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1. INTRODUÇÃO
A dependência da matriz enérgica elétrica ao longo do tempo vem crescendo a largos
passos, e junto as sucessivas revoluções no campo da tecnologia vem trazendo grandes impactos
na forma como a sociedade produz e atende suas demandas, ocasionando de forma quase
universal uma crise energética em decorrência de fatores diversos acarretando turbulência e
imprevisibilidade, ameaçando as cadeias produtivas e o fornecimento em todo o mundo (FIORI,
2021).
Com a evolução tecnológica, o aumento da população humana e as questões
ambientais, a busca por novas fontes de energia tornou-se necessária para a geração de
eletricidade, uma vez que os recursos energéticos convencionais do mundo são limitados,
apontadas como aquelas que trazem benefícios ambientais, econômicos, sociais e de saúde as
fontes de energias renováveis, promovendo também a universalização do acesso, com
melhorias na segurança energética, qualidade do ar, desenvolvimento tecnológico, redução de
tarifas e industrial (SILVA, 2019).
O termo renovável refere-se a vários recursos sustentáveis de energia renovável, que
tem se tornado uma das principais tendências em todo o mundo nas duas últimas décadas, e
entre as diversas formas de energia “limpa” a energia eólica tem se destacado em porcentagem
entre todas as energias renováveis modernas (ISMAEEL et al. 2020).
Essa fonte de energia limpa vem se consolidando e originando uma curva crescente
nos últimos anos em direção aos melhores resultados na produção de energia limpa renovável,
segundo dados do Conselho Mundial de Energia Eólica, somente em 2019, sua instalação
alcançou 67 GW, uma quantidade de energia significativa já alcançados globalmente, se
destacando na geração e racionamento de energia, garantindo uma maior segurança para uso do
futuro energético e um desenvolvimento com menor impacto ambiental. Captada por turbinas
dos aerogeradores e convertida em eletricidade, podem variar tanto na direção do seu
deslocamento quanto na velocidade de escoamento(AGUIAR JUNIOR, 2022).
Como explica Santhakumar et al. (2019), a energia eólica é uma das energias
renováveis que têm ganhado significativa atenção na geração de energia quando comparada
com a energia solar, pela eficiência de conversão de energia elétrica, nas turbinas eólicas é
maior, quando comparada aos painéis solares fotovoltaicos, e pela disponibilidade do recurso
de vento ser durante o dia e a noite.
De acordo com Bani-hani et al. (2018), tradicionalmente a energia eólica é uma das
tecnologias mais antigas, que data há milhares de anos, nomeadamente através da utilização de
moinhos de vento pelos persas e outras civilizações antigas. Essa moderna tecnologia de energia
foi estabelecida apenas 200 anos atrás com os parques eólicos pioneiros nos Estados Unidos.
No entanto, a Dinamarca foi o país pioneiro no desenvolvimento de turbinas eólicas comerciais.
A perfeição desta tecnologia cresceu rapidamente no últimas décadas com a crescente demanda
por energia renovável e desafios das mudanças climáticas.
Nas últimas décadas foram criados vários protótipos patenteados, com o intuito de
captar a energia eólica criada pela passagem do veículo nas autoestradas (Santhakumar,2017).A
energia cinética, muitas vezes desperdiçada, está cada vez mais sendo reutilizada para a geração
de energia renovável e esse potencial vem crescendo gradativamente por ser uma forma de
geração que não consome recursos naturais(Zhang,2016)
Segundo os dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), o Brasil
vem se destacando de forma exemplar entre os demais países, no tocante à disponibilidade de
fontes energéticas renováveis e seu potencial uso, tendo em vista, sua dimensão territorial e a
faixa de latitude geográfica favorável, se apresentando como uma nação das poucas do mundo
em que há abundância de recursos hídricos, incidência de radiação solar, ventos e biomassa,
podendo alavancar em direção a uma matriz elétrica praticamente renovável em sua totalidade.
Em 2020, o país encerrou com 17,74 GW de potência operacional por aerogeradores, volume
que já torna a energia eólica a segunda maior fonte na matriz elétrica brasileira (CABRAL,
2021).
O vento é uma fonte auspiciosa de energia renovável, estando o mundo já familiarizado
com as turbinas eólicas para geração de energia elétrica sem liberação de dióxido de carbono,
chuva ácida, poluição atmosférica ou poluentes radioativos como explica Zinat et al. (2020),
sendo assim, possivel se obter em áreas urbanas uma considerável perspectiva de geração de
energia eólica, comumente usada em sistemas de geração distribuída por micro redes e redes
inteligentes, utilizando sistemas autônomos por meio da conversão da energia cinética para a
geração de eletricidade (MARTINS, 2022).
Sabemos que as tecnologias inovadoras estão cada vez mais transformando a
mobilidade urbana e nas rodovias não será diferente. As estradas tendem a ficar cada vez mais
inteligentes e tecnológicas, trazendo melhorias significativas para os problemas diários da
sociedade, estando relacionados não só na degradação do planeta, mas na precaução de
acidentes, congestionamento, poluição, infração e situações anormais, buscando assim, na
captação de energia, utilizando transdutores eletromecânicos (piezoelétricos, geradores
eletrostáticos) a conversão da vibração proveniente da energia mecânica em energia elétrica.
