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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA - UNIR

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – DAEE


NÚCLEO DE TECNOLOGIA – NT

WALDEMIRO RODRIGUES MORAES JÚNIOR

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
CONJUNTO HABITACIONAL EM CANOAS-RS

Porto Velho, RO
2022
WALDEMIRO RODRIGUES MORAES JÚNIOR

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
CONJUNTO HABITACIONAL EM CANOAS-RS

Trabalho apresentado ao Departamento


Acadêmico de Engenharia Civil (DACIV) da
Fundação Universidade Federal de Rondônia
(UNIR), como requisito parcial para compor a
nota da disciplina de Ciência do Ambiente
(DAE00406)
Professora: Me. Tatiane Emilio Checchia

Porto Velho, RO
2022
RESUMO

Este trabalho tem como objetivo relatar a descrição de um projeto de eficiência


energética em um conjunto habitacional através de placas fotovoltaicas no qual foi
instalado no município de Canoas-RS, além de traçar um perfil dos moradores dessa
comunidade para que o consumo de energia seja diminuído, tornando assim uma
comunidade com uma visão sustentável. Por fim, usar este projeto como um modelo
de gestão pública aplicado com a eficiência energética.

Palavras-chaves: Eficiência energética, placas fotovoltaicas, conjunto habitacional.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................... 5
PROCEL ................................................................................................................................................. 7
PLACAS FOTOVOTAICAS ....................................................................................................................... 8
CONJUNTO HABITACIONAL ...................................................................................................................... 9
PERFIL DAS FAMÍLIAS ........................................................................................................................... 9
CONSUMO .......................................................................................................................................... 10
ECONOMIA ......................................................................................................................................... 12
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................................. 14
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INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, a utilização de fontes não renováveis de energia elétrica tem
sido o motivo de grande apreensão. Segundo Geller (2003), tanto as fontes
energéticas de tempos passados quanto as atuais no uso de energia não são e
improvavelmente serão sustentáveis nos próximos anos, além de tudo o autor salienta
que o consumo global de energia teve um aumento muito significante no século XX,
sendo elas de energias não renovavam.

O Brasil, entre 1975 e 2000, teve um aumento de 250%, segundo Geller (2003),
isso se dá ao aumento da industrialização e o crescimento de serviços energéticos
residenciais e comerciais. Ao observar o gráfico descrito na Figura 1, as edificações
responsáveis pelo maior consumo total de energia elétrica (45,2%) dos quais, 26,2%
representam a área residencial. Estes números poderiam ser menores caso
estratégias de eficiência energética fossem mais aplicadas (LAMBERTS et al., 2004).

Figura 1 – Empresa de Pesquisa Energética, 2012

O consumo médio no Brasil, passou de 150,1 kWh/mês em 2009 para 153,9


kWh/mês em 2010, como apontado pela EPE (Jan, 2011), observa-se que o consumo
está aumentando com o tempo. Em maio de 2012, a EPE divulgou que o setor ligado
a classe residencial mostrou um valor de 7,3%, acima do ano anterior. Esse aumento
está ligado ao consumo em crescimento, no qual com a liberação de crédito ao
consumidor faz com que o mercado aumente, com compras relacionadas a aparelhos
elétricos entres outros produtos, logo o aumento de energia elétrica. O consumo mais
elevado é uma tendencia com um maior poder aquisitivo, como relata o estudo feito
pela EPE (maio,2011) no qual, a ascensão da população para a classe C, dentre 2006
a 2010, teve um crescimento de 20 milhões de pessoas, incluindo 8 milhões a novos
consumidores.
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Nos anos entre 2000 e 2019, no Brasil, teve um aumento de energia elétrica
com uma média 2,8%, no qual se justifica a preocupação com o crescimento contínuo
do consumo associado à segurança energética e a necessidade de investir na
ampliação da capacidade instalada. Na Figura 2, mostra como o consumo de energia
elétrica se aplica ao Brasil nos dias atuais, onde as energias renováveis têm grande
parte da geração, tendo a energia hidráulica com mais destaque por causa da grande
fonte de recurso híbridos. Comparando com o passado, a energia elétrica produzida
era advinda de fontes não renováveis, com queimas de combustíveis fosseis, cito
como exemplo o petroleo, o carvão e o gás natural.

