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MÓDULOS FOTOVOLTAICOS BIFACIAIS DE SILÍCIO – UMA

REVISÃO

Paulo Fonsêcà Marinho Júnior – pfmjunior@sga.pucminas.br


Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais , Departamento de Engenharia Mecânica
Antônia Sônia Alves Cardoso Diniz – asacd@pucminas.br
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Departamento de Engenharia Elétrica

Resumo. Nos últimos anos, a tecnologia fotovoltaica têm passado por melhorias contínuas, tanto ao nível
unicamente das células fotovoltaicas bem como dos módulos fotovoltaicos.Um dos principais fatores que
têm ajudado nesta melhoria continua se deve ao fato de que a produção de energia elétrica por meio de
fontes renováveis e alternativas é um meio adequado para a ampliação da oferta de energia, reduzindo
os impactos ao meio ambiente e à economia. Não somente visando a proposta de elevar as suas eficiências,
mas também com grande interesse em aumentar a fiabilidade a longo prazo de módulos fotovoltaicos, os
fabricantes estão propondo conceitos inovadores utilizando novos materiais e até mesmo diferentes
modelos construtivos, para assim conseguir maior tempo de vida do desempenho do módulo e garantias
de eficiência para até 35 ou 40 anos sendo estimados com o uso dessas novas tecnologias, ultrapassando
assim os médios atuais 25 anos. Desta forma, uma das apostas atuais de desenvolvimento tecnológicos
para este mercado são os módulos fotovoltaicos bifaciais. Como sugerido pelo nome, os módulos bifaciais
fotovoltaicos possuem células fotovoltaicas com duas faces em vez de uma para absorver a energia solar
radiante. Estes utilizam do efeito do Albedo, onde a luz solar refletida do solo ou de alguma superfície é
absorvida e a partir da qual o painel bifacial é capaz de oferecer uma aumento de potência em sua saída,
obtendo então com isso um grande aumento do desempenho em quase 30% das arquiteturas tradicionais
de módulos fotovoltaicos, usando técnicas de fabricação de silício relativamente convencionais. Os
módulos bifaciais podem produzir energia adicional a partir da superfície traseira do módulo, coletando
não apenas os raios incidentes de luz na superfície frontal, mas também luz solar dispersa ou refletida do
solo ou do ambiente na superfície traseira. Este artigo visa a partir de uma revisão literária, explicar e
elucidar todo o processo de construção, classificação, vantagens e desvantagens deste tipo de módulo,
tão grande promessa para a indústria fotovoltaica dos dias atuais.

Palavras-chave: Revisão Literária; Módulo Fotovoltaico Bifacial; Classificação; Vantagens;


Desvantagens.

1. INTRODUÇÃO

A expansão populacional do mundo somada ao crescimento evolutivo dos padrões de vida do ser
humano tem aumentado as proporções de necessidade em escala mundial tanto da demanda energética
bem como da necessidade de energia limpa. Porém, a própria evolução humana em si, agindo em
contrapartida ao meio, por vezes resulta suas inúmeras atividades antropocêntricas na exploração em
larga escala dos combustíveis fósseis, na contaminação das águas, do ar e do ambiente como um todo.
Com isso, a busca por novas tecnologias que ajam diretamente de forma parceira ao meio ambiente, tem
crescido constantemente nas últimas décadas.
Estimativas da ONU (2019), determinam que a população mundial tem aproximadamente 7 bilhões
de pessoas. Dados disponibilizados pela United Nations (2004), projetam que, para o ano de 2050, este
número se eleve para cerca de 9 bilhões. Uma vez alcançado este valor a demanda energética pode chegar
a se duplicar. Em decorrência disto, por possuir uma grande dependência de fontes não renováveis tais
como carvão, petróleo e gás natural a preocupação relacionada à captação de energia para com o meio
ambiente passa a ser também uma questão mundial (EPE, 2019).
De acordo com dados divulgados pela EPE, (2019), em contrapartida a majoritária produção
energética mundial, o Brasil possui uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo. Em 2016 o
Brasil obteve uma produção energética com base renovável percentual de 44% de sua produção total,
enquanto a produção referente ao restante do mundo obteve o valor de 14% de toda produção. O Brasil
possui uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo. A comparação entre o potencial energético
provindo de fontes renováveis brasileiro para com o restante do mundo no ano de 2016 pode ser
observada na Fig. 1 (EPE, 2018):

Figura 1 – Comparação entre o potencial energético provindo de fontes renováveis Brasil x Mundo.

Fonte: EPE, 2018.

