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OSTENSIVO CIAA 117/046C

MARINHA DO BRASIL
CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE ALEXANDRINO

EE-2104-1018
MANUTENÇÃO DE MÁQUINAS
ELÉTRICAS DE CC E CA
2020

OSTENSIVO REV. 3
OSTENSIVO CIAA 117/046C

MANUTENÇÃO DE MÁQUINAS DE CORRENTE CONTÍNUA E CORRENTE


ALTERNADA

MARINHA DO BRASIL

CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE ALEXANDRINO

2020

FINALIDADE DIDÁTICA

OSTENSIVO REV. 3
OSTENSIVO CIAA 117/046C

ATO DE APROVAÇÃO

Aprovo para emprego no Centro de Instrução Almirante Alexandrino, a publicação


CIAA-117/046C MANUTENÇÃO DE MÁQUINAS DE CORRENTE CONTÍNUA E
CORRENTE ALTERNADA

Rio de Janeiro, RJ.


Em 09 de setembro de 2020.

JOSÉ AFONSO BARBOZA LOBIANCO


Capitão-de-Fragata (RM1)
Coordenador de Cursos

Esta publicação foi elaborada cumprindo as normas do EMA-411 (Manual de


Publicações da Marinha).

OSTENSIVO REV. 3
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ÍNDICE
PÁGINAS
Folha de Rosto.................................................................................................... I
Ato de Aprovação............................................................................................... II
Índice................................................................................................................... III
Introdução........................................................................................................... IV

CAPÍTULO 1 – FUNDAMENTOS DA ELETROMECÂNICA


1.1 –Eletromagnetismo.................................................................................. 1-1
1.2 –Indução Eletromagnética........................................................................ 1-6
1.3 –Indutância............................................................................................... 1-8
CAPÍTULO 2 – MÁQUINAS ELÉTRICAS DE CORRENTE CONTÍNUA
2.1 – Partes Componentes................................................................................ 2-1
2.2 – Princípio de Funcionamento .................................................................. 2-7
2.3 – Características dos Geradores quanto à Excitação.................................. 2-23
2.4 – Característica dos Geradores quando Animados por Cargas e Conversão de
Potência Elétrica......................................................................................... 2-34
2.5 – Motores de Corrente Contínua................................................................... 2-43
2.6 – Pesquisa de avarias nas máquinas de corrente contínua............................ 2-76
CAPÍTULO 3 – ALTERNADORES
3.1- Geração e Transmissão da FEM Gerada........................................................ 3-1
3.2 – Característica Físicas de Construção dos Alternadores................................ 3-4
3.3 – Alternadores quanto ao número de fases...................................................... 3-7
3.4 – Frequência e tensão nos alternadores........................................................... 3-11
3.5 – Fechamento das fases dos alternadores........................................................ 3-13
3.6 – Potência dos alternadores....................... ..................................................... 3-15
CAPÍTULO 4 – MOTORES DE CORRENTE ALTERNADA
4.1 – Tipos de Motores de Corrente Alternada .................................................... 4-1
4.2 – Motores Síncronos ....................................................................................... 4-4
4.3 – Motores de Indução Monofásicos ............................................................... 4-16
4.4 – Motor Série Universal ................................................................................. 4-22
4.5 – Ligações para motores trifásicos... .............................................................. 4-24
4.6 – Pesquisa de Avarias nas Máquinas de CA ................................................... 4-31

CAPÍTULO 5 – TRANSFORMADORES

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5.1 – Transformadores Trifásicos ........................................................................... 5-1


5.2 – Transformadores Monofásicos ........................................................................ 5-5
5.3 – Cálculos de Enrolamento para Transformadores ............................................ 5-10

ANEXO A - Bibliografia................................................................................... A-1

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INTRODUÇÃO
1 - PROPÓSITO
Esta publicação foi elaborada com o propósito de facilitar o aluno no estudo da disciplina
“MANUTENÇÃO DE MÁQUINAS ELÉTRICAS DE CORRENTE CONTÍNUA E
CORRENTE ALTERNADA”.
2 - DESCRIÇÃO.
Esta publicação está dividida em cinco capítulos. No capítulo 1, fundamentos de
eletromecânica; capítulo 2, máquinas elétricas de corrente contínua; capítulo3, alternadores;
capítulo 4, motores de corrente alternada; capítulo5, sistemas trifásicos.
3 - AUTORIA E EDIÇÃO
Esta publicação é de autoria do SO-EL-RM1 PAULO SERGIO GONÇALVES e foi
elaborada e editada, no CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE ALEXANDRINO (CIAA).
4 - DIREITOS DE EDIÇÃO
Reservados para o CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE ALEXANDRINO.
Proibida a reprodução total ou parcial, sob qualquer forma ou meio.
5 - CLASSIFICAÇÃO
Esta publicação é classificada, de acordo com o EMA-411 (Manual de Publicações da
Marinha) em: Publicação da Marinha do Brasil, não controlada, ostensiva, didática e manual.

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CAPÍTULO 1

FUNDAMENTOS DE ELETROMECÂNICA
1.1 - ELETROMAGNETISMO
1.1.1 – Conceito de eletromagnetismo.
É o estudo do magnetismo quando produzido pelo fluxo de corrente elétrica ou da
eletricidade quando produzida pelo magnetismo.
O fluxo de corrente elétrica SEMPRE produzirá alguma forma de magnetismo. O
magnetismo é o meio mais usado para a produção e utilização de eletricidade. O
comportamento da eletricidade sob certas condições é causado por influências magnéticas.
Em 1819, Hans Cristian Oersted, físico dinamarquês, descobriu que existe uma relação
definida entre magnetismo e eletricidade. Ele descobriu que uma corrente elétrica é
acompanhada de certos efeitos magnéticos que obedecem a leis definidas. Se uma bússola
for colocada próxima de um condutor conduzindo corrente, a agulha da bússola se
alinhará em ângulo reto ao condutor, indicando, dessa forma, a presença de uma força
magnética. A presença dessa força pode ser demonstrada pela passagem de uma corrente
elétrica por um condutor vertical que atravessa um pedaço de cartolina horizontal (Figura
1.1).

Fig. 1.1 - Campo magnético em torno de um condutor.


1.1.2 - Aplicações
Os fundamentos de eletromagnetismo, são largamente utilizados na construção de
campainhas, geradores, transformadores, guindastes etc.
1.1.3 - Relação entre campo magnético e corrente elétrica
Campo magnético em um condutor - A corrente elétrica fluindo em um condutor,
produz um campo magnético com as seguintes características (Figura 1.2):
o campo magnético é formado por anéis concêntricos;
os anéis são perpendiculares ao seu eixo;

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a intensidade do campo magnético depende do valor da corrente elétrica.

Fig. 1.2 - Campo magnético em torno de um condutor.


1.1.4 - Sentido do campo magnético em um condutor (Regra de Fleming)
“Usando-se a mão direita (sentido convencional), ou a mão esquerda (sentido eletrônico),
o polegar indica o sentido da corrente e os demais dedos indicam o sentido do campo
magnético formado.”
Obs: geralmente são usadas setas nos diagramas elétricos para indicarem o sentido do
fluxo de corrente ao longo de um condutor;
o sentido da corrente saindo é indicado por um ponto; e
o sentido da corrente entrando é indicado por uma cruz.
1.1.5 - Efeito da força resultante entre condutores paralelos energizados (leis de
maxwell)
Dois condutores paralelos conduzindo corrente em sentido contrário se repelem.

Fig. 1.3 - Correntes em sentidos opostos.

Dois condutores paralelos conduzindo corrente no mesmo sentido se atraem.

Fig. 1.4 - Correntes no mesmo sentido.

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1.1.6 - Princípio de funcionamento, constituição física, aplicação dos solenoides e eletroímãs


a) Princípio de funcionamento do solenoide: ao circular uma corrente elétrica pelo
solenoide, ocorrerá a interação do campo magnético de cada espira formando um campo
magnético similar ao de uma barra. Se conhecermos o sentido do fluxo de elétrons através
de uma bobina, sua polaridade pode ser determinada pelo uso da regra da mão esquerda
para bobinas. “Segurando-se a bobina com a mão esquerda, e envolvendo-a com os dedos
no sentido do fluxo de elétrons, o polegar apontará para o polo norte.” (Figura 1.5).

Fig. 1.5 – Solenoide e sentido do fluxo de elétrons.


b) Constituição física do solenoide: é um dispositivo elétrico constituído por um condutor
em forma de espiral em torno de um núcleo de ar, ou seja, sem núcleo, é apenas uma
bobina energizada.
O solenoide, quando energizado, adquire as propriedades de um imã
c) Determinação dos ampères espiras de um solenoide:
os ampères espiras que atuam em um solenoide são determinados pelo produto do
número de espiras do solenoide e a intensidade da corrente em ampères que o
percorre.
Por exemplo: uma corrente de 10 ampères ao percorrer um solenoide com 150
espiras, dá 1500 ampères espiras.
O valor em ampères espiras do solenoide não exprime nada mais que o valor da força
magnetomotriz existente no solenoide.
F=NxI
onde: F = força magnetomotriz. N = número de espiras. I = corrente elétrica.
A intensidade do campo eletromagnético na bobina depende:
número de espiras da bobina; intensidade da corrente; razão comprimento largura
(diâmetro) da bobina e do tipo do material do núcleo.

1.1.7 - Funcionamento dos eletroímãs


a) Princípio de funcionamento: ao se fazer circular uma corrente pela bobina o núcleo de

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material ferromagnético se magnetizará com a mesma polaridade da bobina, aumentando a


sua força em relação a um solenoide, devido à maior permeabilidade do material do
núcleo. (Figura 1.6).

Fig. 1.6 – Eletroímã e sentido da corrente.


b) Constituição física: é um dispositivo elétrico constituído de um condutor em forma de
espiral em torno de um núcleo de material ferromagnético, cuja finalidade é intensificar o
campo magnético. Núcleo de alta permeabilidade (ferro doce, aço silício etc.)
c) Aplicações (Imãs temporários) - Controladores, campainhas, interruptores de circuito,
elevadores, freios magnéticos, relés, receptores de telefone etc.
1.1.8 - Funcionamento de uma campainha elétrica
Quando a chave é fechada, a corrente passa pelo terminal negativo da bateria, através dos
contatos, molas, as duas bobinas, e retorna ao terminal positivo da bateria. Os núcleos são
imantados, e a armadura de ferro doce (magnetizada por indução), é atraída para baixo,
causando, no movimento, a batida do martelo na campainha. No instante que a armadura é
atraída para baixo, o circuito é aberto no contato de parafuso, e o eletroímã perde seu
magnetismo. A lâmina mola puxa a armadura para cima de forma que o contato é
restabelecido. A operação é repetida enquanto a chave permanecer fechada. (Figura 1.7).
Obs: a armadura, é a parte móvel do eletroímã.

Fig. 1.7 – Partes de uma campainha.

1.1.9 - Curvas de magnetização ou curvas B/H


Relação entre densidade magnética e força magnetizante
A capacidade de imantação de um material magnético nos é mostrada através do traçado

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das chamadas curvas de magnetização. As curvas mostram a quantidade de densidade


magnética B decorrente de um aumento de força magnetizante H, e nelas poderemos
observar imantação de um determinado material magnético desde o fluxo magnético 0
(zero), até o ponto de saturação magnética. No gráfico da figura 1.8, veremos a variação
da densidade de fluxo, em função da força magnetizante. A imantação do material
magnético é o resultado da orientação dos seus domínios.

Fig. 1.8 – Curvas magnetizantes ou curvas b/h.


Obs: saturação magnética: é o ponto atingido pelo material a ser magnetizado onde,
apesar do aumento da força magnetomotriz, não há aumento considerável do fluxo
magnético.
1.1.10 – Histerese
Retentividade:
é a capacidade de uma substância manter seu magnetismo depois de removida a
força magnetizante.
Força coercitiva:
é a força magnetizante necessária para reduzir o magnetismo residual a zero.
Conceito de histerese:
é uma propriedade apresentada pela substância magnética que provoca o atraso da
magnetização em relação à força que a produz.

Curva de histerese:
é a curva que exprime um ciclo completo de magnetização e fornece a medida da
perda de energia por histerese. (Figura 1.9).
ABCDEFA: ciclo da histerese;
OA: curva de magnetização;

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OB & OE: magnetismo residual; e


OC & OF: força coercitiva.

Fig. 1.9 – Curvas de histerese.


1.2 – INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA
1.2.1 - Lei de Faraday
Enunciado da lei de Faraday:
“Sempre que houver um movimento relativo entre um condutor e um campo magnético,
será induzida no condutor uma FEM.”
Explicação: Um condutor ao ser submetido a um campo magnético variável, ou seja,
móvel, terá entre seus extremos uma FEM, que é conhecida como induzida. Esta mesma
FEM poderá ser induzida aproximando-se e afastando-se o condutor de um campo fixo.
Obs: Para o condutor estará sempre havendo uma variação de fluxo, condição para que se
produza FEM induzida (movimento relativo).
a) Força eletromotriz induzida: é a força resultante da variação do campo magnético que
corta um condutor. A FEM depende: de um condutor; de um campo magnético; e do
movimento relativo entre eles.

Para que haja produção da força eletromotriz induzida é necessário que o condutor seja
submetido a um campo magnético variável, ou seja, exista um movimento relativo entre
eles. Obs: Ao fenômeno mencionado, dá-se o nome de "Indução eletromagnética".

1.2.2 - Expressão matemática


Obs: O valor da tensão induzida em um condutor submetido a um campo magnético
variável é proporcional à rapidez com que o fluxo varia.

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E = ∆I ou E = - ∆ɸ
∆T ∆T
Onde:
E = FEM induzida, em volt;
ΔII = variação de corrente, em ampère;
ΔIt = variação de tempo, em segundos;
ΔIФ = variação do fluxo magnético, em Weber.
Obs: O sinal negativo indica que a FEM induzida se opõe, pelos seus efeitos, à causa
que a produziu.
Tensão induzida na bobina: a tensão induzida na bobina é determinada por 3 (três)
fatores:
-intensidade de fluxo;
-número de espiras; e
-velocidade de interseção.
Expressão matemática para geradores:
e =β . Ɩ . v . sen Ɵ. . v . sen Ɵ..
Onde:
e = força eletromotriz, em volt
β = densidade do campo magnético, em Tesla
l = comprimento ativo do condutor, em metros
v = velocidade do condutor dentro do campo, em metros/segundo
sen Ɵ = = seno do ângulo formado entre o movimento do condutor e o campo
magnético.
Comprovação da Lei de Faraday
A Lei de Faraday pode ser facilmente comprovada em laboratório; para isto basta
que utilizemos um material condutor, como um fio de cobre por exemplo, com um
miliamperímetro de zero central conectado aos seus terminais e um ímã qualquer.

Ao movimentarmos o ímã próximo ao condutor ou movimentarmos o condutor próximo ao


ímã, veremos o deslocamento do ponteiro do miliamperímetro provocado pelo
aparecimento de uma fem induzida no condutor.
1.2.3 - Lei de Lenz
Enunciado da lei de Lenz.
“A fem induzida em qualquer circuito, é de polaridade tal que se opõe ao efeito que a
produziu”. Sentido da fem induzida (Regra de Fleming).
Dispondo os dedos polegar, indicador e médio da mão esquerda, perpendiculares entre si, o

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dedo polegar indicando o sentido do movimento do condutor; o dedo indicador indicando o


sentido do campo magnético, o dedo médio, indicará o sentido da FEM induzida.
Comprovação da lei de Lenz.
Quando surge uma corrente produzida por uma tensão induzida, esta corrente cria um
campo magnético em torno do condutor, de tal modo que esse campo magnético do
condutor interage com o campo magnético externo, produzindo uma tensão induzida que
se opõe à variação do campo magnético externo.
Se o campo externo aumentar, o campo magnético do condutor provocado pela
corrente induzida será no sentido oposto. Se o campo externo diminuir, o campo
magnético do condutor será no mesmo sentido, auxiliando assim o campo externo.

1.3 - INDUTÂNCIA
1.3.1 - Conceito de indutância
É a característica de um circuito ou de um condutor de se opor à variação do fluxo de
corrente. A indutância exerce sobre a corrente a mesma influência que a inércia exerce
sobre uma determinada massa. A inércia é a característica da massa de se opor à variação
de movimento.
Símbolo e unidade de medida:
Unidade - Henry
Símbolo - L
1.3.2 - Indutor:
são corpos que apresentam as propriedades da indutância de maneira bastante acentuada.
Obs: um indutor apresenta a indutância de 1 henry se uma FEM de 1 volt é induzida
quando circula, pelo mesmo, uma corrente de 1 ampér por segundo.

1.3.3 - Indutância equivalente


a) Associação de indutores: se os indutores forem dispostos suficientemente afastados uns
dos outros, de modo que não interajam eletromagneticamente entre si, ou seja, não tenham
acoplamento magnético, os seus valores podem ser associados exatamente como se
associam resistores.
I) Associação série: se um certo número de indutores for ligado em série, a
indutância total (Lt), será a soma das indutâncias individuais.
Lt = L1 + L2 + L3 + ... + Ln. Et =
E1 + E2 + E3 + ... + En.

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Características da associação série: só existe um percurso para a passagem da corrente


elétrica; a corrente elétrica é a mesma em cada componente da associação; e a queda de
tensão total é a soma das quedas de tensão.
II) Associação paralela: se um certo número de indutores for ligado em paralelo, a
indutância total será determinada da seguinte forma.

LT= 1 + 1 + ... + 1
L1 L2 Ln

Características da associação paralela: existem vários caminhos para a passagem da


corrente elétrica; a corrente total é a soma das correntes parciais em cada ramo; e a
tensão total é a mesma em qualquer ponto do circuito.
III- Associação mista: é a combinação das associações série e paralela.
IV-
1.3.4 - Auto indução
a) É o fenômeno por meio do qual uma variação de intensidade de corrente que
circula em um condutor, induz no mesmo uma FEM de sentido tal que se opõe à
variação.
b) É o nome pelo qual denominamos a força eletromotriz induzida, produzida
pela variação do campo magnético criado pela corrente que circula em um
condutor. Notas: este tipo de força eletromotriz induzida, cria uma oposição ao
estabelecimento da corrente elétrica no circuito.
O fenômeno da autoindução se faz presente nos circuitos de CC no momento de
fechamento e abertura do dele. Ele é mais observado nos circuitos de CA por causa
da variação provocada pela frequência.
1.3.5 - Auto indutância
É a capacidade de um circuito de produzir uma FEM por autoindução, quando por ele
circula uma corrente elétrica (Figura 1.10).

Fig. 1.10 – Fenômeno da autoindutância.


A direção dessa tensão induzida pode ser determinada aplicando-se a regra da mão

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esquerda para geradores. Essa regra é aplicada à porção do condutor 2 que é separado e
ampliado para maior clareza, na parte A da figura.Na aplicação da regra, o polegar da mão
esquerda aponta para a direção do deslocamento do condutor, dentro do campo. (Nesse
caso, o campo se move ou se expande em uma direção, o que é o mesmo que dizer: o
condutor se desloca em sentido contrário). O dedo indicador aponta na direção do campo
magnético. O dedo médio, estendido como mostrado, indica o sentido da tensão induzida.
A mesma seção do condutor é mostrada, na parte B, na situação em que a chave é aberta e o
campo está entrando em colapso. Aplicada a regra da mão esquerda, pode ser observado que a
INVERSÃO do movimento do fluxo causa uma inversão no sentido da tensão induzida. O de
mais importante a ser observada é que a tensão auto induzida se opõe à VARIAÇÃO da corrente
em ambos os sentidos de crescimento ou redução. Ela atrasa o crescimento inicial da corrente se
opondo à bateria, e atrasa a redução da corrente quando o campo está entrando em colapso,
inserindo uma tensão que se soma à da bateria.
A energia armazenada é uma energia que se dispõe para utilização em momento oportuno.
Nos circuitos elétricos esta energia pode ser armazenada no campo dos indutores.
Equação: W = L x I
2
Onde: W = energia armazenada, em Joule.
L = indutância equivalente, em Henry.
I = Corrente, em ampere.
1.3.6 - Indução mútua
É a capacidade de um circuito produzir uma FEM por indução em um circuito
vizinho, quando a corrente que circula pelo primeiro varia de intensidade.

1.3.7 - Indutância mútua


Sempre que dois condutores estiverem próximos e isolados um do outro, haverá o
aparecimento de uma tensão induzida em um deles, sempre que a corrente que passa pelo
outro variar; neste princípio é baseado o funcionamento dos transformadores. (Figura
1.11).
Fórmula: M = K √ L1 x L2
Onde:
M = indução mútua em henry
K = coeficiente de acoplamento, ou seja, se todas as linhas de força de uma bobina
envolvem a outra, teremos coeficiente 1 (um) de acoplamento, que é o máximo que se
pode conseguir.

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L1 e L2 = indutâncias equivalentes de cada um.

Figura 1.11 – Indução mútua.


Fatores que influenciam a indutância mútua: dimensões físicas das bobinas; número
de espiras das bobinas; distância entre as bobinas; posição relativa do eixo das
bobinas; e permeabilidade do material do núcleo.
Aplicação
O fenômeno da indutância mútua é largamente empregado, principalmente, no
funcionamento de transformadores e bobinas de indução.
Obs. O fenômeno da indução mútua observado nas linhas telefônicas é chamado de
linha cruzada; o receptor telefônico é sensível à correntes de 0,003A a 0,005A.
1.3.8 - Bobina de indução
Partes componentes:
enrolamento primário (poucas espiras de fio grosso);
enrolamento secundário (muitas espiras de fio fino);
núcleo de ferro; e dispositivo eletromecânico.

Princípio de funcionamento
É baseado no princípio de indução mútua.
Descrição de funcionamento
Ao ser variada a corrente no enrolamento primário, haverá indução de uma alta voltagem
no enrolamento secundário, devido ao seu elevado número de espiras. Já que ela opera
com corrente contínua, o responsável pela variação de corrente é o dispositivo
eletromecânico chamado de platinado, que funcionará como se fosse uma chave abrindo e
fechando o circuito continuamente, durante o funcionamento do motor.
Era largamente utilizada no sistema convencional de ignição de automóveis, que está
sendo substituído pelo sistema de ignição eletrônica.

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CAPÍTULO 2

MÁQUINAS ELÉTRICAS DE CORRENTE CONTÍNUA 2.1 –


PARTES COMPONENTES

Fig. 2.1 – Partes fundamentais do gerador de CC.


2.1.1 - Carcaça
É a parte da máquina que suporta todos os outros componentes. Também serve para
completar o circuito magnético entre as peças polares e dá forma à máquina.
2.1.2 - Tampas
São aparafusadas às extremidades da carcaça e contém os mancais para a armadura. A
tampa de trás suporta somente o mancal, enquanto a tampa da frente suporta também o
jogo de escovas e fechar à máquina.
2.1.3 - Mancais
É a parte da máquina que tem a função de reduzir o atrito entre o eixo e as tampas.
2.1.4 - Armadura
Praticamente, em todos os geradores de CC a armadura gira entre os polos do estator. A
armadura é constituída pelas seguintes partes: eixo, núcleo, enrolamento e comutador.
O núcleo é laminado e apresenta ranhuras onde são colocadas as espiras do enrolamento.
As bobinas do enrolamento são, geralmente, pré-fabricadas em formas especiais e depois
colocadas nas ranhuras do núcleo. O comutador é feito de lâminas de cobre, isoladas entre
si assim como do eixo com o emprego de mica, as lâminas são presas por meio de anéis,
para evitar que deslizem sob a ação da força centrífuga.

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Elas apresentam pequenas ranhuras nas extremidades, onde são soldados os fios do
enrolamento. O eixo suporta todo o conjunto e gira apoiado nos mancais existentes nas
tampas. Há um pequeno entreferro entre a armadura e as peças polares, para evitar atrito
entre elas, durante o funcionamento da máquina. Este espaço de ar é reduzido ao mínimo,
para manter elevada a intensidade do campo magnético.
2.1.5 - Peças Polares
São constituídas por muitas chapas finas de aço ou “lâminas”, montadas juntas e
aparafusadas à carcaça. As peças polares servem de suportes para as bobinas de campo e
são projetadas para produzir um campo magnético concentrado. A laminação das peças
polares reduz as correntes parasitas, que você estudará mais tarde.
2.1.6 - Enrolamento de Campo
Estes enrolamentos, quando montados nas peças polares, formam eletroímãs que produzem
o campo magnético necessário para o funcionamento do gerador.
As bobinas de campo são enroladas a caber exatamente em torno das peças polares. A
corrente que passa nessas bobinas gera o campo magnético. Um gerador pode ter apenas
dois polos ou grande número de pares de polos. Em qualquer destes casos, os polos
adjacentes são sempre de polaridades opostas. Os enrolamentos de campo podem ser
ligados em série ou em paralelo (“shunt”). Os enrolamentos de campo em paralelo
consistem em muitas espiras de fio fino, enquanto os enrolamentos de campo série são
feitos com menos espiras de fio relativamente grosso.
2.1.7 - Escovas
Deslizam sobre o comutador e transferem a tensão gerada para a carga.
As escovas são feitas comumente de carvão de boa qualidade e são montadas nos porta-
escovas. Elas podem se mover para cima e para baixo nos porta escovas, para que
possam seguir as irregularidades na superfície do comutador. Um condutor trançado
flexível, conhecido como “rabicho”, liga as escovas ao circuito externo.
Composição das escovas
Carvão: usado em máquinas de pequena potência e baixa velocidade.
Carvão e grafite: usado em máquinas de média e grande potência e alta velocidade.
Carvão e metal: usado em máquinas de baixa tensão e correntes elevadas.

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2.1.8 - Porta Escovas


Esta é uma peça de material isolante que suporta as escovas e seus fios de ligações. Os
porta-escovas são presos à tampa da frente por meio de grampos. Em alguns geradores, os
porta-escovas podem ser girados em torno do eixo, para ajustagem.
2.1.9 - Comutador
Sua função é transformar a corrente alternada produzida no interior do gerador, em
corrente contínua, essa ação é denominada comutação.
A tensão e o número de polos no gerador determinam o número de segmentos no
comutador. A fim de evitar rompimento por campos elevados entre os segmentos, os
geradores são projetados de maneira que a tensão não exceda 15volts entre segmentos
adjacentes.
Dessa forma, um gerador de tensão alta requer mais segmentos no comutador do que um
gerador de tensão baixa. Em virtude de as escovas terem que deslizar pela face externa do
comutador, obtém-se melhor contato entre as escovas e os segmentos, menor
centelhamento e ruído montando-se as folhas de mica que separam os segmentos de 1/64
da polegada abaixo da superfície do comutador.
As figuras 2.2, 2.3 e 2.4, mostram um gerador de c. c. típico. As legendas indicam as
partes principais. Compara cada uma das partes e suas funções às partes correspondentes
do gerador Elementar.

Fig. 2.2–Comparação das partes principais.

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Fig. 2.3–Partes principais do gerador de CC.

Fig. 2.4 – Partes principais do gerador de CC.


Você sabe que uma corrente pode ser induzida em um condutor quando ele corta um campo
magnético, há indução de corrente no mesmo. Uma peça metálica maciça com seção transversal
de grande área oferece pequena resistência à corrente elétrica, e como resultado estabelece uma
corrente de grande intensidade na mesma, denominada corrente parasita ou corrente de F o u c a
u l t.
As correntes parasitas nos núcleos das máquinas girantes são prejudicais, porque não tem
utilidade e apenas aquecem os núcleos metálicos. Em consequência, as máquinas funcionam
com baixo rendimento.
É importante manter as correntes parasitas com o mínimo de intensidade. Isto é conseguido com
o uso de núcleo laminado, isto é, construídos com chapas finas de metal, em lugar de peças
maciças. As lâminas são isoladas entre si, limitando as correntes parasitas ao valor que pode
circular em cada lâmina.

OSTENSIVO - 2-4 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

O diagrama 2.1 mostra o efeito das lâminas na limitação da intensidade das correntes
parasitas.

Diagrama 2.1 – Efeito da laminação do núcleo.


2.1.10 - Tipos de armaduras
As armaduras usadas nos geradores de CC são de dois tipos gerais: de anel e de tambor.
No tipo de anel, as bobinas isoladas são enroladas em torno de um cilindro oco de ferro. A
intervalos regulares são tiradas derivações para as lâminas do comutador.
Este tipo de armadura foi usado nos projetos primitivos de máquinas elétricas girantes e é
raramente usado hoje em dia. A figura 2.5 mostra os dois tipos de armaduras.
A armadura tipo tambor é agora o tipo padrão. As bobinas isoladas são introduzidas em
ranhuras do núcleo cilíndrico e suas extremidades são interligadas.
Em geral, as armaduras de CC usam bobinas pré-fabricadas. Estas bobinas são enroladas
à máquina, com forma e número de espiras apropriado. A bobina completa é recoberta
com fita isolante e colocada nas ranhuras da armadura como uma unidade.

Fig. 2.5 – Tipos de armaduras.

Esta colocação é feita de tal maneira que, em um dado instante, os dois lados da bobina
acham-se sob polos de nomes diferentes. Em uma máquina de dois polos, os lados de uma

OSTENSIVO - 2-5 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

mesma bobina ficam situados em pontos opostos do núcleo e, portanto, ficam sob polos
opostos. Os lados de uma bobina, em uma máquina de quatro polos, são colocados em
ranhuras situadas a uma distância igual a um quarto de rotação, e, assim, também ficam
sob polos de nomes opostos. Esta colocação é feita de tal maneira que, em um dado
instante, os dois lados da bobina acham-se sob polos de nomes diferentes. A figura 2.6,
mostra a colocação das bobinas.

Fig. 2.6 – Colocação das bobinas nas ranhuras das armaduras.


2.1.11 - Tipos de enrolamentos da armadura
As armaduras tipo tambor podem receber dois tipos de enrolamentos: imbricado e
ondulado. De acordo com a figura 2.7.
O enrolamento imbricado é usado em aplicações em que as correntes são intensas; ele
proporciona muitos caminhos em paralelo na armadura. Como resultado, existem muitos
polos e um número igual de escovas.
O enrolamento ondulado é usado para aplicações em que as tensões são elevadas. Ele
oferece somente dois caminhos para a corrente, e normalmente são necessárias apenas duas
escovas, qualquer que seja o número de polos.
A única diferença entre os dois tipos de enrolamentos é o método usado para ligar os
elementos (lados de bobina) dos mesmos. Os desenhos abaixo mostram a diferença
essencial entre os enrolamentos imbricados e ondulado.
Em ambos os casos, AB é ligado a CD, que está sob o polo adjacente. No enrolamento
imbricado, CD é ligado de volta a EF, que se acha sob o mesmo polo AB. No enrolamento
ondulado, CD é ligado adiante, a EF, que está sob um polo, distante do polo AB.

Portanto, a diferença essencial é que no enrolamento ondulado as conexões são feitas para
adiante, de modo que cada enrolamento passa sob todos os polos antes de regressar ao polo

OSTENSIVO - 2-6 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

inicial.

Fig. 2.7 – Tipos de enrolamentos da armadura.

2.2 - PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO


Sabemos que a eletricidade pode ser gerada quando um condutor corta um campo
magnético. Este é essencialmente o princípio de funcionamento de qualquer gerador, do
menor aos gigantes que produzem quilowatts de potência.
Assim para entender o funcionamento dos geradores práticos, podemos estudar um gerador
elementar constituído por um condutor e um campo magnético, para ver como ele produz
eletricidade em forma utilizável.
A figura 2.8 mostra um gerador básico e um gerador prático respectivamente.

