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Usina solar fotovoltaica como fonte energética para hotel de alto

padrão na Amazônia.
Fernando Brito P. de Lima1, Carlos Aldrin Castro da Silva2, Emiliano Augusto Reis
Corrêa3
(1, 2)
Escola de Ciências Exatas – Centro Universitário do Norte – UNINORTE
Grupo SER Educacional - Manaus – AM – Brasil
3
Escola de Ciências Exatas – Centro Universitário do Norte – UNINORTE
Coordenação de Engenharia Elétrica

Resumo. A geração de energia proveniente da luz solar, está sendo muito discutida
em todo o globo, já que outros meios de geração trazem bastante impacto ambiental.
E também aumento de tarifas na conta de energia, são situações que levam as
pessoas, principalmente donos de negócios a procurarem alternativas para o uso de
energia elétrica, principalmente no ramo de hotelaria, onde os custos com energia
são uma enorme fatia das despesas. Visando solucionar esses problemas levantados,
os sócios de um hotel localizado em Novo Airão - AM, decidiram implementar uma
usina solar fotovoltaica para suprir sua necessidade, tendo a conta de energia uma
média de 10.100 kWh de consumo ao mês, o equivalente a 336 kWh por dia. A Usina
Solar Fotovoltaica (USF) de 100 kWp sobre a estrutura em solo, a ser instalada tem
como função gerar energia elétrica de origem renovável. Esta energia produzida cuja
finalidade é o consumo interno e injeção do excedente de energia, quando houver,
na rede da concessionária distribuidora de energia, diminuindo assim os gastos com
energia elétrica e colaborando para a preservação do meio ambiente. Após instalação
da usina, pode-se verificar uma produção média de 337,5 kWh por dia,
consequentemente 10.100 kWh por mês, ou seja, praticamente 100% da necessidade
do hotel.

Palavra-Chave: Energia solar, Geração de energia, Sustentabilidade, Usina


fotovoltaica.

1. INTRODUÇÃO

A energia solar fotovoltaica tem sido um tema amplamente abordado, já que o setor de
energia elétrica é crucial para o crescimento global, sendo a fonte da geração de energia o
motivo de discussões, principalmente nos últimos anos, por conta do crescimento populacional
e a preocupação com a sustentabilidade e com os impactos ambientais gerados pela produção
dessa energia.
Vanessa Gonzaga (2019) evidencia que a produção e utilização de energia solar
fotovoltaica em hotéis não é somente uma maneira eficaz de reduzir custos com energia elétrica.
Em tempos de fortes diálogos sobre alterações climáticas e preservação do meio ambiente, o
uso de uma fonte de energia limpa e renovável está deixando de ser um diferencial na atração
e retenção de hóspedes e se tornando uma exigência dos mesmos.
Férias costumam remeter a lazer e descanso. Então nada como relaxar em uma piscina
quente, tomar um banho longo e aquecido, desfrutar de uma cama macia e lençóis com aromas
agradáveis. Todos esses confortos proporcionados pelos hotéis têm um alto preço a serem
pagos, sendo um grande problema, já que demandam um elevado consumo de energia elétrica,
sendo este um grande impacto no meio ambiente.
A construção de hidrelétricas ocasiona desmatamento e destruição de diversas espécies
da fauna e da flora, além de alterações climáticas em sua volta, pela criação de imensos
reservatórios artificiais e inundação de áreas de mata. Seria possível os proprietários de hotéis
gastarem menos com energia elétrica e ainda contribuir para a preservação do meio ambiente?
Neste contexto, uma solução em que hotéis podem melhorar seu balanço financeiro e
reduzir o impacto no meio ambiente, é a implementação de uma usina solar, onde estima-se
haver uma redução considerável nos custos do hotel, o retorno do investimento se torna uma
verdade e o valor agregado ao hóspede, imensurável.
O Blog Intelbrás (2020) mostra que, o retorno do investimento não é apenas relativo a
questões financeiras. Há também um aumento de valor na marca e como ela apresenta ao
mercado as soluções de sustentabilidade
Este artigo está organizado da seguinte forma: na Seção 1 - contém a introdução deste
trabalho onde são descritos os objetivos e delimitação da pesquisa. Na Seção 2 é apresentado o
referencial teórico com discussões já feitas sobre o assunto desse artigo. A Seção 3 é
apresentado os trabalhos relacionados que serviram como embasamento da pesquisa. Na Seção
4 são apresentados a metodologia e os resultados obtidos sobre os experimentos. Por fim, na
Seção 5 são definidas as considerações finais e as referências.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