Para o ano de 2018, somando lenha, carvão vegetal, energia hidráulica, derivados de cana e outras
energias renováveis o potencial desta obteve um percentual de 42,9% da produção energética brasileira,
sendo este quase metade de sua matriz (EPE, 2019). De acordo com o Ministério de Minas e Energia
brasileiro a projeção é que para o ano de 2027 a parcela renovável da oferta da energia brasileira totalize
48% de sua matriz.
Energias renováveis consistem nos tipos energéticos provindos dos recursos naturais que são
naturalmente reabastecidos; tendo como principais fontes a bioenergia (provindos de fontes biológicas)
e as energias geotérmica, hídrica, oceânica, solar e eólica. É importante salientar que nem toda fonte
natural é renovável; o urânio por exemplo é uma fonte natural, mas não renovável pois existe em uma
capacidade limitada no meio ambiente. Assim como o termo renovável refere-se apenas a uma escala
humana de tempo (cerca de bilhões de anos) e não à eternidade (Marinho Júnior e outros, 2018). Dentre
as energias renováveis disponíveis, a energia solar é abundante, permanente, renovável, não poluente e
não prejudicial ao ecossistema. Em dados numéricos, a radiação solar anual que atinge o planeta Terra
é equivalente a 7500 vezes do consumo mundial de energia total primária (Thirugnanasambandam,
Inyan e Goic, 2010).
Por sua vez, assim como dito por Santos e Jabour (2013), o sol além de possuir um papel de
extrema importância para a existência dos seres humanos, quando analisado a partir de sua incidência
no Brasil, este mesmo por possuir uma posição geográfica privilegiada, favorece o uso de células solares
para conversão de energia solar em energia elétrica por meio da tecnologia fotovoltaica, tornando-a uma
ótima alternativa energética, principalmente por ser uma fonte limpa, gerando menores danos ao meio
ambiente.
De acordo com Fernandez e outros, 2008, o crescimento ascendente de instalações fotovoltaicas na
Europa, América do Norte e outras regiões do mundo é um dos maiores se comparados a outros tipos
de instalações energéticas industriais. Dados estatísticos recentes mostram um mercado progressivo para
instalações cujos painéis solares fazem parte da estrutura física dos edifícios (paredes, tetos, corredores,
varandas, etcétera). Sua aplicação como fonte de energia em áreas rurais desprovidas de serviços de
eletricidade também tem sido constantemente aumentada. As aplicações dos sistemas com painéis
fotovoltaicos são diversas: fornecimento de energia para residências, acionamentos por bombas
centrífugas, sistemas de telemetria, satélites espaciais, usinas fotovoltaicas com conexão à rede elétrica,
entre outros.
Dessa forma, de acordo com Goksin e outros, 2018, a implantação continuada de energia
fotovoltaica pode ajudar a reduzir as emissões de gases de efeito estufa e outras poluições dos sistemas
de energia (Hertwich e outros, 2015) e contribuir assim para a mitigação das mudanças climáticas
(Trancik e Cross-Call, 2013). No entanto, para que a implantação da energia fotovoltaica experimente
um crescimento sustentado no futuro, principalmente quando se considera os custos adicionais para lidar
com a intermitência solar (Braff et al., 2016), provavelmente são necessárias reduções de custos
adicionais (Departamento de Energia dos EUA, 2012).
Para reduzir o custo de geração de energia solar, os principais focos de áreas da indústria
fotovoltaica (PV) estão melhorando células solares e eficiência do módulo, vida útil, custo dos materiais
e rendimento de energia deste. Os módulos fotovoltaicos bifaciais podem produzir energia de saída
adicional em comparação com os módulos monofaciais convencionais porque os dois lados da célula /
módulo, frontal e traseira, pode absorver a radiação solar, utilizando a luz dispersa do chão e arredores.
Essa capacidade de conversão de luz de ambos os lados do módulo em eletricidade torna esses módulos
bifaciais de alta eficiência adequados para reduzir o custo da eletricidade fotovoltaica.
Esse artigo visa a fazer uma revisão geral sobre a tecnologia dos módulos solares fotovoltaicos
bifaciais bem como a aplicabilidade do mesmo nos dias atuais.

1.1 Classificações Gerais das Células Solares Bifaciais

A partir da finalidade da conclusão do curso de Energia Solar Fotovoltaica ministrado pela professora
Antônia Sônia Alves Cardoso Diniz, para o Programa de Pós-Graduação em Enhenharia Mecânica da Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais, alguns dos conhecimentos sobre as classificações gerais das células
sores serão avaliados neste tópico tendo como direcionamento sempre a classificação referente para as células
de silício bifaciais.
Ao que se diz respeito da classificação da célula solar de silício bifacial, o mercado de painéis
solares bifaciais pode ser considerado múltiplo e em sua grande maioria é dado como células de
heterojunção e célula traseira de emissor passivado. A célula traseira do emissor passivado está disponível
nas versões de silício poli e monocristalino, enquanto as células de heterojunção usam silício
monocristalino. Em termos de tipo, para esta modalidade de célula, o mercado de painéis solares bifaciais
pode ser dividido em módulo bifacial com moldura e módulo bifacial sem moldura. O módulo bifacial
emoldurado é mais fácil de instalar do que o módulo sem moldura.

1.2 O efeito fotoelétrico nas Células Solares Bifaciais

Para se entender o funcionamento de uma célula fotovoltaica, primeiramente é necessário entender o


fenômeno do efeito fotovoltaico que ocorre em um célula solar. Considerando o efeito fotovoltaico de uma
célula solar de silício convencional, inicialmente o efeito fotovoltaico pode ser explicado da segui nte
forma: Uma célula fotovoltaica convencional é feita a partir de dispositivos semicondutores, normalmente
de silício com adição de impurezas de certos elementos químicos (processo no qual denomina-se dopagem
do material). Onde, define-se como semicondutor os materiais que apresentam características
intermediárias entre os condutores e os isolantes.
Por sua vez, um material semicondutor uma vez dopado passa a ter uma face tendendo a receber
elétrons e a outra face tendendo a doar elétrons; porém, essa movimentação de elétrons não ocorre
espontaneamente. Para a mesma é necessário se ter uma energia de ativação que venha do ambiente
externo. Essa energia de ativação será dado pelos fótons da radiação solar; esses fótons atingirão então
um elétron de última órbita de um átomo de silício. Assim, o elétron de valência recebe a energia com
a qual o fóton viajou. (O fóton não é outra coisa se não uma partícula de luz radiante).
Quando essa energia atinge os elétrons que têm essa tendência de se doar, se movendo para a outra
camada do semicondutor, esses elétrons fazem essa migração (polarização do material). Onde vai
perdendo elétrons passa a ser o pólo positivo e onde esses elétrons vão se acumulando passa a ser o pólo
negativo. Dessa forma, passa-se a gerar pares elétrons-buraco no material. Os elétrons passam a ser
separados dos buracos pela barreira de potencial, transportando para os lados opostos da célula; ao
adicionarmos uma carga entre os dois lados dessa célula, os elétrons passam a fluir de um lado para o
outro gerando assim então uma corrente elétrica. Logo, obtêm-se então a conversão da radiação solar
em energia elétrica – sendo este, o efeito fotovoltaico em uma célula solar convencional.
Dessa forma, as células solares convencionais recebem luz apenas em sua parte superior, na qual o
silício fica exposto. Na parte traseira as células convencionais são metalizadas, ou seja, são recobertas
com uma camada metálica (de pasta de prata) em toda a sua extensão, o que melhora as características
elétricas (reduz as resistências ôhmicas da célula) mas impede a entrada de luz pela parte traseira. Isso
não é bom nem ruim. Simplesmente as células solares sempre foram assim.
Sendo assim, a fim de aumentar a eficiência dos sistemas fotovoltaicos os fabricantes de células
fotovoltaicas desenvolveram dispositivos que podem receber luz dos dois lados. A Figura 2 abaixo
compara as estruturas das células fotovoltaicas convencionais e bifaciais.

