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AULA 1

LEGISLAÇÃO E
CUSTOS DE ENERGIA

Prof. Ricardo Cavassin


CONVERSA INICIAL

A importância da energia elétrica nos dias de hoje é inegável, e sua


presença é claramente percebida no nosso dia a dia, de modo que é difícil
imaginar nossa sobrevivência sem ela. Mas até chegar em nossas casas e nos
consumidores em geral, ela percorre um longo caminho.
A energia é considerada também como um bem primordial para a
inclusão do ser humano no desenvolvimento. Sem a opção de fontes de energia
a um custo aceitável e sem boa confiabilidade, a economia de determinada
região pode encontrar problemas para se desenvolver plenamente, e a
comunidade pode ter dificuldade de acesso a diversos serviços essenciais à sua
qualidade de vida, como educação, saneamento e saúde pessoal.
Estuda-se bastante qual seria a relação entre o consumo energético e a
renda. Segundo (Reis, 2017), a conclusão a que se chega nesse estudo é a de
que o acesso a determinada quantia de energia é fundamental para a solução
de problemas de desigualdade e para a busca do desenvolvimento sustentável.
Estão sendo realizados cálculos e estimativas no sentido de se determinar uma
estimativa de consumo energético per capita para o atendimento das
necessidades básicas do ser humano. O que se conclui com o estudo é que, no
cenário atual, há grandes disparidades no consumo energético entre os países,
principalmente entre os considerados desenvolvidos e os não desenvolvidos.
Essa diferença também está relacionada à distribuição de renda.

TEMA 1 – GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

A geração de energia elétrica consiste na transformação de fontes


primárias de energia em eletricidade. Essas transformações se dão de diversas
formas, como pela energia potencial gravitacional, pela energia térmica ou pela
energia cinética. Dessa forma, podemos transformar o trabalho gerado por
energia mecânica advinda de turbinas acionadas por quedas d’água ou até
pelas marés ou cata-ventos acionados pelo vento, nas gerações hidrelétrica
(figura 1) e eólica (figura 2).
Na geração solar fotovoltaica (figura 3), temos a transformação direta da
energia solar em eletricidade com o uso de células fotovoltaicas em grandes
parques coletores de radiação solar.

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Figura 1 – Sistema de geração hidrelétrica

Créditos: Olha1981/Shutterstock.

Figura 2 – Sistema de geração eólica

Créditos: Bogdan Vacarciuc/Shutterstock.

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Figura 3 – Sistema de geração solar

Créditos: Renatap/Shutterstock.

Também existem outras formas de transformação de trabalho resultantes


da fissão nuclear, da energia geotérmica, do uso de máquinas térmicas e de
reações químicas por meio de células combustíveis (figura 4).

Figura 4 – Célula combustível

Créditos: Audio und Werbung/Shutterstock.

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1.1 Fontes renováveis e não renováveis

Dentre as diversas fontes de geração de energia elétrica, existe uma


importante classificação quanto a sua disponibilidade e capacidade de
regeneração na natureza. As fontes primárias de produção de energia elétrica
podem ser classificadas como renováveis e não renováveis.

1.1.1 Fontes renováveis

Nesta categoria de fontes de energia podemos classificar a água dos rios,


as marés, a energia solar, a eólica e a geotérmica, por exemplo, em que, de
modo geral, a reposição pela natureza desses insumos para a geração da
energia se dá de forma mais rápida que sua utilização. Outras energias
classificadas como renováveis são a biomassa, a cana-de-açúcar e resíduos.
Nesses casos, a gestão da geração de energia se dá de forma compatível com
as necessidades de utilização. A maioria dessas fontes apresenta características
cíclicas durante períodos de tempo compatíveis com requisitos de operação.
Essas fontes citadas geram eletricidade por meio de hidrelétricas (água
dos rios), usinas eólicas (vento) e solares fotovoltaicas utilizando o sol
diretamente e centrais termelétricas que utilizam o sol indiretamente gerando
vapor e biomassa.

1.1.2 Fontes não renováveis

As fontes não renováveis para a geração de energia elétrica são aquelas


que podem se esgotar caso seu uso seja feito sem controle.
Sua formação se dá ao longo de milhares de anos, e com a rápida
utilização, não há tempo para a recomposição. Nessas categoria podem ser
classificados o carvão mineral, derivados de petróleo, gás natural e os
combustíveis radioativos, como urânio e plutônio. A utilização dessas fontes não
renováveis para a produção de energia elétrica se dá principalmente pela
transformação da fonte primária em energia térmica, seja por combustão ou por
fissão nuclear. Esses casos são conhecidos como geração termelétrica.