(BLOG BLUESOL, 2019) Um Gerador de Energia Solar, melhor conhecido como


sistema solar fotovoltaico, é um conjunto de equipamentos capaz de transformar a energia
advinda da luz do sol em energia elétrica.
Estes sistemas trabalham de duas formas, sendo conectados ou não à rede elétrica e
podem gerar energia para o meio residencial, empresarial e indústrias.
A Resolução Normativa 482 de 17 de Abril de 2012, publicada pela Agência Nacional
de Energia Elétrica – ANEEL (na data citada), concedeu os cidadãos a permissão de ter a sua
própria geração de energia utilizando fontes renováveis (solar, eólica, biomassa, hidráulica),
em sistemas de geração distribuída e foi criado o termo “Compensação de Energia”, na qual a
distribuidora capta a energia excedente gerada pela unidade consumidora e retorna a quantidade
da energia injetada na rede em forma de “créditos na fatura de energia elétrica”. Para isso, é
necessário a instalação de um “medidor de energia bidirecional”, que tenha a função de
mensurar a energia que é exportada para a rede da distribuidora; o medidor é fornecido pela
distribuidora de energia.
As grandes usinas solares fotovoltaicas, em mini e micro usinas é comum a utilização
de “eletrocentros”, casas de força, onde estão alocados os inversores interativos, quadros de
comando e dispositivos monitoramento remoto, os mesmos utilizados em sistemas menores e
recebem todos os componentes do SFCR (Sistema fotovoltaico conectado à rede), se tornando
o centro de controle da usina solar.
Muitos empresários consideram um alto investimento, porém o pensamento a longo
prazo é considerado o mais correto neste assunto. Em um mundo onde os desequilíbrios
ambientais se apresentam cada vez mais evidentes, investimento em sustentabilidade gera uma
percepção de valor muito grande. É o chamado marketing verde.
A energia solar fotovoltaica não substitui somente a energia elétrica da rede, mas
também geradores à combustão, principalmente estabelecimentos que fiquem distantes da área
com redes de distribuição de energia elétrica, tendo em vista que o estabelecimento não ficará
mais sujeito às oscilações e problemas na rede elétrica convencional, nem à variação na tarifa
das distribuidoras de energia.

3. TRABALHOS RELACIONADOS

Segundo França, L., & Sodré, E. (2019), a inserção de equipamentos para uso do sol
como fonte de energia elétrica e aquecedores de água em hotéis traz uma grande economia para
o estabelecimento. A conta de energia elétrica representa grande parte dos custos fixos de
hotelarias, que na sua maioria disponibilizam água aquecida em todos os banheiros, assim como
vários eletrodomésticos, frigobar, condicionadores de ar, lâmpadas, televisão, etc. O trabalho
em questão tem como objetivo fazer uma análise de viabilidade econômica da implantação de
um sistema solar fotovoltaico em um hotel na cidade de Surubim. Como resultado da
implantação deste projeto, o hotel conseguiu uma taxa interna de retorno de 26% em um
intervalo de 25 anos, com fluxo de caixa positive a partir do 4º ano pós-implantação do Sistema
fotovoltaico.
(GODOY, 2017), relata em seu artigo que tem por objetivo proporcionar o
dimensionamento um sistema solar fotovoltaico para uma edificação hoteleira que supra a
demanda de energia elétrica, sendo o custo com a demanda energética o principal problema a
ser resolvido. Tendo em vista que o hotel deve contratar demanda devido a sua necessidade,
ainda assim tornam-se viáveis as opções eficiência energética. O retorno do investimento é de
4 a 5 anos e o valor anual pago cairia de R$ 232.184,97/ano para R$ 38.897,63/ano sendo este
último devido a contratação de demanda.

