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MARINHA DO BRASIL
CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE ALEXANDRINO
EE-2104-1018
MANUTENÇÃO DE MÁQUINAS
ELÉTRICAS DE CC E CA
2020
OSTENSIVO REV. 3
OSTENSIVO CIAA 117/046C
MARINHA DO BRASIL
2020
FINALIDADE DIDÁTICA
OSTENSIVO REV. 3
OSTENSIVO CIAA 117/046C
ATO DE APROVAÇÃO
OSTENSIVO REV. 3
OSTENSIVO CIAA 117/046C
ÍNDICE
PÁGINAS
Folha de Rosto.................................................................................................... I
Ato de Aprovação............................................................................................... II
Índice................................................................................................................... III
Introdução........................................................................................................... IV
CAPÍTULO 5 – TRANSFORMADORES
OSTENSIVO REV. 3
OSTENSIVO CIAA 117/046C
OSTENSIVO REV. 3
OSTENSIVO CIAA 117/046C
INTRODUÇÃO
1 - PROPÓSITO
Esta publicação foi elaborada com o propósito de facilitar o aluno no estudo da disciplina
“MANUTENÇÃO DE MÁQUINAS ELÉTRICAS DE CORRENTE CONTÍNUA E
CORRENTE ALTERNADA”.
2 - DESCRIÇÃO.
Esta publicação está dividida em cinco capítulos. No capítulo 1, fundamentos de
eletromecânica; capítulo 2, máquinas elétricas de corrente contínua; capítulo3, alternadores;
capítulo 4, motores de corrente alternada; capítulo5, sistemas trifásicos.
3 - AUTORIA E EDIÇÃO
Esta publicação é de autoria do SO-EL-RM1 PAULO SERGIO GONÇALVES e foi
elaborada e editada, no CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE ALEXANDRINO (CIAA).
4 - DIREITOS DE EDIÇÃO
Reservados para o CENTRO DE INSTRUÇÃO ALMIRANTE ALEXANDRINO.
Proibida a reprodução total ou parcial, sob qualquer forma ou meio.
5 - CLASSIFICAÇÃO
Esta publicação é classificada, de acordo com o EMA-411 (Manual de Publicações da
Marinha) em: Publicação da Marinha do Brasil, não controlada, ostensiva, didática e manual.
OSTENSIVO REV. 3
OSTENSIVO CIAA 117/046C
CAPÍTULO 1
FUNDAMENTOS DE ELETROMECÂNICA
1.1 - ELETROMAGNETISMO
1.1.1 – Conceito de eletromagnetismo.
É o estudo do magnetismo quando produzido pelo fluxo de corrente elétrica ou da
eletricidade quando produzida pelo magnetismo.
O fluxo de corrente elétrica SEMPRE produzirá alguma forma de magnetismo. O
magnetismo é o meio mais usado para a produção e utilização de eletricidade. O
comportamento da eletricidade sob certas condições é causado por influências magnéticas.
Em 1819, Hans Cristian Oersted, físico dinamarquês, descobriu que existe uma relação
definida entre magnetismo e eletricidade. Ele descobriu que uma corrente elétrica é
acompanhada de certos efeitos magnéticos que obedecem a leis definidas. Se uma bússola
for colocada próxima de um condutor conduzindo corrente, a agulha da bússola se
alinhará em ângulo reto ao condutor, indicando, dessa forma, a presença de uma força
magnética. A presença dessa força pode ser demonstrada pela passagem de uma corrente
elétrica por um condutor vertical que atravessa um pedaço de cartolina horizontal (Figura
1.1).
Curva de histerese:
é a curva que exprime um ciclo completo de magnetização e fornece a medida da
perda de energia por histerese. (Figura 1.9).
ABCDEFA: ciclo da histerese;
OA: curva de magnetização;
Para que haja produção da força eletromotriz induzida é necessário que o condutor seja
submetido a um campo magnético variável, ou seja, exista um movimento relativo entre
eles. Obs: Ao fenômeno mencionado, dá-se o nome de "Indução eletromagnética".
E = ∆I ou E = - ∆ɸ
∆T ∆T
Onde:
E = FEM induzida, em volt;
ΔII = variação de corrente, em ampère;
ΔIt = variação de tempo, em segundos;
ΔIФ = variação do fluxo magnético, em Weber.
Obs: O sinal negativo indica que a FEM induzida se opõe, pelos seus efeitos, à causa
que a produziu.
Tensão induzida na bobina: a tensão induzida na bobina é determinada por 3 (três)
fatores:
-intensidade de fluxo;
-número de espiras; e
-velocidade de interseção.
Expressão matemática para geradores:
e =β . Ɩ . v . sen Ɵ. . v . sen Ɵ..
Onde:
e = força eletromotriz, em volt
β = densidade do campo magnético, em Tesla
l = comprimento ativo do condutor, em metros
v = velocidade do condutor dentro do campo, em metros/segundo
sen Ɵ = = seno do ângulo formado entre o movimento do condutor e o campo
magnético.
Comprovação da Lei de Faraday
A Lei de Faraday pode ser facilmente comprovada em laboratório; para isto basta
que utilizemos um material condutor, como um fio de cobre por exemplo, com um
miliamperímetro de zero central conectado aos seus terminais e um ímã qualquer.
1.3 - INDUTÂNCIA
1.3.1 - Conceito de indutância
É a característica de um circuito ou de um condutor de se opor à variação do fluxo de
corrente. A indutância exerce sobre a corrente a mesma influência que a inércia exerce
sobre uma determinada massa. A inércia é a característica da massa de se opor à variação
de movimento.
Símbolo e unidade de medida:
Unidade - Henry
Símbolo - L
1.3.2 - Indutor:
são corpos que apresentam as propriedades da indutância de maneira bastante acentuada.
Obs: um indutor apresenta a indutância de 1 henry se uma FEM de 1 volt é induzida
quando circula, pelo mesmo, uma corrente de 1 ampér por segundo.
LT= 1 + 1 + ... + 1
L1 L2 Ln
esquerda para geradores. Essa regra é aplicada à porção do condutor 2 que é separado e
ampliado para maior clareza, na parte A da figura.Na aplicação da regra, o polegar da mão
esquerda aponta para a direção do deslocamento do condutor, dentro do campo. (Nesse
caso, o campo se move ou se expande em uma direção, o que é o mesmo que dizer: o
condutor se desloca em sentido contrário). O dedo indicador aponta na direção do campo
magnético. O dedo médio, estendido como mostrado, indica o sentido da tensão induzida.
A mesma seção do condutor é mostrada, na parte B, na situação em que a chave é aberta e o
campo está entrando em colapso. Aplicada a regra da mão esquerda, pode ser observado que a
INVERSÃO do movimento do fluxo causa uma inversão no sentido da tensão induzida. O de
mais importante a ser observada é que a tensão auto induzida se opõe à VARIAÇÃO da corrente
em ambos os sentidos de crescimento ou redução. Ela atrasa o crescimento inicial da corrente se
opondo à bateria, e atrasa a redução da corrente quando o campo está entrando em colapso,
inserindo uma tensão que se soma à da bateria.
A energia armazenada é uma energia que se dispõe para utilização em momento oportuno.
Nos circuitos elétricos esta energia pode ser armazenada no campo dos indutores.
Equação: W = L x I
2
Onde: W = energia armazenada, em Joule.
L = indutância equivalente, em Henry.
I = Corrente, em ampere.
1.3.6 - Indução mútua
É a capacidade de um circuito produzir uma FEM por indução em um circuito
vizinho, quando a corrente que circula pelo primeiro varia de intensidade.
Princípio de funcionamento
É baseado no princípio de indução mútua.
Descrição de funcionamento
Ao ser variada a corrente no enrolamento primário, haverá indução de uma alta voltagem
no enrolamento secundário, devido ao seu elevado número de espiras. Já que ela opera
com corrente contínua, o responsável pela variação de corrente é o dispositivo
eletromecânico chamado de platinado, que funcionará como se fosse uma chave abrindo e
fechando o circuito continuamente, durante o funcionamento do motor.
Era largamente utilizada no sistema convencional de ignição de automóveis, que está
sendo substituído pelo sistema de ignição eletrônica.
CAPÍTULO 2
Elas apresentam pequenas ranhuras nas extremidades, onde são soldados os fios do
enrolamento. O eixo suporta todo o conjunto e gira apoiado nos mancais existentes nas
tampas. Há um pequeno entreferro entre a armadura e as peças polares, para evitar atrito
entre elas, durante o funcionamento da máquina. Este espaço de ar é reduzido ao mínimo,
para manter elevada a intensidade do campo magnético.
2.1.5 - Peças Polares
São constituídas por muitas chapas finas de aço ou “lâminas”, montadas juntas e
aparafusadas à carcaça. As peças polares servem de suportes para as bobinas de campo e
são projetadas para produzir um campo magnético concentrado. A laminação das peças
polares reduz as correntes parasitas, que você estudará mais tarde.
2.1.6 - Enrolamento de Campo
Estes enrolamentos, quando montados nas peças polares, formam eletroímãs que produzem
o campo magnético necessário para o funcionamento do gerador.
As bobinas de campo são enroladas a caber exatamente em torno das peças polares. A
corrente que passa nessas bobinas gera o campo magnético. Um gerador pode ter apenas
dois polos ou grande número de pares de polos. Em qualquer destes casos, os polos
adjacentes são sempre de polaridades opostas. Os enrolamentos de campo podem ser
ligados em série ou em paralelo (“shunt”). Os enrolamentos de campo em paralelo
consistem em muitas espiras de fio fino, enquanto os enrolamentos de campo série são
feitos com menos espiras de fio relativamente grosso.
2.1.7 - Escovas
Deslizam sobre o comutador e transferem a tensão gerada para a carga.
As escovas são feitas comumente de carvão de boa qualidade e são montadas nos porta-
escovas. Elas podem se mover para cima e para baixo nos porta escovas, para que
possam seguir as irregularidades na superfície do comutador. Um condutor trançado
flexível, conhecido como “rabicho”, liga as escovas ao circuito externo.
Composição das escovas
Carvão: usado em máquinas de pequena potência e baixa velocidade.
Carvão e grafite: usado em máquinas de média e grande potência e alta velocidade.
Carvão e metal: usado em máquinas de baixa tensão e correntes elevadas.
O diagrama 2.1 mostra o efeito das lâminas na limitação da intensidade das correntes
parasitas.
