerador escolhido tenha altura diferente de 10 m será necessário


calcular a velocidade do vento para a altura dele, sabendo que ela diminui conforme a altura
diminui, devido a vários fatores explanados anteriomente. Para isso utiliza-se a Lei de Prandtl,
que é calculada pela Equação 1 e correlaciona a velocidade do vento a uma certa altura com a
velocidade de atrito e a rugosidade do terreno.

𝑢∗ 𝑧
𝑢(𝑧) = ln (1)
𝑘 𝑧
No qual:
𝑢(𝑧): velocidade média do vento à altura z;
𝑢 ∗: velocidade de atrito;
k: constante de Von Karman, vale 0,4;
𝑧 : comprimento característico da rugosidade do solo.

Segundo Castro (2009), a velocidade de atrito é um parâmetro difícil de ser calculado,


portanto, a Equação 2 é mais utilizada na prática.

𝑧
𝑢(𝑧) ln 𝑧
= (2)
𝑢(𝑧 ) ln 𝑧
𝑧
66

No qual:
𝑢(𝑧 ): velocidade média à altura de referência 𝑧 ;
𝑢(𝑧): velocidade média do vento à altura z;
𝑧 : comprimento característico da rugosidade do solo.

Segundo Custódio (2013), Troen e Pettensen (1989) fizeram uma classificação das
superfícies quanto à rugosidade, propondo quatro classes, as quais têm sido vastamente
utilizadas em trabalhos e pesquisas no setor eólico, tanto no meio acadêmico quanto no
comercial. Neste trabalho foi utilizado o coeficiente de rugosidade igual a 0,4 de acordo com a
Tabela 8.

Tabela 8 - Classificação da superfície quanto à rugosidade.

Classe 𝒛𝟎 (m) Tipo de área


0 0,0002 Com água, tais como mares e lagos.
1 0,03 Aberta com poucos quebra-ventos, plana ou levemente ondulada,
podendo apresentar simples fazendas e árvores ou arbustos.
2 0,1 Terrenos de fazendas com quebra-ventos afastados a mais de 1.000 m
entre si, e algumas construções espalhadas; caracterizados por grandes
áreas abertas entre alguns quebra-ventos, o terreno pode ser plano ou
ondulado.
3 0,4 Áreas urbanas, florestas e terras de fazenda com muitos quebra-ventos, a
área da fazenda é caracterizada por muitos quebra-ventos aglomerados,
com separação média de poucas centenas de metros.
Fonte: Adaptado de Custódio (2013).

3.7 Seleção do módulo fotovoltaico

Para o sistema fotovoltaico foi utilizado o módulo CS6U-350P High Efficiency Pole
Module da Canadian Solar, empresa canadense fundada em 2001 que figura na terceira posição
entre as maiores fabricantes do mundo, com ampla entrada no Brasil, possuindo escritório em
São Paulo/SP. A escolha por este módulo se deu principalmente pelo fato dos produtos da
Canadian Solar serem encontrados com mais facilidade nas lojas físicas e online brasileiras
quando comparado aos produtos de outras fabricantes.
Algumas especificações técnicas podem ser vistas na Tabela 9, o catálogo completo do
produto pode ser visto no Anexo B. A Figura 38 ilustra o módulo escolhido.
67

Tabela 9 - Especificações técnicas do módulo escolhido.

Fabricante Canadian Solar


Modelo CS6U-350P High Efficiency
Dimensões 1960 mm x 992 mm x 35 mm
Peso 22,4 kg
Tipo de Célula Policristalino, 6”
Potência Nominal Máxima 350 W
Eficiência do Módulo 18,00%
Coeficiente de Temperatura -0,38 %/ °C
Fonte: Adaptado de Canadian Solar (2019).

Figura 38 - Módulo fotovoltaico CS6U-350P High Efficiency Pole Module.

Fonte: Canadian Solar (2019).

3.8 Seleção do inversor solar

O inversor selecionado para ser utilizado no sistema fotovoltaico foi o Inversor Fronius
Symo de 15,0 kW. O equipamento possui Wi-Fi integrado e permite o monitoramento da
geração de energia e de outros dados importantes através de aplicativo para smartphone e tablet
ou pelo computador. As especificações completas do produto podem se vistas no Anexo C.
68

A Fronius foi fundada em 1945 na Áustria e trabalha desde 1992 com energia solar,
possuindo escritórios em mais de 20 países, inclusive no Brasil desde 2003. Está em quinto
lugar no ranking das principais marcas de invesores solares no mundo, além de possuir a maior
participação no mercado de energia solar no Brasil.

Figura 39 - Inversor Fronius Symo de 15,0 kW.

Fonte: Fronius (201-).

3.9 Seleção do aerogerador

O aerogerador escolhido para ser usado no sistema eólico foi o ELV-H16.5 – 50 kW,
cujas especificações técnicas podem ser vistas na Tabela 10, fabricado pela Eletrovento. A
curva de potência do aerogerador pode ser vista na Figura 40.
A Eletrovento é uma empresa brasileira de energia alternativa, localizada na cidade de
Mairinque em São Paulo, que oferece soluções em energia elétrica utilizando geradores eólicos
de pequeno porte e sistemas fotovoltaicos, sua fundação ocorreu em 2002.
69

Tabela 10 - Especificações técnicas do aerogerador escolhido.

Fabricante Eletrovento
Potência Nominal 50.000 W
Potência Máxima 50.000 W
Diâmetro das Pás 17 m
Rotação das Pás 85 rpm
Vento de Partidas 3 m/s
Altura da Torre 30 m
Peso do Sistema 4.000 kg
Fonte: Adaptado de Eletrovento (2019).

Figura 40 - Curva de potência do aerogerador ELV-H16.5 - 50 kW.

Fonte: Adaptado de Eletrovento (2019).


70

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Verificação das áreas disponíveis

4.1.1 Áreas disponíveis para instalação dos módulos fotovoltaicos

O local escolhido para a instalação dos módulos fotovoltaicos foi a cobertura dos
prédios da área comum do condomínio. Existe uma vantagem por esses prédios se localizarem
próximos uns aos outros, pois economiza-se com o uso de longos cabos para interligação do
sistema. A área disponível em cada cobertura pode ser vista na Tabela 11 e a vista aérea dos
prédios foi apresentada na Figura 31 do item 3.2. Destaca-se que a cobertura da guarita e do
anexo lazer é composta por laje impermeabilizada, enquanto que o salão de festas possui
cobertura em telha cerâmica.

Tabela 11 - Área disponível para colocação dos módulos fotovoltaicos.

Prédio Área (m²)


Salão de festas 92,00
Guarita 95,00
Anexo lazer 215,00
Total 402,00
Fonte: Autora (2019).

4.1.2 Áreas disponíveis para instalação do aerogerador

O local escolhido para a instalação do aerogerador foi a área próxima ao Salão de Festas
demarcada na Figura 41, a qual possui mais de 450,00 m², tendo espaço mais que suficiente
para sua instalação. Como a turbina produz baixo ruído, então ela pode ser instalada em local
próximo às casas dos moradores.
71

Figura 41 - Área disponível para instalação do aerogerador.

Fonte: Google Earth (2019).