4. METODOLOGIA PROPOSTA

O método deste artigo tem como guia, este fluxo da figura 1 abaixo. Onde é colocado
Energia solar como tema principal, sendo a chave para solução de melhoria do balanço
financeiro de hotéis e contribuição para a preservação do meio ambiente. Para melhor
entendimento, é apresentado um referencial teórico básico e artigos de outros autores com
resultados semelhantes. Posteriormente é apresentado passo a passo de dimensionamento,
projeto e instalação da usina. Por fim, os resultados são presentados com tabelas e gráficos
comparativos.

Figura 1 – Fluxo de seções do artigo

Fonte: Compilação do autor, 2021.


5. EXECUÇÃO DO MÉTODO

Os métodos, desde seu início até sua conclusão foram definidos em 10 passos principais,
sendo eles:

5.1. ANÁLISE DA FATURA DE ENERGIA DO HOTEL, PARA OBTENÇÃO DA


MÉDIA DE CONSUMO MENSAL.

Analisando os últimos doze meses, foi constatado uma média de 10.100 kWh de
consumo no mês.

5.2. OBTENÇÃO DAS COORDENADAS DA USINA SOLAR FOTOVOLTAICA

A USF será instalada em solo, a tabela 5.2 mostra os dados da localização da mesma.

Tabela 1- Dados e localização da usina solar fotovoltaica


Dados da localização

Rua Sérvulo Nascimento, S/N, Bairro: Novo Horizonte - CEP


Localidade: 69730-000, Novo Airão – AM

Latitude: 2° 38’.10.7"Sul

Longitude: 60°56'57.1"Oeste

Fonte: Google Maps


Disponível em: <https://goo.gl/maps/7NpN1dw31mvdmnxv6>. Acesso em 02 dez. 2021

Figura 2 – Foto Aérea do local onde foi instalada a Usina Fotovoltaica

Fonte: Google Maps


Disponível em: <https://goo.gl/maps/7NpN1dw31mvdmnxv6>. Acesso em 02 dez. 2021
5.3. OBTENÇÃO DE POTENCIAL SOLAR
5.3.1.Acesso ao banco de dados com as coordenadas da localização no CRESESB,
Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Brito que atua em soluções
técnicas economicamente viáveis na área de fontes não convencionais de energia, ligado ao
Ministério das Minas e Energia e da Ciência e Tecnologia;
5.3.2.De acordo com a latitude e longitude obtidos no item 5.2, a média de irradiação
solar no plano horizontal para a localidade é de 4,54 kWh/m².dia como mostrado na figura 3.

Figura 3 – Dados de irradiação solar no plano horizontal para localidades próximas

Fonte: Cresesb
Disponível em: <http://www.cresesb.cepel.br/index.php#data>. Acesso em 02 dez. 2021

5.4. CORREÇÃO DA MÉDIA DE IRRADIAÇÃO SOLAR PELA INCLINAÇÃO

5.4.1. Para saber a inclinação correta do arranjo fotovoltaico, é utilizada uma fórmula:
𝑖𝑛𝑐𝑙𝑖𝑛𝑎çã𝑜 = 𝑙𝑎𝑡𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 + (𝑙𝑎𝑡𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒 / 3).
No caso deste artigo, a latitude é igual a 2,63 graus decimais (valor obtido na figura 3),
a soma da latitude mais a sua terça parte é igual a inclinação de 3,5º., porém o mínimo
recomendado para evitar acúmulo de impurezas é de 10º. A tabela abaixo foi usada para
multiplicar o valor da irradiação solar no plano horizontal pelo fator de correção k para
superfícies inclinadas para latitude 10º, obtendo assim o valor da irradiação solar
mensal no plano inclinado já corrigido pelo fator de correção k.
Tabela 2 - Tabela com o potencial solar diário corrigido

