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MÁQUINAS

ELÉTRICAS E
ACIONAMENTOS
Aplicação do
gerador síncrono
Eduardo Scheffer Saraiva

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

>> Descrever a matriz energética nacional.


>> Explicar o sistema interligado nacional (SIN).
>> Relacionar o SIN com a operação em paralelo do gerador síncrono.

Introdução
O Brasil é um país com vasto território, onde cada região apresenta suas próprias
necessidades e seus próprios recursos. Para garantir que energia elétrica chegue
a todos os brasileiros, é necessário estar atento às peculiaridades de cada região
e diversificar a matriz energética. Com isto, o Brasil investe todos os anos em
diferentes fontes de energia, principalmente as renováveis, e em sua transmis-
são para todo o território nacional. Para que isto seja possível, em muitos casos,
é necessária a utilização dos geradores síncronos, que são os responsáveis por
converter a potência mecânica do sistema em uma potência elétrica.
Neste capítulo, você vai ver as principais fontes de energia que compõem a
matriz elétrica nacional. Além disso, você será apresentado ao sistema interli-
gado nacional (SIN) e entenderá o seu papel para a administração dos recursos
obtidos na rede elétrica brasileira. Por fim, você vai estudar o gerador síncrono,
seu papel na rede de transmissão e como a ligação dos geradores em paralelo
torna tudo isto possível.
2 Aplicação do gerador síncrono

A matriz elétrica brasileira


A energia elétrica é indispensável para o andamento da sociedade moderna;
desde o entretenimento até a comunicação e o transporte necessitam desta
importante energia. Para garantir que a eletricidade chegue a toda a popu-
lação em um país tão grande quanto o Brasil, são necessários o estudo e a
implantação de diferentes fontes de energia elétrica, e a somatória da geração
elétrica dessas diferentes fontes garantirá o abastecimento total do país.
Devido ao seu grande território, ao clima tropical e à abundância em recur-
sos naturais, o Brasil é privilegiado com uma matriz energética diversificada
e que utiliza, em sua maioria, recursos renováveis para o abastecimento de
energia. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE, [2021?]), a realidade
brasileira em relação à matriz elétrica é bem distante do que observamos
no restante do planeta, onde cerca de 38% de toda energia elétrica é obtida
por meio da queima de combustíveis fósseis como o carvão, o óleo e o gás
natural em termelétricas.
Na Figura 1 podemos observar o comparativo entre a matriz elétrica bra-
sileira e a matriz elétrica mundial e perceber que a maior parte de nossa
energia elétrica provém de usinas hidrelétricas — cerca de 65% —, seguidas
por gás natural — 9,3% — e biomassa — 8,4%. Somente em fontes renováveis
o Brasil apresenta cerca de 83% de toda sua energia elétrica, em contraste
com a média mundial, que chega a cerca de 25%.

a b

Figura 1. Matriz elétrica mundial (a) e a direita matriz elétrica brasileira (b).
Fonte: EPE ([2021?], documento on-line).

Como vimos até aqui, a matriz elétrica brasileira apresenta diferentes


fontes para geração da energia elétrica que consumimos. Cada fonte geradora
apresenta suas peculiaridades, vantagens e desvantagens, e para entendermos
Aplicação do gerador síncrono 3

melhor o funcionamento do sistema brasileiro, vamos aprofundar o nosso


estudo em relação às principais fontes geradoras.

Hidrelétricas
Quase 2/3 de toda energia elétrica produzida no Brasil é obtida através de
hidrelétricas. O motivo para este alto valor em geração renovável é muito
simples: o Brasil apresenta um dos maiores potenciais hídricos do mundo
para a construção de hidrelétricas. Composto pelas bacias do São Francisco,
Paraná, Tocantins e Amazônica, o potencial hídrico brasileiro pode alcançar
até 260 GW. A maior desvantagem em relação a este tipo de geração está
na construção da barragem e do reservatório, que causam alto impacto ao
meio ambiente e problemas sociais com a população da região durante o
desenvolvimento do projeto. No entanto, é uma das fontes de energia de
menor custo de geração e manutenção das instalações, além de ser uma
fonte de energia limpa após o impacto inicial (GRIGSBY, 2018; PINTO, 2014).
O funcionamento de uma usina hidrelétrica se dá por meio do escoamento
da água do reservatório por uma turbina. Essa turbina é a responsável por
transformar a energia hidráulica em energia mecânica. Após esse processo, um
gerador instalado próximo a turbina converte a energia mecânica em energia
elétrica. A Figura 2 apresenta o princípio de funcionamento da usina hidrelétrica.