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1.2 Desenvolvimento sustentável na geração de energia elétrica

No que tange às fontes renováveis e não renováveis, há tempos se


defendem alternativas energéticas considerando o desenvolvimento sustentável.
Segundo (Reis, 2017), as soluções voltadas para o desenvolvimento sustentável
seguem determinadas linhas básicas de referência:

• Diminuição da utilização de combustíveis fósseis como carvão, óleo e


gás. É preciso privilegiar a utilização de tecnologias e combustíveis
renováveis de modo a viabilizar uma matriz renovável a longo prazo;
• Aumento da eficiência do setor elétrico em todas as suas fases, desde a
produção até o consumo. O crescimento moderado da demanda pode ser
suprido, tornando-se apenas essa medida;
• Mudanças no setor produtivo com vistas à eficiência no uso de materiais e
combustíveis;
• Desenvolvimento tecnológico do setor energético visando ao
desenvolvimento de alternativas ambientalmente benéficas;
• Redefinição das políticas energéticas favorecendo a formação de um
mercado para tecnologias ambientalmente benéficas com os custos
cobrados das alternativas não sustentáveis;
• Incentivo ao uso de combustíveis menos poluentes.

1.3 Matriz elétrica brasileira

No Brasil, temos uma matriz elétrica diversificada em termos de fontes de


geração, com a predominância de fontes renováveis. O crescente aumento da
demanda fez com que nos últimos anos ocorresse uma maior busca por
alternativas na geração de energia elétrica.
As fontes de geração de energia elétrica no Brasil podem ser divididas da
seguinte forma:

• Hidrelétricas;
• Termelétricas;
• Eólicas;
• Solares fotovoltaicas;
• Outras fontes.

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Em meados de 1990, houve uma importante evolução nas políticas
energéticas nacionais, importantes para que possamos visualizar as
perspectivas de geração no país. Essas mudanças compreendem:

• Abertura à competição;
• Entrada de capitais privados;
• Revisão do papel do estado, que passa a ter foco na regulação,
regulamentação e fiscalização;
• Maior respeito à questão ambiental.

TEMA 2 – GERAÇÃO HIDRELÉTRICA

A utilização de recursos hídricos para a geração de energia elétrica não é


um privilégio de muitos países. A disponibilidade de mananciais, bem como a
extensão do território e condições geográficas adequadas constituem fatores
determinantes para a geração hidrelétrica. Por se tratar de uma fonte renovável,
esse tipo de empreendimento é atrativo, tendo como principal problema os
impactos ambientais.

2.1 Geração hidrelétrica no mundo

O Brasil sempre figurou entre os maiores produtores de energia hidráulica


no mundo, isso por causa do seu potencial hídrico e por conta das ações
estratégicas adotadas pelo governo ao longo dos anos.
Em dados de 2009, segundo Neto e Carvalho, 2012, o Brasil figurava
entre os maiores produtores de energia hidrelétrica no mundo, ficando atrás
apenas da China em se tratando de números absolutos. A geração de 391 TWh
correspondia por cerca de 11,7% da geração mundial.

2.2 Geração hidrelétrica no Brasil

Por décadas a geração de energia por meio da força da água tem sido a
principal fonte de abastecimento do sistema elétrico brasileiro, tanto pela sua
competitividade em termos econômicos quanto pela abundância do recurso
energético em todo o território nacional.

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Figura 5 – Usina hidrelétrica

Créditos: Vladimir Razgulyaev/Shutterstock.

Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o sistema gerador


brasileiro tem uma capacidade instalada de 150 GW, sendo a predominância da
geração hidráulica. O potencial hidrelétrico brasileiro é estimado em 172 GW
com cerca de 60% já aproveitado. Este domínio se dá pela extensa superfície
territorial do Brasil, com a existência de planaltos com rios caudalosos. Para se
avaliar, cerca de 70% do potencial ainda não aproveitado na geração de energia
elétrica está nas bacias hidrográficas Amazônica e Tocantins-Araguaia.
A tecnologia de geração de energia hidrelétrica já é sedimentada,
confiável no contexto da preocupação com a emissão de gases e tem a
vantagem de ser uma fonte renovável.
Em se tratando da operação do sistema, as hidrelétricas são flexíveis e
capazes de prover serviços como controle automático de geração e controle de
tensão e frequência. Quando providas de reservatórios, essas usinas trabalham
a fim de regularizar as vazões afluentes aos rios e de transferir água dos
períodos úmidos para os períodos secos. Seus reservatórios promovem outros
usos para a água, como controle de cheias, irrigação, processamento industrial,
entre outros. Algumas usinas hidrelétricas não possuem reservatório e são
denominadas como fio d’água.