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ MÉD

Fator de
Correção k 0,93 0,96 0,99 1,02 1,04 1,05 1,04 1,02 0,99 0,96 0,93 0,92 0,99
(10º)
PLANO
4,18 4,3 4,25 4,04 4,06 4,51 4,59 5,12 5,14 5,05 4,82 4,39 4,54
HORIZONTAL
PLANO
3,89 4,13 4,21 4,12 4,22 4,74 4,77 5,22 5,09 4,85 4,48 4,04 4,48
INCLINADO
Fonte: Cresesb
Dados coletados em: <http://www.cresesb.cepel.br/index.php#data>. Acesso em 02 dez. 2021

5.5. FATORES DE PERDA NO SISTEMA FOTOVOLTAICO.

5.5.1. Perda por temperatura, principal fator de perda na geração solar fotovoltaica.
O módulo solar escolhido, foi o ZNSHINE 430 W Half-cell monocristalino, com
eficiência de 19,78% com irradiação de 1000 W/m².
Segundo o mapa de temperatura do INMET, a média de temperatura máxima anual na
cidade de Novo Airão é de 30°C, e a temperatura de referência do módulo fotovoltaico definido
em laboratório é de 25°C.

𝑇𝑖𝑛𝑠𝑡. = 𝑇𝑎𝑚𝑏 + (𝑇𝑎𝑚𝑏 − 𝑇𝑟𝑒𝑓)


𝑇𝑖𝑛𝑠𝑡. = 30° + (30° − 25°) (1)
𝑇𝑖𝑛𝑠𝑡. = 35°𝐶

𝐶𝑡𝑒𝑚𝑝 = °𝐶𝑚𝑜𝑑 ∗ 𝑇𝑖𝑛𝑠𝑡


𝐶𝑡𝑒𝑚𝑝 = −0,39%/°𝐶 ∗ 35°𝐶 (2)
𝐶𝑡𝑒𝑚𝑝 = − 13,65%

5.5.2. Perda por Mismatch é a diferença no casamento das características elétricas ou de


instalação de cada equipamento utilizado no projeto, neste sistema foi considerado uma perda
de 3%.

5.5.3. Perda por cabeamento de corrente contínua/alternada.


Para usinas com maiores distâncias dos cabos, é recomendado o uso do software PVSyst
para cálculo de perdas em cabos, sendo assim tomar a melhor decisão em qual cabo deve ter a
maior distância. No caso deste sistema, foi optado por a maior distância no cabo CC (Corrente
Continua) sendo de no máximo 55 metros e no cabo CA no máximo 5 metros. A perda
considerada nesta configuração foi de 2%.

5.5.4. Perda por sujeiras ou impurezas no geral.


Foi considerada uma perda de 2%, já que mensalmente será feita limpeza das placas
para melhor rendimento do sistema.

5.5.5. Perda por sombreamento.


O impacto da sombra na geração do sistema fotovoltaico é muito grande. A sombra
impede a luminosidade de incidir nas células do módulo fotovoltaico. Sem luminosidade, não
existe irradiação solar e sem irradiação, não existe produção de energia. A perda considerada
neste quesito foi de 4%, já que os únicos sombreamentos são dos muros laterais durante o
amanhecer e entardecer.
5.5.6. A somatória de todos os fatores de perda é de mais ou menos 25%.

5.6. DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO

Demanda energética mensal (DEM) = 10.100 kWh (obtido no item 5.1)


Horas de sol-pico (HSP) = 4,48 Wh/m².dia (obtido no item 5.4.1)
Fator de perda (FP) = 25% (obtido no item 5.5.6)
Potência de Pico (PP)
𝑃𝑃 =
∗ ∗
# 𝑃𝑃 = 100,2 𝑘𝑊𝑝 (3)
Quantidade de placas (QP), dividido pela potência do módulo fotovoltaico (PM).
𝑄𝑃 = # 𝑄𝑃 = 234 𝑝𝑙𝑎𝑐𝑎𝑠. (4)

5.7. DETALHAMENTO DO SISTEMA

5.7.1. MÓDULO FOTOVOLTAICO

Conforme o item 5.6.5, o gerador será composto por 234 módulos fotovoltaicos de silício
monocristalino. A tabela 3 mostra as características técnicas do módulo.