Esta colocação é feita de tal maneira que, em um dado instante, os dois lados da bobina
acham-se sob polos de nomes diferentes. Em uma máquina de dois polos, os lados de uma
mesma bobina ficam situados em pontos opostos do núcleo e, portanto, ficam sob polos
opostos. Os lados de uma bobina, em uma máquina de quatro polos, são colocados em
ranhuras situadas a uma distância igual a um quarto de rotação, e, assim, também ficam
sob polos de nomes opostos. Esta colocação é feita de tal maneira que, em um dado
instante, os dois lados da bobina acham-se sob polos de nomes diferentes. A figura 2.6,
mostra a colocação das bobinas.
Portanto, a diferença essencial é que no enrolamento ondulado as conexões são feitas para
adiante, de modo que cada enrolamento passa sob todos os polos antes de regressar ao polo
inicial.
As extremidades da espira são ligadas aos anéis coletores, que giram com a armadura. As
escovas fazem contato com os anéis coletores e transferem para circuitoexterno toda
eletricidade gerada na armadura. Mostrado também na figura 2.9.
Quando um condutor se move paralelamente a um campo magnético, ele não corta as linhas de
força do campo e, portanto, não pode ser gerada f e m. no condutor. Isto se aplica aos condutores
da espira, quando estão na posição A; não há f e m. induzida e, portanto, não há corrente no
circuito.
A leitura do medidor de intensidade de corrente é zero. A medida que a espira se desloca da
posição A para a posição B, os condutores cortam um número cada vez maior de linhas de força,
até que, a 90º (posição B), eles estão cortando o número máximo de linhas.
Em outras palavras, entre 0 e 90º a f e m. induzida nos condutores cresce de zero até o valor
máximo. Observe que, de 0 a 90º, o condutor preto se desloca para baixo enquanto o condutor
branco se desloca para cima.
Portanto, as forças eletromotrizes induzidas nos dois condutores estão em série e se somam. A
tensão resultante entre as escovas (tensão entre os terminais) é igual ao dobro da f e m em um
condutor, porque as forças eletromotrizes nos dois condutores têm valores iguais.
A corrente no circuito varia da mesma maneira que a f e m. induzida é igual a zero na posição de
0 grau e cresce até um máximo a 90 graus.
O ponteiro do medidor de corrente sofre deflexão para a direita entre as posições A e B,
indicando que a corrente na carga está passando no sentido mostrado.
O sentido da corrente e a polaridade da f e m. induzida dependem do sentido do campo
magnético e do sentido de rotação da armadura. A forma de onda mostra a variação da tensão
nos terminais do gerador elementar desde a posição A até a posição B. O desenho simplificado,
à direita da figura 2.11, ilustra o gerador em outra posição, para evidenciar a relação que existe
entre a posição da espira e a forma de onda gerada.
Com a continuação do movimento da espira, da posição B (90 graus) até a posição (180 graus),
os condutores que estavam cortando um número máximo de linhas de força na posição B passam
a cortar um número cada vez menor, até que, na posição C, eles novamente se deslocam
De zero até 180 graus, o sentido do movimento dos condutores da espira no campo magnético
não se alterou, e, portanto, a polaridade da f e m induzida também não se alterou.
Quando a espira ultrapassa a posição de 180 graus e retorna à posição A, o sentido do
movimento dos condutores em relação ao campo é invertido.
Agora, o condutor preto se move para cima e o condutor branco para baixo. Como resultado, a
polaridade da f e m induzida e o sentido da corrente também são invertidos.
Da posição C, passando por D e até a posição A, a corrente tem sentido oposto ao que tinha da
posição A até a posição C. A tensão nos terminais do gerador será igual à que foi produzida de A
até C, porém com polaridade invertida. A forma de onda da tensão de saída corresponde à
rotação completa da espira é mostrada na Figura 2.13.
A chave é mostrada na figura 2.16 e deve ser invertida manualmente quando muda a
polaridade da tensão Quando isto é feito, a tensão aplicada à carga tem sempre a mesma
polaridade e a corrente flui através do resistor sempre no mesmo sentido, embora seu valor
aumente e diminua de acordo com a posição da espira.
O efeito da chave, portanto, é o de inverter a polaridade da tensão de saída toda vez que ela
se inverter no gerador.
Desta maneira, a CA produzida pelo gerador é convertida em uma CC variável no circuito
externo.
Enquanto a espira continua girando, da posição C (180 graus), passando pela posição D (270
graus) e voltando à posição A (360 graus ou zero grau), a escova preta está ligada ao fio branco,
que se move para baixo, e a escova branca está ligada ao condutor preto, que está subindo. Como
resultado, a polaridade da forma de onda da tensão gerada, entre 180 e 360 graus, é a mesma da
que foi gerada de zero a 180 graus. Observe que a corrente passa através do amperímetro sempre
no mesmo sentido, embora o seu sentido na espira seja invertido em cada ciclo.
Portanto, a tensão de saída tem sempre a mesma polaridade, mas varia de valor crescendo
decaindo outra vez a zero, sempre que a espira completa uma rotação. e zero até um máximo,
caindo a zero, crescendo novamente até um valor máximo e, afinal caindo outra vez a zero,
sempre que a espira completa uma rotação. A figura 2.21 ilustra a variação da tensão e a mesma
forma de onda.
Na posição mostrada, as escovas estão ligadas à bobina branca, onde uma tensão máxima
está sendo gerada, porque ela está se movendo perpendicularmente ao campo.
A medida que o induzido gira no sentido do movimento dos ponteiros de um relógio, saída
da bobina branca começa a decrescer. Depois de um oitavo de rotação (45 graus), as
escovas passam para as lâminas pretas do comutador, cuja bobina está começando a cortar
as linhas do campo. A tensão de saída começa a crescer novamente, atinge um máximo a
90 gruas e, então, volta a diminuir, quando a bobina preta passa a cortar um número menor
de linhas de força. A 135 graus, há uma nova comutação e as escovas são outra vez ligadas
à bobina branca. A forma de onda da tensão de saída está mostrada abaixo, durante toda
uma rotação, superpostas à tensão de uma única espira. Observe que a saída nunca é menor
do que o valor de Y. A variação da tensão ocorre entre Y e o máximo e não entre zero e o
máximo. Esta variação da tensão de saída de um gerador de CC é chamada ondulação.
É claro que a tensão produzida pela armadura com duas bobinas se aproxima muito mais
de uma CC constante do que a tensão produzida pelo gerador elementar.
2.2.11 – Comutação
Quando estudamos o gerador de CC elementar, aprendemos que as escovas são colocadas
de tal maneira que põem em curto-circuito a bobina na armadura, quando ela não está
cortando o campo magnético. Neste instante não há corrente e, portanto, não há
centelhamento nas escovas (que estão passando de uma lâmina do comutador para a
seguinte). (Veja figura 2.25). Se deslocarmos as escovas alguns graus, elas colocarão a
bobina em curto, quando esta ainda estiver cortando o campo magnético. Como
consequência, uma tensão será induzida na bobina e a corrente de curto-circuito causará
centelhamento nas escovas. Esta condição à indesejável, porque a corrente de curto-
circuito pode danificar seriamente as bobinas e queimar o comutador. (Ver figura 2.26)
Ela pode ser corrigida pela rotação das escovas, de maneira que a comutação ocorra
quando o plano da bobina está perpendicular ao campo.
Quando existe apenas o fluxo indutor, o plano neutro original não é deslocado
observando a figura 2.28, o fluxo indutor é uniforme, não havendo distorções.
O fluxo indutor é produzido pelas bobinas de campo.
Nota: o plano neutro prático forma com o fluxo resultante um ângulo de 90o elétricos.
2.2.15 – Reação motriz
É uma força produzida no induzido, pela interação entre os fluxos, que tende a fazer com
que o induzido gire em sentido contrário ao determinado pela máquina motriz. Essa reação
é diretamente proporcional à carga no gerador e tende a exercer uma ação freante sobre a
máquina motriz.(A figura 2.32 ilustra a reação motriz).
Estas bobinas são ligadas em série com a armadura, de modo que o campo que produzem
cancela o efeito da reação da armadura, para todos os valores da corrente da armadura.
Como resultado, o plano neutro fica estacionário e as escovas, uma vez ajustadas, não têm
que ser deslocadas. Outra maneira de reduzir ao mínimo os efeitos da armadura é o uso de
pequenos polos auxiliares, chamados interpolos, entre os polos principais. Os interpolos
são enrolamentos com poucas espiras de fio grosso, ligados em série com a armadura. O
campo que eles geram anula a reação da armadura para todos os valores da corrente de
carga, melhorando a comutação. (A figura 2.33, mostra duas maneiras de minimizar os
efeitos da reação da armadura).
As bobinas de campo devem ser ligadas a uma fonte de CC, a fim de que possam produzir
o campo constante necessário para o gerador.
(A CA não produz um campo constante em uma bobina de campo, e, portanto, não pode
ser usada). A corrente contínua nas bobinas de campo é chamada de corrente de excitação
e pode ser suprida por uma fonte de CC separada ou pela própria saída do gerador.
Os geradores de CC são classificados de acordo com a maneira pela qual o campo recebe
corrente de excitação. Quando a corrente é fornecida por uma fonte externa, diz-se que o
gerador tem excitação em separado. Se, por outro lado, uma parte da saída do gerador é
usada para fornecer a corrente de campo, diz-se que o gerador é Autoexcitado.
O circuito das bobinas da armadura e de campo do gerador determinam o seu tipo e afetam
o seu desempenho. Os diversos tipos de geradores utilizam os três circuitos básicos de CC:
Série, Paralelo e Misto. Os símbolos representados na fig. 2.34, são usados para
identificar as bobinas de campo e da armadura nos diversos circuitos de geradores.
Quando o gerador não está ligado a uma carga, o circuito está incompleto e não há corrente
para excitar o campo. O campo série tem relativamente poucas espiras de fio grosso.
As bobinas de campo de um gerador derivação (“s h u n t”) são ligadas em paralelo com o
circuito da armadura. Apenas uma pequena parte da corrente da armadura passa pelas bobinas de
campo; o restante passa pela carga. Como o campo “shunt” e a armadura formam um circuito
fechado independente da carga, o gerador é excitado mesmo quando sem carga. O campo em
paralelo contém muitas espiras de fio fino.
Como a tensão de saída do gerador é aplicada diretamente às bobinas do campo em paralelo, elas
são enroladas com muitas espiras de fio fino, para que a resistência do enrolamento seja bastante
grande e limite a intensidade da corrente a um valor baixo. Como a corrente do campo em
paralelo (campo shunt) não é usada para alimentar a carga, é necessário mantê-la com o valor
mais baixo possível.
