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CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA


TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO SUBTERRÂNEA DE ENERGIA ELÉTRICA

Paulo José Fernandes

Rio de Janeiro
JULHO/2018
CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO SUBTERRÂNEA DE ENERGIA ELÉTRICA

Paulo José Fernandes

Trabalho acadêmico apresentado ao Curso de


Engenharia Elétrica do Centro Universitário
Augusto Motta (UNISUAM), como requisito
parcial à obtenção do título de Bacharel em
Engenharia Elétrica.

Orientador: André Luís da Silva Pinheiro

Rio de Janeiro
JULHO/2018
CENTRO UNIVERSITÁRIO AUGUSTO MOTTA
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO SUBTERRÂNEA DE ENERGIA ELÉTRICA

Paulo José Fernandes

APROVADO EM: _________________________

BANCA EXAMINADORA:

_______________________________________
André Luís da Silva Pinheiro, D.Sc. - Orientador

_______________________________________
Geraldo Motta Azevedo Júnior, D.Sc.

_______________________________________
Antônio José Dias da Silva, M.Sc.

_______________________________________
Nelson Damieri Gomes, M.Sc.

Rio de Janeiro
JULHO/2018
DEDICATÓRIA

A família e ao amor.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha família pela paciência e apoio.


EPÍGRAFE

“O preço que se paga para conseguir o que se quer, é conseguir o que se queria.”
Neil Gaiman
Fernandes, Paulo José. Rede de distribuição de energia elétrica subterrânea. 2018.
Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Engenharia Elétrica) – Centro Universitário
Augusto Motta, Rio de Janeiro, 2017.

RESUMO

Ao observar nossa cidade, percebe-se uma grande diferença entre a Zona Sul e parte do
Centro. Além da concentração de riqueza e investimentos, há um grande detalhe que passa
despercebido: devido ao longo tempo de exposição o sistema de distribuição de energia os
postes, fios e transformadores se misturam com a topografia da cidade, se ramificando por ruas
para uma melhor distribuição de energia.
Apresenta-se a assim o objetivo de substituição do modelo aéreo de distribuição pela
rede subterrânea no perímetro urbano. Mostrando também a possibilidade de melhorar a
qualidade de vida da população devido a melhorias em poluição ambiental e poluição sonora.
Será inicialmente feita uma pesquisa bibliográfica para obter os fundamentos teóricos
necessários e assim atingir um melhor domínio sobre o tema. Esso processo será baseada
principalmente em livros, artigos científicos, trabalhos de conclusão já realizados por outros
autores e pesquisa pela internet. Serão revistos os projetos básicos da Light e da ANEEL,
equipamentos básicos e soluções de infraestrutura necessários para um projeto ideal.
Por apresentar pouca necessidade de tecnologia de ponta, o tempo de implantação da
rede subterrânea é imediato e praticamente não apresenta impedimentos de locação, uma vez
que por ser no subsolo, todo o projeto pode ser facilmente adaptado. Buscando assim melhorar
a qualidade de vida das pessoas e a eficiência do sistema reduzindo, por fim, a tarifa de energia
a longo prazo.
Os dados e projetos mostram que podemos melhorar o sistema de distribuição tornando
o mesmo mais eficiente a curto e longo prazo, fica evidente o alto custo de investimento para
instalação, mas o mesmo se perde ao longo da vida útil do sistema.

Palavras-chave: Energia; elétrica; distribuição aérea; distribuição subterrânea; qualidade de


vida; soluções ambientais.
Fernandes, Paulo José. Underground electric distribution systems. 2018.
Monograph (Graduation in Electrical Engineering) – Centro Universitário Augusto Motta, Rio
de Janeiro, 2017.

ABSTRACT

When observing our city, one perceives a great difference between the South Zone and
part of the Center. Besides the concentration of wealth and investments, there is a detail that
goes unnoticed: due to the long exposure time the energy distribution system the poles, wires
and transformers blend with the topography of the city, branching through the streets for a better
distribution power.
Thus, the objective of replacing the aerial distribution model by the underground
network in the urban perimeter is presented. It also shows the possibility of improving the
quality of life of the population due to improvements in environmental pollution and noise
pollution.
A bibliographical research will be done initially to obtain the necessary theoretical
foundations and thus to reach a better domain on the subject. This process will be based mainly
on books, scientific articles, conclusion work already done by other authors and research on the
internet. It will review the basic projects of Light and ANEEL, basic equipment and
infrastructure solutions necessary for an ideal project.
Because it presents little need for state-of-the-art technology, the time of deployment of
the underground network is immediate and has practically no lease impediment, since it can be
easily adapted to the subsoil. Seeking to improve people's quality of life and the efficiency of
the system, ultimately reducing the long-term energy tariff.
The data and projects show that we can improve the distribution system making it more
efficient in the short and long term, it is evident the high cost of investment for installation, but
the same is lost during the life of the system.

Keywords: Energy; electricity; Overhead Electrical Distribution; Overhead Electrical


Distribution; Healthy life; Environmental Solutions.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Indicador de FEC/DEC da Light ...................................................... 21


Figura 2 – RDA (Rio de Janeiro) ..................................................................... 27
Figura 3 – RDA Compacta .............................................................................. 28
Figura 4 – RDA em Área isolada .................................................................... 30
Figura 5 – RDS ............................................................................................... 31
Figura 6 – RDS Radial Simples ...................................................................... 33
Figura 7 – RDS Radial com Primário em Anel ................................................ 35
Figura 8 – RDS Radial com Primário Seletivo ................................................ 36
Figura 9 – RDS Radial com Secundário Seletivo ........................................... 37
Figura 10 – RDS Reticulado Simples.............................................................. 38
Figura 11 – RDS Reticulado com Primário Seletivo ....................................... 40
Figura 12 – Sistema Hibrido ........................................................................... 41
Figura 13 – RDS URD .................................................................................... 42
Figura 14 – Esquemático padrão de uma infraestrutura de RDS .................. 44
Figura 15 – RDS Reticulado Spot ................................................................... 53
Figura 16 - Esquema de atuação de um Protetor de Rede............................. 56
Figura 17 – Evolução do DEC Brasil (2008-2015) .......................................... 63
Figura 18 – Evolução do FEC – Brasil (2008-2015) ....................................... 64
Figura 19 - Redes totalmente enterradas ....................................................... 67
Figura 20 - Redes parcialmente enterradas.................................................... 67
Figura 21 – RDS Reticulado ........................................................................... 69
Figura 22 – RDS Radial .................................................................................. 69
Figura 23 – RDS Parcial em Pedestal ............................................................ 70
Figura 24 – RDS Parcial em Poste ................................................................. 70
Figura 25 - Exemplo de localização de banco de dutos.................................. 72
Figura 26 – Exemplo de vala comum encontrada na cidade .......................... 73
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Níveis de Tensão aprovados pelo MME ....................................... 32


Tabela 2 - Índices de Compensação de Continuidade ................................... 61
Tabela 3 – Índices Solicitações de Compensação ......................................... 62
Tabela 4 - Indicadores de Continuidade por Conjunto (RDS x RDA) ............. 65
LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1 - DIC/FIC/DMIC ........................................................................... 48


Equação 2 – DEC/FEC ................................................................................... 49
LISTA DE ANEXOS

Anexo 1 - Indicadores de Continuidade por Conjunto .................................... 78


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

LIGHT - Light Eletric Company


AMFORP - American e Foreign Power Co.
ELETROBRAS - Centrais Elétricas Brasileiras S.A.
ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica
MME - Ministério de Minas e Energia
RDA - Rede de distribuição aérea
RDS - Rede de distribuição subterrânea
CEMIG – Companhia Energética de Minas Gerais S.A
NBR – denominação de norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas
XLPE – Polietileno Termofixo
EPR – Etilenopropileno
COPEL- Companhia Paranaense de Energia
CPFL- Companhia Paulista de Força e Luz
CC- Corrente Contínua
CA- Corrente Alternada
CTS- Caixa de Transmissão Subterrânea
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA ............................................................................................................. 4
AGRADECIMENTOS ................................................................................................... 5
EPÍGRAFE ..................................................................................................................... 6
RESUMO ........................................................................................................................ 7
ABSTRACT ................................................................................................................... 8
LISTA DE FIGURAS..................................................................................................... 9
LISTA DE TABELAS .................................................................................................. 10
LISTA DE EQUAÇÕES .............................................................................................. 11
LISTA DE ANEXOS ................................................................................................... 12
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .................................................................. 13
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................... 18
1.1. APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA ........................................................... 18
1.2. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA......................................................................... 19
1.3. HIPÓTESE ......................................................................................................... 21
1.4 OBJETIVOS ....................................................................................................... 22
1.5 MOTIVAÇÃO .................................................................................................... 22
1.6 TRABALHOS RELACIONADOS E CONTEXTUALIZAÇÃO ...................... 23
1.7 JUSTIFICATIVA E RELEVANCIA.................................................................. 24
1.8 METODOLOGIA ............................................................................................... 24
1.9. ORGANIZAÇÃO DO TEXTO ......................................................................... 25
CAPÍTULO 2. AS REDES DE DISTRIBUIÇÃO ....................................................... 26
2.1 CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO TIPO ........................................................... 26
2.1.1 Redes Convencionais Aéreas ....................................................................... 26
2.1.2 Redes Convencionais Aéreas Compactas..................................................... 28
2.1.3 Redes Convencionais Aéreas Isoladas ......................................................... 29
2.1.4 Redes Subterrâneas....................................................................................... 30
2.2 CONFIGURAÇÃO GERAL DAS REDES SUBTERRANEAS........................ 31
2.2.1 Sistema Radial Simples ................................................................................ 33
2.2.2 Sistema Radial com Primário em Anel ........................................................ 34
2.2.3 Sistema Radial com Primário Seletivo ......................................................... 35
2.2.4 Sistema Radial com Secundário Seletivo ..................................................... 36
2.2.5 Sistema Reticulado Simples ......................................................................... 37
2.2.6 Sistema Reticulado com Primário Seletivo .................................................. 39
2.2.7 Sistema Híbrido ............................................................................................ 40
2.2.8 Sistema de Distribuição Residencial Subterrânea ........................................ 41
2.3 INFRAESTRUTURA BASICA CIVIL .............................................................. 42
2.3.1 Rede de distribuição aérea ............................................................................ 42
2.3.2 Rede de distribuição subterrânea .................................................................. 43
2.4 PARTICULARIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA ......................................... 46
2.4.1 Breve conceito da história da qualidade de energia no Brasil ...................... 46
2.4.2 Marcadores governamentais de qualidade ................................................... 47
2.5 CUSTOS ............................................................................................................. 49
CAPÍTULO 3. MODELO DE SISTEMA SUBTERRÂNEO EMULADO ................. 50
3.1 HISTÓRICO ....................................................................................................... 50
3.2 UNIFILAR E DESCRIÇÃO DO MODELO ...................................................... 52
3.3 EQUIPAMENTOS.............................................................................................. 53
3.3.1 Trafos............................................................................................................ 53
3.3.2 Protetor de Rede ........................................................................................... 54
3.3.3 Chaves de MT .............................................................................................. 56
3.3.4 Cabos de BT e MT ....................................................................................... 57
3.3.5 Barramentos.................................................................................................. 57
3.3.6 Quadros de distribuição ................................................................................ 58
3.4 VANTAGENS .................................................................................................... 58
3.5 INCIDENTES E ACIDENTES .......................................................................... 59
CAPÍTULO 4. VIABILIDADE TECNICO-FINANCEIRO ........................................ 60
4.1 VANTAGENS DE UM SISTEMA CONFIAVEL............................................. 60
4.2 POSICIONAMENTO DA LIGHT NO CENÁRIO ENERGETICO .................. 64
4.3 CUSTO DE IMPLANTAÇÃO ........................................................................... 66
4.3.1 – RDS – Reticulado ...................................................................................... 68
4.3.2 – RDS – Radial ............................................................................................. 69
4.3.3 – RDS Parcial – Pedestal .............................................................................. 69
4.3.3 – RDS Parcial – Poste .................................................................................. 70
4.4 POSICIONAMENTO SOBRE OS DADOS APRESENTADOS ...................... 71
CAPÍTULO 5. SUGESTÃO TECNICA PARA HARMONIA DOS SISTEMAS
SUBTERRANEOS ................................................................................................................... 72
5.1 GALERIA TECNICA ......................................................................................... 72
5.1.1 Vantagens ..................................................................................................... 74
5.1.2 Conceitos de utilização ................................................................................. 75
5.1.3 Desvantagens ................................................................................................ 76
CAPÍTULO 6. CONCLUSÃO ..................................................................................... 77
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................... 81
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO

1.1. APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA

No sec. XIX, o uso de energia elétrica passou a tomar importância mundial com o
surgimento de maquinas elétrica mais eficientes, possibilitando seu uso em meios de transporte
e na indústria em geral. A primeira referência na história do uso da Eletricidade na iluminação
pública é notada em 1882 com a invenção da lâmpada por Thomas Edison. Edison foi também
fundou a empresa de Distribuição e Geração de Energia Elétrica, em Nova Iorque, utilizando
maquinas a vapor para acionar os motores e gerar energia, a distribuição era feita por lingotes
de cobre. O sistema abrangia a área de 1500 metros ao redor da usina, utilizando a tensão de
100 Volts. (EDITORS, 2017)
Essa usina junto com os inventos da época impulsionaram os investimentos na energia
elétrica, porém tinham grandes dificuldades na distribuição em larga escala, até George
Westinghouse (1989) investir em transformadores de Corrente Alternada, entrando em
rivalidade com Edison, que defendia o uso de Corrente Continua como meio de distribuição. A
primeira grande aplicação o modelo proposto por Westinghouse foi a construção do Complexo
Gerador de Niágara Falls, nos Estados Unidos, em paralelo na Alemanha, é inaugurado um
complexo gerador com capacidade de 100HP/30.000V tendo o total em transmissão de 160
quilômetros. (FONSECA, RIBEIRO e SILVA, 2014)
No Brasil, a primeira usina foi construída em Campos, RJ, em 1883. Em 1889 começou
a construção da primeira usina hidroelétrica em Minas Gerais. As duas primeiras empresas a
operar no Brasil, foram a Brazilian Traction e Light Eletric Company (LIGHT) e American e
Foreing Power Co. (AMFORP) por volta de 1920. Em 1948, iniciou a participação do Estado
no setor com a criação da CHESF, CEMIG, COPEL, Furnas. Em 1961, é criada a
ELETROBRAS, órgão do governo responsável pela política de energia do país. (MEYER,
1972)
Com todo o desenvolvimento e benefícios trazidos pelo modo de transporte da energia,
logo se apresentaram diversos problemas. As RDA foram construídas sobre postes de forma
inconsistentes, assim como seus equipamentos, fios, conectores, isoladores e transformadores,
todos expostos, passaram a serem vistos de forma ruim. (ASSIS, 2010) Em Londres, em 1890
as RDA foram consideradas improprias para a sociedade, devendo assim ser modificadas
gradualmente para outra forma de distribuição. Por esse impulso, fabricantes britânicos de