Figura 2 – Comparação entre as estruturas físicas das células convencionais e bifaciais.

Fonte website Canal Solar.

Sendo assim, uma vez que o efeito fotoelétrico aproveita da energia solar para o seu desempenho,
nas células solares bifaciais como pode ser observado na Figura 2 acima, esse aproveitamento será dado
nos dois lados da célula, uma vez que ela usurfruirá de toda entrada de luz (refletida e refratada) sobre
os dois lados do módulo, aumentando assim a eficiêcia da célula quando comparada a estrutura física
de uma célula convencional.

1.3 A absorção ótica na célula bifacial e a relação da mesma com suas perdas e eficiência do
sistema

Dados provenientes do Solar Panel Market, 2020, ao que se refere a absorção ótica da célula solar
bifacial, este mesmo é capz de absorver luz dos lados traseiro e dianteiro, permitindo melhor uso da luz
albedo e da luz difusa, tendo assim um aproveitamento ótico superior significativo quando comparado as
demais células de silício (monofaciais). A compração das das células pode ser observada a partir da Figura
3 a seguir:
Figura 3 – a) Célula monocristalina convencional: frente e verso // b)Célula fotovoltaica monocristalina
bifacial: frente e verso.

a)

b)

Fonte: website Canal Solar.

A luz de Albedo nada mais é do que um reflexo difuso ou poder de reflexão de uma superfície. É
uma razão entre a reflexão refletida pela superfície e reação incidente sobre ela, (basicamente é a parte da
luz que atinge uma superfície e reflete sem ser absorvida). A luz dispersa que vem de qualquer direção é
conhecida como luz difusa. O painel solar bifacial pode absorver radiações diretas do sol, radiação difusa
indireta causada por partículas de ar ou nuvens e também da radiação refletida de superfícies próximas ao
módulo solar. Além disso, a estrutura de vidro a vidro do módulo bifacial aumenta a durabilidade a longo
prazo em relação ao tradicional módulo monofacial vidro-contra-folha. Várias tecnologias fotovoltaicas
de película fina atuais, como CIGS e sensibilizadas por corantes, podem ser facilmente convertidas em
painéis solares bifaciais.
Dessa forma, o painel solar bifacial consiste em células solares bifaciais e vidro da tampa traseira.
O fóton que não é absorvido na camada frontal pode ser absorvido quando se recupera de qualquer
superfície adjacente. Isso aumenta a eficiência da célula. A montagem de vidro duplo oferece várias
vantagens ao que se refere as perdas tanto por absorção ótica bem como pela estrutura do material. Para
este típo de célula é observado a redução de delaminação, microfissuras e corrosão por umidade; baixa
taxa de degradação e temperatura da célula também, alta classificação à prova de chamas, resistência
mecânica e menos flexão.Sendo assim, quando comparado as células de silício monofaciais, a célula de
silício bifacial obtêm como característica uma previsão de aumento de eficiência de até 30%, dependendo
de aspectos como altura acima do solo, ângulo de inclinação e refletividade da superfície do solo.

1.4 Processo Construtivo de um módulo bifacial de silício e seus mateirias de composição

Dados provenientes da ECOA – Energias renováveis afirmam que, durante muito tempo, a tecnologia
usada para produzir a maioria das células fotovoltaicas presentes hoje no mercado era a “Aluminum back-
surface field” – AI-BSF. O que significa, de forma simplificada, que a superfície traseira das células
produzidas com essa tecnologia é em alumínio. Dessa forma, para obter uma geração em ambos os lados
da placa pode se ter a errônea ideia de que se substituirmos o “Backsheet” por um outro vidro especial, o
que já acontece com algumas placas com composição vidro-vidro, ela já se tornaria uma placa bifacial.
Porém, isso não acontece. Na verdade, a própria célula fotovoltaica, pelo processo de fabricação mais
convencional, não gera energia nos dois lados, apenas em um, pois o alumínio traseiro da placa não permite
a passagem de luz, e assim, na sua estrutura convencional, estas células não captam radiação pela parte de
trás.
Com o crescente estudo sobre o tema e a rápida evolução do mercado solar, as empresas começaram
a desenvolver tecnologias viáveis para comercializar em massa as placas bifaciais. Em meados de 2008, a
Panasonic foi uma das primeiras empresas a lançar placas solares bifaciais no mercado em grande escala.
E, no Brasil, foi a partir de 2016 que elas começaram a aparecer no mercado de forma mais difundida. O
que facilitou este avanço foi justamente o fato de que as tecnologias do mercado, além da AI-BSF, já são,
de alguma maneira, bifaciais ou podem se tornar com “pequenos” ajustes. A vantagem é que a maioria dos
componentes responsáveis por gerar energia, como o Silício, já são transparentes em sua composição
natural. Porém, o desafio é conseguir criar um modelo aplicável e eficiente.
Moehlecke e outros 2013, descreveu no que se refere ao processo para fabricação de células solares de
silício bifaciais p + nn + o disposto no diagrama esquemático da Figura 4:

Figura 4 – Construção de um módulo solar bifacial.

Fonte: Moehlecke e outros 2013 (adaptado).