Tabela 3 - Características técnicas dos módulos


CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DOS MÓDULOS
Fabricante: ZNSHINE SOLAR
Sigla: ZXM6-NH144-430W MONO
Tecnologia de const.: Silício Monocristalino
Características elétricas
Potência máxima: 430 Wp
Rendimento: 20,54 %
Tensão nominal: 40,7 V
Tensão em aberto: 49,4 V
Corrente nominal: 10,57 A
Corr. de curto-circuito: 11,15 A
Dimensões
Dimensões: 2056 x 1018 x 35 mm
Peso: 22,5 kg
Fonte: Znshine Solar
Disponível em: <https://www.znshinesolar.com/product/zxm6-nh144/>. Acesso em 02 dez. 2021

Os valores de tensão variam conforme a temperatura de funcionamento (mínima,


máxima e de regime) e estão dentro dos valores aceitáveis de funcionamento do inversor.
Portanto, trata-se de um módulo fotovoltaico que terá elevada durabilidade e apresentará
menores perdas na conversão da energia solar para elétrica.
5.7.2. INVERSOR

O sistema de conversão será composto por Conversores do tipo inversor de frequência.


O conversor CC/CA utiliza um sistema idôneo de transferência de potência à rede de
distribuição.
Os valores de tensão e corrente do dispositivo de entrada são compatíveis com o sistema
fotovoltaico, enquanto os valores de saída são compatíveis com os valores da rede ao qual está
conectado ao sistema.
Os inversores a serem utilizados têm potência nominal de: 2 inversores de 30 kW e 1 de
15 kW, totalizando 75 kW. As figuras 4 e 5 mostram as características técnicas dos inversores.
Figura 4 – Dados com caracterísitcas técnicas do Inversores de 30 kW

Fonte: Goodwe
Disponível em: <https://br.goodwe.com/Public/Uploads/productsbr/pdf/GW_LVMT_Datasheet-PT.pdf>. Acesso
em 02 dez. 2021

Figura 5 – Dados com caracterísitcas técnicas do Inversores de 15 kW

Fonte: Goodwe
https://br.goodwe.com/Public/Uploads/productsbr/pdf/GW_LVMT_Datasheet-PT.pdf

5.7.3. CABEAMENTO ELÉTRICO

O cabeamento elétrico se dará por meio de condutores isolados, conforme a descrição


abaixo:
Seção do condutor de cobre calculado de acordo com a NBR 5410/2004.
Os cabos também estarão de acordo, com código e cores conforme a norma NBR
5410/2004.
Para não comprometer a segurança dos trabalhadores durante a instalação, verificação
ou manutenção, os condutores seguirão a tabela de cores conforme abaixo:
a) Cabos de proteção: Amarelo-Verde (Obrigatório)
b) Cabos de neutro: Azul claro (Obrigatório)
c) Cabos de fase: Preto
d) Cabos de circuito c.c.: Com indicação especifica de cor preta (+) para positivo e cor
vermelha (-) para negativo.

5.7.4. CONECTORES CC

Para a conexão entre a fileira de módulos e a entrada CC do inversor serão utilizados


conectores do tipo MC4. Estes conectores tipo MC4 foram concebidos especificamente para
utilização com sistemas fotovoltaicos. Os módulos fotovoltaicos já saem de fábrica com um
cabo e conectores MC4, assim como a entrada CC do inversor já é preparada para este tipo de
conector que melhora a qualidade da instalação, facilita a conexão entre módulos e apresentam
melhor durabilidade quando expostos as condições climáticas típicas de sistemas fotovoltaicos.