18
cabos desenvolveram técnicas para isolação de cabos de alta tensão e meios mais baratos para
a implantação dos sistemas subterrâneos de distribuição. (FONSECA, RIBEIRO e SILVA,
2014)
Em Nova Iorque, durante a primeira metade do século 20, predominava o RDA. Mas,
com a expansão da rede elétrica e o aumento constante dos cabos telegráficos, fez com que a
configuração subterrânea se tornasse também esteticamente desejável. Já no Brasil, pela última
medição da ANEEL sobre a estrutura da rede de distribuição brasileira em 2010, apresenta um
perfil bem específico: utilizamos majoritariamente o sistema aéreo. (ANEEL, abr. 2012)
Em 2012, as redes de distribuição aérea foram responsáveis por 818 acidentes com 293
mortes diretas, os tipos comuns de acidentes acontecem na área da construção civil, manutenção
predial, instalação de telefonia ou TV, brincadeira com pipas e ligação clandestina de energia.
Além de oferecer risco à vida, existe também o custo alto de manutenção, a disponibilidade do
sistema e os fatores de perda devido a roubos. (MEDEIROS, 2013)
Complementando a função social do projeto, serão apresentados estudos que mostram
a variação de micro e macro clima nas regiões onde estão implantados os diversos sistemas de
distribuição, e como os mesmos podem ser otimizados para evoluir a qualidade de vida da
sociedade.

1.2. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Com a atual situação do estado do Rio de Janeiro, o objetivo primordial dessa tese é
apresentar um comparativo entre os tipos de redes utilizadas no estado, mostrando sua eficiência
e possíveis déficits. Será analisada também em complemento, as possibilidades de atualização
do sistema vigente através da implantação de uma malha subterrânea moderna. Para tal serão
mostrados dados referentes as vantagens técnicas e econômicas do sistema novo.
Os sistemas de distribuição são constituídos por dois tipos de redes. O mais comum, o
modelo de Rede de Distribuição Aérea (RDA) com variáveis (convencional, isolada e
compacta). Este modelo é amplamente utilizado devido a sua facilidade inicial de implantação
e custo. Em oposição existe o modelo de Rede de Distribuição Subterrânea (RDS). Os
responsáveis pela distribuição de energia nas cidades (conexão, atendimento ao cliente e
fornecimento de energia) são as companhias de distribuição (Light, Cemig, ...) e atualmente o
setor privado responde pela distribuição de aproximadamente 60% da energia, enquanto as
empresas públicas se responsabilizam por aproximadamente 40%. (ANEEL, abr. 2012)

19
A responsabilidade de instalação de qualquer modelo de distribuição fica a cargo da
distribuidora. Em um poste urbano que utiliza o modelo RDA, podemos encontrar instaladas as
redes primárias (média tensão – entre 2,3 e 44 kV) e redes secundárias (baixa tensão – entre
110 e 440 V). As redes primárias são basicamente constituídas por três condutores isolados (ou
não), blindados, e trançados em torno de um cabo mensageiro de aço 9,5mm de sustentação.
Podem estar apoiados sobe cruzetas de madeira, fibra, plástico e metálicos e isoladores de
porcelana ou vidro, e se localizam na parte superior do poste. Já nas redes de baixa tensão, são
utilizados cabos isolados multiplexados, estes se localizam na parte inferior do poste e servem
para alimentação de comércio e residências. Ambos os modelos seguem a norma vigente Nº
414, DE 9 DE SETEMBRO DE 2010 e ao Procedimentos de Distribuição – PRODIST. As RDS
são divididas em semienterradas e totalmente enterradas (VELASCO, LIMA e COUTO, Ago.
2006). Sua utilização é indicada em áreas urbanas com alta densidade de carga, em que a rede
aérea é inviável, as descrições dos mesmos seguem a norma vigente Nº 414, DE 9 DE
SETEMBRO DE 2010 e ao Procedimentos de Distribuição - PRODIST (ANEEL, abr. 2012).
Apoiado a esse fator limitante da lei, devido à falta de incentivo, no Brasil existem muito
poucos estudos para a viabilidade de implantação de uma RDS. Há também uma escassez de
material acadêmico sobre o assunto, por ser uma configuração não usual e de baixa
representatividade. Fato que acaba se tornando um empecilho a utilização deste tipo de rede,
como por exemplo, em uma negociação entre uma concessionária e prefeitura sobre a
implantação ou não de uma RDS. Mas o maior impacto problemático do assunto é observado
na parte estética e ambiental, No Estado do Rio de Janeiro, a RDA é um grande exemplo de
infraestrutura precária, é fácil perceber na Zona Oeste, Norte e Baixada, postes onde o
emaranhado de cabos e fios provoca acidentes e poluindo a visão. Em algumas calçadas, o
espaço para trânsito de pedestres fica menor que o mínimo obrigatório em norma, impedindo
cadeirantes e pessoas com dificuldade de passar. Com a atual operação da Light, foi observado
que os medidores foram removidos das casas para os postes, depois trocados de posição e
retornado as casas, gerando mais lixo na rede aérea. Um detalhe que também fica claro é a poda
irregular de arvores e até a sua completa remoção em favor de uma linha de distribuição.
(MAREK, 2008). Essa pratica, além de modificar o microclima da região (CATALDI,
MARGALHO, et al., 2001), provoca a substituição forçada da Fauna. Apresenta-se assim neste
projeto necessidade de substituição da rede aérea pela rede subterrânea de distribuição no
perímetro urbano, verificando também a possibilidade de melhorar o sistema de distribuição de
energia elétrica utilizado nas regiões mais afastadas. Mostrando também a possibilidade de
20
melhorar a qualidade de vida da população devido a melhorias em poluição ambiental e
poluição sonora.

1.3. HIPÓTESE

A ANEEL exige que as concessionárias mantenham um padrão de continuidade e, para


tal, edita limites para os indicadores coletivos de continuidade, DEC (Duração Equivalente de
Interrupção por Unidade Consumidora) e FEC (Frequência Equivalente de Interrupção por
Unidade Consumidora), conforme definido no Procedimentos de Distribuição - PRODIST.
Quando observamos a Figura 1 sobre o DEC e FEC comparativo de regiões atendidas tanto por
RDA e RDS fica evidente a superioridade do sistema subterrâneo. (Redes de Energia elétrica,
2014)
Figura 1- Indicador de FEC/DEC da Light

Fonte: http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/indicadores_de_qualidade/resultado.cfm, acessado em 10/11/2017

O consumo cada vez maior de energia elétrica no país, faz pressão para que as
concessionárias ofereçam níveis de qualidade cada vez mais confiáveis. É nesse foco a
superioridade de confiabilidade das RDS, desta forma se buscará apenas ratificar esta colocação
com dados operacionais atualizados que proporcionem uma visível comparação técnica entre
elas. A grande confiabilidade das RDS diretamente proporcional ao custo de implantação, que
segundo acadêmicos e livros, chegam a casa de dez vezes mais que a RDA. (MARTINS, 2014)
Assim, se buscará atualizar essa informação e alinha-la com as novas tecnologias disponíveis
no mercado.
Se buscará também uma forma de equalizar os custos de manutenção para uma
ampliação de serviço em larga escala, assim evitando falhas. Esse conjunto de falhas apontam
21
para um problema que pode ser solucionado com a utilização de modernos projetos nos civis,
elétricos e ambientais. (MAREK, 2008)

1.4 OBJETIVOS

De forma específica, pretende-se criar um modelo técnico e econômico para ser


implantado na cidade para uma máxima eficiente a curto e longo prazo. Tal objetivo será
buscado através dos seguintes pontos:

 Devido a ampliação do consumo de energia no país, a ANEEL vem solicitando


melhores índices de fornecimento de energia das Concessionárias. Através de
estudos iremos mostrar a eficiência do RDS sobre o RDA para atender a
sociedade atual.
 Em leituras acadêmicas, foi identificado que o custo inicial das redes
subterrâneas é da ordem de dez vezes, mas que a curva de manutenção faz a
relação custo-benefício ser melhor após quinze anos de uso. Essas informações
serão atualizadas e plotadas para refletir o momento atual.
 Relação de custo a curto versus longo prazo e como a manutenção eficaz e
programada podem gerar economia.
 Ampliação dos benefícios ambientais e sociais, através na maior arborização da
cidade.

1.5 MOTIVAÇÃO

A motivação que deu origem a essa monografia, surgiu ao presenciar um acidente com
vítimas que vieram a falecer devido a colisão do veículo com um poste de concreto no meu
domicilio. Além de ficar algumas horas sem fornecimento de energia, o custo da vida humana
foi determinante.
Em viagem aos Estados Unidos da América, percebesse ao visitar os centros comerciais,
industriais e residenciais a predominância do RDS, (YEH, SUMIC e VENKATA, 1995)
ficando assim intrigado do porque a maciça utilização do mesmo. Com as pesquisas até o
momento, consegue-se identificar dois fatores predominantes, a preocupação com a qualidade
da energia e com o cidadão.

22
Pode-se adicionar um desejo inato, como futuro engenheiro, de melhorar a qualidade de
vida da população, oferecendo ao mesmo tempo uma solução eficiente para o mercado junto a
diminuição da tarifa de energia.

1.6 TRABALHOS RELACIONADOS E CONTEXTUALIZAÇÃO

Em (AZEVEDO, 2010), que é um projeto de pós-graduação que propõe uma nova


metodologia de quantificar o custo das perdas de energia e custo das penalidades pelo
fornecimento de energia em tensão de suprimento nas faixas críticas e precárias. Em seu texto
foram utilizados dados reais de um trecho da rede subterrânea reticulada de distribuição de
energia elétrica da COPEL com 96 barras. Essa metodologia busca a otimização geral do
fornecimento de energia por redes secundárias de RDS elétrica através da aplicação de
algoritmos genéticos e atuando na conexão dos transformadores de distribuição à rede primária
subterrânea. Na tese de mestrado de (BARRETO, 2010), por meio da observação de ganhos
operacionais no sistema RDS, visa-se a melhoraria da qualidade no fornecimento de energia
através da disponibilidade do sistema pela concessionária. Apresenta também um novo relé
criado pela empresa Futura para tal monitoramento. O período de análise do sistema foi de 13
meses, onde foi avaliado a operacionalidade remota, os ganhos da concessionária e benefícios
sociais. Em sua dissertação ao programa de pós-graduação a aluna (MAREK, 2008), realizou
um levantamento na Zona 7 de Maringá em relação de poda de arvores e a disponibilidade da
rede elétrica, mostrando assim, a efetividade de um sistema subterrâneo para melhor
conservação da Flora local, também levantou custos de substituição e manejo de arvores. Foi
exemplificado como a melhoria no sistema, aumenta a qualidade no fornecimento da energia e
em relação as podas das árvores, ocorre uma redução das irregularidades e acidentes.
Este projeto se alinha aos apresentados acima no ponto da superioridade técnica,
operacional e social das Redes de Distribuição Subterrânea para o perímetro urbano, visando
um melhor manejo do espaço, disponibilidade de energia, redução de perdas e equalização da
tarifa entre a população. Mas diferencia-se em apresentar um projeto estrutural básico original
com referências internacionais de sucesso, alinhando novas tecnologias e criatividade, para
solucionar a distribuição do perímetro urbano do Rio de Janeiro. Também será demonstrado os
benefícios da conservação de flora local e quando não possível, a substituição da mesma por
uma adequada, para assim melhorar o microclima da região.

23
1.7 JUSTIFICATIVA E RELEVANCIA

A distribuição de energia é algo vital para a cidade e sua boa infraestrutura está
diretamente ligada a qualidade da energia fornecida. Com esse foco alinhado, é de suma
importância que o desempenho dessas redes esteja em seu padrão ótimo. Observando o
cronograma de investimentos da cidade, observa-se um interesse da Prefeitura em querer
expandir e revitalizar a infra da cidade (CIDADES, 2012).
Porem, quando informados do retorno financeiro e custo de investimento, a RDS passa
a ser preterida em relação a RDA pelos políticos e gestores, visto seu longo prazo de
estabelecimento. Mas esse fator é apenas apoiado no interesse particular, visto que obras
públicas de energia, além de serem um investimento a longo prazo eficaz para a cidade, são
uma boa origem de empregos em primeira, segunda e terceira camada. (ANEEL, abr. 2012)
Visto do ponto Legal, quando se implanta ou expande uma rede elétrica no Brasil, o
órgão responsável é a ANEEL, ou seja, deve-se ser cumprido uma série de regulamentos em
normas técnica, resoluções e leis federais. Quanto ao custo, o maior empecilho para a
implantação pelo governo, a resolução nº 250 (ANEEL, 2009) no Art. 9º, aponta que toda
melhoria na rede pós licitação em caráter estético, pode ser repassada para o cliente solicitante.
Porém a resolução, nº 456 (ANEEL, 2010) Art. 95, indica que o fornecedor de energia é
responsável pela qualidade do serviço prestado, atendendo integralmente todos os medidores
ativos no país. Esse empasse gera uma dificuldade na geração de novos processos, associados
a falta de projetos e interesse da população, a viabilidade das RDS continua nula.
O segundo enfoque desde projeto é analisar e avaliar os impactos que a arborização
causa sobre a rede de distribuição de energia elétrica de alta tensão, indicar alternativas para
manejo de espécies e substituição da flora existente. Essa analise não é realizada hoje pela
LIGHT nem pela Prefeitura (JANEIRO, 2017) devido falta de um planejamento urbano
alinhado com o enfoque na qualidade de vida do cidadão, visto que planejamento de energia e
habitação e infraestrutura de arborização são pensados de forma separada, ocasionando
sobreposição de projetos, falhas por cabos arrebentados, acidentes, interrupções no
fornecimento.