Fig. 2.8 – Gerador básico e gerador prático.

2.2.1 - Construção do gerador elementar


Um gerador elementar consiste de uma espira de fio disposta de tal modo que pode ser
girada em um campo estacionário. Este movimento causa a indução de uma corrente na
espira. Para ligar a espira a um circuito externo que aproveita a f e m induzida, são usados
contatos deslizantes. De acordo com a figura 2.9, os polos norte e sul do ímã que
proporciona o campo magnético são as peças polares. A espira de fio que gira dentro do
campo é chamada de armadura ou induzido.

OSTENSIVO - 2-7 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

As extremidades da espira são ligadas aos anéis coletores, que giram com a armadura. As
escovas fazem contato com os anéis coletores e transferem para circuitoexterno toda
eletricidade gerada na armadura. Mostrado também na figura 2.9.

Fig. 2.9 -– Funcionamento do gerador elementar.


2.2.2 - Descrição do princípio de funcionamento
Na descrição do funcionamento do gerador, nas páginas seguintes, imaginem que a espira
gira dentro do campo magnético. A medida que os lados da espira cortam as linhas de
força do campo, eles geram uma f e m que produz uma corrente com zero central e resistor
de carga, tudo ligado em série. A f e m. Induzida que é gerada na espira, e portanto a
corrente produzida, depende da posição da espira em relação ao campo magnético.
Analisemos agora a ação da espira em seu movimento de rotação no campo. O diagrama
2.2 mostra o funcionamento em bloco de um gerador CC.

Fig. 2.10 - Funcionamento em bloco do gerador de C C.


2.2.3 - Lei de F a r a d a y - ““Sempre que houver um movimento relativo entre um condutor e
um campo magnético, será induzida, no condutor, uma FEM””.
2.2.4 - Funcionamento do gerador elementar
Eis como funciona o gerador elementar. Imagine que a espira (armadura) está girando da
esquerda para a direita e que A é a sua posição inicial (zero grau). Na posição A, o plano
da espira é perpendicular ao campo magnético e seus condutores brancos e preto se
deslocam paralelamente ao campo magnético. Observe sempre a ilustração na figura 2.11.
Fatores que afetam a grandeza da FEM induzida
densidade do fluxo magnético; comprimento ativo do condutor; e velocidade do condutor.
Equação: e = β . l . v . 10-8 (volts).

OSTENSIVO - 2-8 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

Quando um condutor se move paralelamente a um campo magnético, ele não corta as linhas de
força do campo e, portanto, não pode ser gerada f e m. no condutor. Isto se aplica aos condutores
da espira, quando estão na posição A; não há f e m. induzida e, portanto, não há corrente no
circuito.
A leitura do medidor de intensidade de corrente é zero. A medida que a espira se desloca da
posição A para a posição B, os condutores cortam um número cada vez maior de linhas de força,
até que, a 90º (posição B), eles estão cortando o número máximo de linhas.
Em outras palavras, entre 0 e 90º a f e m. induzida nos condutores cresce de zero até o valor
máximo. Observe que, de 0 a 90º, o condutor preto se desloca para baixo enquanto o condutor
branco se desloca para cima.
Portanto, as forças eletromotrizes induzidas nos dois condutores estão em série e se somam. A
tensão resultante entre as escovas (tensão entre os terminais) é igual ao dobro da f e m em um
condutor, porque as forças eletromotrizes nos dois condutores têm valores iguais.
A corrente no circuito varia da mesma maneira que a f e m. induzida é igual a zero na posição de
0 grau e cresce até um máximo a 90 graus.
O ponteiro do medidor de corrente sofre deflexão para a direita entre as posições A e B,
indicando que a corrente na carga está passando no sentido mostrado.
O sentido da corrente e a polaridade da f e m. induzida dependem do sentido do campo
magnético e do sentido de rotação da armadura. A forma de onda mostra a variação da tensão
nos terminais do gerador elementar desde a posição A até a posição B. O desenho simplificado,
à direita da figura 2.11, ilustra o gerador em outra posição, para evidenciar a relação que existe
entre a posição da espira e a forma de onda gerada.

Fig. 2.11 – Funcionamento do gerador elementar.

Com a continuação do movimento da espira, da posição B (90 graus) até a posição (180 graus),
os condutores que estavam cortando um número máximo de linhas de força na posição B passam
a cortar um número cada vez menor, até que, na posição C, eles novamente se deslocam

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

paralelamente ao campo magnético e não mais cortam linhas de força. Consequentemente, a f e


m. induzida decresce de 90 a 180 graus, da mesma maneira como cresceu de zero a 90 graus. A
Figura 2.12 ilustra a ação do gerador nas posições B e C.

Fig. 2.12 – Movimento da armadura nas posições B e C.

De zero até 180 graus, o sentido do movimento dos condutores da espira no campo magnético
não se alterou, e, portanto, a polaridade da f e m induzida também não se alterou.
Quando a espira ultrapassa a posição de 180 graus e retorna à posição A, o sentido do
movimento dos condutores em relação ao campo é invertido.
Agora, o condutor preto se move para cima e o condutor branco para baixo. Como resultado, a
polaridade da f e m induzida e o sentido da corrente também são invertidos.
Da posição C, passando por D e até a posição A, a corrente tem sentido oposto ao que tinha da
posição A até a posição C. A tensão nos terminais do gerador será igual à que foi produzida de A
até C, porém com polaridade invertida. A forma de onda da tensão de saída corresponde à
rotação completa da espira é mostrada na Figura 2.13.

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

Fig. 2.13 – Forma de onda de uma rotação completa.


2.2.5 - Saída do gerador elementar
Por um momento, observe e estude a melhor forma de onda da saída do gerador elementar.
Uma tensão contínua pode ser representada por uma linha reta, cuja distância acima de
zero de referência depende do seu valor.
A figura 2.14, mostra o diagrama de uma tensão contínua ao lado da forma de onda da
tensão do gerador elementar de c. a. Podemos observar que o valor e o sentido da formas
de onda gerada não são constantes como acontece com a c. c. Na realidade, a curva gerada
varia constantemente de valor e toma valores positivos e negativos. Portanto, a tensão
gerada não é contínua, pois uma tensão contínua é definida como uma tensão que sempre
tem a mesma polaridade.

Fig. 2.14 – Tensão CC e forma de onda de uma tensão CA.


A tensão gerada é chamada tensão alternada, porque, seus valores são alternadamente
positivos e negativos; é este tipo de tensão que se obtém das tomadas elétricas nas paredes.
Portanto, a corrente que ela produz também é alternada.
A corrente alternada está sempre associada a uma tensão alternada. – A corrente alternada
sempre origina uma corrente alternada. (ver figura 2.15).

2.2.6 - Tensão ou corrente gerada

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Fig. 2.15 - Tensão ou corrente gerada.


2.2.7 - Conversão de C A. em CC. por meio de uma chave inversora
Você acabou de ver como o gerador elementar produz uma CA. Agora, deve estar
desejando saber se o gerador de CA pode ser modificado para proporcionar uma C C. A
resposta é sim.
A tensão alternada induzida na espira do gerador elementar inverte a sua polaridade toda
vez que a espira passa pelas posições de 0º ou 180º. Nestes pontos, os condutores da espira
invertem o sentido do seu movimento no campo magnético. Sabe que a polaridade da f e
m. induzida depende do sentido do movimento do condutor no campo magnético. Quando
este é invertido, a polaridade da f e m. induzida também é invertida. Como a espira
continua a girar no campo os seus condutores sempre estão gerando uma f e m. induzida
alternada. Assim, a única maneira de se obter CC do gerador é converter a CA produzida
em CC.
Uma das maneiras de se conseguir isto é por meio de uma chave inversora ligada à saída
do gerador.
Esta chave pode ser ligada de tal maneira que inverte a polaridade da tensão de saída toda
vez que a f e m. induzida for invertida dentro do gerador.

A chave é mostrada na figura 2.16 e deve ser invertida manualmente quando muda a
polaridade da tensão Quando isto é feito, a tensão aplicada à carga tem sempre a mesma
polaridade e a corrente flui através do resistor sempre no mesmo sentido, embora seu valor
aumente e diminua de acordo com a posição da espira.

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

Fig. 2.16 – Posição da chave.


Observe a ação da chave para converter a c. a. gerada em c. c. variável, no resistor de carga. A
Figura 2.17, mostra o resistor de carga, a chave, as escovas do gerador e os fios da ligação. A
tensão nos terminais do gerador é mostrada no primeiro semiciclo, de zero a 180 graus, quando
a tensão gerada é positiva, acima da linha de referência zero. Esta tensão aparece entre as
escovas e é aplicada à chave, com a polaridade indicada. A tensão dá origem a uma corrente que
parte da escova negativa, passa pela chave e pelo resistor de carga e chega à escova positiva. A
forma de onda da tensão entre os terminais do resistor de carga é mostrada; observe que é
exatamente a mesma existente nos terminais do gerador, pois o resistor está ligado diretamente
às escovas.

Fig. 2.17 -– Ação da chave no 1º semiciclo.


Quando a armadura, em seu movimento, ultrapassa a posição de 180 graus, a polaridade da
tensão no gerador é invertida.
Neste instante, a chave é colocada manualmente na outra posição, de acordo com figura
2.18, ligando o ponto A do resistor de carga à escova inferior, que agora está positiva.
Embora a polaridade da tensão nas escovas tenha sido invertida, a polaridade da tensão
entre os terminais do resistor de carga ainda é a mesma.

O efeito da chave, portanto, é o de inverter a polaridade da tensão de saída toda vez que ela

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

se inverter no gerador.
Desta maneira, a CA produzida pelo gerador é convertida em uma CC variável no circuito
externo.

Fig. 2.18 – Inversão da chave para 20 semiciclo.


2.2.8 - O comutador
Para converter a tensão alternada em tensão contínua variável, a chave deve ser invertida
duas vezes em ciclo. Se o gerador tivesse uma saída de 60 ciclos de CA em cada segundo,
a chave deveria ser invertida 120 vezes por segundo, para converter a CA em CC seria
impossível manusear a chave com tão grande rapidez. Também não seria prático o projeto
de um dispositivo mecânico para acionar a chave.
Embora teoricamente ela possa executar sua tarefa, deve ser substituída por algum
dispositivo capaz de operar com tanta rapidez. Os anéis coletores do gerador elementar
podem ser modificados de modo a produzir o mesmo efeito da chave mecânica.
Para tal fim, eliminamos um dos anéis e cortamos o outro longitudinalmente. Cada uma
das extremidades da espira é ligada a um dos segmentos do anel.
Os seguimentos são isolados eletricamente, de modo que não haja contato elétrico entre
eles, com o eixo ou com qualquer outra parte da armadura. O anel cortado é chamado
comutador ou coletor, e sua ação ao converter C A em CC é denominada comutação.
Agora, as escovas estão colocadas em posições opostas, e os segmentos do anel são
dispostos de tal maneira que são postos em curto-circuito pelas escovas, quando a espira
passa pelas posições em que sua tensão é zero.
Observe que, à medida que a espira gira, cada condutor é ligado, por meio do comutador,
primeiro à escova positiva e depois à escova negativa.
Quando a espira do induzido gira, o comutador troca automaticamente a ligação de cada
uma das extremidades das espiras, de uma escova para a outra, toda vez que a espira
completa meia rotação. Esta ação é exatamente igual à chave inversora. Veja figura 2.19.

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Fig. 2.19 – Conversão da c a em CC.


Analise a ação do comutador para converter a CA gerada em CC na posição A, a espira está
perpendicular ao campo magnético e não há geração de FEM em seus condutores(lados).
Portanto, não existe corrente. Observe que as escovas estão em contato com ambos os segmentos
do comutador, colocando efetivamente a espira em curto-circuito. Isto não cria problema, pois
não há corrente. Quando a espira ultrapassa a posição A (zero grau), o curto se desfaz. A escova
preta está ligada ao condutor preto, e a escova branca está ligada ao condutor branco. A
figura 2.20, mostra na forma de onda a variação da tensão entre os terminais do gerador, de zero
a 180 graus. Observe que, na posição C, a escova preta está deixando o segmento preto e
entrando em contato com o segmento branco, e ao mesmo tempo, a escova branca está
deixando o segmento branco e entrando em contato com o segmento preto.

Fig. 2.20 – Forma de onda e a variação da tensão.


Desta maneira, a escova preta está sempre em contato com o lado da espira que se move
para baixo e a escova branca está sempre em contato com o lado que se move para cima.
Como a corrente no condutor que se move para cima se dirige para a escova, a escova
branca é o terminal negativo e a escova preta é o terminal positivo do gerador de CC.

Enquanto a espira continua girando, da posição C (180 graus), passando pela posição D (270
graus) e voltando à posição A (360 graus ou zero grau), a escova preta está ligada ao fio branco,
que se move para baixo, e a escova branca está ligada ao condutor preto, que está subindo. Como

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

resultado, a polaridade da forma de onda da tensão gerada, entre 180 e 360 graus, é a mesma da
que foi gerada de zero a 180 graus. Observe que a corrente passa através do amperímetro sempre
no mesmo sentido, embora o seu sentido na espira seja invertido em cada ciclo.
Portanto, a tensão de saída tem sempre a mesma polaridade, mas varia de valor crescendo
decaindo outra vez a zero, sempre que a espira completa uma rotação. e zero até um máximo,
caindo a zero, crescendo novamente até um valor máximo e, afinal caindo outra vez a zero,
sempre que a espira completa uma rotação. A figura 2.21 ilustra a variação da tensão e a mesma
forma de onda.

Fig. 2.21 – Variação da tensão e a mesma forma de onda.


Antes de estudar os geradores, você só estava familiarizado com as tensões contínuas invariáveis
produzidas, por exemplo, por pilhas. Agora você sabe que a saída de CC de um gerador
elementar de CC é bastante irregular – uma tensão contínua pulsativa que varia, periodicamente,
de zero até um máximo.
Embora esta tensão pulsativa seja continua, seu valor não é suficientemente constante para
alimentar os equipamentos e aparelhos de CC. Portanto, o gerador elementar de CC deve ser
modificado, para que produza uma corrente contínua constante. Isto é conseguido com a adição
de mais bobinas ao induzido.
A figura 2.22, mostra um gerador cujo induzido tem duas bobinas (cada bobina com apenas uma
espira) colocadas em ângulo reto. Observe que o comutador tem agora quatro segmentos,
conhecidos como lâminas do comutador. As lâminas opostas são ligadas aos terminais de uma
mesma bobina.

Na posição mostrada, as escovas estão ligadas à bobina branca, onde uma tensão máxima
está sendo gerada, porque ela está se movendo perpendicularmente ao campo.
A medida que o induzido gira no sentido do movimento dos ponteiros de um relógio, saída
da bobina branca começa a decrescer. Depois de um oitavo de rotação (45 graus), as

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escovas passam para as lâminas pretas do comutador, cuja bobina está começando a cortar
as linhas do campo. A tensão de saída começa a crescer novamente, atinge um máximo a
90 gruas e, então, volta a diminuir, quando a bobina preta passa a cortar um número menor
de linhas de força. A 135 graus, há uma nova comutação e as escovas são outra vez ligadas
à bobina branca. A forma de onda da tensão de saída está mostrada abaixo, durante toda
uma rotação, superpostas à tensão de uma única espira. Observe que a saída nunca é menor
do que o valor de Y. A variação da tensão ocorre entre Y e o máximo e não entre zero e o
máximo. Esta variação da tensão de saída de um gerador de CC é chamada ondulação.
É claro que a tensão produzida pela armadura com duas bobinas se aproxima muito mais
de uma CC constante do que a tensão produzida pelo gerador elementar.

Fig. 2.22 – Duplicação de bobinas na armadura.


2.2.9 - Melhorando a saída de CC
Embora a saída do gerador com duas bobinas se aproxime muito mais de uma CC um
número igual de lâminas, as bobinas são dispostas de tal modo que sempre há algumas
delas cortando as linhas de força do campo magnético em ângulo reto.
Como resultado, a saída do gerador contém uma ondulação muito pequena e, para todas as
finalidades práticas, pode ser considerada constante ou uma CC pura. A tensão induzida
em uma bobina de uma espira não é grande. Para produzir uma tensão de saída elevada,
cada bobina da armadura de um gerador comercial consiste de muitas espiras de fio ligadas
em série. Como resultado, a tensão de saída é muito maior do que a gerada em uma bobina
com uma espira apenas. (Veja ilustração na figura 2.23).

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Fig. 2.23 – Saída de tensão do gerador prático.


2.2.10 - Regra da mão esquerda
Viram como uma f e m é gerada na bobina de um gerador elementar. Existe um método
simples para determinar o sentido da f e m. induzida em um condutor que se desloca em
um campo magnético. Este método é chamado regra da mão esquerda para geradores.
segundo esta regra se você colocar o polegar, o dedo indicador e o dedo médio da mão
esquerda formando três ângulos retos, com o polegar indicando o sentido do movimento do
condutor e o indicador mostrando o sentido do fluxo magnético, o dedo médio apontará o
sentido da f e m. induzida. “Sentido da f e m induzida” significa o sentido da corrente
causada por esta f e m. Induzida. O final desta regra também pode ser enunciado dizendo-
se que a base do dedo médio corresponde ao terminal positivo da f e m. induzida e que a
ponta do dedo corresponde ao terminal negativo da mesma (Veja ilustração na figura
2.24).

Fig. 2.24 – Demonstração da regra da mão esquerda.

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2.2.11 – Comutação
Quando estudamos o gerador de CC elementar, aprendemos que as escovas são colocadas
de tal maneira que põem em curto-circuito a bobina na armadura, quando ela não está
cortando o campo magnético. Neste instante não há corrente e, portanto, não há
centelhamento nas escovas (que estão passando de uma lâmina do comutador para a
seguinte). (Veja figura 2.25). Se deslocarmos as escovas alguns graus, elas colocarão a
bobina em curto, quando esta ainda estiver cortando o campo magnético. Como
consequência, uma tensão será induzida na bobina e a corrente de curto-circuito causará
centelhamento nas escovas. Esta condição à indesejável, porque a corrente de curto-
circuito pode danificar seriamente as bobinas e queimar o comutador. (Ver figura 2.26)
Ela pode ser corrigida pela rotação das escovas, de maneira que a comutação ocorra
quando o plano da bobina está perpendicular ao campo.

Fig. 2.25 – Comutação adequada.


Os geradores de CC funcionam eficientemente quando o plano da bobina forma ângulo reto
com as linhas do campo, no momento em que as escovas colocam a bobina em curto.
Este plano em ângulo reto com o campo é chamado de plano de comutação ou plano
neutro. As escovas colocam a bobina em curto quando não há corrente na mesma.

Fig. 2.26 – Comutação errada.

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2.2.12 - Reação da armadura


É a distorção do fluxo indutor pelo fluxo induzido, provocando o deslocamento do plano
neutro. Consequentemente, haverá centelhamento entre as escovas e o comutador. Para
evitar isto, as escovas devem ser deslocadas para o novo plano neutro. O efeito da
armadura ao deslocar o plano neutro é chamado de reação da armadura. (esta reação está
representada na figura 2.27).

Fig. 2.27 – Efeito da reação da armadura.

Quando existe apenas o fluxo indutor, o plano neutro original não é deslocado
observando a figura 2.28, o fluxo indutor é uniforme, não havendo distorções.
O fluxo indutor é produzido pelas bobinas de campo.

Fig. 2.28 – Fluxo uniforme do campo indutor do gerador sem carga.


Analisando apenas o fluxo da armadura, em volta de cada condutor dela, vai aparecer um fluxo
magnético, quando nestes condutores existirem corrente.
(A figura 2.29, mostra uma armadura com o fluxo resultante de cada condutor).

Fig. 2.29 – Fluxo resultante de uma armadura.

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2.2.13 – Interação entre o fluxo indutor e o fluxo induzido

Fig. 2.30 – Deslocamento teórico do plano neutro.


Plano neutro de comutação:
É o ponto do gerador, onde deverão estar posicionadas as escovas para que coloquem
em curto as bobinas do induzido que não possuam f e m induzida (seus condutores
encontram-se paralelos às linhas de força do campo indutor), no momento da
comutação.
2.2.14 – Componentes magnéticas
São os diversos fluxos magnéticos que atuam em um gerador quando este fornece
corrente a uma carga. São em número de três componentes:
1°) Componente magnetizante (Z)
É o próprio fluxo indutor.
2°) Componente desmagnetizante (Y)
Fluxo induzido representado vetorialmente defasado em 180o elétricos do fluxo
indutor. Atua na região compreendida entre os polos principais, Se opondo ao fluxo
indutor.
3°) Componente transmagnetizante (X)
Fluxo induzido defasado em 90o elétricos em atraso em relação ao fluxo indutor.
Atua na área da superfície interna das sapatas polares. (A figura 2.31 ilustra as três
componentes, com a soma vetorial).

Fig. 2.31 – Soma vetorial das componentes magnéticas.

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Nota: o plano neutro prático forma com o fluxo resultante um ângulo de 90o elétricos.
2.2.15 – Reação motriz
É uma força produzida no induzido, pela interação entre os fluxos, que tende a fazer com
que o induzido gire em sentido contrário ao determinado pela máquina motriz. Essa reação
é diretamente proporcional à carga no gerador e tende a exercer uma ação freante sobre a
máquina motriz.(A figura 2.32 ilustra a reação motriz).

Fig. 2.32 – Reação motriz da armadura.

Observação: na figura 2.32, o sentido original de rotação é o horário. O fluxo formado no


condutor da esquerda fortalece o fluxo indutor em sua parte superior e o enfraquece em sua
parte inferior. No condutor da direita o enfraquecimento é em cima e o fortalecimento é
embaixo do condutor.
No condutor da esquerda a atuação do fluxo é no sentido de deslocá-lo para para baixo e
no da direita o deslocamento é para cima. Isto dá origem a um movimento rotativo
contrário ao movimento de rotação original da máquina motriz. A força desmagnetizante
cruzada tende a distorcer o campo no sentido de rotação.
2.2.16 – Meios para atenuar a reação da armadura nas máquinas de CC
Enrolamento de compensação e interpolos
A deslocação das escovas para a posição avançada do plano neutro não resolve
completamente os problemas da reação da armadura. O efeito da reação da armadura varia
com a corrente de carga.
Portanto, sempre que varia a corrente na carga, o plano neutro se desloca e a posição das
escovas deve ser mudada.
Nas máquinas pequenas, os efeitos da reação da armadura são diminuídos pela deslocação
mecânica das escovas. Nas máquinas maiores são usados meios mais aperfeiçoados para
eliminar a reação da armadura, tais como enrolamentos compensadores e (ou polos de
comutação). Os enrolamentos compensadores consistem de uma série de bobinas

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

embutidas em ranhuras na superfície dos polos (sapatas polares).

Estas bobinas são ligadas em série com a armadura, de modo que o campo que produzem
cancela o efeito da reação da armadura, para todos os valores da corrente da armadura.
Como resultado, o plano neutro fica estacionário e as escovas, uma vez ajustadas, não têm
que ser deslocadas. Outra maneira de reduzir ao mínimo os efeitos da armadura é o uso de
pequenos polos auxiliares, chamados interpolos, entre os polos principais. Os interpolos
são enrolamentos com poucas espiras de fio grosso, ligados em série com a armadura. O
campo que eles geram anula a reação da armadura para todos os valores da corrente de
carga, melhorando a comutação. (A figura 2.33, mostra duas maneiras de minimizar os
efeitos da reação da armadura).

Fig.2.33 – Recursos para minimizar os efeitos da reação da


armadura.
Interpolos (Polos auxiliares)
O fluxo magnético produzido pelo interpolo tem sua grandeza ligada à grandeza da
corrente na armadura e atua de forma a minimizar a porção da reação da armadura
produzida pela componente desmagnetizante.
Polaridade dos interpolos
Um interpolo apresenta mesma polaridade do polo principal adjacente, observado o sentido
de rotação. Esta polaridade é válida apenas para os geradores.
Nota: os interpolos são usados isoladamente em pequenos e médios geradores.
Enrolamento de compensação
São constituídos de bobinas que ficam alojadas em ranhuras existentes na superfície
interna (sapatas) das peças polares. Atuam minimizando a porção da reação da armadura
provocada pela componente transmagnetizante. São usados em grandes geradores com
os interpolos (Polos auxiliares).

OSTENSIVO - 2-23 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

2.3 – CARACTERÍSTICAS DOS GERADORES QUANTO À EXCITAÇÃO


Na prática, os campos da maioria dos geradores de CC são eletromagnéticos. Só os
geradores muitos pequenos, chamados “magnetos”, usam ímãs permanentes.

As bobinas de campo devem ser ligadas a uma fonte de CC, a fim de que possam produzir
o campo constante necessário para o gerador.
(A CA não produz um campo constante em uma bobina de campo, e, portanto, não pode
ser usada). A corrente contínua nas bobinas de campo é chamada de corrente de excitação
e pode ser suprida por uma fonte de CC separada ou pela própria saída do gerador.
Os geradores de CC são classificados de acordo com a maneira pela qual o campo recebe
corrente de excitação. Quando a corrente é fornecida por uma fonte externa, diz-se que o
gerador tem excitação em separado. Se, por outro lado, uma parte da saída do gerador é
usada para fornecer a corrente de campo, diz-se que o gerador é Autoexcitado.
O circuito das bobinas da armadura e de campo do gerador determinam o seu tipo e afetam
o seu desempenho. Os diversos tipos de geradores utilizam os três circuitos básicos de CC:
Série, Paralelo e Misto. Os símbolos representados na fig. 2.34, são usados para
identificar as bobinas de campo e da armadura nos diversos circuitos de geradores.

Fig. 2.34 -– Símbolos que representam partes de gerador.


2.3.1 – Gerador de CC com excitação em separado
Os geradores de CC com excitação em separado tem dois circuitos completamente
independentes: o circuito de campo, que consiste das bobinas de campo ligadas a uma
fonte de CC separada, e o circuito da armadura, que consiste do enrolamento da armadura
e da resistência de carga.(Quando duas ou mais bobinas de campo são ligadas em série,
elas são representadas por um único símbolo. A figura 2.35, mostra os dois circuitos de
um gerador com excitação em separado e os sentidos das correntes no mesmos.

Fig. 2.35 – Circuito de um gerador excitação em separado.

OSTENSIVO - 2-24 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

Nas máquinas de CC essa classificação oferece algumas vantagens como:


possuem velocidade constante; a carga não influi na excitação; e a reação motriz é
menor. O campo de um gerador de CC com excitação em separado é independente da
armadura, porque a sua corrente é fornecida por outro gerador “Excitatriz” ou por um
amplificador, ou ainda por uma bateria de acumuladores. O campo com excitação em
separado proporciona um controle muito sensível da potência de saída do gerador, porque
a corrente de excitação é independente da corrente na carga. Uma pequena variação na
corrente de campo resulta em uma grande variação na corrente na carga. O gerador com
excitação em separado é usado principalmente em sistema automático de controle de
motores. Nestes sistemas, o campo é controlado por um amplificador e a saída do gerador
fornece a corrente da armadura, que alimenta o motor. Este motor é usado para
movimentar uma antena de radar, um holofote ou qualquer outro mecanismo pesado. (Veja
demostração na figura 2.36).

Fig. 2.36 -– Uma das utilidades do gerador de CC.


2.3.2 - Geradores de CC Autoexcitado
Os geradores autoexcitados usam uma parte de sua própria saída para fornecer corrente de
excitação para o campo. Estes geradores são classificados de acordo com o tipo de ligação
de campo usado.
Um gerador série tem as suas bobinas de campo ligadas em série com a armadura, de modo
que toda a corrente da armadura passa pelo campo e pela carga.

Quando o gerador não está ligado a uma carga, o circuito está incompleto e não há corrente
para excitar o campo. O campo série tem relativamente poucas espiras de fio grosso.
As bobinas de campo de um gerador derivação (“s h u n t”) são ligadas em paralelo com o
circuito da armadura. Apenas uma pequena parte da corrente da armadura passa pelas bobinas de
campo; o restante passa pela carga. Como o campo “shunt” e a armadura formam um circuito
fechado independente da carga, o gerador é excitado mesmo quando sem carga. O campo em
paralelo contém muitas espiras de fio fino.

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

O gerador de excitação composta (“compound”) tem um campo em série e um campo em


paralelo, formando um circuito série paralelo.
Existem duas bobinas em cada uma das peças polares, uma delas ligada em série e a outra em
paralelo. As bobinas de campo são excitadas por uma parte da corrente da armadura, enquanto
a corrente total da carga passa pelas bobinas em série. Portanto, quando a carga aumenta, a
intensidade do campo em série também aumenta. A figura 2.37, ilustra cada um desses
geradores e suas respectivas simbologias.

Fig. 2.37 – Tipos de geradores autoexcitados e suas simbologias.

Como a tensão de saída do gerador é aplicada diretamente às bobinas do campo em paralelo, elas
são enroladas com muitas espiras de fio fino, para que a resistência do enrolamento seja bastante
grande e limite a intensidade da corrente a um valor baixo. Como a corrente do campo em
paralelo (campo shunt) não é usada para alimentar a carga, é necessário mantê-la com o valor
mais baixo possível.
Quando o campo “shunt” de um gerador de excitação composta é ligado em paralelo com o
conjunto da armadura e do campo em série, o campo total é chamado longa derivação.
Quando o campo “shunt” está em paralelo apenas com a armadura, o campo total é chamado
curta derivação. As características dos dois tipos são praticamente iguais.

As bobinas dos campos em série são feitas com menor número de espiras de fio mais grosso e a
intensidade do seu campo magnético depende das correntes intensas solicitadas pela carga.
Devem ter resistência baixa, porque estão em série com a carga e atuam como um resistor,
reduzindo a tensão de saída do gerador. A fig. 2.38, faz a comparação das ligações nos diversos
tipos de geradores de CC Autoexcitados.

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

Fig. 2.38 – Comparação dos diversos tipos de geradores.

Quase todos os geradores de CC usados para iluminação e força são do tipo autoexcitado, em
que a corrente da armadura é usada para excitar o campo. Entretanto, se a excitação do campo
depende da corrente da armadura e só há corrente induzida no enrolamento da armadura quando
esta se move em um campo magnético, você deve estar querendo saber como é que a tensão do
gerador pode ser desenvolvida. Em outras palavras, se não há campo para começar (pois não há
corrente no enrolamento de campo), como pode o gerador produzir uma f e m.?
Na realidade, os polos de campo retêm uma certa quantidade de magnetismo chamado
magnetismo remanescente ou residual, resultante do seu uso anterior e devido às
características magnéticas de sua estrutura de aço.
Quando o gerador começa a girar, existe um campo inicial que embora muito fraco, pode induzir
uma f e m no induzido. Esta f e m. induzida produz corrente através das bobinas de campo,
reforçando o campo magnético inicial e intensificando o magnetismo total.
Este acréscimo no fluxo, por sua vez, dá lugar a uma f e m. maior, que novamente aumenta a
corrente nas bobinas de campo
Esta ação continua até que a máquina atinge sua intensidade de campo normal. Todos os
geradores autoexcitados funcionam desta maneira. O tempo de crescimento da tensão é
normalmente de 20 a 30 segundos.