Reservatório

Barragem

Casa de força

Linhas de
energia
Gerador

Comporta Turbina

Figura 2. Princípio de funcionamento de hidrelétricas.


Fonte: Adaptada de Pinto (2014).
4 Aplicação do gerador síncrono

Parques eólicos
Os parques eólicos consistem em conjuntos de turbinas eólicas em regiões com
potencial de captação da energia ao longo do ano. Diferentemente da energia
solar, a energia eólica apresenta uma maior variação devido à inconsistência
dos ventos, e isso representa um alto custo inicial para o empreendimento.
No entanto, é uma energia de fontes renováveis e que apresentam um impacto
ambiental muito menor em relação às hidrelétricas. Outro ponto importante é
que, diferente do sistema fotovoltaico, o sistema de geração de energia eólica
funciona de maneira similar ao conceito apresentado na hidrelétrica. Na Figura 3,
podemos observar uma turbina eólica que, por meio do movimento das pás,
causado pelo vento, pode converter essa energia mecânica em energia elétrica
utilizando um gerador síncrono (GRIGSBY, 2018).

Rotor

Estator
Rotor
Controlador

Direção
do vento

Gerador

Figura 3. Turbinas eólicas e a geração de energia através de geradores


síncronos.
Fonte: Adaptada de Grigsby (2018).

Parques solares
A energia solar é uma das primeiras coisas que nos vem à mente quando ima-
ginamos geração de energia limpa, pois, através de painéis solares, podemos
converter a energia da luz do sol em corrente elétrica. O Brasil apresenta um
grande potencial para este tipo de energia, uma vez que estamos situados
em uma região intertropical que apresenta grande incidência solar, mesmo
em regiões com menor índice de radiação solar. Hoje contamos com cerca de
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1% da energia de nossa matriz elétrica proveniente de fontes solares, uma


vez que a tecnologia ainda apresenta um custo maior em relação aos demais
tipos de geração (EPE, [2021?]; PINTO, 2014). A maior vantagem desse tipo de
geração está na possibilidade de instalação de sistemas de geração mesmo
em locais remotos e próximos dos consumidores, diminuindo assim o custo
com redes de transmissão.

Um exemplo é o parque solar da Lapa, na Bahia. O empreendimento


tem capacidade para gerar 340 GW por ano e leva energia a cerca de
166 mil famílias. Além de ser uma fonte de energia limpa, o parque
da Lapa abastece uma região que enfrenta fortes secas e está geograficamente
distante de usinas hidrelétricas (FERREIRA; BOSCHI, 2019).

No Quadro 1 são apresentadas as principais vantagens e desvantagens


deste tipo de geração.

Quadro 1. Vantagens e desvantagens da energia solar

Vantagens Desvantagens

„„ Durante a geração de energia, o processo é „„ São necessários sistemas


não poluente. de armazenamento para
„„ Com o desenvolvimento da tecnologia, a energia gerada em
painéis solares vão apresentando melhor períodos ensolarados,
eficiência e menor custo. devido à grande variação
„„ É uma excelente solução para locais na produção de energia em
isolados e/ou afastados, uma vez que não decorrência de mudanças
exige grandes investimentos em linhas de climáticas.
transmissão para instalações de pequena „„ A tecnologia para o
escala. armazenamento dessa
„„ O sistema de controle e as centrais energia é pouco eficiente
da instalação necessitam de pouca em relação a outras
manutenção. formas de geração, como
„„ O Brasil apresenta um grande potencial combustíveis fósseis,
para a instalação deste tipo de energia hidrelétrica e
sistema devido ao seu clima tropical. biomassa.
O desenvolvimento desses sistemas na
matriz energética brasileira ajuda na
geração de energia em locais longe dos
centros de produção, o que diminui perdas
de energia para a transmissão.

Fonte: Adaptado de Pinto (2014).


6 Aplicação do gerador síncrono

Energia nuclear
Nem só de energia renovável consiste a matriz elétrica brasileira; atualmente,
o Brasil possui duas usinas nucleares (Angra 1 e Angra 2) e uma em processo de
construção (Angra 3). Em um território com acesso a tantos recursos naturais,
a utilização de usinas nucleares em nosso país é motivo de muita discussão;
apesar disso, a geração de energia por meio de usinas nucleares não libera
gases de efeito estufa, mas gera lixo radioativo, e, ao contrário de outras
fontes de geração vistas até agora, esse tipo de geração não depende de
condições climáticas, funcionando de maneira contínua. Outros problemas
relacionados à geração por usinas nucleares estão o alto custo da energia
(custo mais elevado do que geração solar), o risco de acidentes com impactos
devastadores para a região e o já citado lixo radioativo liberado após a geração
da energia (PINTO, 2014). Outros estudos ainda apontam que a geração nuclear
pode auxiliar muitos países a diminuir a emissão de gases de efeito estufa e
a dependência em combustíveis fósseis, tornando esta uma solução viável
para muitas economias (ROTH; JARAMILLO, 2017).