Para a explicação e definição da construção do módulo fotovoltaico bifacial neste artigo, será usado
como exemplo a construção deu módulo fabricado por Moehlecke e outros 2013, módulo este que foi feito na
PUC-RS. Para a construção deste, utilizou-se de lâminas de silício monocristalino Cz (Czochralski) e FZ (float
zone), tipo p, dopadas com boro e orientação dos planos cristalográficos de {100}. Após redução da espessura
das lâminas para aproximadamente 145 μm mediante um ataque químico constituído de 210 g de KOH e 1,6 L
de água deionizada (H2ODI), mantido a 90 °C 17 e para as lâminas Cz, o tempo de ataque foi de 110 min e para
as FZ foi de 35 min porque as espessuras iniciais eram diferentes, (onde esta solução foi empregada porque não
havia no mercado a disponibilidade de lâminas finas) foi realizado o ataque anisotrópico das superfícies em
um banho de KOH, isopropanol e H2ODI para formar micropirâmides na superfície da lâmina.
Em seguida, realizou-se uma limpeza qímica das lâminas baseada em soluções como H2O2, NH4OH,
HCl e H2ODI. Após esta é feita a deposição do boro, onde líquido contendo boro, PBF20, da Filmtronics, foi
depositado por spin-on sobre uma face das lâminas e estas foram introduzidas em uma estufa para evaporação
dos solventes. Após a deposição do dopante, foi realizada a difusão de boro em forno com tubo de quartzo na
temperatura de 1000 °C por 20 min, seguida de processo de oxidação. A camada de silicato de boro e óxido de
silício formada teve a função de proteger a face dopada com boro do processo seguinte. Após a difusão de boro,
foi depositada resina fotossensível (deposição de resina) por spin-on na superfície com silicato de boro e a
mesma foi secada em estufa. O óxido na face sem resina foi atacado em solução de HF tampão (ataque de
óxido) e foi realizada a limpeza da resina com acetona, álcool isopropílico e H2ODI.
Após este, foram separadas lâminas de controle que não foram oxidadas e que passaram
diretamente para a etapa de deposição de filme antirreflexo. Em um grupo de lâminas, uma camada de
SiO2 com espessura da ordem de 10 nm foi crescida a 800 °C para reduzir a recombinação nas superfícies.
Sobre a face n+, depositou-se um filme antirreflexo (AR) de TiO2 por evaporação em alto vácuo
(evaporação de filme AR) com canhão de elétrons. Após este foi depositada a pasta de alumínio em
ambos os lado (deposição da pasta de AL).
A metalização posterior foi realizada por serigrafia com a pasta de alumínio PV381, da DuPont,
que teve a função de formar o contato e a região de BSF. A malha metálica frontal foi implementada por
serigrafia utilizando a pasta de prata PV159, da DuPont. As pastas foram secadas (queima/difusão das
pastas)em forno de esteira a 200 °C e queimadas no mesmo forno, a 840 °C para lâminas sem camada de
SiO2 e 850 °C para lâminas com SiO214.
No processo de queima, a pasta de prata perfura as camadas de SiO2 e TiO2, contatando
eletricamente a região n+ e a pasta de alumínio perfura a camada de SiO2, formando a região de BSF e o
contato posterior. As faces frontal e posterior receberam uma malha de metal com trilhas de 100 µm de
largura, duas barras coletoras de 2 mm de largura e com um fator de sombra de 9,5%. Para finalizar, as
bordas das células solares foram cortadas (corte coom laser) por meio de um sistema com radiação laser
para obter células solares pseudoquadradas de 80 x 80 mm, com área de 61,58 cm2, concluindo então o
processo de fabricação. Uma célula como a criada por Moehlecke e outros, 2013, pode ser avaliada na
forma de módulo fotovoltaico a partir da Figura 5:

Figura 5 – Módulo solar bifacial concluído.

Fonte: Moehlecke, 2013.


Ao que se refere aos materiais de composição da célula solar bifacial da célula solar bifacial teremos a
seguinte configuração mostrada na Figura 6 abaixo:

Figura 6 – Construção de um módulo solar bifacial.

Fonte: website Canal Solar.

Como observado a partir da configuração da Figura 3, diferentemente dos módulos convencionais que
possuem uma folha traseira (backsheet) composta de um plástico branco e opaco onde dessa forma a parte
traseira não recebe luz, os módulos bifaciais devem ser construídos com uma lâmina traseira de vidro no
lugar do backsheet. Além do tipo de célula empregado, essa é a única diferença construtiva entre um
módulo convencional e um módulo bifacial.

1.5 Módulos Fotovoltaicos Bifaciais

As células solares bifaciais são estudadas desde os anos 1960 e suas vantagens decorrem da
possibilidade de converter a radiação solar recebida em ambas as superfícies. Historicamente, os painéis
bifaciais surgiram com foco em aplicações BIPV (Building Integrated Photovoltaic), que é a prática de
incorporar o painel solar na construção. Outra aplicação comum é para situações onde a maior parte da energia
solar é a luz solar difusa (aquele que bate em algum ponto e volta).
A grande queda no custo do vidro solar, usado na fabricação dos painéis, fez com que a aplicação das
bifaciais se estendesse. Os módulos bifaciais estão começando a se tornar viáveis para as mais diversas
aplicações, como pontos de ônibus, plataformas, coberturas, paredes, cercas entre outros (dados da Ecoa -
Energias Renováveis), além de serem altamente produtivos esteticamente também são muito bonitos. Neste
presente artigo, usaremos de exemplos de aplicação do módulo fotovoltaico bifacial em em construções em
diversas localidades no mundo, desta forma os exemplos de aplicabilidade do mesmo são mostrados nas
Figuras que se seguem.
Na Figura 7 pode se observar o uso de aplicação do módulo fotovoltaico bifacial para o teto de um
restaurante, a localização deste restaurante não é disponibilizada pelo site de divulgação.
Figura 7 – Exemplo de aplicação do módulo fotovoltaico bifacial para o teto de um restaurante.

Fonte: website ElektSolar.

Para a Figura 8 pode se observar o uso de aplicação do módulo fotovoltaico bifacial para o teto de uma
ponte em Bora Bora, Polinésia Francesa.

Figura 8 – Exemplo de aplicação do módulo fotovoltaico bifacial para o teto de uma ponte.

Fonte: blog microgeraçãofv.wordpress.com.

Por sua vez, na Figura 9 pode se observar o uso de aplicação do módulo fotovoltaico bifacial para o
teto de um estacionamento na Alemanha.
Figura 9 – Módulo fotovoltaico bifacial aplicado para o teto de um estacionamento na Alemanha..

Fonte: blog microgeraçãofv.wordpress.com.

E por fim, para a Figura 10 pode se observar o uso de aplicação do módulo fotovoltaico bifacial para
o para-peito de segurança em uma linha de trem também na Alemanha.