O gráfico mostra como crescem a tensão de saída e a corrente de excitação em um gerador


derivação (“shunt”). (A figura 2.39 ilustra este gráfico). Lembre-se de que a saída de um gerador
é energia elétrica. Um gerador sempre deve ser acionado por algum meio mecânico, a máquina
acionadora. O tempo de crescimento da tensão tem relação exclusiva com a saída elétrica, e não
com a parte mecânica.

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

Fig. 2.39 – Esquema e gráfico do gerador derivação.


Algumas vezes, a saída do gerador não se desenvolve, isto pode acontecer por várias razões. O
magnetismo remanescente pode ser muito pequeno ou inexistente. Para que se disponha do
campo inicial necessário, o gerador deve ser excitado por uma fonte externa de c. c. (“f l a s h i
n g” do campo da máquina). É preciso ter cuidado para que o campo produzido por ação
externa tenha a mesma polaridade que o magnetismo remanescente. Se estas polaridades forem
opostas, o campo inicial será enfraquecido ainda mais ou destruído, e a saída do gerador
continuará sem poder crescer.
A saída do gerador também não crescerá se as ligações do campo derivação forem trocadas.
Para corrigir este defeito, basta restabelecê-las corretamente. Em muitos casos um reostato
é ligado em série com o campo derivação, para controlar a corrente de excitação. Se, no
princípio, o reostato introduz resistência demais no circuito, a corrente de excitação é
muito pequena para desenvolver a tensão de saída do gerador.
Finalmente, quando o circuito da bobina de campo fica “aberto” e não se completa, a saída do
gerador também não cresce. A interrupção do circuito deve ser localizada e reparada.

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2.3.3 - Gerador série


No gerador série, a armadura, as bobinas de campo e o circuito externo são todos ligados
em série. Isto quer dizer que a corrente na armadura e no circuito externo é a mesma que
passa nas bobinas de campo. Como a corrente de excitação (que também é a corrente na
carga) tem grande intensidade, o campo magnético de intensidade adequada pode ser
obtido com um pequeno número de espiras no enrolamento de campo.
A figura 2.40 mostra o esquema de um gerador série de CC típico.
Quando não há carga, não pode haver corrente e assim, uma f e m. muito pequena é
induzida na armadura. O valor depende da intensidade do magnetismo remanescente.
Quando uma carga é ligada, estabelece-se uma corrente, a intensidade do campo aumenta
e, consequentemente, a tensão entre os terminais também cresce. A medida que corrente
de carga aumenta, a intensidade do campo também aumenta, gerando uma tensão maior
no enrolamento da armadura. Logo atinge-se um ponto (A) onde qualquer novo aumento
de corrente de carga não provoca um aumento correspondente de tensão, porque o campo
magnético atinge o seu ponto de saturação da armadura.
Após o ponto A, um aumento de corrente diminui a tensão de saída, por causa da maior
queda de tensão na resistência do campo e da armadura. O gerador série sempre funciona
depois deste ponto, onde a tensão começa a cair rapidamente (entre A e B). de modo que a
corrente na carga permanece aproximadamente constante, mesmo quando a resistência da
carga varia. Este fato está ilustrado no gráfico da tensão. Por esta razão, os geradores série
são chamados de Geradores de correntes constantes. (A figura 2.40, mostra este gráfico).
Os geradores série eram usados, no passado, como geradores de corrente constante para
alimentar lâmpadas de arco. Atualmente, não têm grande aplicação.

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Fig. 2.40 – Esquema e gráfico do gerador série.


2.3.4 - Gerador derivação
O gerador derivação tem o seu enrolamento de campo ligado em paralelo com a armadura.
Portanto, a corrente nas bobinas de campo é determinada pela tensão entre os terminais e
pela resistência do campo. O enrolamento do campo “shunt” tem um grande número de
espiras e, portanto requer uma corrente relativamente fraca, para produzir o fluxo
necessário.
Quando se põe um gerador derivação em funcionamento, o crescimento da tensão entre os
seus terminais, até o valor nominal, é muito rápido, porque existe uma corrente de campo
mesmo quando o circuito externo está aberto.
A medida que a carga solicita mais corrente, a tensão entre os terminais diminui, devido
ao aumento da queda de tensão na armadura. A figura 2.41, mostra o esquema de um
gerador derivação e a curva característica.
Observe que a queda da tensão entre os terminais, quando a corrente de carga aumenta na
zona normal de funcionamento (A-B), desde a condição sem carga até a condição de plena
carga, é relativamente pequena. Como consequência, usa-se o gerador derivação quando se
deseja uma tensão praticamente constante, independente das variações da carga. Se a
corrente fornecida pelo gerador ultrapassar o ponto B, a tensão entre os terminais
começará a cair rapidamente. O gerador não deve funcionar além do ponto B. A tensão
entre os terminais de gerador derivação pode ser controlada pela variação da resistência de
um reostato ligado em série com as bobinas de campo.

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

Fig. 2.41 – Esquema e gráfico do gerador derivação.


2.3.5 - Gerador de excitação composta
O gerador de excitação composta (compound) é uma combinação dos geradores série e
derivação. Ele apresenta dois conjuntos de bobinas de campo: um em série com a armadura
e o outro em paralelo com ela. Uma bobina em paralelo e uma bobina em série são sempre
montadas em uma peça polar e, algumas vezes, com um revestimento comum. Quando o
campo em série é ligado de maneira a reforçar o campo em paralelo, o gerador e chamado
“compound” aditivo. Quando o campo em série se opõe ao campo em paralelo, o gerador é
chamado de “compound” diferencial. Como já foi explicado, os campos também podem
ser de curta derivação ou de longa derivação, conforme o campo “shunt” esteja ligado em
paralelo com o campo série e a armadura ou somente com a armadura.
As características de funcionamento dos dois tipos de ligação do campo “shunt” são
praticamente iguais. A figura 2.42 mostra o esquema dos geradores curta e longa
derivação.

Fig. 2.42 – Esquemas dos geradores compostos curta e longa derivação.


Os geradores de excitação composta foram projetados para eliminar a queda da tensão de
saída dos geradores derivação, quando a carga é aumentada. Esta queda de tensão é
indesejável em aplicações em que são usadas cargas de tensão constante, como sistema de
iluminação.

A adição do campo em série, que aumenta a intensidade do campo magnético total quando a

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corrente de carga aumenta, compensa a queda da tensão causada pela maior corrente na
resistência da armadura.
Desta maneira, consegue-se uma saída com tensão praticamente constante, causada pela maior
corrente na resistência da armadura.
As características de tensão de um gerador de excitação composta cumulativa dependem da
relação entre o número de espiras nos enrolamentos em série e em paralelo.
Se o enrolamento em série é feito de tal modo que a tensão de saída é praticamente constante
para todas as cargas na região de funcionamento, o gerador é plano “compound”.
Nestas máquinas, geralmente, a tensão na condição sem carga é igual à tensão na condição de
plena carga e as tensões nos pontos intermediários são ligeiramente maiores.
Os geradores de excitação plano“compound” são usados para fornecer uma tensão constante a
cargas colocadas a uma pequena distância do gerador.
Um gerador hiper“compound” tem um número tal de espiras em série que a tensão na condição
de plena carga é maior do que na condição sem carga. Estes geradores são usados quando a carga
está distante do gerador; o acréscimo na tensão de saída compensa a queda de tensão nos fios da
linha de alimentação, mantendo uma tensão constante na carga.
Quando a tensão nominal é maior do que a tensão sem carga, diz-se que o gerador é hipo-
compound (sub-“compound)” em termos práticos aproxima-se do gerador paralelo, com uma
tensão de saída a “plena carga” ligeiramente superior. Estes geradores são raramente usados.
A maioria dos geradores “compound” cumulativos são hiper- “compound”. o grau de
compoundagem é regulado por um “shunt” de baixa resistência (resistor desviador) ligado aos
terminais do campo série.
A tensão de saída pode ser controlada pela variação do reostato de campo ligado em série com o
campo em paralelo.
Nos geradores “c o m p o u n d” - diferenciais, o campo em paralelo e o campo série estão em
oposição. Portanto, o campo diferencial, ou resultante, diminui de intensidade e a tensão de saída
cai rapidamente, quando a corrente de carga aumenta. As curvas características dos quatro tipos

OSTENSIVO - 2-32 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

de geradores de excitação composta são mostradas na (figura 2.43).

Fig. 2.43 – Curvas características dos quatro tipos de geradores.


2.3.6 – Resistência reguladora ou difusora
Serve para regular o grau de composição dos geradores aditivos. Possui uma resistência
ôhmica baixa e é ligada em paralelo com o campo série. Quanto maior for a corrente
através da resistência, menor será a influência do campo série sobre o campo paralelo. O
diagrama 2.2 mostra esta resistência.

·_ ·
Diagrama – 2.2 - Resistência difusora e campo série.
2.3.7 – Gerador especial a três (3) fios
Este tipo de gerador é, basicamente, um gerador composto aditivo, do qual é derivada
uma CA do enrolamento do induzido, por meio de uma derivação que é conectada a um
par de anéis coletores. O gerador possui ainda uma bobina de reatância, alimentada pela
CA do próprio gerador, de onde é retirada uma derivação central que irá se constituir no
terceiro fio do sistema.
Características elétricas
I) Permite a alimentação simultânea de dois sistemas de distribuição: 115 volts e 230 volts,
respectivamente; e
II) Possui uma saída de CC para a carga, através do conjunto:
comutador/escovas e uma saída de CA para a alimentação da bobina de reatância,
através do conjunto anéis coletores/escovas. O diagrama 2.3 mostra o gerador especial
a três fios.

OSTENSIVO - 2-33 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

Diagrama 2.3 - Gerador especial a três fios.


Notas:
1) O terceiro (3°) fio possui potencial positivo em relação ao cabo negativo e potencial
negativo em relação ao cabo positivo daí ser chamado de “cabo mais ou menos” e não
de neutro;
2) A corrente do terceiro (3°) fio flui através da bobina de reatância em função da baixa
resistência oferecida à CC; e
3) O sentido da corrente no terceiro (3°) fio é:
a) para o gerador: quando a carga é maior no cabo positivo;
b) do gerador: quando a carga é maior no cabo negativo.
2.4 – CARACTERÍSTICAS DOS TIPOS DE GERADORES QUANDO ANIMADO
POR CARGA E CONVERSÃO DE POTÊNCIA ELÉTRICA.
2.4.1 - Gerador série animado por carga (Diagrama 2.4).
Características físicas:
1) o campo é ligado em série com a armadura;
2) as bobinas do campo são feitas com poucas espiras de fio grosso para suportarem as
altas correntes de carga;
3) o campo recebe a marcação s1 e s2;
4) a armadura recebe a marcação a1 e a2; e
5) o reostato de campo (R C) é ligado em paralelo com o campo.
Características elétricas:
1) considerado como sendo de corrente constante para uma tensão variável; e
2) baixa resistência de campo.

OSTENSIVO - 2-34 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

Diagrama 2.4 - Gerador série.

Equações:
it = ia = il = is
eg = (iara) + (ilrl) + (isrs)
el = eg –- (iara + isrs)
Onde:
il = corrente de carga;
ia = corrente na armadura;
is = corrente no campo série;
it = corrente total;
eg = tensão gerada;
el = tensão na carga (load) ou linha; e
iara; isrs; ilrl = quedas de tensão.
Exercício
A corrente na armadura (Ia) de um gerador série de CC que gera 125 volts é igual a
25 amperes. Se suas resistências de armadura e de campo equivalem a 0,25 ohm e
0,75 ohm, respectivamente. Pergunta-se:
a) qual a tensão na carga?
b) qual o valor da resistência da carga?
Resolução:
ia = is = il = 25A
el = eg - – (iara + isrs)
el = 125v - – (25A x 0,25r + 25A x 0,75r)
el = 125v - – (6,25v + 18,75v)
el = 125v - – 25 v = 100 volts.
rl = el rl = 100 = 4 ohms.
il 25

Rendimento

OSTENSIVO - 2-35 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

Formula: rendimento. = We x 100 = %


We + Pe
we = potência entregue pelo gerador.
Pe = somatório das perdas. (Foi considerada apenas a perda na armadura)
potência de saída ___ x 100= 125volts x 25 amperes = 3125 = 0,83 x 100 = 83%
potência de saída + perdas 3125 w + 625 w 3750

2.4.2 – Gerador paralelo (shunt ou derivação) animado por carga (Diagrama 2.5)
Características físicas:

1) o campo é ligado em paralelo com a armadura;


2) as bobinas de campo são feitas com muitas espiras de fio fino;
3) o campo recebe a marcação f1 e f2;
4) a armadura recebe a marcação a1 e a2; e
5) o reostato de campo (RC) é ligado em série com o campo.
Características elétricas:
1)considerando como sendo de tensão constante para as diversas condições de carga; e
2) em função do campo e da armadura formarem um circuito fechado, a excitação
independe da carga. Isto permite uma máxima tensão de saída mesmo com o circuito de
carga aberto.

Diagrama 2.5- Gerador paralelo.


Equações:
el = eg – (iara)
eg = el + (iara)
ia = il + if
Nota: no gerador paralelo funcionando sem carga, a corrente de campo é igual a
corrente da armadura.

Exercício:
1) a tensão de saída de um gerador paralelo funcionando sem carga é 250 volts. Sabendo-

OSTENSIVO - 2-36 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

se que a resistência do seu campo é 500 ohms e que a resistência da armadura é 4 ohms,
pergunta-se:
a) qual a corrente de excitação do gerador (if)?
b) qual o valor da tensão gerada (eg)?
2) acrescentando-se uma carga de 50 ohms ao gerador, determine o valor:
a) da corrente de carga; e
b) da corrente na armadura.
Resolução:
1a) if = ef = 250 = 0,5A = ia
rf 500
1b) eg = el + (iara) eg = 250 + (0,5x 4) eg = 250 + 2 = 252volts.
2a) ª il = el = 250 = 5A.
rl 50
2b) ia = if+ il = 0,5 + 5 = 5,5A.
2.4.3 - Gerador composto aditivo longa derivação animado por carga (Diagrama 2.6)
Características físicas:
1) as bobinas dos campos série e paralelo, em geral são dispostas sobre uma mesma peça
polar;
2) o reostato de campo é ligado em série com o campo paralelo; e
3) o campo paralelo é ligado em paralelo com o conjunto: armadura e campo série.
Características elétricas:
1) as bobinas dos campos paralelo e série, produzem fluxo que se somam; e
2) um aumento de carga implica em aumento de corrente que circula pelo mesmo
campo série, aumentando sua excitação, consequentemente o fluxo total é aumentado
e a tensão de saída também aumenta.
Equações:
el = eg – (iara + isrs)
il = ia - if
ia = is
ia = if + il
il = ia – if
if = ia - il

OSTENSIVO - 2-37 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

Diagrama 2.6 - Gerador composto aditivo longa derivação.


2.4.4 - Gerador composto aditivo curta derivação
Características físicas:
1) a bobina do campo paralelo é ligada em paralelo apenas com a armadura; e
2) o reostato de campo é ligado em série com as bobinas do campo paralelo.
Características elétricas: as mesmas do gerador composto aditivo longa derivação.

Diagrama2.7- Gerador composto aditivo curta derivação.


Equações:
ea = eg - (iara)
el = eg - –(iara + isrs)
if = ia + il
ia = if + il
il = is
ef = ea
ea = ia - il
ea = tensão na armadura.
ef = tensão no campo paralelo.
2.4.5 – Gerador composto diferencial longa derivação. (Diagrama 2.8)
Características físicas:
O campo paralelo é ligado em paralelo com o conjunto; armadura e campo série.
Características elétricas:
1) As bobinas dos campos série e paralelo produzem fluxos em sentidos opostos que
se subtraem; e

OSTENSIVO - 2-38 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

2) O aumento da carga aumenta a excitação do campo série, cujo fluxo, por estar em
oposição ao fluxo paralelo, reduzirá o fluxo total, reduzindo assim a tensão de saída.

Diagrama 2.8 - Gerador composto diferencial longa derivação.


Equações:
el = eg – (iara + isrs) if = ia - il
il = ia – if ia = if + il
ia = is
2.4.6 – Gerador composto diferencial curta derivação (Diagrama 2.9) Características:
as mesmas do longa derivação, exceto quanto ao campo paralelo que é ligado em
paralelo apenas com a armadura.

Diagrama 2.9- Gerador composto diferencial curta derivação.


Equações:
el = eg – (iara + isrs) ea =
eg – iara
ef = ea
is = il
ia = il + if
2.4.7 - Grau de composição dos geradores aditivos
É o grau de influência que o fluxo produzido pelo campo série exerce sobre o fluxo
produzido pelo campo paralelo. O grau de composição determina a variação da
tensão de saída do gerador.

OSTENSIVO - 2-39 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

Notas:
Para que um gerador aditivo possa ser transformado em diferencial, ou vice-versa, deve-se
inverter os terminais do campo série. Não devem ser invertidos os terminais do campo
paralelo, o que implicaria em eliminação do magnetismo residual.
Os geradores compostos diferenciais, em função de suas características, têm pouca
aplicação prática. Uma aplicação é como gerador para solda elétrica.
2.4.8 - Fatores que impedem a excitação dos geradores autoexcitados
1) falta ou baixo magnetismo residual, provocado por choques mecânicos, vibrações,
calor, etc;
2) inversão dos terminais do campo paralelo (com consequente eliminação do
magnetismo residual);
3) resistência do campo paralelo acima do valor normal; e
4) circuito da armadura aberto ou apresentando resistência muito elevada, em decorrência
da falta de escovas, comutador sujo ou escovas folgadas.
2.4.9 – Perdas de uma máquina CC
As perdas nos geradores e motores consistem nas perdas no cobre dos circuitos elétricos e nas
perdas mecânicas devidas à rotação da máquina. As perdas incluem:
1. Perdas no cobre
a) Perdas I2 R na armadura.
b)Perdas nos campos.
(1) I2 R do campo em derivação.
(2) I2 R do campo em série.
2. Perdas mecânicas ou rotacionais a)
Perdas no ferro.
(1) Perdas por correntes parasitas.
(2) Perdas por histerese.
3. Perdas por atrito.
(1) Atrito no mancal (rolamento).
(1) Atrito nas escovas.
(2) Perdas por vento ou atrito com o ar.
2.4.10 – Cálculos de tensão, corrente, potência e eficiência dos geradores
Resolução de problemas
1 – Qual o valor da tensão induzida em um gerador de 4 polos imbricado simples, com
3.000 condutores ativos no induzido, um fluxo de 1.000.000 de linhas de forças e uma
velocidade de 10 RPS?

OSTENSIVO - 2-40 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

Fórmulas:
a) Para velocidade em rps. ou b) Para velocidade em rpm.
E= Vg= P. z. Φ . n = Volts. E= Vg= P. z. Φ . n = Volts.
108. P' 108. P'. 60
Onde:
E = Vg = tensão gerada.
z = número de condutores.
Φ = fluxo em linhas de força por polo.
n = velocidade em rps ou rpm.
P = número de polos.
P' = número de circuito elétricos (P' = PM = número de polos multiplicado pela
multiplicidade)
10-8 (Constante) = é o número de linhas de força que um condutor simples deve
concatenar por segundo, a fim de induzir uma tensão de um (1) volt.
Resolução:
E = Vg = 4 x 1.10 6 x 3.10 3 x 10 = 4 x 10 6 x 3.10 3 x 10 = 10 -8 = 4 x 10 x 30 = 1200 =
108 x 4.1 4 4 4 4
R.: 300V
2 –– Qual o rendimento de um gerador de CC que possui as seguintes perdas;
mecânica = 85 Watts; no ferro = 60 watts; no campo = 60 watts; na armadura 170 watts,
sabendo-se a sua potência é de 1600watts?
Eficiência (%) = potência de saída______ x 100
Potência de saída + perdas
Resolução:
Somatório das perdas = 85 w + 60 w + 60 w + 170 w = 375 watts.
Rendimento ou eficiência = 1600 x 100 = 81%.
1600 + 375
3 –– Um gerador em derivação tem especificação de 200 kw em 240volts: a) Qual a corrente
com carga máxima? (b) Se a resistência de campo for de 120 Ω, qual a corrente de campo? (c)
Qual a corrente na armadura em condições de carga máxima? Resolução:
a) W = E . I - I = W = 200.000 = 833,3A. E 240
a) If = Vg = 240 = 2A. Rf 120
a) Ia = If + IL = 2A + 833,3 A = 835,3A.
4 –– Calcule a eficiência com carga máxima de um gerador de 50 KW quando a saída é de 80 hp.

Resolução:
Eficiência (%) ou η = potência de saída x 100 = % Pw = PHP x 746

OSTENSIVO - 2-41 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

potência de saída + perdas


80hp x 746 = 59.680 watts ou 59.68 kw. η = 50.000 x 100 = 83,7%.
59.680
5 –– Um gerador composto curta derivação fornece 210 amperes para uma carga com 250 volts. A
sua resistência de campo em derivação é 24,6 Ω, a resistência do reostato do campo em derivação é
de 6,4 Ω, a resistência do campo série é 0,038 Ω, e a resistência da armadura é de 0,094 Ω. Calcule
as perdas no cobre: a) no enrolamento do campo em derivação; b) no reostato do campo em
derivação; c) no campo série; e d) no enrolamento da armadura. Se as perdas por rotação em
condições de carga máxima forem de 800 watts, qual a eficiência do gerador? Fórmula:
Vt = Va + (Ia . Ra).
Resolução:
Vt = 250V + (210 . 0,038).
Vt = 250V + 8 V = 258 Volts.
a) perdas no campo derivação: rd + rc =
24,6Ω + 6,4Ω = 31Ω.
Id = Vt = 258 V = 8,322 amperes
31Ω
Potência = I2 . R = 8,3222 x 24,6 = 1704 watts.
b) perdas no reostato de campo em derivação: Potência = I2 .
R = 8,3222 x 6,4 = 443 watts.
c) p e r d a s n o c a m p o s é r i e : I s = 2 1 0 a m p e r e s .
d) P o t ê n c i a = I 2 . R s = 2 1 0 2 . 0 , 0 3 8 = 1 . 6 7 6 w a t t s .
e) perdas no enrolamento da armadura:
Ia = 210 amperes do campo série + 8,322 amperes do campo derivação = 218,322
amperes.
Potência = I2 . R = 218,3222 . 0,094 = 4480 watts.
Perdas totais = 1704w + 443w + 1676w + 4480w + 800w = 9103 watts.
Eficiência ou η = Potência de saída x 100 = 52.500___ x 100 = 85,2%.
Potência de saída + perdas 52.500 + 9103
Observação: no problema nº 4 supracitado, se a saída fosse dada em cv, multiplicaríamos pela
constante 736.

6 –– Um gerador composto em derivação curta tem uma tensão de 240 volts em seus
terminais, quando a corrente da linha é de 50 amperes e a resistência do campo série é de
0,04Ω . Calcule:
a) a queda de tensão através do campo série;

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

b) a queda de tensão através da armadura;


c) a corrente da armadura com uma corrente de campo em derivação de 2 amperes; e
a) se as perdas globais forem de 2.000 watts, qual será a eficiência?
Resolução:
a) il rs = 50a x 0,04Ω = 2 volts.
a) Eg = El + Es = 240v + 2 v = 242 volts.
b) ia = id + il = 2a + 50a = 52 amperes.
c) ef. ou η = EL x IL x 100 = 240v x 50a x 100 = 12000 x 100 = 85,7%.
saída+perdas 12000+2000 14000
7- Qual a fem gerada no induzido de um gerador paralelo, cuja tensão em seus
terminais é de 800 volts e a resistência do induzido é de 0,2 Ω. quando o induzido
está entregando 400 amperes?
Fórmulas:
EL = Eg - (Ia Ra).
Eg = EL + (Ia Ra).
Ia = IL + If.
Resolução:
Eg = EL + (Ia Ra).
Eg = 800v + (400a x 0,2Ω).
Eg = 800v + 80v = 880 volts.
2.5 - MOTORES DE CORRENTE CONTINUA
2.5.1 - Partes componentes
Os motores e os geradores de CC têm essencialmente os mesmos componentes, são
semelhantes. Diferem apenas quanto à maneira em que são usados. Portanto, você já
estudou esses componentes no capítulo anterior.
2.5.2 - Definição de Motores de Corrente Continua
Um gerador de CC converte energia mecânica em energia elétrica. Um motor de CC
converte energia elétrica em energia mecânica. Um gerador de c. c. pode funcionar
como um motor aplicando-se uma tensão contínua aos seus terminais de saída
elétrica. A figura 2.42, mostra a diferença entre um gerador de CC e um
motor de c. c. Respectivamente.

OSTENSIVO - 2-43 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

Fig. 2.42 – Função do motor de CC.


2.5.3 - Princípio de funcionamento
O princípio de funcionamento de um motor de CC é idêntico aos medidores das
grandezas elétricas. Um galvanômetro tem uma bobina suspensa entre os polos de um
ímã em forma de ferradura. Quando há corrente na bobina, esta age como um ímã e é
movimentada pela ação entre os dois campos magnéticos. (Ver figura 2.43). Este é o
princípio de funcionamento de todos os motores de CC, do menor ao maior. Portanto,
para compreender os motores de uso prático, podemos começar pelo estudo do mais
elementar. Uma bobina de uma espira suspensa entre os polos de um ímã. Em um
gerador, a energia mecânica movimenta a armadura e esta gera energia elétrica.
Em um motor, a energia elétrica obriga a armadura a girar e esta, através de um
sistema mecânico de correias ou engrenagens, movimenta uma carga mecânica.

Fig. 2.43 – O mesmo princípio de funcionamento do galvanômetro.

2.5.4 - Regra da Mão Direita

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F l e m i n g descobriu um método prático para a determinação do sentido de rotação de um


motor, quando o sentido da corrente é conhecido. Só poderemos avaliar a importância disto
quando estudarmos com maior profundidade os princípios de funcionamento dos motores e
geradores usados atualmente.
F l e m i n g descobriu que há uma relação definida entre o sentido do campo magnético, o
sentido da corrente no condutor e o sentido para o qual o condutor tende a se mover. Esta
relação é conhecida como Regra da Mão Direita para Motores. (Figura 2.44).
Se o polegar, o indicador e o dedo médio da mão direita forem dispostos em ângulos retos,
de tal modo que o indicador aponte no sentido das linhas de força do campo magnético e o
dedo médio indique o sentido da corrente no condutor, o polegar indicará o sentido do
movimento do condutor.
Evidentemente, se não conhecermos o sentido do campo magnético, mas soubermos o
sentido do movimento do condutor e o da corrente, o indicador dirá qual o sentido do
campo magnético, desde que coloquemos a mão na posição correta. A figura 2.44, ilustra
a regra de F l e m i n g da mão direita para motores. Com esta regra, sempre é possível
determinar o sentido de rotação dos motores, desde que conheçamos o sentido da corrente.

Fig. 2.44 – Regra da mão direita.


2.5.5 - Lei de Lenz
O estudo e compreensão desta lei facilitará muito o seu entendimento dos motores e
geradores.
Um condutor pelo qual passa uma corrente é cercado por um campo magnético. Isto é
verdade mesmo quando a corrente resulta de uma FEM induzida. A figura 2.45 n° 1,
mostra um condutor em repouso em um campo magnético. Não há f e m. induzida e não há
corrente, porque o condutor está parado.
Na figura 2.45 n° 2, o condutor é forçado a se deslocar para baixo.

Isto resulta em uma FEM induzida, que produz uma corrente no condutor e, como aparece um
campo magnético em torno de qualquer condutor pelo qual passa uma corrente, o condutor terá o
seu próprio campo magnético, devido à f e m. Induzida e a corrente resultante.

OSTENSIVO - 2-45 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

Este campo magnético tem o sentido indicado na figura 2.45 n° 3. Agora, existem dois campos
magnéticos: um devido à corrente no condutor e outro produzido pelo ímã.
Como os campos magnéticos nunca se cruzam, as linhas de força dos campos ou se acumulam
ou se cancelam, produzindo campos resultantes intensos ou fracos, respectivamente. Na figura
2.45 n° 4, os dois campos magnéticos resultantes se opõem e, portanto, se cancelam. Isto resulta
em um campo magnético fraco, acima do condutor. A figura 2.45 n° 5, mostra que os campos
magnéticos sob o condutor têm o mesmo sentido e, assim, se somam.

Fig. 2.45 – Ação entre o condutor e os campos magnéticos.


Portanto, o campo do ímã é distorcido pelo campo que cerca o condutor. Existe um campo
resultante fraco, acima do condutor, e um campo resultante intenso sob o condutor. Lembre-se de
que as linhas de força tendem a se repelirem, tendem a empurrar o condutor para baixo.
Entretanto, como existem mais linhas de força sob o condutor que acima dele, o esforço para
cima é maior e o condutor tende a se mover para cima. (Ver figura 2.46).
FORÇA PARA BAIXO

Fig. 2.46 – Ação de um condutor energizado em um campo magnético.

Antes de continuarmos, façamos um resumo do que foi visto:


1. O campo magnético reto que existe entre os polos do ímã é distorcido pelo campo
magnético circular em torno do condutor.
2. Uma força é aplicada, empurrando o condutor para baixo.
3. Uma OUTRA força para cima resulta do campo distorcido.
Estes fatos mostram que, se nós empurramos um condutor, fazendo com que ele se

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

movimente em um campo magnético, há uma f e m. induzida neste condutor. Esta FEM


produz uma corrente que, por sua vez, origina um novo campo magnético que tenta mover
o condutor no sentido oposto ao do seu movimento.
Na realidade, este é um enunciado da Lei de L e n z. L e n z descobriu que, em todos os
casos de indução eletromagnética, o sentido da f e m. induzida é tal que o campo
magnético gerado pela corrente resultante tende a se opor ao movimento que produz a
FEM induzida.
2.5.6 - Força Contra Eletromotriz (F.C.E.M.)
A FEM induzida se opõe, na realidade, à tensão aplicada. A FEM induzida gerada na
armadura de um motor é chamada de força contra eletromotriz (f c e m.). Esta f cem. têm
grande importância no funcionamento dos motores. A resistência da armadura nos motores
é extremamente baixa; frequentemente menor do que um ohm. As tensões de linha
comuns, de 110 ou 220 volts, deveriam produzir correntes muitos intensas nas armaduras,
causando a queima imediata dos seus enrolamentos. Contudo, como a f c e m. sempre se
opõe à tensão da linha, dispõe-se de um limitador automático de corrente para manter a
corrente nas armaduras dentro de limites seguros.
2.5.7 - Princípio de Funcionamento de Motor de CC Elementar
O motor elementar de CC é construído de maneira semelhante ao gerador elementar de
CC. Ele consiste de uma espira de fio que gira entre os polos de um ímã. As extremidades
da espira são ligadas a lâminas do comutador que, por sua vez, fazem contato com as
escovas; estas tem fios de ligação que vão ter a uma fonte de CC. Lembrem-se da ação do
dispositivo básico de um medidor e compare-a com a do motor elementar de CC. Com a
espira na posição 1, a corrente que passa através dela torna a sua parte superior um polo
norte e a parte inferior um polo sul, de acordo com a regra da mão direita. (observe figura
2.47). Os polos magnéticos da espira são atraídos pelos de nomes opostos do campo. Como
resultado, a espira gira no sentido do movimento dos ponteiros do relógio, aproximando os
polos de nomes opostos.