4.2 Energia produzida pelos sistemas energéticos

4.2.1 Energia produzida pelo sistema fotovoltaico

O dimensionamento do sistema fotovoltaico foi feito pelo software PVsyst a partir da


área disponível na cobertura dos prédios (402,00 m²) para colocação dos módulos fotovoltaicos.
Com o valor de 402,00 m², o programa calculou que a potência instalada do sistema pode ser
de, no máximo, 72,5 kWp.
O dimensionamento dos inversores deve ser realizado de modo que eles não trabalhem
por muito tempo em potências demasiadamente abaixo da nominal nem sejam sobrecarregados,
por isso, utilizam-se inversores de menor capacidade para um determinado sistema fotovoltaico.
Essa prática, além de reduzir os custos de investimento, aumenta a eficiência do sistema.
Portanto, costumam-se utilizar inversores com potência que se situam na faixa de 75% a 85%
da potência do sistema fotovoltaico. Nesse caso, essa faixa vai de 54,38 kW a 61,63 kW, logo,
a potência dos inversores será de 60 kW, sendo necessário o uso de 4 equipamentos de 15 kW
(PINHO; GALDINO, 2014).
Assim, usando módulos e inversores conforme especificados no item 3 deste trabalho,
de acordo com o dimensionamento realizado pelo software PVsyst (Figura 42) foi necessário
204 módulos fotovoltaicos, sendo 12 cadeias de módulos com 17 unidades ligadas em série em
72

cada. Pode-se ver que a área total ocupada pelos módulos será de 397,00 m², a qual é inferior à
área disponível de 402,00 m². O Anexo D apresenta o relatório detalhado com o
dimensionamento do sistema fotovoltaico gerado pelo PVsyst.

Figura 42 - Dimensionamento do sistema fotovoltaico.

Fonte: Adaptado de PVsyst v.6.8.5 (2019).

Por fim, a energia produzida mensalmente pelo sistema fotovoltaico calculada através
do software PVsyst pode ser vista na Tabela 12. Ressalta-se que esses valores são calculados a
partir da multiplicação entre a potência nominal do sistema e a irradiação solar diária média do
local aplicando-se uma taxa de desempenho mensal que o programa determina em função das
perdas inerentes ao processo.
73

Tabela 12 - Energia produzida mensalmente pelo sistema fotovoltaico.

Mês Energia Produzida (kWh)


Janeiro 10.610
Fevereiro 9.770
Março 11.090
Abril 10.050
Maio 9.810
Junho 8.860
Julho 9.360
Agosto 10.720
Setembro 10.750
Outubro 11.070
Novembro 10.730
Dezembro 10.550
Média 10280,83
Ano 123.370
Fonte: Adaptado de PVsyst v.6.8.5 (2019).

A Figura 43 apresenta uma comparação entre a energia total consumida pelo


condomínio e a energia produzida mensalmente pelo sistema fotovoltaico. Pode-se ver que a
energia gerada não é suficiente para suprir totalmente o consumo de energia elétrica, mas uma
grande parte dela. Considerando que a energia consumida pelo condomínio no último ano foi
169.389 kWh, então o sistema fotovoltaico compensará 72,83% desse total.

Figura 43 - Comparação entre a energia consumida e a energia produzida.

Energia Consumida x Energia Produzida


20000
18000
16000
14000
Energia (kWh)

12000
10000
Energia consumida
8000
6000 Energia produzida

4000
2000
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Meses do ano

Fonte: Autora (2019).


74

4.2.2 Energia produzida pelo sistema eólico

Como o aerogerador escolhido possui uma torre de 30 m de altura é necessário calcular


a velocidade do vento na altura supracitada através da Lei de Prandtl detalhada no item 3.6.
Todos os valores podem ser vistos no Apêndice A.
Com o cálculo realizado foi possível dividir os valores em classes de velocidade do
vento e contabilizar a frequência relativa de cada um deles, como apresentado na Tabela 13.
A determinação da energia gerada anualmente é feita pelo cruzamento da estatística de
distribuição da velocidade do vento com a curva de potência do aerogerador, apresentada no
item 3.8. Ao fazer o cruzamento dos dados para todos os dias do ano basta multiplicar o total
final calculado por 8760 horas para obter a energia produzida anualmente em kWh, como visto
na Tabela 14.

Tabela 13 - Distribuição da velocidade do vento a 30 m de altura.

Velocidade do vento (m/s) Número de ocorrências Frequência relativa (%)


0-1 2 0,55%
1-2 6 1,66%
2-3 29 8,01%
3-4 55 15,19%
4-5 67 18,51%
5-6 59 16,30%
6-7 43 11,88%
7-8 37 10,22%
8-9 31 8,56%
9-10 20 5,52%
10-11 9 2,49%
11-12 4 1,10%
Total 362 100,00%
Fonte: Autora (2019).
75

Tabela 14 - Cálculo da energia produzida anualmente pelo sistema eólico.

Velocidade do Frequência Potência do


f(v).p(v)
vento (m/s) relativa (%) aerogerador (kW)
0 0,55% 0 0,00
1 1,66% 0 0,00
2 8,01% 0 0,00
3 15,19% 2 0,30
4 18,51% 7 1,30
5 16,30% 14 2,28
6 11,88% 20 2,38
7 10,22% 30 3,07
8 8,56% 40 3,43
9 5,52% 45 2,49
10 2,49% 49 1,22
11 1,10% 50 0,55
Total 16,45
Fonte: Autora (2019).

Portanto, a energia produzida anualmente pelo sistema eólico é:

𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔 = [𝑓(𝑣) ∙ 𝑃(𝑣)] ∙ 8760 ≅ 16,45 ∙ 8760 ≅ 144.128,62 𝑘𝑊ℎ/𝑎𝑛𝑜 (1)

E a energia média produzida mensalmente vale:

𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔 144.128,62
𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔 ê = = = 12.010,72 𝑘𝑊ℎ/𝑚ê𝑠 (2)
12 12

Como o condomínio consumiu 169.389 kWh de energia elétrica no ano analisado, então
o valor produzido não consegue suprir totalmente esse consumo, mas representa 85,09% do
total.

4.3 Análise financeira

4.3.1 Previsão de economia

Para fazer o cálculo da previsão de economia é necessário o valor da tarifa de energia


elétrica cobrada ao empreendimento pela concessionária local e o valor dos impostos que serão
76

incididos sobre ela. Sendo assim, será utilizado o preço vigente de 01 a 31 de agosto de 2019,
o qual foi obtido na conta de energia elétrica do condomínio emitida pela COSERN, a Tabela
15 detalha o preço final do kWh.

Tabela 15 - Preço final do kWh de energia elétrica.

Tarifa Tributos Preço final


(R$/kWh) ICMS PIS COFINS (R$/kWh)
0,5055300 27% 0,74% 3,42% 0,73435502
Fonte: Adaptado de COSERN (2019).

a) Sistema Fotovoltaico
A economia estimada no primeiro ano de utilização do sistema fotovoltaico foi de:

𝐸𝑐𝑜𝑛𝑜𝑚𝑖𝑎 = 123.370 𝑘𝑊ℎ ∙ 0,73435502 R$/kWh = R$ 90.597,38 (3)

Considerando que a despesa com o consumo ativo de energia elétrica no último ano pelo
condomínio foi de R$ 121.622,55 (este valor não inclui iluminação pública municipal,
bandeiras amarela e vermelha, multas e juros), então a economia gerada será de 74,49% no
primeiro ano. Ressalta-se que o valor acima pode mudar devido a reajustes tarifários.
Calculou-se a economia estimada nos primeiros 25 anos de utilização do sistema, tempo
esse que corresponde à vida útil dos módulos fotovoltaicos. Considerou-se um reajuste da tarifa
de energia elétrica de 10% a.a. e degradação dos módulos de 1,0% a.a., visto que geralmente
utilizam-se valores na faixa de 0,5% a.a. a 1,0% a.a. (PINHO; GALDINO, 2014). A economia
acumulada prevista pelo uso do sistema fotovoltaico foi de R$ 7.560.774,43.
77

Figura 44 - Evolução da economia anual estimada pelo sistema fotovoltaico.