Figura 10 – Módulo fotovoltaico bifacial aplicado módulo para o para-peito de segurança em uma linha de
trem também na Alemanha.

Fonte: blog microgeraçãofv.wordpress.com.


1.6A composição da tecnologia construtiva dos Módulos Fotovoltaicos Bifaciais ao redor do
mundo

Sobre a tecnologia construtiva dos módulos fotovoltaicos bifaciais, basicamente existem 3 tecnologias
que estão entre as mais usadas para produção de céluas bifaciais: p-PERC, n-PERT e a HJT (Hetero-Junction
technology). Sobre a estrutura das placas, a maioria é composta por vidro-vidro e uma pequena parcela delas
é vidro na frente e a parte traseira com outro tipo de película transparente.
Sobre as células p-PERC, a tecnologia não é nova, mas ficou mais difundida depois do aquecimento do
mercado. O que facilitou a utilização desta tecnologia para placas bifaciais é que pequenas modificações no
processo de produção já tornam as células bifacais. Porém, o processo ainda exige uma “fina” grade local de
BSF, o que gera certa “sombra” na célula. Como conclusão, a tecnologia é excelente, porém ainda não é a
melhor do mercado em termos de eficiência. Baseado em estudos feitos por Liang e outros, 2018, é apresentado
na Figura 11 o diagrama esquemático da estrutura da célula bifacial PERC e suas principais características:

Figura 11 – Diagrama esquemático da estrutura da célula bifacial PERC e suas principais características.

Fonte: Liang e outros, 2018 (adaptado).

Já as células do tipo N-PERT tem vantagens em termos de eficiência quando comparadas com as do tipo
PERC. Isso acontece, basicamente, porque nenhuma camada de BSF é necessário na parte traseira da célula.
Sendo assim, todas as células do tipo N já são bifaciais por natureza. Por essa tecnologia ainda não ser
amplamente difundida o processo de fabricação do produto ainda é muito caro. Sua eficiência é de 10% a 20%
maior do que o tipo P-PERC. Mais uma vez baseado em estudos feitos por Liang e outros, 2018 é apresentado
na Figura 12 o diagrama esquemático da estrutura da célula bifacial N-PERT e suas principais características:

Figura 12 – Diagrama esquemático da estrutura da célula bifacial N-PERT e suas principais características.

Fonte: Liang e outros, 2018 (adaptado).


Por último, a tecnologia HJT(ou HIT) foi desenvolvida e patenteda pela SANYO (hoje Panasonic),
porém, em 2010, essa patente expirou e gerou oportunidade para outros fabricantes investirem na tecnologia.
Ela se difere um pouco mais em relação a outras do ponto de vista do seu processo de fabricação. O custo de
seus componentes é mais alto do que as outras tecnologias, mas também são as mais eficientes. Provavelmente,
com a evolução da tecnologia e sua disseminação no mercado, o processo se tornará mais barato (dados da
Ecoa - Energias Renováveis). Ainda baseado em estudos feitos por Liang e outros, 2018 é apresentado na
Figura 13 o diagrama esquemático da estrutura da célula bifacial HJT e suas principais características:

Figura 13 – Diagrama esquemático da estrutura da célula bifacial HJT ou HIT e suas principais
características.

Fonte: Liang e outros, 2018 (adaptado).

Dessa forma, diversos fabricantes ao redor do mundo já aderiram a produção de placas solares bifaciais.
Neste presente artigo citaremos cinco exemplos que estão entre os maiores fabricantes deste tipo de módulo
no mundo, de acordo com a empresa ECOA - Energias Renováveis, 2020.
A JinkoSolar (Atualmente, a JinkoSolar Holding Co., Ltd. é o maior fabricante de painéis solares do
mundo, enviando 11,4 GW de módulos em 2018. Sediada em Xangai, na China, a empresa começou como
fabricante de wafer em 2006 e tornou-se pública na Bolsa de Valores de Nova York em 2010 -ECOSOLARER,
2020) em fevereiro de 2019 anunciou o módulo bifacial chamado “Swan” (Figura 14).

Figura 14 – Módulo fotovoltaico bifacial – Swan, JinkoSolar.

Fonte: ecosolarer.com.br

De acordo com o fabricante, a placa possui um rendimento a mais de 5% a até 25% pela parte traseira.
A potencia de saída da placa na parte frontal é de até 400W. A tecnologia usada para fabricação desta placa é
a PERC e a garantia de eficiência do módulo é de 30 anos.
Por sua vez a Trina Solar (fundada em 1997 por Gao Jifan. Como pioneira solar, a Trina Solar ajudou a
mudar essa indústria solar, crescendo rapidamente de uma das primeiras empresas fotovoltaicas da China para
se tornar líder mundial em tecnologia e manufatura solar – TRINA SOLAR, 2020) possui o modulo bifacial
Duomax Twin (Figura 15).

Figura 15 – Módulo fotovoltaico bifacial – Duomax Twin, Trina Solar.

Fonte: trinasolar.com

De acordo com o fabricante, a parte traseira pode gerar até 30% a mais de energia. A estrutura é feita de
vidro-vidro. O modulo monocristalino de 72 células possui potencia de saída de 385-405W. E a tecnologia
utilizada também é a PERC. Em julho deste ano, a Trina Solar anunciou a produção em massa de novos
módulos bifaciais. Estes serão também de vidro duplo i-TOPCon, porém com tecnologia tipo N.
A Canadian está entre as líderes da indústria no setor mundial. Com amplo conhecimento na fabricação
de módulos de vidro duplo, eles desenvolveram módulos bifaciais com potência de saída de até 430W. Um
exemplo é o módulo chamado de BiHiku (Figura 16).

Figura 16 – Módulo fotovoltaico bifacial – BiHiku, Canadian Solar.

Fonte: canadiansolar.com
Desenvolvido com a tecnologia de células policristalinas PERC. Em condições perfeitas de uso ele pode
gerar até 30% de energia a mais pela parte de trás.
Por sua vez, a Jinergy (O Jinneng Group Co., Ltd. - Jinneng Group -, fundido e reorganizado com o
original Shanxi Coal Transportation and Sales Group Co., Ltd. e com a Shanxi International Electricity Group
Limited Company, é um grande grupo estatal de energia integrada chinesa, considerada uma das maiores do
mundo, JINERGY, 2020) considerada a mais ponta de linha hoje no mercado, a tecnologia HJT. E como
exemplo, citarei o módulo JNHM72 (Figura 17) já largamente aplicado na China como também disposto na
figura.

