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Resumo
1. Introdução
Entre todas as fontes de energias disponíveis, a energia solar é a mais abundante e pode
ser explorada nas formas direta e indireta. Se 0,1% da radiação solar que atinge a
superfície terrestre fosse convertida em energia elétrica, a 10% de eficiência, seria
gerada uma quantidade equivalente a quatro vezes a capacidade de produção mundial
instalada. No entanto, 80% da energia utilizada atualmente no mundo possui origem em
fontes não renováveis (THIRUGNANASAMBANDAM; INIYAN; GOIC, 2010). Neste
artigo será apresentada uma solução economicamente viável sobre o uso de painéis
fotovoltaicos em residências. Se pensássemos nessa possibilidade na década de 60, não
teríamos a menor chance devido ao baixo preço do petróleo, mas segundo o jornal o
globo, com a guerra de Kippur em 1973, o preço do petróleo aumentou drasticamente,
favorecendo novamente o sonho do retorno das pesquisas envolvendo a energia solar. O
Brasil possui uma posição muito vantajosa em termos de disponibilidade de recursos
naturais e, com isso, torna-se um desafio considerável assegurar a sustentabilidade dos
recursos a serem explorados (Pereira Jr e col., 2011). O Brasil recebe níveis médios de
radiação solar superiores aos observados na maioria dos países europeus e com
variabilidade sazonal baixa, devido a grande parte do país estar presente na zona
tropical (MARTINS; PEREIRA, 2011).
Em vista, do crescente aumento do consumo de energia elétrica pelo país, tem-se
buscado soluções que possam melhorar ou mitigar estes elevados índices que oneram
não só os cofres do governo como o bolso do consumidor. Pois, segundo o atlas
brasileiro de energia solar segunda edição, torna‐ se evidente, portanto, o importante
papel que a energia solar pode desempenhar na expansão da matriz elétrica brasileira,
aumentando sua resiliência com a diversificação das fontes e exploração de possíveis
complementaridades.
Este projeto visa fazer um comparativo e analise da viabilidade econômica custo x
beneficio na instalação de placas fotovoltaicas numa residência de consumo mês de
250kwh-mês. Nesta analise será utilizada a taxa de retorno sobre investimento (TRI) e
valor presente liquido (VPL), os cálculos aqui apresentados serão básicos e de efeitos
comparativos e analíticos, não se levando em conta outras variáveis como juros e
inflação que possam influenciar o resultado.
2. Referencial teórico
fonte: http://www.aneel.gov.br/tarifas
A concessionária que atende a região norte é Amazonas Energia (AmE) e sua tarifa será
utilizada como referência.
2.3 Um breve histórico da energia fotovoltaica
O efeito fotovoltaico foi observado pela primeira vez em 1839 por Edmund Bequerel e
consiste em uma diferença de potencial entre dois semicondutores de propriedades
elétricas diferentes (BUHLER, 2011). As primeiras células fotovoltaicas foram
construídas a partir de Selênio por C.E. Frits por volta de 1883. Somente em torno de
1950 foram construídas, nos laboratórios Bell nos Estados Unidos, as primeiras células
utilizando semicondutor, silício cristalino, esses painéis fabricados em 1950 tiveram um
rendimento relevante na época. Nas últimas décadas veem sendo aplicadas várias
tecnologias na fabricação de células fotovoltaicas. Existem as células baseadas em
filmes finos e as de multijunção de alta eficiência e células baseadas em corantes, no
entanto as células de silício cristalino dominam o mercado mundial no que diz respeito
à fabricação e comercialização. (PINHO (org.), GALDINO (Org). 2014).
As fontes de energia – biomassa, combustíveis fósseis, eólica e hidráulica – são formas
indiretas de energia solar (Aneel, 2005). O Sol representa uma fonte renovável de
energia para a humanidade, tornado possível a transformação das mais variadas
maneiras que melhor se adequem ao seu uso diário, no caso a energia fotovoltaica
(Angelis-Dimakis e col., 2011).
A tecnologia fotovoltaica é promissora (Li e col., 2012); o efeito fotovoltaico ocorre por
meio da transformação direta da luz em energia elétrica, recorrendo-se, para isso, a
células solares (Sidawi e col., 2011). “Células solares são dispositivos capazes de
transformar a energia luminosa, proveniente do Sol ou de outra fonte de luz, em energia
elétrica” (Carvalho e col., 2004, p. 5).
A célula de silício cristalina é a mais comum, com cerca de 95% de todas as células
solares existentes no mundo; porém outros materiais semicondutores também são
utilizados, como o silício, o arsenieto de gálio, telurieto de cádmio ou diselenieto de
cobre e índio (Santos, 2011).