Quando a espira descreve 90 graus, até a posição 2, dá-se a comutação e a corrente na


espira muda de sentido.
Como resultado, o campo magnético gerado pela espira também é invertido. Agora, polos
de nomes iguais estão próximos e, portanto, se repelem. A espira continua a girar, tentando
aproximar novamente os polos de nomes contrários, 180 graus depois da posição 2, a espira
chega à posição 3, onde a situação é a mesma da posição 2. Ocorre novamente a
comutação, e a espira continua a girar. Esta é a ação fundamental do motor de CC.

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

Fig. 2.47 – Ação fundamental da comutação.


2.5.8 – Comutador
É evidente que o comutador desempenha um papel muito importante no funcionamento do
motor de CC. Ele faz com que a corrente na espira seja invertida, no momento em que
polos de nomes contrários se defrontam.
Isto causa uma inversão na polaridade do campo; há repulsão em lugar de atração e a espira
continua a girar.
Em uma armadura com muitas bobinas, o seu enrolamento age como uma única bobina
cujo eixo é perpendicular ao campo magnético principal e cuja polaridade é mostrada na
figura 2.48.
O polo norte do campo da armadura é atraído pelo polo sul do campo principal. Esta
atração exerce uma força de torção que faz a bobina girar no sentido do movimento dos
ponteiros de um relógio. Desta maneira, uma força de giro (ou conjugado) regular e
contínua atua sobre a armadura, graças ao grande número de bobinas. Como existem
muitas bobinas próximas, o campo resultante da armadura parece estacionário.

Fig. 2.48 – Campo da armadura em movimento.


2.5.9 - Reação da armadura
Como existe corrente através da armadura do motor, há um campo magnético em torno das

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

suas bobinas. Este campo da armadura distorce o campo principal, isto é, o motor
apresenta uma reação da armadura, exatamente como no gerador. Entretanto, o sentido da
distorção causada pela reação da armadura do motor é oposto ao do gerador. No motor, a
reação da armadura desloca o plano neutro de comutação no sentido contrário ao de
rotação. (Ver figura 2.49).

Fig. 2.49 – Efeito da reação da armadura no motor e no gerador.


Para compensar o efeito da reação da armadura em um motor, as escovas podem ser
deslocadas para trás, até que o centelhamento seja mínimo. Neste ponto, as bobinas postas
em curto-circuito pelas escovas estarão no plano neutro e não há f e m. induzida nela.
A reação da armadura também pode ser corrigida por meio de enrolamentos
compensadores e interpolos, como no gerador, de modo que o plano neutro fique sempre
exatamente no meio do espaço entre os polos principais. Assim, as escovas não têm de ser
movidas depois de corretamente ajustadas.

2.5.10 - Inversão do Sentido de Rotação do Motor de CC


O sentido de rotação de um motor de CC depende do sentido do campo magnético e do
sentido da corrente na armadura. A passagem de corrente por um condutor gera um campo
magnético em torno dele. O sentido do campo magnético é determinado pelo sentido da
corrente. Quando o condutor é colocado em um campo magnético, ele é submetido a uma
força resultante da combinação do seu campo magnético com o campo magnético
principal. Esta força causa a rotação da armadura em um certo sentido, entre os polos. A
relação que existe em um motor entre o sentido do campo magnético, o sentido da corrente
no condutor e o sentido para o qual o condutor tende a se mover, é ilustrada pela regra da
mão direita para motores que diz: coloque a mão direita em uma posição tal que as linhas
de força, partindo do polo norte, atravessem a palma da mão. Estenda os dedos no sentido
da passagem da corrente nos condutores. O polegar, formando ângulos retos com os

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

demais dedos, indica o sentido do movimento do condutor.


Se for invertido o sentido do campo ou o da corrente, a rotação do motor também será
invertida.
Entretanto, se os dois forem invertidos ao mesmo tempo, o motor continuará a girar no
mesmo sentido.
Em geral, um motor é instalado para efetuar um determinado trabalho que requer um
sentido constante de rotação. No entanto, há ocasiões em que é necessário trocar o sentido.
Lembre-se de que você deve trocar as ligações do campo ou da armadura, porém não dos
dois ao mesmo tempo. (Ver figura 2.50).

Fig. 2.50 – Inversão do sentido de rotação.


2.5.11 - Especificação da Força Contra Eletromotriz (F.C.E.M.)
Quando a armadura de um motor de CC gira, as suas bobinas cortam as linhas de força do
campo magnético e uma força eletromotriz é induzida nas mesmas.

Como esta tensão induzida se opõe à tensão aplicada aos terminais do motor, é chamada de
força contra eletromotriz ou abreviadamente, f c e m. Esta força contra eletromotriz
depende dos mesmos fatores que a FEM produzida por um gerador: da velocidade e do
sentido de rotação, e também da intensidade do campo magnético. Quanto mais intenso for
o campo e quanto maior a velocidade de rotação, maior será a f c e m. Contudo, a f c e m.
será sempre menor que a tensão aplicada, devido à queda de tensão interna causada pela
resistência das bobinas da armadura.
A figura 2.51, representa a f c e m. como se fosse uma bateria com polaridade oposta à da
tensão aplicada.
A resistência total da armadura é representada simbolicamente por um único resistor.

OSTENSIVO - 2-50 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

Fig. 2.51 – Representação da força contra eletromotriz.


Na realidade, o que causa a passagem da corrente através das bobinas da armadura é a
diferença entre a tensão aplicada ao motor (Ea ) e a f c e m. (E c).
Assim, a tensão verdadeiramente efetiva na armadura é (E a –- E c).
Esta tensão efetiva determina o valor da corrente na armadura. Como I = E/R, de acordo
com a lei de Ohm, no caso do motor de CC temos I = E a – E c/Ra.
Além disto, de acordo com a segunda lei de Kirchhoff, a soma das quedas de tensão em
qualquer circuito fechado deve ser igual à soma das aplicadas.
Portanto, temos E a = E c + Ia Ra.
A resistência interna da armadura de um motor de CC é muito baixa, geralmente menor do
que um ohm. Se esta resistência fosse a única limitação à corrente na armadura, esta
corrente seria muito intensa.
Por exemplo, se a resistência da armadura fosse de 1 ohm e a tensão aplicada de 230volts,
a corrente resultante na armadura, de acordo com a lei de ohm, seria
Ia = E a / Ra = 230 = 230 ampères.

Na partida do motor, quando a f c e m é muito pequena para limitar efetivamente a


corrente, uma resistência temporária, resistor de partida, deve ser ligada em série com a
armadura, para manter a corrente dentro de limites seguros.
A medida que cresce a velocidade do motor, a f c e m. aumenta e a resistência pode ser
reduzida gradualmente, possibilitando aumentos posteriores de velocidade e da f c e m. Na
velocidade normal de funcionamento, a resistência de partida é totalmente retirada do
circuito. Veja a figura 2.52.

OSTENSIVO - 2-51 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

Fig. 2.52 – Uma armadura parada não gera uma f c e m.


Esta corrente excessiva queimaria completamente a armadura. Contudo, a f c e m. se opõe à
tensão aplicada e limita o valor da corrente permitida na armadura. Se a f c e m fosse de 220
volts, a tensão efetiva que agiria sobre a armadura seria a diferença entre a tensão aplicada aos
seus terminais e a f c e m.: 230 - –220 = 10 volts. A corrente na armadura seria, então, somente
10 ampères: Ia = E a – E c /Ra = 10/1 = 10 ampères. (Observe a figura 2.53).

Fig. 2.53 – Geração da força contra eletromotriz.

2.5.12 - Velocidade do motor de CC


O conjugado desenvolvido por um motor para movimentar uma certa carga depende da
intensidade da corrente que a armadura solicita da fonte de alimentação. Quanto maior a
carga, maior o conjugado necessário e maior deve ser a intensidade da corrente na
armadura.
Quanto menor a carga, menores serão o conjugado necessário e a intensidade da corrente
na armadura. (A figura 2.54, mostra a relação que existe entre conjugado e velocidade).
A soma da queda de tensão na armadura (Ia Ra) com a f c e m. (E c) sempre deve ser igual

OSTENSIVO - 2-52 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

à tensão aplicada aos terminais do motor: E a = Ia Ra + E c.


Como a tensão entre os terminais(E a) é constante, a soma da queda de tensão com a f c e
m. também deve ser constante.
Se o motor receber uma carga maior sua velocidade diminui. Isto reduz a f c e m que
depende da velocidade.
Como E c + Ia Ra é constante e E c diminui, Ia Ra tem de aumentar.
Isto significa que o conjugado desenvolvido é maior e o motor é capaz de movimentar uma
carga maior com uma velocidade mais baixa.
Portanto nós poderemos ver que a velocidade de um motor de CC depende da carga que
ele movimenta.

Fig. 2.54 – Relação entre o conjugado e a velocidade.


2.5.13 - Variação da velocidade de um motor
A velocidade de um motor de CC depende da intensidade do campo magnético e do valor
da tensão aplicada, assim como da carga.
Se a intensidade do campo diminuísse, a velocidade do motor cresceria, tentando manter o
valor correto da f c e m.

Se o circuito do campo se abrisse, restaria apenas o magnetismo residual e a velocidade do


motor aumentaria perigosamente, tentando manter a f c e m necessária para se opor à
tensão aplicada.
Com uma carga leve, ou sem carga, um circuito de campo aberto pode causar tal aumento
de velocidade que o motor se despedaçará.
As lâminas do comutador e outras peças serão lançadas para longe, podendo causar
ferimentos graves no pessoal.
Certifique-se sempre de que o circuito de campo está fechado, antes de dar partida a um
motor de CC.
Certifique-se também de que a resistência de partida está ajustada para o máximo, antes de

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

aplicar tensão aos terminais.


A velocidade do motor pode ser regulada controlando-se a intensidade do campo por meio
de um reostato, ou pelo controle da tensão aplicada à armadura por meio do reostato da
armadura.
O aumento da resistência no circuito da armadura tem o mesmo efeito que a redução da
tensão aplicada ao motor, isto é, a redução da velocidade.
Este método é raramente usado, porque há necessidade do uso de um reostato de grandes
dimensões e, também, porque o conjugado de partida decresce.
Aumentando a resistência no circuito do campo, a corrente de excitação diminui e,
portanto, também diminui a intensidade do campo.
Com a redução da intensidade do campo, a velocidade do motor aumenta, a fim de manter
a f c e m. A figura 2.55, mostra métodos para controle de velocidade.
Em resumo, a velocidade de rotação de um motor de C C., depende da intensidade do
campo e da tensão aplicada à armadura.

Fig. 2.55 – Método para controle de velocidade.


2.5.14 – Motores de CC quanto à excitação
Quanto à excitação, os motores de CC não diferem dos geradores, fisicamente.

Eletricamente, no entanto, possuem diferenças fundamentais, tais como: no gerador, o


aspecto mais importante é a capacidade de fornecimento de corrente com uma tensão mais
ou menos estável; no motor, os fatores preponderantes são: velocidade, mais ou menos
estável e conjugado, que é a força que o motor necessita para vencer a inércia e deslocar
cargas mecânicas. O tipo de excitação do motor fica assim subordinado a um desses
fatores, ou ambos.
2.5.14.1 – Motor com excitação separada
Possui duas fontes de alimentação: uma para o circuito de campo e outra para o circuito da
armadura. Eletricamente, comporta-se como os motores paralelos, em que a velocidade é

OSTENSIVO - 2-54 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

constante e o conjugado aumenta uniformemente com a carga.


É usado em sistemas de propulsão diesel-elétricos, em conjunto com os geradores de
excitação separada.
Um motor de CC é denominado de excitação separada quando o circuito de campo é
eletricamente independente do circuito da armadura, ou seja, tem-se dois circuitos
elétricos independentes, que podem ser analisados isoladamente. O primeiro circuito,
circuito de campo, recebe energia elétrica de uma fonte independente para a excitação da
máquina, a qual é armazenada na forma de um campo magnético. O segundo circuito é
formado pelo circuito da armadura ligado a uma segunda fonte de energia, em corrente
contínua, que alimenta o motor em nível de força. A figura 2.56 apresenta o diagrama de
um circuito equivalente de um motor CC com excitação separada.

Fig. 2.56 – Circuito equivalente de um motor excitação separada.


Para um motor com excitação separada valem as seguintes relações:
circuito da armadura → Ua ꞊ E + Ra . Ia + 2 . ΔV E + Ra . Ia + 2 . ΔIV
circuito de excitação → Ue ꞊ E + Ra . Ia + 2 . ΔV Ie . Re
Onde:
Ea ꞊ E + Ra . Ia + 2 . ΔV tensão aplicada ao circuito da armadura [V];
E ꞊ E + Ra . Ia + 2 . ΔV tensão induzida nos enrolamentos da armadura [V];

Ra ꞊ E + Ra . Ia + 2 . ΔV resistência dos enrolamentos da armadura [Ω];


Ia ꞊ E + Ra . Ia + 2 . ΔV corrente do circuito da armadura [A];
∆V ꞊ E + Ra . Ia + 2 . ΔV queda de tensão nos terminais das escovas do motor CC (as escovas não estão
apresentadas na figura 2.56) [V]
Ue ꞊ E + Ra . Ia + 2 . ΔV tensão aplicada no circuito de excitação [V];
Ie ꞊ E + Ra . Ia + 2 . ΔV corrente do circuito de excitação [A];
Re ꞊ E + Ra . Ia + 2 . ΔV resistência do circuito de excitação (não apresentada na figura 2.56) [Ω].
Neste tipo de ligação do motor CC, o fluxo magnético depende somente da corrente
de excitação. Caso essa permaneça constante, o fluxo também permanecerá

OSTENSIVO - 2-55 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

constante.
Exemplo: um motor de corrente contínua com excitação separada gira a uma rotação
de 1405 rpm. Com uma corrente de campo constante, este motor consome uma
corrente de armadura de 50 amperes sob uma tensão de 120volts. A resistência de
armadura é de 0,1Ω. Se a carga no motor variar de tal maneira que ele passe a
consumir 95 amperes sob 120 volts, determine a velocidade do motor para esta nova
carga. Despreze a queda de tensão nas escovas do motor.
Resolução.
Neste problema a corrente de excitação é constante, ou seja, o fluxo magnético do
motor permanecerá constante para qualquer carga acionada pelo motor.
Pode-se calcular a tensão inicialmente induzida na armadura deste motor como se
segue: Ea= E + Ra . Ia + 2 . ΔIV — E = Ua - Ra . Ia - 2 . ΔIV
Desprezando a queda de tensão nas escovas, tem-se:
E = Ea - Ra . Ia — E = 120 - 0,1 x 50 — E = 115 volts.
Como já observado, a tensão induzida na armadura pode ser expressa por:
E = kmáquina .ω.Ф
Sendo:
k = kmáquina.Ф
Pode-se calcular K a partir da relação seguinte:
k = E
ω
A velocidade angular é determinada por:
ω = 2 π . n — ω = 2 π . 1405 — ω = 147,13 [rad/s]rad/s]
60 60
Substituindo-se os valores de E e ω determina-se o valor de k.
k = E — k = 115 — k = 0,78
ω 147,13

A seguir deve-se determinar a tensão induzida na armadura com a nova carga:


E = Ua - Ra.Ia → E= 120 - 0,1 x 95 — E = 110,5 volts.
A partir do valor de k já determinado (lembre-se que o fluxo permanece constante pois a
corrente de excitação não varia), determina-se a nova velocidade angular do motor.
n = 60 . ω — n = 60 . 141,67 — n = 1352,85 [rad/s] r pm].
2π 2π
O motor de corrente contínua com excitação separada é indicado para tarefas nas quais o
usuário necessita de controle muito preciso da velocidade angular no seu eixo mecânico.

OSTENSIVO - 2-56 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

Pode ser empregado no controle de velocidade de processos industriais em que uma banda
muito larga de velocidade é requerida.
2.5.14.2 - Motor série
Como os motores de CC são eletricamente semelhantes aos geradores de CC, também são
classificados de acordo com as ligações do campo. (Ver figura 2.57).
O motor série tem o seu campo ligado em série com a armadura. A bobina de campo
consiste de poucas espiras de fio grosso, pois toda a corrente da armadura passa por ela.
Se a carga aumenta, a velocidade diminui, assim como a f c e m.; isto faz com que a
corrente aumente, possibilitando um conjugado maior, necessário para movimentar a
carga maior. O motor série gira lentamente com cargas pesadas e muito rapidamente com
cargas leves. Se a carga for retirada completamente, a velocidade aumentará
perigosamente podendo até despedaçar o motor, pois a corrente requerida será muito
pequena e o campo muito fraco, de modo que o motor não poderá girar com suficiente
velocidade para gerar uma f c e m capaz de restabelecer o equilíbrio. Os motores tipo
série nunca devem funcionar sem cargas, e raramente são usados com transmissão por
correias, em que a carga pode ser removida. Podemos observar que os motores série são
de velocidade variável, isto é, sua velocidade varia bastante com a variação de carga. Por
esta razão, os motores deste tipo são raramente usados quando é necessária uma
velocidade constante de funcionamento e nunca são usados quando a carga é intermitente
(varia frequentemente ou é aplicada e retirada durante o funcionamento do motor).

Fig. 2.57 – Ligação de campo do motor série.


O conjugado é a força de torção desenvolvida por qualquer motor de CC, depende da corrente
da armadura e da intensidade do campo.
No motor série, a própria intensidade do campo depende da corrente na armadura, de modo que
o valor do conjugado desenvolvido depende duplamente da intensidade da corrente na
armadura.

OSTENSIVO - 2-57 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

Quando a velocidade do motor é baixa, a f c e m é consequentemente baixa e a corrente na


armadura é intensa. Isto significa que o conjugado será muito grande quando a velocidade do
motor for baixa ou nula, como na partida. Diz-se, então, que o motor série tem um alto
conjugado de partida.
Existem serviços especiais que necessitam de um alto conjugado de partida e da alta aceleração
que ele permite, tais como guindastes, ônibus e trens elétricos etc. Os motores usados nestas
máquinas são sempre motores série, porque, nestes casos, as cargas são bastante altas na partida
e diminuem quando as máquinas estão em movimento.

Os motores série encontram, também, largo emprego como dispositivo de partida em


máquinas de combustão interna.

Observação: o motor série não deve operar sem carga mecânica em seu eixo. O baixo
fluxo, consequência do baixo valor de corrente de carga, implicaria em um aumento
gradativo da velocidade e avaria da máquina em função da força centrífuga.
2.5.14.3 - Motor derivação
Em um motor derivação (shunt) o campo é ligado diretamente aos terminais da linha e é,
portanto, independente das variações da carga e da corrente na armadura. O conjugado
desenvolvido varia com a corrente na armadura. Quando a carga do motor aumenta, sua
velocidade diminui, reduzindo a f c e m, que tanto depende da velocidade como da
intensidade de campo constante. A redução na f c e m. permite um acréscimo na corrente
da armadura, possibilitando assim um aumento do conjugado, necessário para movimentar
a carga maior.
Quando a carga do motor diminui, este aumenta sua velocidade; a f c e m aumenta,
diminuindo a corrente na armadura e o conjugado desenvolvido pelo motor.
A figura 2.57 mostra um motor derivação. Qualquer variação da carga acarreta uma

OSTENSIVO - 2-58 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

variação na velocidade, até que haja novo equilíbrio elétrico no motor, isto é, até que
novamente E c + Ia Ra = E a.
A variação da velocidade, em um motor derivação, desde a condição sem carga até a
condição de plena carga é apenas de cerca de 10% da velocidade na condição sem carga.
Por esta razão, os motores derivação são considerados como motores de velocidade
constante.
Na partida de um motor derivação, um resistor de partida deve ser ligado em série com a
armadura, a fim de limitar a corrente, até que a velocidade seja suficiente para gerar a f c e
m necessária.
Como a corrente de partida é pequena, devido à resistência de partida, o conjugado de
partida também é pequeno.
Os motores tipo derivação são usados, em geral, quando se deseja uma velocidade
constante para uma carga variável, e quando o motor pode entrar em funcionamento com
uma carga muito leve ou sem carga.
Tais cargas são encontradas, normalmente, nos serviços de tração em oficinas de máquinas
onde são encontrados: tornos, máquinas de furar, moendas, plainas, máquinas de estampar,
etc. (Veja figura 2.58).

Fig. 2.58 – Ligação de campo do motor derivação.


2.5.14.4 - Motor de excitação composta (“Compound”)
Um motor “compound” é uma combinação de motor série e motor derivação. O campo
consiste de dois conjuntos separados de bobinas. Um deles, enrolado com muitas espiras
de fio fino, é ligado em paralelo com a armadura e constitui o campo em derivação. O
outro é o campo em série, enrolado com poucas espiras de fio grosso. (figura 2.59).
As características dos motores de excitação composta são uma combinação das
características dos motores série e derivação. Os motores “compound cumulativos”, cujos

OSTENSIVO - 2-59 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

campos em paralelo e em série se reforçam, são os mais comuns.


Nestes motores, um aumento de carga diminui a velocidade e causa um grande aumento do
conjugado.
O conjugado de partida também é elevado. Eles tem a velocidade razoavelmente constante,
excelente rendimento com cargas pesadas e um bom conjugado de partida. Nos motores
“compound diferenciais”, o campo em série se opõe ao campo em paralelo, e o campo
total diminui quando a carga aumenta. Isto permite que a velocidade aumente com um
aumento de carga, até um ponto seguro de funcionamento. O conjugado de partida é muito
pequeno. Estes motores são raramente usados.
Os motores compostos aditivos e diferencias podem ser também de curta e longa
derivação, dependendo de como for ligado o campo em derivação com a armadura e o
campo série.

Fig. 2.59 – Ligações dos campos série e paralelo.


Comparação das características dos motores de CC.
Podemos resumir as características de funcionamento dos vários tipos de motores de CC
por meio de um gráfico da variação em função do conjugado ou da carga do motor. Este
gráfico contem quatro curvas. Observe que a velocidade do motor derivação é menos
sensível aos aumentos de carga. Por outro lado, a velocidade do motor série cai muito
quando a carga aumenta. A curva para o motor “compound” situa-se entre as duas curvas
anteriores. Note que, à medida que aumenta a proporção do enrolamento em série, as
características se aproximam das do motor série.
No segundo gráfico iremos encontrar a variação do conjugado em função da corrente na
armadura, para os vários tipos de motores, com a mesma potência.
A curva do conjugado do motor derivação é uma reta, pois o campo permanece constante
e o conjugado é diretamente proporcional à corrente na armadura.

OSTENSIVO - 2-60 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

As curvas dos motores série e “compound”, para correntes inferiores à de plena carga,
não atingem o valor total, causando uma redução no conjugado que é, portanto, menor do
que o dos motores derivação. (Observe figura 2.60).

Fig. 2.60 – Curvas características dos motores CC.

2.5.15 – Características dos motores quanto a excitação quando animado por carga quanto à
excitação, quando animado por carga, os motores de CC não são diferem dos geradores de
CC, fisicamente. Eletricamente, no entanto, possuem diferenças fundamentais, tais como:
a) no gerador, o aspecto mais importante é a capacidade de fornecimento de corrente com
uma tensão mais ou menos estável.
b) no motor, os fatores preponderantes são: velocidade, mais ou menos estável e
conjugado, que é a força que o motor necessita para vencer a inércia e deslocar cargas
mecânicas. O tipo de excitação do motor fica assim subordinado a um desses fatores, ou a
ambos.
Cálculo de conjugado (Torque)
Para obter-se um conjugado constante durante todo um giro da armadura do motor, utiliza-
se várias espiras defasadas nos espaços montadas sobre um tambor e conectadas ao
comutador.
Com o deslocamento dos condutores da armadura no campo surgem tensões induzidas
(força contra eletromotriz), que atuam no sentido contrário ao da tensão aplicada. Esta
força contra eletromotriz é proporcional à velocidade do motor e ao fluxo magnético e
pode ser expressa por:
E = k máquina.w.φ
Sendo:
w = velocidade angular do motor [rad/s];

OSTENSIVO - 2-61 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

φ = fluxo magnético [Wb];


kmáquina = constante que depende de aspectos construtivos do motor e pode ser expressa por:
k máquina = N.p
2π.a
Sendo:
N = número de condutores ativos presentes no enrolamento da armadura;
a = número de caminhos que o enrolamento apresenta;
p = número total de polos que compõem o estator do motor CC.
A velocidade de um motor qualquer é normalmente fornecida em rpm (n). Para
determinar o valor da velocidade angular utiliza-se a expressão seguinte:
w= 2π .n
60

Sendo:
C = conjugado eletromagnético [N/m];
Ia = corrente da armadura [A]
A potência mecânica do motor CC pode ser calculada pelas seguintes expressões:
Pmec = E.Ia
Pmec = Ua.Ia.η
Pmec = C.w  Pmec = kmáquina.Ia.φ.w
Destas equações tem-se:
Pmec = potência mecânica desenvolvida pelo motor [W];
η = rendimento do motor;
Ua = tensão aplicada à armadura do motor CC [V];
w = velocidade angular do motor [rad/s].
Nota: o conjugado é diretamente proporcional ao fluxo do motor.
Exemplos:
1) - O enrolamento de armadura de um motor CC tem 360 condutores ativos e foi
desenvolvido para um estator de 4 polos. Sabendo que a máquina é posta a girar
numa rotação de 2.000 rpm e o fluxo que atravessa o entreferro vale 32 mWb,
determine:
a) a força contra eletromotriz induzida no enrolamento da armadura;
a) se a armadura da máquina for projetada para suportar uma corrente de 72 A, qual a potência
convertida por ela?

OSTENSIVO - 2-62 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

a) Inicialmente vamos calcular a constante da máquina:


kmáquina = Np → k máquina = 360.4 → k máquina = 57,3.
2.π.a 2.π.4
A velocidade do motor foi fornecida em rpm. Deve-se calcular a velocidade angular por:
w = 2. π . n → w = 2. π . 2000 → w = 209,44 ﴾rad / s﴿.
60 60
Pode-se, agora, calcular a tensão induzida na armadura:
E=kmáquina.w.φ E=57,3x0,032x209,44=384,03
b) A potência mecânica pode ser calculada por:
Pmec = E.Ia  P mec = 384,03.72  Pmec = 27,65 [kW].

2) - Um motor de corrente contínua apresenta uma tensão induzida na armadura de 655,2V.


Sabendo que a máquina apresenta 4 polos, 728 condutores, uma velocidade de 1.800 rpm e um
fluxo magnético de 30 mWb, determine o número de caminhos que o enrolamento de armadura
apresenta.
Solução.
Inicialmente vamos calcular a velocidade angular do motor:
w = 2 π . n  w = 2 π . 1800  w = 188,5 [rad / s].
60 60
A partir da equação seguinte, determina-se o valor de kmáquina:
E = kmáquina.w.φ  kmáquina = E  kmáquina = 655,2  kmáquina = 115,86.
w.φ 188,5.30x10-3
Com o valor de k máquina , é possível determinar o número de caminhos do enrolamento da
armadura (a). Tem-se:
kmáquina = N.p  a = N.p  a = 728 x 4  a = 4.
2.π.a 2.π.k máquina 2 x π x 115,86
2) - Um motor de corrente contínua de 4 polos, 2 caminhos no enrolamento da armadura, 46
ranhuras e 16 condutores por ranhura, apresenta uma tensão induzida na armadura de 480 V
quando desenvolve uma velocidade de 1200 rpm. Determine o fluxo magnético do motor.
Solução.
Como o motor conta com 46 ranhuras, cada uma com 16 condutores, o número total de
condutores (N) pode ser obtido por:

N = 46 . 16  N = 736.
O kmáquina é calculado como se segue:

OSTENSIVO - 2-63 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

kmáquina = N.p  kmáquina = 736.4  kmáquina = 234,28.


2.π.a 2.π.2
A velocidade angular do motor é obtida por:
w = 2 π . n  w = 2 π .1200  w = 125,66 (rad / s).
60 60
O fluxo magnético é obtido como se segue:
E = kmáquina.w.φ  φ = E φ= 480____
k máquina . w 234,28.125,66
φ = 16,3 [mWb].
Cálculo da velocidade do motor de CC (equações básicas)
N = Ea –– (IaRa) N = Ec
k.φ k.φ
k = z P x 10-8

Logo:
N= Ec = RPS. ou N = Ec x 60 = RPM.
z P x 10-8 x φ z P x 10-8 x φ
P' P'
Sendo:
N = velocidade em RPS ou RPM.
Ea = tensão aplicada no motor.
Ec = FCEM.
Ia = corrente na armadura.
Ra = resistência da armadura.
z = número de condutores da armadura.
φ = fluxo em linhas de força por polo.
P = número de polos.
P' = nºs de circuitos elétricos (P' = PM imbricado / P' = 2M ondulado).
M = multiplicidade ( no planificado do enrolamento da armadura, que veremos mais
adiante).
Controle da corrente pela FCEM
Sendo a FCEM de sentido oposto ao da FEM aplicada, a tensão que irá,
efetivamente, produzir um trabalho elétrico no motor, será a resultante dessas duas
tensões. Essa resultante determinará o valor da corrente na armadura (Ia), de acordo
com a equação abaixo:
Ia = Ea –– Ec
Ra
Exercício:

OSTENSIVO - 2-64 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

Suponha um motor ligado a uma linha de 500 volts e cuja resistência da armadura seja de
0,2Ω . Calcule a sua corrente, considerando a hipótese de que o motor, apesar de alimentado,
não desenvolve qualquer velocidade (FCEM = 0).
Equação:
Ia = Ea –– Ec Ia = 500 –– 0 Ia = 500 = 2500 amperes.
Ra 0,2 0,2
Nota: a corrente de 2500 amperes certamente queimaria o motor.
Considerando que o mesmo motor saiu da inércia e atingiu sua velocidade nominal. Com isso a
FCEM evoluiu para um valor de 490 volts. Calcule o novo valor da corrente na armadura (Ia).
Ia = Ea –– Ec Ia = 500 –– 490 Ia = 10 = 50 amperes.
Ra 0,2 0,2

Para que o motor não venha a queimar no seu início de funcionamento, quando a velocidade é
baixa e a FCEM, consequentemente é mínima, usa-se no mesmo um dispositivo de partida, que
consiste de resistores ligados em série com a armadura e que serão gradualmente retirados à
medida que o motor vai adquirindo velocidade.
2.5.15.1 – Motor série
Características
Opera com velocidades variáveis e cargas que necessitam um grande conjugado. Ex: guincho,
cabrestante, trens, etc... (O diagrama 2.10 do motor série).

Diagrama 2.10 – Motor série de CC. Curvas


características: velocidade x carga x conjugado.

OSTENSIVO - 2-65 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

2.5.15.2 – Motor derivação (paralelo)


Características
Considerado como sendo de velocidade constante e empregado em situações que exijam
velocidade estável com um conjugado não muito elevado. Ex: máquinas furadeiras,
ferramentas diversas, sistema de ventilação. (O diagrama 2.11 mostra o motor derivação).

Diagrama 2.11- Motor derivação.

Curvas características: velocidade x carga x conjugado.

Com o aumento da carga, a velocidade permanece praticamente constante e, o conjugado,


apresenta um crescimento uniforme.
2.5.15.3 – Motor composto aditivo de longa derivação
Características
Os motores compostos aditivos, de longa ou curta derivação, combinam o excelente conjugado
do motor série com a velocidade estável do motor paralelo. Isso faz deles os mais usados. (O
diagrama 2.12 mostra o motor composto aditivo de longa derivação).