Figura 17 – Módulo fotovoltaico bifacial e aplicação em usina solar da Jinergy de 150MW em Tianchang,
Anhui, China.

Fonte: jinergy.com (adaptado).

Estes módulos da Jinergy possuem um range de potencia de 415 até 435W. Por ser bifacial, a parte de
trás do módulo, de acordo com o fabricante, pode aumentar de 10 a 35% a geração de energia.
Um último exemplo vem da empresa LONGi Solar (A LONGi Green Energy Technology Co., Ltd.
“LONGi” foi fundada em 2000 e listada na Bolsa de Xangai em 2012. Atualmente, é o maior fabricante de
bolachas, células e módulos solares monocristalinos de silício do mundo, LONGI, 2020). O último destaque
deles é para os módulos lançados pela LONGi em maio de 2019, numa nova geração de células PERC. O
módulo Hi-MO4 (Figura 18):

Figura 18 – Módulo fotovoltaico bifacial – Hi-MO4, LONGi.

Fonte: longi-solar.com
Estes módulos tem batido recordes de performance, chegando a uma potência de até 435W. A parte
traseira gera até 25% a mais de energia.
Por sua vez, ao que se refere a fabricação dos parâmetros elétricos dos módulos fotovoltaicos
bifaciais, de acordo com o website Canal Solar, estes módulos possuem características elétricas e
dimensões físicas muito parecidas (ou mesmo idênticas) às dos módulos convencionais. A tensão de
circuito aberto (VOC), que depende da quantidade de células, é semelhante nos dois tipos de módulos.
O mesmo se pode dizer das demais características como corrente de curto-circuito (ISC), potência
máxima (PMPP) e outras.
Como fatores de mudança então é observado que, os módulos solares monofaciais têm sua potência
de pico e suas demais características especificadas para uma condição padrão de teste (STC - Standard
Test Condition) que corresponde a uma intensidade de luz de 1000 W/m2 e uma temperatura de teste de
25ºC. Já para os módulos bifaciais, além das condições padronizadas em STC, que são obtidas através
de um teste de flash, o fabricante informa quais poderão ser (aproximadamente) as características do
mesmo módulo em diferentes condições de reflexão luminosa.
Para exemplo são dadas algumas características dos módulos bifaciais da família CS3U-
370|375|380|385MB-AG da Canadian Solar, que são fabricados no Brasil.

Tabela 1 – Características dos módulos bifaciais da família CS3U-370|375|380|385MB-AG da Canadian


Solar.

Fonte: website Canal Solar.

Na Tabela 1 é observado as características tradicionais dos módulos, especificadas nas condições


STC. Como novidade obtêm-se a presença de valores de potência, tensão e corrente que correspondem
à captação de irradiação solar que pode ser até 30% superior nos módulos bifaciais quando comparados
aos módulos tradicionais. Entretanto, como informa o fabricante, o desempenho superior depende do
tipo de montagem (tipo de estrutura, altura, ângulo etc) e do coeficiente de reflexão do solo (como
explicado no item 1.1 deste presente artigo).
1.7 Os principais tipos de degradação encontrados nos módulos fotovoltaicos bifaciais
Para a avaliação dos principais tipos de degradação encontrados nos módulos fotovoltaicos bifaciais este
artigo levará como referência a mesa redonda de qualidade da pv magazine, mesa esta realizada na Intersolar
South America, ministrada pelo cientista Roy Choudhury, cientista este sênior de materiais fotovoltaicos da
americana DuPont, onde o mesmo falou sobre alguns dos problemas de qualidade que afetam o rendimento da
energia fotovoltaica para módulos bifaciais na América Latina (conversa esta disponível através do site da PV
Magazine).
Segundo seus testes e conhecimento sobre o assunto, os problemas mais comuns de degradação
encontrados ns módulos fotovoltaicos bifaciais estão relacionados a uma alta radiação ultravioleta para
qualquer uma das áreas ao redor do equador. Além disso, dada a variação da terra na América Latina, um dos
principais fatores que podem causar perdas são os ciclos de temperatura diurna e sazonal, que podem causar
estresse mecânico e enfraquecer os materiais poliméricos. Embora as células solares biaciais estejam agora
razoavelmente padronizadas, os desenvolvedores também devem considerar a degradação induzida pela luz
(LID) e a degradação induzida pela luz e alta temperatura (LeTID) como uma fonte potencial de degradação
do módulo bifacial fotovoltaico. Soluções para essas perdas estão sendo encontradas agora no nível das células,
mas quanto aos módulos é colocado muita ênfase nos materiais de embalagem, isto é, tudo o que protege as
partes eletricamente ativas do ambiente e os mantém ativos durante uma vida útil de 25 a 30 anos.
Por sua vez, a irradiação ultravioleta pode desempenhar um papel na degradação de materiais poliméricos.
Além disso, ciclos de temperatura grandes e frequentes, combinados com altas doses de ultravioleta, podem
levar à perda das propriedades mecânicas dos materiais da camada inferior, o que pode causar delaminação e
rachaduras. Deste ponto de vista, as folhas traseiras resistentes à radiação ultravioleta e à temperatura são
elementos importantes.

1.8 Estado da Arte

Com base na literatura revisada, apresenta-se na Tabela 2 um breve resumo do estado da arte destacando
alguns trabalhos considerados importantes que foram usados como suporte para este trabalho:

Tabela 2 - Estado da arte do estudo de módulos fotovoltaicos bifaciais.

Estado da arte do estudo de módulos fotovoltaicos bifaciais


Referências Resumo e Principais Resultados
A pesquisa da tecnologia fotovoltaica bifacial
tem o início em 1960, logo após o desenvolvimento das
Hiroshi, M. 1966
primeiras células fotovoltaicas de silício cristalino de Chapin,
Fuller e Pearson.
Nos próximos vinte anos, a tecnologia fotovoltaica bifacial foi
Guerrero-Lemus, R. e outros. 2016 amplamente ignorada, exceto para alguns aplicativos em
satélites russos.