Quando o campo “shunt” de um gerador de excitação composta é ligado em paralelo com o
conjunto da armadura e do campo em série, o campo total é chamado longa derivação.
Quando o campo “shunt” está em paralelo apenas com a armadura, o campo total é chamado
curta derivação. As características dos dois tipos são praticamente iguais.
As bobinas dos campos em série são feitas com menor número de espiras de fio mais grosso e a
intensidade do seu campo magnético depende das correntes intensas solicitadas pela carga.
Devem ter resistência baixa, porque estão em série com a carga e atuam como um resistor,
reduzindo a tensão de saída do gerador. A fig. 2.38, faz a comparação das ligações nos diversos
tipos de geradores de CC Autoexcitados.
Quase todos os geradores de CC usados para iluminação e força são do tipo autoexcitado, em
que a corrente da armadura é usada para excitar o campo. Entretanto, se a excitação do campo
depende da corrente da armadura e só há corrente induzida no enrolamento da armadura quando
esta se move em um campo magnético, você deve estar querendo saber como é que a tensão do
gerador pode ser desenvolvida. Em outras palavras, se não há campo para começar (pois não há
corrente no enrolamento de campo), como pode o gerador produzir uma f e m.?
Na realidade, os polos de campo retêm uma certa quantidade de magnetismo chamado
magnetismo remanescente ou residual, resultante do seu uso anterior e devido às
características magnéticas de sua estrutura de aço.
Quando o gerador começa a girar, existe um campo inicial que embora muito fraco, pode induzir
uma f e m no induzido. Esta f e m. induzida produz corrente através das bobinas de campo,
reforçando o campo magnético inicial e intensificando o magnetismo total.
Este acréscimo no fluxo, por sua vez, dá lugar a uma f e m. maior, que novamente aumenta a
corrente nas bobinas de campo
Esta ação continua até que a máquina atinge sua intensidade de campo normal. Todos os
geradores autoexcitados funcionam desta maneira. O tempo de crescimento da tensão é
normalmente de 20 a 30 segundos.
A adição do campo em série, que aumenta a intensidade do campo magnético total quando a
corrente de carga aumenta, compensa a queda da tensão causada pela maior corrente na
resistência da armadura.
Desta maneira, consegue-se uma saída com tensão praticamente constante, causada pela maior
corrente na resistência da armadura.
As características de tensão de um gerador de excitação composta cumulativa dependem da
relação entre o número de espiras nos enrolamentos em série e em paralelo.
Se o enrolamento em série é feito de tal modo que a tensão de saída é praticamente constante
para todas as cargas na região de funcionamento, o gerador é plano “compound”.
Nestas máquinas, geralmente, a tensão na condição sem carga é igual à tensão na condição de
plena carga e as tensões nos pontos intermediários são ligeiramente maiores.
Os geradores de excitação plano“compound” são usados para fornecer uma tensão constante a
cargas colocadas a uma pequena distância do gerador.
Um gerador hiper“compound” tem um número tal de espiras em série que a tensão na condição
de plena carga é maior do que na condição sem carga. Estes geradores são usados quando a carga
está distante do gerador; o acréscimo na tensão de saída compensa a queda de tensão nos fios da
linha de alimentação, mantendo uma tensão constante na carga.
Quando a tensão nominal é maior do que a tensão sem carga, diz-se que o gerador é hipo-
compound (sub-“compound)” em termos práticos aproxima-se do gerador paralelo, com uma
tensão de saída a “plena carga” ligeiramente superior. Estes geradores são raramente usados.
A maioria dos geradores “compound” cumulativos são hiper- “compound”. o grau de
compoundagem é regulado por um “shunt” de baixa resistência (resistor desviador) ligado aos
terminais do campo série.
A tensão de saída pode ser controlada pela variação do reostato de campo ligado em série com o
campo em paralelo.
Nos geradores “c o m p o u n d” - diferenciais, o campo em paralelo e o campo série estão em
oposição. Portanto, o campo diferencial, ou resultante, diminui de intensidade e a tensão de saída
cai rapidamente, quando a corrente de carga aumenta. As curvas características dos quatro tipos
·_ ·
Diagrama – 2.2 - Resistência difusora e campo série.
2.3.7 – Gerador especial a três (3) fios
Este tipo de gerador é, basicamente, um gerador composto aditivo, do qual é derivada
uma CA do enrolamento do induzido, por meio de uma derivação que é conectada a um
par de anéis coletores. O gerador possui ainda uma bobina de reatância, alimentada pela
CA do próprio gerador, de onde é retirada uma derivação central que irá se constituir no
terceiro fio do sistema.
Características elétricas
I) Permite a alimentação simultânea de dois sistemas de distribuição: 115 volts e 230 volts,
respectivamente; e
II) Possui uma saída de CC para a carga, através do conjunto:
comutador/escovas e uma saída de CA para a alimentação da bobina de reatância,
através do conjunto anéis coletores/escovas. O diagrama 2.3 mostra o gerador especial
a três fios.
Equações:
it = ia = il = is
eg = (iara) + (ilrl) + (isrs)
el = eg –- (iara + isrs)
Onde:
il = corrente de carga;
ia = corrente na armadura;
is = corrente no campo série;
it = corrente total;
eg = tensão gerada;
el = tensão na carga (load) ou linha; e
iara; isrs; ilrl = quedas de tensão.
Exercício
A corrente na armadura (Ia) de um gerador série de CC que gera 125 volts é igual a
25 amperes. Se suas resistências de armadura e de campo equivalem a 0,25 ohm e
0,75 ohm, respectivamente. Pergunta-se:
a) qual a tensão na carga?
b) qual o valor da resistência da carga?
Resolução:
ia = is = il = 25A
el = eg - – (iara + isrs)
el = 125v - – (25A x 0,25r + 25A x 0,75r)
el = 125v - – (6,25v + 18,75v)
el = 125v - – 25 v = 100 volts.
rl = el rl = 100 = 4 ohms.
il 25
Rendimento
2.4.2 – Gerador paralelo (shunt ou derivação) animado por carga (Diagrama 2.5)
Características físicas:
Exercício:
1) a tensão de saída de um gerador paralelo funcionando sem carga é 250 volts. Sabendo-
se que a resistência do seu campo é 500 ohms e que a resistência da armadura é 4 ohms,
pergunta-se:
a) qual a corrente de excitação do gerador (if)?
b) qual o valor da tensão gerada (eg)?
2) acrescentando-se uma carga de 50 ohms ao gerador, determine o valor:
a) da corrente de carga; e
b) da corrente na armadura.
Resolução:
1a) if = ef = 250 = 0,5A = ia
rf 500
1b) eg = el + (iara) eg = 250 + (0,5x 4) eg = 250 + 2 = 252volts.
2a) ª il = el = 250 = 5A.
rl 50
2b) ia = if+ il = 0,5 + 5 = 5,5A.
2.4.3 - Gerador composto aditivo longa derivação animado por carga (Diagrama 2.6)
Características físicas:
1) as bobinas dos campos série e paralelo, em geral são dispostas sobre uma mesma peça
polar;
2) o reostato de campo é ligado em série com o campo paralelo; e
3) o campo paralelo é ligado em paralelo com o conjunto: armadura e campo série.
Características elétricas:
1) as bobinas dos campos paralelo e série, produzem fluxo que se somam; e
2) um aumento de carga implica em aumento de corrente que circula pelo mesmo
campo série, aumentando sua excitação, consequentemente o fluxo total é aumentado
e a tensão de saída também aumenta.
Equações:
el = eg – (iara + isrs)
il = ia - if
ia = is
ia = if + il
il = ia – if
if = ia - il
2) O aumento da carga aumenta a excitação do campo série, cujo fluxo, por estar em
oposição ao fluxo paralelo, reduzirá o fluxo total, reduzindo assim a tensão de saída.
Notas:
Para que um gerador aditivo possa ser transformado em diferencial, ou vice-versa, deve-se
inverter os terminais do campo série. Não devem ser invertidos os terminais do campo
paralelo, o que implicaria em eliminação do magnetismo residual.
Os geradores compostos diferenciais, em função de suas características, têm pouca
aplicação prática. Uma aplicação é como gerador para solda elétrica.
2.4.8 - Fatores que impedem a excitação dos geradores autoexcitados
1) falta ou baixo magnetismo residual, provocado por choques mecânicos, vibrações,
calor, etc;
2) inversão dos terminais do campo paralelo (com consequente eliminação do
magnetismo residual);
3) resistência do campo paralelo acima do valor normal; e
4) circuito da armadura aberto ou apresentando resistência muito elevada, em decorrência
da falta de escovas, comutador sujo ou escovas folgadas.
2.4.9 – Perdas de uma máquina CC
As perdas nos geradores e motores consistem nas perdas no cobre dos circuitos elétricos e nas
perdas mecânicas devidas à rotação da máquina. As perdas incluem:
1. Perdas no cobre
a) Perdas I2 R na armadura.
b)Perdas nos campos.
(1) I2 R do campo em derivação.
(2) I2 R do campo em série.
2. Perdas mecânicas ou rotacionais a)
Perdas no ferro.
(1) Perdas por correntes parasitas.
(2) Perdas por histerese.
3. Perdas por atrito.
(1) Atrito no mancal (rolamento).
(1) Atrito nas escovas.
(2) Perdas por vento ou atrito com o ar.
2.4.10 – Cálculos de tensão, corrente, potência e eficiência dos geradores
Resolução de problemas
1 – Qual o valor da tensão induzida em um gerador de 4 polos imbricado simples, com
3.000 condutores ativos no induzido, um fluxo de 1.000.000 de linhas de forças e uma
velocidade de 10 RPS?
Fórmulas:
a) Para velocidade em rps. ou b) Para velocidade em rpm.
E= Vg= P. z. Φ . n = Volts. E= Vg= P. z. Φ . n = Volts.
108. P' 108. P'. 60
Onde:
E = Vg = tensão gerada.
z = número de condutores.
Φ = fluxo em linhas de força por polo.
n = velocidade em rps ou rpm.
P = número de polos.
P' = número de circuito elétricos (P' = PM = número de polos multiplicado pela
multiplicidade)
10-8 (Constante) = é o número de linhas de força que um condutor simples deve
concatenar por segundo, a fim de induzir uma tensão de um (1) volt.