Figura 2 – Matriz Elétrica do Brasil. Fonte: EPE (2022).

Segundo Oliveira (2021), estimam que no ano de 2023 a fonte de energia


renováveis irão representar cerca de 84% da matriz elétrica do Brasil. Isso se dá por
causa que o território brasileiro tem grandes níveis de irradiação solar, ventos em
várias regiões e ainda a capacidade de produção de biomassa, em quem faz com que
o país tem um grande potencial de desenvolvimento de energia renováveis. Além da
grande capacidade dos exemplos citados acima, o Brasil, segundo Almeida (2022),
possui uma grande reserva de água doce comparada a qualquer outro país, cerca de
12% do total de planeta, com 6950 km³. Contudo, esse potencial não se aplica com
uma má gestão desses recursos, faz com que se acabe importando essa energia de
outros países vizinhos como Argentina, Paraguai e Uruguai.

A maior parte da fonte de energia elétrica são advindas das usinas hidrelétricas
que são responsáveis por 17% da produção de energia elétrica no mundo. Onde
consiste em converter a energia hidráulica em energia mecânica utilizando turbinas
horizontais e verticais, onde a água ao passar sobre as pás das turbinas, exerce uma
força que move um grande sistema de engrenagens que transmite a potência
mecânica para um gerador de energia. Toda a corrente e tensão produzidas nessas
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usinas passam por processos de transmissão e distribuição até chegar ao consumidor


final. (SANTOS, 2020).

Entretanto, Siqueira (2021) cita que há alguns pontos para ser avaliado na
implantação de usinas hidrelétricas, como os impactos sociais, por exemplo. Entre os
fatores que precisam ser avaliados, cita-se:

(...) baixo valor de indenização pago considerado baixo pelos trabalhadores


rurais residentes na área alagada; deslocamento compulsório da população;
empobrecimento e êxodo rural, aumentando periferia das grandes cidades; c
rescimento na taxa de desemprego após a conclusão da obra; destruição de
referências culturais para a vida social; em alguns casos, alagamento de
terras indígenas (SIQUEIRA, 2021, p. 44).

Santos (2020), argumenta que existe uma importância com a energia elétrica
para a população, que existe a busca por fontes de energias renováveis. O autor
evidencia que a eficiência energética deveria ser um assunto de maior abrangente,
visto que apenas o investimento na procura dessas fontes alternativas de energia
elétrica não será capaz se não possuir um consumo consciente por parte da
sociedade.

PROCEL
A criação do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica
(PROCEL), criado em dezembro de 1985, no qual é coordenado pelo Ministério de
Minas e Energia e executado pela Eletrobras, tem como objetivo promover o uso
eficiente de energia e combater seu desperdício. O selo PROCEL, criado em 1993,
tem a função de permitir que o consumidor tenha conhecimento sobre equipamentos
e eletrodomésticos mais eficientes e com menos consumo de energia (PROCEL
INFO, 2022).

A lei de Eficiência Energética, Lei nº 10.295, de 18 de outubro de 2001, dispõe


sobre a Política Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia. O artigo 1º,
salienta a necessidade de se alocar eficientemente os recursos energéticos e
preservar o meio ambiente. O artigo 2º dispõe que fica a cargo do Poder Executivo
estabelecer os níveis máximos de consumo específicos de energia, ou mínimos de
eficiência energética de máquinas e aparelhos consumidores de energia que sejam
fabricados ou comercializados no país, seguindo como base indicadores técnicos
específicos (BRASIL, 2001). Esta lei ressalta que o Poder Executivo deverá
desenvolver mecanismos para promover a eficiência energética nas edificações
construídas no país.
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PLACAS FOTOVOTAICAS
A energia solar fotovoltaica é definida como sendo a energia decorrente da conversão
direta da luz solar em energia elétrica, o qual se denomina efeito fotovoltaico.
Basicamente, esse processo ocorre pelo surgimento de uma diferença de potencial
nos extremos de uma estrutura composta por materiais semicondutores, a partir da
absorção da luz pelas células fotovoltaicas (SANTOS, 2020).