Economia Anual - Sistema Fotovoltaico


R$ 800.000,00
R$ 700.000,00
R$ 600.000,00
Economia em R$

R$ 500.000,00
R$ 400.000,00
R$ 300.000,00
R$ 200.000,00
R$ 100.000,00
R$ 0,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Anos após instalação

Fonte: Autora (2019).

b) Sistema Eólico
A economia estimada no primeiro ano de utilização do sistema eólico foi de:

𝐸𝑐𝑜𝑛𝑜𝑚𝑖𝑎 = 144.128,62 𝑘𝑊ℎ ∙ 0,73435502 R$/kWh = R$ 105.841,57 (4)

Considerando que a despesa com o consumo ativo de energia elétrica no último ano pelo
condomínio foi de R$ 121.622,55 (este valor não inclui iluminação pública municipal,
bandeiras amarela e vermelha, multas e juros), então a economia gerada será da ordem de
87,02% no primeiro ano. Ressalta-se que o valor acima pode mudar devido a reajustes tarifários.
Também calculou-se a economia estimada nos primeiros 25 anos de utilização do
sistema eólico para possibilitar uma comparação fidedigna entre os dois sistemas. Condiserou-
se o mesmo valor de reajuste tarifário utilizado anteriormente, 10% a.a., e a degradação do
aerogerador foi estimada em 1,0% a.a. A economia acumulada prevista pelo uso do sistema
eólico foi de R$ 8.832.973,78.
78

Figura 45 - Evolução da economia anual estimada pelo sistema eólico.

Economia Anual - Sistema Eólico


R$ 900.000,00
R$ 800.000,00
R$ 700.000,00
Economia em R$

R$ 600.000,00
R$ 500.000,00
R$ 400.000,00
R$ 300.000,00
R$ 200.000,00
R$ 100.000,00
R$ 0,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Anos após instalação

Fonte: Autora (2019).

4.3.2 Custo de implantação

O orçamento do sistema eólico foi feito pela empresa fabricante do aerogerador, a


Eletrovento, através de uma proposta comercial de venda. O valor do investimento é de R$
962.960,00 e inclui:
 1 Sistema aerogerador de 50 kW;
 1 Retificador;
 1 Inversor grid-tie;
 1 Controlador PLC;
 1 Proteção de sobrecarga;
 1 Torre autoportante de 30 m.
Deve-se, ainda, fazer um acréscimo de R$ 15.000,00 referente ao frete para transporte
dos itens de Mairinque/SP para Natal/RN, totalizando R$ 977.960,00. Ressalta-se que esse
valor não inclui os custos de instalação do aerogerador, pois esse tipo de serviço não é feito
pela empresa.
Para o sistema fotovoltaico, o preço dos componentes foi orçado através de uma
pesquisa de mercado realizada com vários fornecedores e, a partir dos valores encontrados, foi
feita uma média para utilizar o preço que mais representa a realidade. A Tabela 16 apresenta o
orçamento do sistema fotovoltaico em detalhes.
79

Tabela 16 - Orçamento do sistema fotovoltaico.

Equipamento Quantidade Preço Valor


Inversor Solar Fronius Symo 15 kW 4,00 R$ 17.537,00 R$ 70.148,00
Módulo Fotovoltaico Canadian Solar 350 W 204,00 R$ 825,00 R$ 168.300,00
Estrutura Metálica para Telha Cerâmica 46,00 R$ 147,25 R$ 6.773,50
Estrutura Metálica para Laje 158,00 R$ 184,95 R$ 29.222,10
Serviços de Instalação, Projetos e
1,00 R$ 24.854,28 R$ 24.854,28
Solicitação de Acesso à Rede
Total R$ 299.297,88
Fonte: Autora (2019).

Nos cálculos de análise da viabilidade econômica dos projetos considerou-se uma taxa
de 0,50% a.a. sobre o valor do investimento inicial para custear anualmente a operação e
manutenção dos sistemas fotovoltaico e eólico, visto que no mercado trabalha-se com valores
entre 0,50% a.a. e 1,00% a.a. O aumento do valor da manutenção anual será considerado através
de um reajuste com o índice de inflação acumulado em outubro de 2019, o qual vale 2,54% a.a.
(IBGE, 2019a).

4.3.3 Indicadores para análise da viabilidade econômica dos projetos

A análise da viabialidade econômica dos projetos será feita através de três indicadores
baseados no fluxo de caixa, são eles: Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno
(TIR) e Payback.

4.3.3.1 Valor Presente Líquido

O Valor Presente Líquido (VPL) é a diferença entre o valor de mercado de um


investimento e o seu custo inicial, em outras palavras, é a diferença entre as despesas e as
receitas do fluxo de caixa trazidas para a data inicial do investimento através de uma taxa de
juros denominada de Taxa Mínima de Atratividade (TMA) (ROSS et al., 2013).
A TMA é considerada a taxa mais baixa para aplicação do capital que o investidor aceita
para a execução de um projeto (ROSS et al., 2013). Neste caso, a TMA será considerada igual
à Taxa Selic, que é a taxa básica de juros brasileira, frequentemente utilizada para definir a
viabilidade de projetos. Segundo o Banco Central do Brasil, no dia 28/10/2019, ela valia 5,4%
a.a.
A regra geral do VPL diz que um investimento deve ser aceito se o VPL for positivo,
80

pois o projeto será viável, e recusado caso ele seja negativo. Nos casos em que o VPL vale zero
não faz diferença assumir o investimento ou não (ROSS et al., 2013).
O VPL é calculado pela Equação 5:

𝐹𝐶
𝑉𝑃𝐿 = −𝐹𝐶 + (5)
(1 + 𝑖)

No qual:
𝐹𝐶 : investimento inicial do projeto;
𝐹𝐶 : fluxos de caixa referente a cada ano do período analisado;
𝑖: taxa de desconto ou Taxa Mínima de Atratividade (TMA);
𝑡 = (1; 𝑛): anos do período analisado.

4.3.3.2 Taxa Interna de Retorno

A Taxa Interna de Retorno (TIR) é a taxa de desconto que torna o VPL de um


investimento igual a zero, ou seja, ela iguala o valor presente das receitas ao investimento incial
(ROSS et al., 2013).
A regra da TIR se baseia na sua comparação com a TMA considerada para o projeto.
Caso a TIR seja maior que a TMA, o investimento é aceitável e economicamente atrativo, do
contrário o investimento não deve ser feito, e nos casos em que a TIR é igual à TMA não faz
diferença a realização do investimento (ROSS et al., 2013).
Assim, o conceito da Taxa Interna de Retorno está intrisicamente ligado ao do Valor
Presente Líquido, com as duas formulações chegando a mesma conclusão, mas com a TIR
sendo uma forma mais fácil de expressar o resultado encontrado (ROSS et al., 2013).

𝐹𝐶
0 = −𝐹𝐶 + (6)
(1 + 𝑖)

No qual:
𝐹𝐶 : investimento inicial do projeto;
𝐹𝐶 : fluxos de caixa referente a cada ano do período analisado;
𝑖: taxa de desconto ou Taxa Mínima de Atratividade (TMA);
𝑡 = (1; 𝑛): anos do período analisado.
81

4.3.3.3 Payback

O payback é o período de tempo necessário para que um investimento gere fluxos de


caixa suficientes para recuperar seu custo inicial. Quanto maior for o payback, maior será o
tempo necessário para a recuperação do valor investido. Com base na regra do período de
payback, um investimento é aceitável se o seu tempo de payback calculado for menor do que
um número predeterminado de anos (ROSS et al., 2013).

A Tabela 17 traz uma síntese de todas as taxas utilizadas neste trabalho para a análise
da viabilidade econômica dos projetos.

Tabela 17 - Resumo das variáveis econômicas utilizadas para análise da viabilidade dos projetos.

Perda de eficiência dos módulos solares 1,00%


Perda de eficiência do aerogerador 1,00%
Taxa de operação e manutenção anual 0,50%
Taxa de aumento da energia 10,00%
Inflação 2,54%
Taxa mínima de atratividade 5,40%
Fonte: Autora (2019).

A Tabela 18 e a Tabela 19 apresentam os fluxos de caixa e os valores presente líquido


para análise da viabilidade econômica dos projetos fotovoltaico e eólico, respectivamente.
82

Tabela 18 - Fluxos de caixa e VPL do sistema fotovoltaico.