Em meados da década de 1970, esta nova tecnologia recebe


nova atenção da Comunidade Fotovoltaica quando
pesquisadores do México e da Espanha apresentaram seus
resultados de pesquisas com células fotovoltaicas bifaciais
Chambouleyron I. e Chevalier Y., 1977 - Luque
na primeira Conferência Europeia sobre Energia Solar
A. e outros - 1977
Fotovoltaica
realizada no Luxemburgo.
Estado da arte do estudo de módulos fotovoltaicos bifaciais
Referências Resumo e Principais Resultados
Nos anos 80, grupos de pesquisa da Espanha publicou
numerosos artigos científicos de alta células fotovoltaicas
bifaciais com alto ganho de potência. Anos depois disso, o
Luque A. e outros, 1980 - Cuevas A. e eoutros,
conceito de bifaciliadade se abrange para outras soluções
1982 - Noedmann, T. e outros, 2012 - Hezel,
econômicas sendo proposto e usado para diversas aplicações
2003 - Araki, I., 2009 - Joge, t. e outros, 2003.
de nicho, conciliando com barreiras acústicas, corrigindo
efeitos de sombreamento e cercasexpandindo esses estudos
durante os anos 90 e início dos anos 2000.

A tecnologia fotovoltaica bifacial gradualmente ganhou


impulso no mercado global durante os anos 2010. Empresas
como a Sanyo, Yingli Solar, PVG Solutions, bSolar etc.
começaram a comercializar módulos bifaciais, usando várias
estruturas de células fotovoltaicas bifaciais de c-Si, como PERC
Kopecek. R., 2014 - Romijin, I., 2016
(contato traseiro do emissor passivado), PERL (passivado
traseira do difusor localmente), PERT (traseira do emissor
passivada totalmente difusa), IBC (contato traseiro
interdigitado) e HIT (heterojunção com camada fina
intrínseca) – várias dessas citadas e explicadas por este artigo.

Aplicações fotovoltaicas bifaciais c-Si em larga escala também


foram demonstradas em algumas regiões do globo. Em 2013,
uma usina fotovoltaica bifacial foi iniciado na cidade de
Hokuto, no Japão, com uma capacidade de aproximadamente
Ishikawa, N. e Nishiyama, S., 2016 - . Chiodetti,
1,35 MWp. Os dados do rendimento energético do primeiro
M. - 2015
ano mostraram um ganho de 21,9% em comparação com uma
usina fotovoltaica monofacial de um tamanho semelhante,
mesmo que na época a instalação fosse subótimo (grandes
barras de estabilização na sombra traseira do os módulos).

Posteriormente, usinas fotovoltaicas bifaciais foram iniciados


em diversas outras regiões, como a fábrica de La Hormiga, em
San Felipe, Chile (2015), no Leste dos EUA (2016), em Datong
PV TECH, 2020 - SUNPREME, 2020 -
City, Shanxi, China (2016), e em Golmud, China (2017) . A
PHOTON.INFO, 2020 - TAIYANGNEWS, 2020.
maior capacidade total instalada de módulos fotovoltaicos
bifaciais está hoje em Golmud, China e esta tem 71 MWp, que
é a maior instalação fotovoltaica bifacial até a presente data.

Fonte: elaborado pelos autores.


1.9 Estudo de caso a partir da utilização de um módulo fotovoltaico bifacial

A fim de se obter uma maior elucidação perante ao tema e para a conclusão deste artigo foi então
estudado um caso real de aplicabilidade deste tipo de sistema em campo, e com estes será apresentados os
seus respectivos resultados obtidos. Para esta devida consideração, estudos de Grafulha e Zanesco, 2016,
serão explicados neste artigo.
Os devidos autores (Grafulha e Zanesco, 2016) apresentaram em seus estudos uma comparação de um
sistema fotovoltaico com módulos bifaciais e um sistema com módulos convencionais monofaciais em um
condomínio residencial na cidade de Porto Alegre, Brasil. A edificação alvo do estudo foi dada a partir um
prédio residencial com 10 pavimentos e 18 apartamentos, situado no bairro Rio Branco (a uma latitude de
30º). O terreno em que a edificação estava situada possuía uma elevação aproximada de 38m em relação
ao nível do mar.
A edificação usada pelos mesmos é a ilustrada na Figura 19 onde na letra (a), possui uma altura de 29
m (considerando como referência a cobertura), enquanto que o ponto mais alto está localizado a 35 m
(considerando como referência a caixa d’água). A Figura 19 (b) mostra o local de instalação dos sistemas
fotovoltaicos (FV).

Figura 19 – (a) Edificação alvo do estudo e (b)vista superior do local de instalação dos sistemas FV.

Fonte: Grafulha e Zanesco, 2016 (adaptado).

Sendo que, as características construtivas da edificação utilizada pelos autores eram adequadas para a
instalação de um sistema fotovoltaico. Tudo isto devido ao fato da cobertura ser horizontal, constituída de
laje em concreto e sem interferências de elementos arquitetônicos. A casa de máquinas da edificação
possui, em local abrigado, espaço físico para a instalação de inversores e outros elementos do sistema
fotovoltaico, podendo ser instalados bem próximos dos módulos fotovoltaicos e ainda protegidos contra a
intempérie.
Como pesquisa prévia, foram traçados tanto o perfil de consumo energético produzido pelo edifício
estudado, bem como a análise de sombreamento do local onde seria inserido o sistema a fim de obter a
melhor área possível para instalção e aproveitamento do mesmo.
No que se diz respeito ao perfil de consumo do edifício em questão foi levantado os seguintes dados
disponíveis na Figura 20:

Figura 20 – Consumo mensal de energia elétrica do condomínio.

Fonte: Grafulha e Zanesco, 2016 (adaptado).