1.8 METODOLOGIA

O método de pesquisa utilizado é o método quantitativo de cunho exploratório,


apoiando-se em técnicas de coleta de dados, também quantitativas. De acordo com
24
(PRODANOV e FREITAS, 2013), a pesquisa exploratória é quando se encontra na fase
preliminar, tem como finalidade proporcionar mais informações sobre o assunto que vamos
investigar, possibilitando sua definição e seu delineamento, isto é, facilitar a delimitação do
tema da pesquisa; orientar a fixação dos objetivos e a formulação das hipóteses ou descobrir
um novo tipo de enfoque para o assunto. Assume, em geral, as formas de pesquisas
bibliográficas e estudos de caso.
Com isso em vista, será realizada uma extensa pesquisa para um embasamento teórico
e para o desenvolvimento do assunto. Serão utilizados todos os meios possíveis para tal, seja
por livros ou visitas técnicas ou entrevistas com profissionais da área.
Simultaneamente, serão realizados contatos com as empresas de distribuição de energia,
como a LIGHT, para obtenção de dados técnicos, como número de interrupções em
determinado período, arranjos utilizados e principais equipamentos. E informações de custo da
instalação e manutenção de redes aéreas e subterrâneas. Por fim, será elaborado um projeto em
CAD a ser julgado por profissionais de outras engenharias para a validação do mesmo. O
resultado esperado com a pesquisa, elaboração do projeto e avaliação do mesmo, é desenvolver
um modelo viável de utilização das RDS em todo o perímetro urbano da cidade do Rio de
Janeiro, de forma a ampliar o acesso à energia elétrica de alta qualidade, melhorar a estética e
poluição visual e por fim melhorar a qualidade de via reestruturando a arborização da cidade.

1.9. ORGANIZAÇÃO DO TEXTO

Este documento está dividido em 6 capítulos. No primeiro capítulo apresenta-se a o


assunto, é debatida a hipótese de existência do problema, os objetivos a serem atingidos, a
motivação a escrever sobre o tema, trabalho relacionado e sua justificativa. No segundo capítulo
é realizada uma apresentação sobre os tipos de rede, suas configurações, custo de manutenção
e sua infraestrutura civil.
No terceiro capitulo será abordado mais afundo novas tecnologias e solução aplicadas
exclusivamente a RDS. Também se apresentará vantagens e desvantagens e estruturação dessas
redes. O novo modelo sugerido nos objetivos inicias, será desenvolvido nesse capitulo.
No quarto capitulo será feio um comparativo técnico-financeiro da RDS com a RDA,
assim como estudos de casos da LIGHT na cidade do Rio de Janeiro. Além da apresentação
financeira e viabilidade do modelo proposto no capitulo três.

25
No quinto capitulo será apresentada a interação socioambiental e seus impactos
imediatos e futuros. No sexto capitulo será feita a conclusão do tema.

CAPÍTULO 2. AS REDES DE DISTRIBUIÇÃO

2.1 CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO TIPO

As redes de distribuição podem ser classificadas de formas diferentes dependendo da


característica considerada. Basicamente a classificação se dá pela tensão de operação, dessa
forma elas ficam divididas em redes secundárias, que possuem tensão de até 1.000 V e as redes
primárias de distribuição nas tensões maiores que 1 kV até 25 kV. Também é utilizado como
critério para classificação o tipo de isolamento do condutor, podendo este ser nu, protegido ou
isolado. Deve ser considerado também o modelo de instalação em relação à área, sendo,
semienterrada e subterrânea (AZEVEDO, 2010). Tais modelos e tipos serão abordados com
mais detalhes nos tópicos abaixo.

2.1.1 Redes Convencionais Aéreas

Esse modelo de rede exemplificado na Figura 2, é altamente utilizado no Brasil e se


caracteriza por condutores nus, apoiados sobre isoladores de vidro ou porcelana, fixados
horizontalmente sobre cruzetas de madeiras nos circuitos de média tensão (primário) e
verticalmente nos de baixa (secundário). Podem estar instalados justos a outros equipamentos,
sendo para-raios, braços de iluminação pública, transformadores de distribuição, bancos de
capacitores, chaves seccionadoras e infraestrutura de comunicação. (GOMES, 2010)

26
Figura 2 – RDA (Rio de Janeiro)

Fonte: http://s2.glbimg.com/HA2/13/alteracao iluminacao.avi snapshot 0034.jpg acessado em 01/12/2017

Este sistema foi elaborado a mais de 60 anos e hoje já apresenta um limite tecnológico,
o que leva um baixo nível de confiabilidade na distribuição, visto que os condutores não são
isolados ou protegidos, qualquer contato de terceiros ao sistema pode provocar o desligamento
da rede. Além disso, a proximidade dessa rede com marquises, árvores, painéis, andaimes,
facilita o contato acidental de pessoas com os condutores, ocasionando possíveis descargas
elétricas que causam acidentes graves e até mesmo fatais.
Como a rede fica totalmente desprotegida contra as influências do ambiente, isso
incrementa a taxa de falhas e exige podas drásticas nas árvores próximas, uma das principais
causas de desligamentos no sistema aéreo convencional. Devido à exposição dos cabos, as
intervenções para consertos são frequentes. Os principais danos são causados por acidentes com
veículos que atingem os postes, raios, chuvas, poluição, salinidade, ventos e pássaros.
Apesar de serem mais baratas, a rede aérea tem um custo de manutenção de operação
bem elevado, devido à frequência e caracterização de ocorrências. Essa disputa do espaço aéreo
entre as redes elétricas e os elementos externos, como árvores, causam prejuízos a vários setores
da sociedade, dentre eles:
 curto-circuito na média e na baixa tensão;
 queima de transformadores, devido a constante de ocorrência de curtos;
 afrouxamento de conexões que ligam condutores aos demais
 componentes da rede;
 desligamento da rede;
 queima de aparelhos domésticos e equipamentos industriais;

27
 prejuízos decorrentes da falta de energia;
 transtorno em hospitais e estabelecimentos de utilidade pública;
 perdas de faturamento;
 gastos acentuados com manutenções e podas emergenciais e corretivas.

2.1.2 Redes Convencionais Aéreas Compactas

As redes com cabos protegidos, chamadas de redes compactas, começaram a ser


utilizadas devido à necessidade de as concessionárias de distribuição alcançar um padrão de
qualidade cada vez maior. Os estudos e a construção das primeiras redes compactas ocorreram
no Estado de Minas Gerais, realizados pela CEMIG – Companhia Energética de Minas Gerais
- em 1991. A partir de 1992, a COPEL – Companhia Paranaense de Energia – iniciou seus
estudos e em 1994 foram instaladas as primeiras redes compactas protegidas, na cidade de
Maringá, sendo que atualmente a cidade possui 100% de sua rede urbana no sistema compacto.
Essas redes são constituídas de três condutores cobertos por uma camada de polietileno
não reticulado (XLPE), sustentados por um cabo mensageiro de aço, que por sua vez, sustenta
espaçadores poliméricos. Esses espaçadores são 26 instalados a cada 10 m, apoiando os
condutores que ficam dispostos em um arranjo triangular compacto (GOMES, 2010).
Importante ressaltar que esses cabos são apenas protegidos, não podendo ser considerados
isolados eletricamente. Na Figura 3 abaixo, pode-se observar um espaçador e o arranjo dos
condutores de uma rede compacta.

Figura 3 – RDA Compacta

Fonte: http://www.atseletrica.com.br/imagens/informacoes/rede-compacta-rede-distribuicao-02.jpg
acessado em 01/12/2017
28
Outros materiais utilizados nesse sistema são os isoladores de pino e de ancoragem,
feitos em material polimérico, com o objetivo de fazer o isolamento dos condutores da rede, em
conjunto com os espaçadores, braços suportes e para-raios para proteção contra descargas
atmosféricas, chaves blindadas para seccionamento e manobra da rede e transformadores auto
protegidos, com proteção interna contra curto-circuito (VELASCO, 2003).
Entre as vantagens do sistema compacto está a redução dos custos operacionais, redução
dos riscos de acidentes, diminuição nas interrupções e preservação da arborização, pois elas
reduzem substancialmente a poda de árvores devido a menor área que os condutores ocupam.
As principais vantagens da rede aérea protegida em comparação com a rede aérea convencional
são:
 redução drástica na taxa de falhas, com consequente redução nas intervenções
na rede;
 redução substancial no DEC (duração equivalente de interrupções);
 redução substancial no FEC (frequência equivalente de interrupções);
 redução das manutenções de redes, liberando mão de obra;
 aumento de segurança para eletricistas e público geral;
 redução do nível das podas de árvores, em frequência e intensidade;
 melhoria de imagem da Empresa Distribuidora.

2.1.3 Redes Convencionais Aéreas Isoladas

Nas redes aéreas isoladas, de baixa e média tensão, são utilizados três condutores
isolados, blindados, trançados e reunidos em torno de um cabo mensageiro de sustentação,
conforme a

Figura 4. Para isso, são necessários condutores isolados para a devida classe de tensão,
acessórios desconectáveis utilizados em conexões e derivações, e terminações para promover a
transição entre os condutores isolados e os condutores das redes nuas ou protegidas
(VELASCO, 2003).

29
Figura 4 – RDA em Área isolada

Fonte: https://sz.jus.com.br/system/graphics/57680-1.jpg acessado em 05/12/2017

2.1.4 Redes Subterrâneas

As redes subterrâneas podem ser divididas em semienterradas e totalmente enterradas.


As semienterradas são sistemas subterrâneos que possuem os cabos enterrados e os
equipamentos instalados sobre o solo. Este arranjo é possível quando existe uma área suficiente
para instalação de painéis e cabines destinados a abrigar o transformador de distribuição e
demais acessórios (AZEVEDO, 2010).
Já os sistemas subterrâneos de distribuição de energia elétrica são caracterizados pelo
uso de cabos e demais equipamentos elétricos totalmente enterrados. Sua utilização é indicada
em áreas urbanas com alta densidade de carga, em que a rede aérea é inviável (AZEVEDO,
2010). Os cabos podem ser instalados diretamente enterrados ou protegidos por uma estrutura
civil composta por bancos de dutos, caixas de passagem e câmaras subterrâneas, que serão mais
detalhadamente analisadas no decorrer deste trabalho, exemplificado em Figura 5.

30
Figura 5 – RDS

Fonte: Acervo pessoal do autor

Apesar do custo mais elevado, os sistemas subterrâneos são justificados em áreas com
grande densidade de carga, locais com congestionamento de equipamentos aéreos e locais onde
os fatores estéticos têm de ser levados em conta, como cidades históricas, turísticas, bairros
típicos, loteamentos e bairros de alto poder aquisitivo. Algumas outras vantagens em relação
aos outros sistemas são:

 menor possibilidade de falhas;


 alto nível de segurança;
 melhor convivência com o meio ambiente;
 necessidade quase inexistente de podas de árvores;
 redução nos custos de manutenção;
 continuidade de serviço.

2.2 CONFIGURAÇÃO GERAL DAS REDES SUBTERRANEAS

O sistema de distribuição é a parte dos sistemas de potência que está mais próximo da
unidade consumidora, sendo encarregado de rebaixar o nível de tensão e distribuir a energia
proveniente da transmissão para o consumidor individualizado (residências, indústrias e
comércios). Nas subestações de distribuição, a tensão da sub-transmissão é rebaixada a níveis
de distribuição primária ou média tensão. As redes primárias suprem os transformadores de
distribuição, dos quais derivam as redes secundárias em baixa tensão (GOMES, 2010). Os
níveis de tensão de distribuição utilizados no Brasil são fixados por um decreto do Ministério
31
de Minas e Energia, e estão apresentados na Tabela 1 – Níveis de a seguir.

Tabela 1 – Níveis de Tensão aprovados pelo MME

Fonte: (KAGAN, OLIVEIRA e ROBBA, 2010)

Os sistemas de distribuição são frequentemente selecionados unicamente com base na


perspectiva de um menor investimento inicial. Isso pode ser considerado muitas vezes como
uma prática imediatista, resultando na implantação de sistemas que não se caracterizam como
os mais tecnicamente adequados e nem como os mais econômicos (ENGEPARC, 2011).
Durante a fase de projeto básico de uma rede de distribuição, é importante selecionar
com critério o arranjo mais aplicável, analisando as características com base nos blocos de carga
a serem alimentados. Os principais fatores avaliados geralmente são: investimento inicial,
flexibilidade, continuidade de serviço, regulação de tensão, custos operacionais e custos com
manutenção. O sistema que melhor proporcionar um equilíbrio destes fatores será o mais
adequado. Isso pode representar que o melhor sistema para uma determinada aplicação não será
sempre o mais barato (ENGEPARC, 2011).
Em um sistema de distribuição, dois fatores são considerados principais para garantir os
níveis de qualidade. A tensão de suprimento, que dever ser mantida em limites estreitos em
relação a sua tensão nominal e a continuidade de serviço, que significa reduzir ao mínimo o
número de desligamentos. A continuidade, que é comumente chamada de confiabilidade, tem
um custo inerente ao grau desejado, quanto mais complexo um determinado sistema maior será
sua qualidade. Esta regra é válida para qualquer sistema elétrico independentemente da tensão
de operação, carga demandada ou distância a ser atendida. O essencial é determinar a melhor

32
maneira de realizar o menor investimento na infraestrutura em função da importância ou
complexidade da carga atendida e recursos disponíveis (AZEVEDO, 2010).
Um sistema de distribuição em condição de restabelecer o mais rápido possível o
atendimento em caso de defeito faz crescer o consumo da área e, como consequência,
corresponde a um aumento de receita quem vem contrabalancear os investimentos necessários
para aumentar a continuidade de serviço. As linhas de transmissão ou distribuição são
caracterizadas por ser uma linha direta entre a fonte e um determinado centro de carga e sem
ramificações. A simplicidade destas linhas, sem ramificações ou conexões a carga ao longo de
sua extensão, permite a utilização das configurações que serão apresentadas a seguir. Cada tipo
de arranjo tem uma determinada finalidade, condição de utilização e podem requerer
equipamentos e dispositivos de proteção diferentes. Os principais arranjos utilizados serão
apresentados a seguir.