Operação e Fluxo de Fluxo de Caixa Fluxo de Caixa Valor Presente


Ano Economia Investimento
Manutenção Caixa Acumulado Descontado Líquido
2019 R$ 0,00 -R$ 299.297,88 R$ 0,00 -R$ 299.297,88 -R$ 299.297,88 -R$ 299.297,88 -R$ 299.297,88
2020 R$ 90.597,38 R$ 0,00 -R$ 1.534,50 R$ 89.062,88 -R$ 210.235,01 R$ 84.499,88 -R$ 214.798,00
2021 R$ 98.660,55 R$ 0,00 -R$ 1.573,48 R$ 97.087,07 -R$ 113.147,94 R$ 87.393,71 -R$ 127.404,29
2022 R$ 107.441,33 R$ 0,00 -R$ 1.613,44 R$ 105.827,89 -R$ 7.320,05 R$ 90.381,24 -R$ 37.023,05
2023 R$ 117.003,61 R$ 0,00 -R$ 1.654,42 R$ 115.349,19 R$ 108.029,14 R$ 93.465,66 R$ 56.442,62
2024 R$ 127.416,93 R$ 0,00 -R$ 1.696,45 R$ 125.720,49 R$ 233.749,63 R$ 96.650,25 R$ 153.092,87
2025 R$ 138.757,04 R$ 0,00 -R$ 1.739,54 R$ 137.017,51 R$ 370.767,14 R$ 99.938,40 R$ 253.031,27
2026 R$ 151.106,42 R$ 0,00 -R$ 1.783,72 R$ 149.322,70 R$ 520.089,83 R$ 103.333,60 R$ 356.364,87
2027 R$ 164.554,89 R$ 0,00 -R$ 1.829,03 R$ 162.725,86 R$ 682.815,70 R$ 106.839,46 R$ 463.204,33
2028 R$ 179.200,27 R$ 0,00 -R$ 1.875,48 R$ 177.324,79 R$ 860.140,49 R$ 110.459,72 R$ 573.664,06
2029 R$ 195.149,10 R$ 0,00 -R$ 1.923,12 R$ 193.225,98 R$ 1.053.366,46 R$ 114.198,24 R$ 687.862,29
2030 R$ 212.517,37 R$ 0,00 -R$ 1.971,97 R$ 210.545,40 R$ 1.263.911,86 R$ 118.058,98 R$ 805.921,28
2031 R$ 231.431,41 R$ 0,00 -R$ 2.022,06 R$ 229.409,36 R$ 1.493.321,22 R$ 122.046,07 R$ 927.967,35
2032 R$ 252.028,81 R$ 0,00 -R$ 2.073,42 R$ 249.955,39 R$ 1.743.276,61 R$ 126.163,74 R$ 1.054.131,09
2033 R$ 274.459,37 R$ 0,00 -R$ 2.126,08 R$ 272.333,29 R$ 2.015.609,91 R$ 130.416,39 R$ 1.184.547,48
2034 R$ 298.886,26 R$ 0,00 -R$ 2.180,08 R$ 296.706,17 R$ 2.312.316,08 R$ 134.808,54 R$ 1.319.356,03
2035 R$ 325.487,14 R$ 0,00 -R$ 2.235,46 R$ 323.251,68 R$ 2.635.567,76 R$ 139.344,88 R$ 1.458.700,91
2036 R$ 354.455,49 R$ 0,00 -R$ 2.292,24 R$ 352.163,25 R$ 2.987.731,01 R$ 144.030,23 R$ 1.602.731,14
2037 R$ 386.002,03 R$ 0,00 -R$ 2.350,46 R$ 383.651,57 R$ 3.371.382,58 R$ 148.869,59 R$ 1.751.600,72
2038 R$ 420.356,21 R$ 0,00 -R$ 2.410,16 R$ 417.946,05 R$ 3.789.328,62 R$ 153.868,11 R$ 1.905.468,83
2039 R$ 457.767,91 R$ 0,00 -R$ 2.471,38 R$ 455.296,53 R$ 4.244.625,16 R$ 159.031,12 R$ 2.064.499,95
2040 R$ 498.509,26 R$ 0,00 -R$ 2.534,16 R$ 495.975,10 R$ 4.740.600,26 R$ 164.364,13 R$ 2.228.864,09
2041 R$ 542.876,58 R$ 0,00 -R$ 2.598,52 R$ 540.278,06 R$ 5.280.878,32 R$ 169.872,82 R$ 2.398.736,90
2042 R$ 591.192,60 R$ 0,00 -R$ 2.664,53 R$ 588.528,07 R$ 5.869.406,39 R$ 175.563,06 R$ 2.574.299,96
2043 R$ 643.808,74 R$ 0,00 -R$ 2.732,20 R$ 641.076,53 R$ 6.510.482,92 R$ 181.440,91 R$ 2.755.740,87
2044 R$ 701.107,72 R$ 0,00 -R$ 2.801,60 R$ 698.306,11 R$ 7.208.789,04 R$ 187.512,65 R$ 2.943.253,52
Fonte: Autora (2019).
83

Tabela 19 - Fluxos de caixa e VPL do sistema eólico.

Operação e Fluxo de Fluxo de Caixa Fluxo de Caixa Valor Presente


Ano Economia Investimento
Manutenção Caixa Acumulado Descontado Líquido
2019 R$ 0,00 -R$ 977.960,00 R$ 0,00 -R$ 977.960,00 -R$ 977.960,00 -R$ 977.960,00 -R$ 977.960,00
2020 R$ 105.841,57 R$ 0,00 -R$ 5.014,00 R$ 100.827,57 -R$ 877.132,43 R$ 95.661,83 -R$ 882.298,17
2021 R$ 115.261,47 R$ 0,00 -R$ 5.141,36 R$ 110.120,12 -R$ 767.012,31 R$ 99.125,51 -R$ 783.172,65
2022 R$ 125.519,75 R$ 0,00 -R$ 5.271,95 R$ 120.247,80 -R$ 646.764,51 R$ 102.696,42 -R$ 680.476,23
2023 R$ 136.691,00 R$ 0,00 -R$ 5.405,85 R$ 131.285,15 -R$ 515.479,36 R$ 106.378,33 -R$ 574.097,90
2024 R$ 148.856,50 R$ 0,00 -R$ 5.543,16 R$ 143.313,34 -R$ 372.166,02 R$ 110.175,13 -R$ 463.922,78
2025 R$ 162.104,73 R$ 0,00 -R$ 5.683,96 R$ 156.420,77 -R$ 215.745,25 R$ 114.090,84 -R$ 349.831,94
2026 R$ 176.532,05 R$ 0,00 -R$ 5.828,33 R$ 170.703,72 -R$ 45.041,53 R$ 118.129,59 -R$ 231.702,35
2027 R$ 192.243,41 R$ 0,00 -R$ 5.976,37 R$ 186.267,03 R$ 141.225,51 R$ 122.295,68 -R$ 109.406,67
2028 R$ 209.353,07 R$ 0,00 -R$ 6.128,17 R$ 203.224,90 R$ 344.450,40 R$ 126.593,50 R$ 17.186,83
2029 R$ 227.985,49 R$ 0,00 -R$ 6.283,83 R$ 221.701,66 R$ 566.152,07 R$ 131.027,62 R$ 148.214,45
2030 R$ 248.276,20 R$ 0,00 -R$ 6.443,44 R$ 241.832,76 R$ 807.984,83 R$ 135.602,73 R$ 283.817,18
2031 R$ 270.372,78 R$ 0,00 -R$ 6.607,10 R$ 263.765,68 R$ 1.071.750,51 R$ 140.323,68 R$ 424.140,85
2032 R$ 294.435,96 R$ 0,00 -R$ 6.774,92 R$ 287.661,04 R$ 1.359.411,55 R$ 145.195,48 R$ 569.336,34
2033 R$ 320.640,76 R$ 0,00 -R$ 6.947,00 R$ 313.693,76 R$ 1.673.105,31 R$ 150.223,31 R$ 719.559,65
2034 R$ 349.177,79 R$ 0,00 -R$ 7.123,46 R$ 342.054,33 R$ 2.015.159,64 R$ 155.412,49 R$ 874.972,14
2035 R$ 380.254,61 R$ 0,00 -R$ 7.304,39 R$ 372.950,22 R$ 2.388.109,86 R$ 160.768,55 R$ 1.035.740,69
2036 R$ 414.097,27 R$ 0,00 -R$ 7.489,92 R$ 406.607,35 R$ 2.794.717,21 R$ 166.297,16 R$ 1.202.037,85
2037 R$ 450.951,93 R$ 0,00 -R$ 7.680,17 R$ 443.271,76 R$ 3.237.988,97 R$ 172.004,21 R$ 1.374.042,06
2038 R$ 491.086,65 R$ 0,00 -R$ 7.875,24 R$ 483.211,41 R$ 3.721.200,37 R$ 177.895,75 R$ 1.551.937,81
2039 R$ 534.793,36 R$ 0,00 -R$ 8.075,28 R$ 526.718,09 R$ 4.247.918,46 R$ 183.978,05 R$ 1.735.915,86
2040 R$ 582.389,97 R$ 0,00 -R$ 8.280,39 R$ 574.109,58 R$ 4.822.028,04 R$ 190.257,58 R$ 1.926.173,44
2041 R$ 634.222,68 R$ 0,00 -R$ 8.490,71 R$ 625.731,97 R$ 5.447.760,01 R$ 196.741,01 R$ 2.122.914,45
2042 R$ 690.668,50 R$ 0,00 -R$ 8.706,37 R$ 681.962,12 R$ 6.129.722,14 R$ 203.435,25 R$ 2.326.349,70
2043 R$ 752.137,99 R$ 0,00 -R$ 8.927,52 R$ 743.210,48 R$ 6.872.932,62 R$ 210.347,41 R$ 2.536.697,11
2044 R$ 819.078,27 R$ 0,00 -R$ 9.154,27 R$ 809.924,00 R$ 7.682.856,62 R$ 217.484,84 R$ 2.754.181,95
Fonte: Autora (2019).
84