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Essas usinas utilizam um reservatório com acumulação suficiente para
prover a regularização diária ou semanal de geração de energia.

TEMA 3 – GERAÇÃO TERMELÉTRICA

Denominamos de geração termelétrica a produção de energia elétrica por


meio de processos térmicos que fazem a conversão de energia térmica em
energia mecânica, que, por sua vez, aciona os geradores elétricos. A conversão
da energia térmica em mecânica se dá por meio do uso de um fluido que
produzirá em seu processo de expansão trabalho em turbinas térmicas. O
acoplamento dessas turbinas térmicas a um gerador elétrico é que permite a
geração da energia elétrica.
Diferentemente da hidrelétrica, que tem apenas uma fonte para a geração
de energia, as termelétricas podem promover a geração de energia por meio de
diferentes combustíveis:

• Gás natural;
• Carvão mineral;
• Biomassa;
• Nuclear;
• Óleo combustível.

Cabe aqui um destaque em relação à característica não renovável das


fontes primárias, à emissão de gases do efeito estufa nos processos de
conversão abastecidos por combustíveis fósseis e à produção de material
radioativo do reator nuclear após o uso.

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Figura 6 – Usina termelétrica

Créditos: Fotokon/Shutterstock.

Uma das grandes vantagens dessa modalidade de geração de energia


elétrica está na necessidade de áreas relativamente pequenas quando
comparadas às usinas hidrelétricas, e até uma certa mobilidade em função do
porte e a disponibilidade do combustível, apresentando certa confiabilidade no
que diz respeito à continuidade.

3.1 Geração termelétrica no Brasil

Nos anos 1990, o Brasil iniciou um processo de diversificação da sua


matriz elétrica até então predominantemente hidráulica, passando a incentivar e
investir na geração termelétrica, principalmente de gás natural e biomassa.
De lá para cá, a participação dessa modalidade de geração de energia na
matriz elétrica brasileira aumentou consideravelmente, chegando em 2020 a
cerca de 389 unidades geradoras.

Saiba mais

Para ver detalhes, acesse:


<https://www.canalenergia.com.br/noticias/53132151/brasil-alcanca-marca-de-2-
mil-usinas-de-energia-em-operacao>. Acesso em: 19 out. 2021.

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A definição do combustível a ser usado para a geração de energia,
sobretudo nos casos das usinas de grande porte, está diretamente relacionada
com critérios técnicos, econômicos, ambientais, logísticos e inclusive de políticas
energéticas.
Dependendo do tipo de combustível escolhido e da tecnologia de
geração, as termelétricas cumprem diferentes papéis no Sistema Interligado
Nacional (SIN). Elas podem atuar de forma contínua, ou seja, como geração de
base fornecendo energia elétrica continuamente para o sistema, geração
complementar às fontes renováveis em casos específicos de contingência no
sistema ou para o atendimento de demanda de ponta, período diário de maior
consumo de energia elétrica.
No setor elétrico brasileiro, as termelétricas têm atuado de forma
estratégica na operação do SIN. Devido à grande predominância e relevância
das fontes hídricas, essas usinas suprem o fornecimento de energia nos
períodos de escassez hidrológica. Além disso, elas atuam de forma a estabilizar
a variabilidade na geração de curto prazo das fontes eólicas e solares do
sistema.
Em se tratando de fonte renovável para a geração termelétrica de
eletricidade, temos a biomassa gerando a chamada bioeletricidade. Essa
modalidade de geração traz também vantagens do ponto de vista
socioambiental.
A queima da biomassa gera emissões de CO2, mas se entende que o
carbono nesse processo é o mesmo que foi absorvido pela planta no processo
de fotossíntese, gerando, assim, um balanço nulo. Outro grande benefício é o
fato de que a grande maioria dos combustíveis usados nesse processo são
originados de resíduos de processos, como o bagaço da cana, resíduos da
indústria de papel e celulose, resíduos de madeira e resíduos agrícolas, como a
casca de arroz. Assim, além do aproveitamento dessas sobras serem utilizados
para a geração de energia elétrica, garantindo um melhor aproveitamento dos
recursos disponíveis, evita-se a disposição inadequada deles.