2.2.1 Sistema Radial Simples

Esse sistema de distribuição de energia, como o próprio nome diz, é o mais simples de
todos. Possui uma linha principal instalada da subestação até as cargas, podendo ou não ter
derivações, e que não possui recursos de manobras, chaves ou seccionadoras (AZEVEDO,
2010). Esse arranjo pode ser observado na Figura 6, possui pequeno investimento inicial e é
mais comum ser usado em sistemas aéreos.

Figura 6 – RDS Radial Simples

Fonte: (ENGEPARC, 2011)

33
Ele é mais encontrado nas redes secundárias e apenas em alguns casos específicos em
rede primária. O radial simples é indicado para ser aplicado em sistemas de muita baixa
densidade de carga, como por exemplo, áreas rurais e locais em que os circuitos tomam direções
distintas, devido as próprias características de distribuição da carga, tornando pouco econômico
o estabelecimento de pontos de interligação. Pode-se aumentar a confiabilidade desses sistemas
utilizando alguns recursos, um deles é utilizar uma alimentação reserva. Como uma grande
parte dos defeitos ocorre nos cabos de saída das linhas aéreas, coloca-se um cabo reserva com
potencial e sem carga que possua recursos entre todas as linhas da subestação, que possa
substituir o cabo de saída de qualquer alimentador em caso de defeito (ONS, 2016).
Outro método utilizado, mais comum para consumidores ligados diretamente à rede
primária, o atendimento de energia é provido de dupla alimentação, a normal e a reserva,
provenientes de linhas primárias diferentes. No caso de defeito no alimentador principal realiza-
se a transferência automática da alimentação para a barra reserva.

2.2.2 Sistema Radial com Primário em Anel

Neste sistema é fornecida uma distribuição de energia composta por dois ou mais
percursos, de forma que, se um alimentador falhar, toda a carga do mesmo é suprida por outra,
sem interromper qualquer consumidor. Todos os alimentadores deste arranjo devem ter
capacidade reserva suficiente para alimentar toda a carga do outro em caso de defeito neste
(AZEVEDO, 2010).
Muitas vezes os alimentadores radiais podem ser interligados através de uma chave de
seccionamento normalmente aberta (NA) que em caso de necessidade de executar manobras no
circuito para reparos ou execução de serviços com a rede não energizada permite a separação
de pequenos trechos da rede. Com esta estrutura o sistema recebeu o nome de anel aberto, ou
também de Open-Loop Systems, e pode ser visto na Figura 7 abaixo.

34
Figura 7 – RDS Radial com Primário em Anel

Fonte: (ENGEPARC, 2011)

Com esta estrutura adicional diminui-se o impacto de desligamentos sobre todos os


consumidores durante os serviços de manutenção necessários. Cada alimentador tem sua
própria área de atendimento, devendo ser dimensionado para assumir toda a carga do anel por
um período. Porém em caso de manobras nos alimentadores por tempo indefinido, há a
necessidade de se avaliar a condição da carga durante o período envolvido, sendo necessário
efetuar o corte de algumas cargas sob pena de se incorrer em violação dos parâmetros de tensões
mínimos estabelecidos pela ANEEL.
Em caso de necessidade de manter um elevado nível de confiabilidade, o anel pode
operar com a chave NA continuamente fechada, mantendo assim o anel fechado. É apenas
necessário que a proteção elétrica seja projetada e ajustada para minimizar os efeitos do
desligamento em caso de defeitos no sistema de distribuição. O sistema em anel aberto é a
configuração mais simples que é utilizada em uma rede subterrânea, sendo os pontos
consumidores as câmaras subterrâneas que abrigam os transformadores de distribuição. Sua
aplicação é indicada para o atendimento em áreas com média densidade

2.2.3 Sistema Radial com Primário Seletivo

Neste sistema a carga é provida por, no mínimo, dois circuitos alimentadores primários
para cada centro de cargas. Ele é constituído de forma que quando um circuito primário está
fora de serviço, o alimentador restante tem capacidade suficiente para receber a carga total por
tempo indeterminado. Apesar de três ou mais alimentadores de entrada possam ser utilizados,

35
normalmente apenas dois são previstos. Pode ocorrer de metade dos transformadores estarem
conectados a cada um dos dois alimentadores.
Os sistemas primários seletivos, Figura 8, no passado eram mais comumente construídos
para transferência de carga de forma manual. Com o desenvolvimento tecnológico, avanço da
automatização, redução de custos, confiabilidade dos sistemas de comunicação e criação de
novas tecnologias, é possível nos dias de hoje implantar sistemas de transferência automática
(AZEVEDO, 2010).
Figura 8 – RDS Radial com Primário Seletivo

Fonte: (ENGEPARC, 2011)

Quando uma falta ocorre em um dos alimentadores primários, somente metade dos
transformadores da instalação é desenergizada. As chaves comutadoras, usadas em todos os
transformadores, realizam o chaveamento para o alimentador reserva.

2.2.4 Sistema Radial com Secundário Seletivo

Esse sistema utiliza o mesmo princípio de alimentadores duplicados a partir da fonte de


potência, assim como no sistema com primário seletivo. Porém, a duplicação ocorre também
ao longo de cada barramento de carga no lado do secundário do transformador. Esse arranjo
proporciona uma restauração de serviço de maneira mais rápida para todas as cargas quando
ocorre um defeito em um alimentador primário ou transformado (AZEVEDO, 2010).

36
Na Figura 9 observa-se que cada centro de carga é suprido por dois alimentadores
primários através de dois transformadores. A capacidade de cada um deles deve ser tal que
possa seguramente alimentar toda a carga total.

Figura 9 – RDS Radial com Secundário Seletivo

Fonte: (ENGEPARC, 2011)

Uma falta no circuito de um dos alimentadores primários causa a interrupção de metade


dos transformadores, assim como no sistema primário seletivo. O serviço pode ser restabelecido
com a abertura dos disjuntores secundários associados ao alimentador sob falta e ao fechamento
de todos os disjuntores de interligação. Dessa forma, toda carga é alimentada pelo outro
alimentador primário e pela metade dos transformadores da instalação.
O custo do sistema com secundário seletivo tem custo mais elevado dos que os
apresentados anteriormente. Isto em grande parte é devido aos transformadores que requerem
elevada capacidade total para fornecimento duplicado de potência em situações extremas.
Entretanto, por causa da grande capacidade de reserva que possuem, a regulação de tensão sob
condições normais é melhor que a encontrada nos demais arranjos.

2.2.5 Sistema Reticulado Simples

Devido a diversas pesquisas com o sistema Radial Simples, foi concluído que quando o
o arranjo utilizando secundários interligados, apresentaria uma alta confiabilidade se o mesmo
fosse suprido por uma alimentação primária, incluindo uma proteção no secundário sob ação e
relés interligados com os relés do primário. (AZEVEDO, 2010)
37
Esse esquema de ligação foi chamado de Reticulado (Network), mostrado na Figura 10.
Essa forma de organização é implantada a alguns anos em locais populosos e que se faz
necessário um alto índice de eficiência.
Figura 10 – RDS Reticulado Simples

Fonte: (ENGEPARC, 2011)

O sistema tem uma alta tolerância a falhas. O transformador da rede secundária, faz o
trabalho de um relé de reversão de potência. Ele desliga caso a energia venha no sentido da
secundária para a primária. Sendo composto por duas partes, a tensão da rede é ligada da
subestação por sistema Radial até os transformadores. Já a baixa tensão é uma malha única no
secundário. Todos os clientes são abastecidos pela baixa tensão no reticulado simples. (ASSIS,
2010). Sistema Reticulado Simples
Adotou-se o número mínimo de dois alimentadores, pois, somente com um grande
número de alimentadores no lado primário, pode-se garantir uma rede secundária sem
desligamentos. Também como neste sistema a rede trabalha em paralelo continuamente, as
falhas no lado primário de um respectivo alimentador não afetam o lado secundário devido a
permanência dos demais alimentadores. E os desligamentos na rede secundária são restritos a
defeitos nos ramais e conexões de baixa tensão. Para isso, cada ramo da rede de baixa tensão é
protegido por fusíveis, permitindo em caso de defeito que ele fique isolado somente ao
respectivo trecho secundário (AZEVEDO, 2010).
Desta forma a continuidade de serviço fica garantida, e é esse baixo número de
interrupções a maior vantagem do sistema secundário reticulado. Nenhuma falta em qualquer
ponto do sistema irá causar a queda de serviço para mais do que uma pequena parcela das
cargas. Esse arranjo com elevada confiabilidade é altamente recomendado para atendimento de

38
regiões com alta densidade de carga e é utilizado com frequência no sistema de distribuição de
energia elétrica subterrâneo.
O sistema primário de alimentação do sistema Network até os transformadores pode
também ser utilizado para atendimentos de prédios com alta densidade de carga, através do
sistema reticulado dedicado. Este também é composto por duas seções, sendo a média tensão
conectada desde a subestação através de alimentadores radiais até os transformadores de
distribuição e a baixa tensão é um barramento que atende uma única edificação. Chamado
também de Spot Network, esses arranjos, assim como o reticulado generalizado, têm alta
confiabilidade, pois devido à quantidade de alimentadores primários, obtêm-se um barramento
quase sem desligamentos. Da mesma maneira que um sistema secundário reticulado, esse
sistema trabalha com as entradas primárias continuamente em paralelo. Porém, em caso de
falhas no barramento secundário, há comprometimento no atendimento de toda a sua carga
(BARRETO, 2010).

2.2.6 Sistema Reticulado com Primário Seletivo

Este sistema apresenta os mesmos princípios do reticulado simples, porém a


alimentação dos transformadores é feita de forma seletiva, através de dois alimentadores
primários, conforme se observa na Figura 11.
Cada transformador possui uma chave comutadora primária, que irá selecionar qual
alimentador será utilizado. Em uma instalação que requeira dois alimentadores primários, cada
qual deve ser capaz de suprir toda a carga da instalação. Assim como no reticulado simples, o
transformador é conectado a um barramento de cargas através de um protetor de rede
(AZEVEDO, 2010).

39
Figura 11 – RDS Reticulado com Primário Seletivo

Fonte: (ENGEPARC, 2011)

2.2.7 Sistema Híbrido

São sistemas que surgiram para atender as necessidades de um alto nível de qualidade e
mantê-las em um nível constante de trabalho. Se caracterizam por ser um sistema que operam
simultaneamente diversos modelos de distribuição. (BARRETO, 2010).
Na

Figura 12, é apresentado um sistema com um arranjo em secundário reticulado, onde os


clientes também são atendidos por um reticulado através do primário da rede. (AZEVEDO,
2010). Esse tipo de sistema é utilizado pela LIGHT para atender o bairro da Barra da Tijuca,
onde o atendimento é feito por uma rede subterrânea. Alguns prédios no local apresentam maior
diversidade de carga, ou seja, requerem diferentes níveis de continuidade de serviço, como
hotéis, centros empresariais, apartamentos e lojas. As cargas são subdivididas de acordo com a

40
confiabilidade adequada e, então, atendidas por um sistema que proporcione custo e
confiabilidade compatíveis. (MARTINS, 2014)

Figura 12 – Sistema Hibrido

Fonte: (ENGEPARC, 2011)

Sistemas assim são alimentadas por um sistema de transferência automática,


assemelhando-se a uma rede no final da distribuição, por isso o secundário também é conhecido
como Network e seus usuários de interconexão, Spot Network.

2.2.8 Sistema de Distribuição Residencial Subterrânea

Também conhecido como URD (Underground Residential Distribution), este sistema


criado e amplamente utilizado nos EUA, é um tipo semi subterrâneo onde os transformadores
e câmaras de baixa tensão são colocados sobre o solo, Figura 13.

41
Figura 13 – RDS URD

Fonte: (ENGEPARC, 2011)

Nesses sistemas de distribuição o arranjo primário é do tipo anel aberto, que se estende
conectando-se através dos transformadores. Eles não são dimensionados para atender toda a
carga por qualquer lado do anel aberto por tempo indefinido e geralmente são conectados com
um único alimentador aéreo, não oferecendo desta maneira grande confiabilidade, sendo mais
utilizada por razões estéticas em loteamentos residenciais de baixa densidade (BARRETO,
2010).
Os transformadores que equipam esta estrutura são do tipo pedestal. Eles são projetados
para serem montados sobre uma base de concreto e aptos para instalações externas onde estão
sujeitos a intempéries. São pintados na cor verde como segurança de acordo com norma
(ANEEL, abr. 2012).