Figura 6 – Padrão de Conector MC4

Disponível em: < https://www.neosolar.com.br/loja/conector-mc4-par.html>. Acesso em 02 dez. 2021

5.7.5. ESTRUTURA METÁLICA

As estruturas metálicas de solo dos arranjos serão projetadas para uma melhor
disposição dos módulos, garantindo durabilidade e resistência quanto a fenômenos naturais,
como chuvas fortes e ventos. Os materiais utilizados serão alumínio e aço galvanizado seguindo
as recomendações dos especialistas com a finalidade de se obter tempo de vida semelhante ao
dos módulos.
5.8.PROJETO EM AUTOCAD

O Projeto completo foi elaborado em AutoCAD, planta de localização, esquemas,


diagramas unifilares entre outros, para levantamento do orçamento total e posterior pedido de
acesso à rede na concessionária Amazonas Energia. Os diagramas encontram-se em anexos,
sendo o primeiro o diagrama unifilar completo e os demais, o diagrama dividido em três partes
separadas e com escala aumentada para melhor entendimento.

Figura 7– Planta de localização da usina em solo.

Fonte: Compilação do autor, 2021.

5.9. PEDIDO DE ACESSO À REDE NA CONCESSIONÁRIA

Nesta etapa será feito um Anteprojeto como:


Projeto básico da planta de localização e disposição da usina em solo, memorial descritivo
contendo todas as informações de equipamentos, datasheets, plantas e diagramas com esquemas
de ligação.

5.10. PASSO A PASSO PARA INSTALAÇÃO DA USINA

 Instalação do padrão de entrada trifásico de 200 A;


 Fixação da estrutura no solo monoposte, com sapatas de 30x30x70 cm;
 Instalação de eletrodutos e construção de caixas de inspeção para passagem dos cabos;
 Instalação do sistema de SPDA e aterramento;
 Fixação das placas na estrutura de solo;
 Instalação elétrica completa, Cabos CC de cada string até os quadros de disjuntores
seccionadores CC, Instalação dos inversores, Cabos CA, eletrocalhas e quadro geral de
força;
 Instalação elétrica complementar, circuito de iluminação e de tomadas 110 V e 220 V.

5.10.1. CRONOGRAMA DE CUSTOS


Tabela 4 – Custo para implementação da USD

CRONOGRAMA DE CUSTOS REAIS PARA IMPLEMENTAÇÃO DA USF

Projeto básico (Pedido de acesso à rede) R$ 2.000,00


Projeto completo de engenharia R$ 20.000,00
Kit Solar de 100,62 KWP R$ 320.000,00
Estrutura de solo para 234 placas de 430W R$ 50.000,00
Instalação do padrão de entrada (Trifásico 200 A) R$ 5.000,00
Fixação da estrutura em solo (Construção de sapatas e montagem
R$ 20.000,00
da estrutura)
Instalação dos eletrodutos em solo R$ 5.000,00
Instalação do sistema de SPDA e aterramento R$ 25.000,00
Fixação das placas na estrutura R$ 10.000,00
Instalação elétrica completa R$ 28.000,00
Custos adicionais para obra e homologação do sistema R$ 15.000,00
TOTAL DO INVESTIMENTO R$ 500.000,00
Fonte: Elaborado pelo Autor

5.10.2. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

Tabela 5 – Cronograma de atividades

CRONOGRAMA DE INSTALAÇÃO DE USINA GERADORA DE ENERGIA


FOTOVOLTAICA
Obra: Implantação de Usina Geradora de Energia Solar Fotovoltaica

Local: Novo Airão - AM

Concessionária: Amazonas Energia Prazo: 105 dias


ITEM DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS RESPONSÁVEL PRAZO
Serviços preliminares, Elaboração do Projeto e Solicitação de
Acesso
1.1. Instalação de Padrão de entrada Contratada
1 45 dias
1.2. Solicitação de ligação do Ramal de Ligação Contratada
1.3. Ligação do Ramal de ligação Concessionária
1.4. Consulta de Acesso (opcional) Concessionária
1.5. Resposta à Consulta de Acesso Concessionária
1.6. Elaboração do Projeto Contratada
1.7. Aprovação do Projeto Contratante
1.8. Solicitação de Acesso Contratada
Emissão do Parecer de Acesso

