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ENERGIA RENOVÁVEL
Diamantina – MG
2022
Ana Clara Oliveira Magalhães
ENERGIA RENOVÁVEL
Diamantina – MG
2022
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................3
REFERÊNCIAS .....................................................................................................................13
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1. INTRODUÇÃO
Nessa fonte, a energia gerada provém do aproveitamento da água dos rios. Nas
usinas hidrelétricas, as turbinas se movem para transformar a energia potencial da água em
energia mecânica e, por fim, energia elétrica (EPE, 2021).
Apesar de ser uma fonte de eletricidade segura, é variável ao longo do ano, uma vez
que depende diretamente da quantidade de chuva nas cabeceiras dos rios. Além disso, para que
uma usina hidrelétrica funcione corretamente, não necessárias ações de conservação ambiental
na bacia hidrográfica em questão (ESFERA ENERGIA, 2021a).
A principal vantagem da energia hidráulica é o fato de ser limpa e renovável, é
claro. Entre outros pontos positivos, está o baixo custo de produção para transformá-la em
energia elétrica. Os custos para a construção de uma usina hidrelétrica são altos, mas após entrar
em operação, essa fonte de energia se torna barata e é esse preço que chega ao consumidor final
(REIS, 2019).
Porém, apesar de ser limpa, a energia hidráulica causa impactos ambientais
indiretos ao meio ambiente: a construção das hidrelétricas prejudica a fauna e a flora das áreas
alagadas, além de causar alteração do curso e do nível natural dos rios. Pode provocar, também,
o deslocamento de populações ribeirinhas e, em períodos de seca, a produção energética cai e
aumenta o preço pago nas contas de luz (REIS, 2019; ESFERA ENERGIA, 2021a).
A Usina Hidrelétrica de Itaipu, localizada em Foz do Iguaçu – PR, é a maior
hidrelétrica do Brasil e a que mais gera energia elétrica no mundo. Ela é responsável por boa
parte da energia elétrica utilizada na região sudeste do Brasil.
aquecem a água em seu interior. Essa água quente é amplamente utilizada em residências, mas
poder ser utilizada também em processos industriais. A luz solar, por sua vez, pode gerar
eletricidade diretamente a partir de painéis fotovoltaicos e mesmo através do aproveitamento
do calor em usinas heliotérmicas (EPE, 2021).
A radiação solar interage com um material semicondutor nos painéis fotovoltaicos,
gerando eletricidade diretamente. Nas usinas solares fotovoltaicas, a instalação necessita ser
feita em áreas sem cobertura vegetal, o que pode gerar degradação do meio ambiente. Dessa
forma, é interessante escolher áreas já desmatadas para diminuir o impacto ambiental. Placas
também podem ser instaladas em casas, shoppings e estacionamentos para geração própria.
Apesar do custo das placas ainda ser elevado, a energia solar é relativamente democrática, uma
vez que se torna praticamente gratuita após o período de recuperação de investimento. Vale
lembrar que o Brasil possui alto índice de irradiação solar, além de ainda não arrecadar impostos
sobre a produção domiciliar de energia (CAMPOS, 2021).
Existem também as usinas solares heliotérmicas, que utilizam a energia solar
concentrada, que é produzida a partir de diversos espelhos que direcionam a energia do sol em
um ponto onde há receptores para aquecer água. Essa água aquecida é transformada em vapor,
que gira uma turbina, gerando eletricidade. Regiões com baixa presença de nuvens, altos níveis
de radiação solar e terrenos planos caracterizam o cenário ideal para a implantação de um
projeto heliotérmico. O Brasil é, portanto, um país com rico potencial, principalmente na região
Nordeste (ONEGREEN, 2016).
Apesar do elevado custo de instalação para ambos os casos, a energia solar é uma
das mais importantes energias renováveis e certamente a que possui maior potencial. É um
grande instrumento na redução de emissões de gases de efeito estufa, mas para além disso, tem
capacidade para suprir a demanda energética mundial através de usinas solares (ENERGIA
HELIOTÉRMICA, 2015).
A maior vantagem da energia eólica é que ela não emite poluentes na atmosfera no
processo de geração de energia e proporciona a redução da dependência dos combustíveis
fósseis. Ainda assim, é uma fonte de energia muito imprevisível, visto que o vento é irregular.