Para o aluno que quiser aprofundar seu conhecimento acerca do pro-


grama nuclear brasileiro, é recomendado o acesso ao site Eletrobras
Eletronuclear, onde terá acesso aos dados disponíveis sobre as usinas Angra 1
e Angra 2 e também sobre o andamento do projeto de Angra 3. Outra opção é a
reportagem do site G1 que traz uma entrevista com o presidente da Eletronuclear
e aborda os temas mais relevantes sobre a energia nuclear brasileira; para fazer
a leitura, busque por “Tudo o que você precisa saber sobre as usinas nucleares
de Angra 1 e 2, e por que são diferentes de Chernobyl” (BBC, 2019).

Nesta seção, conhecemos mais sobre a matriz elétrica brasileira. Foram


apresentadas as principais formas de geração de energia utilizadas em nosso
país e um comparativo entre os métodos de geração utilizados no Brasil em
contraste com outros países. Como vimos, a maior parte da matriz energética
brasileira vem de fontes renováveis, e, para fazer um melhor aproveitamento
desta energia, utilizamos do SIN, como veremos na próxima seção.
Aplicação do gerador síncrono 7

Sistema interligado nacional


Na seção anterior, conhecemos a matriz elétrica brasileira, a qual consiste,
em sua maior parte, em energias renováveis como a geração através de hidre-
létricas. Com isto em mente, é normal nos perguntarmos o que acontece nos
casos em que a hidrelétrica está localizada a longas distâncias dos grandes
consumidores, ou, ainda, o que acontece nos períodos de seca em que o nível
do reservatório não é suficiente para entregar a demanda consumida. Para
solucionar estas questões, o Brasil utiliza SIN, um sistema de administração
e coordenação dos recursos e sistemas disponíveis ao longo do território
nacional. Por meio da interligação dos diversos sistemas geradores de energia
elétrica em uma grande malha de transmissão, o SIN trabalha para otimizar
os recursos, aproveitando da sazonalidade das diferentes regiões. Composto
por mais de 100 mil km de linhas de transmissão e devido a suas diversas
características, o SIN é um projeto considerado único no mundo (OPERADOR
NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO [ONS], c2021b; PINTO, 2014). Ainda segundo
Pinto (2014), por questões de geopolítica e de administração, o SIN é dividido
em quatro grandes subsistemas: Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e a
maior parte da região Norte.
Na Figura 4, podemos observar o mapa do SIN — em linha contínua são
apresentadas as linhas de transmissão no ano de 2020; já em linha tracejada
temos a estimativa para o ano de 2025 das linhas de transmissão. Perceba
que boa parte da região Norte não está sendo abastecida pelas redes de
transmissão do SIN, contudo, em 2017, o ONS assumiu a previsão de carga e o
planejamento das operações para sistemas isolados. Esses sistemas isolados
englobam os estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Amapá e Pará
e representam menos de 1% da carga consumida no país, sendo que essas
regiões são abastecidas por usinas térmicas a óleo diesel (ONS, c2021b). Nas
demais regiões, podemos observar a extensão das linhas de transmissão;
como o SIN engloba grande parte do país, é possível tirar proveito do clima
de cada região — sistemas que estão em períodos de cheias nos rios enviam o
excedente da energia sem que haja desperdícios. O mesmo vale para regiões
que estão em época de baixa; é possível administrar os recursos de modo
que a população da região continue recebendo o abastecimento de energia
elétrica até o fim do período seco.
8 Aplicação do gerador síncrono

Figura 4. Mapa do sistema interligado nacional.


Fonte: ONS (c2021a, documento on-line).

Nesta seção, você foi apresentado ao SIN, seus subsistemas e como sua
construção permite levar energia elétrica de diferentes pontos de nosso
país até onde a energia está sendo mais necessária. Esta integração de re-
cursos tanto de geração quanto de transmissão visa ao uso mais sustentável
da energia, gerando economia e atendimento à maior parte da população
brasileira. Na próxima seção, veremos como a geração é realizada por meio
do uso de geradores síncronos nos mais diversos sistemas de geração de
energia elétrica.
Aplicação do gerador síncrono 9