Resolução:
E = Vg = 4 x 1.10 6 x 3.10 3 x 10 = 4 x 10 6 x 3.10 3 x 10 = 10 -8 = 4 x 10 x 30 = 1200 =
108 x 4.1 4 4 4 4
R.: 300V
2 –– Qual o rendimento de um gerador de CC que possui as seguintes perdas;
mecânica = 85 Watts; no ferro = 60 watts; no campo = 60 watts; na armadura 170 watts,
sabendo-se a sua potência é de 1600watts?
Eficiência (%) = potência de saída______ x 100
Potência de saída + perdas
Resolução:
Somatório das perdas = 85 w + 60 w + 60 w + 170 w = 375 watts.
Rendimento ou eficiência = 1600 x 100 = 81%.
1600 + 375
3 –– Um gerador em derivação tem especificação de 200 kw em 240volts: a) Qual a corrente
com carga máxima? (b) Se a resistência de campo for de 120 Ω, qual a corrente de campo? (c)
Qual a corrente na armadura em condições de carga máxima? Resolução:
a) W = E . I - I = W = 200.000 = 833,3A. E 240
a) If = Vg = 240 = 2A. Rf 120
a) Ia = If + IL = 2A + 833,3 A = 835,3A.
4 –– Calcule a eficiência com carga máxima de um gerador de 50 KW quando a saída é de 80 hp.
Resolução:
Eficiência (%) ou η = potência de saída x 100 = % Pw = PHP x 746
6 –– Um gerador composto em derivação curta tem uma tensão de 240 volts em seus
terminais, quando a corrente da linha é de 50 amperes e a resistência do campo série é de
0,04Ω . Calcule:
a) a queda de tensão através do campo série;
Isto resulta em uma FEM induzida, que produz uma corrente no condutor e, como aparece um
campo magnético em torno de qualquer condutor pelo qual passa uma corrente, o condutor terá o
seu próprio campo magnético, devido à f e m. Induzida e a corrente resultante.
Este campo magnético tem o sentido indicado na figura 2.45 n° 3. Agora, existem dois campos
magnéticos: um devido à corrente no condutor e outro produzido pelo ímã.
Como os campos magnéticos nunca se cruzam, as linhas de força dos campos ou se acumulam
ou se cancelam, produzindo campos resultantes intensos ou fracos, respectivamente. Na figura
2.45 n° 4, os dois campos magnéticos resultantes se opõem e, portanto, se cancelam. Isto resulta
em um campo magnético fraco, acima do condutor. A figura 2.45 n° 5, mostra que os campos
magnéticos sob o condutor têm o mesmo sentido e, assim, se somam.
suas bobinas. Este campo da armadura distorce o campo principal, isto é, o motor
apresenta uma reação da armadura, exatamente como no gerador. Entretanto, o sentido da
distorção causada pela reação da armadura do motor é oposto ao do gerador. No motor, a
reação da armadura desloca o plano neutro de comutação no sentido contrário ao de
rotação. (Ver figura 2.49).
Como esta tensão induzida se opõe à tensão aplicada aos terminais do motor, é chamada de
força contra eletromotriz ou abreviadamente, f c e m. Esta força contra eletromotriz
depende dos mesmos fatores que a FEM produzida por um gerador: da velocidade e do
sentido de rotação, e também da intensidade do campo magnético. Quanto mais intenso for
o campo e quanto maior a velocidade de rotação, maior será a f c e m. Contudo, a f c e m.
será sempre menor que a tensão aplicada, devido à queda de tensão interna causada pela
resistência das bobinas da armadura.
A figura 2.51, representa a f c e m. como se fosse uma bateria com polaridade oposta à da
tensão aplicada.
A resistência total da armadura é representada simbolicamente por um único resistor.
constante.
Exemplo: um motor de corrente contínua com excitação separada gira a uma rotação
de 1405 rpm. Com uma corrente de campo constante, este motor consome uma
corrente de armadura de 50 amperes sob uma tensão de 120volts. A resistência de
armadura é de 0,1Ω. Se a carga no motor variar de tal maneira que ele passe a
consumir 95 amperes sob 120 volts, determine a velocidade do motor para esta nova
carga. Despreze a queda de tensão nas escovas do motor.
Resolução.
Neste problema a corrente de excitação é constante, ou seja, o fluxo magnético do
motor permanecerá constante para qualquer carga acionada pelo motor.
Pode-se calcular a tensão inicialmente induzida na armadura deste motor como se
segue: Ea= E + Ra . Ia + 2 . ΔIV — E = Ua - Ra . Ia - 2 . ΔIV
Desprezando a queda de tensão nas escovas, tem-se:
E = Ea - Ra . Ia — E = 120 - 0,1 x 50 — E = 115 volts.
Como já observado, a tensão induzida na armadura pode ser expressa por:
E = kmáquina .ω.Ф
Sendo:
k = kmáquina.Ф
Pode-se calcular K a partir da relação seguinte:
k = E
ω
A velocidade angular é determinada por:
ω = 2 π . n — ω = 2 π . 1405 — ω = 147,13 [rad/s]rad/s]
60 60
Substituindo-se os valores de E e ω determina-se o valor de k.
k = E — k = 115 — k = 0,78
ω 147,13
Pode ser empregado no controle de velocidade de processos industriais em que uma banda
muito larga de velocidade é requerida.
2.5.14.2 - Motor série
Como os motores de CC são eletricamente semelhantes aos geradores de CC, também são
classificados de acordo com as ligações do campo. (Ver figura 2.57).
O motor série tem o seu campo ligado em série com a armadura. A bobina de campo
consiste de poucas espiras de fio grosso, pois toda a corrente da armadura passa por ela.
Se a carga aumenta, a velocidade diminui, assim como a f c e m.; isto faz com que a
corrente aumente, possibilitando um conjugado maior, necessário para movimentar a
carga maior. O motor série gira lentamente com cargas pesadas e muito rapidamente com
cargas leves. Se a carga for retirada completamente, a velocidade aumentará
perigosamente podendo até despedaçar o motor, pois a corrente requerida será muito
pequena e o campo muito fraco, de modo que o motor não poderá girar com suficiente
velocidade para gerar uma f c e m capaz de restabelecer o equilíbrio. Os motores tipo
série nunca devem funcionar sem cargas, e raramente são usados com transmissão por
correias, em que a carga pode ser removida. Podemos observar que os motores série são
de velocidade variável, isto é, sua velocidade varia bastante com a variação de carga. Por
esta razão, os motores deste tipo são raramente usados quando é necessária uma
velocidade constante de funcionamento e nunca são usados quando a carga é intermitente
(varia frequentemente ou é aplicada e retirada durante o funcionamento do motor).
Observação: o motor série não deve operar sem carga mecânica em seu eixo. O baixo
fluxo, consequência do baixo valor de corrente de carga, implicaria em um aumento
gradativo da velocidade e avaria da máquina em função da força centrífuga.
2.5.14.3 - Motor derivação
Em um motor derivação (shunt) o campo é ligado diretamente aos terminais da linha e é,
portanto, independente das variações da carga e da corrente na armadura. O conjugado
desenvolvido varia com a corrente na armadura. Quando a carga do motor aumenta, sua
velocidade diminui, reduzindo a f c e m, que tanto depende da velocidade como da
intensidade de campo constante. A redução na f c e m. permite um acréscimo na corrente
da armadura, possibilitando assim um aumento do conjugado, necessário para movimentar
a carga maior.
Quando a carga do motor diminui, este aumenta sua velocidade; a f c e m aumenta,
diminuindo a corrente na armadura e o conjugado desenvolvido pelo motor.
A figura 2.57 mostra um motor derivação. Qualquer variação da carga acarreta uma
variação na velocidade, até que haja novo equilíbrio elétrico no motor, isto é, até que
novamente E c + Ia Ra = E a.
A variação da velocidade, em um motor derivação, desde a condição sem carga até a
condição de plena carga é apenas de cerca de 10% da velocidade na condição sem carga.
Por esta razão, os motores derivação são considerados como motores de velocidade
constante.
Na partida de um motor derivação, um resistor de partida deve ser ligado em série com a
armadura, a fim de limitar a corrente, até que a velocidade seja suficiente para gerar a f c e
m necessária.
Como a corrente de partida é pequena, devido à resistência de partida, o conjugado de
partida também é pequeno.
Os motores tipo derivação são usados, em geral, quando se deseja uma velocidade
constante para uma carga variável, e quando o motor pode entrar em funcionamento com
uma carga muito leve ou sem carga.
Tais cargas são encontradas, normalmente, nos serviços de tração em oficinas de máquinas
onde são encontrados: tornos, máquinas de furar, moendas, plainas, máquinas de estampar,
etc. (Veja figura 2.58).
As curvas dos motores série e “compound”, para correntes inferiores à de plena carga,
não atingem o valor total, causando uma redução no conjugado que é, portanto, menor do
que o dos motores derivação. (Observe figura 2.60).
2.5.15 – Características dos motores quanto a excitação quando animado por carga quanto à
excitação, quando animado por carga, os motores de CC não são diferem dos geradores de
CC, fisicamente. Eletricamente, no entanto, possuem diferenças fundamentais, tais como:
a) no gerador, o aspecto mais importante é a capacidade de fornecimento de corrente com
uma tensão mais ou menos estável.
b) no motor, os fatores preponderantes são: velocidade, mais ou menos estável e
conjugado, que é a força que o motor necessita para vencer a inércia e deslocar cargas
mecânicas. O tipo de excitação do motor fica assim subordinado a um desses fatores, ou a
ambos.
Cálculo de conjugado (Torque)
Para obter-se um conjugado constante durante todo um giro da armadura do motor, utiliza-
se várias espiras defasadas nos espaços montadas sobre um tambor e conectadas ao
comutador.
Com o deslocamento dos condutores da armadura no campo surgem tensões induzidas
(força contra eletromotriz), que atuam no sentido contrário ao da tensão aplicada. Esta
força contra eletromotriz é proporcional à velocidade do motor e ao fluxo magnético e
pode ser expressa por:
E = k máquina.w.φ
Sendo:
w = velocidade angular do motor [rad/s];
Sendo:
C = conjugado eletromagnético [N/m];
Ia = corrente da armadura [A]
A potência mecânica do motor CC pode ser calculada pelas seguintes expressões:
Pmec = E.Ia
Pmec = Ua.Ia.η
Pmec = C.w Pmec = kmáquina.Ia.φ.w
Destas equações tem-se:
Pmec = potência mecânica desenvolvida pelo motor [W];
η = rendimento do motor;
Ua = tensão aplicada à armadura do motor CC [V];
w = velocidade angular do motor [rad/s].