Diagrama 2.12 – Motor composto aditivo de longa derivação.

OSTENSIVO - 2-66 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

No motor composto aditivo de longa derivação, um esforço mecânico sobre o eixo (carga),
implicará em aumento da corrente na armadura (Ia) que é a mesma do campo série (Is). Com isso,
haverá um aumento do fluxo do campo série que, somando-se ao fluxo do campo paralelo dará
origem a um fluxo resultante bastante elevado, fazendo com que o conjugado aumente, enquanto a
velocidade sofrerá uma pequena redução.
2.5.15.4 – Motor composto aditivo de curta derivação
Características
Neste motor, toda a corrente consumida passa pelo campo série, que produz um fluxo elevado,
resultando um fluxo total ainda maior do que no de longa derivação.
Isto implica em um conjugado maior e uma queda mais acentuada da velocidade, com relação ao
de longa derivação, para as mesmas condições de carga.

(O diagrama 2.13 mostra o motor composto aditivo de curta derivação).

Diagrama 2.13 – Motor composto aditivo de curta derivação.


Curvas características do longa e curta derivação: velocidade x carga x conjugado.

2.5.15.5 – Motor composto diferencial de longa derivação


Características:
Nos motores diferenciais, o fluxo do campo série é muito elevado na partida, o que
praticamente anula o fluxo do campo paralelo, disso resultando um conjugado baixíssimo,
que impede a sua partida.
Para acioná-los, deve-se colocar em curto o campo série, até que o motor ganhe
velocidade, quando então o curto será desfeito.

OSTENSIVO - 2-67 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

Quando há predomínio do campo série sobre o campo paralelo, o motor parte com a
rotação invertida e apresenta as características de um motor série. (Os diagrama 2.14 e
2.15) apresenta os motores diferenciais de curta e longa derivação respectivamente).

Diagrama 2.14 – Motor composto diferencial de curta derivação.

Curvas características dos motores diferencias: velocidade x carga x conjugado.

Diagrama 2.15 – Motor composto diferencial de longa derivação.


Inversão de rotação nos motores compostos
É feita exclusivamente nos terminais da armadura. A inversão de terminais de um
dos campos, implicaria em alteração das características do motor, que seria
transformado de aditivo em diferencial ou vice-versa.
2.5.15.6 – Dispositivos de partida e controle
2.5.15.6.1 – Reostato de Partida
Quando estudamos os motores de CC, aprendeu que a resistência da armadura é

OSTENSIVO - 2-68 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

extremamente baixa – geralmente inferior a um ohm. Se a corrente na partida fosse


controlada unicamente por esta resistência, tornar-se-ia excessivamente intensa. Quando o
motor está funcionando, a força contra eletromotriz gerada na armadura se opõe à tensão
aplicada e limita a corrente. Entretanto, no momento da partida a força contra eletromotriz
não existe, ou é muito baixa, tornado-se necessário limitar o valor da corrente por outro
meio qualquer. Para evitar que a corrente atinja valores que possam danificar a armadura
ou o comutador, usa-se uma resistência – resistor de partida – em série com a armadura,
durante a partida. À medida que a velocidade e a força contra eletromotriz aumentam, a
resistência de partida é excluída gradativamente do circuito. Figura 2.61.
Dá-se o nome de reostato de partida para motores de CC. ao conjunto completo do resistor
citado.

O reostato além de limitar a corrente durante a partida, contem em geral dispositivo de


proteção contra tensão baixa ou circuito de campo aberto.
Automaticamente, o resistor é introduzido no circuito todas as vezes que o motor pára. O
reostato de partida é construído para controlar também a velocidade do motor, recebe o
nome de controlador.
Há vários tipos de reostatos, alguns manuais e outros automáticos. A corrente de partida é,
em geral, limitada em cerca de 150% do valor da corrente de plena carga. Em alguns
motores pequenos, a armadura é enrolada com grande número de espiras de fio fino,
oferecendo bastante resistência à corrente e dispensando, portanto, o uso de reostato.
Entretanto, todos os motores de c c com potência acima de certo valor exigem o emprego
de reostato ou controlador.

Fig. 2.61 – Resistor de partida.


2.5.15.6.2 - Controlador de partida elementar manual
Os controladores de partida manuais são classificados de acordo com o número de ligações
entre eles, o motor e a rede. Por este motivo, os controladores podem ser de duas, três e
quatro posições.
Um controlador elementar é constituído por um resistor com derivações. Partes do

OSTENSIVO - 2-69 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

resistor podem ser colocados em curto, progressivamente, por meio de uma chave faca
cujos contatos estejam ligados às derivações do resistor. Quando se dá a partida no
motor, o contato o contato inicial é estabelecido com a extremidade livre do resistor, e
este fica então inteiramente em série com a armadura. A medida que o motor ganha
velocidade, a chave faca é fechada, lentamente, colocando em curto uma parte cada vez
maior do resistor. Quando a chave faca fica totalmente fechada, toda a resistência está
fora do circuito. (Figura 2.62).
A desvantagem deste controle elementar está no fato de que o operador pode esquecer o resistor
fora do circuito ao desligar a chave principal, e assim não haverá uma resistência limitadora da
corrente na armadura na partida seguinte do motor. Este tipo de controle também não oferece
proteção contra a velocidade excessiva, no caso de interrupção do circuito de campo.

Este controle elementar tem aplicação quase que exclusiva em laboratório, para trabalhos
experimentais.

Fig. 2.62 – Controlador de partida manual.

2.5.15.6.3 - Controladores de partida de três e quatro posições


A figura mostra um controlador de três posições. Observe que ele possui três terminais. O
terminal L vai à rede, o terminal A vai à armadura e o terminal F ao campo. Ao dar
partida no motor, move-se o cursor até o primeiro contato, colocando todo o resistor em
série com o circuito da armadura. O eletroímã de retenção está ligado em série com o
enrolamento de campo, e o conjunto está ligado a rede. A medida que a velocidade do
motor aumenta, cresce a força contra eletromotriz e o cursor desloca-se de contato em
contato, retirando o resistor do circuito. A medida que o cursor se desloca, parte do
resistor também fica em série como campo e o eletroímã de retenção. Quando o cursor
atinge a posição extrema à direita – posição de funcionamento – a armadura fica ligada
diretamente à rede e o motor atinge a velocidade normal. Na posição de funcionamento,
uma pequena peça de ferro (armadura) existente no cursor é atraída pelo eletroímã de
retenção. este eletroímã é alimentado pela corrente de campo. Se, por uma razão qualquer,

OSTENSIVO - 2-70 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

houver falta de tensão na rede, o eletroímã de retenção deixará de atrair a peça de ferro e o
cursor voltará à posição inicial pela ação de uma mola desligando o motor. Evita-se,
assim, o perigo de uma partida sem resistor de partida e com a tensão da rede aplicada à
armadura.
Pode-se regular a mola de retorno, para desligar o motor quando a tensão baixar a um valor
predeterminado.
A esta proteção dá-se o nome de proteção de subtensão. Um campo em aberto reduz a força
contra eletromotriz gerada por um motor derivação ou “compound”, do que resulta um aumento
de velocidade e corrente excessiva na armadura.

O eletroímã de retenção é ligado em série com o campo e solta o cursor quando o circuito
de campo fica interrompido por qualquer razão.
Ver figura 2.63. Desejando-se regular a velocidade pela variação da corrente de campo (corrente
de excitação), usa-se um controle de quatro posições, em que o eletroímã de retenção é ligado à
rede. Neste tipo, a atração magnética do eletroímã de retenção não é afetada pelas variações da
corrente do campo, requeridas para o controle de velocidade. Este tipo de controlador não oferece
proteção para circuito de campo interrompido.
Estes controles, do tipo aberto, apresentam um grupo de contatos montados em uma placa de
material isolante. Um único contato no cursor efetua as funções de partida, parada e regulação da
velocidade, ao tocar, um de cada vez, os contatos da placa.

Fig. 2.63 – controlador de partida de três e quatro posições.


2.5.15.6.4 - Controladores de duas e três posições para motores série
Os controladores de partida para motores tipo série são de duas ou três posições. O
controlador de duas posições tem dois terminais: um para a armadura e outro para a rede.
O eletroímã de retenção fica em série com o campo e com a armadura. Assim, quando o
cursor é posto na posição “desligado”, a armadura e o campo são desligados da rede. Com

OSTENSIVO - 2-71 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

o movimento do cursor de um contato para outro, o motor pode desenvolver sua


velocidade e a força contra eletromotriz, paralelamente ao crescimento da corrente na
armadura.
Quando o cursor está na posição de funcionamento, o resistor está completamente fora do
circuito da armadura e do campo. O eletroímã de retenção, em série com a armadura,
mantém o cursor na posição de funcionamento.
Quando a carga é reduzida, a corrente na armadura diminui, reduzindo o campo do
eletroímã de retenção. O cursor é solto e volta a posição de repouso, desligando o motor.
Desta maneira, quando o motor fica sem carga, é automaticamente desligado da rede. esta
é a proteção para “ausência de carga”.
O controlador de três posições também pode ser usado com motores tipo série.

Neste caso, o eletroímã de retenção funciona como segurança contra a tensão baixa. Se a
tensão na rede cair ou faltar, o eletroímã de retenção liberta o cursor. Isto evita que a tensão
da rede seja aplicada diretamente ao motor quando o resistor estiver fora do circuito. Não
existe, neste tipo de controlador, proteção contra a falta de carga.
A figura 2.64, mostra as ligações para os controladores de duas e de três posições.

Fig. 2.64 – controladores de duas e três posições.


2.5.15.6.5 - Dispositivos de Partida e Controle mais atuais
Os motores de corrente contínua como já sabemos, partem quando se aplica uma tensão
contínua em sua armadura, juntamente com uma fonte de excitação. Caso a partida ocorra
de uma forma direta, conforme esquema da figura 2.65, a corrente de partida do motor terá
valor muito elevado.
alto valor de corrente

OSTENSIVO - 2-72 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

Fig. 6.65 – Partida direta do Motor C C.


Assim, é necessário inserir resistores externos em série com o circuito da armadura para
reduzir o valor da corrente de partida de um motor CC.
2.5.15.6.6. - Partida manual de um motor de corrente contínua.
A partida manual de um motor de corrente contínua ocorre com a introdução de um
reostato de partida em série com o circuito da armadura do motor.
Na figura 2.66, no momento da partida do motor de c. c. o reostato encontra-se com seu valor
máximo. Assim, ao se fechar a chave o motor irá partir com uma corrente de menor valor e,
consequentemente, sua velocidade também será reduzida.

Fig. 2.66 – Reostato de partida todo inserido.

Após a partida vai se reduzindo gradativamente o valor da resistência do reostato, o que


implica na aceleração do motor. Como já foi vencida a inércia do motor, o acréscimo de
corrente, decorrente do aumento de velocidade, será menos impactante no sistema. O
processo continua até se obter a velocidade de trabalho do motor. Neste instante a
resistência do reostato deverá ser de zero ohms, podendo o mesmo ser curto circuitado.
Como há presença do ser humano este processo de partida pode ser adotado quando não
existe necessidade de uma maior precisão na velocidade de trabalho do motor de CC.
2.5.15.6.7. - Partida Automática de um Motor de Corrente Continua
Na partida automática o reostato é substituído por um conjunto de resistores controlados
por contatores. A figura 2.67, mostra respectivamente, o circuito de força e de comando de
uma partida automática de um motor de CC.

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

Fig. 2.67 – Circuito de força e de comando.


Ao acionar a botoeira L o contator K1 é energizado e seus dois contatos k1 fecham. O
motor parte com velocidade reduzida pois estão colocados, em série com o circuito da
armadura, os resistores R1, R2 e R3.
Simultaneamente é acionado o temporizador T1 que inicia uma contagem de tempo.
Decorrido o tempo ajustado em T1 seu contato auxiliar t1 fecha e energiza a bobina de K2.
O contato k2 é fechado e curto circuita a resistência R1.
Como consequência, há uma aceleração do motor. Simultaneamente T2 é energizado e inicia uma
contagem de tempo cujo término implica no fechamento do contato auxiliar t2 que energiza a
bobina de K3. O contato k3 é fechado e curto circuita o resistor R2. Como consequência, há uma
aceleração do motor.

Simultaneamente T3 é energizado e inicia uma contagem de tempo cujo término implica no


fechamento do contato auxiliar t3 que energiza a bobina de K4. relés de tempo, contatores, relés
de falta de fase etc. O contato k4 é fechado e curto circuita o resistor R3. Neste momento o ciclo
se fecha e o motor está desenvolvendo sua velocidade de trabalho. Em resumo os dispositivos de
partida e controle tem as funções respectivamente de controlar a elevada corrente da armadura
de um motor de CC no momento da partida, quando a FCEM é mínima e através de
controladores manuais ou automático, assegurar proteção durante o funcionamento pelo emprego
de relés de sobre cargas, relés de tempo, contatores, relés de falta de fases etc.
2.5.15.7 - Cálculos de rendimentos, resistência da armadura, f c e m, transformação de
potenciais, corrente de campo, corrente da armadura, perdas elétricas, perdas mecânicas
e velocidade
Exercícios:

OSTENSIVO - 2-74 - REV. 3


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1) Um motor composto em derivação curta de 10 HP é alimentado por uma fonte de 120 volts. A
corrente de carga máxima é 95 amperes. A resistência do campo em derivação é 90 Ω , a
resistência da armadura é 0,06 Ω e a resistência do campo série é
0,04 Ω . Calcule:
a) A corrente do campo em derivação;
b) A corrente da armadura;
c) A f c e m;
d) A eficiência com carga máxima;
a) As perdas no cobre com a carga máxima; e
b) As perdas rotacionais.
2) Um motor bipolar com enrolamento ondulado simples (M=1), é ligado a uma linha de 250 volts.
Seu induzido possui uma resistência de 0,2 Ω e uma corrente de 50 amperes circulando pelos seus
500 condutores. O fluxo produzido é de 3x106 linhas de força por polo. Qual a sua velocidade?
3) Quantos cavalo-vapor são produzidos por um motor, quando a corrente na armadura é 18
amperes, a tensão aplicada é de 130 volts e a fcem é de 124 volts?
4) um motor em derivação consome 6 KW de uma linha de 240 volts. Se a resistência do campo for
de 100 Ω , calcule IL, Id e Ia?
2) A força contra eletromotriz (fcem) de um motor em derivação é de 218 volts, a resistência de
campo é de 150 Ω , e a corrente de campo é de 1,5 amperes. A corrente na linha é de 36,5 amperes.
Calcule:
a) A resistência da armadura;

b) Se a corrente da linha durante o período da partida precisa ser limitada a 55 amperes,


qual o valor da resistência do dispositivo de partida que deve ser acrescentada em série
com a armadura?; e
6) A eficiência com a carga específica de um motor em derivação de 100 HP e 600 volts é
de 85 por cento (0,85). A resistência de campo é de 190 Ω e a resistência da armadura é
0,22 Ω . A velocidade do motor com carga máxima é de 1200 RPM. Calcule:
a) A corrente da linha específica;
b) A corrente de campo;
c) A corrente da armadura em condições de carga máxima; e
d) A fcem com carga máxima.

2.6 – PESQUISA DE AVARIAS NAS MÁQUINAS DE CORRENTE CONTÍNUA


Avarias Típicas de uma Máquina de Corrente Contínua.

OSTENSIVO - 2-75 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

Qualquer máquina de corrente contínua, em funcionamento permanente ou não, fica


sujeita a que surjam algumas avarias.
2.6.1 - Produção de Faíscas entre o Comutador e as Escovas.
As escovas podem estar em má posição ou o contacto com o comutador pode ser
defeituoso; a sua qualidade pode ser má ou a montagem no porta-escovas pode não ser a
mais correta, podendo também ser um problema da mola que pressiona a escova contra o
comutador.
Como o comutador necessita de um ajuste perfeito com as escovas, se existir neste um mau
estado de conservação, por exemplo sujo e com irregularidades ou com micas salientes,
pode haver produção de faíscas. Além disso, uma outra situação que pode influenciar as
faíscas é o caso das bobinas indutoras se encontrarem em curto-circuito. Também pode
acontecer que as bobinas dos polos auxiliares estejam com defeito na ligação, portanto mal
ligados ou em curto-circuito. O curto-circuito no indutor e a inadequada ligação das
bobinas do induzido às lâminas do comutador podem também provocar faíscas. Se houver
falta de isolamento entre as lâminas do comutador pode-se provocar um curto-circuito que
mais uma vez pode ser a causa das ditas faíscas que surgem. A sobrecarga e a velocidade
excessiva também influenciam o aparecimento deste fenômeno.

2.6.2 - Aquecimento Anormal dos Componentes da Máquina Aquecimento do


Induzido.

Este aquecimento pode ser provocado pela sobrecarga ou pelo curto-circuito, sendo
também de se considerar as perdas exageradas por histereses e pelas correntes parasitas ou
correntes de Foucault ou ainda defeitos de fabricação. Como a máquina, quando está em
funcionamento, é considerada um todo, se houver aquecimento de outros órgãos da
máquina, este aquece, como consequência. O defeito de isolamento em relação à carcaça
devido à umidade ou o curto-circuito entre espiras ou entre as extremidades das espiras
provoca uma redução brusca da resistência do circuito fazendo elevar a sua temperatura.

Aquecimento do Indutor.
A corrente de excitação que passa nas bobinas indutoras quando excessivas provoca um
aquecimento. Quando a temperatura começa a ser preocupante, pode provocar quebras no

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

isolamento (derretendo o verniz que isola espiras entre si).


Aquecimento do Comutador.
O aquecimento do comutador pode ser provocado pela pressão exagerada das escovas ou
pela defeituosa colocação das mesmas em relação ao comutador ou um mau
dimensionamento das escovas para o comutador em questão. A sobrecarga e o mau
isolamento entre as lâminas do comutador devido à sujeira também são fatores que
influenciam o aumento de temperatura.
Aquecimento dos mancais.
Se a máquina tiver em funcionamento e lubrificação não for efetuada regularmente e de
uma forma eficaz, ou por qualquer motivo o óleo que se destinava à lubrificação estiver em
falta ou ainda se estiver em mau estado ou impróprio, ou também é possível que os anéis
de lubrificação estejam em mau funcionamento ou defeituosos, assim a máquina começa a
girar comprimindo ferro com ferro, provocando um aquecimento. Se o sistema a que o
motor está ligado não for adequado para as suas características, ele fica sujeito a uma
tensão excessiva, tendo também como consequência um aquecimento exagerado.
2.6.3 - Motor Não Arranca
Caso o motor não arranque, deve-se verificar se existe falta de tensão e se o circuito
elétrico até ao motor se encontra em pleno estado de conservação e de funcionamento. No
entanto, deve-se verificar se o reostato de arranque está em perfeito estado de
funcionamento e se não possui nenhuma interrupção no seu circuito elétrico, podendo
também existir erros de ligação do reostato. Um outro motivo pelo qual o motor pode não
arrancar deve-se à interrupção ou curto-circuito nos enrolamentos indutores ou à má
posição das escovas.

NOTA: No caso de existir um defeito no isolamento do motor, ele poderá também não
funcionar.
2.6.4 - Funcionamento ruidoso
O funcionamento ruidoso do motor pode dever-se a um curto-circuito ou à falta de carga
que poderá levar o motor a atingir velocidades muito elevadas. A sobrecarga, o mau
estado do comutador e das escovas, o choque do induzido contra as peças polares, o
induzido desequilibrado, defeitos nos apoios do veio, parafusos desapertados, rolamentos
mal lubrificados e defeitos no acoplamento da correia de transmissão são fatores que
farão, certamente, com que o motor funcione de uma forma ruidosa.
2.6.5 - Dicas de Manutenção
Evitar um funcionamento prolongado, a fim de evitar um aquecimento nas bobinas, que

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

pode provocar um curto-circuito devido ao verniz que serve como isolante entre espiras ter
derretido com o calor.
A lubrificação dos rolamentos deve ser constante e adequada evitando, assim, o
aquecimento destas peças.
A limpeza e a verificação do estado do comutador também devem ser feitas pelo menos
uma vez por ano.
A inspeção das escovas, bem como das molas dos porta-escovas deve ser feita
cuidadosamente a fim de mantê-las em ótimo estado.
Devem-se manter todas as peças do motor bem limpas, evitando a acumulação de pó que,
junto com a umidade, poderia provocar um curto-circuito.
Todo o material isolante exterior é em alumínio tendo como grande vantagem a dissipação
do calor.
Todas as peças são substituíveis; quando realizada uma manutenção planejada e eficaz,
poderá prolongar em muitos anos a vida deste motor.

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CAPÍTULO 3

ALTERNADORES

3.1 – GERAÇÃO E TRANSMISSÃO DA FEM GERADA

A eletricidade se tornou a principal fonte de luz, calor e força utilizada no mundo moderno.
Atividades simples como assistir à televisão ou navegar na internet são possíveis porque a
energia elétrica chega até a sua casa. Fábricas, supermercados, shoppings e uma infinidade
de outros lugares precisam dela para funcionar. Grande parte dos avanços tecnológicos que
alcançamos se deve à energia elétrica.
Obtida a partir de todos os outros tipos de energia, a eletricidade é transportada e chega aos
consumidores no mundo inteiro por meio de sistemas elétricos complexos, compostos de
quatro etapas: geração, transmissão, distribuição e consumo.
O primeiro passo para produzir energia elétrica é obter a força necessária para girar as
turbinas das usinas de eletricidade. Gigantescos sistemas de hélices, elas movem geradores
que transformam a energia mecânica (movimento) em energia elétrica. Essa força pode ser
obtida de diversas fontes de energia primária. No Brasil, a energia elétrica vem, em
primeiro lugar, de usinas hidrelétricas; depois, de termelétricas; e, por último, de usinas
nucleares.
3.1.1 - Energia Hidrelétrica
Em países como o Brasil, que possui muitos rios com grandes desníveis, uma das soluções
mais econômicas para fazer girar turbinas é aproveitar a força das águas, construindo
usinas hidrelétricas. Em uma usina desse tipo, uma barragem, também conhecida como
represa, controla as águas do rio.
No interior da barragem, são instalados grandes tubos inclinados, geralmente chamados
de aquedutos, que abrigam as turbinas. A água desce pelos tubos e faz girar o sistema de
hélices, movimentando o eixo dos geradores que produzem a energia elétrica. Perto dos
geradores são instalados os transformadores, equipamentos que acumulam e enviam a
energia elétrica para os cabos das linhas de transmissão.
Depois de movimentar as turbinas, as águas voltam para o leito do rio sem sofrer nenhum
tipo de degeneração. É por isso que a energia hidrelétrica é considerada uma fonte limpa,
além de ser renovável. No Brasil, a maior quantidade de energia elétricas produzida
provém de usinas hidrelétricas.

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

A Eletrobras detém metade de Itaipu em nome do governo brasileiro, além de ser dona, por
meio de suas empresas, de algumas das principais hidrelétricas em operação no país, como
Tucuruí, no rio Tocantins, e Xingó e as usinas do Complexo Paulo Afonso, no rio São
Francisco.
3.1.2 - Energia Termelétrica
Em regiões com poucos recursos hidrográficos, mas com boas reservas de óleo, carvão ou
gás, é possível girar as hélices das turbinas com a força do vapor resultante da queima
desses combustíveis. Para isso, são construídas usinas termelétricas.
A maioria das usinas termelétricas usa fontes primárias consideradas não-renováveis, mas
em alguns lugares do Brasil já é possível gerar energia queimando combustíveis
alternativos, como a biomassa.
3.1.3 – Energia Nuclear
Na natureza, algumas substâncias, como o urânio, têm núcleos atômicos extremamente
pesados e instáveis, que podem ser divididos em partículas menores se forem
bombardeados por nêutrons. Os nêutrons, ao atingir um núcleo de urânio, provocam sua
quebra em dois núcleos menores e a liberação de mais nêutrons, que, por sua vez, atingirão
outros núcleos de urânio e provocar novas quebras. Essa é uma reação em cadeia. No
momento em que se dividem, os núcleos emitem calor na forma de radiação.
A velocidade de uma reação em cadeia pode ser de dois tipos: não controlada e controlada.
No primeiro caso, a reação ocorre muito rapidamente (em menos de 1 segundo), liberando
enorme quantidade de energia. É o que acontece, por exemplo, na explosão da bomba
atômica. No segundo caso, a reação é controlada pelos chamados reatores de fissão
nuclear, permitindo que a energia liberada seja aproveitada e evitando explosões.
As usinas nucleares brasileiras em operação – Angra 1 e Angra 2 – estão localizadas na
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, que fica em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro,
e pertence à Eletrobras Eletro nuclear.
3.1.4 – Transmissão de Energia Elétrica
As usinas de energia elétrica são, geralmente, construídas longe dos centros consumidores
(cidades e indústrias) e é por isso que a eletricidade produzida pelos geradores têm de
viajar por longas distâncias, em um complexo sistema de transmissão. Ao sair dos
geradores, a eletricidade começa a ser transportada através de cabos aéreos, revestidos por
camadas isolantes e fixados em grandes torres de metal.

Chamamos esse conjunto de cabos e torres de rede de transmissão. Outros elementos


importantes das redes de transmissão são os isolantes de vidro ou porcelana, que sustentam

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

os cabos e impedem descargas elétricas durante o trajeto.


No caminho, a eletricidade passa por diversas subestações, onde aparelhos transformadores
aumentam ou diminuem sua voltagem, alterando o que chamamos de tensão elétrica. No
início do percurso, os transformadores elevam a tensão, evitando a perda excessiva de
energia. Quando a eletricidade chega perto dos centros de consumo, as subestações
diminuem a tensão elétrica, para que ela possa chegar às residências, empresas e indústrias.
A partir daí, os cabos prosseguem por via aérea ou subterrânea, formando as redes de
distribuição.
Depois de percorrer o longo caminho entre as usinas e os centros consumidores nas redes
de transmissão, a energia elétrica chega em subestações que abaixam a sua tensão, para que
possa ser iniciado o processo de distribuição. Entretanto, apesar de mais baixa, a tensão
ainda não é adequada para o consumo imediato e, por isso, transformadores menores são
instalados nos postes de rua. Eles reduzem ainda mais a voltagem da energia que vai
diretamente para as residências, o comércio, as empresas e indústrias.
As empresas responsáveis pela distribuição também instalam em cada local de consumo um
pequeno aparelho que consegue medir a quantidade de energia por eles utilizada. A
medição é feita por hora e chamamos de horário de pico o momento em que uma localidade
utiliza maior quantidade de energia elétrica. Nos centros urbanos, o horário de pico se dá
por volta das 18 horas, quando escurece e, normalmente, as pessoas chegam do trabalho
acendendo as luzes, ligando os condicionadores de ar e a televisão e tomando banho com a
água aquecida por chuveiros elétricos.
Podemos observar que o consumo de eletricidade varia de acordo com a estação do ano e
com a região do país, dependendo do nível de luminosidade e do clima, entre outros
fatores.
Sistema Interligado Nacional (S I N)
O sistema de transmissão brasileiro, considerado o maior do mundo, é controlado pelo
Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que conta com a participação de empresas
de todo o país, trabalhando de forma interligada.
A Eletrobras possui mais da metade das linhas de transmissão do Brasil e tem participado
ativamente da expansão do Sistema Interligado Nacional (S I N). O S I N, formado
basicamente por empresas de geração, transmissão e distribuição do país, permite o
intercâmbio de energia elétrica entre as diversas regiões brasileiras.

Isso significa que a eletricidade que chega até a sua casa pode ter viajado centenas ou
milhares de quilômetros em linhas de transmissão. Além disso, pode ter sido gerada por

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

diferentes usinas ao longo do ano.


Apesar de o S I N abastecer a maior parte do país, alguns sistemas menores e isolados
também são utilizados, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Os sistemas isolados
geram a energia que vai ser consumida apenas em uma determinada localidade ou até
mesmo por uma só indústria.
3.2 – CARACTERÍSTICA FÍSICAS DE CONSTRUÇÃO DOS ALTERNADORES
A maior parte da energia elétrica atualmente utilizada é proveniente de geradores de
corrente alternada. Presentemente o seu uso está se estendendo a aviões e até automóveis.
Esses geradores são fabricados em vários tamanhos, dependendo do fim a que se destinam;
desde os enormes geradores de uma grande usina que pode produzir milhões de volt
amperes, até os pequenos geradores usados em aviões que produzem uns poucos milhares
de volt amperes.
Independente do tamanho, todos os geradores operam segundo o mesmo princípio
básico: um campo magnético cortando condutores; ou condutores passando através das
linhas de força de um campo magnético. Dessa forma, todo gerador tem, pelo menos
dois, conjuntos distintos de condutores: (1) um grupo de condutores no qual a f.e.m.
(força eletromotriz) é gerada ou induzida, e (2), um segundo grupo de condutores pelos
quais é feita passar uma corrente contínua para produzir um campo magnético de
polaridade fixa. Os condutores onde a tensão de saída é gerada, formam os denominados
ENROLAMENTOS DA ARMADURA. Os condutores onde se produz o campo
eletromagnético formam os ENROLAMENTOS DE CAMPO.
3.2.1 - Partes componentes
Sejam quais forem suas dimensões, todos os geradores elétricos de C C ou C A dependem
do movimento relativo entre um campo magnético e uma bobina. Enquanto houver
movimento relativo entre um condutor e um campo magnético, será gerada uma tensão. A
parte que produz o campo magnético é o campo indutor, e a parte em que aparece a
tensão é o campo induzido ou armadura. Para que se possa obter movimento relativo
entre um campo magnético e um condutor, existem duas partes mecânicas – um rotor e
um estator. Sabemos que nos geradores de C C a armadura é sempre o rotor. (Veja figura
3.1).

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Fig. 3.1 – Semelhança entre alternador e gerador de CC.


3.2.2 - Alternadores quanto ao tipo de induzido
Há dois tipos de alternadores: o de armadura girante e o de campo girante. O primeiro tipo
é de construção semelhante à dos geradores de CC, pois a armadura gira em um campo
magnético fixo. Nos geradores de C C a FEM gerada no enrolamento da armadura é
convertida em CC por meio do comutador; nos alternadores, a c. a. gerada é aplicada à
carga pelos anéis coletores. O tipo de alternador com armadura girante, isto é, de campo
fixo, só é usado para pequenas potências nominais e não é uso generalizado.
O tipo de campo girante tem o enrolamento da armadura estacionário, na carcaça, e o
enrolamento de campo é girante A vantagem do enrolamento da armadura fixo é a de que
podemos aplicar a tensão gerada à carga. A armadura móvel exige anéis para conduzir a
corrente do enrolamento até a carga. Se a tensão gerada for elevada, há possibilidade de
centelhamento e curto-circuitos, pois os anéis coletores ficam expostos. A construção
usual, portanto, para alternadores com tensão elevada, é a de campo girante. A tensão
aplicada ao campo girante é baixa e contínua, não existindo, portanto, o problema de
centelhamento nos anéis coletores. (Observe a figura 3.2).

Fig. 3.2 – Tipos de induzidos.