Através da análise das tabelas acima pode-se tirar as seguintes conclusões:

a) Sistema Fotovoltaico
O valor presente líquido ao final dos 25 anos é de R$ 2.943.253,52, ou seja, o valor do
investimento é recuperado e ainda há um ganho de quase R$ 3 milhões.
Já o payback do investimento pode ser visto na coluna do fluxo de caixa acumulado
quando o valor passa de negativo para positivo, isso ocorre entre os anos de 2022 e 2023, o que
gera um payback de 3,06 anos.
A taxa interna de retorno é mais facilmente calculada através da função TIR do software
Microsoft Excel ao selecionar todas as linhas da coluna do fluxo de caixa, com isso a TIR do
projeto foi de 38,68%.

b) Sistema Eólico
O valor presente líquido ao final dos 25 anos é de R$ 2.754.181,95, ou seja, o valor do
investimento é recuperado e ainda há um ganho de quase R$ 3 milhões.
Já o payback do investimento pode ser visto na coluna do fluxo de caixa acumulado
quando o valor passa de negativo para positivo, isso ocorre entre os anos de 2026 e 2027, o que
gera um payback de 7,24 anos.
A taxa interna de retorno é mais facilmente calculada através da função TIR do software
Microsoft Excel ao selecionar todas as linhas da coluna do fluxo de caixa, com isso a TIR do
projeto foi de 17,96%.

Portanto, ambos os projetos apresentam viabilidade econômica de implantação no


condomínio, pois tanto o sistema fotovoltaico quanto o sistema eólico apresentaram VPL
positivo, TIR maior que a TMA considerada e payback relativamente baixo.

4.3.4 Comparação e indicação do sistema mais viável para implantação

Foi feita uma comparação entre os sistemas dimensionados levando-se em consideração


aspectos econômicos e técnicos para possibilitar a determinação do tipo mais viável para
implementação no condomínio.
Os aspectos técnicos considerados estão relacionados à quantidade de energia que cada
sistema consegue gerar ao longo dos anos. A Tabela 20 apresenta um resumo dos dados.
85

Tabela 20 - Comparação dos aspectos técnicos dos sistemas.

Fotovoltaico Eólico Eól./Fotov.


Energia gerada no 1º ano 123.370 kWh 144.128,62 kWh 16,83%
Economia acumulada no 1º ano R$ 90.597,38 R$ 105.841,58 16,83%
Energia gerada em 25 anos 274.1017,90 kWh 320.2230,06 kWh 16,83%
Economia acumulada em 25 anos R$ 7.560.774,43 R$ 8.832.973,78 16,83%
Fonte: Autora (2019).

Nesse aspecto, conclui-se que o sistema eólico possui uma pequena vantagem em
relação ao fotovoltaico, pois produz 16,83% de energia a mais que este, gerando,
consequentemente, 16,83% a mais de economia.

Tabela 21 - Comparação dos aspectos econômicos dos sistemas.

Fotovoltaico Eólico Eól./Fotov. Fotov./ Eól.


Custo de implantação R$ 299.297,88 R$ 977.960,00 226,75%
Custo de implantação +
R$ 351.985,39 R$ 1.150.117,17 226,75%
manutenção em 25 anos
VPL R$ 2.943.253,52 R$ 2.754.181,95 6,86%
TIR 38,68% 17,96% 2,15x
Payback 3,06 7,24 2,37x
Fonte: Autora (2019).

Em relação aos aspectos econômicos mostrados na Tabela 21 pode-se ver que o sistema
fotovoltaico é bem mais atrativo economicamente, pois além de ser mais barato (226,75% mais
barato que o eólico), gera um maior VPL (6,86% maior que o eólico) e uma maior TIR (2,15x
maior que a eólico), e o seu tempo de retorno é menos que a metade do tempo de retorno do
sistema eólico. Além disso, com o orçamento do sistema eólico seria possível instalar mais de
3 usinas fotovoltaicos do porte proposto, as quais juntas gerariam 179,69% a mais de energia
que o sistema eólico (apesar das coberturas dos prédios estarem ocupadas, os módulos poderiam
ser instalados no solo).
Logo, o sistema mais viável para ser implantado no condomínio é o fotovoltaico, pois
apesar dele gerar menos energia que o eólico, a diferença é pequena, sendo compensada pelo
custo e payback bastante inferiores, tornando-o mais atrativo.
86

5 CONCLUSÃO

Conclui-se que ambos os projetos dimensionados são viáveis para implantação no


condomínio, pois suprem a maior parte da energia consumida em um ano pelas áreas comuns
do condomínio e iluminação pública das ruas internas (sistema fotovoltaico: 72,83%; sistema
eólico: 85,09%), além de possuírem VPL positivo ao final dos 25 anos de análise (sistema
fotovoltaico: R$ 2.943.253,52; sistema eólico: R$ 2.754.181,95) e TIR (sistema fotovoltaico:
38,68%; sistema eólico: 17,96%) maior que a TMA (5,4%).
O sistema fotovoltaico demonstrou ser o mais viável para implementação no
condomínio quando comparado ao eólico, pois além do seu tempo de retorno ser de apenas 3,06
anos (2,37x menor que o payback do sistema eólico), seu valor presente líquido e sua taxa
interna de retorno são maiores que os índices obtidos para o sistema eólico, logo, são mais
atrativos. Apesar do sistema fotovoltaico gerar menos energia que o eólico, essa diferença de
16,83% é compensada pelo preço bem mais baixo de aquisição e manutenção (3,27x menor que
o preço do sistema eólico).
Em relação à viabilidade ambiental constata-se que ambos os sistemas produzem
eletricidade de maneira limpa, renovável, sustentável e sem emissão de gases do efeito estufa,
não precisando de água para operarem, o que alivia a pressão sobre os recursos hídricos. Além
disso, o uso da geração distribuída diversifica a matriz energética brasileira e reduz as perdas
na transmissão e distribuição da energia.
Como sugestão para próximos trabalhos recomenda-se utilizar um sistema híbrido
eólico-solar fotovoltaico e avaliar seu potencial de geração de energia e viabilidade econômica
de implantação no condomínio quando comparado aos sistemas individuais aqui projetados.
87