2 2.1. Emissão do Parecer de Acesso e apresentação


do Relacionamento Operacional (15 a 30 dias após Concessionária
1.8)
Instalação e Comissionamento da Usina
45 dias
3.1. Instalação da Usina Solar Fotovoltaica (30 dias
Contratada
após a chegada dos materiais)
3
3.2. Comissionamento (5 dias após 3.1) Contratada
3.3. Solicitação de vistoria da Concessionária
Contratada
(após 3.2)
Vistoria, Instalação do Medidor bidirecional e Ligação à Rede
4.1. Realização de vistoria (Até 7 dias após 3.3) Concessionária
4.2. Emissão de Relatório de vistoria (Até 5 dias
Concessionária
após 4.1)
4 4.3. Adequação das condicionantes do relatório de 15 dias
Contratada
vistoria (se houver)
4.4. Instalação do medidor bidirecional (após 4.1) Concessionária
4.5. Aprovação do ponto de conexão, liberando-o
para conexão (Até 7 dias após 4.1(caso não haja Concessionária
pendências))
* Os prazos podem sofrer alterações em virtude de atraso de material ou dos
procedimentos da concessionária.
Fonte: Elaborado pelo Autor

6. RESULTADOS OBTIDOS

A figura 7 mostra o resultado final de instalação da usina, são 234 placas em 9 fileiras
de 26 módulos solares, montados em estrutura de solo metálica no estilo monoposte.
Figura 7– Usina fotovoltaica após sua instalação.

Fonte: Compilação do autor, 2021.

A tabela 6 abaixo, mostra um comparativo entre consumo mensal dos meses do ano de
2020, denominado de “Consumo do ano anterior”, e a produção prevista para os mesmos
períodos de acordo com a tabela de irradiação solar anual.

Tabela 6 – Tabela de comparação entre consumo e geração de energia.

COMPARATIVO ENTRE CONSUMO PASSADO E PRODUÇÃO DE ENERGIA ATUAL

MÊS JAN FEV MAR ABR MAIO JUN


CONSUMO DO ANO
10222 9419 7984 10705 9684 11992
ANTERIOR (kWh)
PROD. ENERGÉTICA DA
USINA PREVISTA PELOS 9044,25 8673 9788,25 9270 9811,5 10665
TESTES REALIZADOS (kWh)
RESULTADO 88% 92% 123% 87% 101% 89%

MÊS JUL AGO SET OUT NOV DEZ


CONSUMO DO ANO
11000 10667 12505 10993 10306 10342
ANTERIOR (kWh)
PROD. ENERGÉTICA DA
USINA PREVISTA PELOS 11090,25 12136,5 11834,25 11276,25 10416 9393
TESTES REALIZADOS (kWh)
RESULTADO 101% 114% 95% 103% 101% 91%
Fonte: Compilação do autor, 2021.
Figura 8 – Comparativo mensal entre consumo de 2020 e média de produção de energia atual.

COMPARATIVO DO HISTÓRICO DE
CONSUMO E PRODUÇÃO ATUAL
14000
12000
10000
8000
6000
4000
2000
0
JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

CONSUMO PRODUÇÃO

Fonte: Compilação do autor, 2021

Os testes feitos na usina, mostram que a potência média de saída é de 75KW por hora,
o comparativo feito nas imagens e tabelas anteriores consideram a média de irradiação solar
diária específica de cada mês, conforme valores obtidos no item 5.4.1. De acordo com estes
testes, a energia compensada fica em torno de 95 a 98%, resultado muito satisfatório para os
objetivos dos proprietários do hotel.
A figura 9 mostra o retorno financeiro (payback), em 4 anos e meio o investimento é
pago, e a partir do quinto ano em até 20 anos, será possível um acúmulo em torno de R$ 4,5
milhões de reais.