A corrente máxima que um alternador pode fornecer depende da capacidade de dissipação


térmica da sua armadura. O efeito térmico, perda I2R, aquece os condutores e, se o aquecimento

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

for excessivo, pode destruir o isolamento. Desta maneira, os alternadores são especificados em
termos desta corrente máxima e da tensão de saída; a potência nominal é dada em volt ampères
(VA) ou unidades mais práticas: quilovolt ampères (KVA) e megavolt ampères (MVA).
Os alternadores de potências nominais elevadas são geralmente acionados por turbinas de alta
rotação. A máquina acionadora é quase sempre uma turbina a vapor, de alta velocidade,
alimentada com vapor de alta pressão. Por ser muito elevada a velocidade, usa-se um rotor
cilíndrico, com pequeno diâmetro; o enrolamento de campo é firmemente fixado às ranhuras do
rotor. A disposição do enrolamento é tal que ele forma dois ou quatro polos. Esta construção é a
única que permite o funcionamento com velocidade elevadas suportando sem danos a tremenda
força centrífuga desenvolvida.( Veja figura 3.3).
Nos alternadores de baixa rotação, movidos por motores elétricos ou não, turbinas hidráulicas e
turbinas com engrenagens redutoras, usa-se um rotor com polos salientes. Neste tipo de
construção, fixa-se à estrutura do rotor um determinado número de peças polares, enroladas
previamente. Os enrolamentos de campo são ligados em série paralelo. Em ambos os casos, os
extremos dos enrolamentos são ligados aos anéis coletores montados no eixo do rotor.
Usa-se sempre excitação em separado, com C C fornecida por um gerador de C C, conhecido
como excitatriz. A armadura estacionária, ou estator do alternador, suporta os enrolamentos que
são cortados pelo campo magnético girante. O resultado desse “corte” é uma tensão alternada
que é aplicada à carga.

Fig. 3.3 – Formas de rotores.

3.2.3 - Alternadores quanto ao número de fases


3.2.3.1 – Alternador monofásico
Em um alternador monofásico, todos os condutores da armadura são ligados em série ou
paralelo; constituem, praticamente, um único enrolamento, no qual é gerada uma tensão.
Se você entender o princípio de funcionamento do alternador monofásico, estará em

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

condições de entender a operação dos alternadores polifásicos.


(A figura 3.4) mostra como é o esquema de um alternador monofásico bipolar. O estator é
bipolar porque o enrolamento é feito em dois grupos de polos distintos, enrolados no
mesmo sentido nas ranhuras do estator. Observe que o rotor também consiste de dois
grupos polares em que os polos adjacentes têm polaridades opostas, quando o rotor gira, os
seus polos induzem tensões no enrolamento do estator. Como os polos do rotor estão na
mesma posição em relação a um polo do estator, os dois polos do estator são cortados por
igual número de linhas de forca magnéticas. As tensões induzidas nos dois enrolamentos
do estator tem, portanto, a mesma amplitude num dado instante.
Os dois polos do enrolamento do estator são unidos de modo que as tensões alternadas
ficam em fase ou em “série aditiva”. Suponha que o polo n° 1 do rotor, um
polo sul, induza uma tensão com a polaridade mostrada no n° 1 do estator. Como o polo n°
2 do rotor é norte, a tensão induzida no polo n° 2 do estator terá polaridade inversa à da
tensão no polo n° 1. Para que as tensões nos dois polos fiquem em série aditiva, a ligação
dos polos n.° 1 e 2 deve ser a mostrada na figura.
Observe que os dois enrolamentos do estator são ligados em série, de modo que as tensões
se somam, produzindo uma tensão total duas vezes maior do que a de um dos
enrolamentos.

Fig. 3.4 – Esquema do alternador monofásico.


3.2.3.2 - Alternadores bifásicos
Os alternadores polifásicos possuem dois ou mais enrolamentos monofásicos distribuídos
simetricamente no estator.

Nos alternadores bifásicos, você encontra dois enrolamentos monofásicos dispostos de


modo que as tensões alternadas induzidas nos mesmos ficam defasadas de 9Ø°, os
enrolamentos são dispostos de tal modo que, quando um é cortado pelo fluxo máximo, o
outro está numa região de fluxo nulo.
(A figura 3.5) mostra um alternador bifásico, de dois polos. O estator possui dois
enrolamentos monofásicos, completamente separados um do outro. Cada enrolamento
contém duas bobinas ligadas em série, cujas tensões se somam. O rotor é idêntico ao usado

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

no alternador monofásico. Os polos do rotor, na primeira figura, estão exatamente em


frente aos enrolamentos da fase “a”.
Portanto, a tensão induzida na fase a é máxima, ao passo que a na fase b não há tensão
induzida. A medida que o rotor gira ele se aproxima do enrolamento b, afastando-se do
enrolamento a. A tensão induzida na fase a, portanto, decresce e a fase b aumenta,
partindo do zero. Na segunda figura, os polos do rotor estão em frente dos enrolamentos
da fase b. Agora, a tensão induzida na fase “b” é máxima e a da fase “a” caiu a zero.
Observe que um deslocamento de 9Ø° do rotor correspondeu a um quarto de ciclo, ou
9Ø° elétricos. A fig. 4.5 mostra as formas de ondas das tensões induzidas nas fases a e b,
para um ciclo completo. As tensões estão defasadas de 9Ø°.

Fig. 3.5 – Esquema do alternador bifásico.


Se as fases de um alternador bifásico forem ligadas de modo que apenas três dos quatro
fios originais (dois por fase) apareçam externamente, teremos o alternador bifásicos a três
fios. (A figura 3.6) mostra um alternador deste tipo. O desenho esquemático é
simplificado, pois não mostra o rotor e a fase, constituída por vários enrolamentos em
série, é mostrada como um único enrolamento. Os enrolamentos foram traçados em
ângulo reto para indicarem a defasagem de 9Ø°. Os três fios tornam possíveis três tipos de
ligações diferentes para a carga; a e b em cada fase e c abrangendo as duas fases.
A tensão, nesta última ligação, é a soma vetorial das tensões nas fases, a amplitude é
maior e o ângulo de fase é 45°, em relação a qualquer das fases.

A tensão resultante é igual ao produto da tensão na fase pela raiz quadrada√ 2 = 1,414).

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Fig. 3.6 – Esquema simplificado do rotor e fases do alternador bifásico. O sistema


bifásico é empregado raramente para transmissão de energia, mas é encontrado em redes de
distribuição e, em alguns casos, seu uso torna-se até vantajoso para o acionamento de máquinas
bifásicas.
As duas fases podem ser instaladas, independentes uma da outra, para alimentar dois circuitos
autônomos monofásicos, ou podem fornecer energia a uma carga em comum, como, por
exemplo, um motor de indução, tal como se mostra no esquema da (figura 3.7), e uma mesma
carga não pode ser alimentada simultaneamente entre as duas fases. Só se dispõe de um único
valor de tensão, visto que são idênticas as voltagens das duas fases.
Se, entretanto, os enrolamentos do gerador forem ligados entre si, por seu ponto neutro,
consegue-se um sistema estrela, a quatro fios.

Fig. 3.7 – Sistema bifásico com duas fases independentes.


Quando um fio neutro é estendido na rede, que está ligada ao ponto neutro, acompanhando a
distribuição dos outros quatro fios de fase, obtém-se um sistema a cinco fios, como se mostra na
(figura 3.8 a). Assim, portanto, são aproveitáveis três diferentes valores de tensão. No caso de
ser de 200 volts a diferença de potencial entre os fios externos de cada fase, pode-se dispor de
200, 100 e 141 volts, como se mostra na (figura 3.8 b). Este sistema é mais prontamente
desequilibrado que o sistema trifásico, o que contra indica o seu emprego.

Outra objeção apresentável está no seu grande número de fios.

OSTENSIVO - 3-9 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

Fig. 3.8 – Sistema bifásico interligado para dar um sistema estrela a cinco fios. Se
uma extremidade da bobina A é ligada a um extremo da bobina B, obtém-se um sistema
bifásico a três fios, como se mostra na(figura3.9), que dá dois valores diferentes para a
voltagem,200 e 283 volts.
Este sistema é muito pouco usado, devido ao grande desequilíbrio que apresenta nas
tensões, mesmo quando há apenas cargas moderadas no circuito.
Observe que o fio comum N transporta uma corrente de intensidade I x √2, onde I é a
corrente que circula em cada um dos fios externos. O fio N não é, pois, um verdadeiro fio
neutro porque seu potencial não é centro de equilíbrio das tensões do sistema.

Fig. 3.9 – Sistema bifásico a três fios.


Portanto, as tensões induzidas nas fases de um alternador bifásico, nos sistemas de dois,
três, quatro ou cinco fios, surgem as equações relativas aos respectivos sistemas, que serão
aqui informados:
1° caso: dois fios - EL= EF. j 2
2° caso: três fios – EL= EF e EL= EF.j 2
3° caso: quatro fios – EL= EF e EL= EF.j 2
2
4° caso: cinco fios – EL= EF; EL= EF e EL= EF.j 2
2 2
3.2.3.3 - Alternadores trifásicos
O alternador trifásico, como seu nome sugere, possui três enrolamentos monofásicos
disposto de forma que as tensões induzidas fiquem defasadas de 120°. Um diagrama
esquemático de um estator trifásico, mostrando todas as bobinas, fica muito complicado,
tornando-se difícil ver o que realmente acontece.

O diagrama esquemático simplificado mostra todas as bobinas de uma das fases

OSTENSIVO - 3-10 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

concentradas numa só. Não se representa o rotor, para maior simplicidade. As formas de
onda das tensões geradas em cada fase são traçadas num gráfico, defasadas de 120°. O
alternador trifásico mostrado na (figura. 3.10), corresponde essencialmente a três
geradores monofásicos cujas tensões estão defasadas de 120°. As três fases são
independentes entre si.

Fig. 3.10 – Forma de tensões trifásica.


3.2.3.4 - Tipos de ligações ou fechamentos fundamentais de um alternador
Para evitar seis ligações externas, unimos os extremos das fases, formando uma ligação y
ou estrela. O ponto comum às três fases é chamado neutro, e a tensão entre este ponto e
qualquer dos condutores é igual à tensão na fase. A tensão total, ou tensão de linha, entre
dois condutores (fios fases) quaisquer, é a soma vetorial das tensões da fase individuais. A
tensão de linha é igual ao produto da tensão de fase por 1,73. Os enrolamentos formam um
caminho único para a corrente entre fases; portanto, as correntes na linha são iguais às
correntes nas fases.
Podemos também ligar as fases de outro modo, unindo os extremos dois a dois; esta é a
ligação em triângulo ou delta. Nesta ligação, as tensões de linha são iguais às tensões das
fases; as correntes nas linhas, porém, são a soma vetorial das correntes nas fases A corrente
na linha é igual ao produto da corrente na fase por 1,73, pois a defasagem é de 120°.
Ambas as ligações, estrela e triângulo, são usadas nos alternadores. (Observe figura 3.11).

Fig. 3.11 – Tipos de ligações de um alternador.

3.2.3.5 - Frequência e tensão nos alternadores

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

A frequência da C.A gerada por um alternador depende do número de polos e da


velocidade do rotor. Quando um rotor descreve um ângulo de modo que dois polos
adjacentes do rotor (um norte e um sul) passam diante de um enrolamento, a tensão
induzida no enrolamento em apreço varia e completa um ciclo de 360 graus elétricos. A
frequência (f) pode ser determinada com a seguinte equação:
f=NP N = número de rotação por minuto (RPM).
120 P = número de pares de polos.
Quanto maior o número de polos, menor a velocidade de rotação necessária para uma
certa frequência. Para gerar a mesma frequência, uma máquina de dois polos deve girar
com uma velocidade quatro vezes maior do que a de uma máquina de oito polos. Em
outras palavras, se um alternador de dois polos e um de oito polos tiverem a mesma
velocidade de rotação, a frequência da C A gerada pelo alternador de oito polos será
quatro vezes maior do que a do alternador de dois polos. (Figura 3.12).

Fig. 3.12- Relação entre nº de polos e frequência.


Varia-se o valor da tensão gerada por um alternador variando-se a intensidade do campo.
Em um alternador, do mesmo modo que em um gerador de C. C., a tensão de saída varia
com a carga. Além da queda I x R, há outra queda de tensão no enrolamento chamado
queda I x L. A queda I x L é consequência da reatância indutiva do enrolamento. As duas
quedas reduzem a tensão de saída à medida que a carga aumenta.
A variação de tensão entre a ausência de carga e a carga total é conhecida como a
regulação de tensão do alternador. Pode-se manter constante e tensão de saída em um
alternador, variando-se a intensidade do campo de acordo com as variações de carga.
3.2.3.6 - Ligações trifásicas nos alternadores
Quase todos os alternadores modernos são máquinas trifásicas. Isto se justifica porque os
alternadores trifásicos têm maior rendimento do que os alternadores monofásicos e
bifásicos (Figura 3.13).

As bobinas do estator dos alternadores trifásicos podem ser ligadas em estrela ou em


triângulo. Com estes tipos de ligações, somente três fios saem do alternador, facilitando a

OSTENSIVO - 3-12 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

ligação a outros equipamentos trifásicos.


É comum usarmos transformadores trifásicos com estes sistemas. Estes transformadores
podem ser constituídos por três transformadores monofásicos ligados da mesma maneira
que os alternadores. Se os primários e os secundários forem ligados em estrela, a ligação
será estrela - estrela. Se os primários e os secundários forem ligados em triângulo,
teremos a ligação triângulo – triângulo.

Fig. 3.12 – Ligações de alternadores e transformadores.


3.2.3.7 - Equações de um sistema estrela balanceado do alternador
Sistema trifásico em estrela: EF = EL ● EL = EF x √ 3 ● IF = IL ● √ 3
Potência Real ou verdadeira: PR = √ 3 x EL x IL x cósө (KW) ●
Potência Aparente: PA = √ 3 x EL x IL (KVA) ●
Potência Reativa: Preat = √ 3 x EL x IL x senө (KVAR) ●
3.2.3.8 - Equações de um sistema triângulo balanceado do alternador
Sistema trifásico em Triângulo: EF = EL ● IL = IF x √ 3 ● IF = IL ●
√3
3.2.3.9 – Alternador trifásico
Constituídos de três enrolamentos monofásicos defasados de 120º EL.

3.2.3.10 – Tipos de ligação com características elétricas Ligação


estrela: eleva a tensão e mantém a corrente elétrica.

OSTENSIVO - 3-13 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

EL = EF√ 3 IL= IF
Ligação triângulo: eleva a corrente elétrica e mantém a tensão.

EL = EF IL = IF√ 3
3.2.3.11 – Reação do induzido nas máquinas de C A
Quando um gerador de CA não alimenta carga, o fluxo do campo de CC fica distribuído
uniformemente através do entreferro. Quando o gerador alimenta uma carga reativa,
entretanto, a corrente, fluindo através dos condutores da armadura, produz nela uma força
magnetomotriz (fmm) que influência a tensão terminal pela alteração da grandeza do fluxo
do campo através do entreferro. Quando a carga é indutiva, a fmm da armadura opõe-se ao
campo CC, enfraquecendo-o, reduzindo, portanto, a tensão terminal. Quando uma corrente
em avanço circula na armadura, o campo CC é favorecido pela fmm da armadura e o fluxo
através do entreferro aumenta, aumentando assim a tensão terminal.
3.2.3.12 – Potências ativas e reativas nos alternadores trifásicos
A potência nos geradores de CA depende de alguns fatores a serem observados, por
exemplo: as cargas a serem alimentadas como cargas resistivas, indutivas e capacitivas.
Isto ocorre devido a origem da corrente gerada ser alternada. Cada carga resistiva,
indutiva, capacitiva, na sua essência adquire característica própria quando animada pela
corrente alternada. Por exemplo: a carga resistiva ao ser alimentada por uma CA mantém a
corrente em fase com a tensão aplicada; a carga indutiva ao ser alimentada por uma CA
atrasa a corrente em um ângulo de 90° EL em relação a tensão aplicada e a carga
capacitiva ao ser alimentada por uma CA adianta a corrente num ângulo de 90° EL em
relação a tensão aplicada. Com estas realidades acrescidas das combinações das cargas, as
potências nas máquinas de CA são subdivididas em: potência real ou verdadeira, potência
reativa e potência aparente.

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

3.2.3.13 – Cálculos de potências, rendimentos e regulagem de tensão

Exercícios.
1) Um gerador de C A trifásico, ligado em estrela tem uma tensão terminal de 450 volts e
fornece uma corrente a plena carga de 300 amperes por terminal com um fator de potência
de 80%. Determine: a) Tensão de fase, b) A corrente a plena carga por fase, c) Os KVA ou
potência aparente, d) Potência real de saída.
a) E. Fase = E Linha = 450 = 260 volts.
'1 3 '1_3
b) I. Fase = I. Linha = 300 amperes.
c) Potência Aparente = KVA = E Linha . I Linha.'1 3 PA
= 450 x 300 x '1 3 = 233,6 KVA.
d) Potência Real = E Linha x I Linha.'1 3. cos ɵ PR PR
= 450 x 300 x '1 3 x 0,8 = 186,8 KW.
2) Um gerador de C A trifásico, ligado em delta, tem uma tensão terminal de 450 volts e a
corrente em cada fase é 200 amperes. O fator de potência de carga é 75%. Determine: a) A
tensão de linha, b) A corrente de linha, c) Potência Aparente, d) A Potência Real.
a) E. Fase = E. Linha = 450 volts.
b)I. Linha = I. Fase '1 3 = 1,732 x 200 = 346 Amperes.
c) Potência Aparente = E linha. I Linha.'1 3 PA
= 450 x 346 x 1,732 = 269 KVA.
d)Potência Real = E Linha x I Linha x √ 3 x cosө.
PR = 450 x 346 x 1,732 x 0,75 = 202,02 KW.

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

CAPÍTULO 4

MOTORES DE CORRENTE ALTERNADA


4.1 – PARTES COMPONENTES
4.1.1 – Estator
Parte fixa da máquina constituída de enrolamentos alojados nas ranhuras da sua superfície
interna. Estes enrolamentos são responsáveis pela produção do campo indutor.
4.1.2 – Rotor
Parte rotativa da máquina. Possui enrolamentos nos quais será induzida (ou aplicada) uma
FEM.
4.1.3 – Tipos de Rotores dos Motores de C A
Gaiola de esquilo: usado nos motores de indução (monofásicos e polifásicos). Bobinados:
usado em motores síncronos e em motores de indução trifásicos com resistor de partida.
4.2 - TIPOS DE MOTORES DE CORRENTE ALTERNADA
Como a maior parte da energia elétrica produzida é C A, muitos são os tipos de motores
projetados para trabalharem com este tipo de corrente. Os motores de C A, em sua
maioria, têm características de funcionamento semelhantes às dos motores de C C,
embora o seu funcionamento esteja menos sujeito a defeitos. Isto porque os motores de C
C apresentam problemas na comutação que envolvem as escovas, os porta-escovas, o
plano neutro etc. Muitos tipos de motores de C A nem mesmo usam anéis coletores, e
assim podem proporcionar um funcionamento livre de defeitos durante períodos bastante
longos.
Os motores de C A apresentam características excelentes para a operação a velocidades
constantes, porque a velocidade é determinada pela frequência da fonte de alimentação.
Existem também motores de C A cuja velocidade pode ser variada dentro de certos
limites.
Os motores de C A podem ser monofásicos ou polifásicos. O princípio de funcionamento
é o mesmo em todos os casos, isto é, o de um campo magnético girante que provoca a
rotação do rotor da máquina.
Os motores de C A são classificados geralmente em dois tipos principais: (1) motores
síncronos e (2) motores de indução ou assíncronos. O motor síncrono é
um alternador funcionando como motor; aplica-se C A ao estator e C C ao rotor.

O motor de indução difere do motor síncrono por não ter o seu rotor ligado a qualquer fonte

OSTENSIVO - 4-1 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

de alimentação. O motor de indução é muito mais usado do que o motor síncrono. (Veja
figura 4.1).

Fig. 4.1 – Diferença entre rotores de indução e rotores síncrono.


4.2.1 - Campo Girante
Antes de aprendermos como um campo magnético girante obriga o rotor energizado a
girar, nós devemos compreender como é produzido um campo magnético girante. O
esquema abaixo mostra um estator trifásico, alimentado por uma fonte de C A trifásica,
como o alternador já estudado. Os enrolamentos estão ligados em triângulo. As bobinas
de cada fase estão enroladas no mesmo sentido. O campo magnético gerado por uma
bobina depende da corrente que por ela passa no momento. Se a corrente for nula, não
haverá campo magnético. Se a corrente for máxima, o campo também será máximo.
Como as correntes nos três enrolamentos estão defasadas de 120°, os campos magnéticos
que produzem apresentam a mesma defasagem. Os três campos combinam-se em um
único, para agir sobre o rotor. Veja nas figuras 4.2 e 4.3 que os campos se combinam
dando um campo único, cuja posição varia com o tempo. Ao fim de um ciclo de C A, o
campo terá girado 360°, ou uma rotação completa.

OSTENSIVO - 4-2 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

Fig. 4.2 – Ligação em Triângulo.

Fig. 4.3 – Produção de um campo magnético girante.

A figura 4.3 mostra as formas de ondas das três correntes aplicadas ao estator. As correntes
estão defasadas de 120°. As formas de ondas podem representar tanto as correntes como os
campos magnéticos gerados pelas três fases ou correntes nas fases. As formas de ondas foram
designadas com as mesmas letras das fases correspondentes. Usando as formas de ondas,
podemos combinar os campos magnéticos gerados, em cada 1/6 de ciclo (60 graus), para
determinar o sentido do campo magnético resultante. No ponto 1, c é positiva e b é negativa.
Isto significa que há correntes em sentidos opostos nas fases b e c. Deste modo, fica
estabelecida a polaridade magnética das fases b e c. A polaridade é mostrada no diagrama
simplificado acima do ponto 1. Observe que b' é um polo norte e b um polo sul; c é um polo
norte e c' é um polo sul. Como no ponto 1 não há corrente através da fase a, seu campo
magnético é nulo. Os campos magnéticos dos polos b' e c dirigem-se aos polos sul mais
próximos, respectivamente c' e b. Os campos magnéticos de b e c tem amplitudes iguais, e o
campo magnético resultante fica entre os dois campos, com o sentido indicado.
No ponto 2, 60° após, as correntes aplicadas às fases a e b são iguais e opostas, e a corrente na

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

fase c é nula. Você pode verificar que o campo magnético girou 60°.

No ponto 3, a onda B tem valor zero, e o campo resultante tornou a girar mais 60°. Dos
pontos 1 a 7 (correspondendo a um ciclo de CA), você pode verificar que o campo
magnético resultante gira 360°, sempre que um ciclo de CA é aplicado ao estator.
Conclui-se que um campo girante é produzido sempre que se aplica uma CA trifásica aos
três enrolamentos simetricamente dispostos no estator.
4.2.2 - Motores síncronos
A construção do motor síncrono é essencialmente a mesma do alternador de polos
salientes. Para compreender o funcionamento do motor síncrono, suponha que a aplicação
de c. a. trifásica ao estator produza um campo magnético girante cercando o rotor. O rotor,
alimentado com CC, age como um ímã em barra. Um ímã em barra, podendo se deslocar
livremente no interior de um campo magnético, gira até ficar alinhado com o campo.
Quando o campo magnético gira, o ímã gira com ele. Se o campo girante for intenso, a
força sobre o ímã será grande. Portanto, o ímã será capaz de acionar uma carga, enquanto
estiver girando para se alinhar com o campo magnético girante. Os motores síncronos
diferem dos motores de indução sob diversos aspectos. Os motores síncronos requerem
uma fonte de corrente CC para o campo. Requerem também componentes especiais para
partida, incluindo um campo de polo saliente com enrolamento de partida em grade.
O rotor do motor síncrono de tipo convencional é essencialmente igual ao do gerador de C
A de polo saliente. Os enrolamentos dos estatores de motor de indução e síncrono são
exatamente iguais. A figura 4.4, mostra o estator e rotor de um síncrono respectivamente.

Fig.4.4 – Estator e rotor de um motor síncrono.


Se alimentado com tensão correta, um gerador de CC opera de maneira satisfatória como
um motor de CC e praticamente não haverá diferença nas características físicas e de
potência entre eles.

OSTENSIVO - 4-4 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

De maneira similar, um gerador CA se comporta como um motor síncrono se for fornecida


uma potência elétrica externa aos seus terminais de saída. Os campos rotativos do motor
síncrono são geralmente do tipo polo saliente conforme mostrado na figura (b).
Suponha, por exemplo, que dois geradores c. a. de tipo polo saliente operam em paralelo
alimentando uma barra. Se for desligada a conexão mecânica de tração de um dos
geradores, ele se tornará um motor síncrono e continuará a girar na mesma velocidade
anterior, drenando potência elétrica do outro gerador.
4.2.3 - Princípio de operação do motor síncrono
Uma corrente polifásica é fornecida ao enrolamento do estator de um motor síncrono e
produz um campo magnético rotativo da mesma forma como em um motor de indução.
Uma corrente CC é fornecida ao enrolamento do rotor produzindo assim polaridade fixa
em cada polo. Se admitirmos que o rotor não apresenta inércia e que nenhuma carga é
aplicada ao seu eixo, o rotor gira em sincronismo com o campo rotativo enquanto for
aplicada energia elétrica em ambos os enrolamentos. A razão de um motor síncrono ser
levado a velocidade síncrona por meios especiais pode ser compreendida observando as
figuras 4.5 A e B.

Fig. 4.5 – Tendência da rotação do motor síncrono.

Se os enrolamentos do rotor e do estator estão alimentados, conforme os polos do campo


magnético rotativo se aproximam dos polos do rotor de polaridade oposta (figura A), a
força de atração tende a girar o rotor em sentido oposto ao campo rotativo. Conforme o
rotor parte nesse sentido, os polos do campo rotativo deixam os polos do rotor (figura B) e
isso tende a atrair os polos do rotor no mesmo sentido do campo rotativo. Dessa forma, o
campo rotativo atrai os polos do rotor inicialmente em um sentido e em seguida no outro,
de maneira que o torque de partida é zero.
4.2.4 - Meios para dar Partida em um Motor Síncrono
Através de um motor de CC acoplado ao eixo do rotor, após atingir a velocidade bem
próxima da síncrona, o rotor é então excitado por uma fonte de CC (geralmente um
gerador de CC montado no mesmo eixo) e o reostato de campo é ajustado para um mínimo

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

de corrente de linha.

Um motor gaiola de esquilo é colocado no rotor do motor síncrono para fazer a máquina
partir automaticamente como um motor de indução.

Fig. 4.6 – Rotor acompanhando o campo girante. 4.2.5


- Vantagens dos motores síncronos:
1. Velocidade constante
2. Aplicação na correção do fator de potência, com o campo do rotor superexcitado sem
carga.
Uma das desvantagens do motor síncrono é a de não poder entrar em funcionamento
(quando parado) pela simples aplicação de corrente alternada trifásica ao estator. Assim
que a C A é aplicada ao estator, produz um campo magnético girante de velocidade
elevada. O campo girante passa tão rapidamente em frente aos polos do rotor que este não
consegue acompanhá-lo.
Quando se aplica C A ao estator de um motor síncrono, aparece imediatamente um campo
magnético girante com alta velocidade. O campo magnético passa em frente aos polos do
rotor com tanta velocidade que o rotor é repelido primeiro em um sentido e, em seguida,
no outro. O motor síncrono, na sua forma pura, não apresenta conjugado de partida.
Geralmente, os motores síncronos são postos em funcionamento como motores de gaiola,
usando-se um rotor com enrolamento tipo gaiola. Para dar partida no motor, alimenta-se o
estator e se mantém o rotor com C C, e ele passa a acompanhar o campo magnético
girante. De acordo com Figura 4.6, supra demostrada.
4.2.6 – Efeitos e carga sobre motores síncronos
No motor síncrono o rotor engata-se magneticamente para acompanhar o campo
magnético giratório e deve continuar a girar em sincronismo qualquer que seja a carga.
Sem carga as linhas centrais de um polo de campo magnético rotativo e de um polo de

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

campo CC coincidem (figura 4.7a).

Quando se aplica uma carga ao motor, há um desvio pra trás do polo do rotor relativo ao polo do
estator (figura 4.7b). Não há variação na velocidade. O deslocamento angular entre os polos do
rotor e do estator é chamado de ângulo de torque ou de potência.

Fig. 4.7(a) e (b) – Posições relativas do polo do estator e do polo do rotor C C. Quando o
motor síncrono funciona sem carga (o ângulo de torque é praticamente 0 o), a força contra
eletromotriz Vg é igual à tensão aplicada ou à tensão do terminal, Vt (desprezando as perdas do
motor) (figura 4.8a). Aumentando-se as cargas e os ângulos de torque, a posição da fase Vg
varia com relação a Vt que permite um fluxo de corrente maior no estator para suportar a carga
adicional (figura 4.8b). Vt e Vg não estão mais em sentido opostos. A sua tensão resultante Vr
faz com que a corrente flua nos enrolamentos do estator. I segue Vr de aproximadamente 90o
devido a sua alta indutância dos enrolamentos do estator. Ɵ. é o ângulo de fase entre Vt e I. Um
aumento de carga resulta num grande ângulo de torque, que produz um aumento de Vr e I
(figura 4.8c). Se a carga mecânica for muito alta, o rotor sai de sincronismo e causa uma
parada. O valor máximo do torque que um motor pode desenvolver sem perder seu sincronismo
é chamado de torque de perda de sincronismo. Se o motor síncrono tiver um enrolamento em
gaiola de esquilo ele continuará a funcionar como motor de indução.

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

Fig. 4.8(a), (b) e (c) – Os vetores fasoriais para um motor síncrono para três
condições de cargas diferentes e com a mesma excitação de campo C C.

4.2.7 – Especificações e eficiência


Os dados da plaqueta de identificação de um motor síncrono incluem os mesmos itens
encontrados nas plaquetas de identificação de geradores C A, sendo a especificação de
quilovolt ampère substituída pela especificação de cavalo-vapor. A eficiência de um
motor síncrono é geralmente mais alta do que a dos motores de indução de mesma
especificação de potência (cavalo-vapor) e velocidade. As perdas são as mesmas dos
geradores síncronos. Os motores síncronos são usados em aplicações de potência com
velocidade constante em tamanho acima de 20 Hp. Uma aplicação comum é em
compressores a gás ou a ar.
4.2.8 – Correção de fator de potência com motores síncronos
Uma vantagem enorme do motor síncrono é que ele funciona como um motor de potência
(FP) igual a um (1). Variando-se a intensidade do campo C C, o fator de potência total de
um motor síncrono pode ser ajustado ao longo de uma faixa considerável.
Assim, o motor simula uma carga capacitiva através da linha. Se um sistema elétrico
estiver funcionando com um fator de potência indutivo, os motores síncronos ligados
através da linha e ajustados para um F P capacitivo podem melhorar (aumentar) o fator do
sistema.

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

Qualquer melhora do F P aumenta a capacidade de fornecimento para a carga, aumenta a


eficiência e, em geral, melhora as características de funcionamento do sistema. (A figura 4.9
mostra as diferentes excitações de campo do motor síncrono).

Fig. 4.9 – Vetores fasoriais de um motor síncrono com uma carga constante com
diferentes valores de excitação de campo.

Excitação de campo usada para alterar o fator de potência do motor síncronos.