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APÊNDICE A – VELOCIDADE MÉDIA DIÁRIA DO VENTO EM NATAL A 30 M DE


ALTURA

SETEMBRO/2018 OUTUBRO/2018 NOVEMBRO/2018


Velocidade média do Velocidade média do Velocidade média do
Data Data Data
vento a 30 m de altura vento a 30 m de altura vento a 30 m de altura
01/09/2018 6,26 01/10/2018 8,14 01/11/2018 5,75
02/09/2018 7,82 02/10/2018 9,52 02/11/2018 4,60
03/09/2018 7,74 03/10/2018 7,51 03/11/2018 9,43
04/09/2018 8,89 04/10/2018 6,30 04/11/2018 5,06
05/09/2018 8,18 05/10/2018 7,20 05/11/2018 5,75
06/09/2018 5,59 06/10/2018 3,89 06/11/2018 8,50
07/09/2018 10,82 07/10/2018 3,66 07/11/2018 5,28
08/09/2018 10,42 08/10/2018 6,61 08/11/2018 3,45
09/09/2018 8,95 09/10/2018 11,04 09/11/2018 6,89
10/09/2018 5,77 10/10/2018 9,16 10/11/2018 10,35
11/09/2018 7,95 11/10/2018 6,71 11/11/2018 8,05
12/09/2018 9,93 12/10/2018 5,67 12/11/2018 5,75
13/09/2018 9,52 13/10/2018 7,65 13/11/2018 8,05
14/09/2018 8,28 14/10/2018 5,73 14/11/2018 7,36
15/09/2018 11,67 15/10/2018 2,64 15/11/2018 4,60
16/09/2018 11,67 16/10/2018 5,59 16/11/2018 6,89
17/09/2018 11,49 17/10/2018 5,90 17/11/2018 7,82
18/09/2018 8,22 18/10/2018 8,72 18/11/2018 9,66
19/09/2018 8,45 19/10/2018 6,21 19/11/2018 9,43
20/09/2018 10,23 20/10/2018 3,13 20/11/2018 8,28
21/09/2018 10,90 21/10/2018 4,29 21/11/2018 8,50
22/09/2018 6,88 22/10/2018 7,07 22/11/2018 9,66
23/09/2018 3,49 23/10/2018 9,56 23/11/2018 8,97
24/09/2018 9,21 24/10/2018 6,44 24/11/2018 5,28
25/09/2018 6,21 25/10/2018 8,41 25/11/2018 5,06
26/09/2018 9,52 26/10/2018 7,87 26/11/2018 6,21
27/09/2018 8,05 27/10/2018 10,73 27/11/2018 7,14
28/09/2018 6,04 28/10/2018 9,62 28/11/2018 6,44
29/09/2018 4,56 29/10/2018 6,88 29/11/2018 7,59
30/09/2018 8,01 30/10/2018 7,07 30/11/2018 3,92
Média 8,36 31/10/2018 5,86 Média 6,99
Média 6,93
96

DEZEMBRO/2018 JANEIRO/2019 FEVEREIRO/2019


Velocidade média do Velocidade média do Velocidade média do
Data Data Data
vento a 30 m de altura vento a 30 m de altura vento a 30 m de altura
01/12/2018 5,06 01/01/2019 7,14 01/02/2019 7,36
02/12/2018 4,83 02/01/2019 7,36 02/02/2019 5,98
03/12/2018 4,14 03/01/2019 6,44 03/02/2019 4,83
04/12/2018 3,92 04/01/2019 4,83 04/02/2019 3,45
05/12/2018 3,22 05/01/2019 8,05 05/02/2019 2,99
06/12/2018 5,75 06/01/2019 5,28 06/02/2019 3,45
07/12/2018 4,60 07/01/2019 6,21 07/02/2019 5,53
08/12/2018 2,76 08/01/2019 4,83 08/02/2019 7,82
09/12/2018 5,06 09/01/2019 7,59 09/02/2019 7,59
10/12/2018 3,45 10/01/2019 5,28 10/02/2019 4,60
11/12/2018 8,75 11/01/2019 8,28 11/02/2019 5,75
12/12/2018 6,44 12/01/2019 2,76 12/02/2019 4,60
13/12/2018 6,21 13/01/2019 5,28 13/02/2019 1,84
14/12/2018 7,36 14/01/2019 7,59 14/02/2019 3,68
15/12/2018 8,28 15/01/2019 7,82 15/02/2019 4,14
16/12/2018 5,06 16/01/2019 5,06 16/02/2019 2,76
17/12/2018 6,67 17/01/2019 3,92 17/02/2019 4,83
18/12/2018 5,06 18/01/2019 4,37 18/02/2019 3,92
19/12/2018 7,59 19/01/2019 5,75 19/02/2019 4,83
20/12/2018 5,75 20/01/2019 5,28 20/02/2019 4,83
21/12/2018 5,06 21/01/2019 7,14 21/02/2019 2,76
22/12/2018 7,14 22/01/2019 4,83 22/02/2019 4,14
23/12/2018 8,28 23/01/2019 6,44 23/02/2019 2,29
24/12/2018 4,83 24/01/2019 6,44 24/02/2019 0,68
25/12/2018 6,21 25/01/2019 6,67 25/02/2019 3,22
26/12/2018 4,14 26/01/2019 4,14 26/02/2019 2,29
27/12/2018 5,98 27/01/2019 3,45 27/02/2019 3,92
28/12/2018 7,59 28/01/2019 6,67 28/02/2019 4,14
29/12/2018 3,68 29/01/2019 7,82 Média 4,22
30/12/2018 5,53 30/01/2019 3,92
31/12/2018 6,67 31/01/2019 8,50
Média 5,65 Média 5,97
97

MARÇO/2019 ABRI/2019 MAIO/2019


Velocidade média do Velocidade média do Velocidade média do
Data Data Data
vento a 30 m de altura vento a 30 m de altura vento a 30 m de altura
01/03/2019 2,76 01/04/2019 1,84 01/05/2019 4,14
02/03/2019 6,89 02/04/2019 3,68 02/05/2019 5,28
03/03/2019 4,37 03/04/2019 3,68 03/05/2019 6,67
04/03/2019 2,07 04/04/2019 3,22 04/05/2019 7,59
05/03/2019 5,06 05/04/2019 5,06 05/05/2019 8,05
06/03/2019 4,37 06/04/2019 2,99 06/05/2019 5,75
07/03/2019 4,37 07/04/2019 1,84 07/05/2019 3,68
08/03/2019 4,37 08/04/2019 5,06 08/05/2019 3,45
09/03/2019 4,37 09/04/2019 4,60 09/05/2019 4,14
10/03/2019 4,60 10/04/2019 4,83 10/05/2019 6,21
11/03/2019 6,67 11/04/2019 3,45 11/05/2019 5,98
12/03/2019 3,22 12/04/2019 2,54 12/05/2019 4,14
13/03/2019 3,45 13/04/2019 3,92 13/05/2019 3,92
14/03/2019 4,37 14/04/2019 4,60 14/05/2019 3,92
15/03/2019 2,76 15/04/2019 3,92 15/05/2019 2,76
16/03/2019 3,68 16/04/2019 5,53 16/05/2019 4,60
17/03/2019 4,60 17/04/2019 5,75 17/05/2019 4,83
18/03/2019 1,38 18/04/2019 5,53 18/05/2019 4,60
19/03/2019 3,92 19/04/2019 3,92 19/05/2019 3,22
20/03/2019 2,99 20/04/2019 1,38 20/05/2019 2,76
21/03/2019 2,54 21/04/2019 2,76 21/05/2019 5,28
22/03/2019 3,68 22/04/2019 4,37 22/05/2019 3,45
23/03/2019 3,45 23/04/2019 6,67 23/05/2019 4,37
24/03/2019 3,45 24/04/2019 7,59 24/05/2019 5,75
25/03/2019 3,22 25/04/2019 2,54 25/05/2019 4,60
26/03/2019 2,54 26/04/2019 5,75 26/05/2019 3,92
27/03/2019 5,06 27/04/2019 4,60 27/05/2019 1,61
28/03/2019 3,22 28/04/2019 7,14 28/05/2019 4,83
29/03/2019 4,37 29/04/2019 4,14 29/05/2019 5,06
30/03/2019 3,22 30/04/2019 4,83 30/05/2019 3,45
31/03/2019 2,54 Média 4,26 31/05/2019 2,99
Média 3,79 Média 4,55
98