2.3 INFRAESTRUTURA BASICA CIVIL

2.3.1 Rede de distribuição aérea

O projeto de redes aéreas de distribuição deve atender a um planejamento básico, que


possibilite um desenvolvimento progressivo compatível com a área em estudo. Dever ser levado
em conta as condições locais, o grau de urbanização das ruas, a dimensão dos loteamentos,
tendências regionais e comparações podem ser realizadas com regiões que possuam dados de
carga e taxas de crescimento conhecidas (ANEEL, abr. 2012).
No início do projeto deverão ser determinados a quantidade e o traçado dos
alimentadores primários e secundários de acordo com a demanda requerida. Definem-se os
centros de carga e locam-se os postes necessários para a sustentação e funcionamento eficiente
42
da rede de distribuição. Na locação dos postes deve-se cuidar com a distância à construções e
fachadas, aconselha-se também não os alocar em curvas das ruas e avenidas a fim de evitar
acidentes e futuros prejuízos das instalações. A iluminação pública deve ser adequada nos locais
de maiores concentrações. Os condutores são o meio pelo qual se transporta potência de um
determinado ponto até um terminal consumidor. Nas redes aéreas, os cabos utilizados são nus
ou protegidos, que são constituídos apenas por condutor e isolação. Praticamente apenas dois
metais se destinam a fabricação de condutores elétricos, o alumínio e o cobre (FONSECA,
RIBEIRO e SILVA, 2014).
Os de alumínio normalmente dominam o mercado nas aplicações de redes de
transmissão e distribuição não localizadas próximos a orla marítima. Seu baixo custo
comparado com os de cobre, sua relação peso por área e sua ótima resistência aos esforços
mecânicos são algumas das suas várias vantagens. Os transformadores utilizados são instalados
nos postes de distribuição e são sempre dimensionados em função do crescimento da carga e
de forma a minimizar os custos anuais de manutenção. As potências nominais são 15, 30, 45,
75, 112,5, 150 e 250 kVA (AZEVEDO, 2010).
Basicamente eles devem se localizar o mais próximo possível dos centros de carga e nos
locais que possuem alta concentração de carga, como centros comerciais e industriais, onde é
comum a ocorrência de pequenos distúrbios e cintilações no fornecimento.

2.3.2 Rede de distribuição subterrânea

Em projeto de redes de distribuição subterrânea, deverão ser realizados alguns estudos


preliminares com o levantamento de algumas informações e execução do mesmo de forma
segura e planejada. É importante para este tipo de projeto observar as etapas que se seguem:

 Estudos preliminares;
 Pesquisas de mercado (tipo de consumidor e taxas de crescimento);
 Estimativa da demanda total e projeto elétrico;
 Características da região (tipo de solo, condições climáticas);
 Planejamento da futura iluminação pública;
 Planejamento das calçadas e estudo da acessibilidade a pessoas portadoras de
necessidades especiais;
 Planejamento do trânsito;

43
 Análise de projetos já existentes;
 Planejamento da infraestrutura urbana;
 Estudo do possível enterramento das redes de energia e demais equipamentos;
 Execução do projeto;
 Fiscalização e gerenciamento das obras.

O adequado planejamento das etapas acima cita das e o gerenciamento do cronograma


de implantação das redes subterrâneas são imprescindíveis para evitar ao máximo o transtorno
à população próxima às regiões em obras. Diante de tantos critérios a serem analisados, existe
uma diversa variedade de padrões construtivos e configurações utilizadas na infraestrutura
dessas redes.
Elas possuem ainda elevada complexidade de instalações e equipamentos. Neste
projeto, será analisada mais detalhadamente a infraestrutura padrão ilustrada na figura 18.
Figura 14 – Esquemático padrão de uma infraestrutura de RDS

Fonte: (KAGAN, OLIVEIRA e ROBBA, 2010)

Diferentemente dos condutores utilizados nas redes aéreas, que são em geral cabos nus
e protegidos, os da rede subterrânea possuem isolação plena, ou seja, os cabos possuem uma
blindagem metálica circundando a isolação do cabo que garante uma menor taxa de falhas.
Os materiais mais utilizados na isolação dos cabos da rede secundária são normalmente
o Polietileno Termofixo (XLPE) e a borracha Etilenopropileno (EPR). Ambos possuem bom
desempenho, a diferença principal é que os cabos isolados em EPR têm maior capacidade de
44
resistir a umidade. Entretanto o custo benefício dos cabos XLPE ainda é melhor, fazendo com
que seu uso seja mais difundido. Os condutores devem ser dimensionados para a pior condição,
ou seja, situações que reduzem ao máximo a capacidade de condução de corrente e elevam a
queda de tensão do cabo. (SYSTEMS, 2017)No dimensionamento também deve ser levado em
conta os cálculos de curto-circuito, e caso seja necessário, a bitola da blindagem do condutor
deverá ser alterada.
Uma das maiores dificuldades no projeto de redes subterrâneas é o enterramento dos
condutores em um solo recheado de tubulações de serviços essenciais (rede de esgoto, água,
galerias pluviais) e de outras concessionárias como de telefonia, TV a cabo e fibra óptica. Dessa
forma há um enorme cruzamento de redes, diminuindo os espaços no subsolo, gerando
contratempos e elevando ainda mais os custos de instalação (COPEL, 2015).
Em parte, este problema é amenizado com a utilização de uma estrutura chamada banco
de dutos. Tanto os condutores de energia da rede primária e secundária, que compõem toda a
rede subterrânea, são instalados nestes bancos que são compostos por dutos de tamanhos
variados, os dutos localizados na parte inferior são destinados aos cabos de baixa tensão, os
intermediários com maior diâmetro podem ser reservados para os de média tensão, e os
localizados na parte superior designados à instalação de cabos de comunicação e fibra óptica
(ANEEL, abr. 2012).
Os bancos de dutos são geralmente dispostos sob o leito da rua, em calçadas ou mesmo
em áreas verdes de canteiros, e interligam toda a estrutura da rede subterrânea as câmaras
transformadoras. As câmaras transformadoras (CTs) são construídas em concreto armado e são
destinados a alojar os equipamentos de transformação (entrada de média tensão, chaves
seccionadoras, transformador, network protector, saída de baixa tensão). Eles são situados sob
vias públicas, são providas de tampas para inspeção de fácil acesso para funcionários em caso
de manutenções e circuito interno exclusivo para iluminação (GOMES, 2010).
É de extrema importância também, uma eficiente ventilação interna da câmara para
manter a temperatura do ambiente adequada e assim garantir um bom funcionamento dos
equipamentos elétricos. É possível também a instalação de um sistema de drenagem interno a
fim de evitar o acúmulo de água de qualquer procedência. Existem ainda as caixas de inspeção
(CIs) que também são de concreto, porém menores que as CTs, destinadas a alojar acessórios
(emendas e derivações) e equipamentos (chaves e medidores), assim como possibilitar a
passagem de cabos (mudança de direção, fim de linhas), cujas dimensões possibilitem a

45
movimentação interna de pessoas para a execução de serviços e facilite a realização de
manutenções (ANEEL, abr. 2012).
Outra estrutura importante são as caixas de passagem (CPs). São menores que as CTs e
CIs, e sua função principal é abrigar as emendas das derivações dos ramais que atendem os
clientes da concessionária. As CPs construídas sob o leito da rua deverão ter tampas de ferro
fundido com diâmetro aproximado de 600 mm. As estruturas apresentadas acima caracterizam
a composição de uma rede de distribuição de energia totalmente enterrada. Nele, como foi visto,
existem câmaras subterrâneas para abrigo dos transformadores e demais equipamentos que
interligam a média e baixa tensão (KAGAN, OLIVEIRA e ROBBA, 2010).

2.4 PARTICULARIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA

2.4.1 Breve conceito da história da qualidade de energia no Brasil

O setor elétrico brasileiro desde sua origem se expandiu por meio de incentivos da
iniciativa privada, assim o mercado estabelecia diretrizes de expansão e até parâmetros de
operação. Foi apenas em meados de 1973, com a equalização das tarifas de energia elétrica, que
a intervenção econômica do Estado começou a impactar a área. O objetivo destas intervenções
era estimular o desenvolvimento de áreas distantes e carentes, atendidas por concessionárias
menos rentáveis. Essa prática, porém, foi ineficiente, já que o regime tarifário estava centrado
no custo dos serviços prestados e uma remuneração mínima passou a ser garantida,
desestimulando o estudo para otimização dos gastos, maior eficiência e melhores índices de
qualidade (Redes de Energia elétrica, 2014).
O processo de estatização progrediu com a venda da LIGHT para a ELETROBRÁS em
1978 e ao longo dos anos aconteceram planos econômicos, onde as tarifas dos serviços
tornaram-se instrumentos de combate à inflação, reduzindo mais ainda as chances de
investimento em modernização das redes de distribuição. Em 1995 foi implantado no Brasil o
Plano Real, com objetivo de controlar a inflação e que acabou proporcionando avanços
econômicos e sociais. Neste mesmo ano iniciou-se uma nova fase do setor elétrico brasileiro
com as privatizações. O capital privado voltava a gerenciar a operação e expansão do setor sob
supervisão da então recém-criada ANEEL. As empresas privadas assumiram o controle de redes
de distribuição debilitadas devido aos anos sem investimentos e que com o aumento da demanda
passaram a operar próximas aos seus limites. Tudo isso diminuiu rapidamente a segurança
dessas redes e degradou seus níveis de confiabilidade (AZEVEDO, 2010).
46
2.4.2 Marcadores governamentais de qualidade

Quando se iniciou o fornecimento de energia elétrica, o seu abastecimento era suficiente


para a população, inclusive com todas as falhas e interrupções. Porém, com todo o
desenvolvimento tecnológico e social, a continuidade do serviço e sua qualidade é de extrema
importância para a qualidade de vida e saúde dos equipamentos pessoais.
Por parte do Governo Federal, a primeira atitude para uma efetiva parametrização do
sistema elétrico foi o Código das Águas (MME, 1934), que visava estimular um melhor uso
pelas industrias da água, até aquele momento, de uso livre não regulamentado. Nessa lei, foi
indicada uma preocupação sobre a disponibilidade de energia elétrica. Os artigos 178 e 179
citam:

“Art. 178. No desempenho das atribuições que lhe são conferidas, a


Divisão de Águas do Departamento Nacional da Produção Mineral fiscalizará
a produção, a transmissão, a transformação e a distribuição de energia
hidroelétrica, com o tríplice objetivo de:
a) Assegurar serviço adequado;
b) Fixar tarifas razoáveis;
c) Garantir a estabilidade financeira das empresas.”
“Art. 179. Quanto ao serviço adequado a que se refere a alínea “a” do
artigo precedente, resolverá a administração, sobre:
d) Qualidade e quantidade de serviço;
e) Extensões;
f) Melhoramentos e renovação das instalações;
g) Processos mais econômicos de operações.”

Até os dias atuais inúmeros artigos foram efetivados para melhorar a distribuição de
energia no Brasil, consolidados no PRODIST (Procedimentos de Distribuição de Energia
Elétrica no Sistema Elétrico Nacional). Nele estão contidas normas que regulamentam a relação
entre as Distribuidoras e Geradoras. Também é debatido a relação entre a ANEEL e as
Distribuidoras, no âmbito de troca de informações.
Por meio do controle das interrupções, do cálculo e da divulgação dos indicadores
serviço, as distribuidoras, os consumidores e a ANEEL podem avaliar o desempenho do sistema
e a qualidade do serviço prestado. O módulo 8 dos Procedimentos de Distribuição (PRODIST,
2016) regulamenta como os indicadores de qualidade existem aferem a frequência e duração
47
das falhas e como devem ser calculados (periodicidade mensal/trimestral/anual). Esses
indicadores podem ser coletivos ou individuais.
Para medições individuais são aplicados o DIC, FIC e o DMIC pela concessionária nos
consumidores. DIC, indica em horas a duração falha, já o FIC mostra a frequência das falhas
individuais. O DMIC é o cálculo da interrupção máxima continua, é principalmente usada para
impedir que uma falha seja demorada a ser reestabelecida. Eles são calculados pela formula
abaixo:

Equação 1 - DIC/FIC/DMIC

Fonte: (PRODIST, 2016)

Já o DEC e o FEC são os indicadores de continuidade coletivos sendo medidos


diretamente pela ANEEL. O DEC indica quantas horas o consumir ficou em média sem
fornecimento de energia por um X período de tempo (mês ou ano). O FEC, apresenta a
quantidade de interrupções no serviço que o cliente sofreu em X tempo. As fórmulas são
apresentadas abaixo:

48
Equação 2 – DEC/FEC

Fonte: (PRODIST, 2016)

Todo mês as concessionárias devem enviar a ANEEL os dados coletados para análise.
Porém além dos índices de continuidade, seja ele individual ou coletivo, a definição se houve
falha em demasia será emitida após avaliação subsequente e comparativa ao ano anterior.
Existem também os índices de conformidade, que avaliam as tolerâncias na qualidade da
energia recebida pelo cliente. Sendo eles o DRP (Duração Relativa da transgressão máxima de
tensão Precária), o DRC (Duração Relativa da transgressão máxima de tensão Crítica) e o ICC
(Índice de Unidades Consumidoras com Tensão Crítica). A tensão é considerada adequada pela
ANEEL se está entre 95% e 105% da tensão contratada, precária se estiver entre 93% e 95% e
crítica se estiver abaixo de 93% ou acima de 105% da tensão contratada pelo consumidor.
(ANEEL, 2017). Existem também vários indicadores que calculam a qualidade no atendimento
às ocorrências emergenciais. Os principais são o TMP (Tempo Médio de Preparação), TMD
(Tempo Médio de Deslocamento) e o PNIE (Percentual do Número de Ocorrências
Emergenciais com Interrupção de Energia).