Para uma carga mecânica constante, pode-se variar o FP de um motor síncrono de um valor
capacitivo ou de um valor indutivo ajustando-se a sua excitação de campo C C (figura 4.9). A
excitação de campo é ajustada de modo que o FP = 1 (figura 4.9a). Para a mesma carga,
quando se aumenta a excitação de campo, a força contra eletromotriz Vg aumenta. Isso provoca
uma variação na fase entre a corrente I no estator e a tensão terminal Vt, de modo que o motor
funciona com um FP capacitivo (figura 4.9b).
Se a excitação de campo for reduzida abaixo do valor representado (figura 4.9a), o motor
funciona com FP indutivo (figura 4.9c). Um exemplo de curva V para o motor síncrono, obtida
de um fabricante, mostra como a corrente do estator varia para uma carga constante com a
excitação de campo do rotor. O fator de potência também pode ser lido quando se varia a
corrente de campo.
Exemplo:
A carga de uma instalação industrial é de 400 KVA para um fator de potência de 75 por cento
indutivo. Qual deve ser o FP da carga adicional de 100 KW de um motor síncrono se ele
aumentar o FP da instalação toda para 100 por cento?
1° passo: calcule a potência reativa inicial da instalação (figura 4.10).

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

Fig. 4.10 – Relações do triângulo de potência.


4.2.9 - Motores de indução
O motor de indução é o motor de C A mais usado, por causa de sua simplicidade,
construção robusta e baixo custo de fabricação. Estas características do motor de indução
resultam do fato de ser o rotor uma unidade auto suficiente que não necessita de
conexões externas. O nome motor de indução é derivado do fato de serem induzidas
correntes alternadas no circuito do rotor, pelo campo magnético girante do estator. A
construção do estator do motor de indução é praticamente igual à do estator do motor
síncrono, mas os seus rotores são completamente diferentes. O rotor do motor de
indução é um cilindro laminado, com ranhuras na superfície. Os enrolamentos colocados
nessas ranhuras podem ser de dois tipos.
O tipo mais comum é o de gaiola de esquilo; consiste em barras de cobre ou bronze. Não
há necessidade de isolamento entre o núcleo e as barras, porque as tensões geradas nas
barras do rotor são muito baixas. O entreferro entre o rotor e o estator é muito pequeno,
para se obter a máxima intensidade de campo.
O outro tipo de rotor apresenta bobinas colocadas nas ranhuras e é conhecido como
rotor enrolado. A figura 4.11 mostra os tipos de rotores.
Com qualquer tipo de rotor, o princípio básico de funcionamento é o mesmo. O campo

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magnético girante, gerado no estator, induz um campo magnético no rotor.

Há uma ação mútua entre os dois campos, e isto faz o rotor girar.

Fig. 4.11 – Tipos de rotores dos motores de indução.


4.2.10 - Funcionamento dos motores de indução
Quando se aplica C A aos enrolamentos do estator, produz-se um campo magnético
girante. Este campo girante corta os condutores do rotor e induz corrente nos mesmos.
Quando você estudou os dispositivos básicos dos medidores e os motores elementares,
aprendeu que esta corrente induzida gera um campo magnético em torno dos condutores
do rotor, e este campo tende a se alinhar com o campo do estator. Entretanto, como o
campo do estator gira continuamente, o campo do rotor não consegue se alinhar com
ele; assim, o campo do rotor segue o do estator, mas sempre atrasado em relação a ele.
Figura 4.12.

Fig. - 4.12 – Funcionamento do motor de indução.

Como sabemos, de acordo com a, lei de Lenz, qualquer corrente induzida tende a se opor
às variações do campo que a produziu. No caso de um motor de indução, a variação é a
rotação do campo resultante do estator, e a força exercida sobre o rotor pela corrente
induzida e o campo no rotor é tal que tenta cancelar o movimento contínuo do campo do
estator. Esta é a razão pela qual o rotor acompanha o campo do estator, tão próximo
quanto o permitam o seu peso e a carga.

OSTENSIVO - 4-11 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

4.2.11 – Campo girante, velocidade síncrona


Campo girante ou campo rotativo, é estabelecido por uma corrente polifásica aplicada nas
fases de um estator trifásico.

O enrolamento trifásico obedece a características próprias respeitando alguns critérios:


1) As fases são formadas por grupos polares que são ligadas entre si e defasadas num
ângulo de 180º elétricos.
2) As três fases são defasadas entre si de 120º elétricos.
3) Para ser possível esta defasagem em graus elétricos entre grupos polares da mesma
fase e fases diferentes mantenham respectivamente 180º el e 120º el; o grupo de bobinas
(grupo polar) é projetado para ter 60º el.
Com esta disposição de arranjos, ao alimentarmos um estator com corrente trifásica, o
campo magnético criado movimentará a cada 60º el criando um campo girante.
Velocidade síncrona é a velocidade do campo girando no estator de um alternador igual à
velocidade da máquina motriz que acionou o alternador.
Ex: A velocidade mecânica é igual à velocidade elétrica.
N = f x 120 .·. N x P = f x 120
P
Velocidade mecânica = Velocidade elétrica
4.2.12 – Conjugado e características de funcionamento de um motor de indução
É a força aplicada para tirar o rotor da inércia.
Conjugado ou torque é determinado pela seguinte fórmula: T = k φ i r cos ɵ PR r.
Onde:
T = torque, Kg.m;
K = é uma constante que se refere ao número de condutores da armadura, nº de
percursos elétricos e outros fatores que são constantes para uma determinada
máquina;
CD = fluxo do estator rotativo, linhas de fluxo;
Ir = corrente do rotor; e
Cos ө = fator de potência do rotor.
4.2.13 – Deslizamento
O rotor dos motores tipo gaiola de esquilo não pode girar com a mesma velocidade do
campo magnético girante. Se as velocidades fossem iguais, não haveriam movimento
relativo entre eles e, em consequência, não haveria FEM induzida no rotor. Sem FEM
induzida não há conjugado agindo sobre o rotor. A velocidade do rotor deve ser inferior à
do campo magnético girante, para existir movimento relativo entre os dois. A diferença

OSTENSIVO - 4-12 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

percentual entre as velocidades do campo girante e do rotor é chamada deslizamento.


Quanto menor for o deslizamento, mais se aproximarão as velocidades do rotor e do
campo girante. (Veja figura 4.13).

Fig. 4.13 – Deslizamento.


A velocidade do rotor depende do conjugado requerido pela carga. Quanto maior for a
carga, maior a força de torção necessária para girar o rotor. Esta força só pode aumentar
se a FEM induzida no rotor aumentar, e esta FEM só pode aumentar se o campo
magnético cortar o rotor com maior rapidez. A velocidade relativa entre o campo girante
e o rotor aumenta quando o rotor gira mais devagar. Portanto, a velocidade do motor de
indução cai, com cargas pesadas. Realmente, apenas pequenas variações de velocidade
são necessárias para produzir as variações de corrente para atender às alterações normais
de carga. A razão disto é a baixa resistência do enrolamento do rotor.
Nos motores de indução consideramos dois tipos de deslizamentos: Deslizamento
Absoluto (SA) e Deslizamento Relativo (SR).
Deslizamento Absoluto (SA) – É a diferença em RPM entre a velocidade síncrona
(velocidade do campo girante) e a velocidade mecânica (velocidade do rotor).
SA- Deslizamento Absoluto.
N1- Velocidade síncrona (estator).
N2- Velocidade mecânica (rotor).
SA = N1 – N2 = RPM.
Deslizamento Relativo (SR) – É a razão entre o deslizamento absoluto e a
velocidade síncrona dada em percentagem.
SR = SA x 100 = % ou SR = N1 – N2 x 100 = %
N1 N1
Símbolos de deslizamento e velocidade:
S = Deslizamentos.
SA = Deslizamento Absoluto.
N = Velocidade.
SR = Deslizamento Relativo.

OSTENSIVO - 4-13 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

N1 = Velocidade Síncrona (estator).


N2 = Velocidade Mecânica (rotor).

4.2.14 – Frequência e tensão induzida no rotor


É a frequência da tensão induzida no rotor do motor de indução quando ele está em
movimento. A frequência induzida depende da velocidade do rotor que é controlada pela
carga, onde a tensão induzida depende da relação da velocidade entre o estator e o rotor.
A frequência do rotor (FR) é diretamente proporcional à percentagem de deslizamento.
FR = SR x FS = HZ.
100
Onde o SR é o deslizamento relativo, FS frequência da fonte de alimentação.
Ex: Frequência da fonte (FS) 60 HZ, SR 5 %
Frequência do rotor (FR) = FR = SR x FS.·. FR = 5 x 60 = 3 HZ.
100 100

4.2.15 – Rendimento
É a relação entra a potência produzida pelo motor e a potência absorvida da rede.
T = Potência nominal x 100 = %
Potência total
4.2.16 – Perdas
As perdas podem ser elétricas ou mecânicas.
Perdas Elétricas: podem ser:
1) No cobre do estator e rotor.
a) Estator: Is2 x Rs
b) Rotor: Ir2 x Rr
2) Efeito da Histerese
3) Mecânicas: Atrito nos rolamentos.
4.2.17 – Eficiência
É a relação da potência de saída para a potência de entrada e para a carga total. A
eficiência varia entre 85% nos pequenos motores e acima de 90% nos motores de
grandes portes.
4.2.18 - Motores de indução bifásicos
Os motores de indução podem ser monofásicos, bifásicos ou trifásicos. Em todos estes
casos, a C A aplicada ao estator deve produzir um campo girante que arrasta o rotor
consigo.

OSTENSIVO - 4-14 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

Você já viu como uma C A trifásica aplicada a um enrolamento trifásico distribuído


simetricamente produz um campo magnético girante.
O motor de indução bifásico possui dois enrolamentos no estator, espaçados de 90º. A
figura 4.14, mostra um desenho simplificado do estator bifásico.

A outra figura é um diagrama esquemático do motor de indução bifásico. O circuito pontilhado


representa o enrolamento do rotor em curto-circuito.

Fig. 4.14 – Desenho e diagrama esquemático de um motor de indução bifásico. Se as


tensões aplicadas às fases a-a1 e b-b1 estiverem defasadas de 90°, as correntes também estarão
defasadas de 90°. Os campos magnéticos estarão também defasados de 90°, pois estão em fase
com as correntes que os produzem. Estes dois campos magnéticos defasados, produzidos, por
bobinas cujos eixos são perpendiculares, se somarão a cada instante para produzir um campo
resultante que completará uma volta em cada ciclo de C A.
A próxima figura mostra um gráfico dos dois campos magnéticos alternados defasados de 90°.
As formas de ondas são designadas por letras correspondentes às respectivas fases. Na posição
1, a corrente e o campo magnético no enrolamento a-a1 estão no máximo, e são nulos no
enrolamento b-b1. O campo magnético resultante terá, portanto, o sentido do eixo do
enrolamento a-a1. Na posição 2 (45°) o campo magnético resultante estará situado a meio
caminho entre os enrolamentos a-a1 e b-b1, pois as correntes e os campos são iguais. Na posição
3 (90°), o campo magnético é nulo em a-a1 e máximo em b-b1. O campo magnético resultante
deslocou-se 90° entre a posição 1 e a posição 3. Na posição 4 (135°), os campos magnéticos
são novamente iguais em intensidade. O campo de a-a1, porém, inverteu a polaridade. O campo
resultante ficara igual distância dos enrolamentos e o seu sentido é o indicado. Na posição 5
(180°), o campo é nulo em b-b1 e máximo em a-a1. O campo resultante terá a-a direção de a-a1,
conforme a (figura 4.15).
Dos 180° aos 360° (posições 5 a 9), o campo magnético resultante gira mais 180°, completando
uma rotação.
Portanto, com dois enrolamentos perpendiculares e usando alimentações defasadas de 90°, você

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

obtém um campo magnético girante.

Fig. 4.15 – Produção de um campo magnético do motor bifásico.


4.2.19 - Motores monofásicos
O motor de indução monofásico possui apenas uma fase e é alimentado por uma C A
monofásica. Este tipo de motor é muito usado sempre que se requer um motor pequeno e
de pouca potência. A principal vantagem destes motores é que para pequenas potências,
eles são de baixo custo, em relação aos outros tipos de motores. Eliminam também a
necessidade de alimentação trifásica. Os motores monofásicos são usados quando há
necessidade de motores pequenos, para trabalhos leves, como em ventiladores,
refrigeradores, máquinas de furar portáteis, esmeris, máquinas de lavar pratos etc.
Os motores monofásicos são divididos em dois grupos: (1) motores de indução e (2)
motores série. Os motores de indução usam rotor do tipo gaiola de esquilo, com um
dispositivo especial para a partida. Os motores série lembram os motores de C C, porque
possuem comutador e escovas. (Figura 4.16).

Fig. 4.16 - Grupos de motores monofásicos.


O motor de indução monofásico possui um único enrolamento no estator. Este

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

enrolamento gera um campo que não é girante, mas se alterna ao longo do eixo do
enrolamento.

Quando o rotor está parado, o campo do estator, ao se expandir e contrair, induz


correntes no rotor. O campo gerado no rotor tem polaridade oposta ao do estator. A
oposição dos campos determina o aparecimento de forças que atuam sobre a parte
superior e a parte inferior do rotor, com a tendência de girá-lo 180º a partir de sua
posição inicial. A ação das forças é igual em ambos os sentidos, pois elas atuam através
do centro do rotor. O resultado é que o rotor continua parado. (Figura 4.17). Entretanto,
se o rotor estiver girando ao se ligar o motor, ele continuará em movimento no sentido
inicial, pois a ação das forças será ajudada pela inércia do rotor.
A velocidade do rotor aumenta até que ele gira quase 180º em cada alternação do campo
do estator.
É necessário existir um deslizamento para haver corrente induzida no rotor. Na
velocidade máxima, portanto, o rotor gira menos de 180º para cada mudança de
polaridade do campo do estator. Figura 4.17.

Fig. 4.17 - Motor monofásico parado ou girando.


4.2.20 - Motores de indução de fase dividida – Partida a capacitância
Sabemos que o rotor do motor monofásico continua girando, quando do se dá a partida no
motor com o rotor em movimento. Contudo, não é prático acionar o rotor com a mão, e,
portanto, um dispositivo elétrico deve ser incorporado ao estator para dar origem a um
campo girante, por ocasião da partida. Assim que o motor entrar em funcionamento, o
dispositivo poderá ser eliminado do circuito do estator, pois o rotor e o estator juntos
produzirão o campo girante necessário ao funcionamento do motor. Um dos tipos que
possui dispositivo para a partida é o motor de indução de fase dividida.
Este motor usa combinações de indutância, capacitância e resistência para produzir um
campo girante. O primeiro tipo de motor de indução de fase dividida que você estudará é
o de partida a capacitância. A figura 4.18, é um esquema simplificado de um motor
típico de partida à capacitância.

OSTENSIVO - 4-17 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

O estator possui um enrolamento principal e um enrolamento de partida. Este é ligado em


paralelo e perpendicularmente ao principal. A defasagem de 90° elétricos entre os dois
enrolamentos é conseguida com o uso de um capacitor em série com o enrolamento de partida e
a chave de partida. Na partida, a chave é ligada e o capacitor é tal que, na realidade, temos um
circuito RC, no qual a corrente está avançada cerca de 45° em relação à tensão da rede. O
enrolamento principal tem resistência suficiente para que a corrente fique atrasada de quase 45°
em relação à tensão da rede. As duas correntes e, portanto, os campos magnéticos gerados por
elas ficam defasados de 90°. O efeito resultante é semelhante ao de um estator bifásico,
produzindo um campo girante, necessário à partida do motor.
Quando o motor atinge uma velocidade próxima da nominal, cerca de 75%, um dispositivo
chamado interruptor centrífugo, interrompe o enrolamento auxiliar e o motor funciona como
um motor de indução monofásico simples. Como o enrolamento auxiliar é uma bobina
pequena, o motor não apresenta grande conjugado de partida. O sistema de fase dividida é
usado somente em motores pequenos.
Como o motor de indução bifásico é mais eficiente do que o monofásico, torna-se desejável
manter o enrolamento auxiliar permanentemente no circuito, passando o motor a funcionar
como bifásico. A capacitância de partida comumente é de valor elevado, a fim de permitir a
passagem de uma corrente intensa no enrolamento auxiliar. Pode-se, assim, obter conjugados de
partida mais elevados.
Quando o motor atinge a velocidade nominal, a corrente no enrolamento auxiliar pode ser
reduzida, diminuindo-se a capacitância. Desta maneira, usam-se dois capacitores em paralelo na
partida, um dos quais é eliminado do circuito quando o motor atinge a velocidade nominal. Esse
motor é do tipo de indução com capacitor de partida e capacitor permanente.

Fig. 4.18 – Motor monofásico partida a capacitância.


O torque de partida do motor capacitivo pode ser tão grande quanto 350% do torque em plena
carga.

Os capacitores eletrolíticos usados para dar partida nos motores variam entre 80

OSTENSIVO - 4-18 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

microfarad para motores com 1/8 de HP e 400 microfarad para os motores de 1 HP. Os
motores capacitivos de ambos os tipos são fabricados desde capacidade de potência
fracionária até cerca de 10 HP. São normalmente empregados para tracionar moendas,
máquinas de furar, compressores de refrigeradores e outras cargas que requerem partida
com torque relativamente grande. O sentido de rotação do motor capacitivo pode ser
invertido pela troca dos terminais do enrolamento de partida.
Observação: os motores de indução de duplo capacitor possuem dois (2) tipos de
capacitores: um eletrolítico e um a óleo. O capacitor eletrolítico é auxiliado pelo
capacitor a óleo na partida do motor e são ligados em paralelo entre si e em série com um
dos enrolamentos, já que possuem as mesmas características. Após a partida o interruptor
centrífugo retira o capacitor eletrolítico, permanecendo o capacitor a óleo, onde manterá
os dois enrolamentos defasados e funcionando como motor bifásico. Pela sua
constituição física o capacitor a óleo tem um maior poder de dissipação de calor, razão
pelo qual permanece na linha.
4.2.21 - Motor de indução de fase dividida – Partida a resistência
O motor de partida a resistência é outro tipo de motor de indução de fase dividida. Além
do enrolamento principal, este motor também tem um enrolamento auxiliar que pode ser
retirado do circuito como nos motores de partida a capacitância. O enrolamento de
partida é perpendicular ao enrolamento principal.
Obtém-se uma defasagem elétrica entre os dois enrolamentos construindo-os com
impedâncias desiguais. O enrolamento principal tem indutância elevada e resistência
baixa. A corrente fica, portanto muito atrasada em relação à tensão. O enrolamento de
partida tem relativamente baixa indutância e resistência elevada. A corrente fica,
portanto, pouco atrasada, em relação à tensão. Suponha, por exemplo, um motor no
qual os atrasos sejam de 70° para o enrolamento principal e 40° para o enrolamento
auxiliar; as correntes estão defasadas de 30°, assim como os respectivos campos
magnéticos. Embora o ângulo de defasagem ideal fosse de 90°, para um conjugado
de partida máximo, o ângulo de 30° pode produzir um campo girante capaz de dar partida
no motor. Quando o motor atinge a velocidade nominal, uma chave centrífuga desliga o
enrolamento de partida da rede. (Figura 4.19).

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

Fig. 4.19 – Motor de indução partida a resistência.


4.2.22 - Motores de indução com polos sombreados
O motor com polo sombreado emprega um estator de polo saliente e rotor tipo gaiola de
esquilo. Os polos projetados do estator lembra os das máquinas C C. Consegue-se o
efeito do campo magnético girante, dando-se uma construção especial ao estator,
laminando os polos e seccionando para alojar uma espira em curto circuito denominada
bobina de sombra. Este motor é geralmente fabricado em diversos tamanhos, com
potência de até 1/20 HP. Um motor desse tipo com quatro polos é mostrado na figura
4.20(A). As bobinas de sombra são localizadas em torno da extremidade em avanço dos
polos e o enrolamento do polo principal é concentrado e enrolado em torno da sapata
polar.
As quatro bobinas que compreendem o enrolamento principal são ligadas em série com
os terminais do motor. Um motor de dois polos de baixo custo empregando bobinas de
sombra é mostrado na figura 4.20(B).

Fig. 4.20 A e B – Motores monofásicos polos de arrastamento.


A maioria dos motores com polo sombreado tem apenas um dos lados do polo seccionado
e, dessa forma, o sentido de rotação não pode ser invertido. Entretanto, alguns motores de
polo sombreado tem ambas as pontas extremas seccionadas para alojar as bobinas de
sombra. Entretanto, esse motor apresenta baixo torque de partida, baixa eficiência e
notável ruído. É normalmente usado para acionar ventiladores de pequeno porte.

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

4.2.23 - Motores de partida por repulsão


O motor de partida por repulsão é dotado com um rotor bobinado, comutador e escovas. o
estator é laminado e comporta um enrolamento monofásico que envolve toda a sua
superfície.
O motor possui um interruptor centrífugo que remove as escovas do comutador e coloca
um anel de curto-circuito em torno do comutador. Essa ação ocorre quando é atingido 75
por cento da velocidade síncrona. A partir dessa velocidade, o motor opera com as
características do motor de indução monofásica.
O torque de partida do motor de indução com partida por repulsão se desenvolve pela
interação das correntes do rotor e pelo campo monofásico do estator. De maneira
diferente do motor de fase dividida, o campo do estator não gira, mas alterna na partida.
As correntes do rotor são induzidas por ação transformadora. Por exemplo, no motor de
dois (2) polos da figura (A) abaixo, as correntes do estator são mostradas no instante em
que se estabelece um polo Norte no lado superior do estator e um polo Sul no lado
inferior. A tensão induzida no rotor produz uma corrente no rotor que flui no sentido de
se opor ao campo do estator. Essas correntes fluem em sentido oposto da esquerda para a
direita sob porções do polo norte, e, de maneira similar, sob o polo sul.
Dessa forma, a força total para fazer girar o rotor é zero quando as escovas estão
localizadas na posição mostrada. Observar figura 4.21 A, B e C.
Na figura (B), as escovas são deslocadas 90º das suas posições originais e novamente
não há esforço no sentido de fazer girar o rotor porque nesse caso a corrente no rotor é
zero. Não pode haver corrente nessa posição porque as tensões induzidas por ação
transformadora são iguais e opostas nas metades (superior e inferior) do enrolamento do
rotor.
Na figura (C), o eixo das escovas é deslocado do eixo polar do estator de um ângulo
próximo de 25º e, nessa posição, se desenvolve o torque máximo.
O sentido das correntes induzidas no rotor sob o polo norte e do estator é na direção do
observador e sob o polo sul é no sentido de afastamento do observador. Aplicando a regra
da mão direita para motores, a força que atua nos condutores sob o polo Norte é para a
esquerda e sob o polo sul é para a direita tendendo assim a fazer girar o rotor no sentido
anti-horário. Quando a polaridade do estator inverte, o sentido da corrente no rotor
também inverte, mantendo assim o sentido de rotação.

OSTENSIVO - 4-21 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

A função do comutador e das escovas é dividir a corrente do rotor ao longo de um eixo


que está deslocado do eixo do campo do estator no sentido anti-horário. O motor recebe
o nome da repulsão existente entre os polos iguais do rotor e do estator. Assim, as
correntes no rotor estabelecem os polos N’ e S’ no rotor que são repelidos pelos polos N
e S do estator.
O torque de partida é cerca de 250 a 450% do com carga total e a corrente de partida é
375% da corrente com carga total. O motor com repulsão na partida apresenta maior
torque de funcionamento do que o motor com partida por capacitor, mas o motor
capacitivo, em contrapartida, pode acelerar cargas até a velocidade plena, cargas essas
que o motor de repulsão pode retirar da condição de parado mas não as consegue
acelerar.

Fig. 4.21 – Funcionamento do motor à repulsão.

4.2.24 - Motor série de CA


O motor série de CA opera tanto em circuitos de alimentação CA como em CC. O
sentido de rotação do motor série CC independe da polaridade da tensão CC aplicada,
desde que as ligações do campo e da armadura não sejam trocadas. Consequentemente, se
um motor série for ligado a uma fonte CA, o torque que se desenvolve tende a fazer girar
a armadura em um determinado sentido.
Para projetar um motor série com o propósito de obter operação satisfatória com corrente
alternada, as seguintes alterações devem ser feitas:
1. As correntes parasitas devem ser reduzidas pelo emprego de polos laminados, anel e
armadura.
2. As perdas por histerese são minimizadas pelo uso de lâminas de aço silício de alta
permeabilidade do tipo empregado nos transformadores.
3. A reatância dos enrolamentos de campo é mantida em valor satisfatoriamente baixo
usando-se peças polares estreitas, poucas espiras, baixa frequência de operação,
comumente 25 Hz para motores de grande porte, baixa densidade de fluxo e baixa
relutância (pequeno entreferro).

OSTENSIVO - 4-22 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

4. A reatância da armadura é reduzida pelo emprego de enrolamento de compensação


alojado nas peças polares. Se o enrolamento de compensação for ligado em série com a
armadura, é compensada condutivamente. (ver figura 4.22 A e B).

Se o enrolamento de compensação for curto circuitado a armadura é compensada


indutivamente.

Fig. 4.22 - Operação satisfatória do motor série.


Os motores série de C A com capacidade de potência fracionária são denominados
Motores Universais. Esses motores não são dotados de enrolamentos de compensação
ou fios preventivos. São comumente empregados para acionar ventiladores e ferramentas
portáteis, tais como furadeiras, moendas e serras, ou seja, são usados sempre em motores
de potências fracionárias.
4.3 – LIGAÇÕES PARA MOTORES MONOFÁSICOS
4.3.1 – Ligação para 127 volts e 220 volts
Nos motores monofásicos de uma maneira geral, os seus fechamentos externos são para
127 e 220 volts C A, também possuem na maioria das vezes dois enrolamentos distintos
defasados de 90° elétricos um do outro, que são chamados de enrolamento de trabalho
ou funcionamento e enrolamento auxiliar ou de partida, que quando o motor atinge
75% de sua velocidade de funcionamento, é retirado da linha através de um dispositivo
mecânico denominado interruptor centrífugo. (A figura 4.23 mostra as ligações de
fechamento e posicionamento dos demais dispositivos).

OSTENSIVO - 4-23 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

Fig. 4.23 – Esquema de ligações dos motores monofásicos.

4.4 – LIGAÇÕES PARA MOTORES TRIFÁSICOS

4.4.1 – Ligação estrela


Nesta ligação os inícios de fases (T1, T2 e T3) são ligados à linha de alimentação e os
finais de fases (T4, T5, T6) são ligados em curto (Figura 4.24).
Na ligação estrela IL = IF e EL = EF.'13

Fig. 4.24 – Ligação estrela.


As fases de um motor trifásico, quando divididas em duas seções, permitem que o motor
funcione, quando ligado em estrela, em duas tensões diferentes: 760 Volts e 380 Volts,
estrela série e estrela paralela respectivamente. Quando as fases do motor trifásico não
for dividida ele poderá operar em 220 V.(ligação DELTA) e 380 V. (ligação
ESTRELA).
4.4.2 – Ligação Triângulo
Nesta ligação o início da fase A e o final da fase C (T1 e T6), o início da fase B e o final
da fase A (T2 e T4) e o início da fase C e o final da fase B (T3 e T5) formam os vértices
do triângulo que serão ligados à linha. (Figura 4.25).

Fig. 4.25 - Ligação triângulo.


Nesta ligação EL = EF e IL = IF. '13
Quando as fases do motor trifásico estiverem divididas em duas seções, ele poderá
operar, ligado em delta, em duas tensões diferentes: 440 Volts e 220 Volts, Delta série e
Delta paralelo respectivamente.

OSTENSIVO - 4-24 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

4.5 – LIGAÇÕES DE MOTORES DE VÁRIAS TENSÕES

Alguns tipos de motores se constroem para que possam funcionar com duas, três ou
quatro tensões diferentes, podendo assim ser utilizado um mesmo motor em localidades
onde a voltagem da rede de alimentação tem valores diferentes.

Nas duas maneiras conhecidas de agrupar as fases dos enrolamentos trifásicos, isto
é, estrela ou triângulo; um motor ligado em triângulo-série pode operar com uma
tensão 1,73 vezes superior ao ser conectado em estrela-série, ou vice-versa; um
motor com ligação estrela-série pode passar a funcionar em outra linha de
alimentação com uma voltagem 1,73 vezes menor quando é reconectado em

volts.
4.5.1 – Ligação série-paralelo

triângulo-série, isto é, quando a razão da tensão é de 1÷V3.


Mais acima, foi visto que um motor pode operar com três voltagens diferentes e,
onde ao passar da tensão bifásica de 220 volts para a trifásica de 380 volts, é
necessário reduzir em uns 25 aproximadamente o número de bobinas, deixando-as
mortas ou inativas. Estas mesmas bobinas fecham-se em· curto-circuito quando há
necessidade de que o motor funcione em uma rede de 500
Em determinados casos, é interessante dispor-se o enrolamento do motor de forma
que cada fase possa ser ligada à vontade, em série ou então formando dois circuitos
paralelos.
Esta forma de dispor-se as ligações do enrolamento é conhecida com o nome de
ligação série-paralelo e, é com o principal objetivo de tornar possível que um mesmo
motor possa ser utilizado em localidades com linhas de alimentação de tensões
diferentes, sempre que uma das tensões seja o dobro da outra.
A potência do motor não altera, porque enquanto a tensão da linha fica reduzida à
metade, a intensidade da corrente aumenta o dobro ou, vice-versa.
a) A ligação série-paralelo é possível tanto nos enrolamentos em que suas fases
estão agrupadas em estrela, como naqueles motores que têm as fases agrupadas em
triângulo, desde que sejam cumpridas as seguintes condições: o cálculo de um
enrolamento previsto com circuitos paralelos é idêntico ao dos enrolamentos aqui
estudados do tipo de circuito único, isto é, em que todos os grupos ou todas as
espiras de cada fase acham-se ligadas em série;
b) Os circuitos paralelos devem estar equilibrados, para tal cada um deles deverá
ter o mesmo número de bobinas em série e estarão agrupadas de forma idêntica;
c) As correntes que percorrem os distintos circuitos paralelos devem fazê-lo no

OSTENSIVO - 4-25 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

sentido conveniente para que fiquem formados corretamente os polos do


enrolamento;

d) Deverá ser igual a resistência e reatância de cada enrolamentos ligados em paralelo


etc.
4.5.2 – Ligação de um motor em estrela para duas tensões
Normalmente, nos motores de dupla tensão, a caixa de ligações tem nove terminais
para assegurar a mudança de voltagem o mais rápido e simples possível.
Internamente são ligados em estrela os finais das três fases. Cada fase é dividida em
duas metades, ficando aberta a ligação entre estas duas metades, porque os terminais
são levados até a caixa de ligações. Dos nove terminais, três correspondem às
entradas das fases e os outros seis aos pontos de corte dos centros das fases.
Para facilitar o trabalho de instalação e a alteração de tensão o diagrama de ligação
é gravado na placa de características (figura 4.26) e os cabos do motor, são
fabricados com identificação permanente por meio de numeração gravada em
metal ou por cores codificadas (figura 4.27), dando maior facilidade de sequência
aos diagramas, não permitindo enganos e possibilitando a troca de ligações com
grande rapidez.

Fig.4.26 - Diagrama de ligações gravado na placa de


características dos motores.