JUNHO/2019 JULHO/2019 AGOSTO/2019


Velocidade média do Velocidade média do Velocidade média do
Data Data Data
vento a 30 m de altura vento a 30 m de altura vento a 30 m de altura
01/06/2019 3,92 01/07/2019 3,92 01/08/2019 5,28
02/06/2019 4,37 02/07/2019 3,68 02/08/2019 6,44
03/06/2019 6,44 03/07/2019 2,29 03/08/2019 5,53
04/06/2019 4,37 04/07/2019 5,28 04/08/2019 4,14
05/06/2019 5,06 05/07/2019 5,28 05/08/2019 9,89
06/06/2019 6,44 06/07/2019 4,60 06/08/2019 9,66
07/06/2019 4,37 07/07/2019 3,68 07/08/2019 6,89
08/06/2019 5,75 08/07/2019 5,98 08/08/2019 8,28
09/06/2019 5,28 09/07/2019 6,89 09/08/2019 5,06
10/06/2019 4,37 10/07/2019 3,68 10/08/2019 10,13
11/06/2019 4,14 11/07/2019 5,53 11/08/2019 9,89
12/06/2019 4,14 12/07/2019 6,44 12/08/2019 9,43
13/06/2019 5,06 13/07/2019 3,45 13/08/2019 9,66
14/06/2019 2,54 14/07/2019 7,59 14/08/2019 4,37
15/06/2019 4,83 15/07/2019 5,28 15/08/2019 4,83
16/06/2019 2,76 16/07/2019 4,37 16/08/2019 6,44
17/06/2019 2,76 17/07/2019 6,56 17/08/2019 8,97
18/06/2019 3,45 18/07/2019 0,68 18/08/2019 7,82
19/06/2019 4,83 22/07/2019 6,89 19/08/2019 8,50
20/06/2019 4,83 23/07/2019 6,67 20/08/2019 10,35
21/06/2019 6,44 24/07/2019 4,83 21/08/2019 9,20
22/06/2019 4,60 25/07/2019 2,99 22/08/2019 10,35
23/06/2019 2,76 26/07/2019 7,36 23/08/2019 8,28
24/06/2019 4,14 27/07/2019 3,45 24/08/2019 7,82
25/06/2019 3,92 28/07/2019 4,60 25/08/2019 6,44
26/06/2019 2,99 29/07/2019 7,36 26/08/2019 7,59
27/06/2019 4,14 30/07/2019 6,67 27/08/2019 9,43
28/06/2019 3,68 31/07/2019 7,14 28/08/2019 9,89
29/06/2019 3,68 Média 5,11 29/08/2019 8,97
30/06/2019 5,53 30/08/2019 8,75
Média 4,39 31/08/2019 8,28
Média 7,95
99

ANEXO A – VELOCIDADE MÉDIA DIÁRIA DO VENTO EM NATAL A 10 M DE


ALTURA

SETEMBRO/2018 OUTUBRO/2018 NOVEMBRO/2018


Velocidade média do Velocidade média do Velocidade média do
Data Data Data
vento a 10 m de altura vento a 10 m de altura vento a 10 m de altura
01/09/2018 4,67 01/10/2018 6,07 01/11/2018 4,29
02/09/2018 5,83 02/10/2018 7,10 02/11/2018 3,43
03/09/2018 5,77 03/10/2018 5,60 03/11/2018 7,03
04/09/2018 6,63 04/10/2018 4,70 04/11/2018 3,77
05/09/2018 6,10 05/10/2018 5,37 05/11/2018 4,29
06/09/2018 4,17 06/10/2018 2,90 06/11/2018 6,34
07/09/2018 8,07 07/10/2018 2,73 07/11/2018 3,94
08/09/2018 7,77 08/10/2018 4,93 08/11/2018 2,57
09/09/2018 6,67 09/10/2018 8,23 09/11/2018 5,14
10/09/2018 4,30 10/10/2018 6,83 10/11/2018 7,72
11/09/2018 5,93 11/10/2018 5,00 11/11/2018 6,00
12/09/2018 7,40 12/10/2018 4,23 12/11/2018 4,29
13/09/2018 7,10 13/10/2018 5,70 13/11/2018 6,00
14/09/2018 6,17 14/10/2018 4,27 14/11/2018 5,49
15/09/2018 8,70 15/10/2018 1,97 15/11/2018 3,43
16/09/2018 8,70 16/10/2018 4,17 16/11/2018 5,14
17/09/2018 8,57 17/10/2018 4,40 17/11/2018 5,83
18/09/2018 6,13 18/10/2018 6,50 18/11/2018 7,20
19/09/2018 6,30 19/10/2018 4,63 19/11/2018 7,03
20/09/2018 7,63 20/10/2018 2,33 20/11/2018 6,17
21/09/2018 8,13 21/10/2018 3,20 21/11/2018 6,34
22/09/2018 5,13 22/10/2018 5,27 22/11/2018 7,20
23/09/2018 2,60 23/10/2018 7,13 23/11/2018 6,69
24/09/2018 6,87 24/10/2018 4,80 24/11/2018 3,94
25/09/2018 4,63 25/10/2018 6,27 25/11/2018 3,77
26/09/2018 7,10 26/10/2018 5,87 26/11/2018 4,63
27/09/2018 6,00 27/10/2018 8,00 27/11/2018 5,32
28/09/2018 4,50 28/10/2018 7,17 28/11/2018 4,80
29/09/2018 3,40 29/10/2018 5,13 29/11/2018 5,66
30/09/2018 5,97 30/10/2018 5,27 30/11/2018 2,92
Média 6,23 31/10/2018 4,37 Média 5,21
Média 5,17

Fonte: Rede de dados do INMET (2019).