Diante do contexto, e com a intenção de colaborar de forma sustentável, o referido
trabalho tem por objetivo avaliar o deslocamento do ar movido por veículos automotores no
tráfego rodoviário na produção de energia eólica, utilizando micro geradores como fonte
favorável na produção e geração elétrica.
2. OBJETIVOS
Desenhar um novo método de geração de eletricidade usando a energia eólica gerada por
veículos em movimento nas rodovias;
3. REFERENCIAL TEORICO
Para Bani-hani et al. (2018), a primeira utilização da força dos ventos pelo homem não
tem data precisa, mas, certamente, ocorreram há milhares de anos, no Oriente. Provavelmente
eram máquinas que utilizavam a força aerodinâmica de arrasto, sobre placas ou velas, para
produzir trabalho. Já existiam, na mais remota antiguidade, os moinhos de vento. Muitos
séculos antes de Cristo nas regiões da Egito, Pérsia, Iraque e China dispunham de máquinas.
Rei da Babilônia (1792-1750 ou 1730-1685 a.c.), criador do império babilônico, Hamurabi
utilizou moinhos ativados pelo vento para regar as planícies da Mesopotâmia e para a moenda
de grãos.
As máquinas eólicas primitivas de rotor vertical apresentavam várias pás de cana ou
de madeira, cujo o eixo transmitia diretamente a rotação a pedra do moinho. Na China encontra-
se referências que existia pás a base de telas e moinhos de rotor vertical colocadas sobre uma
armação de madeira, onde eram utilizados para o bombeamento de água e foram pioneiros dos
moinhos Persas. O egípcio Heron (também escrito como Hero e Herão) de Alexandria (10 d.C.
- 70 d.C.) foi um sábio do começo da era cristã. Engenheiro grego e Geômetra, Heron esteve
atuando no ano 62, aproximadamente, e projetou um moinho vertical de quatro pás (NUNES
JUNIOR, 2008).
Os cata-ventos com várias pás foram produzidos industrialmente em grande escala,
centenas de milhares de unidades/ano, por vários fabricantes, o que ocasionou preços acessíveis
a uma grande parte da população. O cata-vento multipás norte-americano expandiu seu uso por
diversos países, inclusive no Brasil. Na década de 1880 existia em torno de uma dezena de
fabricantes, em todo o território americano. O modelo de multipás foi bastante utilizado em
aplicações que existia a necessidade de transformar movimento em energia cinética,
principalmente para bombeamento de água (BANI-HANI et al. 2018), como mostra a Figura 1,
o primeiro cata-vento.
Figura 1 - Primeiro Cata-vento Inventado por Charles Brush.
“O uso do vento para fins elétricos é relativamente recente, data de finais do século XIX
na Dinamarca e nos EUA, com a utilização de máquinas que geravam eletricidade a partir do
vento, ou aerogeradores” (TESTER et al., 2005 apud TOLMASQUIM et al., 2016, p. 237).
“Vale lembrar que a eletricidade com fins comerciais, nos moldes similares ao que conhecemos
hoje, data também dos finais do século XIX”, como mostra a Figura 2, do cata vento ainda em
funcionamento nos Estados Unidos da América.
Fonte:http://www.ons.org.br/paginas/sobre-o-sin/o-sistema-em-numeros.
4. METODOLOGIA
Entre as diversas formas de aproveitamento da energia gerada pelo movimento, trata-
se neste estudo o aproveitamento da energia cinética do movimento gerado pelo tráfego de
veículos. Como método de pesquisa utilizou-se de uma pesquisa com abordagem quantitativa
e qualitativa, com revisão de literatura, seguindo os preceitos do estudo exploratório, utilizando
de estudos bibliográficos, que como explica Gil (2008), é “desenvolvida a partir de material já
elaborado, constituído de livros e artigos científicos” seguida, de uma apreciação de dados
coletados.
A pesquisa experimental dará suporte para o estudo e desenvolvimento de um
protótipo proposto para geração de energia, como demostra a Figura 2.
Figura 2. Foto do protótipo.
Foram elaborados duas bases experimentais de madeira (Figura 4), fixados com o
dínamo e uma lâmpada cada.
Figura 4. Bases madeira
Para medir a velocidade do vento com a passagem dos carros no contorno da rodovia,
será utilizado um anemômetro para medir a velocidade de um fluido, sendo posto em duas bases
de madeiras, fixando os dínamos juntamente com as lâmpadas, onde uma base receberá a
turbina, adaptado uma hélice de ventilador com um eixo horizontal(HAWTs), e outra turbina
de eixo vertical (VAWTs), utilizando uma hélice da máquina externo do ar condicionado. Para
o armazenamento será utilizada uma bateria e um sensor de presença de luz para ascender as
lâmpadas a um certo distanciamento, realizando a iluminação da via e o trajeto do condutor a
sua frente.
Será também realizada a medição de corrente elétrica, tensão, e rotação do gerador
conectado ao ventilador de teto das rajadas de vento durante o carregamento.
5. REFERÊNCIAS
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2001.
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