Nota: o conjugado é diretamente proporcional ao fluxo do motor.
Exemplos:
1) - O enrolamento de armadura de um motor CC tem 360 condutores ativos e foi
desenvolvido para um estator de 4 polos. Sabendo que a máquina é posta a girar
numa rotação de 2.000 rpm e o fluxo que atravessa o entreferro vale 32 mWb,
determine:
a) a força contra eletromotriz induzida no enrolamento da armadura;
a) se a armadura da máquina for projetada para suportar uma corrente de 72 A, qual a potência
convertida por ela?
N = 46 . 16 N = 736.
O kmáquina é calculado como se segue:
Logo:
N= Ec = RPS. ou N = Ec x 60 = RPM.
z P x 10-8 x φ z P x 10-8 x φ
P' P'
Sendo:
N = velocidade em RPS ou RPM.
Ea = tensão aplicada no motor.
Ec = FCEM.
Ia = corrente na armadura.
Ra = resistência da armadura.
z = número de condutores da armadura.
φ = fluxo em linhas de força por polo.
P = número de polos.
P' = nºs de circuitos elétricos (P' = PM imbricado / P' = 2M ondulado).
M = multiplicidade ( no planificado do enrolamento da armadura, que veremos mais
adiante).
Controle da corrente pela FCEM
Sendo a FCEM de sentido oposto ao da FEM aplicada, a tensão que irá,
efetivamente, produzir um trabalho elétrico no motor, será a resultante dessas duas
tensões. Essa resultante determinará o valor da corrente na armadura (Ia), de acordo
com a equação abaixo:
Ia = Ea –– Ec
Ra
Exercício:
Suponha um motor ligado a uma linha de 500 volts e cuja resistência da armadura seja de
0,2Ω . Calcule a sua corrente, considerando a hipótese de que o motor, apesar de alimentado,
não desenvolve qualquer velocidade (FCEM = 0).
Equação:
Ia = Ea –– Ec Ia = 500 –– 0 Ia = 500 = 2500 amperes.
Ra 0,2 0,2
Nota: a corrente de 2500 amperes certamente queimaria o motor.
Considerando que o mesmo motor saiu da inércia e atingiu sua velocidade nominal. Com isso a
FCEM evoluiu para um valor de 490 volts. Calcule o novo valor da corrente na armadura (Ia).
Ia = Ea –– Ec Ia = 500 –– 490 Ia = 10 = 50 amperes.
Ra 0,2 0,2
Para que o motor não venha a queimar no seu início de funcionamento, quando a velocidade é
baixa e a FCEM, consequentemente é mínima, usa-se no mesmo um dispositivo de partida, que
consiste de resistores ligados em série com a armadura e que serão gradualmente retirados à
medida que o motor vai adquirindo velocidade.
2.5.15.1 – Motor série
Características
Opera com velocidades variáveis e cargas que necessitam um grande conjugado. Ex: guincho,
cabrestante, trens, etc... (O diagrama 2.10 do motor série).
No motor composto aditivo de longa derivação, um esforço mecânico sobre o eixo (carga),
implicará em aumento da corrente na armadura (Ia) que é a mesma do campo série (Is). Com isso,
haverá um aumento do fluxo do campo série que, somando-se ao fluxo do campo paralelo dará
origem a um fluxo resultante bastante elevado, fazendo com que o conjugado aumente, enquanto a
velocidade sofrerá uma pequena redução.
2.5.15.4 – Motor composto aditivo de curta derivação
Características
Neste motor, toda a corrente consumida passa pelo campo série, que produz um fluxo elevado,
resultando um fluxo total ainda maior do que no de longa derivação.
Isto implica em um conjugado maior e uma queda mais acentuada da velocidade, com relação ao
de longa derivação, para as mesmas condições de carga.
Quando há predomínio do campo série sobre o campo paralelo, o motor parte com a
rotação invertida e apresenta as características de um motor série. (Os diagrama 2.14 e
2.15) apresenta os motores diferenciais de curta e longa derivação respectivamente).
resistor podem ser colocados em curto, progressivamente, por meio de uma chave faca
cujos contatos estejam ligados às derivações do resistor. Quando se dá a partida no
motor, o contato o contato inicial é estabelecido com a extremidade livre do resistor, e
este fica então inteiramente em série com a armadura. A medida que o motor ganha
velocidade, a chave faca é fechada, lentamente, colocando em curto uma parte cada vez
maior do resistor. Quando a chave faca fica totalmente fechada, toda a resistência está
fora do circuito. (Figura 2.62).
A desvantagem deste controle elementar está no fato de que o operador pode esquecer o resistor
fora do circuito ao desligar a chave principal, e assim não haverá uma resistência limitadora da
corrente na armadura na partida seguinte do motor. Este tipo de controle também não oferece
proteção contra a velocidade excessiva, no caso de interrupção do circuito de campo.
Este controle elementar tem aplicação quase que exclusiva em laboratório, para trabalhos
experimentais.
houver falta de tensão na rede, o eletroímã de retenção deixará de atrair a peça de ferro e o
cursor voltará à posição inicial pela ação de uma mola desligando o motor. Evita-se,
assim, o perigo de uma partida sem resistor de partida e com a tensão da rede aplicada à
armadura.
Pode-se regular a mola de retorno, para desligar o motor quando a tensão baixar a um valor
predeterminado.
A esta proteção dá-se o nome de proteção de subtensão. Um campo em aberto reduz a força
contra eletromotriz gerada por um motor derivação ou “compound”, do que resulta um aumento
de velocidade e corrente excessiva na armadura.
O eletroímã de retenção é ligado em série com o campo e solta o cursor quando o circuito
de campo fica interrompido por qualquer razão.
Ver figura 2.63. Desejando-se regular a velocidade pela variação da corrente de campo (corrente
de excitação), usa-se um controle de quatro posições, em que o eletroímã de retenção é ligado à
rede. Neste tipo, a atração magnética do eletroímã de retenção não é afetada pelas variações da
corrente do campo, requeridas para o controle de velocidade. Este tipo de controlador não oferece
proteção para circuito de campo interrompido.
Estes controles, do tipo aberto, apresentam um grupo de contatos montados em uma placa de
material isolante. Um único contato no cursor efetua as funções de partida, parada e regulação da
velocidade, ao tocar, um de cada vez, os contatos da placa.
Neste caso, o eletroímã de retenção funciona como segurança contra a tensão baixa. Se a
tensão na rede cair ou faltar, o eletroímã de retenção liberta o cursor. Isto evita que a tensão
da rede seja aplicada diretamente ao motor quando o resistor estiver fora do circuito. Não
existe, neste tipo de controlador, proteção contra a falta de carga.
A figura 2.64, mostra as ligações para os controladores de duas e de três posições.
1) Um motor composto em derivação curta de 10 HP é alimentado por uma fonte de 120 volts. A
corrente de carga máxima é 95 amperes. A resistência do campo em derivação é 90 Ω , a
resistência da armadura é 0,06 Ω e a resistência do campo série é
0,04 Ω . Calcule:
a) A corrente do campo em derivação;
b) A corrente da armadura;
c) A f c e m;
d) A eficiência com carga máxima;
a) As perdas no cobre com a carga máxima; e
b) As perdas rotacionais.
2) Um motor bipolar com enrolamento ondulado simples (M=1), é ligado a uma linha de 250 volts.
Seu induzido possui uma resistência de 0,2 Ω e uma corrente de 50 amperes circulando pelos seus
500 condutores. O fluxo produzido é de 3x106 linhas de força por polo. Qual a sua velocidade?
3) Quantos cavalo-vapor são produzidos por um motor, quando a corrente na armadura é 18
amperes, a tensão aplicada é de 130 volts e a fcem é de 124 volts?
4) um motor em derivação consome 6 KW de uma linha de 240 volts. Se a resistência do campo for
de 100 Ω , calcule IL, Id e Ia?
2) A força contra eletromotriz (fcem) de um motor em derivação é de 218 volts, a resistência de
campo é de 150 Ω , e a corrente de campo é de 1,5 amperes. A corrente na linha é de 36,5 amperes.
Calcule:
a) A resistência da armadura;
Este aquecimento pode ser provocado pela sobrecarga ou pelo curto-circuito, sendo
também de se considerar as perdas exageradas por histereses e pelas correntes parasitas ou
correntes de Foucault ou ainda defeitos de fabricação. Como a máquina, quando está em
funcionamento, é considerada um todo, se houver aquecimento de outros órgãos da
máquina, este aquece, como consequência. O defeito de isolamento em relação à carcaça
devido à umidade ou o curto-circuito entre espiras ou entre as extremidades das espiras
provoca uma redução brusca da resistência do circuito fazendo elevar a sua temperatura.
Aquecimento do Indutor.
A corrente de excitação que passa nas bobinas indutoras quando excessivas provoca um
aquecimento. Quando a temperatura começa a ser preocupante, pode provocar quebras no
NOTA: No caso de existir um defeito no isolamento do motor, ele poderá também não
funcionar.
2.6.4 - Funcionamento ruidoso
O funcionamento ruidoso do motor pode dever-se a um curto-circuito ou à falta de carga
que poderá levar o motor a atingir velocidades muito elevadas. A sobrecarga, o mau
estado do comutador e das escovas, o choque do induzido contra as peças polares, o
induzido desequilibrado, defeitos nos apoios do veio, parafusos desapertados, rolamentos
mal lubrificados e defeitos no acoplamento da correia de transmissão são fatores que
farão, certamente, com que o motor funcione de uma forma ruidosa.
2.6.5 - Dicas de Manutenção
Evitar um funcionamento prolongado, a fim de evitar um aquecimento nas bobinas, que
pode provocar um curto-circuito devido ao verniz que serve como isolante entre espiras ter
derretido com o calor.
A lubrificação dos rolamentos deve ser constante e adequada evitando, assim, o
aquecimento destas peças.
A limpeza e a verificação do estado do comutador também devem ser feitas pelo menos
uma vez por ano.
A inspeção das escovas, bem como das molas dos porta-escovas deve ser feita
cuidadosamente a fim de mantê-las em ótimo estado.
Devem-se manter todas as peças do motor bem limpas, evitando a acumulação de pó que,
junto com a umidade, poderia provocar um curto-circuito.
Todo o material isolante exterior é em alumínio tendo como grande vantagem a dissipação
do calor.