Geradores síncronos
Até aqui vimos no que consiste a matriz elétrica brasileira e como a eletri-
cidade pode ser transmitida e administrada pelo SIN. No entanto, ainda é
preciso entendermos o papel dos geradores síncronos dentro de todo esse
sistema. Como vimos na primeira seção, diferentes fontes de energia utilizam
de processos que convertem a energia mecânica em energia elétrica, como
hidrelétricas, usinas térmicas, turbinas eólicas, etc. Essa conversão de po-
tência mecânica em potência elétrica é realizada pelos geradores síncronos.
Na Figura 5, vemos o princípio de funcionamento de um gerador síncrono.
O sistema do gerador apresenta um estator (parte fixa externa do sistema)
e o rotor (parte interna girante do sistema). Ímãs estão fixados no rotor,
chamados aqui de polos, os quais estão arranjados de maneira alternada
entre polo Norte e polo Sul ao longo do diâmetro do rotor.
Acionando o rotor por meio de uma força mecânica, passa a existir um
campo magnético girante dentro do gerador. Essa variação no campo magné-
tico faz surgir uma corrente elétrica nos enrolamentos do estator (CHAPMAN,
2013; UMANS, 2014).

Figura 5. Exemplo de gerador síncrono.


Fonte: Fouad A. Saad/Shutterstock.com.
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Apesar de ser utilizado para geração de energia elétrica em diversos


sistemas, o processo de conversão do gerador síncrono está sujeito a per-
das de potência, assim como todo processo de conversão. As hidrelétricas,
por exemplo, apresentam uma conversão de cerca de 90%, enquanto turbinas
eólicas não chegam a 60%, o que é causado por diferentes fatores intrínsecos
ao processo de conversão (PINTO, 2014). Na Figura 6, é apresentado o processo
de conversão de potência mecânica para a potência elétrica. Nesta figura,
podemos ver que diferentes perdas ocorrem ao longo do processo — muitos
projetos visam à diminuição dessas perdas para aumentar a eficiência do
sistema.

Figura 6. Processo de conversão e suas perdas.


Fonte: Chapman (2013, p. 206).

Um exemplo dessas perdas ocorre no aquecimento do gerador, seja pelo


atrito do movimento do rotor ou por efeito Joule ao longo do cobre. Este calor
não é transformado em energia útil e diminui o rendimento do sistema. Desta
forma, podemos medir a eficiência da geração de energia ao avaliarmos a
potência mecânica na entrada do sistema em relação à potência elétrica de
saída. Podemos estimar essas perdas por meio do rendimento dado a seguir:

sa ída
= ∙ 100%
entrada
Aplicação do gerador síncrono 11

Conhecendo a potência de saída (potência elétrica) e a potência de entrada


(potência mecânica) podemos obter o rendimento do motor. O cálculo da
potência mecânica em um gerador é dado pela multiplicação entre o torque
e a velocidade angular no rotor em rad/s:

Pentrada = τω

onde τ é o torque de entrada no rotor e ω é a velocidade angular no rotor.


Já o cálculo da potência de saída é dado por:

Psaída = √3 VLIL cos θ

onde VL e IL são respectivamente a tensão e a corrente de linha, cos θ é o fator


de potência e θ é a defasagem entre tensão e corrente de fase (ALEXANDER;
SADIKU, 2013).
Geradores síncronos são assim chamados pois a velocidade de rotação
do rotor está sincronizada com a frequência da corrente alternada que está
sendo gerada. Desta forma, ao fixarmos a velocidade de rotação do ro-
tor podemos produzir energia elétrica em determinada frequência. Assim,
podemos calcular a velocidade de rotação necessária para o projeto do
gerador ao estabelecermos a frequência desejada para a rede por meio da
seguinte equação.

∙ 120
= ( )

onde f é a frequência da rede em Hz e p é o número de polos presentes no


motor.

Considerando um motor de oito polos que está recebendo uma


alimentação da rede de 220V e 50Hz, sabendo que o torque de entrada
foi de 16000 N.m e que o gerador apresenta um rendimento de 76%, calcule a
velocidade angular e a potência elétrica de saída:
Para iniciar a resolução do problema, devemos calcular a velocidade de
rotação síncrona, dada pela seguinte expressão:
12 Aplicação do gerador síncrono

∙ 120 50 ∙ 120
= = = 750 rpm
8

Uma vez calculada a velocidade angular, podemos obter a potência mecânica


de entrada, uma vez que o torque é conhecido:

Pentrada = τω = 16 ∙ 750 = 12 MW

Como sabemos que o gerador apresenta um rendimento de 76%, a potência


elétrica na saída é dada por:

Psaída = η ∙ Pentrada = 0,76 ∙ 12.000 = 9,12 MW

Como vimos anteriormente, a rede de transmissão brasileira é interligada,


e o SIN apresenta dezenas de fontes geradoras interligadas para suprir toda
a demanda nacional. Isto é possível por meio da ligação em paralelo dos
diversos geradores síncronos presentes nos sistemas de geração. Na Figura 7
é apresentado um exemplo de ligação em paralelo entre dois geradores,
de modo que, quando necessário, a carga possa ser dividida.