Além disso, os equipamentos são muito caros e é necessário criar um grande parque eólico para
comportar os areogeradores, o que causa, consequentemente, um impacto visual e sonoro
enorme para quem mora nos arredores. O movimento migratório de aves também pode ser
alterado pelos areogeradores (ESFERA ENERGIA, 2021b).
2.4 Biomassa
A energia oceânica vem dos oceanos, onde são aproveitados os movimentos das
ondas, marés e correntes marinhas para a geração de energia elétrica. Em locais de grande
amplitude de maré, é construída uma barragem onde a passagem da água gira uma turbina,
transformando a energia mecânica em eletricidade (EPE, 2021).
O aproveitamento dessa fonte ainda está em desenvolvimento, havendo poucas
usinas em operação no mundo. Existe um projeto piloto de energia oceânica no Brasil, a Usina
do Porto do Pecém, no Ceará, instalada em 2012. O projeto nasceu com uma parceria dos
pesquisadores da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia (COPPE), da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e conta com o apoio do Governo do Estado do
Ceará (BORGES, 2020).
Além de ser uma fonte de energia renovável e não poluente, apresenta riscos
mínimos ao meio ambiente e não necessita de equipamentos muito sofisticados, com diversos
processos envolvidos até a obtenção da energia elétrica. Mesmo assim, possui algumas
desvantagens: fornecimento instável, pois depende do vento e outros fatores; altos custos de
instalação e manutenção dos equipamentos; e as instalações devem ser fortes e sólidas o
suficiente para resistirem às tempestades, ao mesmo tempo em que devem ser sensíveis o
bastante para captação da energia das ondas (BORGES, 2020).
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O Brasil possui uma matriz energética bem diferente da mundial. Apesar da maior
parte das fontes de energia ainda serem não renováveis, somando hidráulica, biomassa e outras
renováveis, o país alcança uma porcentagem de 48,3% de utilização de fontes de energia
renováveis.
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Dessa forma, é possível observar que a matriz energética brasileira é mais renovável
que a matriz energética mundial, característica muito importante para o país, uma vez que as
fontes de energia não renováveis são as maiores responsáveis pela emissão de gases estufa.
No que diz respeito a matriz elétrica, o Brasil também não fica atrás: enquanto a
geração de energia elétrica no mundo é baseada principalmente em combustíveis fósseis, grande
parte da energia elétrica gerada no Brasil vem da energia hidráulica (Fig. 3). A biomassa e a
energia éolica também são grandes destaques, contribuindo para que a matriz elétrica do país
continue sendo majoritariamente renovável.
É notório que o país é dependente da energia hidráulica, o que não é bom, ainda que
seja uma energia limpa. Em períodos de escassez hídrica os níveis dos reservatórios ficam mais
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baixos, então é necessário recorrer a outras fontes de energia para garantir o fornecimento para
todo o país. Hoje, em cenários de escassez hídrica, as usinas termelétricas são acionadas. Tais
usinas queimam combustíveis fósseis como petróleo, carvão mineral e gás natural para produzir
energia, processo que libera muito CO2 na atmosfera (ESFERA ENERGIA, 2021b).
Nesse sentido, a utilização de outras energias renováveis pode exercer um papel
importante na busca do desenvolvimento sustentável. De acordo com a União Nacional de
Bioenergia (UDOP), a energia da biomassa tem capacidade para suprir quase um terço do
consumo de energia no Brasil. Para o ano de 2050, a biomassa apresenta um potencial
energético de 530 milhões de tep (medida que equivale a 7 barris de petróleo), mais que o dobro
do consumo energético total atual, consideradas todas as fontes de energia (ESTADÃO, 2016).
E energia éolica também apresenta papel fundamental. O Nordeste, por exemplo,
obteve recorde de produção de energia eólica em 2020, tendo o suficiente para abastecer toda a
região. O Brasil tem 653 parques eólicos, 82% se encontram no Nordeste, onde as condições
naturais são mais favoráveis a produção desse tipo de energia (G1, 2020).
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Pagel, Campos & Carolino (2018) apontam que o maior obstáculo está na baixa
difusão das fontes de energia renováveis no mercado. Esse problema pode ser superado através
de instrumentos políticos regulatórios que delimitem reduções de custos e tarifas instituídos
sobre toda a cadeia energética dessas fontes, garantindo maior estabilidade e segurança política
ao setor.
No Brasil, além da necessidade de grandes investimentos iniciais com alto custo
associado e o longo período de retorno do investimento, existem alguns outros desafios que
ainda tornam as energias renováveis menos atrativas, como o baixo nível de interação entre as
instituições de pesquisa e empresas e a burocracia excessiva. A falta de interesse de investidores
públicos e privados é uma das principais barreiras financeiras (PAGEL; CAMPOS;
CAROLINO, 2018).