Todas as peças são substituíveis; quando realizada uma manutenção planejada e eficaz,
poderá prolongar em muitos anos a vida deste motor.
CAPÍTULO 3
ALTERNADORES
A eletricidade se tornou a principal fonte de luz, calor e força utilizada no mundo moderno.
Atividades simples como assistir à televisão ou navegar na internet são possíveis porque a
energia elétrica chega até a sua casa. Fábricas, supermercados, shoppings e uma infinidade
de outros lugares precisam dela para funcionar. Grande parte dos avanços tecnológicos que
alcançamos se deve à energia elétrica.
Obtida a partir de todos os outros tipos de energia, a eletricidade é transportada e chega aos
consumidores no mundo inteiro por meio de sistemas elétricos complexos, compostos de
quatro etapas: geração, transmissão, distribuição e consumo.
O primeiro passo para produzir energia elétrica é obter a força necessária para girar as
turbinas das usinas de eletricidade. Gigantescos sistemas de hélices, elas movem geradores
que transformam a energia mecânica (movimento) em energia elétrica. Essa força pode ser
obtida de diversas fontes de energia primária. No Brasil, a energia elétrica vem, em
primeiro lugar, de usinas hidrelétricas; depois, de termelétricas; e, por último, de usinas
nucleares.
3.1.1 - Energia Hidrelétrica
Em países como o Brasil, que possui muitos rios com grandes desníveis, uma das soluções
mais econômicas para fazer girar turbinas é aproveitar a força das águas, construindo
usinas hidrelétricas. Em uma usina desse tipo, uma barragem, também conhecida como
represa, controla as águas do rio.
No interior da barragem, são instalados grandes tubos inclinados, geralmente chamados
de aquedutos, que abrigam as turbinas. A água desce pelos tubos e faz girar o sistema de
hélices, movimentando o eixo dos geradores que produzem a energia elétrica. Perto dos
geradores são instalados os transformadores, equipamentos que acumulam e enviam a
energia elétrica para os cabos das linhas de transmissão.
Depois de movimentar as turbinas, as águas voltam para o leito do rio sem sofrer nenhum
tipo de degeneração. É por isso que a energia hidrelétrica é considerada uma fonte limpa,
além de ser renovável. No Brasil, a maior quantidade de energia elétricas produzida
provém de usinas hidrelétricas.
A Eletrobras detém metade de Itaipu em nome do governo brasileiro, além de ser dona, por
meio de suas empresas, de algumas das principais hidrelétricas em operação no país, como
Tucuruí, no rio Tocantins, e Xingó e as usinas do Complexo Paulo Afonso, no rio São
Francisco.
3.1.2 - Energia Termelétrica
Em regiões com poucos recursos hidrográficos, mas com boas reservas de óleo, carvão ou
gás, é possível girar as hélices das turbinas com a força do vapor resultante da queima
desses combustíveis. Para isso, são construídas usinas termelétricas.
A maioria das usinas termelétricas usa fontes primárias consideradas não-renováveis, mas
em alguns lugares do Brasil já é possível gerar energia queimando combustíveis
alternativos, como a biomassa.
3.1.3 – Energia Nuclear
Na natureza, algumas substâncias, como o urânio, têm núcleos atômicos extremamente
pesados e instáveis, que podem ser divididos em partículas menores se forem
bombardeados por nêutrons. Os nêutrons, ao atingir um núcleo de urânio, provocam sua
quebra em dois núcleos menores e a liberação de mais nêutrons, que, por sua vez, atingirão
outros núcleos de urânio e provocar novas quebras. Essa é uma reação em cadeia. No
momento em que se dividem, os núcleos emitem calor na forma de radiação.
A velocidade de uma reação em cadeia pode ser de dois tipos: não controlada e controlada.
No primeiro caso, a reação ocorre muito rapidamente (em menos de 1 segundo), liberando
enorme quantidade de energia. É o que acontece, por exemplo, na explosão da bomba
atômica. No segundo caso, a reação é controlada pelos chamados reatores de fissão
nuclear, permitindo que a energia liberada seja aproveitada e evitando explosões.
As usinas nucleares brasileiras em operação – Angra 1 e Angra 2 – estão localizadas na
Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, que fica em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro,
e pertence à Eletrobras Eletro nuclear.
3.1.4 – Transmissão de Energia Elétrica
As usinas de energia elétrica são, geralmente, construídas longe dos centros consumidores
(cidades e indústrias) e é por isso que a eletricidade produzida pelos geradores têm de
viajar por longas distâncias, em um complexo sistema de transmissão. Ao sair dos
geradores, a eletricidade começa a ser transportada através de cabos aéreos, revestidos por
camadas isolantes e fixados em grandes torres de metal.
Isso significa que a eletricidade que chega até a sua casa pode ter viajado centenas ou
milhares de quilômetros em linhas de transmissão. Além disso, pode ter sido gerada por
for excessivo, pode destruir o isolamento. Desta maneira, os alternadores são especificados em
termos desta corrente máxima e da tensão de saída; a potência nominal é dada em volt ampères
(VA) ou unidades mais práticas: quilovolt ampères (KVA) e megavolt ampères (MVA).
Os alternadores de potências nominais elevadas são geralmente acionados por turbinas de alta
rotação. A máquina acionadora é quase sempre uma turbina a vapor, de alta velocidade,
alimentada com vapor de alta pressão. Por ser muito elevada a velocidade, usa-se um rotor
cilíndrico, com pequeno diâmetro; o enrolamento de campo é firmemente fixado às ranhuras do
rotor. A disposição do enrolamento é tal que ele forma dois ou quatro polos. Esta construção é a
única que permite o funcionamento com velocidade elevadas suportando sem danos a tremenda
força centrífuga desenvolvida.( Veja figura 3.3).
Nos alternadores de baixa rotação, movidos por motores elétricos ou não, turbinas hidráulicas e
turbinas com engrenagens redutoras, usa-se um rotor com polos salientes. Neste tipo de
construção, fixa-se à estrutura do rotor um determinado número de peças polares, enroladas
previamente. Os enrolamentos de campo são ligados em série paralelo. Em ambos os casos, os
extremos dos enrolamentos são ligados aos anéis coletores montados no eixo do rotor.
Usa-se sempre excitação em separado, com C C fornecida por um gerador de C C, conhecido
como excitatriz. A armadura estacionária, ou estator do alternador, suporta os enrolamentos que
são cortados pelo campo magnético girante. O resultado desse “corte” é uma tensão alternada
que é aplicada à carga.
A tensão resultante é igual ao produto da tensão na fase pela raiz quadrada√ 2 = 1,414).
Fig. 3.8 – Sistema bifásico interligado para dar um sistema estrela a cinco fios. Se
uma extremidade da bobina A é ligada a um extremo da bobina B, obtém-se um sistema
bifásico a três fios, como se mostra na(figura3.9), que dá dois valores diferentes para a
voltagem,200 e 283 volts.
Este sistema é muito pouco usado, devido ao grande desequilíbrio que apresenta nas
tensões, mesmo quando há apenas cargas moderadas no circuito.
Observe que o fio comum N transporta uma corrente de intensidade I x √2, onde I é a
corrente que circula em cada um dos fios externos. O fio N não é, pois, um verdadeiro fio
neutro porque seu potencial não é centro de equilíbrio das tensões do sistema.
concentradas numa só. Não se representa o rotor, para maior simplicidade. As formas de
onda das tensões geradas em cada fase são traçadas num gráfico, defasadas de 120°. O
alternador trifásico mostrado na (figura. 3.10), corresponde essencialmente a três
geradores monofásicos cujas tensões estão defasadas de 120°. As três fases são
independentes entre si.
EL = EF√ 3 IL= IF
Ligação triângulo: eleva a corrente elétrica e mantém a tensão.
EL = EF IL = IF√ 3
3.2.3.11 – Reação do induzido nas máquinas de C A
Quando um gerador de CA não alimenta carga, o fluxo do campo de CC fica distribuído
uniformemente através do entreferro. Quando o gerador alimenta uma carga reativa,
entretanto, a corrente, fluindo através dos condutores da armadura, produz nela uma força
magnetomotriz (fmm) que influência a tensão terminal pela alteração da grandeza do fluxo
do campo através do entreferro. Quando a carga é indutiva, a fmm da armadura opõe-se ao
campo CC, enfraquecendo-o, reduzindo, portanto, a tensão terminal. Quando uma corrente
em avanço circula na armadura, o campo CC é favorecido pela fmm da armadura e o fluxo
através do entreferro aumenta, aumentando assim a tensão terminal.
3.2.3.12 – Potências ativas e reativas nos alternadores trifásicos
A potência nos geradores de CA depende de alguns fatores a serem observados, por
exemplo: as cargas a serem alimentadas como cargas resistivas, indutivas e capacitivas.
Isto ocorre devido a origem da corrente gerada ser alternada. Cada carga resistiva,
indutiva, capacitiva, na sua essência adquire característica própria quando animada pela
corrente alternada. Por exemplo: a carga resistiva ao ser alimentada por uma CA mantém a
corrente em fase com a tensão aplicada; a carga indutiva ao ser alimentada por uma CA
atrasa a corrente em um ângulo de 90° EL em relação a tensão aplicada e a carga
capacitiva ao ser alimentada por uma CA adianta a corrente num ângulo de 90° EL em
relação a tensão aplicada. Com estas realidades acrescidas das combinações das cargas, as
potências nas máquinas de CA são subdivididas em: potência real ou verdadeira, potência
reativa e potência aparente.
Exercícios.
1) Um gerador de C A trifásico, ligado em estrela tem uma tensão terminal de 450 volts e
fornece uma corrente a plena carga de 300 amperes por terminal com um fator de potência
de 80%. Determine: a) Tensão de fase, b) A corrente a plena carga por fase, c) Os KVA ou
potência aparente, d) Potência real de saída.
a) E. Fase = E Linha = 450 = 260 volts.
'1 3 '1_3
b) I. Fase = I. Linha = 300 amperes.
c) Potência Aparente = KVA = E Linha . I Linha.'1 3 PA
= 450 x 300 x '1 3 = 233,6 KVA.
d) Potência Real = E Linha x I Linha.'1 3. cos ɵ PR PR
= 450 x 300 x '1 3 x 0,8 = 186,8 KW.