100

DEZEMBRO/2018 JANEIRO/2019 FEVEREIRO/2019


Velocidade média do Velocidade média do Velocidade média do
Data Data Data
vento a 10 m de altura vento a 10 m de altura vento a 10 m de altura
01/12/2018 3,77 01/01/2019 5,32 01/02/2019 5,49
02/12/2018 3,60 02/01/2019 5,49 02/02/2019 4,46
03/12/2018 3,09 03/01/2019 4,80 03/02/2019 3,60
04/12/2018 2,92 04/01/2019 3,60 04/02/2019 2,57
05/12/2018 2,40 05/01/2019 6,00 05/02/2019 2,23
06/12/2018 4,29 06/01/2019 3,94 06/02/2019 2,57
07/12/2018 3,43 07/01/2019 4,63 07/02/2019 4,12
08/12/2018 2,06 08/01/2019 3,60 08/02/2019 5,83
09/12/2018 3,77 09/01/2019 5,66 09/02/2019 5,66
10/12/2018 2,57 10/01/2019 3,94 10/02/2019 3,43
11/12/2018 6,52 11/01/2019 6,17 11/02/2019 4,29
12/12/2018 4,80 12/01/2019 2,06 12/02/2019 3,43
13/12/2018 4,63 13/01/2019 3,94 13/02/2019 1,37
14/12/2018 5,49 14/01/2019 5,66 14/02/2019 2,74
15/12/2018 6,17 15/01/2019 5,83 15/02/2019 3,09
16/12/2018 3,77 16/01/2019 3,77 16/02/2019 2,06
17/12/2018 4,97 17/01/2019 2,92 17/02/2019 3,60
18/12/2018 3,77 18/01/2019 3,26 18/02/2019 2,92
19/12/2018 5,66 19/01/2019 4,29 19/02/2019 3,60
20/12/2018 4,29 20/01/2019 3,94 20/02/2019 3,60
21/12/2018 3,77 21/01/2019 5,32 21/02/2019 2,06
22/12/2018 5,32 22/01/2019 3,60 22/02/2019 3,09
23/12/2018 6,17 23/01/2019 4,80 23/02/2019 1,71
24/12/2018 3,60 24/01/2019 4,80 24/02/2019 0,51
25/12/2018 4,63 25/01/2019 4,97 25/02/2019 2,40
26/12/2018 3,09 26/01/2019 3,09 26/02/2019 1,71
27/12/2018 4,46 27/01/2019 2,57 27/02/2019 2,92
28/12/2018 5,66 28/01/2019 4,97 28/02/2019 3,09
29/12/2018 2,74 29/01/2019 5,83 Média 3,15
30/12/2018 4,12 30/01/2019 2,92
31/12/2018 4,97 31/01/2019 6,34
Média 4,21 Média 4,45

Fonte: Rede de dados do INMET (2019).


101

MARÇO/2019 ABRI/2019 MAIO/2019


Velocidade média do Velocidade média do Velocidade média do
Data Data Data
vento a 10 m de altura vento a 10 m de altura vento a 10 m de altura
01/03/2019 2,06 01/04/2019 1,37 01/05/2019 3,09
02/03/2019 5,14 02/04/2019 2,74 02/05/2019 3,94
03/03/2019 3,26 03/04/2019 2,74 03/05/2019 4,97
04/03/2019 1,54 04/04/2019 2,40 04/05/2019 5,66
05/03/2019 3,77 05/04/2019 3,77 05/05/2019 6,00
06/03/2019 3,26 06/04/2019 2,23 06/05/2019 4,29
07/03/2019 3,26 07/04/2019 1,37 07/05/2019 2,74
08/03/2019 3,26 08/04/2019 3,77 08/05/2019 2,57
09/03/2019 3,26 09/04/2019 3,43 09/05/2019 3,09
10/03/2019 3,43 10/04/2019 3,60 10/05/2019 4,63
11/03/2019 4,97 11/04/2019 2,57 11/05/2019 4,46
12/03/2019 2,40 12/04/2019 1,89 12/05/2019 3,09
13/03/2019 2,57 13/04/2019 2,92 13/05/2019 2,92
14/03/2019 3,26 14/04/2019 3,43 14/05/2019 2,92
15/03/2019 2,06 15/04/2019 2,92 15/05/2019 2,06
16/03/2019 2,74 16/04/2019 4,12 16/05/2019 3,43
17/03/2019 3,43 17/04/2019 4,29 17/05/2019 3,60
18/03/2019 1,03 18/04/2019 4,12 18/05/2019 3,43
19/03/2019 2,92 19/04/2019 2,92 19/05/2019 2,40
20/03/2019 2,23 20/04/2019 1,03 20/05/2019 2,06
21/03/2019 1,89 21/04/2019 2,06 21/05/2019 3,94
22/03/2019 2,74 22/04/2019 3,26 22/05/2019 2,57
23/03/2019 2,57 23/04/2019 4,97 23/05/2019 3,26
24/03/2019 2,57 24/04/2019 5,66 24/05/2019 4,29
25/03/2019 2,40 25/04/2019 1,89 25/05/2019 3,43
26/03/2019 1,89 26/04/2019 4,29 26/05/2019 2,92
27/03/2019 3,77 27/04/2019 3,43 27/05/2019 1,20
28/03/2019 2,40 28/04/2019 5,32 28/05/2019 3,60
29/03/2019 3,26 29/04/2019 3,09 29/05/2019 3,77
30/03/2019 2,40 30/04/2019 3,60 30/05/2019 2,57
31/03/2019 1,89 Média 3,17 31/05/2019 2,23
Média 2,83 Média 3,39

Fonte: Rede de dados do INMET (2019).


102

JUNHO/2019 JULHO/2019 AGOSTO/2019


Velocidade média do Velocidade média do Velocidade média do
Data Data Data
vento a 10 m de altura vento a 10 m de altura vento a 10 m de altura
01/06/2019 2,92 01/07/2019 2,92 01/08/2019 3,94
02/06/2019 3,26 02/07/2019 2,74 02/08/2019 4,80
03/06/2019 4,80 03/07/2019 1,71 03/08/2019 4,12
04/06/2019 3,26 04/07/2019 3,94 04/08/2019 3,09
05/06/2019 3,77 05/07/2019 3,94 05/08/2019 7,37
06/06/2019 4,80 06/07/2019 3,43 06/08/2019 7,20
07/06/2019 3,26 07/07/2019 2,74 07/08/2019 5,14
08/06/2019 4,29 08/07/2019 4,46 08/08/2019 6,17
09/06/2019 3,94 09/07/2019 5,14 09/08/2019 3,77
10/06/2019 3,26 10/07/2019 2,74 10/08/2019 7,55
11/06/2019 3,09 11/07/2019 4,12 11/08/2019 7,37
12/06/2019 3,09 12/07/2019 4,80 12/08/2019 7,03
13/06/2019 3,77 13/07/2019 2,57 13/08/2019 7,20
14/06/2019 1,89 14/07/2019 5,66 14/08/2019 3,26
15/06/2019 3,60 15/07/2019 3,94 15/08/2019 3,60
16/06/2019 2,06 16/07/2019 3,26 16/08/2019 4,80
17/06/2019 2,06 17/07/2019 4,89 17/08/2019 6,69
18/06/2019 2,57 18/07/2019 0,51 18/08/2019 5,83
19/06/2019 3,60 22/07/2019 5,14 19/08/2019 6,34
20/06/2019 3,60 23/07/2019 4,97 20/08/2019 7,72
21/06/2019 4,80 24/07/2019 3,60 21/08/2019 6,86
22/06/2019 3,43 25/07/2019 2,23 22/08/2019 7,72
23/06/2019 2,06 26/07/2019 5,49 23/08/2019 6,17
24/06/2019 3,09 27/07/2019 2,57 24/08/2019 5,83
25/06/2019 2,92 28/07/2019 3,43 25/08/2019 4,80
26/06/2019 2,23 29/07/2019 5,49 26/08/2019 5,66
27/06/2019 3,09 30/07/2019 4,97 27/08/2019 7,03
28/06/2019 2,74 31/07/2019 5,32 28/08/2019 7,37
29/06/2019 2,74 Média 3,81 29/08/2019 6,69
30/06/2019 4,12 30/08/2019 6,52
Média 3,27 31/08/2019 6,17
Média 5,93

Fonte: Rede de dados do INMET (2019).


103

ANEXO B – MÓDULO SOLAR ESCOLHIDO

Fonte: Canadian Solar (2017).


104

Fonte: Canadian Solar (2017).


105

ANEXO C – INVERSOR SOLAR ESCOLHIDO

Fonte: Fronius (201-).


106

ANEXO D – RELATÓRIO DE DIMENSIONAMENTO DO PVSYST

Fonte: PVsyst v.6.8.5 (2019).


107

Fonte: PVsyst v.6.8.5 (2019).


108

Fonte: PVsyst v.6.8.5 (2019).


109

Fonte: PVsyst v.6.8.5 (2019).

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