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Figura 7 – Geração por biomassa

Créditos: Ralf Geithe/Shutterstock.

TEMA 4 – GERAÇÃO EÓLICA E SOLAR DE ELETRICIDADE

No contexto do aumento da utilização de fontes renováveis de geração de


energia visando à sustentabilidade, a energia eólica emerge como uma das
alternativas mais promissoras. De forma geral, a geração eólica apresenta
impactos socioambientais de mais fácil controle e mitigação do que as fontes
convencionais. Basicamente, a energia eólica consiste na energia cinética
contida nos movimentos das massas de ar na atmosfera (ventos).

4.1 Geração eólica no Brasil

Antes dos anos 1990, o aproveitamento do vento para a geração de


energia elétrica não era tão relevante. A partir dessa época, foi iniciado um
significativo avanço tecnológico e um grande incentivo oriundo da preocupação
com as questões ambientais com foco nas emissões de gases de efeito estufa e
da independência energética dos países não produtores de carvão, óleo e gás.
O Brasil tem um grande potencial eólico, por isso, a sua inserção no SIN é
um desafio, de modo que a EPE trabalha para que essa inserção seja feita de

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forma segura e econômica. Para tanto, são efetuados detalhados estudos sobre
o efeito da energia eólica no planejamento e expansão do SIN.

Figura 8 – Geração eólica

Créditos: Petrmalinak/Shutterstock.

Segundo dados da ANEEL, atualmente cerca de 35% da potência de


geração de energia elétrica em construção é eólica.

4.2 Geração solar fotovoltaica

O sol é inegavelmente nossa grande fonte primária de energia, e, sem


dúvidas, consiste em uma fonte renovável. A primeira questão a se considerar
quando se deseja utilizar a conversão de energia solar em energia elétrica é a
ordem de grandeza do potencial solar disponível no local da instalação. Apesar
de primordial, essa questão pode ser respondida somente de forma aproximada.
Tanto mais precisa será a avaliação do potencial de geração quanto maior for a
quantidade de informações a respeito do clima de determinado local.
Atualmente são dois os sistemas básicos que permitem a utilização da
energia solar:

• Sistemas fotovoltaicos, nos quais a energia elétrica é obtida com a


conversão direta de energia luminosa em eletricidade e sua base é o

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efeito fotovoltaico, que é o aparecimento de uma diferença de potencial
nos extremos de um semicondutor produzida pela absorção da luz;
• Sistemas termossolares ou heliotérmicos são usados em menor escala.
Neles, há, primeiramente, a transformação da energia solar em térmica, e,
em seguida, em energia elétrica. Em geral, o sistema produz vapor que
acionará uma termelétrica a vapor.

Os sistemas de geração de energia solar podem ser autônomos quando


não são conectados à rede elétrica e têm a função de atender a alimentação de
cargas remotas. Esses sistemas podem possuir sistemas de armazenamento de
energia. O outro tipo de sistema é o conectado à rede, cuja função é servir como
uma fonte complementar ao sistema elétrico de grande porte ao qual está
conectado. Esses sistemas não possuem armazenamento de energia.
A geração solar fotovoltaica é a que mais cresce nos centros
consumidores, pois possui uma considerável flexibilidade locacional, o que
facilita sua utilização na geração distribuída. Além disso, sua instalação é rápida
e simples.

Figura 9 – Geração distribuída

Créditos: Slavun/Shutterstock; Fly_and_dive/Shutterstock.

Um dos principais benefícios da utilização desta fonte de geração de


energia elétrica é o fato de que, durante o processo de conversão em
eletricidade, não há emissão de poluentes nem de gases de efeito estufa.

4.2.1 Geração solar fotovoltaica no Brasil

O Brasil possui um grande potencial para a utilização da fonte solar para


geração de energia por causa de uma série de características naturais
favoráveis, como os altos níveis de insolação, por exemplo.

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Sendo assim, devido à legislação favorável, foi potencializada a atração
de investidores e o desenvolvimento dessa fonte, que, hoje, já vislumbra um
papel importante na matriz elétrica brasileira. Em se tratando de geração
distribuída, a geração de energia solar é a mais difundida, muito beneficiada pelo
seu custo de instalação e pela possibilidade de instalação em pequenas áreas.