2) Um gerador de C A trifásico, ligado em delta, tem uma tensão terminal de 450 volts e a
corrente em cada fase é 200 amperes. O fator de potência de carga é 75%. Determine: a) A
tensão de linha, b) A corrente de linha, c) Potência Aparente, d) A Potência Real.
a) E. Fase = E. Linha = 450 volts.
b)I. Linha = I. Fase '1 3 = 1,732 x 200 = 346 Amperes.
c) Potência Aparente = E linha. I Linha.'1 3 PA
= 450 x 346 x 1,732 = 269 KVA.
d)Potência Real = E Linha x I Linha x √ 3 x cosө.
PR = 450 x 346 x 1,732 x 0,75 = 202,02 KW.
CAPÍTULO 4
O motor de indução difere do motor síncrono por não ter o seu rotor ligado a qualquer fonte
de alimentação. O motor de indução é muito mais usado do que o motor síncrono. (Veja
figura 4.1).
A figura 4.3 mostra as formas de ondas das três correntes aplicadas ao estator. As correntes
estão defasadas de 120°. As formas de ondas podem representar tanto as correntes como os
campos magnéticos gerados pelas três fases ou correntes nas fases. As formas de ondas foram
designadas com as mesmas letras das fases correspondentes. Usando as formas de ondas,
podemos combinar os campos magnéticos gerados, em cada 1/6 de ciclo (60 graus), para
determinar o sentido do campo magnético resultante. No ponto 1, c é positiva e b é negativa.
Isto significa que há correntes em sentidos opostos nas fases b e c. Deste modo, fica
estabelecida a polaridade magnética das fases b e c. A polaridade é mostrada no diagrama
simplificado acima do ponto 1. Observe que b' é um polo norte e b um polo sul; c é um polo
norte e c' é um polo sul. Como no ponto 1 não há corrente através da fase a, seu campo
magnético é nulo. Os campos magnéticos dos polos b' e c dirigem-se aos polos sul mais
próximos, respectivamente c' e b. Os campos magnéticos de b e c tem amplitudes iguais, e o
campo magnético resultante fica entre os dois campos, com o sentido indicado.
No ponto 2, 60° após, as correntes aplicadas às fases a e b são iguais e opostas, e a corrente na
fase c é nula. Você pode verificar que o campo magnético girou 60°.
No ponto 3, a onda B tem valor zero, e o campo resultante tornou a girar mais 60°. Dos
pontos 1 a 7 (correspondendo a um ciclo de CA), você pode verificar que o campo
magnético resultante gira 360°, sempre que um ciclo de CA é aplicado ao estator.
Conclui-se que um campo girante é produzido sempre que se aplica uma CA trifásica aos
três enrolamentos simetricamente dispostos no estator.
4.2.2 - Motores síncronos
A construção do motor síncrono é essencialmente a mesma do alternador de polos
salientes. Para compreender o funcionamento do motor síncrono, suponha que a aplicação
de c. a. trifásica ao estator produza um campo magnético girante cercando o rotor. O rotor,
alimentado com CC, age como um ímã em barra. Um ímã em barra, podendo se deslocar
livremente no interior de um campo magnético, gira até ficar alinhado com o campo.
Quando o campo magnético gira, o ímã gira com ele. Se o campo girante for intenso, a
força sobre o ímã será grande. Portanto, o ímã será capaz de acionar uma carga, enquanto
estiver girando para se alinhar com o campo magnético girante. Os motores síncronos
diferem dos motores de indução sob diversos aspectos. Os motores síncronos requerem
uma fonte de corrente CC para o campo. Requerem também componentes especiais para
partida, incluindo um campo de polo saliente com enrolamento de partida em grade.
O rotor do motor síncrono de tipo convencional é essencialmente igual ao do gerador de C
A de polo saliente. Os enrolamentos dos estatores de motor de indução e síncrono são
exatamente iguais. A figura 4.4, mostra o estator e rotor de um síncrono respectivamente.
de corrente de linha.
Um motor gaiola de esquilo é colocado no rotor do motor síncrono para fazer a máquina
partir automaticamente como um motor de indução.
Quando se aplica uma carga ao motor, há um desvio pra trás do polo do rotor relativo ao polo do
estator (figura 4.7b). Não há variação na velocidade. O deslocamento angular entre os polos do
rotor e do estator é chamado de ângulo de torque ou de potência.
Fig. 4.7(a) e (b) – Posições relativas do polo do estator e do polo do rotor C C. Quando o
motor síncrono funciona sem carga (o ângulo de torque é praticamente 0 o), a força contra
eletromotriz Vg é igual à tensão aplicada ou à tensão do terminal, Vt (desprezando as perdas do
motor) (figura 4.8a). Aumentando-se as cargas e os ângulos de torque, a posição da fase Vg
varia com relação a Vt que permite um fluxo de corrente maior no estator para suportar a carga
adicional (figura 4.8b). Vt e Vg não estão mais em sentido opostos. A sua tensão resultante Vr
faz com que a corrente flua nos enrolamentos do estator. I segue Vr de aproximadamente 90o
devido a sua alta indutância dos enrolamentos do estator. Ɵ. é o ângulo de fase entre Vt e I. Um
aumento de carga resulta num grande ângulo de torque, que produz um aumento de Vr e I
(figura 4.8c). Se a carga mecânica for muito alta, o rotor sai de sincronismo e causa uma
parada. O valor máximo do torque que um motor pode desenvolver sem perder seu sincronismo
é chamado de torque de perda de sincronismo. Se o motor síncrono tiver um enrolamento em
gaiola de esquilo ele continuará a funcionar como motor de indução.
Fig. 4.8(a), (b) e (c) – Os vetores fasoriais para um motor síncrono para três
condições de cargas diferentes e com a mesma excitação de campo C C.
Fig. 4.9 – Vetores fasoriais de um motor síncrono com uma carga constante com
diferentes valores de excitação de campo.
Há uma ação mútua entre os dois campos, e isto faz o rotor girar.
Como sabemos, de acordo com a, lei de Lenz, qualquer corrente induzida tende a se opor
às variações do campo que a produziu. No caso de um motor de indução, a variação é a
rotação do campo resultante do estator, e a força exercida sobre o rotor pela corrente
induzida e o campo no rotor é tal que tenta cancelar o movimento contínuo do campo do
estator. Esta é a razão pela qual o rotor acompanha o campo do estator, tão próximo
quanto o permitam o seu peso e a carga.
4.2.15 – Rendimento
É a relação entra a potência produzida pelo motor e a potência absorvida da rede.
T = Potência nominal x 100 = %
Potência total
4.2.16 – Perdas
As perdas podem ser elétricas ou mecânicas.
Perdas Elétricas: podem ser:
1) No cobre do estator e rotor.
a) Estator: Is2 x Rs
b) Rotor: Ir2 x Rr
2) Efeito da Histerese
3) Mecânicas: Atrito nos rolamentos.
4.2.17 – Eficiência
É a relação da potência de saída para a potência de entrada e para a carga total. A
eficiência varia entre 85% nos pequenos motores e acima de 90% nos motores de
grandes portes.
4.2.18 - Motores de indução bifásicos
Os motores de indução podem ser monofásicos, bifásicos ou trifásicos. Em todos estes
casos, a C A aplicada ao estator deve produzir um campo girante que arrasta o rotor
consigo.
enrolamento gera um campo que não é girante, mas se alterna ao longo do eixo do
enrolamento.
Os capacitores eletrolíticos usados para dar partida nos motores variam entre 80
microfarad para motores com 1/8 de HP e 400 microfarad para os motores de 1 HP. Os
motores capacitivos de ambos os tipos são fabricados desde capacidade de potência
fracionária até cerca de 10 HP. São normalmente empregados para tracionar moendas,
máquinas de furar, compressores de refrigeradores e outras cargas que requerem partida
com torque relativamente grande. O sentido de rotação do motor capacitivo pode ser
invertido pela troca dos terminais do enrolamento de partida.
Observação: os motores de indução de duplo capacitor possuem dois (2) tipos de
capacitores: um eletrolítico e um a óleo. O capacitor eletrolítico é auxiliado pelo
capacitor a óleo na partida do motor e são ligados em paralelo entre si e em série com um
dos enrolamentos, já que possuem as mesmas características. Após a partida o interruptor
centrífugo retira o capacitor eletrolítico, permanecendo o capacitor a óleo, onde manterá
os dois enrolamentos defasados e funcionando como motor bifásico. Pela sua
constituição física o capacitor a óleo tem um maior poder de dissipação de calor, razão
pelo qual permanece na linha.
4.2.21 - Motor de indução de fase dividida – Partida a resistência
O motor de partida a resistência é outro tipo de motor de indução de fase dividida. Além
do enrolamento principal, este motor também tem um enrolamento auxiliar que pode ser
retirado do circuito como nos motores de partida a capacitância. O enrolamento de
partida é perpendicular ao enrolamento principal.
Obtém-se uma defasagem elétrica entre os dois enrolamentos construindo-os com
impedâncias desiguais. O enrolamento principal tem indutância elevada e resistência
baixa. A corrente fica, portanto muito atrasada em relação à tensão. O enrolamento de
partida tem relativamente baixa indutância e resistência elevada. A corrente fica,
portanto, pouco atrasada, em relação à tensão. Suponha, por exemplo, um motor no
qual os atrasos sejam de 70° para o enrolamento principal e 40° para o enrolamento
auxiliar; as correntes estão defasadas de 30°, assim como os respectivos campos
magnéticos. Embora o ângulo de defasagem ideal fosse de 90°, para um conjugado
de partida máximo, o ângulo de 30° pode produzir um campo girante capaz de dar partida
no motor. Quando o motor atinge a velocidade nominal, uma chave centrífuga desliga o
enrolamento de partida da rede. (Figura 4.19).
Alguns tipos de motores se constroem para que possam funcionar com duas, três ou
quatro tensões diferentes, podendo assim ser utilizado um mesmo motor em localidades
onde a voltagem da rede de alimentação tem valores diferentes.
Nas duas maneiras conhecidas de agrupar as fases dos enrolamentos trifásicos, isto
é, estrela ou triângulo; um motor ligado em triângulo-série pode operar com uma
tensão 1,73 vezes superior ao ser conectado em estrela-série, ou vice-versa; um
motor com ligação estrela-série pode passar a funcionar em outra linha de
alimentação com uma voltagem 1,73 vezes menor quando é reconectado em
volts.
4.5.1 – Ligação série-paralelo
A (figura 4.33) mostra o enrolamento de um motor com todos seus terminais livres,
dispostos assim para poder-se ligar o motor em estrela-série e estrela-paralelo, ou em
triângulo-série e triângulo-paralelo.