Segundo aponta Bondarik as placas e consequentemente da tecnologia para a


economia no consumo de energia. Comparando com a energia hidrelétrica e a
quantidade favoráve (2018), a energia solar ou fotovoltaica em muitos países é
considerada uma das melhores alternativas para a redução dos impactos ambientais.
No Brasil, essa tecnologia começou com uma expansão muito grande neste último
ano, com a facilidade da obtenção dl de irradiação solar, a tecnologia da energia solar
representa cerva de 2,5% da matriz elétrica brasileira, de acordo com o Balanço
Energético Nacional de 2022.
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CONJUNTO HABITACIONAL
PERFIL DAS FAMÍLIAS
O programa de reassentamento faz parte de uma área atingida por um trecho
da BR 448 situada em uma região periférica no município de Canoas - RS. No qual foi
construído 144 casas para suprir a necessidade dos moradores atingindo por essa
situação. Através de dados de pesquisa de campo, com uma média de 5,2 moradores
por habitação, as famílias contempladas com esse programa têm como renda máxima
cerca de R$ 1.600,00, sendo 64% da renda dessas famílias é composta por algum
programa social.
Os mesmos dados da pesquisa de campo obtiveram um gráfico, descrito na
Figura 3, onde determinaram uma estimativa de consumo dos eletrodomésticos nas
moradias da comunidade. Com essa estimativa se calcula a economia gerada pelas
placas fotovoltaicas a serem instaladas.

Figura 3 – Consumo de Eletrodomésticos na comunidade.


Fonte: Dados da pesquisa de campo,2014
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CONSUMO

Os dados obtidos com a pesquisa de campo, indicou o consumo médio dos


moradores. Dito isso, conforme a Figura 4, pode-se observar o consumo dos
moradores durante os meses, onde o consumo máximo médio ficou cerca de 140,06
kWh/mês e o consumo médio mínimo teve cerca de 121,07kWh/mês.

Figura 4 – Consumo médio de energia de cada mês.


fonte: Dados da pesquisa de campo,2014

O consumo médio energético em Porto Alegre, segundo Hansen (2000),


estabelece cerca de 156,62 kWh/mês. Em comparação com os dados obtidos da
comunidade pode afirmar que as médias do consumo de energético exibem por volta
de 16% abaixo e 20% acima do valor citado acima. Porém os estudos de Hansen
levam em conta dados de 1997 a 1998, com isso o consumo relativo aos dias atuais
pode ocorrer algumas divergências, isso lhe dá por causa da forma como a população
de baixa renda fomenta o consumo de equipamentos elétricos.
O perfil de consumo das famílias, não teve uma lógica comparada com a
quantidade de moradores nas residências. Como pode-se observar na Figura 5,
habitações com mais moradores obteve um resultado no qual o consumo de energia
teve um consumo menor comparado as habitações que tinha menos moradores, com
isso fica demostrado que o consumo de energia está ativamente ligado aos hábitos
dos moradores que os reside.
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Figura 5 – Consumo médio de energia por n° de moradores.


Fonte: Dados da pesquisa,2014

Outro dado importante, mostrado na Figura 6, é a predisposição de uma lógica


comparando o consumo de água com o de energia elétrica, onde mesmo não tendo
uma relação exata pode-se observar que existe uma tendencia de um gráfico
acompanhar o outro, ou seja o consumo de água e energia elétrica se equivale por
número de morador na habitação.

Figura 6 – Consumo médio de água por n° de moradores.


Fonte: Dados da pesquisa,2014

Afim de calcular o consumo médio final dos moradores e identificar em qual era o
maior consumo entre as habitações, os dados foram cruzados. No qual, conforme a
Figura 7, mostra o consumo real que mais os moradores usam com a energia elétrica,
tendo a refrigeração e o aquecimento de água como os maiores consumos. Ou seja,
as geladeiras, os freezers entre outros e principalmente os chuveiros elétricos como
os aparelhos que mais consomem energia nesse conjuto habitacional.
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Figura 7 – Consumo médio de energia por uso final.