3. Metodologia
Tabela 2.0
Carga Potencia Horas de Dias de Uso Uso por Consumo
Media (W) Uso Medio Por Mês Ano (Wh- Anual
Por Dia (dias) mês) (kWh-
(horas) Ano)
Comparação e dados
As tabelas abaixo fazem um comparativo entre o valor investido e o tempo do retorno
do investimento. A escolha do sistema, convencional ou fotovoltaico nesse caso é um
sistema isolado off-grid, dependerá da distância entre o consumidor em relação à linha
de distribuição mais próxima e do número de domicílios atendidos. O valor a ser
investido foi obtido no portal solar onde se consegue fazer uma estimativa de preço de
mercado, online. Foram feitas duas simulações de financiamentos, uma a vista e outra
em 12 vezes com parcelas fixas. A tabela 3.0 refere-se ao financiamento em 12x e a
tabela 4.0 ao valor à vista. O valor do consumo foi deixado fixo, o valor da tarifa será
reajustado a uma taxa de 6% a.a. Esse valor foi obtido tirando uma média aritmética dos
anos compreendidos de 2007 até 2017. Os dados foram retirados do site do banco
central.
Tabela 3.0
Anos Valor da Consumo Consumo Valor Valor do Valor
tarifa mensal anual consumo investimento investido
KW/h KW/h anual em R$ menos valor
R$ R$ do consumo
1 0,7060 375,585 4.507,02 3.181,95 23.751,96 -20.570,01
2 0,7483 375,585 4.507,02 3.372,73 23.751,96 -17.197,28
3 0,7931 375,585 4.507,02 3.574,66 23.751,96 -13.622,62
4 0,8406 375,585 4.507,02 3.788,75 23.751,96 -9.833,87
5 0,8910 375,585 4.507,02 4.015,91 23.751,96 -5.817,96
6 0,9444 375,585 4.507,02 4.256,59 23.751,96 -1.561,37
7 1,001 375,585 4.507,02 4.511,70 23.751,96 +2.950,33
Parcelamento em 12x – valor da parcela R$ 1.979,33 – Retorno do investimento 6,4
anos.
Tabela 4.0
Anos Valor da Consumo Consumo Valor Valor do Valor
tarifa mensal anual consumo investimento investido
KW/h KW/h anual em R$ menos valor
R$ R$ do consumo
1 0,7060 375,585 4.507,02 3.181,95 20.039,80 -16.857,85
2 0,7483 375,585 4.507,02 3.372,73 20.039,80 -13.485,12
3 0,7931 375,585 4.507,02 3.574,66 20.039,80 -9.910,46
4 0,8406 375,585 4.507,02 3.788,75 20.039,80 -6.121,71
5 0,8910 375,585 4.507,02 4.015,91 20.039,80 -2.105,80
6 0,9444 375,585 4.507,02 4.256,59 20.039,80 +2.150,79
Valor pago à vista Retorno do investimento – 5,6 anos
Complemento
O sistema isolado off-grid que foi exposto neste trabalho com seus devidos cálculos de
investimentos e retorno, não priorizou o sistema de baterias, pois as mesmas podem
fazer parte ou não do sistema.
Conclusão
A questão energética é um problema de grande relevância para qualquer nação.
Pois, a falta de políticas públicas adequadas e de investimentos mal aplicados,
acarretam transtornos de vão desde apagões até queda na arrecadação devido à
falta de energia para as empresas desenvolverem suas atividades.
Essa discussão sobre o tema tem um forte argumento que é a busca por
alternativas mais viáveis e auto sustentáveis. Uma destas soluções seria a energia
solar, uma vez que o Brasil possui uma área litorânea privilegiada
proporcionando o uso desta tecnologia de forma exaustiva. A energia solar no
Brasil ainda é pouco explorada cerca de 1% e os custos que vão desde o projeto
até a compra dos insumos ainda são bastantes elevados. Existe a necessidades de
investimentos neste setor energético que só cresce a cada ano. Segundo o portal
(ecoa.org.br) especialistas do setor energético apontaram que nos últimos dois
anos a energia solar cresceu cerca de 70% no país. O boom registrado pelos
estudiosos aponta que 90% das unidades sistemas solares foram registrados
nesse período. A redução de mais de 70% no preço da energia solar nos últimos
dez anos e o aumento de mais de 50% nas tarifas de energia elétrica em 2015
impulsionaram a geração solar no Brasil.
O próprio ministério das minas e energia (MME) em parceria com Associação
Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) fez a instalação de154
painéis solares (1,0 x 1,64 m), sem a alocação de recursos do Orçamento do
Governo Federal. O investimento, estimado em R$ 400 mil, foi viabilizado pela
ABSOLAR e seus associados. Segundo a ABSOLAR, a potência de geração da
mini usina é de 69 kW, ou 60 kWp (quilowatts pico), que representa por volta de
5% a 7% do consumo do edifício, que equivale ao consumo de 23 residências de
uma família média brasileira (3 a 4 pessoas consumindo 300kWh/mês).
Portanto, apesar de os investimentos serem escassos e o uso da tecnologia solar
pouco explorada, observa-se que o mercado de energia solar fotovoltaica está em
pleno crescimento e desenvolvimento. Este é um avanço irrefutável que trará
muitos benefícios as pessoas e ao país.
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