Figura 7. Exemplo de sistema com geradores síncronos em paralelo.


Fonte: Chapman (2013, p. 226).

Segundo Chapman (2013), as vantagens deste tipo de ligação são diversas:

„„ cargas maiores podem ser alimentados por conjuntos de geradores


em paralelo;
Aplicação do gerador síncrono 13

„„ o sistema fica mais robusto a falhas — se um gerador falhar, não ocorre


a perda total de potência para a carga;
„„ conjuntos de geradores em paralelo permitem que parte dos geradores
sejam desligados para manutenções preventivas;
„„ o sistema se torna mais eficiente, e geradores menores estarão ope-
rando sempre em plena carga de maneira mais eficiente.

Para que o sistema com geradores em paralelo funcione de maneira ade-


quada, é necessário que algumas condições sejam respeitadas. Ainda segundo
Chapman (2013), as principais condições que devem ser atendidas são:

„„ os geradores deverão apresentar a mesma tensão eficaz de linha;


„„ os geradores deverão apresentar a mesma sequência de fases;
„„ os ângulos de fase devem ser iguais;
„„ a frequência do operador que vai ser conectado à rede deverá ser um
pouco superior à frequência do sistema que já está em funcionamento.

Neste capítulo, estudamos a geração e a transmissão de energia elétrica


no Brasil. Vimos como a matriz energética brasileira é diversa e focada em
fontes de energia renováveis que contribuem para a diminuição de gases de
efeito estufa. Estudamos também o SIN, responsável pelo gerenciamento e
pela administração do uso consciente dos recursos disponíveis ao longo do
país em diferentes épocas do ano. Por fim, vimos como tudo isto só é possível
através da geração realizada pelas máquinas de geração síncronas, presentes
nas mais diversas instalações elétricas.

Referências
ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. O. Fundamentos de circuitos elétricos. 5. ed. Porto
Alegre: AMGH, 2013.
BBC. Tudo o que você precisa saber sobre as usinas nucleares de Angra 1 e 2, e por
que são diferentes de Chernobyl. In: G1. São Paulo, 23 jun. 2019. Disponível em: https://
g1.globo.com/economia/noticia/2019/06/23/tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-
-as-usinas-nucleares-de-angra-1-e-2-e-por-que-sao-diferentes-de-chernobyl.ghtml.
Acesso em: 11 mar. 2021.
CHAPMAN, S. J. Fundamentos de máquinas elétricas. Porto Alegre: AMGH, 2013.
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA (EPE). Matriz energética e elétrica. Brasília, DF,
[2021?]. Disponível em: https://www.epe.gov.br/pt/abcdenergia/matriz-energetica-
-e-eletrica. Acesso em: mar. 2021.
FERREIRA, V. S.; BOSCHI, L. S. Avaliação da temperatura de superfície de um parque
fotovoltaico a partir de imagens Landsat 8. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SENSORIA-
14 Aplicação do gerador síncrono

MENTO REMOTO, 19., 2019, Santos. Anais eletrônicos [...] Cuiabá: INPE, 2019. Disponível
em: http://marte2.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/marte2/2019/09.13.18.15/doc/97522.pdf.
Acesso em: 11 mar. 2021.
GRIGSBY, L. L. (Ed.). Electric power generation, transmission, and distribution. Boca
Raton: CRC Press, 2018.
OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO (ONS). Mapas. Rio de Janeiro, c2021a. Dis-
ponível em: http://www.ons.org.br/paginas/sobre-o-sin/mapas. Acesso em: 3 mar. 2021.
OPERADOR NACIONAL DO SISTEMA ELÉTRICO (ONS). Sistemas isolados. Rio de Janeiro,
c2021b. Disponível em: http://www.ons.org.br/paginas/sobre-o-sin/sistemas-isolados.
Acesso em: 3 mar. 2021.
PINTO, M. O. Energia elétrica: geração, transmissão e sistemas interligados. Rio de
Janeiro: LTC, 2014.
ROTH, M. B.; JARAMILLO, P. Going nuclear for climate mitigation: an analysis of the cost
effectiveness of preserving existing US nuclear power plants as a carbon avoidance
strategy. Energy, [s. l.], v. 131, p. 67-77, 2017.
UMANS, S. D. Máquinas Elétricas de Fitzgerald e Kingsley. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.

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