Fonte: Dados da pesquisa,2014

ECONOMIA

Com os cálculos, pode-se afirmar que a economia com os painéis fotovoltaicos


terá uma média de 1/5 da economia no consumo, atingindo uma porcentagem em
média de 50% a 57% na conta de luz mensal dos moradores do conjunto habitacional
em Canoas-RS. O projeto consiste em 4 placas solares de 500W com uma geração
média mensal de 303,24 kW, além de uma potência do sistema de 2,2 kWp com um
custo médio de R$ 14.000,00.
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CONCLUSÂO
No momento atual da humanidade vale procurar alternativas para melhorar a
eficiência energética no mundo. Como as hidrelétricas têm um papel muito forte na
geração de energia elétrica, principalmente no Brasil, a energia solar é um forte
candidato para diminuir os impactos com as hidrelétricas mesmo não sabendo como
ela vai se comportar nos próximos anos.
Apesar do mito de dizer que não existe energia limpa, pois em algum fator essa
energia irá prejudicar o meio ambiente e seu entorno, a energia solar tem um grande
ponto positivo graça a sua natureza inesgotável, além do seu longo prazo de duração,
cerca de 25 anos, e baixa manutenção.
Com isso, levando em conta o projeto em Canoas –Rs, no qual o teve com
principal objetivo a utilização de placas fotovoltaicas para diminuir o consumo de
energia elétrica dos moradores dessa comunidade. Através de dados obteve o perfil
dos moradores tem como resultados que o consumo depende muito dos hábitos da
população em relação a quantidade de moradores nas residências.
A construção do conjunto habitacional teve como principal objetivo se tornar um
empreendimento ecoeficiente, assim pode-se servir como um modelo de gestão
pública quanto a economia e a geração de energia elétrica. Os painéis irá trazer aos
moradores uma economia de 50% a 57% no consumo de energia elétrica com um
baixo investimento, cerca de pouco mais de 3% do valor final para a construção de
144 casas com esse projeto de energia solar aplicado.
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Atlas de energia elétrica no


Brasil/Agência Nacional de Energia Elétrica. 3 ed. – Brasília: Aneel, 2013. Disponível em:
ANEEL — Português (Brasil) (www.gov.br). Acesso em 10 nov 2022

COMPANHIA ESTADUAL DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA (Rio Grande


do Sul). Regulamento de instalações consumidoras. Porto Alegre. Disponível em:
<http://www.ceee.com.br/pportal/ceee/Archives/Upload/RIC_BT_2012_Vers%C3
%A3o_1.4%20_J_correto_27355.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2022

EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. Anuário Estatístico de Energia Elétrica


2021: ano base 2021. Brasília: Ministério de Minas e Energia, EPE, 2021a.

EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. Anuário Estatístico de Energia Elétrica


2022: ano base 2021. Brasília: Ministério de Minas e Energia, EPE, 2022a.

EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. Balanço Energético Nacional 2022: Ano


base 2021. Empresa de Pesquisa Energética. Rio de Janeiro: EPE, 2022b.

OLIVEIRA, A.M.; MARIO, M.C.; PACHECO, M.T.T. Fontes renováveis de energia


elétrica: evolução da oferta de energia fotovoltaica no Brasil até 2050. Brazilian
Applied Science Review, Curitiba, v.5, n.1, p.257-272, jan. 2021.

SANTOS, E.P. Mercado no Brasil para o uso de energias renováveis e ações de


eficiência energética. 2020, 131f. Dissertação (Mestrado em Pesquisas Energéticas e
Nucleares), Universidade de São Paulo, 2020.

HANSEN, A. M. D. Padrões de consumo de energia elétrica em diferentes tipologias


de edificações residenciais, em Porto Alegre. 2000. 137 f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia) – Programa de Pós- Graduação em Engenharia Civil, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2000

REVISTA DO CEDS Periódico do Centro de Estudos em Desenvolvimento


Sustentável da UNDB N. 2 – Volume 1 – março/julho 2015 – Semestral Disponível em:
http://www.undb.edu.br/ceds/revistadoceds

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