2.5 CUSTOS

Dentre os custos totais na entre a geração e usuário, que é composto por geração,
transmissão e distribuição, cerca de 40% correspondem a distribuição (GOMES, 2010).
Existem três custos que podem ser considerados os principais para o estudo financeiro das redes
de distribuição, sendo eles: investimento inicial, custo de operação e custos por energia não
distribuída (COPEL, 2015). O investimento inicial, ou custo de implantação da rede, considera
todos os materiais adquiridos, a mão de obra (incluindo serviços de topografia, projeto e
execução) e as despesas administrativas. Os custos operacionais podem ser divididos em duas

49
parcelas, correspondentes à manutenção preventiva e manutenção corretiva. A função da
manutenção preventiva é manter um fornecimento contínuo de energia elétrica aos clientes,
atendendo as legislações vigentes. Ela atua para reduzir ou evitar falhas ou defeitos, ou ainda
corrigindo desgastes naturais e previsíveis, seguindo uma programação previamente elaborada
e baseada em intervalos de tempo. Os equipamentos que passarão por manutenções podem
variar conforme ao tipo de rede. (LIGHT, 2011)
A manutenção corretiva é necessária para restabelecer o sistema em caso de interrupções
acidentais. Seu objetivo é corrigir ou restaurar as condições de funcionamento de determinado
equipamento, visando eliminar defeitos ou falhas, e podendo ser de forma programada ou
emergencial. Quando é programada, exige menos tempo, é mais segura e de melhor qualidade.
Quando é de caráter emergencial, demanda maior tempo, aumento dos custos e perdas de
qualidade e fornecimento.
Os custos por energia não distribuída, caracterizados por interrupções, acarretam em
perdas de processo e decréscimo das atividades. Para a concessionária, além de não faturar, são
contabilizados também ressarcimentos aos clientes por perdas e danos em eletrodomésticos ou
outros aparelhos devido a uma falha na rede. Vale também considerar que mesmo com o retorno
do fornecimento da energia, o faturamento da concessionária sofre um atraso em virtude de o
tempo necessário para os consumidores retomares suas atividades.

CAPÍTULO 3. MODELO DE SISTEMA SUBTERRÂNEO EMULADO

3.1 HISTÓRICO

Conforme registros da IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers), foi


instalado no estado de Memphis o primeiro sistema reticulado, no ano de 1907, seus
transformadores eram alimentados por primários expostos em uma vala, conectados por uma
rede reticulada de cabos de cobre formando uma rede de baixa tensão com sua proteção sendo
efetuada por fusíveis. No estado de Washington, também nos EUA, foi implantado um sistema
revisado no ano de 1921, as melhorias apresentadas estavam relacionadas a proteção do
secundário com o uso de relés que desarmavam quando ocorridos por potência reversa.
(BARRETO, 2010).
No ano de 1922, foram desenvolvidos relés automáticos que foram implantados na nova
malha subterrânea implantada no estado de Nova Iorque (Estados Unidos da América) pela

50
UEPC (United Electric Light and Power Company), o sistema trifásico era composto por uma
malha de 4 fios submetidos a tensão de 208-120V ligados em estrela. Pode-se observar pelo
Capitulo 2, que o modelo de funcionamento do sistema se mantém em principio igual ao padrão
atual, foram adicionados novos parâmetros, precisão de equipamentos, aumento de carga e
melhoria pontuais nos equipamentos em geral ao passo do aumento do consumo civil e
industrial. O ponto onde teve a maior evolução desde 1907 foram nos protetores de rede, que
passaram de uma operação totalmente mecânica, para sistemas embarcados em
microprocessadores com output de informação na casa de milissegundos (ENGEPARC, 2011)
No mercado hoje, poucos fabricantes estão aptos a fabricar em escala protetores de rede,
entre eles a Eaton e a ETI são os mais proeminentes, mesmo assim, tornam-se os equipamentos
mais caros que acabam inviabilizando a manutenção de sistemas subterrâneos no Rio de
Janeiro, visto a dificuldade de importação. Outro ponto que onera esse modelo de sistema é a
sua administração técnica baseado na nossa dificuldade em gerar programas de automação e
tecnologia embarcada.
Um dos grandes aceleradores para o ramo da Elétrica e Engenharia foi a Segunda
Grande Guerra Mundial, em seu curso foram desenvolvidos novos materiais plásticos, técnicas
de construção, formas de emendas e soldas mais econômicas. Com o seu fim, todos os parques
fabris que ficaram ocioso e pesquisadores, puderam se aliar no desenvolvimento de
equipamentos cada vez mais eficientes, culminando em transformadores subterrâneos de uso
seguro, que trouxe mais eficiente e dinamismo para a instalação do sistema (AZEVEDO, 2010)
Com todos esses desenvolvimentos e publicidade, a opinião da população foi tornando-
se favorável e passou a requisitar que toda instalação segue esse padrão. Grupos ambientais e
de segurança alardearam para o impacto ambiental que instalações precárias de energia podem
gerar. Já no Brasil, através de normas da ANEEL, empresas de energia não podem fazer
investimento que comprometam a garantia concordada da tarifa. (ANEEL, abr. 2012)
O primeiro modelo implantado no Brasil, foi fomentado pela LIGHT em 1933 com um
projeto similar ao de Nova Iorque, essa instalação mesmo que diminuta, proporcionou um
avanço tecnológico para o Brasil e melhorou a qualidade do serviço e da continuidade. Anos
depois, as empresas CEMIG, ELETROPAULO E COEL também passaram a estudar e
implantar sistemas de RDS em condomínios de alto luxo e pontos específicos. Mas observa-se
até hoje uma pouca dilatação do sistema desde o início do seu uso, sempre justificados pelo alto
custo de implantação da RDS em relação a RDA. A importância das novas tecnologias de
informação, automação, monitoramento e sistemas eletrônicos inteligentes têm aumentado
51
significativamente nos últimos anos. Essas tecnologias desempenham um papel fundamental
nas sociedades modernas e contribuem de forma decisiva para a resolução de importantes
desafios para uma sociedade que quer ser mais próspera, internacionalmente competitiva,
saudável, segura e sustentável (BARRETO, 2010)

3.2 UNIFILAR E DESCRIÇÃO DO MODELO

Conforme apresentado no capitulo 2, referente ao modelo reticulado podemos


identificar como mais eficientes para BT o sistema reticulado pontual (reticulado concentrado)
e em grid (reticulado simples). Como é possível observar na Figura 10 – RDS Reticulado Simples;
verifica-se a alimentação do primário dedicado para os trafos da rede, além do secundário
conectado em paralelo, fornecendo assim energia para os consumidores. O sistema pode ser
modulado conforme a necessidade de carga. (KAGAN, OLIVEIRA e ROBBA, 2010)
Observando o sistema reticulado concentrado, temos na Figura 15 – RDS Reticulado Spot, a
alimentação é feita de forma isolada para cada trafo e os secundários são ligados na BT em
paralelo. Em relação a infraestrutura, uma única Subestação pode abrigar, tornando-se o sistema
ideal para consumidores de grande porte. Como indicado na Figura 1- Indicador de FEC/DEC da
Light, esses sistemas de RDS são ideais quando comparados a RDA. (BARRETO, 2010)

52
Figura 15 – RDS Reticulado Spot

Fonte: GARCIA, D.A.A. Metodologia de Diagnóstico Automático de Falhas de Curto Circuito em Alimentadores
Primários de Sistemas de Distribuição Reticulados tipo Spot. 205 f. Tese (Doutorado em Engenharia Elétrica),
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006

3.3 EQUIPAMENTOS

As duas configurações apesentam basicamente os mesmos equipamentos, sendo os


principais:
 Trafos específicos
 Protetores de rede
 Chaves de MT
 Cabos de BT e MT
 Barramentos
 Quadros de distribuição
3.3.1 Trafos

Os transformadores dedicados a sistemas reticulados são aqueles construídos para obter


maior flexibilidade e confiabilidade aos sistemas reticulados, devendo atender aos requisitos do
meio físico de instalação. Com relação ao sistema elétrico, por trabalharem em contingência,
estão sujeitos a sobrecargas de curta duração, necessitando desta forma possuir um sistema de
proteção adequado a esta característica. Suas potências variam de 75 kVA até 2500 kVA, com

53
tensões primárias variando de 2,5 kV até 34,5 kV. Suas classes de isolação são geralmente de
65ºC (temperatura de 110ºC para o ponto quente no núcleo para 30ºC de temperatura ambiente).
Os transformadores submersíveis são aqueles adequados para ser instalados em
câmaras, em qualquer nível, podendo ser prevista sua utilização onde haja possibilidade de
submersão de qualquer natureza. Os transformadores, quando instalados em câmaras
subterrâneas, são diretamente acoplados no lado de baixa tensão através de um flange e
possuem a chave primária acoplada no lado de média tensão. (GARCIA, 2006)
Já os transformadores do tipo pedestal, são selados e desenvolvidos para aplicações onde
o espaço físico é insuficiente para a instalação de uma subestação abrigada convencional. A
compactação aliada a proteções integradas garante a instalação ao tempo ou subterrânea. É
montado sobre uma base de concreto e apresenta compartimento blindado para as conexões de
alta e baixa tensão. Além da segurança propiciada, ele pode ficar mais próximo do centro de
cargas e otimizar as instalações elétricas. A partir da nova norma brasileira de instalações
elétricas de alta tensão, NBR 14.039 (ABNT, 2005), foi definido que não podem ser aplicados
transformadores isolados a óleo na área interna de edificações. Dessa maneira, as instalações
em cabines spot devem utilizar transformadores a seco com protetores de rede ventilados.
(GARCIA, 2006)

3.3.2 Protetor de Rede

Um protetor de rede é composto por uma parte de potência que funciona basicamente
como um seccionador de baixa tensão de comutação automática, que é comandado por um relé.
Ele é pré-ajustado e configurado para perceber o fluxo reverso de potência, do lado dos
consumidores para o lado da concessionária, que atravessa os protetores, atuando então na
abertura do disjuntor.
No sistema reticulado um fluxo reverso de potência pode ser gerado se acontecer uma
falha nos alimentadores primários de média tensão. Os outros circuitos paralelos continuarão
alimentando os pontos consumidores e os transformadores do circuito em falha passarão a levar
o fluxo para o lado da concessionária. Essa energia pode alimentar uma linha em curto, e assim
danificar equipamentos ou causar acidentes em linhas sob manutenção.
Os protetores de rede realizam o monitoramento em tempo real do estado da rede
(tensão, corrente e fase) a qual estão ligados, operando adequadamente sob condições pré-
programadas, para conectar ou desconectar o respectivo transformador à rede de baixa tensão.

54
A programação do relé se dá por meios mecânicos em relés eletromecânicos, e por meio da
entrada de parâmetros numéricos em relés eletrônicos.
A norma “IEEE Standard Requirements for Secondary Network Protectors” (IEEE,
2005) especifica os requisitos de funcionamento dos protetores de rede. Tal norma trata
basicamente da performance elétrica, mecânica e de segurança, que os protetores como um todo
devem satisfazer.
São instalados em terminais de baixa tensão dos transformadores e ao barramento de
baixa tensão dos consumidores. Durante a operação normal há um fluxo direto de energia, do
transformador para a rede de baixa tensão, e assim o protetor se mantém fechado, neste estado
o relé encontra-se em estado de flutuação. Os contatos devem abrir automaticamente se o fluxo
se inverter. Deverá operar também em falhas no circuito primário e no transformador
correspondente. (ONS, 2016)
Após a abertura, enquanto as condições de tensão no lado primário não atingirem os
parâmetros pré-estabelecidos, o relé continua atuando e a chave em estado aberto. No momento
em que os níveis de tensão e demais normalidades no lado de entrada do protetor de rede
permitam a alimentação da rede através de fluxo direto de corrente para rede secundária o relé
envia o comando de fechamento para o protetor. (GARCIA, 2006)
A Figura 16 mostra um sistema reticulado com três alimentadores e nela é possível
observar o diagrama esquemático de uma falha em um alimentador de média tensão. A
contribuição dos outros dois alimentadores para a falha através da transformação e do
barramento de baixa tensão é indicado pelas setas. O desenho evidencia a importância da pronta
atuação dos protetores de rede em curtos circuito.

55
Figura 16 - Esquema de atuação de um Protetor de Rede

Fonte: (GARCIA, 2006)

No Brasil esses dispositivos começaram a ser importados desde 1930 e é comum


encontrar algumas unidades com muitos anos de uso e que, apesar de envelhecidas, têm sua
função disjuntor em estado operacional. Entretanto outros estão comprometidos em suas
funções de comando, e provavelmente apresentação defeitos em uma situação que for altamente
requisitado. (BARRETO, 2010)

3.3.3 Chaves de MT

As chaves de média tensão (ou chaves primárias) são chaves instaladas no lado primário
dos transformadores. Podem ser a óleo (mais antigas e ultrapassadas) ou a gás SF6, possuindo
56
tensões primárias desde 2,5 kV até 34,5 kV. Essas chaves não operam sob carga e sua função é
isolar o transformador da rede primária. (GARCIA, 2006)

3.3.4 Cabos de BT e MT

A rede primária de um sistema reticulado de distribuição é composta de cabos de média


tensão com isolação integral, sendo esta dependente da classe de tensão. Diferentes dos cabos
utilizados em redes aéreas e compactas protegidas, os cabos para redes subterrâneas possuem
isolação plena, ou seja, os cabos possuem uma blindagem metálica circundando a isolação do
cabo, a qual é diretamente ligada a terra, mantendo o potencial nulo no seu exterior
(AZEVEDO, 2010).
Os cabos instalados nos bancos de dutos são dispostos em formação tripolar por duto ou
em quadrifólio. Os parâmetros elétricos de um cabo de energia são determinados pelo arranjo
físico de instalação, pelas características do material condutor, frequência do sistema, da
construção do condutor e sua isolação.
As redes secundárias são constituídas por cabos de isolação 0,6/1 kV, podendo ser de
cobre ou alumínio, de acordo com o projeto e as características o sistema elétrico. Algumas
redes são construídas com aplicação de cabos de diferentes seções que são aplicados em função
do fluxo de potência indicado em cada trecho. (AZEVEDO, 2010)
Em função dos critérios de proteção, a rede secundária também pode ser tipificada pela
existência de fusíveis de proteção ou pode ser considerada uma rede de “queima livre”, onde
em caso de falha da isolação, os condutores devem manter o curto-circuito até a extinção dele
próprio pela queima, ou fusão, de todo o material condutor até a isolação do defeito.