Figura 9 – Retorno financeiro em até 20 anos.

RETORNO FINANCEIRO EM 20 ANOS


R$ 4.500.000,00

R$ 3.500.000,00

R$ 2.500.000,00

R$ 1.500.000,00

R$ 500.000,00

-R$ 500.000,00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Fonte: Compilação do autor, 2021.


7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Quando se fala em energia renovável e limpa, a fotovoltaica tem um destaque, pois


torna-se viável para qualquer pessoa gerar sua própria energia, além do mais, por ser de simples
entendimento e trazer muito benefícios. Os sócios do hotel abordado neste artigo, reduziram
seu custo com energia elétrica em pelo menos 95%, o que leva a comunidade refletir sobre sua
implementação, ainda mais em tempos de aumento de tarifas e bandeiras. Os objetivos
alcançados vão além de somete gastos com energia elétrica, um dos mais importantes, é a ajuda
na preservação do meio ambiente, já que o impacto ambiental na utilização de energia solar é
muito baixo. Outro objetivo importante alcançado com esta implementação é o do marketing
verde, o hotel passa a ser mais atrativo para certos tipos de público, nem sempre os clientes
pagam mais caro por um hotel que tenha energia solar. Mas diante de várias opções, esse fator
pode acarretar na escolha para o hotel que tenha essa alternativa. Para finalizar, imagine o
impacto positivo que teria no mundo e no meio ambiente se a maioria das pessoas produzissem
sua própria energia, o mundo talvez estaria caminhando para um futuro melhor e mais limpo.

8. REFERÊNCIAS

• GONZAGA, Vanessa. Hotéis com energia solar: uma nova demanda do mercado. Solar
Brasil , 2019. Disponível em: < https://www.solarbrasil.com.br/blog/hoteis-com-energia-solar-
uma-nova-demanda-do-mercado/ >. Acesso em 02 dez. 2021;

• INTELBRÁS. Vale a pena para hotéis e pousadas investir em energia solar? Blog
Intelbrás, 2020. Disponível em: < https://blog.intelbras.com.br/vale-a-pena-para-hoteis-e-
pousadas-investir-em-energia-solar/>. Acesso em 02 dez. 2021;

• CRESESB. Potencial Solar – Sundata v 3.0, CRESESB 2021. Disponível em: <
http://www.cresesb.cepel.br/index.php?section=sundata>. Acesso em 02 dez. 2021;

• BLUE SOL ENERGIA SOLAR. Gerador de Energia Solar: O que é? Como funciona?
[Guia Solar], BLUESOL, 2021. Disponível em: < https://blog.bluesol.com.br/gerador-de-
energia-solar/>. Acesso em 02 dez. 2021;

• CRESESB: Manual de engenharia para sistemas fotovoltaicos, 2014.


Rio de Janeiro. Disponível em:
<http://www.cresesb.cepel.br/publicacoes/download/Manual_de_Engenharia_FV_2014.pdf >.
Acesso em 02 dez. 2021;

 NBR 5410/2004, Disponível em: <


https://br.prysmiangroup.com/sites/default/files/atoms/files/Guia_de_Dimensionamento-
Baixa_Tensao_Rev9.pdf> Acesso em 02 dez. 2021.
9. ANEXOS

Anexo 1 – Diagrama unifilar completo.

Fonte: Compilação do autor, 2021.


Anexo 2 – Padrão de entrada trifásico 200 A.

Fonte: Compilação do autor, 2021.


Anexo 3 – Diagrama unifilar do inversor 1.

Fonte: Compilação do autor, 2021.


Anexo 4 – Diagrama unifilar do inversor 2.

Fonte: Compilação do autor, 2021.


Anexo 5 – Diagrama unifilar do inversor 3.

Fonte: Compilação do autor, 2021.

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