Além disso, existem os fatores relacionados à infraestrutura. Por exemplo, no
Brasil, as regiões mais propícias para a instalação do aporte tecnológico para o aproveitamento
das fontes renováveis, muitas vezes, estão situadas longe dos grandes centros urbanos, exigindo
extensas redes de transmissão de energia, que são bem caras (PAGEL; CAMPOS; CAROLINO,
2018).
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Dessa forma, são necessárias com certa urgência políticas públicas de incentivo às
fontes renováveis de energia não só no Brasil, mas também no restante do mundo,
principalmente se forem levados em consideração os problemas ambientais e o esgotamento
das fontes de energia não renováveis.
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REFERÊNCIAS
BORGES, L. Você sabe como funciona a energia das ondas? Autossustentável, 2020.
Disponível em: <https://autossustentavel.com/2020/04/ondomotriz-energia-
ondas.html#:~:text=Vantagens%20e%20Desvantagens&text=As%20vantagens%20da%20util
iza%C3%A7%C3%A3o%20da,a%20obten%C3%A7%C3%A3o%20da%20energia%20el%C
3%A9trica.>. Acesso em: 24 jul. 2022.
CAMPOS, L. Energia solar – Limpa, democrática e polêmica. ECOA, 2021. Disponível em:
< https://ecoa.org.br/energia-solar-limpa-democratica-e-
polemica/?gclid=Cj0KCQjw_viWBhD8ARIsAH1mCd5AlSAESrFmmNBTDgIK0f0awuF0c5
nCQ7D2fowajswSz30RHZ7sivcaAnQmEALw_wcB>. Acesso em: 24 jul. 2022.
ENERGIA Heliotérmica. Energia Heliotérmica no Brasil. YouTube, 2015. Disponível em: <
https://www.youtube.com/watch?v=tyrbKO8g-Zs>. Acesso em: 24 jul. 2022.
ESFERA ENERGIA. O que é energia eólica e qual sua importância para a matriz elétrica do
Brasil? Esfera Blog, 2021b. Disponível em: < https://esferaenergia.com.br/fontes-de-
energia/o-que-energia-eolica/>. Acesso em: 24 jul. 2022.
ESFERA ENERGIA. O que é energia hidráulica e como funciona a principal fonte energética
do Brasil? Esfera Blog, 2021a. Disponível em: <https://esferaenergia.com.br/fontes-de-
energia/o-que-e-energia-
hidraulica/#:~:text=A%20energia%20hidr%C3%A1ulica%20%C3%A9%20obtida,ser%20cha
mada%20de%20energia%20hidrel%C3%A9trica.>. Acesso em: 23 jul. 2022.
ESTADÃO. Energia de biomassa tem capacidade para abastecer quase um terço do consumo
total de eletricidade. ECOando, 2016. Disponível em: <
https://economia.estadao.com.br/blogs/ecoando/energia-de-biomassa-tem-capacidade-para-
abastecer-quase-um-terco-do-consumo-total-de-
eletricidade/#:~:text=Dados%20da%20Ag%C3%AAncia%20Nacional%20de,161%20mil%2
0MW%20do%20sistema.>. Acesso em: 25 jul. 2022.
G1. Nordeste gera recorde de produção de energia eólica e tem o suficiente para abastecer
toda a região. G1 Ceará, 2020. Disponível em: <
https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2020/10/07/nordeste-brasileiro-registra-recorde-de-
geracao-de-energia-eolica-em-setembro.ghtml>. Acesso em: 25 jul. 2022.
IEA. Explore energy data by category, indicator, country or region. Disponível em:
<https://www.iea.org/data-and-statistics/data-
browser?country=WORLD&fuel=Energy%20supply&indicator=TESbySource>. Acesso em:
25 jul. 2022.
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REIS, P. Energia hídrica vantagens e desvantagens. Portal da Energia, 2019. Disponível em:
< https://www.portal-energia.com/energia-hidrica-vantagens-e-desvantagens/>. Acesso em:
23 jul. 2022.
REIS, P. O que é a energia da Biomassa? Tudo sobre Biomassa. Portal da Energia, 2020.
Disponível em: < https://www.portal-energia.com/o-que-e-energia-biomassa/>. Acesso em:
24 jul. 2022.