3.3.5 Barramentos

Os barramentos múltiplos isolados são utilizados na conexão dos condutores da rede


secundária para derivação dos ramais de atendimento dos consumidores. São chamados de
múltiplos pois uma entrada em baixa tensão é interligada a várias saídas em baixa tensão,
possibilitando o atendimento de diversos consumidores, respeitando a capacidade de corrente
de cada barramento. A tensão de isolamento geralmente é de 0,6/1 kV, e também possuem
proteção contra os agentes nocivos do ambiente (NETO, 2011)

57
3.3.6 Quadros de distribuição

Estes tipos de quadros são utilizados quando a rede de distribuição é parcialmente


enterrada e sua função é receber um alimentador secundário de um transformador e derivar para
vários alimentadores que atenderão os consumidores. Geralmente esses quadros são
constituídos de barramentos internos, chaves seccionadoras, fusíveis e conectores. Suas
características são: resistentes a intempéries, isentos de corrosão, isolante elétrico, montagem
modular e a prova de chamas. (ELETROTÉCNICA, 2010)

3.4 VANTAGENS

Como veremos quantitativamente no próximo capitulo a principal vantagem dos


sistemas de distribuição subterrânea é o aumento da confiabilidade e continuidade de serviço.
Entretanto a implantação dessas redes apresenta outros benefícios associados tanto para a
concessionária de energia quanto para a população, com impactos visíveis ainda maiores
quando estes enterramentos estão ligados a reurbanização e revitalização da região.
Ao contrário das redes aéreas, onde os cabos e demais equipamentos ficam expostos e
sujeitos a tempestades e fenômenos naturais, nas redes subterrâneas eles ficam enterrados e
mais protegidos. Isso resulta em menores custos de operação, manutenção corretiva e melhores
valores de confiabilidade.
Com equipamentos sob a terra, tem-se ainda a vantagem da diminuição de perdas de
energia por impedir ligações clandestinas, mais conhecidas como “gatos”. Ao mesmo tempo
evitam-se os furtos de condutores que ligam o poste de distribuição as caixas de entrada das
residências que trazem custos grandes aos consumidores afetados.
Outra vantagem importante a ser comentada e de alta importância nos dias de hoje é a
questão ambiental. Com a inexistência de fios condutores atravessando as ruas e avenidas das
cidades, diminui-se a necessidade de podas ou até cortes de árvores. De certa maneira isso
também ajuda a diminuir os gastos com manutenção. Uma importante vantagem aos
consumidores é a valorização da região com a implantação das redes subterrâneas. Sem
condutores aéreos e menor número de postes o impacto visual reduz consideravelmente,
diminuindo o stress urbano e elevando o padrão da região.
A segurança das redes subterrâneas é também superior do que nas aéreas. Há uma maior
integração com o ambiente, menor interferência das redes com fachadas dos edifícios reduzindo
o risco de acidentes (choques elétricos), com trabalhadores de estejam trabalhando próximas as
58
linhas ou estejam realizando manutenções nas mesmas. A gravidade de acidentes
automobilísticos (colisões com os postes de distribuição) é também reduzida.
Uma última vantagem que se pode citar é o aumento na mobilidade urbana. Com uma
infraestrutura enterrada há aumento de espaço e uma melhora significativa da acessibilidade
das Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais (PPNEs)

3.5 INCIDENTES E ACIDENTES

Em áreas de redes subterrâneas, a grande maioria dos incidentes percebidos na


superfície são eventos que não representam risco para a população, embora possam preocupar
transeuntes, principalmente depois de algum grande acidente que tenha ocorrido. (LIGHT,
2011).
É importante salientar que os cabos de baixa tensão do sistema reticulado são projetados
para se romperem, às vezes soltando fumaça, em situações de curto-circuito. Os sintomas de
problemas no sistema subterrâneo podem ser divididos em presença de fumaça em câmaras e
dutos subterrâneos, e presença de fogo em câmaras subterrâneas.
Como informado anteriormente, os cabos do sistema reticulado são projetados para
queima livre, podendo produzir fumaça. A fumaça também pode ser emitida quando o calor
gerado por um curto-circuito vaporiza a água presente nas caixas de inspeção, a qual entra nas
caixas depois de chuvas, pelo solo ou até mesmo por tubulações comprometidas de saneamento.
Como para a maioria das pessoas é difícil distinguir esse tipo de incidente, a melhor maneira é
contatar a concessionária.
Já a presença de fogo em câmaras se deve pela formação de arcos elétricos que podem
ocorrer na malha de distribuição subterrânea, principalmente devido a sobrecargas e curtos-
circuitos. O furto de cabos também aumenta a taxa de incidentes que envolvem fogo.
O deslocamento de tampas e bueiros das câmaras e caixas da rede subterrânea pode ser
separado em dois tipos: com e sem presença de combustível. Quando não há combustível, um
curto-circuito pode provocar o aquecimento do ar ou da água, que vira vapor, resultando em
pressão dentro do recinto maior do que a atmosférica. Isso ocasiona um deslocamento da tampa,
que por ser discreto, não provoca transtornos para os transeuntes.
Porém quando há combustível nas instalações civis do sistema subterrâneo, uma fagulha
elétrica, que em situações normais não provocaria maiores problemas, pode provocar explosões
que deslocam abrupta e fortemente a tampa da câmara. Esse combustível pode ser o gás

59
canalizado, os gases provenientes da rede de esgoto ou da decomposição de resíduos ou o óleo
isolante dos transformadores. As câmaras transformadoras são dotadas de sistema de ventilação
e exaustão para evitar o acúmulo de gases em seu interior. Entretanto, entupimento de bueiros,
o depósito e acúmulo de resíduos nas tampas, a urbanização desordenada das vias públicas e a
ocupação indevida de calçadas por estabelecimentos comerciais às vezes impedem o
funcionamento correto do sistema.
Recentemente, problemas semelhantes aos citados acima ocorreram na rede subterrânea
da LIGHT. O caso mais grave envolveu dois turistas que foram atingidos pela tampa de uma
câmara transformadora, ocasionando sérias queimaduras em ambos. Essa frequência de
ocorrências fez com que a LIGHT, além de ser multada pela ANEEL, criasse um plano de
modernização e mapeamento da rede subterrânea, possibilitando obter a posição e o
monitoramento em tempo real.

CAPÍTULO 4. VIABILIDADE TECNICO-FINANCEIRO

4.1 VANTAGENS DE UM SISTEMA CONFIAVEL

O Brasil apresenta um controle vertical estatal, com a geração sendo em 86% controlado
pelo governo (ANEEL, 2017) e sua transmissão e distribuição sendo observada de perto pela
ONS. Seguindo as privatizações e entradas estrangeiras no setor, observa-se a criação de um
novo modelo público privado. Quando marcadores foram criados pela DNAEE (Departamento
Nacional de Águas e Energia Elétrica, antiga ANEEL), foram definidos os parâmetros iniciais
para o mercado, mas estes não aplicavam multas nem limitavam o setor de forma correta.
A partir da nova resolução em 2000, a ANEEL iniciou um modelo competitivo que
fomentou o mercado, além de aplicar compensação financeira em caso de extrapolação dos
limites dos indicadores individuais (DIC, FIC e DMIC). Firmando assim que as empresas que
não mantivessem um controle fino no sistema se veriam obrigadas a pagar aos usuários o valor
referente a falta em forma de abatimento das taxas de energia. (ANEEL, abr. 2012)
Visualizando a aplicabilidade de DEC e FEC, a grande alteração da metodologia
proposta é a consideração de que todos os conjuntos subterrâneos são semelhantes, sendo
definidos como o percentil 50 os limites de DEC e FEC para os mesmos. Observa-se pela
resolução atual, que a revisão da tarifa e metas é estabelecido e publicado seguindo

60
Figura 17 – Evolução do DEC Brasil (2008-2015)

Fonte: Manual de Palestra Sistema Firjan sobre Qualidade de Energia – 2016

Notadamente, o país não tem apresentado melhoras no DEC. Em 2015 o Brasil registrou
18h35min de interrupções no fornecimento de energia. Esse quadro traz impactos diretos para
a indústria nacional. Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em
2016 mostra que 2/3 das indústrias têm prejuízos devido às falhas no fornecimento,
principalmente com interrupção da produção, inutilização de material, perda de dados com
queda nos sistemas e acionamento de geradores. Para os segmentos intensivos no uso de energia
elétrica (nos quais pode corresponder a mais de 20% dos custos de produção), que são os mais
afetados pelas interrupções, paradas de segundos podem ocasionar prejuízos de milhares de
reais.
Já o FEC apresentou melhoria nesse mesmo período, uma vez que a quantidade de vezes
que o país ficou sem energia registrou ligeira queda. Apesar disso, em 2015 o país teve a energia
interrompida por 9, 86 vezes (Figura 18 – Evolução do FEC – Brasil (2008-2015)), marca ainda
muito alta para um país que precisa se manter economicamente competitivo. Além disso, em
conjunto com o DEC, os indicadores mostram que as interrupções, se ocorreram menos vezes,
foram mais longas. (FIRJAN, 2016)

63
Figura 18 – Evolução do FEC – Brasil (2008-2015)

Fonte: Manual de Palestra Sistema Firjan sobre Qualidade de Energia – 2016

4.2 POSICIONAMENTO DA LIGHT NO CENÁRIO ENERGETICO

Até o ano de 2009, os conjuntos consumidores eram definidos por um único critério:
deveriam ser formadas por áreas próximas. Dessa maneira as distribuidoras possuíam grande
liberdade na formação de suas divisões, o que geraram algumas distorções. Com critérios não
definidos, alguns conjuntos tornaram-se muitos distintos, o que dificultava a comparação entre
eles e a definição dos limites.
Assim estudos foram realizados e a Resolução Normativa nº 395 foi publicada, onde
ficaram estabelecidos alguns critérios com objetivo de homogeneizar os conjuntos e tornar mais
claro os comparativos de desempenho. Essas regras estão presentes no PRODIST e não serão
citados, pois fogem do escopo deste trabalho (ANEEL, 2009).
Dessa maneira as concessionárias necessitaram modificar seus conjuntos a fim de se
adequar as novas normas, e enviar suas propostas à ANEEL até metade do ano de 2010. Uma
das empresas a realizar modificações foi a LIGHT atuante no Sudeste do país. Ela apresentou
à ANEEL diversas alterações que foram submetidas a consulta. Entre as propostas apresentadas
foi a divisão de alguns conjuntos cujas subestações possuem rede de distribuição aérea e
subterrânea. Essa segregação foi aceita devido as diferenças relevantes entre características de
atendimento e desempenho entre as duas configurações.
64
a Copel elaborou um guia com informações sobre a utilização e aplicação das redes subterrâneas
(COPEL, 2015).
Um tópico interessante deste guia, e que será utilizado como referência para o
comparativo financeiro, é a apresentação dos custos referentes a várias tipologias de sistemas
subterrâneos, tanto totalmente enterrados quanto parcialmente enterrados. As figuras com essas
informações estão apresentadas a seguir.

Figura 19 - Redes totalmente enterradas

Fonte: http://www.copel.com/hpcopel/redesub/tipos_redes_topologias html , acessado em 27/05/18

Figura 20 - Redes parcialmente enterradas

Fonte: http://www.copel.com/hpcopel/redesub/tipos_redes_topologias html , acessado em 27/05/18

67
A partir de outro estudo, realizado pela AES Eletropaulo (ROBBA, 2004), e que visava
buscar a viabilidade da implantação de redes de distribuição subterrâneas, pode-se retirar
informações essenciais para a conclusão do comparativo em questão, sendo elas:

 Para redes com densidade de carga até de 20 MVA/km2, o custo dos


equipamentos elétricos representa 50% dos investimentos iniciais, enquanto a
infraestrutura civil representa os outros 50%;
 Para redes com densidade acima de 20 MVA/km2, o custo dos equipamentos
representa 60%, ficando a infraestrutura civil com os 40% restantes;
 Quando a carga é dobrada, em uma mesma área, os custos dos equipamentos
elétricos sofrem um acréscimo de aproximadamente 40%;
 Na infraestrutura civil, o dobro da carga acarreta em um aumento de 5% dos
investimentos;
Com base nestes dados e informações, serão feitas simulações de custos de implantação
para os quatro tipos de redes descritos nas tabelas acima, considerando também vários valores
de carga para uma rede típica de 1 km².