TEMA 5 – OUTRAS FONTES DE GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Além das fontes já citadas, consideradas como fontes “tradicionais” de


geração de energia, vários estudos são realizados para a consideração de
outras fontes, tanto em termos de inovações tecnológicas das fontes existentes
como em novas tecnologias e novas fontes advindas da combinação das fontes
existentes.
Neste contexto, podemos verificar a utilização das seguintes fontes de
geração de energia elétrica:

• Sistemas híbridos;
• Baterias;
• Energia dos oceanos;
• Células a combustível.

5.1 Sistemas híbridos

São chamados de sistemas híbridos aqueles que combinam tecnologias


de geração, como a geração termelétrica com outra tecnologia. Representam
uma modalidade importante de uso de energias renováveis para aplicação em
sistemas descentralizados e no suprimento para localidades isoladas.
Esses sistemas otimizam o uso global da energia combinando diversas
fontes e considerando as características específicas de cada uma delas. Os
sistemas híbridos podem também ser formados por fontes renováveis em
conjunto com fontes não renováveis, e as possibilidades de arranjo podem
depender das condições climáticas ou da estrutura regional. Por fim, esses
sistemas podem constituir uma geração isolada, sem conexão com a rede ou
geração distribuída, conectada à rede elétrica.

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5.2 Baterias

A utilização de dispositivos de armazenamento pode ser de grande


utilidade para balancear as flutuações das fontes renováveis intermitentes.

Figura 10 – Sistema de baterias

Créditos: Dorothy Chiron/Shutterstock.

O conceito é armazenar a energia excedente gerada em tempos de


abundância para utilizá-la nos períodos de ponta de carga ou em baixa geração.
Tal conceito vem sendo impulsionado pelo desenvolvimento do carro elétrico e
teve um expressivo avanço tecnológico nos últimos anos. Com a possibilidade
de aplicação em larga escala e a consequente redução no custo, as baterias
podem vir a ser utilizadas como fonte para o armazenamento no sistema
elétrico.

5.3 Energia dos oceanos

A energia das marés é oriunda do enchimento e do esvaziamento das


baías e dos estuários. Os últimos consistem em embocaduras de um rio sensível
aos efeitos das marés. Um esquema de aproveitamento das marés contém uma
barragem construída em um estuário e equipada com uma série de comportas
para a entrada d’água na baía.

5.4 Células a combustível

A ideia da célula a combustível é similar à de uma bateria, ou seja, um


dispositivo que produz energia elétrica por meio de reações eletroquímicas. Isso

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causa confusão entre as duas modalidades de geração de energia. Enquanto na
bateria a energia é acumulada nos seus componentes internos, na célula a
combustível a energia é produzida enquanto for mantido o fluxo dos reagentes,
não possuindo nenhum componente acumulador de energia em seu interior.
As células a combustível são dispositivos eletroquímicos que produzem
energia elétrica por meio do combustível hidrogênio e de sua reação
eletroquímica ocorre também a formação de água.

5.5 Pesquisa de outras fontes de geração no Brasil

A EPE realiza estudos com o objetivo de estimular o amadurecimento da


discussão sobre as usinas híbridas. A ideia principal é que seja proposta uma
metodologia consistente para a avaliação da complementaridade entre as fontes
de geração, a fim de que essas sejam adequadas à otimização dos sistemas de
transmissão.
Em se tratando da utilização das baterias, a EPE está desenvolvendo a
criação de um modelo econômico-financeiro para a avaliação do potencial
desses recursos. A utilização das baterias pode se dar no Sistema Interligado
Nacional ou em sistemas isolados.

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REFERÊNCIAS

ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica. Matriz energética cresce


383,66 MW em março e 682,61 MW no primeiro trimestre de 2021. Disponível
em: <https://www.aneel.gov.br/sala-de-imprensa-exibicao-2/-
/asset_publisher/zXQREz8EVlZ6/content/id/21866628>. Acesso em: 18 out.
2021.

EPE – Empresa de Pesquisa Energética. Hidrelétricas. Disponível em:


<https://www.epe.gov.br/pt/areas-de-atuacao/energia-eletrica/expansao-da-
geracao/fontes>. Acesso em: 18 out. 2021.

NETO, M. R. B.; CARVALHO, P. Geração de energia elétrica – fundamentos.


São Paulo: Saraiva, 2012.

PINTO, M. Fundamentos de energia eólica. São Paulo: Grupo GEN, 2012.

REIS, L. B. Geração de energia elétrica. 3. ed. Barueri: Manole, 2017.

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