A partir da análise de consumo do edifício é possível concluir-se que o o consumo de energia elétrica
se reduz no verão, pois este é o período de menor utilização da edificação pelos moradores e, por
consequência, menor utilização de elevadores e bombas de recalque de água. Durante os meses de inverno
é possível observar um aumento no consumo de energia elétrica, pois neste período o aquecedor elétrico
da portaria é acionado, sendo então os valores necessários durante o inverno a base prioritária para todo
cálculo do sistema.
Por sua vez, no que se diz respeito à análise de sombreamento a edificação foi modelada em três
dimensões no software Revit 2014, desenvolvido pela Autodesk. O sombreamento foi avaliado nos dias
20 de março, 21 de junho, 23 de setembro e 22 de dezembro, com incrementos de duas horas nestes dias.
Sobre a planta baixa do local de instalação foram projetadas as sombras e, com base nestas projeções,
foram determinadas as posições de instalação dos módulos fotovoltaicos com a menor exposição ao
sombreamento possível a partir do estudo espacial do local e seus possíveis causadores de sombras, uma
vez que, o sombreamento produzido pelo entorno da edificação normalmente deve-se à outros edifícios.
Dessa forma, foi levantado próximo ao local a identificação de três edifícios com elevação superior ao
plano de instalação dos módulos, conforme ilustra a Figura 21:

Figura 21 – Edificações com elevação superior ao plano de instalação estudadas para este caso.

Fonte: Grafulha e Zanesco, 2016 (adaptado).

Uma vez simulado, a partir deste estudo foi obtida uma distância horizontal mínima de: (a) 39,2 metros
para o obstáculo com elevação de 82 metros, (b) 30,8 metros para o obstáculo com elevação de 79 metros
e (c) 22,4 metros para o obstáculo com elevação de 76 metros. Os três obstáculos identificados (edificações
vizinhas), estão localizados à uma distância horizontal superior ao mínimo requerido de forma que não
irão produzir sombreamento sobre o local de instalação.
Uma vez concluída o correto funcionamento do sistema e dos seus respectivos locais de
aplicabilidade foram então instalados os seguintes sistemas e suas configurações correspondentes
exemplificados na Tabela 3:

Tabela 3 – Parâmetros dos módulos monofaciais e bifaciais utilizados pelos autores.

Fonte: Grafulha e Zanesco, 2016 (adaptado).


Uma vez que a produtividade de um sistema fotovoltaico é definida como a razão entre o valor médio da
energia elétrica produzida em um período e entregue à carga e a potência nominal do arranjo fotovoltaico
(Garcia et al, 2016), (Macedo et al, 2007) e o desempenho global de um sistema é a razão da produtividade do
sistema e a produtividade de referência, considerando condições padrão e a área do arranjo fotovoltaico (Garcia
et al, 2016), (Macedo et al, 2007), os valores encontrados pelos autores dispostos na Tabela 4 apresentam uma
comparação entre os dois sistemas fotovoltaicos, destacando os seus respectivos valores de produtividade e
desempenho global do sistema, além de outros parâmetros de desempenho.

Tabela 4 – Comparação do sistema fotovoltaico com módulos convencionais e bifaciais.

Fonte: Grafulha e Zanesco, 2016 (adaptado).

Sendo assim, a partir dos estudos de Grafulha e Zanesco para a comparação de um sistema fotovoltaico
bifacial com um convencional em um condomínio residencial foi possível concluir que, a potência do sistema
com módulos monofaciais e bifaciais foi de 4,32 kWp e de 5,49 kWp, considerando a incidência de irradiação
solar em ambas as faces dos módulos bifaciais. Para o sistema com módulos convencionais estimou-se a
produção anual de energia elétrica de 5.937 kWh, enquanto que para o sistema com módulos bifaciais a
produção anual obtida foi de 7.882 kWh, representando um aumento de 32,8 % em relação aos módulos
convencionais.
Já em relação ao desempenho global e a produtividade do sistema fotovoltaico com módulos bifaciais
foram 4,5 % maiores, representando uma maior produção de energia por potência instalada do sistema. A
compensação do consumo de energia elétrica da edificação, obtida para o sistema bifacial, foi de 97,5 %,
enquanto que para o sistema convencional foi de 73,4 %. Verificou-se que o desempenho da tecnologia bifacial
pode viabilizar a instalação em locais com espaço físico restrito, tais como condomínios, atendendo à demanda
de energia destes locais. Além da viabilidade técnica para instalação nas edificações dos centros urbanos, pode-
se afirmar que este sistema possui o potencial de melhorar a atratividade do investimento também em centrais
fotovoltaicas.

3. CONCLUSÕES

A partir da exposição do funcionamento bem como das características do módulo fotovoltaico


bifacial pode se concluir como vantagens que, se pensados para o uso residencial, comercial e
industrial, os painéis solares bifaciais oferecem diversos benefícios, como maior tempo de vida útil e
garantia de eficiência de até 40 anos. Somado a este, outro benefício das placas bifaciais está
relacionado à sua manutenção, que é mínima, tornando o gasto com o sistema praticamente nulo.
Em contrapartida, já em relação ao alto valor de retorno do investimento inicial, o retorno está
cada vez menor, devido à evolução tecnológica que tem buscado tanto formas mais baratas de produzir
as células bifaciais bem como a lei da competição de mercado tem deixado os preços mais
competitivos. Inicialmente, as placas eram usadas apenas em áreas onde a energia solar disponível
vinha da luz difusa que rebatia no chão ou em objetos ao redor. Hoje, com a queda do preço, o uso de
painéis bifaciais vem se alargando no mercado, já é possível encontrá-lo sendo aplicado em varandas,
abrigos de ônibus e fachadas.
Embora o valor para a implementação de um sistema de energia solar seja relativamente elevado,
se compararmos com os gastos junto à concessionária de eletricidade dos municípios, a relação entre
custo e benefício se mostra vantajosa. Além de ser uma opção de energia renovável e sustentável, já
existem empresas que desenvolvem projetos completos no sistema fotovoltaico.
Em suma, apesar dessa tecnologia estar em um estágio avançado de desenvolvimento, ela ainda
requer atividades de pesquisa e desenvolvimento, para que se possa aumentar a eficiência e diminuir
os custos, tornando-a economicamente mais atraente aos consumidores.

Agradecimentos

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de


Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001, do CNPq, da FAPEMIG, e da PUC
Minas.

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