As duas metades de cada fase podem ser ligadas em paralelo ou em série e, pode-
se agrupar as três fases em estrela ou em triângulo, obtém-se assim quatro
combinações diferentes para se poder ligar o motor a quatro tensões diferentes.
Por exemplo, nos motores de 220/380/440/760 volts, o enrolamento é preparado
de forma que possa trabalhar nas diferentes tensões, com as seguintes ligações:
Esta disposição das ligações permite que o motor possa quando ligado em: 220 volts,
iniciar a partida em estrela-paralelo e ficar funcionando em triângulo-paralelo; 440
volts, partir com o estator ligado em estrela-série e, após passar a operar ligado em
triângulo-série.
A figura 4. 38 mostra o bobinamento e a disposição dos terminais, possibilitando
a troca de ligações com grande rapidez para poder ser ligado a qualquer uma das
quatro tensões para as quais o motor foi projetado.
zero e nos outros dois, ela se eleva, indicando a fase interrompida naquela em que a
corrente se anula. Procurar o defeito e efetuar o reparo. Defeito de fundição ou de
solda no rotor gaiola de esquilo.
Pode acontecer que, na fundição, o alumínio não encha completamente as ranhuras,
ficando as barras defeituosas, ou ainda, partirem-se devido ao esforço a que o rotor
está submetido.
Em se tratando de barras de cobre, ligadas ao anel de curto-circuito, com solda
fraca, podem elas, por aquecimento, dessoldarem-se. Essas irregularidades trazem
consigo aumento de resistência do rotor, o motor se aquece e a velocidade será
inferior à do regime.
Inspecionando-se o rotor, constata-se o defeito e substitui-se o induzido ou refaz-
se a solda conforme o caso. É sempre preferível usar a solda forte ao invés da
solda fraca, pois o ponto de fusão da solda forte é mais elevado que o da fraca.
Aquecimento Anormal Interrupção numa fase do estator.
Durante o funcionamento, ocorrendo a interrupção numa fase do estator, o motor
passa a trabalhar como monofásico, absorvendo maiores correntes e aquecendo
exageradamente.
Deve-se parar o motor, verificar a fase interrompida, com um multímetro e efetuar o
conserto. O interruptor centrífugo não desliga (motores monofásicos) O circuito
auxiliar dos motores monofásicos não sendo interrompido durante o funcionamento,
provoca aquecimento do motor podendo queimar o enrolamento. Verificar o
interruptor centrífugo e repará-lo.
Ligações erradas.
Engano nas ligações das fases ou nos grupos de bobinas de uma fase, ou ainda
desigualdade do número de espiras nas fases dão lugar a desequilíbrios de correntes.
Comumente a corrente resulta ser superior a do regime e o aquecimento será
anormal.
Com três amperímetros inserido em série nas fases do motor verificam-se as diferenças das
correntes. Também pode ocorrer dissimetria devido a curto circuito entre espiras de uma
fase. Localizar o defeito, com instrumento adequado e conferir as ligações. Refazer as
conexões conforme esquema ou trocar bobinas com espiras em curto.
Curto-circuito no rotor bobinado.
Contato entre espiras ou entre bobinas do rotor, provocam maior consumo de corrente do
estator, principalmente no arranque, e forte aquecimento.
Localizar o defeito com instrumento adequado e efetuar o reparo.
Contato defeituoso entre barras e anéis de curto circuito.
A f.e.m. induzida nas barras do rotor é muito pequena e a corrente, dada a baixa resistência
da gaiola, é grande.
Os contatos, quando imperfeitos, provocam aumento de resistência, havendo, pela Lei de
Joule, aquecimento suficiente para dessoldar as barras de anéis (quando se trata de solda
fraca).
Com este defeito o motor perde velocidade. Com gaiola de alumínio fundido sob pressão ou
com barras de cobre unidas aos anéis, com solda forte, estes inconvenientes não se
manifestam.
Umidade ou óleo nos enrolamentos.
Umidade ou óleo nos enrolamentos baixa a resistência do isolamento, provocando
aquecimento anormal na máquina. Quando este fica depositado em lugar pouco arejado e
com vapor de água os enrolamentos adquirem umidade. É de boa norma efetuar um teste
de isolação antes de colocarmos a máquina em funcionamento. No caso do óleo
lubrificante escorregar dos mancais, penetrando nos enrolamentos; é necessário
efetuarmos um teste de isolação, pois tanto a umidade como o óleo lubrificante estragam
o verniz dos enrolamentos.
Para repararmos estes inconvenientes é necessário colocarmos a máquina em estufa, tendo o
cuidado de retirar as partes que podem se danificar com a temperatura que vai
aproximadamente a 100º C. Em alguns casos torna-se necessário aplicar nova camada de
verniz nos enrolamentos.
Enrolamento do estator ou do rotor ligado à massa
Com um megôhmetro, verificar se há contato entre condutores e massa. localizar as
bobinas defeituosas e isolá-las ou substituí-las por outras novas, conforme a necessidade.
Mancais ou rolamentos gastos verificar a folga nos mancais e rolamentos e proceder a
reparação do mancal ou substituição dos rolamentos.
CAPÍTULO 5
SISTEMA TRIFÁSICO
Pp= EL x IL x √3 (VA)
5.2.2 - Potência debitada pelo secundário para a carga (Ps em W)
A potência debitada pelo secundário de um trafo. trifásico é expressa em Watts e é
calculada pela expressão matemática:
Ps(w) = EL x IL x √3 x cosɵ PR (Watts). cosɵ PR
= fator de potência da carga.
Pp = 3 EI Ps = EI. √3
Pp = potência do primário. Ps = potência do secundário.
Rend.= Pp x 100% Rend.= E x I x 3 x 100% Rend.= 3 x 100% Rend. = 58%
Ps E x I x√3 √3
a = N1 = E1 = I2 = √ Z1
N2 E2 I1 √ Z2
Cálculos:
1) Os enrolamentos de alta tensão de um transformador, tem 500 espiras, enquanto o de
baixa tensão tem 100 espiras. Quando usado como abaixador, a corrente de carga
é de 12 amperes. Calcule: 1) A razão de transformação e 2) Corrente do primário.
I) a = N = 500 = 5 ou 5 : 1 N
100 1
II) Is = 5 • 12 = 5 • Ip = 12 x 1 • Ip = 2,4 A.
Ip 1 Ip 1 5
2) Qual o valor da razão de transformação do problema anterior.
Resposta: a = N1 = 500 • a = 5 : 1 (abaixador de tensão). N2 100
3) Dado o transformador abaixo, calcule: a) Ip
• b) Is • c) Es
Solução:
a) Ip = Pp como Pp = Ps • Ip = 500 • Ip = 10A.
Ep 50
a) Es > Ep = 5 • Es = 50 onde Es = 10V.
Es 1 5
b) Is = Ps = 500 • Is = 50A. Es 10
5.3.4.3 - Perdas, potência e rendimento nos transformadores
a) Perdas no cobre; e
b) Perdas no ferro.
Perdas no cobre:
Ocorre devido à dissipação de energia dos enrolamentos (fios de cobre) em forma de
calor chamado de EFEITO JOULE.
Perdas no ferro (Núcleo):
São duas:
I) Correntes parasitas; e
II) Histerese.
Por correntes parasitas:
Em função do fluxo magnético, também conhecida como corrente de FOULCAULT,
cuja consequência é o aquecimento do núcleo, provocando perda de potência.
Por histerese:
Devido ao atraso magnético, também, provocando perda de potência.
Procedimentos para amenizar as perdas:
1) No cobre: usar fios de diâmetro adequado em função da corrente.
2) No núcleo:
a) Para amenizar as correntes parasitas lamina-se o núcleo.
b) Para amenizar histerese: usa-se aço silício, modernamente, tem-se usado ferrite, os
quais facilitam a desmagnetização.
a) P = E x I Expressa em KVA.
b) P = E x I x FP (fator de potência). Expressa em Watt (W) ou KW. No lugar do fator de
potência, pode usar o cosseno.
3) A potência nos transformadores trifásicos é dado por: a)
Pp = E1 x I1 '13 Expressa em KVA.
b)Ps = Es x Is x '13 x FP Expressa em KW.
Nota: como Ps = Pp, ocorre que Ps (W) = Pp x Cosө (KVA)
Especificação: “A capacidade do transformador é dada em KVA”.
Caso ocorra uma especificação em KW é porque foi levado em consideração o fator
de potência.
5.3.4.5 – Rendimento
É a relação entre a potência fornecida pelo secundário e a potência consumida pelo
primário. Representa pela letra "ɳ''.''.
Expressão matemática: ɳ''. = Ps x 100 Expressa em porcentagem (%).
Pp
Obs: os transformadores de força comum apresentam um rendimento de 97 a 99%. A
redução é devida às perdas no cobre dos dois enrolamentos e das causadas pelo efeito
de histerese, das correntes parasitas e no núcleo de ferro.
Verificação:
1)Um transformador tem um rendimento (eficiência) de 90%. Se ele fornece 198 VA
de uma linha de 110 V, qual o valor da potência de entrada e da corrente do primário?
Dados:
ɳ''. = 90% = 0,9 Ep = 110 V.
Ps = 198 VA Ip = ?
Solução:
a) n = Ps x 100 0,9 = 198 Pp = 198 Pp = 220V.
Pp Pp 0,9
b) Ip = Pp 220 Ip = 2A.
Ep 110
2) Qual a potência de saída em KW de um transformador de 5 KVA/2.400V/120 V, que
alimenta uma carga nominal com os seguintes fatores de potência:
a) 100% ou f.p = 1
b) 80% ou f.p = 0,8
c) 40% ou f.p = 0,4
Qual a corrente de saída especificada para o transformador? Ps =
KVA x FP = KW.
a) Ps = 5K x 1 = 5 KW.
b) Ps = 5K x 0,8 = 4 KW.
c) Ps = 5K x 0,4 = 2 KW.
d) A corrente especificada é dado por:
Trabalho: intermitente.
2° Exercício:
Primário: E = 120Volts, f = 60 Hz, β = 8000 gauss, S = 6,3 cm2.
Secundários = 1° secundário : 10V/0,5A
2° secundário: 3V/0,5A
3° secundário: 15V/2A
Trabalho: contínuo.
3° Exercício:
ANEXO A
BIBLIOGRAFIA
a) EUA. US NAVY. Curso Completo de Eletricidade Básica / Basic Eletricity. São Paulo,
HEMUS, 1980.