4.3.1 – RDS – Reticulado

Para este tipo de rede, considera-se que o custo/km é aproximadamente R$ 12 milhões


para uma carga de 48 MVA, sendo o custo elétrico (60%) R$ 7,2 milhões e o custo civil (40%)
R$ 4,8 milhões. Como sabe-se que o dobro de carga acarreta em um acréscimo de 40% no custo
elétrico e 5% no custo civil, pode-se chegar nos valores apresentados na figura a seguir:

68
Figura 21 – RDS Reticulado

4.3.2 – RDS – Radial

Neste tipo de rede, que tem como valor base R$ 5 milhões por quilômetro linear
considerando uma carga de 24 MVA, o custo elétrico (60%) é de R$ 3 milhões e o custo civil
(40%) é R$ 2 milhões. Partindo do mesmo princípio de acréscimo nos custos quando a carga é
dobrada, os resultados são os seguintes:

Figura 22 – RDS Radial

4.3.3 – RDS Parcial – Pedestal

Nesta tipologia, onde a densidade de carga é menor, os custos elétricos e civil são
divididos em partes iguais. Isso resulta em um custo elétrico de R$ 1,6 milhões e um custo civil
69
também de R$ 1,6 milhões, sendo ambos os valores com base em uma carga de 15 MVA.
Através do mesmo princípio de acréscimo de preço de acordo com o dobro da carga, os
resultados são mostrados abaixo:

Figura 23 – RDS Parcial em Pedestal

4.3.3 – RDS Parcial – Poste

Neste outro tipo de rede utilizado para densidades de carga menores, os custos elétrico
e civil também representam partes iguais. A partir disso, chega-se em valores de R$ 1,25
milhões para o custo elétrico e R$ 1,25 milhões para o custo civil, referidos a uma carga de 13
MVA. Mais uma vez utilizando os acréscimos para cada vez que a carga é dobrada, os valores
obtidos são apresentados a seguir:

Figura 24 – RDS Parcial em Poste

70
4.4 POSICIONAMENTO SOBRE OS DADOS APRESENTADOS

Considerando os dados obtidos nos tópicos anteriores, é possível chegar a diversas


considerações sobre a implantação dos diversos tipos de rede. Os custos das redes subterrâneas
tipo network são muito elevados em relação aos outros sistemas, e isso se deve a complexidade
de alguns de seus equipamentos e a ampla infraestrutura civil necessária, não importando a
densidade de carga. Sua utilização só será justificada em casos onde a densidade seja elevada e
os requisitos de confiabilidade precisem ser muito próximos a zero.
As redes totalmente enterradas com configuração radial podem ser uma alternativa para
as redes reticuladas, apresentando custos reduzidos em relação a esta última, porém maiores
que os sistemas parcialmente enterrados. São justificáveis em áreas de densidade de carga alta,
porém não elevada, e que necessitem de bons níveis de qualidade. Seus equipamentos não
exigem proteções complexas, ao contrário do sistema network. As redes parcialmente
enterradas, tanto com equipamentos em poste quanto equipamentos tipo pedestal, aparecem
como sendo boas alternativas aos sistemas totalmente enterrados. São opções para áreas de
média e alta densidade de carga, e necessitam de liberação de espaços públicos ou privados para
a instalação dos equipamentos no nível do solo. Estes equipamentos são mais simples que os
utilizados em sistemas enterrados, o que favorece a diminuição dos custos elétricos e
consequente queda nas receitas gastas em infraestrutura civil. Os indicadores de confiabilidade
apresentados por estas tipologias são aceitáveis, ficando entre os sistemas totalmente enterrados
e os sistemas aéreos.
Segundo a Copel, os custos dos sistemas aéreos convencionais giram em torno de sete
vezes menos que os sistemas reticulados. Esse valor possibilita uma concorrência direta com
os sistemas parcialmente enterrados, porém apresentando índices de confiabilidade bem abaixo.
Um ponto que pode ser comum entre as redes aéreas e as parcialmente enterradas são a
indisponibilidade de instalação para áreas com elevada densidade de carga, já que o espaço
demandado seria tal que inviabilizaria a implantação, contrariando os fatores físicos e estéticos.
Uma análise dos custos gastos com manutenção em uma rede subterrânea reticulada,
pode claramente mostrar que a maioria dos atendimentos de manutenção em uma rede
subterrânea totalmente enterrada envolve atividades relacionadas aos elementos instalados
abaixo do nível do solo, ou seja, a grande quantidade de dinheiro gasto com a manutenção da
rede subterrânea poderia ser evitada caso fossem escolhidas tipologias com equipamentos
acima do nível do solo. Porém, é lógico que não se pode somente levar em conta somente estes

71
custos, mas sim a relação deles com os arranjos e necessidades de demanda das áreas em estudo,
pois em uma área com elevada densidade de carga, as redes totalmente enterradas serão viáveis,
mas em uma área onde a densidade exija um estudo entre as tipologias enterradas e parcialmente
enterradas, essa ausência de custos de manutenção irá ponderar para a escolha dos sistemas
parcialmente enterrados.

CAPÍTULO 5. SUGESTÃO TECNICA PARA HARMONIA DOS SISTEMAS


SUBTERRANEOS

5.1 GALERIA TECNICA

Após toda a demonstração dos sistemas e possibilidades econômicas, fica ainda


pendente uma visão de qual seria o modelo a ser aplicado em larga escala na sociedade.
Utilizando o manual construtivo da COPEL, temos a seguinte recomendação na Figura 25.

Figura 25 - Exemplo de localização de banco de dutos

Fonte: http://www.copel.com/hpcopel/redesub/padroes construtivos html

72
Figura 26 – Exemplo de vala comum encontrada na cidade

Fonte: http://www.copel.com/hpcopel/redesub/padroes_construtivos html

Esse modelo, mesmo sendo mais eficiente que o comumente visto nas cidades necessita
de muita infraestrutura prévia e um estudo delicado de como se dará o desenvolvimento da
cidade. Geralmente, essas malhas e redes são implantadas de forma pontual e com interesses
específicos (além do benefício técnico), com isso observa-se que o espaço no solo vem ficando
cada vez mais reduzido e complicado de se trabalhar como visto na Figura 26. (MARINS, 2015)
Galerias técnicas são tuneis que podem reunir todos as redes de serviços técnicos
urbanos, a infra compõe-se de cabeamentos, tubulações, ramais residenciais e comerciais,
equipamentos auxiliares além dos serviços públicos. Os sistemas de infraestrutura também se
colocam como indispensáveis do ponto de vista social (CIDADES, 2012), sendo responsáveis
pela provisão de serviços públicos fundamentais. Dessa forma, reforça-se a importância de
coordenação de ações em planejamento e gestão urbanos e de compatibilização de soluções
entre as diversas redes de infraestrutura. Ademais, o subsolo é parte do território urbano e abriga
parcela considerável das instalações de serviços urbanos. Assim, deve ter seu uso, ocupação e
desenvolvimento planejado e gerido de forma integrada ao restante da cidade.
Atualmente, as galerias técnicas estão presentes em diversas cidades no mundo
exemplificam-se diversos tipos de galerias espalhadas em cidades como Paris, Londres,
Moscou, Madri e Seattle. Nota-se grande concentração de galerias implantadas em cidades
europeias. Tal fato é explicado, como descrevem Cano-Hurtado e Canto-Perello (MARTINS,
2014), pela execução de um programa de engenharia urbana chamado “Eureka EU 40”,
financiado pela União Europeia na década de 1980 para desenvolver um novo sistema de
73
galerias técnicas. Liderado pela França, Espanha e Itália, o programa se espalhou pela Europa
e serviu como base para a construção de diversas galerias naquele continente.

5.1.1 Vantagens

Em relação ao tempo, a vantagem principal reside no fato de que o tráfego na rua fica
desimpedido para toda a espécie de veículos assim que as paredes e o teto da galeria estejam
prontos, mesmo que ainda se executem os serviços de assentamento das canalizações rígidas e
flexíveis em seu interior. Além disso, é possível que parte dos serviços públicos não venha a
ser imediatamente introduzidas na área, podendo sua instalação ser adiada para época posterior
mais oportuna, sem que haja qualquer interferência direta na via pública. (NETO, 2011)
Em relação à coordenação no espaço, a galeria técnica abrigando todas as canalizações
rígidas e flexíveis, evita a abertura de diversas valas para a construção das redes de distribuição
de serviços públicos, causadoras de interrupções ou desvios de tráfego, inconveniente para a
população. Outro aspecto de fundamental importância é a eliminação das aberturas de vala para
manutenção ou modificação das redes públicas. É comum nos grandes centros onde se torna
mais difícil a coordenação de serviços entre as concessionárias, ver-se que uma determinada
empresa abre uma vala, impede o trafego, altera a pavimentação, pouco depois de uma outra
Cia ter realizado o mesmo serviço de abertura, as vezes no mesmo ponto da rua.
Já a manutenção dentro das canalizações rígidas e redes flexíveis no interior de uma
galeria técnica é altamente simplificada, portanto o pé direito tem altura suficiente para permitir
a libre e fácil inspeção assim como trabalhos de conservação ou ampliação pelos trabalhadores
qualificados. Este aspecto, que é talvez a maior vantagem do sistema, é de difícil quantificação
em termos econômicos do benefício produzido, uma vez que envolve fatores não simplesmente
mensuráveis, como o bem estar da população, a não perda de tempo na locomoção na via
pública, a economia de combustíveis pela manutenção de velocidades mínimas e não
interrupção de trafego, a não interferência com o comercio das ruas atingidas, a diminuição da
poluição sonora e do impacto ambiental que as obras de conservação das ruas gera. (MARTINS,
2014)

74
5.1.2 Conceitos de utilização

As galerias técnicas devem abrigar as linhas principais de alimentação e de coleta,


servindo uma determinada área urbanizada, bairro ou loteamento, dela partindo galerias
transversais ou derivações das linhas principais. Costumam receber as seguintes redes:

 Abastecimento de água
 Esgoto sanitário
 Águas pluviais
 Energia
 Telecomunicações
 Serviços públicos de energia.

É possível também fazer a instalação da rede de gás, mas a mesma deverá ser muito bem
instalação e aumentado os sistemas de redundância de ventilação, devido aos problemas
relacionados a ventilação. (MARINS, 2015)
No projeto de uma galeria técnica deve-se considerar que seu interior deverá haver uma
altura livre suficiente para que as equipes de manutenção possam trabalhar com liberdade sobre
as redes do sistema. Em geral, requer-se da ordem de dois metros de altura libre no seu interior.
Considerando que o topo galeria está colocado em geral a cerca um metro do solo, a
profundidade total é de 3 a 4,5 metros, o que pode trazer limitações técnicas ao uso de uma rede
em particular. Pode ser, por exemplo, o caso da galeria de águas pluviais em região muito plana,
onde seja de interesse o posicionamento desta rede em cotas mais altas. Neste caso, a galeria de
águas pluviais não integraria a galeria técnica em si, mas se posicionaria a seu lado, podendo-
se mesmo usar uma parede comum a galeria.
O principal problema a ser solucionado antes da entrada em operação de uma galeria
técnica, ou antes mesmo da sua opção, é a forma de exploração, obrigando a uma definição
prévia dos aspectos jurídicos e de uso envolvidos. O conceito moderno é de que a galeria
técnica, tal como a via pública, pertence à autoridade municipal. A passagem de redes por seu
interior quando não são da competência direta do município, como por exemplo energia e agua
na cidade do Rio de Janeiro, pertencendo ao Estado ou a concessionárias especificas, deve ser
regida por um acordo, convenção ou regra de utilização, assinado por todos os interessados e
abrangendo os aspectos legais de utilização técnica e econômica. (GOMES, 2010)

75
Os aspectos principais a serem assim claramente definidos são:

 Repartição dos custos dos investimentos: esta divisão dos custos iniciais devem
recais sobre os usuários, proporcionalmente aos investimentos de cada um caso
fossem construir isoladamente o seu sistema de forma convencional (valas), é
importante ter-se estabelecido que as concessionárias são obrigadas a utilizar as
galerias desde que implantadas nas regiões de trabalho, não lhe sendo facultado
abrir vala independente e assentar sua rede de forma isolada. Além do aspecto
de uso compulsório da galeria técnica, é de interesse que se defina igualmente a
responsabilidade econômica do possível usuário tão logo a galeria venha a ser
implantada, isto é, mesmo que um concessionário não implante sua rede na
região ou área beneficiada com a galeria, ele paga desde o início os custos de
sua construção, uma vez que a obra fica colocada à sua disposição para uso
comum.
 Repartição dos custos de manutenção: de forma análoga aos custos de
manutenção e reparos na galeria propriamente (obras civis) devem ser divididos.
Estas manutenções (obras, limpeza, iluminação) deem ser da responsabilidade
municipal que fez construir a galeria.
 Manutenção, ampliação e modificação nas redes de serviço: deverá caber a cada
usuário a manutenção, operação e modificação de duas respectivas redes de
serviço. Dentro deste aspecto, haverá que se estabelecer as formas e facilidade
de acesso ao interior da galeria pelos concessionários.

5.1.3 Desvantagens

A morosidade em se obter um acordo perfeito em relação à exploração, acesso,


repartição de custos, aspectos compulsórios de uso e propriedade da galeria, gera as principais
dificuldades do sistema. São aspectos de natureza política que só poderão ser contornados com
uma tomada de posição frente a uma visão ampla e aberta do problema.
Aspectos técnicos podem ser contornados com soluções tecnicamente adequadas e
confiáveis, mas costumam ser colocados, pelo menos, inicialmente como desvantagens. Por
exemplo, o receio de uma eventual inundação da galeria técnica por transbordamento da linha

76
de águas pluviais, neste caso particular, há que se dimensionar para o maior histórico de chuva
local, mantendo níveis de extravasamento que não afetem o interior da galeria.

CAPÍTULO 6. CONCLUSÃO

Com anos de baixo investimento no sistema de distribuição de energia na Cidade do Rio


de Janeiro, vimos em 2011 e 2012 quatro casos de explosões em bueiros, nestes casos foram
identificados precária manutenção e sobrecarga da rede. Em resposta ao incidente, a Light
anunciou investimentos, consequentemente um número maior de inspeções e substituição de
equipamentos.
Por outro lado, vemos uma demanda maior da população por energia e que a mesma
apresente uma qualidade aceitável de fornecimento, neste âmbito a rede subterrânea apresenta
indicadores (DEC e FEC) até cinco vezes melhores que as redes aéreas. Pode-se alegar que o
preço da mesma a torne impraticável, pois possui custo de construção mais elevado que a rede
aérea, porém admite-se que os benefícios apareçam em médio prazo devido ao grau de
eficiência. Mas é evidente que a RDS é o melhor caminho a se seguir numa sociedade completa,
visto sua eficiência, estética e benefícios associados a sociedade.
Em relação ao bem-estar do indivíduo, um sistema de distribuição subterrânea significa
menos postes de concreto nas vias (que está ligado diretamente ao número de acidentes fatais
com carros), redução no índice de roubo de energia e furto de cabos, redução dos
eletrocutamento por redes aéreas, além de uma segurança de fornecimento continuo.
Este trabalho, mesmo que com grande dificuldade em obter dados claros das
distribuidoras, abre a discussão para as galerias subterrâneas e implantação de uma rede de
distribuição de energia através dela. No futuro, o autor tem desejo de pesquisar sobre projetos
e elaborar um esboço do que poderia ser efetivamente implantado em toda a cidade do Rio de
Janeiro.

77
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