Fig. 4.27 – Caixa de ligações com identificação permanente dos terminais do


motor.
Para ligar o motor a tensão maior, liga-se o bobinamento em estrela-série
segundo mostra (figura 4.28). Para ligar este mesmo motor a uma tensão
menor procede-se como indica a (figura 4.29), ligando o enrolamento em
estrela-paralelo, onde os terminais 4,5 e 6 formam um ponto neutro externo.

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

Fig. 4.28 – Ligação estrela-série para a tensão superior.

Fig. 4.29 – Conexão estrelaparalelo para a tensão interior.

4.5.3 – Motor com ligação triângulo para duas tensões


Neste tipo de ligação as três fases do enrolamento são ligadas internamente em
triângulo e, como no caso anterior, cada fase é dividida em duas metades, levando até
a caixa de ligações nove terminais, três correspondentes aos vértices do triângulo e os
outros seis aos centros das fases.
A (figura 4.30) mostra o diagrama de ligações gravado na placa de características.

Fig. 4.30 – Diagrama de ligações gravado na placa de características.


Na (figura 4.31), está indicada a forma de se ligar o enrolamento do motor em
triângulo-série para a tensão maior.
Para este mesmo motor poder funcionar com a tensão menor deve-se ligar o
enrolamento em triângulo-paralelo segundo e mostrado na (figura 4.32).

A (figura 4.33) mostra o enrolamento de um motor com todos seus terminais livres,
dispostos assim para poder-se ligar o motor em estrela-série e estrela-paralelo, ou em

OSTENSIVO - 4-27 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

triângulo-série e triângulo-paralelo.

4.5.4 – Enrolamentos de motores para quatro


tensões.
Neste tipo de motores cada fase é dividida em duas metades, ficando independentes e
levando até a caixa de ligações doze terminais, seis correspondentes aos extremos das
três fases e os outros seis a seus centros.

As duas metades de cada fase podem ser ligadas em paralelo ou em série e, pode-
se agrupar as três fases em estrela ou em triângulo, obtém-se assim quatro
combinações diferentes para se poder ligar o motor a quatro tensões diferentes.
Por exemplo, nos motores de 220/380/440/760 volts, o enrolamento é preparado
de forma que possa trabalhar nas diferentes tensões, com as seguintes ligações:

a) Para 220 volts a ligação entre os "meios enrolamentos” de cada fase é


feita em paralelo e a conexão entre as fases faz-se em triângulo, ( figura 4.34),
resultando assim uma ligação triângulo paralelo;

Fig. 4.34 – Ligação triângulo-paralelo.


b) Em 380 volts a conexão entre os "meios enrolamentos” faz-se em
paralelo e, a ligação das fases em estrela, ( figura 4.35). Esta conexão é
chamada de estrela-paralelo;

Fig. 4.35 – Conexão estrela-paralelo.


Nos 440 volts os "meios enrolamentos" são ligados em série e as fases em triângulo.

OSTENSIVO - 4-28 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

A (figura 4.36) mostra este tipo de ligação triângulo-série

Fig. 4.36 - Ligação triângulo-série.


Na tensão de 760 volts ligam-se os "meios enrolamentos" em série e, as fases, são
agrupadas em estrelas, ( figura 4.37) , obtendo-se desta forma a conexão estrela-série.

OSTENSIVO - 4-29 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

Fig. 4.37 - Conexão estrela-série.

Esta disposição das ligações permite que o motor possa quando ligado em: 220 volts,
iniciar a partida em estrela-paralelo e ficar funcionando em triângulo-paralelo; 440
volts, partir com o estator ligado em estrela-série e, após passar a operar ligado em
triângulo-série.
A figura 4. 38 mostra o bobinamento e a disposição dos terminais, possibilitando
a troca de ligações com grande rapidez para poder ser ligado a qualquer uma das
quatro tensões para as quais o motor foi projetado.

OSTENSIVO - 4-30 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

Fig. 4. 38 - Enrolamento de um motor que pode ser ligado a quatro tensões


diferentes.
4-7 – PESQUISA DE DEFEITOS NOS MOTORES DE CA
Defeitos Internos nos Motores de C.A. Assíncronos.
4.7.1 - O Motor Não Arranca.
Interrupção numa das fases do estator trifásico.
A interrupção numa das fases dos motores trifásicos transforma o enrolamento em
monofásico e o motor não arranca. O consumo de corrente será excessivo e o
enrolamento, como é óbvio, se aquecerá demasiadamente, podendo até queimar o
motor.
Com um multímetro, procura-se a fase interrompida e a seguir, usando-se o mesmo
processo, verifica-se qual a ligação ou bobina defeituosa. Encontrando-se o defeito, o
reparo é simples.
Interrupção do circuito de trabalho ou auxiliar dos estatores monofásicos. A
interrupção na alimentação de uma das bobinas (ou nas próprias bobinas), no
condensador ou no interruptor centrífugo faz com que o motor não arranque.
Localize o defeito como anteriormente e repare.
Rotor roçando no estator.
O entreferro de motores de pequena e média potência é muito reduzido e qualquer
desgaste de mancais ou defeitos nos rolamentos desloca o rotor que entra em contato
com o estator; tem-se então o rotor bloqueado em razão da atração magnética, o que
faz com que o rotor permaneça parado. Constatado o defeito, proceder o reparo dos
mancais ou rolamentos.
Interrupção em uma das fases do rotor bobinado.
Havendo interrupção em uma das fases do rotor, o motor não dá partida. Com um
multímetro observar os defeitos que podem ser devido à falta de contato das escovas
com os anéis, ligações não executadas ou bobinas interrompidas. Constatado o
defeito, proceder o reparo.

4.7.2 - O Motor Não Mantém Carga.


Fase interrompida no enrolamento do rotor bobinado.
A interrupção de uma fase no rotor bobinado, durante o funcionamento sob carga
provoca perda de velocidade do motor, gradualmente, até parar; essa anomalia é
verificada também por um ruído característico. A localização deste defeito se
efetua ligando-se três amperímetros em série com as fases respectivas do rotor.
No funcionamento a vazio, as correntes assinaladas nos aparelhos são iguais; a
medida que se carrega o motor, há diminuição da velocidade e um desequilíbrio nas
fases do rotor que se observa nos amperímetros. Num dos aparelhos a corrente cai a

OSTENSIVO - 4-31 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

zero e nos outros dois, ela se eleva, indicando a fase interrompida naquela em que a
corrente se anula. Procurar o defeito e efetuar o reparo. Defeito de fundição ou de
solda no rotor gaiola de esquilo.
Pode acontecer que, na fundição, o alumínio não encha completamente as ranhuras,
ficando as barras defeituosas, ou ainda, partirem-se devido ao esforço a que o rotor
está submetido.
Em se tratando de barras de cobre, ligadas ao anel de curto-circuito, com solda
fraca, podem elas, por aquecimento, dessoldarem-se. Essas irregularidades trazem
consigo aumento de resistência do rotor, o motor se aquece e a velocidade será
inferior à do regime.
Inspecionando-se o rotor, constata-se o defeito e substitui-se o induzido ou refaz-
se a solda conforme o caso. É sempre preferível usar a solda forte ao invés da
solda fraca, pois o ponto de fusão da solda forte é mais elevado que o da fraca.
Aquecimento Anormal Interrupção numa fase do estator.
Durante o funcionamento, ocorrendo a interrupção numa fase do estator, o motor
passa a trabalhar como monofásico, absorvendo maiores correntes e aquecendo
exageradamente.
Deve-se parar o motor, verificar a fase interrompida, com um multímetro e efetuar o
conserto. O interruptor centrífugo não desliga (motores monofásicos) O circuito
auxiliar dos motores monofásicos não sendo interrompido durante o funcionamento,
provoca aquecimento do motor podendo queimar o enrolamento. Verificar o
interruptor centrífugo e repará-lo.
Ligações erradas.
Engano nas ligações das fases ou nos grupos de bobinas de uma fase, ou ainda
desigualdade do número de espiras nas fases dão lugar a desequilíbrios de correntes.
Comumente a corrente resulta ser superior a do regime e o aquecimento será
anormal.

Com três amperímetros inserido em série nas fases do motor verificam-se as diferenças das
correntes. Também pode ocorrer dissimetria devido a curto circuito entre espiras de uma
fase. Localizar o defeito, com instrumento adequado e conferir as ligações. Refazer as
conexões conforme esquema ou trocar bobinas com espiras em curto.
Curto-circuito no rotor bobinado.
Contato entre espiras ou entre bobinas do rotor, provocam maior consumo de corrente do
estator, principalmente no arranque, e forte aquecimento.
Localizar o defeito com instrumento adequado e efetuar o reparo.
Contato defeituoso entre barras e anéis de curto circuito.

OSTENSIVO - 4-32 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

A f.e.m. induzida nas barras do rotor é muito pequena e a corrente, dada a baixa resistência
da gaiola, é grande.
Os contatos, quando imperfeitos, provocam aumento de resistência, havendo, pela Lei de
Joule, aquecimento suficiente para dessoldar as barras de anéis (quando se trata de solda
fraca).
Com este defeito o motor perde velocidade. Com gaiola de alumínio fundido sob pressão ou
com barras de cobre unidas aos anéis, com solda forte, estes inconvenientes não se
manifestam.
Umidade ou óleo nos enrolamentos.
Umidade ou óleo nos enrolamentos baixa a resistência do isolamento, provocando
aquecimento anormal na máquina. Quando este fica depositado em lugar pouco arejado e
com vapor de água os enrolamentos adquirem umidade. É de boa norma efetuar um teste
de isolação antes de colocarmos a máquina em funcionamento. No caso do óleo
lubrificante escorregar dos mancais, penetrando nos enrolamentos; é necessário
efetuarmos um teste de isolação, pois tanto a umidade como o óleo lubrificante estragam
o verniz dos enrolamentos.
Para repararmos estes inconvenientes é necessário colocarmos a máquina em estufa, tendo o
cuidado de retirar as partes que podem se danificar com a temperatura que vai
aproximadamente a 100º C. Em alguns casos torna-se necessário aplicar nova camada de
verniz nos enrolamentos.
Enrolamento do estator ou do rotor ligado à massa
Com um megôhmetro, verificar se há contato entre condutores e massa. localizar as
bobinas defeituosas e isolá-las ou substituí-las por outras novas, conforme a necessidade.
Mancais ou rolamentos gastos verificar a folga nos mancais e rolamentos e proceder a
reparação do mancal ou substituição dos rolamentos.

Defeitos de lubrificação (falta ou excesso).


Verificar os mancais e reparar caso haja excesso ou falta de lubrificação.
4.7.3 - Funcionamento Ruidoso.
Rotor desequilibrado O defeito se manifesta com um ruído periódico, tanto mais
acentuado quanto for o desequilíbrio do rotor e excessiva vibração da máquina.
Essa irregularidade pode ser proveniente de um enrolamento mal distribuído.
Deve-se restabelecer de imediato, o equilíbrio estático, com máquina apropriada;
o desequilíbrio faz com que a parte mais pesada do rotor se desloque para baixo.
Adiciona-se ou retira-se um contrapeso, que pode ser de chumbo, na parte
diametralmente oposta. A fixação deste contrapeso deve ser firme para evitar que se
solte sob a ação da rotação.

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

Desgaste dos mancais ou rolamentos.


O desgaste dos mancais ou dos rolamentos provoca um ronco no motor que pode ser
contínuo ou intermitente. Reparar os mancais ou substituir os rolamentos quando
comprovada essa anomalia.
Indução excessiva.
Sobre carga, tensão superior à normal, e frequência inferior a de regime fazem com
que a indução se eleve, provocando aquecimento do motor e funcionamento ruidoso.
A sobrecarga eleva a corrente acima do normal, aumentando, por conseguinte o
número de amperes espiras, o que determina excesso de indução. A tensão superior à
normal e a frequência inferior à do regime produzem o mesmo efeito da sobrecarga.
A indução excessiva quando eliminada, faz com que o motor trabalhe dentro de suas
características que estão indicadas na placa fixada na carcaça.

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OSTENSIVO CIAA 117/046C

CAPÍTULO 5

SISTEMA TRIFÁSICO

5.1 - CARACTERÍSTICAS DOS SISTEMAS TRIFÁSICOS


Um sistema trifásico é uma combinação de três sistemas monofásicos. Num sistema
balanceado, a potência é fornecida por um gerador CA que produz três tensões iguais mas
separadas, cada uma delas defasada com as demais de 120° EL. Embora os circuitos sejam
amplamente usados em sistemas elétricos, a maior parte da geração e distribuição da CA é
3 .Os circuitos trifásicos exigem peso menor dos condutores do que os circuitos de
mesma especificação de potência; eles permitem flexibilidade na escolha das tensões; e
podem ser usados para cargas monofásicas. Além disso, o equipamento 3- tem menores
dimensões, é mais leve e mais eficiente do que as máquinas 1- de mesma capacidade. As
três fases de um sistema 3- podem ser ligadas de duas formas. Se os três terminais
comuns de cada fase forem ligados juntos num terminal comum indicado por N que
representa o neutro, e as outras extremidades forem ligadas a uma linha 3- , o sistema será
ligado em estrela ou Y. Se as três fases forem ligadas em série para formar um percurso
fechado, o sistema é ligado em triângulo ou delta.
5.1.2- Fechamento para tensões
1 - O sistema trifásico é uma combinação de 3 sistemas monofásicos.
2 - Em um sistema trifásico balanceado, a potência é fornecida por um alternador que
produz três tensões iguais defasadas entre si de 120 graus.
3- Os sistemas trifásicos permitem uma flexibilidade na escolha das tensões.
4- Os sistemas trifásicos podem ser usados para cargas monofásicas, que são: -
Ligação em triângulo.
- Ligação em estrela.
5.1.3 - Tipos de ligações entre os enrolamentos do primário ou entre os enrolamentos
do secundário de um transformador trifásico.
Os enrolamentos primário e secundário são formados por três transformadores
monofásicos.
Exemplos: a) Triângulo – Triângulo;
b) Estrela – Estrela;
c) Estrela – Triângulo; e
d) Triângulo – Estrela.

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5.1.4 - Valores da tensão e corrente no primário e secundário de um transformador


fechado ou ligado em triângulo (Δ Δ – figura 5.1). ANÀLISE MATEMÁTICA
IL1 = corrente de linha aplicada ao primário. IF1
= corrente de fase do primário.
EF1 = tensão de fase do primário.
EF2 = tensão de fase do secundário. EL2 =
tensão de linha no secundário.

IL2 = corrente de linha pelo secundário.

Fig. 5.1 - Ligação triângulo-triângulo.


5.1.5 -Valores de tensão e corrente para o primário fechado ou ligado em estrela e o
secundário fechado em estrela (Y Y – figura 5.2)
a) EL = EF.
b) IL = IF
IL = corrente no primário.
IF = corrente no enrolamento (fase).

Fig. 5.2 – Ligação estrela-estrela.

5.1.6 - Valores de tensão e corrente para o primário fechado em estrela e o


secundário fechado em triângulo (Y Δ – figura 5.3). Primário e
Secundário

OSTENSIVO - 5-2 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

EL = EF x '13 portanto EF = EL EL = EF '13 IL = IF x '13 portanto IF = IL


'13
.

Fig. 5.3 – Ligação estrela-triângulo.


5.1.7 – Valores de tensão e corrente para o primário em triângulo e o secundário
fechado em estrela (∆ Y – figura 5.4).
Primário Secundário
EL = EF EL = EF x '13 IL = IF x '13 portanto IF = IL IL = IF
'13

Fig. 5.4 – Ligação triângulo-estrela

OSTENSIVO - 5-3 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

5.2 - POTÊNCIAS NOS TRANSFORMADORES TRIFÁSICOS


5.2.1 - Potência consumida pelo primário (PP)
A potência consumida pelo primário de um trafo. trifásico é expressa em VA e é cal-
culada pela expressão matemática:

Pp= EL x IL x √3 (VA)
5.2.2 - Potência debitada pelo secundário para a carga (Ps em W)
A potência debitada pelo secundário de um trafo. trifásico é expressa em Watts e é
calculada pela expressão matemática:
Ps(w) = EL x IL x √3 x cosɵ PR (Watts). cosɵ PR
= fator de potência da carga.

5.2.3 Relação entre a potência do enrolamento primário (Pp) e a potência do enrolamento


secundário (Ps)
Em um transformador trifásico ideal, a potência aplicada ao enrolamento primário é
igual à potência do enrolamento secundário.
Pp = EL1 x IL1 x√ 3 e Ps = EL2 x IL2 x √ 3 Pp = Ps
5.2.4 - Relação entre a potência consumida pelo primário (Pp) e a potência fornecida pelo
secundário para uma carga (Ps)
Ps(L) = EL x IL x √ 3 x cosɵ PR. Como EL . IL . √3 = Pp.
Ps(w)= Pp x cosɵ PR.
Obs: neste caso é considerado um "caso real" quando leva em consideração o fator de
potência, o que ocorre na prática.
Obs: neste caso é considerado um "caso real" quando leva em consideração o fator
de potência, o que ocorre na prática.
5.2.5 - Fechamento e eficiência no delta aberto
Ligação ou fechamento delta aberto
Quando uma das bobinas centrais do enrolamento primário ou do enrolamento
secundário de um trafo. trifásico for avariada, a mesma pode ser retirada do
circuito, secundário ou do primário, ligando o fechamento do trafo. feito através das
bobinas ou enrolamentos das extremidades. A este tipo de fechamento ou ligação,
chamamos de "delta aberto"(Figura 5.5).
Quando a avaria ocorre em um dos enrolamentos da extremidade, devemos substitui-lo
por um dos enrolamentos centrais para em seguida realizar a ligação "delta aberto".

Rendimento dos transformadores fechados em delta aberto.


Primário Secundário

OSTENSIVO - 5-4 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

Pp = 3 EI Ps = EI. √3
Pp = potência do primário. Ps = potência do secundário.
Rend.= Pp x 100% Rend.= E x I x 3 x 100% Rend.= 3 x 100% Rend. = 58%
Ps E x I x√3 √3

Fig. 5.5 – Ligação ou fechamento de um trafo no delta aberto.


5.3 – TRANSFORMADORES MONOFÁSICOS
5.3.1 – Conceito
O transformador é um dispositivo sem partes móveis que transfere energia de um circuito
para outro pela indução eletromagnética. A energia é sempre transferida sem alteração da
frequência, mas, normalmente, com mudança no valor da tensão ou da corrente.
5.3.2 - Características físicas
O transformador típico tem dois enrolamentos eletricamente isolados um do outro. Os
enrolamentos são bobinados em um núcleo de ferro magnético comum feito de lâminas de
aço. As partes principais são: (1) o núcleo que provê um circuito de baixa relutância para o
fluxo magnético;(2)o enrolamento primário que recebe a energia de uma fonte CA; (3) o
enrolamento secundário que recebe energia por indução mútua do primário e fornece para
a carga;(4) o invólucro.
Quando um transformador é usado para elevar a tensão, o enrolamento de baixa tensão é o
primário. Quando um transformador é usado para reduzir a tensão, o enrolamento de alta
tensão é o secundário. O primário é sempre conectado à fonte de energia e o secundário é
sempre conectado à carga. É prática comum se referir aos enrolamentos como primário e
secundário ao invés de enrolamentos de alta e baixa tensão.
5.3.3-Análise
Basicamente exite três tipos de transformadores. Que são:
Transformador elevador;
Transformador abaixador; e

Transformador igualador ou isolador.


Transformador elevador
É aquele que fornece em sua saída uma tensão maior do que aquela recebida em sua

OSTENSIVO - 5-5 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

entrada. Todo transformador elevador de tensão é abaixador de corrente.


Neste tipo de transformador o número de espiras do enrolamento primário é menor
que o número de espiras no enrolamento secundário.
Transformador abaixador
É aquele que fornece em sua saída uma tensão menor do que aquela recebida em sua
entrada. Todo transformador abaixador de tensão é elevador de corrente.
Neste tipo de transformador o número de espiras no enrolamento primário é maior
que o número de espiras do enrolamento secundário.
Transformador igualador ou isolador
É aquele que fornece em sua saída a mesma tensão recebida em sua entrada.
Neste tipo de transformador o número de espiras do enrolamento primário é igual ao
número de espiras do enrolamento secundário.
Corrente a vazio ou corrente de excitação (IE)
É a corrente que circula no enrolamento primário com o secundário em aberto(sem
carga).
A corrente de excitação IE possui duas componentes:
a) Corrente de magnetização (IM) – é a corrente que produz o fluxo magnético. Está
defasada de 90° da tensão no primário.
b) Corrente de perdas (IH) - é a corrente que provoca as perdas por histerese e
efeito joule.
Está em fase com a tensão do primário.
5.3.4- Razão de transformação
5.3.4.1- Relação entre tensão e número de espiras
Ep = Np ou E1 = N1 Ep = tensão aplicada ao primário.
Es Ns E2 N2 Es = tensão aplicada ao secundário.
Np = n° de espiras do primário. Ns =
n° de espiras do secundário. Ns = n° de
espiras do secundário.
Obs: os números 1 e 2 também podem representar primário e secundário respectivamente.
Relação entre corrente e número de espiras
Is = Np ou I2 = N1 Ip = corrente que circula no enrolamento primário.
Ip Ns I1 N2 Is = corrente que circula no enrolamento secundário.

Relação entre as tensões e as correntes:


Ep = Is ou E1 = I2
Es Ip E2 I1
Existem, também, as relações:

OSTENSIVO - 5-6 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

a) Espiras/volt = número de espiras ; e


volts
a) Volt/espiras = volt
número de espiras
A potência do primário é igual à potência do secundário, pois, Pp = Ep x Ip e Ps = Es x Is,
lembrando que se um transformador for elevador de tensão, o mesmo será abaixador de
corrente e vice-versa.
5.3.4.2 - Razão de transformação (a)
É a relação entre o número de espiras do primário (N1) e o número de espiras do
secundário (N2) ou é a relação entre a tensão do primário (E1) e a tensão do secundário
(E2) ou é a relação entre a corrente do secundário (I2) e a corrente do primário (I1), ou
ainda, é a raiz quadrada da impedância do primário (Z1) sobre a impedância do secundário
(Z2).

a = N1 = E1 = I2 = √ Z1
N2 E2 I1 √ Z2
Cálculos:
1) Os enrolamentos de alta tensão de um transformador, tem 500 espiras, enquanto o de
baixa tensão tem 100 espiras. Quando usado como abaixador, a corrente de carga
é de 12 amperes. Calcule: 1) A razão de transformação e 2) Corrente do primário.
I) a = N = 500 = 5 ou 5 : 1 N
100 1
II) Is = 5 • 12 = 5 • Ip = 12 x 1 • Ip = 2,4 A.
Ip 1 Ip 1 5
2) Qual o valor da razão de transformação do problema anterior.
Resposta: a = N1 = 500 • a = 5 : 1 (abaixador de tensão). N2 100
3) Dado o transformador abaixo, calcule: a) Ip
• b) Is • c) Es

Obs: sendo a razão de transformação 5 : 1 Pp = 500 VA.

OSTENSIVO - 5-7 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

Solução:
a) Ip = Pp como Pp = Ps • Ip = 500 • Ip = 10A.
Ep 50
a) Es > Ep = 5 • Es = 50 onde Es = 10V.
Es 1 5
b) Is = Ps = 500 • Is = 50A. Es 10
5.3.4.3 - Perdas, potência e rendimento nos transformadores
a) Perdas no cobre; e
b) Perdas no ferro.
Perdas no cobre:
Ocorre devido à dissipação de energia dos enrolamentos (fios de cobre) em forma de
calor chamado de EFEITO JOULE.
Perdas no ferro (Núcleo):
São duas:
I) Correntes parasitas; e
II) Histerese.
Por correntes parasitas:
Em função do fluxo magnético, também conhecida como corrente de FOULCAULT,
cuja consequência é o aquecimento do núcleo, provocando perda de potência.
Por histerese:
Devido ao atraso magnético, também, provocando perda de potência.
Procedimentos para amenizar as perdas:
1) No cobre: usar fios de diâmetro adequado em função da corrente.
2) No núcleo:
a) Para amenizar as correntes parasitas lamina-se o núcleo.
b) Para amenizar histerese: usa-se aço silício, modernamente, tem-se usado ferrite, os
quais facilitam a desmagnetização.

Notas: as perdas no cobre : P = I2 x r = watts (efeito Joule).


perdas no núcleo: P = E x I = watts.
5.3.4.4 – Potências nos transformadores
1) A potência nos transformadores, pode ser expressa:
a) Em V A ou (KVA).
b) Watts ou (KW), quando é considerado fator de potência da carga. Nota: nas
especificações da etiqueta do fabricante, vem expressa em KVA.
2) A potência nos transformadores monofásicos é dado por:

OSTENSIVO - 5-8 - REV. 3


OSTENSIVO CIAA 117/046C

a) P = E x I Expressa em KVA.
b) P = E x I x FP (fator de potência). Expressa em Watt (W) ou KW. No lugar do fator de
potência, pode usar o cosseno.
3) A potência nos transformadores trifásicos é dado por: a)
Pp = E1 x I1 '13 Expressa em KVA.
b)Ps = Es x Is x '13 x FP Expressa em KW.
Nota: como Ps = Pp, ocorre que Ps (W) = Pp x Cosө (KVA)
Especificação: “A capacidade do transformador é dada em KVA”.
Caso ocorra uma especificação em KW é porque foi levado em consideração o fator
de potência.
5.3.4.5 – Rendimento
É a relação entre a potência fornecida pelo secundário e a potência consumida pelo
primário. Representa pela letra "ɳ''.''.
Expressão matemática: ɳ''. = Ps x 100 Expressa em porcentagem (%).
Pp
Obs: os transformadores de força comum apresentam um rendimento de 97 a 99%. A
redução é devida às perdas no cobre dos dois enrolamentos e das causadas pelo efeito
de histerese, das correntes parasitas e no núcleo de ferro.
Verificação:
1)Um transformador tem um rendimento (eficiência) de 90%. Se ele fornece 198 VA
de uma linha de 110 V, qual o valor da potência de entrada e da corrente do primário?
Dados:
ɳ''. = 90% = 0,9 Ep = 110 V.
Ps = 198 VA Ip = ?
Solução:
a) n = Ps x 100 0,9 = 198 Pp = 198 Pp = 220V.
Pp Pp 0,9

b) Ip = Pp 220 Ip = 2A.
Ep 110
2) Qual a potência de saída em KW de um transformador de 5 KVA/2.400V/120 V, que
alimenta uma carga nominal com os seguintes fatores de potência:
a) 100% ou f.p = 1
b) 80% ou f.p = 0,8
c) 40% ou f.p = 0,4
Qual a corrente de saída especificada para o transformador? Ps =

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KVA x FP = KW.
a) Ps = 5K x 1 = 5 KW.
b) Ps = 5K x 0,8 = 4 KW.
c) Ps = 5K x 0,4 = 2 KW.
d) A corrente especificada é dado por:

Is = KVA Is = 5000 = 41,7 A.


Es 120
5.4 – CÁLCULO DE ENROLAMENTO DE TRANSFORMADORES ATÉ 350 W
5.4.1- Determinação do núcleo dos transformadores
S = √ W = cm ou S = W = cm.
0,85 0,73
S = Área do núcleo.
W = Potência do transformador.
0,85 ou 0,73 = constante para densidade até 350 W.
Obs: caso já tenha o ferro, determine a área multiplicando a largura da lâmina pela
profundidade da lâmina. A profundidade é dada pelo número de lâminas.
5.4.2 - Formulas aplicadas nos cálculos dos transformadores monofásicos
1°) Área do núcleo: S = √ W ou S = W = cm
0,85 0,73
2°) Fator de correção: é um fator utilizado no cálculo de espiras no secundário com a
finalidade de corrigir a pequena queda de tensão quando o trafo recebe carga. O fator de
correção varia de acordo com o trabalho do transformador.
a)Trabalho contínuo: fator de correção = 1,10.
b)Trabalho intermitente: fator de correção = 1,05.
3°) Densidade de corrente: determina a tensão do fio de acordo com o trabalho do
transformador.
a)Trabalho contínuo: Densidade de corrente = 2 amp/mm.
b)Trabalho intermitente: Densidade de corrente = 3 amp/mm.

4°) Seção do fio: corrente do enrolamento = mm2. densidade


de corrente
5°) Número de espiras do primário: E1 x 108
4,44x f x S xβ
E1 = Tensão do primário.
f = Frequência.
S = Área do ferro em cm2.

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β = Densidade magnética = 8000 linhas de força (gauss).


108 = Constante.
4,44 = Fator de forma.
6°) Espiras / volts do transformador = n° de espiras do primário
E1
7°) Espiras/ volts do secundário = n° de espiras do secundário
E2 x fator de correção
Obs: as perdas do transformador são de 15%.
5.4.3 – Calculo para transformador de uso contínuo
Dados:
E1 = 110 V. 1) E2A = 6V.
f = 60 HZ. I2A= 2,5A.
β= 8000 (gauss). 2) E2B = 3V.
S = 5,1 cm2. I2B = 0,5A.
Trabalho contínuo.
1)Potência no secundário: 1° sec. - 6V . 2,5A = 15W
2° sec. - 3V . 0,5A =1,5W
16,5W
2) Potência do transformador (potência real do sec. +
15%): 16,5W + (16,5 x 15%) 16,5W + 2,475 = 18,975
= 19W.
3)Secção do ferro (área do ferro):
S = '1W '119 = 5,128 cm 2.
0,85 0,85

4)Número de espiras no primário:


N° de esp. Prim. = E1 x 10 8 = 110 x 10 8 = 1006,5 esp.
4,44 x f x S x β 4,44 x 60 x 5,128 x 8000
5)Espiras/volts:
Esp./volts = esp. no prim. (N1) = 1006,5 = 9,15 esp./volts. tensão no prim.(E1)
110

5.4.4 - Cálculo para transformadores de uso intermitente


1° Exercício:
Primário: E = 220 Volts, f = 60 Hz, β = 8000 gauss, S = 8 cm2 .
Secundário: 12 V/6A.

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Trabalho: intermitente.
2° Exercício:
Primário: E = 120Volts, f = 60 Hz, β = 8000 gauss, S = 6,3 cm2.
Secundários = 1° secundário : 10V/0,5A
2° secundário: 3V/0,5A
3° secundário: 15V/2A
Trabalho: contínuo.
3° Exercício:

Primário: E = 220Volts, f = 60HZ, β = 8000 gauss, S = 8cm2.


Secundários: 1° secundário: 12V/3A.
2° secundário: 600V/0,3A.

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ANEXO A
BIBLIOGRAFIA

a) EUA. US NAVY. Curso Completo de Eletricidade Básica / Basic Eletricity. São Paulo,
HEMUS, 1980.

b) Gussow, Milton. Schaum McGraw-Hill. Eletricidade Básica 2ª edição revisada e ampliada.


São Paulo MAKRON Books do Brasil, 1996.

c) MUÑOZ, Nardo Toledo. Cálculos de Enrolamentos de Máquinas Elétricas e Sistemas de


Alarme. Rio de Janeiro, Livraria Freitas Bastos S.A., 1987.

d) Martignoni, Alfonso, 1920 Máquinas Elétricas de Corrente Contínua / Afonso Martignoni – 5ª


ed. - Rio de Janeiro: Globo, 1987.

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